Direitos morais reservados às organizadoras: Gerciane Maria da Costa Oliveira e Kyara Maria de Almeida Vieira. P314 Patrimônio, povos do campo e memórias: diálogos com cultura, arte e educação / organizadores, Gerciane Maria da Costa Oliveira, Kyara Maria de Almeida Vieira; dos autores, Rozeane Porto Diniz.
Para a proteção do patrimônio cultural, a legislação prevê o instrumento legal de tombamento como ato administrativo do Estado. Visto nesse contexto, o SPHAN pode ser interpretado como um "dispositivo histórico" estrategicamente concebido e operacionalizado para reconhecer e proteger bens culturais eleitos como patrimônio cultural representativo da nação.
Os arquitetos da memória - sociogênese das práticas de conservação do patrimônio cultural no Brasil (décadas de 1930-1940). O Património na Escrita: a política editorial do Serviço do Património Histórico e Artístico Nacional durante o Estado Novo (1937-45).
2 QUANDO O PATRIMÔNIO SE MOVIMENTA: MEMÓRIA
ESTRUTURANTES DA AÇÃO COLETIVA
Entendo a ação coletiva em prol da patrimonialização como um movimento que pode ser lido a partir da identificação dos aspectos culturais envolvidos na formação, mobilização e manutenção dos movimentos sociais. Quando o movimento social se associa à luta pela patrimonialização, ele necessariamente tem a memória e a identidade como elementos estruturantes de sua ação coletiva organizada.
3 ELOGIO DA IMPROBABILIDADE DO PATRIMÔNIO
De seguida, será considerado o festival Paredes de Coura enquanto património cultural imaterial, a partir de uma breve introdução à sua origem e à sua relação com dimensões como a conservação do património (LAQUEUR, 2015), enquadrando-o no âmbito da ideia de um novo museu ou pós-museu (BAKER, ISTVANDITY; NOWAK, 2016, 2016). O Festival Paredes de Coura nasceu em 1993, na aldeia de Paredes de Coura, e tem-se realizado anualmente desde então.
Os insetos mais famosos citados pelos agricultores agroecológicos são a mosca-branca, gafanhotos, grilos, lagartas, formigas, pulgões e joaninhas. Assim, os agricultores praticam manejo baseado em produtos naturais. Por outro lado, os agricultores agroecológicos procuram utilizar os recursos de que dispõem para criar um manejo mais sustentável para o controle de insetos.
Agricultores agroecológicos utilizam cupins em suas práticas agroecológicas, com base em suas observações e experiências. Agricultura e biodiversidade de insetos: o conhecimento dos cupins por agricultores e produtores rurais do oeste do Rio Grande do Norte.
5 PATRIMÔNIO CULTURAL
IMATERIAL INDÍGENA: OS TAPUIA PAIACU DO MUNICÍPIO DE
APODI/RN
Também é conhecida como terra dos índios Tapuia Paiacu da Lagoa do Apodi, originários do grupo Tarairiú. Os Tapuia Paiaçu viviam no Vale do Apodi, nas margens da lagoa, nos rios e no planalto, onde praticavam agricultura básica, pesca e caça. Na Tabela 1 abaixo, os pontos de diversidade cultural de Tapuia Paiaçu estão listados segundo o entendimento dos autores Pacheco e Baumann (2006) e Santo Júnior (2008).
No entanto, utiliza seu Facebook pessoal (perfil de Lúcia Maria Tavares) e o do Centro Histórico-Cultural Tapuias Paiacus de Apodi, onde publica vídeos e fotos gravadas das autodenominações dos que se declaram indígenas Tapuia Paiacus. O processo de autoafirmação que proporcionou o contato entre um grupo de Tapuia Paiacu do Apodi e integrantes da APOINME no Rio Grande do Norte desde 2013, por meio de Lúcia Tapuia Paiacu, também presidente do Centro Histórico Cultural Tapuia Paiacu da Lagoa do Apodi (CHCTPLA).
6 PATRIMÔNIO RURAL DE MOSSORÓ/
RN: EXPERIÊNCIA DO INVENTÁRIO PARTICIPATIVO NA IDENTIFICAÇÃO
COMUNIDADE MAÍSA
Com a realização do inventário é possível alcançar o reconhecimento do patrimônio, esta é uma forma de pesquisa adotada pelo IPHAN, cujo principal objetivo é coletar, analisar e organizar informações sobre o que se deseja conhecer melhor. Para facilitar a pesquisa sobre o que de fato pode ser patrimônio, o IPHAN utiliza fichas que detalham o que você quer conhecer melhor. Temos a Ficha de Projeto, a Ficha de Território, as Fichas de Categorias (Lugares, Objetos, Festas, Formas de Expressão, Saberes), a Ficha de Recursos Pesquisados, a Ficha de Roteiro de Entrevista, a Ficha de Relatório de Imagem, são elas que compõem as fichas de inventário.
Então encontramos as Fichas de Categoria, é nessas fichas que a participação da comunidade aparecerá mais forte, pois somente as pessoas que estiverem envolvidas no objeto da pesquisa poderão fornecer informações mais precisas sobre o que se deseja saber. Para analisar os formulários utilizados pelo IPHAN, foi realizada uma experiência piloto com duas pessoas da comunidade utilizando o formulário lugar e o formulário território.
7 POVOS DO CAMPO, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO BIOCULTURAL NA
Diante desse contexto, a defesa dos territórios e bens comuns revela seu caráter intrínseco à resistência histórica dos povos indígenas, camponeses e povos tradicionais da América Latina. É fundamental ressaltar que na América Latina, historicamente, a reprodução extensiva do capital tem sido limitada ao campo pela expropriação territorial dos povos indígenas, camponeses e outros povos rurais. Esses quatro eixos traçam a natureza das demandas e a concepção dos projetos políticos realizados pelos diferentes povos do campo.
Neste capítulo fiz algumas considerações sobre a existência de uma disputa histórica entre paradigmas - o paradigma ontoepistêmico da aldeia e o moderno paradigma capitalista ocidental - que fazem parte de uma disputa territorial entre o capital e os povos do campo na América Latina. O Paradigma Epistêmico da Aldeia e a Construção do Saber na Perspectiva dos Movimentos Indígenas e Camponeses na América Latina.
8 ONTOHEDU: UMA ONTOLOGIA PARA SUBSIDIAR A
APRENDIZAGEM NO CAMPO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Este último pretende mapear o conhecimento existente no sítio arqueológico de Lajedo de Soledade, sítio ao qual esta pesquisa se agrega. Para isso, é importante conhecer os elementos encontrados no Lajedo de Soledade. Como já mencionado, esses especialistas podem ser professores, pesquisadores, além de guias turísticos no Lajedo de Soledade.
Este trabalho apresenta uma ontologia para mapear o conhecimento do sítio arqueológico e museu do Lajedo de Soledade. Este trabalho apresentou o OntoHedu, uma ontologia especificada para apoiar o aprendizado escolar e extraescolar relacionado ao patrimônio arqueológico do sítio arqueológico Lajedo de Soledade por meio do aplicativo web denominado WebHedu.
9 MEMÓRIA E IDENTIDADE: ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA (EFA) DE
SERRA DO MEL/RN
A Escola Família Agrícola de Serra do Mel (EFAMEL) foi fundada em 1989, embora seu processo de planejamento e construção tenha se iniciado em 1986. Dessa forma, a construção da identidade dos sujeitos que compunham a Escola Família Agrícola de Serra do Mel – EFAMEL se deu também em um tempo e espaço, por meio de seu projeto individual e coletivo, por meio de seu projeto individual e coletivo. Relativamente aos sujeitos desta investigação (ex-alunos, ex-professores e ex-funcionários da EFAMEL), o contexto social em que estavam inseridos era, sobretudo, o campo, que enquanto espaço geográfico é o lugar da vida, onde as pessoas desenvolvem as suas atividades quotidianas e adquirem a sua identidade cultural camponesa (FERNANDES, 2011).
A família agricultora da Serra do Mel, e a gente trabalhou muito isso na Escola, era uma família de verdade. Serra do Mel, um projeto de "vidas": o impacto do projeto de colonização planejado na Serra do Mel no cotidiano das famílias assentadas.
10 APROXIMAÇÕES ENTRE
SOCIOLOGIA RURAL E O CAMPO DA ARTE: TRANSFORMAÇÕES
CEARENSE
Essas diferenças existem não apenas no nível de acesso a bens ou materiais de consumo entre rural e urbano, mas em "identificações e demandas na vida cotidiana, de modo que o 'rural' se torna um 'ator coletivo', constituído a partir de uma referência espacial e 'inserido em um campo ampliado de trocas sociais' (WANDERLEY, 2001, p. 33)". A relação direta com a natureza, o trabalho mais tranquilo e menos rígido, o ar mais puro e a qualidade de vida baseada em relações sociais de vizinhança mais espontâneas atraem pessoas da cidade para o campo. Por um lado, caracteriza-se pela "reapropriação de elementos da cultura local a partir de uma reinterpretação possibilitada pelo surgimento de novos códigos" e, por outro, pela "apropriação pela cultura urbana dos bens culturais e naturais do meio rural", que possibilita e contribui para fortalecer os laços de sociabilidade com a localidade (CARNEIRO, p. 2003, p. 3).
A implementação do projeto também abandonou a definição de um número limitado de cidades (aldeias) que receberiam a intervenção. Tais intervenções afirmam a intenção de valorizar a cultura local como fator de inclusão social a partir de um projeto que garantisse o contato da população rural com a arte por meio de uma ação aliada à ação política do poder público em suas diversas esferas, garantindo a todos o acesso à diversificação de bens culturais (WEAVER, 2016).
REDE XIQUE-XIQUE ENQUANTO ARTICULAÇÃO ENTRE CAMPO/
CIDADE 43
Especificamente e para este capítulo, objetiva-se discutir a articulação entre campo e cidade a partir do uso da Internet pelos integrantes da Rede de Comercialização Solidária Xique-Xique (RXX). Assim, para além desta introdução, que situa o contexto em que decorre a investigação, serão apresentadas duas partes: uma parte que se refere à articulação campo/cidade e ao mapa de mediações proposto por Martín-Barbero; o outro sobre a Rede de Comercialização Solidária Xique Xique e sua relação com a Internet; e, por fim, algumas considerações finais sobre a pesquisa. Em entrevista a um dos responsáveis pelo ponto fixo de Xique-Xique, ele destacou que quase todo o processo de comunicação da RXX é feito pela internet.
É importante destacar que tais plataformas digitais possibilitam uma aproximação entre campo/cidade, pois há um diálogo entre os representantes da rede com os produtores (que moram no campo) para que a demanda dos consumidores (que moram em sua grande maioria na cidade) seja repassada para que seja possível entregar o produto na sexta-feira durante a feira da Rede Xique Xique. A dinâmica da agricultura familiar e a economia solidária: a experiência de inserção em mercados e a diversificação da rede Xique Xique (RN).
12 QUESTÃO AGRÁRIA COLOMBIANA E AS ECONOMIAS SOCIAIS DO
COMUM – ECOMUM
É o chamado "aparamiento" da terra, cujas consequências sociais, aliadas à violência que assola o espaço agrário, levaram a um aumento do deslocamento da população do campo. Segundo Bartra (2017), mulheres e homens do campo lutaram pela terra e pela liberdade de diferentes formas nos séculos XIX e XX. Segundo Villamizar (2010), as importações americanas de produtos agrícolas e agroindustriais aumentaram de US$ 637 milhões em 1992.
Conferencia dictada en el marco de la Cátedra Manuel Ancízar "Tierras e Issealda" de la Universidad Nacional de Colombia. Radiografía de la issealdade: lo que nos dijo el último censo agropecuario sobre la distribución de la tierra en Colombia.
NASCE UMA NOVA ESPERANÇA
MEMÓRIAS DE UMA CAMPONESA DO OESTE POTIGUAR
50 Além de toda a riqueza de detalhes e a complexidade das experiências que Dona Rita relatou sobre os sertanejos, que por si só justificam este texto, também o escrevemos aqui com a intenção de homenageá-la, pelas suas lutas e pelo legado que deixou aos que tiveram o privilégio de conviver com ela, militantes do MST ou não. Ao final, Dona Rita conseguiu doar a casa para a filha, de quem se tornou sócia52, no assentamento que ajudou a fundar: o Projeto de Assentamento (P.A) Nova Esperança, que tinha 175 habitantes em 2018 (época da pesquisa). Perguntamos a Dona Rita sobre os meios de subsistência do assentamento e se o assentamento recebia ou recebia assistência técnica.
Dona Rita mencionou que o MST foi um dos pioneiros na luta pela efetivação do curso na cidade de Mossoró-RN. Ao dizer "Eles destruíram os homens" Dona Rita atualiza a percepção cultural de que as mulheres trazem perigo.
