Sociedade Brasileira de Química ( SBQ)
31a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
Utilização de resina aniônica para extração de flavonóides presentes em extrato seco de Passiflora incarnata .
Marili V. N. Rodrigues (PQ)*, Ana F. Bacchi (PG), Adriana S. Santos (IC) Vera L. G. Rehder (PQ)
*marili@cpqba.unicamp.br
Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas CPQBA - UNICAMP – Rua Alexandre Cazelatto, n.999 Bairro Betel, Paulínia – SP, CEP: 13140-000.
Palavras Chave: resina de troca-iônica, flavonóides, extrato vegetal. Passiflora incarnata.
Introdução
A Passiflora incarnata é conhecida pelas suas propriedades sedativas. Os flavonóides são os mais importantes constituintes ativos da P. incarnata, sendo objeto de vários estudos.
Com o objetivo de isolar os flavonóides presentes na P. incarnata, tomou-se como material de partida o extrato seco de Passiflora incarnata (teor total de flavonóides 7% disponível no mercado brasileiro.
Porém, na obtenção deste tipo de extrato, seco por spray-drying, a adição de adjuvantes de secagem é indispensável para seu processamento, o que causa dificuldades nas etapas químicas de isolamento, pois este produto representa em média cerca de 30% em massa, além do que, confere maior hidrossolubilidade ao extrato.
Sendo assim, optou-se pela eluição do extrato comercial em coluna de troca-iônica contendo resina aniônica estirênica Lewatit S-6328A (Bayer) para isolamento da fração enriquecida em flavonóides e conseqüente remoção dos interferentes presentes no extrato. O processo foi monitorado por cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de diodos (HPLC-DAD).
Resultados e Discussão
Uma coluna de vidro medindo 40 x 4 cm foi recheada com 365 mL de resina aniônica Lewatit S- 6328A (Bayer) na forma cloreto e condicionada com água. A amostra de extrato seco de P. incarnata foi aplicada (10g/20mL água pH 8) na coluna, submetida à lavagens com água, NaOH 0,05 mol/L e água novamente. Estas frações de lavagem foram analisadas por HPLC-DAD não sendo observada a presença de flavonóides.
A eluição com NaCl 200g/L forneceu duas frações, uma alcalina e outra neutra. Após acidificação da fração alcalina submeteu-se à partição com butanol originando as fases aquosa (F1) e butanólica (F2).
A fração neutra foi particionada com butanol de modo análogo fornecendo as fases aquosa (F3) e butanólica (F4) e tratadas de modo análogo ao anterior. As amostras de F1a F4 foram analisadas por
HPLC-DAD-ESI-MS para identificação dos flavonóides.
1.300
1.637 2.058
2.4322.8643.255 4.103 5.885 6.848 8.757 12.371 14.171
14.924 15.288 16.331 17.21717.591 18.060 18.67219.053 20.512 21.398 28.087 28.997
AU
0.000 0.010 0.020 0.030 0.040 0.050
Minutes
0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00 22.00 24.00 26.00 28.00 30.00
Figura1. Cromatograma obtido por HPLC-DAD a 254 nm do extrato seco de P. incarnata indicando os composto s eluídos da coluna aniônica e os interferentes eliminados durante as etapas de lavagem e partição (fases aquosas).
A Figura 1apresenta os picos dos compostos presentes no extrato seco de P. incarnata após remoção do adjuvante de secagem. O quadro pontilhado refere-se à fração de flavonóides, reconhecida pelo seu espectro característico de UV- Vis fornecido pelo detector. Dessa maneira, verifica- se a eficiência da resina Lewatit S-6328A na obtenção dos flavonóides presentes no extrato.
A partição com butanol não apresentou melhora no processo, uma vez que a eluição com NaCl promoveu a remoção dos flavonóides. Este processo está em fase de otimização e será aplicado para outros tipos de extratos vegetais.
A análise cromatográfica utilizando o detector de massas com a interface eletron spray (ESI) no modo negativo permitiu identificar os principais flavonóides, destacando-se a orientina (tR 17,2 min), isoorientina (tR 18,0 min), vitexina (tR 19,0min) e isovitexina (tR
21,4min).
Conclusões
A resina aniônica Lewatit S-6328A mostrou-se eficiente para retenção de flavonóides presentes em extrato seco de Passiflora incarnata eliminando a interferência do adjuvante de secagem. A grande vantagem de se trabalhar com este tipo de resina é a utilização de solventes aquosos e o reaproveitamento da própria resina através de sua regeneração com cloreto.
Lavagens F1 e F3
Eluato antes da partição F2 e F3
Sociedade Brasileira de Química ( SBQ)
25a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ 2
Agradecimentos
FINEP/ACHÉ
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