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vitória 2017

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Academic year: 2023

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O presente trabalho busca analisar a visão do Supremo Tribunal Federal quanto à natureza da ação penal nos casos de lesão corporal leve decorrente de violência doméstica e familiar contra a mulher. Por fim, no terceiro capítulo, será abordada a principal questão de investigação, nomeadamente a alteração da natureza da persecução penal dos casos de lesão corporal de menor gravidade em resultado da violência doméstica e familiar contra a mulher, que passou de condicionada a representativa. incondicionalmente.

CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL

En América Latina y el Caribe, la violencia doméstica afecta del 25% al ​​50% de las mujeres y pone en riesgo el 14,6% del producto interno bruto. Datos de la ONU, del Instituto de Derechos Humanos, confirman que Brasil deja de aumentar su producto interno bruto en un 10% debido a la violencia contra las mujeres.

CONCEITO E ESPÉCIES

Assim, em relação à própria Lei 11.340/06, ela tem como objeto primordial, conforme seu artigo 5º, o combate à violência de gênero. Esse tipo de violência consiste em uma inovação trazida pela lei 11.340/06 e cabe ressaltar que caso a vítima sofra violência patrimonial, ela tem o direito de buscar medidas protetivas para resguardar seu direito de propriedade, como pedido de devolução de bens ilicitamente tomados pelo agressor.

ANTECEDENTES DA LEI

O CASO DE MARIA DA PENHA E SUA REPERCUSSÃO NO

É inegável que, apesar de trágico, o caso de Maria da Penha foi significativo para a justiça brasileira, pois foi a primeira vez que um caso de violência familiar e doméstica levou um país à condenação, por negligência e omissão, no inter -Sistema americano de direitos humanos".18 Foi então, nesse contexto, e em decorrência dos acontecimentos supracitados, que vinte e cinco anos depois o Brasil criou a Lei 11.340/06. Posteriormente, foram também criados órgãos como os Conselhos de Estado, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e os Juizados de Violência Doméstica e de Violência Doméstica contra a Mulher, todos com o objetivo de dinamizar o combate à violência doméstica e criar formas de atenuar os efeitos da essa violência. ... Segundo Luis Paulo Sirvinkas, o bem jurídico protegido pela lei não é apenas a mulher que sofre violência doméstica ou doméstica, mas a própria relação familiar, ou seja, os filhos e também o marido.

Lei Maria da Penha: proteção diferenciada dos direitos da mulher em situação de violência doméstica e familiar. Aspectos polêmicos da lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006, que estabelece mecanismos para coibir a violência doméstica e doméstica contra a mulher. Já passou da hora de o Estado entender que a igualdade das mulheres - e de todos os brasileiros - e a erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher - bem como da violência generalizada contra os seres humanos, entre nós - só acontecerá com a desenvolvimento estável. de políticas públicas que garantam os direitos humanos, protejam os brasileiros (inclusive as mulheres, claro) do descaso, da discriminação, da violência, da opressão e da expropriação.

Assim, tendo em vista que a Lei Maria da Penha foi de fato um avanço no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, não pode ser vista como uma solução perfeita e acabada.

REFLEXOS NO DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

DA INAPLICABILIDADE DA LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Antes da promulgação da Lei Maria da Penha, a Lei 9.099/95 estabelecia em seu artigo 88 que, para os crimes de lesão corporal de menor gravidade, o ato criminoso era passível de representação pública. No entanto, com a alteração anteriormente mencionada e com a declaração expressa no artigo 41 da Lei Maria da Penha de que tais crimes não estão mais sujeitos a esta lei, nota-se que eles não podem mais ser considerados de pequeno potencial ofensivo. Ressalte-se, ainda, que com a proibição dos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher regidos pela Lei 9.099/95, também foram vedadas as transações criminais, a composição civil de indenização e o adiamento do julgamento.

Além disso, a Lei Maria da Penha estabelece no Artigo 17 de seu texto que também não podem ser aplicadas penas alternativas, como o pagamento de cestas básicas, pagamentos em dinheiro e multas substitutivas. A aplicação da Lei 9.099/95, para a violência doméstica e familiar, acabaria por levar ao descaso com as características dessa violência, como o grau de envolvimento emocional a que estão submetidas as mulheres em relação aos comportamentos ilícitos, repetidos e cotidianos de agressor, a assimetria de forças, o medo, a vergonha, a culpa pelo fracasso das relações familiares, a crença na troca do companheiro, a reversão da culpa, a revitimização da mulher devido ao atendimento precário e atitudes inadequadas do as autoridades públicas, o medo de reviver traumas, agressão sexual, cárcere privado e violência crescente. A repercussão da lei 9.099/95 tornaria a proposta de descriminalização positiva para o autor do ato, mas negativa sob a ótica da vítima, que poderia se beneficiar da transação penal ou da suspensão do processo.

Portanto, a inaplicabilidade da lei dos juizados especiais e, portanto, dos mencionados institutos descriminalizadores, foi uma forma do legislador proteger a família, pois o crime não é mais de menor potencial ofensivo, tem maior punição, o que desestimula. conduta proibida por lei.

DA CRIAÇÃO DE MEDIDAS DE URGÊNCIA

Além das alterações já apontadas neste estudo, a persecução dos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher, que antes era condicionada à representação, passou a ser incondicional. Portanto, antes de adentrar na natureza do referido ato, é necessário conceituar o que é e qual a finalidade do ato criminoso. A Constituição, no artigo I do artigo 129, confere competência exclusiva ao Ministério Público Estadual para a realização de ações penais (melhor, ação penal estadual).

Assim, a lei Maria da Penha não deve ser vista como um bloco indivisível em que todos os crimes devem estar sujeitos a sanções penais públicas incondicionais. Além disso, a natureza da ação penal pública para esses casos é incondicional, o que exclui a necessidade de representação da vítima, sem que haja justificativa para a existência do direito de revogação. Nesse viés, o então procurador-geral da República Roberto Gurgel, que propôs a ADI nº 4.424, traz em seu discurso a afirmação de que a Lei 11.340/06 só pode ser interpretada de forma compatível com a Constituição quando a ação for considerada improcedente. ser incondicionalmente público. Legislação penal aplicável ao crime de lesão corporal praticado contra a mulher.

Segundo Gurgel, a interpretação que torna passível de representação o instituto da ação penal relativa ao delito de lesão corporal de menor gravidade, praticado em âmbito doméstico, gera "consequências danosas desproporcionalmente" para as vítimas desse tipo de violência.

POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DA ADOÇÃO DA AÇÃO PENAL

Para a mulher

Para a família

Partindo do pressuposto de que a violência familiar e doméstica sofrida pela mulher é praticada por alguém próximo a ela, principalmente por seus companheiros e maridos, deve-se atentar para o fato de que essa relação pode levar aos filhos, que também serão afetados pela denúncia. . e consequente condenação do pai. Impossível, portanto, não considerar que a prisão do homem sem que a mulher tenha manifestado vontade de denunciá-lo, afetará drasticamente a vida familiar e principalmente a criação dos filhos. Porém, não é possível cogitar que, pelo simples fato de o filho poder, por exemplo, visitar o pai na prisão, sua vida continuará da mesma forma.

Cabe ressaltar novamente que todas essas consequências decorrem de uma denúncia que a vítima não quis, pois deveria estar mais interessada em punir o agressor, bem como na liberdade de tomar decisões sobre sua vida. O mais impressionante é que a pesquisa constatou que a lei continua tratando a violência doméstica, em termos criminais, como se fosse um problema entre dois estranhos que não têm laços afetivos, como se não fossem voltar à vida. no mesmo lugar.casa ou moram juntos por causa dos filhos. Pensando nisso, notamos que não é possível olhar, por exemplo, para a violência doméstica e relacionar a agressão isoladamente, sem considerar tudo o que está por trás desse ato.

É importante ressaltar que o que se defende neste estudo não é de forma alguma a impunidade nos casos de agressão que causem danos físicos à mulher, mas sim o fato de que ela deve ter a liberdade de escolher se quer denunciar ou não . seus cônjuges e companheiros, pois a violência, conforme explicado acima, tem diversos efeitos que vão muito além da simples prisão do agressor.

Para o Judiciário

No entanto, no que se refere à alteração da ação penal para crimes de lesão corporal leve em decorrência de violência doméstica e familiar contra a mulher, pensa-se que esta tenha ido em sentido contrário ao desejo de facilitar o judiciário. Então, supondo que alguém não queira provocar o judiciário e seja até obrigado a comparecer em um julgamento, o estado está aumentando a exigência processual por conta própria, ou seja, o estado está indo na contramão do que ele mesmo está tentando fazer. minimizada, que é a grande demanda judicial. Portanto, o ideal seria ajuizar ação judicial quando houver necessidade e nos casos de lesões corporais leves em decorrência de violência na família e na família contra a mulher, especificamente quando a mulher quiser.

DA VIABILIDADE DE A AÇÃO PENAL SER PÚBLICA

Pedido de representação em processo penal público pelo crime de lesão corporal por violência doméstica contra a mulher (Lei n.º de 7 de agosto de 2006). Assim, o autor adverte que seria um retrocesso legislativo alterar o processo penal para tais crimes, que deveria ser público e representado. Portanto, a melhor solução seria uma ação penal pública para casos de danos corporais decorrentes de violência doméstica e familiar, onde a vítima deve ser representada.

Outro autor que defende que a denúncia criminal pelo delito de lesão corporal leve decorrente de violência doméstica e familiar contra a mulher seja incondicionalmente pública é Paulo Rangel49. Isso porque crime de lesão corporal leve cometido contra mulher no âmbito familiar é passível de ação penal pública não qualificada, mas se essa mesma mulher sofrer lesão corporal leve em seu ambiente de trabalho, a ação penal é passível de representação pública. 50. A terceira razão, por sua vez, prende-se com o facto de ser despropositado e proporcionado que o crime de ofensas corporais leves cometido em ambiente doméstico seja uma infração penal.

Por tudo o que foi exposto, acaba por reforçar a ideia de que um ato criminoso deve ser publicamente condicionado pela representação. Sublinha-se mais uma vez o quão desgastante é atuar como vítima em processo penal, e é justamente por isso que é a vítima quem deve ter a possibilidade de escolher a representação e, portanto, o processo penal por infrações penais. as lesões físicas resultantes da violência familiar e doméstica contra as mulheres devem ser representadas publicamente. Assim, com os argumentos e falas dos autores sobre o tema, buscou-se provar que a mulher deve ter o direito de decidir sobre seu próprio destino, ou seja, sobre a natureza do processo penal nos casos de lesão corporal leve. contra a violência contra a mulher na família e na família deve ser representada publicamente.

Referências

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