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Academic year: 2023

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XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE

ELABORAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO E REUSO DE ÁGUA (PCRA) EM UMA RESIDÊNCIA NO MUNICÍPIO DE POMBAL – PB

Wanessa Dunga de Assis 1; Roaga Bezerra e Silva 2; Joaquim Ferreira de Almeida Júnior 3; Concita Rodrigues da Silva Queiroga 4

RESUMO – Instalações prediais, residenciais ou comerciais, sempre apresentam desperdício de água e geralmente estão associados a vazamentos nos sistemas hidrossanitários ou ao uso da água recebida pela concessionária para fins não potáveis. Deste modo, o objetivo deste trabalho consiste na elaboração do diagnóstico do consumo de água em uma edificação residencial e, a partir desses dados desenvolver um Programa de Conservação e Reuso da Água (PCRA), com base na metodologia proposta pelo Manual de Conservação e Reuso de Água em Edificações (SAUTCHUK, 2005).

ABSTRACT– Building installations, residential or commercial, always have waste water and are usually associated with leaks in hydro-sanitary systems or use of water received by the utility for non-potable purposes. Thus, the aim of this work consists in making the diagnosis of water consumption in a residential building, and from these data to develop a Conservation Program and Water Reuse (PCRA), based on the methodology proposed by the Manual for Conservation and Reuse Water in Buildings (SAUTCHUK, 2005).

Palavras-Chave – Programa de Conservação e Reuso de Água, Aproveitamento de águas pluviais.

1) Mestranda em Engenharia Civil e Ambiental (CTRN/UFCG), Bacharela em Engenharia Ambiental (CCTA/UFCG). Endereço: UFCG Bloco CR -

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1. INTRODUÇÃO

O conjunto de ações voltadas para a gestão da oferta e da demanda de água em edificações existentes é denominado de Programa de Conservação de Água (PCA). Um PCA implantado de forma sistêmica, implica em otimizar o consumo de água com a consequente redução do volume dos efluentes gerados, a partir da otimização do uso (gestão da demanda) e da utilização de água com diferentes níveis de qualidade para atendimento das necessidades existentes (gestão da oferta), resguardando-se a saúde pública e os demais usos envolvidos, gerenciados por um sistema de gestão da água adequado (SAUTCHUK et al., 2005).

Os grandes motivadores para a implantação de um PCA são economia gerada pela redução do consumo de água; economia criada pela redução dos efluentes gerados, conseqüente economia de outros insumos como energia e produtos químicos;redução de custos operacionais e de manutenção dos sistemas hidráulicos e equipamentos da edifi cação; aumento da disponibilidade de água (proporcionando, no caso das indústrias, por exemplo, aumento de produção sem incremento de custos de captação e tratamento); agregação de valor ao “produto”; redução do efeito da cobrança pelo uso da água; melhoria da visão da organização na sociedade – responsabilidade social (SAUTCHUK et al., 2005).

A quantidade de água consumida em uma residência depende de uma série de fatores, que vão desde variáveis comportamentais até variáveis físicas e econômicas. Algumas delas são: a tarifa exercida, renda familiar, condições climáticas (precipitação, temperatura); características das residências (tamanho, se possui área externa ou não); moradores (quantidade e faixa etária).

Algumas delas são: a tarifa exercida, renda familiar, condições climáticas (precipitação, temperatura); características das residências (tamanho, se possui área externa ou não); moradores (quantidade e faixa etária) (LIMA,2010 apud Bazzarella, 2005).

Neste contexto, este trabalho tem por objetivo elaborar um programa de conservação de água em uma residência, visando implementar o uso racional da água, sistematizar as intervenções que devem ser realizadas em uma residência, de tal forma que as ações de redução do consumo sejam resultantes de amplo conhecimento do sistema, garantindo sempre a qualidade necessária para a realização das atividades consumidoras, com o mínimo de desperdício.

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2. METODOLOGIA

2.1 Características da residência

Tipo do Imóvel: Predial Área do terreno:129,80 m2 Uso do solo: Casa Residencial Área Construída: 88,90 m2 Localização: Bairro SantaRosa, Pombal/PB

N° de moradores: Cinco(5) pessoas Situação do Esgoto: Potencial

2.2 Análise do Consumo Histórico Anual

O parâmetro básico para a análise foi obtido através de dados das contas da Companhia de água e esgotos da Paraíba (CAGEPA), considerando o histórico de consumo da residência durante o período de 12 meses consecutivos. Conforme a tabela 1, a seguir:

Tabela 1. Histórico do consumo do ano 2012 Ano (2012)

Mês de Referência Consumo(m3)

JAN 5

FEV 6

MAR 0

ABR 7

MAI 7

JUN 5

JUL 6

AGO 6

SET 6

OUT 6

NOV 6

DEZ 5

Média 5,42

2.3 Cálculo do Indicador do Consumo

O levantamento do Indicador de Consumo (IC) é a relação entre o volume de água consumido em um determinado período, denominado período histórico, e o número de agentes consumidores nesse mesmo período. O agente consumidor é a variável mais representativa do

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2.4 Levantamento da Residência e Diagnóstico do Consumo

A residência é composta por nove pavimentos, sendo eles terraço, área de jardim, dois quartos, duas salas, um banheiro, cozinha e área de serviço. A família é composta por 5 pessoas, mas os usuários permanentes são apenas 3. Não há na residência, a presença de vazamentos visíveis ou não-visíveis, os vazamentos não-visíveis foram estudados através do teste do hidrômetro, feito recentemente. A residência é bastante antiga e por falta de dados, não levantamos o histórico de manutenção do sistema hidráulico e a idade exata da residência. Não consta de sistemas hidráulicos especiais, contém apenas um hidrômetro e uma caixa d’água para armazenamento com capacidade de 2000 litros. Os usos da água são para abastecimento doméstico e higiene pessoal, sendo os principais ambientes observados cozinha, lavanderia, jardim, área de serviço e vaso sanitário. Com relação ao levantamento da qualidade da água, não foram feitas análise físico-química e bacteriológica da água, apenas temos como base alguns parâmetros disponibilizados nos históricos da CAGEPA, conforme a tabela 2 abaixo:

Tabela 2. Parâmetros analisados pelos históricos da CAGEPA Ano(2012) Parâmetros analisados

Mês de Referência Turbidez Cor Cloro Coliformes totais

JAN 0,59 2,5 0,3 0

FEV 0,45 3,41 0,49 0

MAR 0,52 2,63 0,55 0

ABR 0,69 2,5 0,55 0

MAI 0,59 2,65 0,48 0

JUN 0,91 2,25 0,85 0

JUL 0,69 2,75 0,48 0

AGO 0,64 3,5 0,25 0

SET 0,64 3,86 0,51 0

OUT 0,69 5 0,4 0

NOV 0,76 4,9 0,6 0

DEZ 0,42 7,78 0,41 0

Média 0,63 3,64 0,49 0

2.5 Dimensionamento de um reservatório de aproveitamento de águas pluviais

Com o objetivo de diminuir a demanda de água pótavel na residência, vamos dimensionar

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lavagem de áreas externas.

Tabela 3. Características da residência

Número de habitantes 3

Número de banheiros 1

Área de jardim 10 m²

Área impermeável 5 m²

Área do telhado 60 m²

Coeficiente de escoamento 0,8

Precipitação anual Pombal–PB (AESA/2012) 716,8 mm/ano

2.5.1 Estimativa das demandas não-potáveis

A estimativa das demandas não potáveis abrange os diferentes usos numa residência, tanto internos quanto externos, considerando o número de moradores da habitação/empreendimento. Os valores mais usuais podem ser obtidos na Tabela 4, elaborada a partir de informações disponibilizadas na literatura.

Tabela 4. Demanda residencial não potável

Vaso sanitário

6 L / descarga 6 descargas / dia Perdas por vazamento 10 %

Lavagem da área impermeabilidade

4 L / m² / dia 4 utilizações / mês

Rega de Jardim

3,0 L /m²/dia 8 utilizações/mês

Para o cálculo das demandas não potáveis, utiliza-se a seguinte equação:

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Onde:

QNP = somatório das demandas não potáveis (L/d)

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Demandas internas

Considera-se demanda interna a utilização de água nos equipamentos localizados dentro da residência onde poderá substituir a água potável pela água de chuva, como, por exemplo, o vaso sanitário. Demanda interna é obtida através da equação:

QINT = QVS (3)

Onde:

QINT = somatório das demandas internas (L/d)

QVS = N x vol. de água do vaso sanitário x nº. de descargas (L/d) N: número de habitantes da edificação

Demandas externas

As demandas externas são aquelas onde poderá ser utilizada a água de chuva para o uso na rega de jardim, na lavagem de áreas impermeabilizadas (pisos e calçadas).

O somatório dos volumes de cada uso fornece o valor da demanda externa:

QEXT = QJD + QAI (4)

Onde:

QEXT = somatório das demandas externas (L/d)

QJD = área do jardim x volume de água x frequência de uso (L/d) QAI = área impermeável x volume de água x frequência de uso (L/d)

2.5.2 Estimativa da produção de água da chuva

Após a determinação das demandas não potáveis, é necessário que se faça a estimativa da água de chuva a ser captada na edificação, a partir dos dados relativos à área de telhado, ao coeficiente de escoamento superficial e os índices pluviométricos da região. Para essa estimativa, aplica-se a seguinte equação:

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V = A x P x C (5)

Onde:

V = volume de água de chuva a ser captado (m³), A = área do telhado (m²),

P = precipitação anual na região (m/ano), C = coeficiente de escoamento

2.5.3 Descarte da água de lavagem do telhado

O reservatório de descarte destina-se à retenção temporária e ao posterior descarte da água coletada na fase inicial da precipitação. Recomenda-se o descarte de 1,0 L/m² ou 1 mm de chuva por metro quadrado de telhado.

Vdescarte = A x 1L/m² (6)

2.5.4 Volume do reservatório

O volume do reservatório deve ser calculado a partir dos valores estimados das demandas não potáveis, adotando um período de retorno que represente o maior de números de dias sem chuva na região. Com isso, será possível garantir uma reserva de água suficiente para atender às demandas na edificação nos períodos onde não há ocorrência de chuvas. Para tanto, utiliza-se a seguinte equação:

V RES = QNP x DS (7)

Onde:

VRES = volume do reservatório (L)

QNP = somatório das demandas não potáveis (L/d) DS = maior número de dias sem chuva na região (dias)

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2.5.5 Eficiência do sistema de aproveitamento de água de chuva

Ao término deverá ser calculada a eficiência do sistema de aproveitamento da água de chuva, de modo a se determinar o impacto que a implantação deste sistema causaria no consumo de água da residência.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a residência pesquisada, obteve-se um indicador de consumo (IC) de 4,94 litros/pessoa.dia. Na tabela 5, apresentamos os valores encontrados para o dimensionamento do reservatório de aproveitamento de águas pluviais na residência.

Tabela 5 – Resultados do dimensionamento do reservatório na residência

Demandas Internas (QINT) 118 L/d

Demandas Externas (QEXT) 10,7 L/d

Demandas Não Potável (QNP) 129,5 L/d

Volume de água de chuva a ser captado (V) 34,37 m³/ano Descarte da água de lavagem do telhado (Vdesc) 60 L

Volume do reservatório (VRes) 15540 L= 15,5 m3

Com base nos resultados obtidos, a eficiência do sistema de aproveitamento de água de chuva na residência foi de . Não foi detectada a presença de vazamentos visíveis ou não visíveis, por este motivo não foi proposta a instalação de tecnologias economizadoras nos pontos de consumo de água, Por se tratar de uma residência antiga e com poucos moradores, uma vez que o custo com tal implantação tornaria inviável a sua aplicação, em virtude do baixo consumo registrado na residência. Por outro lado, os desperdícios encontrados no sistema são provavelmente ocasionados pelo mau uso deste recurso por parte dos moradores, o que se faz necessária uma campanha de sensibilização aos usuários da água em questão, com vistas a conscientizá-los a respeitos dos seguintes temas:

• o objetivo da conservação da água;

• as vantagens econômicas e ambientais da redução de volume de água e de esgoto tratado;

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• a possibilidade de atendimento a um maior número de usuários.

.

4. CONCLUSÕES

A residência apresentou baixo consumo no ano estudado, devido a quantidade de usuários e a inexistência de vazamentos, o que impossibilitou a adoção de medidas economizadoras de consumo de água e técnicas de reuso, uma vez que o alto custo para a implementação destas torna inviável essa prática, já que resultaria em um baixo retorno financeiro. Porém, o estudo demonstrou que a edificação apresentou um bom estado de conservação das suas instalações hidráulico-sanitárias, que em conjunto com uma manutenção eficiente, evitará vazamentos e consumos desnecessários de água potável. Aliado a tudo isso, a implementação de um sistema de aproveitamento de água de chuva contribui diretamente para a redução do consumo de água potável, permitindo a sua utilização para fins não potáveis.

BIBLIOGRAFIA

Companhia de Água e Abastecimento da Paraíba – CAGEPA. (2012). Registros históricos de consumo de água.

GONÇALVES, R.F. (2006).Uso Racional da Água em Edificações. Rio de Janeiro: ABES.

LIMA, R. M. A. (2010). Gestão da água em edificações: utilização de aparelhos economizadores, aproveitamento de água pluvial e reuso de água cinza. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG.

SAUTCHUK, C. et al. (2005). Manual de Conservação e Reúso de Água em Edificações. São Paulo: Editora Gráfica.

Referências

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Para a bacia hidrográfica da lagoa Mirim, considerada transfronteiriça, situada no extremo Sul do Brasil, o monitoramento dos níveis do canal São Gonçalo e, consequentemente, o