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セ@
I •
-DA PAZ SOCIAL A
hegeイセonia@
DO CAPITAL:
O
SESI/Af'1 NA EDUCAÇAO DO TRABALHADOR
CLEM2NCIA MAIA VITAL
...
1
..
DA PAZ
SOCIAL A HEGH"lONIA DO CAPITAL:
-O
SESI/N1 NA EDUCAÇAO DO TRABALHADOR
CLEMtNCIA MAIA VITAL
DISSERTA'ÃO SUBMETIDA COMO REQUISITO
PARCIAL PARA OBTEN,AO DO GRAU
DE
MESTRE EM EDUCA,ÃO
{)R I ENTADOR:
'PROF. GAUDÊNCIO FRIGOTTO
RIO DE JANEIRO
FUNDA,ÃO GETÚLIO VARGAS
INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM EDUCA,ÃO
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRA,ÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS
1985
MMMMMMセMMMセMMセ@
;
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!
I
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I
I
i
•
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•
I-•
r
)
Foi relevante, para a realização 、・セ@ te trabalho, a colaboração dos se -guintes órgãos:
Serviço Social da Indústria (SESI/
AM
• Governo do Estado do Amazonas - Se cretaria da Educação e Cultura
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) • Instituto de Estudos Avançados em
Educação (IESAE) da Fundação Getú-lio Vargas
iii
t
..
•
I .
•
セgradecimentos@
b
presente trabalho é resultado de um esforço coletivo, enriquecido pela participação de inúmeras pes-soas. Na impossibilidade de mencionar todos, destacamos as que mais diretamente concorreram com inestimáveissub-sídios. )
Ao Prof. Gaudêncio Frigotto, pela orientação, amizade e, sobretudo, pelo incentivo ー。イセ@ que esta disser
tação se tornasse realidade.
A
pイッヲセ@ Maria Julieta Costa Calazans, pela ami-.
zade, sugestões, cooperação e imprescindível crítica no decorrer da elaboração deste trabalho.
A Terezinha Edna Monteiro Peixoto, amiga de to-dos os momentos, pelo constante estimulo, carinhosa aco-lhida e valiosa ajuda.
A meus pais, irmãos, cunhados e sobrinhos, pelo carinho· N・N[Zセセャ。カイ。@ de incentivo em todos os momentos.
A Irinéa, irmã e amiga, pela ajuda prestada com disponibilidade e dedicação.
constante
Ao Presidente da Federação das Indústrias do Es tado do Amazonas, João de Mendonça Furtado, pela compreen são e liberação das atividades no SESI na fase final da dissertação.
Ao Superintendente do SESI/AM, Paulo Roberto Aguiar Lopes, pela ajuda amiga nos momentos solicitados.
A Anésia Barradas, Fran, Rosa, Verônica, Alde-mir, Selma, Dóris, Ana, césar, .Edith, Antonia, Luiza, Edson, Ivany, Walmir, Maisa, Graça, Elza, Nilton, Maria do céu, Edgar, Tomãsia, Silvio, Zilda, pela amizade tradu zida em constante apoio.
•
I
..
,
,
•
I
I
A Ercilia, Antonia, Cleomar e Marlene, pela
。エ・セ@çao e paciência nos trabalhos de revisão e datilografia.
A
equipe de trabalho do SESI/AM, pelas
discus-soes, quase sempre informais, quando esta dissertação
ain-da se iniciava (1983) e as contribuições prestaain-das através
das atividades realizadas na escola e nas indústrias,
meus agradecimentos .
..
•
..
I
j
•
•
I
I
SUMARIO
pág.
RESUMO
INTRODUÇÃO
ix
1
1
1. A problemática geral do estudo
2. Delimitação do campo de investigação e
ーイッ」セ@dimentos de coleta de dados
3.
Estrutura geral do trabalho
4
7
CAPITULO
1O SESI E SUA POLITICA SOCIAL
1.1 O SESI - traços e concepçoes
1.2 SESI - metas, finalidades, objetivos
explí-9
10
ci tos e implícitos
14
1.3
Dimensões das práticas sociais a nível
na-cional
1.4 O SESI no Amazonas
20
35CAPITULO
2AS pRATICAS SOCIAIS NA RELAÇÃO SESI/AM E
EDUCA-ÇÃO DO TRABALHADOR
472.1 O trabalho realizado pelo SESI nas
indús-trias de Manaus: indicações de alguns
as-pectos
482.2 A saúde nas fábricas
64
2.3 O lazer nas fábricas
d3CAPITULO
, 3ANALISE DA pRATICA DO SESI/AM NA RELAÇÃO ALUNO
E
TRABALHADOR
3.1
A escola na fábrica
93
94
3.2
Quem são os alunos?
10u3.3
Influência da escolaridade na determinação
do nível de ocupaçao do aluno
123"
I
I
I
•
3.4 Análise da prática educativa, através dos conteúdos, atividades e da própria relação de trabalho na empresa
r
3.5
o
SESI-monia do
instituição mediadora para a
hege-capital
e/ou
para a formaçãopolí-j
tica dos trabalhadores?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
ANEXO 1 - visão geral do processo de trabalho e a
visão específica por subprojetos, contidos
...
pago
141
169
176
181
no Relatório do DR/AM. 1984 189
ANEXO 2 - Resolução do Conselho Estadual de Edu
cação/AM, autorizando o funcionamento Escolas/SESI.
vii
das
..
•
I
,
I
..
•
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Situação de educação em 17 unidades administrativas do SESI.
QUADRO 2 - caracterização do projeto e subpro-jetos - SESI/AM
QUADRO 3 - políticas de incentivos fiscais para Ãmazônia
QUADRe 4 o . Indústrias no Estado do Amazonas por
gênero de atividades
QUADRC 5 - Riscos profissionais e ambientaises pecíficos das indústrias por gêneros de atividades
QUADRO 6 - Conteúdos dos livros de iniciação às ciências e integração social.
viii
pág.
27
41
50
58
74
•
•
&
I
I
•
RESUMO
Da paz social
à
hegemonia do capital: o SESI/AMna educação do trabalhador, analisa a prática pedagógica 、セ@
senvolvida pelo SESI/AM com relação aos alunos trabalhado-res, que cursam da la. a 4a. série do ensino de 19 grau,em urna escola de fábrica em Manaus.
Essa proposta de trabalho visa questionar o ensi no supletivo numa conjuntura atual, bem corno as práticas sociais de saúde e lazer dirigidas aos trabalhadores amazo nenses.
Analisamos a filosofia do SESI num contexto his-tórico, dentro do qual sua politica de ação se relaciona com o social, econômico, politico e cultural.
A reflexão foi, portanto, realizada numa ー・イウー・セ@
tiva critica, possibilitando a compreensão de urna prática contraditória: corno é possivel o SESI, mantido pela classe empresarial, prestar serviços simultaneamente aos patrões e aos empregados?
No decorrer do trabalho buscamos captar a 」ッョエイセ@
dição capital x trabalho, mas, sobretudo, tentamos mostrar
que é exatamente a partir do exame dessa contradição que
os "técnicos" do SESI podem atuar e preservar os interes -ses dos trabalhadores.
De modo geral, constatamos que dentre os profis-sionais do SESI/AM, apesar de pactuarem com a ideologia do capital, pelas próprias eXigências da razao de ser da ins-tituição, existem alguns interessados na redefinição de sua
politica social, tendo os trabalhadores, corno ponto de
par-tida e de chegada.
Il
•
•
•
resuセ@
pe la paix Sociale
ã
I'Hégémonie d'.l Ca:oital:
i..e
SESI/AM (Service Social de I' Industrie de I 'Etat d'Amazonas)
dans le domaine de I 'éducation du travai1leur ana1yse la pratique
pédagogique dévelopée par le SESI/AM par rapport au."{
éleves--travailleurs qui suivent les classes de l'enseignement pri
maire (de la premiere
à
la quatrieme année) dans une école
d'usine
à
Manaus (capital de l'Etat d'Amazonas).
Cette proposition de travail a pour but de
セエエイ・@en question l'enseignement prirnaire accéléré du soir dans
la conjoncture actuelle ainsi que les pratiques sociales
rdela santé et des loisirs destinés aux travailleurs
àe:·lanaus
avons analysé.
Nous avons analysée la philosophie du SESI dans
un contexte historique dans lequel se situe sa politique
d'action en ce qui concerne les plans social, éconornique,
politique et culturel.
Cette analyse fut, par conséquent, réalisêe dans
une perspective critique, ce qui rend possible la
」」セーイ←ᆳhension d'une pratique contradictoire: comment est-il
pos-sible que le SESI, maintenu par la classe des
entrepre-neurs, puisse offrir ses services simultanêment aux
ー。セ@et aux employés?
Pendant le travail nous avons cherché
à
saisir
la contradiction capital x travail et, surtout,
à ョ」ョセイ@que c'est exacternent
à
partir de l'examen de cette
」」セエイ。ᆳdiction que les "techniciens" du SESI peuvent agir et
pré-server les intérêts des travailleurs. O'une façon gér.érale
nous avons constaté que, parrni les professionnels
cセ@SESI,
en dépit de s'être ralliés à l'idéologie du capital,ce par
>les propes exigences de la raison d'être de
ャGゥセウエゥセセセゥッョL@il en existe plusieurs qui s'intéressent
à
trouver
une
re-définition de leur poli tique sociale ayant comme
セッゥョエ@de départ et point d'arrivée le travailleur •
..
..
..
I
•
•
..
•
•
1. A
PROBLEMÂTICA GERAL DO ESTUDO "Este trabalho tem como objetivo a análise,e ain da que exploratória e inicial, de algumas questões que nos parecem de grande importância para entendermos a situação atual do ensino supletivo da la.
à
4a. série, realizado no Serviço Social da Indústria (SESI) de Manaus •Esta problemática sempre foi motivo de qcestio-namentos e reflexões e tem sua gênese na nossa prática co mo educadora do SESI durante vários anos.
O ensino das primeiras quatro séries do ウオセャ・エゥ@
vo de 19 grau sempre nos preocupou por sua monotonia, re-petição de materiais didáticos, metodologia e conteúdos utilizados. Estudá-lo, portanto, era partir para キセ@ 、・ウセ@ fio, em busca de alternativas para um ensino reais dinâmi co, democrático e totalmente comprometido com os alunos trabalhadores.
Outra fonte de motivação foi o curso de セ・ウエイ。@
do, quando tivemos oportunidade de formular uma série de indagações sobre a nossa prática que, somadas às ーイ・」」オーセ@
ções anteriores, viabilizaram a organização das idéias centrais deste estudo.
Trata-se de questões de diferentes 」イ、・セウL@ que extrapolam em muito o escopo deste trabalho e, 「。ウセ」セセ・ョᆳ
te, podem ser apresentadas em dois âmbitos:
a} Mostrar as práticas pedagógicas do SESI como instrumento de reprodução dos trabalhadores apenas na óti ca dos interesses das indústrias e/ou do capital, CID tam
•
•
•
J
2
-que sao:
" - Preparar os trabalhadores, em termos de co-nhecimento e habilidade que os tornem adequados ao exerci
"
cio de uma função útil, dentro do processo produtivo con-creto organizado pelo capital;
J
,.
I
- dotar os individuos de qualidades morais que
i
os adequem a relacionar-se com o 」。ーゥセャ@ no desempenho con
tinuo e disciplinado das atividades produtoras por ele or ganizado;
- integrar os trabalhadores nas' relações de
classe existentes, incorporando-os
-
a estrutura do poderdominante e ao sistema hegemônico de valores e イ・ーイ・ウ・ョエセ@
ções."l
A respeito da formação supletiva do SESI, ー」クZQセウ・@
supor que, por se tratar de urna "escola" particular, sua pedagogia poderá distanciar-se da "pedagogia" da escola universal (a dita escola acadêmica), urna escola que cada dia se torna mais função de si mesma - que prepara para o
trabalho "improdutivo" (sentido'marxista). A pedagogia
utilizada pelos profissionais do SESI poderá ser, em últi ma análise, urna pedagogia da própria empresa na medida em que ela se dá numa formação. social, cujas relações de pr2 dução são capitalistas.
Neste sentido, na medida em que a automação, o
processo técnico vai desqualificando o posto de trabalho, esta pedagogia aplicada nas quatro primeiras séries do 19 grau (educação geral) poderá distanciar-se cada vez mais
dos aspectos propriamente ditos de qualificação técnica
para "especializar-se", no interior da própria técnica, na formação ideológica, formaçã<? de atitudes, hábitos de dis ciplina, pontualidade, conformismo, etc.
lIESAE/FGV. Trabalho rural e alternativa metodológica' de . educação.
Relatório de Pesquisa. Rio de Janeiro,IESAE, 1981. p. 49.
..
3
b) O caráter imediatista e até mecânico das visões
reprodutivistas (SAVIANI, 1983), observado na discussão
teórica desenvolvida durante o curso, levou-nos a indagar em que medida essa prática pedagógica pode contrariar os próprios interesses do capital e servir de' elemento de or ganização dos interesses de classe dos trabalhadores, as-sumindo o papel específico em sua prática escolar de for-mar homens reflexivos, criadores, gerando uma consciênc·ia crItica, capaz de sedimentar a consciência de classe e uma visão de mundo, articulada com seus interesses.
Esse questionamento funda-se na perspectiva que Gramsci dá para a escola em geral, mesmo que aqui
esteja-mos nos referindo particularmente
à
escola SESI; isto nosparece pertinente se:
- situarmos a escola - organização da sociedade civil - no conjunto de instrumentos de que a classe traba lhadora dispõe para viabilizar não só a luta hegenônica, como também a instauração de uma nova hegemonia articulél:-da aos seus interesses;
- nessa escola, o intelectual funcionará セイNッ@ edu
cador, organizador e dirigente na sua tarefa de elatorar o senso comum das massas, extraindo-lhes o núcleo· válido e elevando-as a Uma consciência crítica e organização da consciência de classe;
- colocarmos ainda essa escola can um papel イ・ャセ@
vante na criação das condições necessárias, ainda que não
suficientes, para consecução de um novo bloco histórico. 2
Essas indagações remetem-nos. à necessidade
apreender as contradições que emergem na prática pedagóg!
ca, as diferentes mediações que se dão da ótica エ。セエッ@ do
capital quanto dos trabalhadores.
2CRAMSCI , Antonio.
Concepção diaZética da história.
Rio de Janeiro,Ci•
•
4
O-ponto de partida para essa análise é a escola _como aponta Lettieri: um local de "trabalho improdutivo _forçado". Temos entio os filhos da classe dominante
pro-セャッョァ。ョ、ッ@ uma escolaridade ゥセーイッ、オエゥカ。L@ tendo cada vez
me-セョッウ@ oportunidade de trabalho, e os filhos dos operarios
!'condenados" ao trabalho de exploração e sem direito a uma
escolaridade mínima. 3
Trata-se de questões que têm implicações com a organização do trabalho escolar, com o papel desempenhado
_pelo professor, com o problema do conteúdo, do セ←エッ、ッ@ e
da relação entre educação e trabalho, educação e formação da consciência.
Como assinalamos anteriormente, esse conjunto de questões está subjacente ao objeto que passacos a deli -mitar para nossa análise.
2. DELIMITAÇÃO DO CAMPO DE INVESTIGAÇÃO E procediセセtos@
PA COLETA DE DADOS
De acordo com a problemática anteriorcente ex -posta, propomo-nos analisar, por urna perpectiva critica,a prática educativa que se efetiva no SESI e, ー。イエゥ」オャ。イュ・セ@
te, a nível supletivo da la.
à
4a. série no SESI deMa-naus.
Para realizar esse estudo dentro dos objetivos
propostos, isto
é,
de_ acordo com as questões especifica-das na problemática, foi selecionada a instituição SESI,o Departamento Regional do Amazonas e, mais particularmente
ainda, urna escola localizada na grande empresa SrasilセtF@
Inicialmente, o estudo seria realizado em duas escolas do SESI - urna aue funciona na fábrica e outra
10-3LETTIERI, A. A féibrica e a escola. In: GORZ, André, org. er:t1;icc. da
divisão do trabalho. sio Paulo, Martins Fontes, 1980.
•
.,
J .
5
calizada no Centro de Atividades4 mas depois demos
prefe-rência apenas
à
escola da fábrica, pela relação quetenta. remos fazer entre trabalho escolar e a inserção no traba -lho produtivo •. Utilizaremos, porém, diversas vezes, dados dos alunos que compoem a escola do Centro de Atividades do
SESIs para comparações e exemplos em outras situações.
Os alunos desta escola trabalham em fábricas diversas e há entre eles um percentual elevado de alunos desempregados e crianças de 11 a 13 anos.
Apesar de não termos a pretensão de fazer genera lizações, o presente estudo de caso assume grande relevân-cia por tratarmos de uma instituição de caráter nacional, cuja ideologia é similar em todos os estados.
A relevância fundamental,entretanto, decorre do foco básico da problemática que pretendemos desvendar, co-mo também suscitar inquietações, questionamentos, e escla-recer as condições objetivas de que dispomos para a produ-ção deste trabalho. Superamos os limites pessoais da difi culdade de síntese e apresentamos esta dissertação como pro dução acadêmica de conclusão de curso. Essa dificuldade de síntese é o reflexo de nossa formação educacional: tradi
-cional, burguesa, religiosa e metódica que negou a visão
mais crítica do mundo. Passamos a ter uma visão mais
crí-tica da realidade depois desse mestrado, sem o qual essa
síntese jamais seria possível. Também a convivência e a
troca de idéias com os colegas do SESI-AM, durante os dois
4Centro de Atividades
é
uma unidade operacional do SESI onde são realizadas atividades nas areas de educação, saúde, lazer e serviço so-cia!.
SEsta escola fica localizada no bairro do Aleixo, no Centro de Ativida
des do SESI. Atende a trabalhadores de diferentes fabricas e também
a
muitos desempregados. Funciona com o supletivo da la. à 8a. série,nos
turnos vespertino e noturno. Este centro foi construído em conjunto
•
t
6
anos que reforçaram a elaboração desta dissertação,
pos-sibilitaram-nos maior segurança para a interpretação empí
rica.
Para efetuar a análise sobre o presente
traba-lho,
オエゥャゥコFセッウZ@1. Dados primários - entrevistas com
alunos,ex-alunos e professores, bem como observação direta e
parti-cipação durante os anos de 1983 e 1984 em todas as
ativi-dades realizadas pelo SESI e, mais especificamente,oorn os
alunos.
Rセ@
Dados secundários - relatórios, publicações,
estudos e conclusões de encontros sobre a coordenação do
SESI - Departamento Nacional e do SESI/AM.
Os depoimentos, as entrevistas abertas, o
que
foi observado e apreendido, como também as absorções ex
-plícitas e im-plícitas, serviram de conteúdo para a
análi-se dos análi-seguintes aspectos:
- a organização do trabalho escolar, a metodolo
gia aplicada no curso, o conteúdo desenvolvido e o espaço
político que os professores têm na instituição;
- o conhecimento teórico que os orientadores de
aprendizagem possuem da política de ação do SESI, da
si-エセ。 ̄ッ@
sócio-político-econômica dos trabalhadores e qual
a explicação gue dão para a sua açao;
- quais as resistências e a aceitação
ュ。ョゥヲ・ウエセ@das pelos alunos e professores quanto ao desenvolvimento
da prática pedagógica - tipo de conteúdo e relação com o
trabalho, duração do curso e projeção para a vida;
- a influência da escolaridade na determinação
do nível de ocupação do aluno;
- o que a escola tem feito corno mediadora para
a formação política dos trabalhadores;
t
!
I
l
t
•
...
7
- se o sesiセam@ está ori.entando os alunos para
ótica do capital ou está realizando algo concreto, カッャエ。セᄋ@
do para o aluno trabalhador.
3. ESTRUTURA GERAL DO TRABALHO
Como foi dito na introdução, objetivamos, com a realização deste trabalho, analisar criticamente a práti-ca edupráti-cativa realizada pelo SESI na fábripráti-ca BRASILJUTA a-través do seguinte processo de conhecimento: O SESI e sua polí tica social; o SESI/AM na relação educaçã"o do traba -lhador e o SESI/AM na relação aluno e traba-lhador.
No capítulo 1, sobre o SESI e sua política so-cial, averiguamos em que medida essa "pedagogia" particu-lar desta instituição representa um instrumento de repro-dução da classe trabalhadora apenas na ótica dos interes-ses dos industriais, da classe dominante, ou em que medi-da, por ser a prática educativa contraditória, ela também pode servir de elemento de organização e aglutinação dos interesses de classe dos trabalhadores. E, para isso,tor
nou-se indispensável o conhecimento do contexto em que
foi criado, sua política social e a história do SESI/AM.
No capítulo 2, sobre o SESI/AM, na relação educa ção do trabalhador, discutimos o trabalho de ação educati
va do SESI realizado através das diferentes práticas de
saúde e lazer. Analisamos essas práticas sociais como es tratégia de hegemonia do capital •
No capítulo 3, sobre o SESI na relação aluno e trabalhador - objeto principal do nosso estudo - analisa-mos a história dos trabalhadores que estudam na fábrica,o que se passa no dia-a-dia da sala de aula e como estão sen do desenvolvidos Os conteúdos e as atividades.
Averigua-mos ainda como esse tipo de educação, embora tenda a dar
im-•
.
·
•
8
ーセエ・ョエ・@
. para impedir que, contraditoriamente, esse con
-teGdo, essa disciplina, etc.,'
prios interesses do capital e
ganização dos trabalhadores .•
-possam contrariar os
pro-servir de instrumento de or
•
I
•
•
-1.
O
SESI E SUA POLITICA SOCIAL
.
.
•
•
10
-1.1. O SESI - traços e concepçoesEspecificaremos em linhas gerais os fatores que influenciaram a criação do Serviço Social da Indústria (SESI), por serem imprescindíveis para a compreensao e aná lise do problema proposto.
Os anos que se seguiram após a II Guerra Mundial
(1945) foram marcados por agitações em busca de renovaçoes nas tradicionais estruturas econômicas do País. Essas agi-tações eram provocadas pelo baixo padrão de vida do povo,
desníveis regionais, regime inflacionário, carência de ヲ。セ@
tores básicos de produção, baixo nível educacional da clas se trabalhadora, interrupção do suprimento externo de pro-dutos industrializados, influência da política econônica e propagação de idéias nacionalistas.
Para favorecer a economia interna brasileira
ha-via necessidade de expansão das indústrias no Brasil セ@ 」ッセ@
seqHentemente, o eウエセ、ッ@ e os empresários reclamavam por
uma instituição que visasse conformar a classe trabalhado-ra de acordo com o modelo capitalista emergente.
Alguns trabalhadores qualificados e politizados,
vindos de outros países atraídos pela necessidade de
mào-de-obra especializada, devido
à
expansão das indústrias noBrasil, passaram a influenciar positivamente os trabalhado res brasileiros. Para os empresários, 'era o comunismo que estava se propagando e eles deveriam com urgência "cortar o mal pela raiz", conforme depoimentos de Roberto Si:::onsen.
liA educação do SESI foi destinada ao co::bate ao comunismo e os técnicos para isso devem abandonar a ir.si-nuação sutil de idéias e doutrinas que desfigurem as tradi ções e deforma o homem. ( ••• ) não é possível que ?ossa ha-ver exploração do homem pelo homem. Justiça e libercade
-sao conceitos que se irmanam e completam. A possibilicade de coação econômica tende a desaparecer em função das afir
,
f
i í
•
11
-maçoes da justiça social, que se inspira, numa perfeita
conciliaçio de meios e fins, nos superiores princlpios da
moral cristi." E acrescenta ainda: "O SESI será um
ins-trumento por excelência de vulgarizaçio da cultura, de
po-pularizaçio dos valores culiurais nos·meios proletários,
operando o que um pensador cristio chamou de 'modelação do
espírito' humano."6.
Essa justiça e paz social pregadas pelo SESI
」ッゥセ@cidem com os anseios de paz social propugnados pela Igreja
Católica. E, para cumprimento desses preceitos, os
presi-dentes das federações industriais justificaram ao
ーイ・ウゥ、・セ@te da Confederação Nacional da Indústria a necessidade de
ser criado
uin
serviço capaz de "defender e valorizar o tra
balhador da indústria e resolver os seus problemas
decor-rentes das dificuldades da vida, favorecer atividades
edu-cativas e culturais, implementar pesquisas
sócio-econômi-cas, visando o incentivo
à
atividade produtora.
,,7Como re·
presentantes da elite industrial (Roberto Simonsen,
Euval-do Lodi e outros), começaram a lutar pela indústria de
ba-se e pela criação de uma instituição que formasba-se o
traba-lhador para a produção e manutenção do sistema industrial.
Neste contexto foi criado o Serviço Social da
In-dústria (SESI), a
19de julho de
1946,a ser organizado e
dirigido pela Confederação Nacional da Indústria.
8 セ@uma
entidade de direito privado, nos termos da lei civil, com
o encargo de prestar assistência social aos trabalhadores
da indústria, dos transportes, das comunicações e da pesca,
a seus dependentes e, em última instância,
à
comunidade.
Essa assistência social abrange os trabalhadores de todo o
6Si1DQnsen,
C.Roberto.
Evolução industrial no Brasil e outros.são Pau
lo, Universidade de são Paulo, 1973. p. 379 (Série Brasiliana,
v.
349.)
7Dipet1'izes gerais de açãO
dO
sesiセ@item 5.1.
..
12
Pais, e legalmente o SESI é controlado pelo Estado
confor-me inscrição no Registro Civil das pessoas jurídicas,
no
livro
A,
número
1,sob o número de ordem
55,em data de
7de agosto de
1946,publicado no
Diário Oficial,
de
22de ou
tubro do mesmo ano, página
14.421.r
De 20.7.46
a
1.8.62suas atividades foram
disci-113,do
- i
plinadas pelo Regulamento aprovado pelai Portaria n9
. J
MTIC, e de
2.8.62a
1 .. 12.65,pelo Regulamento aprovado
pe-la Portaria s.n. de
30.7.62,achando-se em vigor, presente
mente, o Regulamento aprovado pelo Decreto nQ
57.375,de
2de dezembro de
1965(publicado no
Diário Oficial"
3dez.
1965) .9A exemplo do Serviço Nacional de Aprendizagem
In-dustrial (SENAI), suas despesas são custeadas por uma taxa
sobre o montante das folhas mensais de pagamento dos
・ューイセ@gados, devida exclusivamente pelos empregadores.
o
SENAI contribui diretamente para as indústrias
na aprendizagem industrial dos trabalhadores,
orientando-os para uma ocupação concreta no processo industrial.
As
instituições educacionais do estado, com a obrigação da de
mocratização do ensino-educação para tOQOS, não
classes trabalhadoras dentro de uma pedagogia
como fazem o SESI e o SENAI 'formando a força de
atingem as
específica
trabalho
voltada para os objetivos do capital.
IOE o SESI veio para
complementar esta educação técnico-profissional do SENAI e
do estado, atuando nas áreas de educação, saúde e lazer.
o
SESI surgiu dentro de características
peculia-res de um momento econômico, político e social em que o Go
9Dados extraídos do
Regul,amento
doServiço Social,
daIndústria (SESI).
Serviço de Comunicações da Divisão Administrat1va do Departamento Na
ciona1, 1969. p. 7.
-IOA história do surgimento do SENAI
é
elucidativa, neste contexto.Pa-ra isso, ver fイゥァッエエセ@ Gaudêncio. Serviço Nacional de Aprendizagem iセ@
dustria1. Retrospecto histórico. In:
Efeitos cognitivos
セ@escolari-dade do
SENAI e escola acadêmica convencional:
uma escola para cadaclasse social? Dissertação de mes.trado. Rio de Janeiro, IESAE/FGV,
1972.
f
I
セ@
I
•
•
NiLNセ⦅N@
•
•
13
verno tinha interesse e força para negociar, com os indus- ..
セ@triais, a criação de um organismo que seria
também
por ele
controlado. Para melhor compreensão de sua função
セッ」ゥ。ャL@procuramos analisar esta
ヲオセ ̄ッ@em face de conceitos teóri
cos de Estado, sociedade civil, sociedade política e
ィ・セセ@monia.
(
!
tica
A criação do SESI foi mais um)'mecanismo de
"poli-social" do Estado para conseguir manter a
estabilida-de do regime político e da orestabilida-dem social, tão ameaçados com
a conseqdência da guerra,
」ッョウゥ、・イ。ョ、ッMウセ@que:
"o
Estado セ@ a forma na qual os "individuos de umaclasse dominante fazem valer seus interesses comuns e na qual se resume toda a sociedade civil de uma セーッ」。L@ segue-se que todas as instituições comuns são mediadas pelo Esta do e adquirem 。エイ。カセウ@ dele uma forma politica."ll
A sociedade civil é, pois, considerada como a
ba-se da estrutura social, uma sociedade de cidadãos, de
gru-pos e classes que são o sustentáculo da "sociedade
políti-ca" ou Estado. Para Gramsci, "sociedade polítipolíti-ca" ou
Esta-do corresponderia, respectivamente, à função de
"hegemo-nia" que o grupo dirigente exerce sobre o conjunto do
cor-po social e à de "dominação" ou comando que se
através do Estado e do poder "jurídico".12
expressa
Ainda para Gramsci, a sociedade civil seria
cons-tituída pelos organismos chamados privados, que não se
カゥセ@culam ao aparelho estatal propriamente dito, exercendo fun
ções que, muitas vezes, não são sequer claramente
políti-cas. Seria o complexo da superestrutura ideológica e
cor-responde à função de hegemonia que o grupo dominante
exer-11Marx, Karl
&
Engels, Friederich. Aideologia aZemã.
Trad. jッウセ@ Car-los Bruni e Marco aオイセャゥッ@ Nogueira. são Paulo, Grijalbo, 1978. p.98. 12Portelli, Hugues. Gramsaie o bZoao históriao.
Trad. AngelinaPeral-va. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977. p. 31.
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14
ce em toda a sociedade.13
Constata-se a partir das análises que o SESI é um instrumento de' manipulação do Estado,da classe dominante, através do empresariado brasileiro. E, para isso, é .dire-cionado a produzir urna ideologia própria para os trabalha-dores das indústrias, com o fim de desenvolver a hegemonia
do capital. Objetiva, assim, atingir o trabalhador
inte-gral para o capital sendo uma instituição submetida ao po-der estatal, controlada pela classe empresarial.
Sua filosofia
é
assegurada e ャ・ァゥエゥュセ、。@ pelo estado, através da Confederação Nacional da Indústria que regu
lamenta e 」ッセエイッャ。@ o seu funcionamento interno. セ@ a classe
dominante representada pelo empresariado que exerce um
po-der de aliança com as outras forças sociais, dirigindo e
controlando a instituição SESI com uma ideologia própria.
1.2 SESI - metas, finalidade, objetivos explicitos e implicitos
Os aspectos abordados anteriormente sobre o SESI
セ@ traços e concepçoes - indicaram-nos, em linhas gerais,
sua gênese histórica de comprometimento com a classe domi-nante. Neste item, faremos uma breve contextualização so-bre sua politica de ação, contida em suas metas, finalida-de e objetivo.
Corno metas explicitas, desde sua criação encontra
mos em seu Regulamento lia valorização da pessoa do
traba-lhador e a promoção de seu bem-estar social; o desenvolvi-mento do esp!rito de solidariedade; a elevação da
produti-vidade industrial e atiproduti-vidades assemelhadas e a melhoria
13Gramsci, Antonio. Os inteZeatuais e a opganização da aultupa. 3. ed.
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15
, geral do padrão de vida." 1 4
Como finalidade do órgão, no art. 19 do Regula-mento está definida: "Estudar, planejar e executar medidas
que contribuam, diretamente, para o bem-estar social dos trabalhadores na indústria e nas atividades assemelhadas, concorrendo para a melhoria do padrão de vida no país e, bem assim, para o aperfeiçoamento moral e cívico, e o
de-i
senvo1vimento do espírito de solidariedade entre as c1as-ses."15
Em sua finalidade geral, o SESI propoe ainda "auxi 1iar o trabalhador da indústria a resolver os'seus proble-mas basicos de existência (saúde, alimentação, habitação, instrução, trabalho, economia, recreação, convivência
so-. .- . - . ャセG@ ,,16
c1al e consc1enc1a SOC10-PO 1t1ca.
Na mesma ótica de "valorização da pessoa do エイ。「セ@
lhador", temos em seus objetivos principais, conforme o art. 59 do Regulamento, "alfabetização do trabalhador e seus dependentes; educação de base, educação para a econo-m1a, educação para a saúde física, mental e emocional, ・、セ@
」。 ̄セ@ familiar; educação moral e cívica e educação comuni-taria."17
As categorias explicitadas acima nos evidenciam que a "valorização da pessoa do trabalhador", o "desenvol-vimento do espírito de solidariedade" e a "melhoria geral do padrão de vida dos trabalhadores", como as demais, vi-sam a elevação da produtividade industrial. Essas medidas de política social são incentivadas, considerando-se que
lia 'valorização da personalidade do trabalhador' e de suas capacidades tornou-se um meio de atrair a mão-de-obra,
ca-ャセr・ァオセ・ョエッ@
do
Serviço Soaialda
Indústria. Rio de Janeiro, Serviço de Divulgação do SESI - DN, 1965. p. 8, art. 39.15Ibid. p. 7.
•
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16
tivá-la, resolver o absenteísmo e prevenir conflitos."l8
Essas medidas de politica social interferem dire-tamente na val,orização da força de trabalho - como produto ra de mais valia - e não na "valorização da pessoa do tra-balhador" e no seu "bem-estar social", conforme ・ウー・」ゥヲゥ」セ@
çao em suas metas.
A "valorização da pessoa do trabalhador" exige sa lário justo e segurança no emprego, mas o que vemos de ヲッセ@ ma generalizada são trabalhadores assalariados,
represen-tando para o capital somente um valor - o de mais-valia. Vendem sua força de trabalho por um salário injusto que 、セ@ veria satisfazer suas necessidades básicas de existência, mas isso nao vem acontecendo.
No caso do SESI, a prestação de serviços sociais educação, saúde e lazer destina-se especialmente àque-les trabalhadores que conseguem vender sua força de traba-lho, discriminando-se parcialmente os desempregados das in dústrias e mesmo os aposentados.
As maiores dificuldades para o educador, como ve-remos depois, é educar o desempregado, o aluno recém-demi tido da fábrica, desprovido das condições de satisfação de suas necessidades básicas de sobrevivência.
o
SESI, conforme o item 5.6 de sua política de Ação, "poderá desenvolver, em caráter supletivo, programas para o atendimento de necessidades básicas em suas áreas de atuação"; mas sabe-se que o "bem-estar social" apregoa-do pelo SESI nao traduz o que preconiza o marxismo ao fa-lar sobre a satisfação das necessidades básicas do homem. Para Marx,liA produção oferece não somente um objeto ã neces sidade como tambem uma necessidade ao objeto. ( ... ) esse
18Lettieri, Antonio. A fábrica e a escola. In: Gorz, Andre. op. cito
•
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17
consumo enquanto impulso tem o objeto como mediador. A ne-cessidade que o consumo experimenta desse objeto e criada pela percepção que dele se possui. O objeto de arte - como qualquer outro produto - cria um ーセ「ャゥ」ッ@ apto para compre-ender a arte e gozar da sua beleza. A produção não somente produz um objeto para o sujeito como tambem um sujeito pa-ra o objeto."19
Na perspectiva marxista, as ョセ」・ウウゥ、。、・ウ@ básicas fundamentais para a sobrevivência dos trabalhadores sao: a saúde, alimentação, habitação, instrução, trabalho, econo-mia, recreação, convivência social e consciência sócio-po lítica. O SESI, embora em sua política de "bem-estar so-cial" use linguagem que insinue responder aos anseios fun-damentais do homem, nao chega a atingir concretamente as necessidades de que o homem é possuído e possuidor.
A "solidariedade entre classes" exige igualdade de classes, mas a realidade nos evidencia a desigualdade de classes, onde os dominantes - os capitalistas - explo-ram os dominados - os trabalhadores. Esta divisão de clas-ses permite ao capitalista a obtenção de mão-de-obra bara-ta e disciplinada, reproduzindo a força de trabalho nas condições impostas pelo capital. Estas desigualdades so-ciais estabelecem em qualidade e quantidade os tipos de educação, saúde e lazer adeguados para as diferentes clas-ses sociais. Na escola, a burguesia utiliza mecanismo his-tórico para essas desigualdades, conforme nos indica Savia ni:
liA pressão em direção
ã
igualdade real (na esco-la) implica a igualdade de acesso ao saber, portanto,ã
dis tribuição igualitaria dos conhecimentos disponíveis. Mas aqui tambem e preciso levar em conta que os 」ッョエ・セ、ッウ@ cul-turais são históricos e o seu cara ter revolucionario esta intimamente associado a sua historicidade. ( ••• ) Umapeda-19Marx, K. Apud Faleiros, Vicente de Paula. A poZ{tica sociaZ
do
Estado capitalista. são Paulo, Cortez, 1980. p. 34.
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18
gogia revolucionária centra-se, p01S, na igualdade essen-cial entre os homens. Entende, porem, a igualdade em ter-
...
mos reais e não apenas formais. Busca, pois, converter-se, articulando-se com as forças emergentes da sociedade, em instrumento. a serviço de uma sociedade igualitária. Para isso, a pedagogia revolucionária, longe de secundarizar os conhecimentos descuidando a sua transmissão, considera a difusão dos conteúdos, vivos e atualizados, uma das tare-fas primordiais do processo educativo em geral e da escola em particular. fl2oA escola, portanto, representa uma エセイ・ヲ。@
essen-cial em proporcionar a igualdade soessen-cial através da utiliza
ção de uma pedagogia revolucionária, sem, contudo, cobrir
esta função global, porque mediante uma política ウ」ゥッM・」セ@
nômica mais ampla é que as desigualdades e o desajuste so-cial poderão ser superados.
A categoria de "convivência social" exige "cons-ciência de classe" e, com base em comentários anteriores, a proposta de política social do SESI é de origem populis-ta e aparentemente democrática, mas em seu bojo traduz me-didas concretas de discriminação e privilégio. Mas não des cartamos a hipótese de que essas políticas sejam voltadas
aos trabalhadores
à
medida que eles forem sensibilizados aassumir o papel de transformação da realidade.
Essa sensibilização poderá acontecer através das práticas de educação, saúde e lazer propostas pelo SESI e comentadas no decorrer do trabalho.
Quando analisamos a prática educativa, levamos em
consideração que fia estrategia burguesa em relação ã prãti
ca educativa escolar não consiste apenas na negação do sa-ber socialmente produzido pela classe trabalhadora, senao
-tambem na negação ao acesso do saber elaborado,sistemati-2oSaviani, D. Apud Frigotto, Gaudêncio.
A produtividade da escola
ゥュセ@produtiva.
são Paulo, Cortez / Autores Associados, 1984. p. 201.f
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•
19
zado e historicamente acumulado. A desqualificação da esco la para a classe trabalhadora consiste exatamente na ウセュᆳ
ples negação da transmissão deste saber elaborado e siste-matizado ou nO'aligeiramento desta transmissão. A luta
pe-la apropriação deste saber セ@ enquanto um saber que nao
-por natureza propriedade da burguesia - pela classe traba-lhadora aponta para o caráter contraditorio 40 espaço esco lar. Contradição que se explicita mediante a luta pela apropriação do saber elaborado, sistematizado e acumulado para articulá-lo aos interesses de classe em conjunturas e movimentos sociais concretos."21Eis, portanto, como entendemos a política de açao
do SESI ・クーイセウウ。@ em suas metas, ヲゥョ。ャゥ、セ、・ウ@ e objetivos:
- de uma forma explícita, comprometida com a bur-guesia empresarial no sentido de favorecer lia elevação da produt?-vidade industrial";
- de forma implícita e contraditória, questiona-mos quais as estratégias que são utilizadas para o
cumpri-mento das funções de "valorização da pessoa do trabalhador,
promoção de seu bem-estar social, desenvolvimento do espí-rito de solidariedade, da consciência socio-política e me-lhoria geral do padrão de vida." 22 Funções estas bem expli citadas, mas de difícil realização num comprometimento ex-clusivo com os trabalhadores. Para que o SESI realize essa aliança de comprometimento exclusivo com os trabalhadores, fez-se necessária uma reforma radical de sua política
so-cial. A reestruturação da sua política de 。 ̄セ@ somente nos
aspectos políticos e econômicos, sem alteração estrutural
e ideológica, passa a acentuar cada vez mais a ideologia
burguesa.
21 Frigotto, Gaudêncio.
A produtividade da escola improdutiva.
op. cito p. 20l.22Regulamento do Serviço Social da Indústria.
op. cit., p. 8, art. 39 •f
•
•
I •
..
•
1.3. Dimensões das práticas sociais a nível nacional
20
Para uma melhor compreensao da política de açao do SESI, vamos fazer indicações das atividades realizadas
em âmbito nacional nos 32 estados do País e em todo o
ter-.". ... セNG@ セセ[[@ .... >::':.
-ritoriQ;.odá federaçao, nas áreas da educação, saúde, lazer,
serviço
G[セセセゥ。ャ@
e assistência alimentar, econômico-financeira e jurídica.
A) Educação
Com referência à escolarização, o SESI mantém o ensino pré-escolar que atende às crianças na faixa
de O a 6 anOSi o ensino regular de 19 grau, da ャセ@ à
rie e o ensino supletivo de 19 e 29 graus. Além do
etária Sa セ@
. se-ensino regular e do ensino supletivo, nas funções de suplência e suprimento, o SESI atua na educação não-formal, abrangendo os cursos de suprimento: educação familiar, artística/cul-tural, capacitação funcional e de qualificação. Corno supoE te às atividades educacional, o SESI mantém cinco modalida des de serviços de bibliotecas:
- bibliotecas especializadas, localizadas nas di-visões e subdidi-visões dos Departamentos Regionais da entida
dei
- bibliotecas escolares, que colocam
i
disposiçãodos educandos e professores recursos bibliográficos compa-tíveis com as exigências e o desenvolvimento do ensinai
- bibliotecas circulantes, com o objetivo de di-vulgar a cultura no interior do estado, através de campa-nhas, utilização de recursos audiovisuais, palestras e con cursos;
•
•
•
21
recreativa;
- e bibliotecas-ambulantes, que levam os livros às comunidades, emprestando-os aos interessados.
Na educação pré-escolar, merece questionamento um programa implantado pelo SESI denominado "mãe substituta", em que senhoras da comunidade tomam conta dos filhos dos trabalhadores, na faixa etária de 3 a 6 anos, durante a jornada de trabalho. Muitas vezes essas "maes substitutas" são escolhidas pelas mães reais, entre pessoas de seu mes-mo nivel social. Este programa está em funcionamento nos Departamentos Regionais do SESI do Rio Grande .do Sul e San ta Catarina, no entanto, três problemas surgem de sua prá-tica:
1. diante da precariedade de formação da "mãe substituta", as crianças poderão entrar num processo de deseducação, pois estas senhoras, mesmo com treinamento e .acompanhamento, não alcançarão o nivel de preparo pedagógi
co da educadora;
2. a repercussao que essa atividade tem sobre o desemprego da professora, pois ela é substituida em sua função pela "mãe substituta";
3. a exploração a que essa "mãe substituta" está sendo submetida. Na realidade, ela desenvolve um trabalho e por ele faz jus a um retorno financeiro.
Essas considerações foram elaboradas com base num documento do SESI e requerem reflexão; alertamos também so bre a implantação desse programa de forma generalizada pe-lo SESI somente por apresentar vantagens de ordem econômi-co-financeira. No documento, encontramos referências dessa ordem: "Enquanto numa creche convencional se despende
men-salmente uma media de Cr$150.000 a Cr$200.000 por criança, no programa informal se despende, hoje, entre Cr$ 25.000 a Cr$ 45.000. Daí a possibilidade e: em vez de 150 crianças, atender-se em media, 1.500. Sem prejuízo de qualidade, e im
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•
22
ーッセエ。ョエ・@ ー・ョウ。セ@ na オョゥカ・イウ。ャゥコ。セq@ da oferta educacional
ー。セ。@ a faixa ・エ¬セゥ。@ a que nos セ・ヲ・イゥュッウ@ neste· item."
Exatamente como foi observado, esses programas ーセ@
derão. ser implantados sem prejulzo da qualidade do ensino e acrescento ainda: levando-se em consideração a realidade sócio-econômica de cada estado.
Os cursos de Capacitação Funcional têm por finali
dade preparar pessoal para as funções nas indústrias e ーイセ@
movem campanhas, semanas de estudo, aperfeiçoamento de pes soaI, técnicas de chefia, administração salarial, raciona-lização do trabalho e muitos outros.
Em diversos departamentos, o ensino supletivo
es-tende-se até à Xセ@ série através dos sistemas denominados
"Tele-Posto e rセ、ゥッMpッウエッBN@ Nos estados do Esplrito Santo
e Ceará, dá-se a integração SESI-SENAI, possibilitando aos alunos das duas últimas séries do 19 grau a iniciação pro-fissional, primeiro passo para seu engajamento na força de trabalho.
No ensino supletivo da ャセ@ à Tセ@ série do 19 grau,
existem experiências isoladas sem, contudo, haver um
posi-セゥッョ。ュ・ョエッ@ por parte dos Departamentos Nacional e Regional
para adequar o conteúdo programático às condições
intelec-tuais e a realidade dos alunos. De um modo geral, em
ter-mos de Brasil, as Escolas SESI utilizam a metodologia ・ューセ@
cotada do MOBRAL, educação integrada que, no desenvolvimen to da dissertação, será questionada.
Para o ensino supletivo da Uセ@ à Xセ@ série, existe
uma experiência pedagógica empreendida pelo ·Centro de eクーセ@
rimentação e Aperfeiçoamento do Departamento Nacional do
SESI, no Distrito Federal (CEADIF). O procedimento, ゥューャ。セ@
tado em 1974 no CEADIF, é o da instrução personalizada e,
hoje, é tido como modelo, sendo utilizado pelos d・ー。イエ。ュ・セ@
tos Regionais do Ceará, Rio de Janeiro e Amazonas. As dire trizes pedagógicas que norteiam as atividades do curso são:
•
•
•
•
23
aprendizagem personalizada;
montagem do conteúdo programático
à
base dete-mas que constituem centro de interesse ou unidade de
estu-dos; - planos de trabalho dos orientadores de
aprendi-zagem (professores), que defluem do projeto global, com des caracterização de matéria e disciplinas estanques, prevale cendo o relacionamento, ordenação e seqüência dos conheci-mentos em sua ordem natural e lógica;
-eliminação das palavras provas3 exames e notas3
substituindo-as por avaliação de aprendizagem e conceitos: satisfatório (se houver aprendizagem) e insatisfatório (se
-nao houver aprendizagem);
"folhas-tarefas", "fixomódulos", "redações" e "demonstrações de aprendizagem", vazados em situações
pro-blemas que obrigam o aluno a pesquisar, refletir, julgar,
discernir valores, concluir e executar;
ênfase
à
criatividade;elaboração de questões objetivas e subjetivas.
-O processo de aprendizagem compreende a açao dian te das situações-problema, considerando-se a observação ou
experiência; reflexão; análise e críticai criatividade e
aplicação.
-Em vista disso, os cursos sao ministrados sob a
forma de ensino personalizado direto e セ・ュゥ、ゥイ・エッN@ A carac
terística principal desse atendimento é o respeito ao rit-mo próprio do aluno. Na assistência direta, o aluno
compa-rece diariamente ao Centro de Ensino para participar das
sessoes de estudos e trabalho de grupo, assistido pelo ori entador de aprendizagem. Na assistência semidireta, o
alu-no comparece alu-no Centro de Ensialu-no de acordo com a sua 、ゥウーセ@
nibilidade de tempo, previamente determinada. 23
23Para maiores esclarecimentos, ver SESI. Encontro n。」ゥッイセZ@
de
eゥセ」。ᆳ•
J
•
24
Embora a proposta do curso seja baseada na pesqui
sa, anilise e crItica, processo utilizado .na "pedagogia
crítica e/ou revolucionária", na pritica esse conteúdo
é
organizado, reformulado e ・ュ「イオャィ。、セ@ pelo Centro Experimen
tal do SESI em BrasIlia e encaminhado aos estados, que se
propõem adotá-lo sem adequação
à
realidade local e de vidados alunos. Outro problema grave que pode surgir
é
arepe-tição dos conteúdos dos módulos de ano a ano, como aconte-ce na maioria dos livros utilizados no ensino de 19 grau e em cursos que utilizam módulos de ensino.
O SESI mantém em Salvador uma Coordenação de Arte sana to, onde são vinculados artesãos baianos oriundos dos Centros de Formação e produção Artesanal existentes na
ca-pital e no interior da Bahia. Desde o ano de 1982 o SESI
entrou no processo de exportação, vendendo para a Holanda
peças confeccionadas por esses artesãos, além de ter parti cipado de mostras internacionais em Dusseldorf, na
Alema-nha, e em Paris, obtendo como resultado pedidos de novas
exportações para os mercados francês e canadense. De um la do, essa atividade realizada pelo SESI tem um sentido
bas-tante discutido nos aspectos da educação; de outro, pode
estar contribuindo para o uso da produção do trabalhador, criando deformações para o artesanato em suas raízes, po-dendo ser substituIda a criatividade dos artesãos pelo
de-terminismo dos patrões influenciados pela cultura de
ou-tros paIses. Um trabalho de pesquisa com os artesãos dessa produção artesanal que extrapolou o mercado interno merece ser analisado e divulgado, a fim de tomarmos conhecimento das estratégias utilizadas por uma instituição de cunho so cial no processo produtivo.
As dificuldades encontradas no sistema
educacio-nal do SESI "ficaram evidenciadas, umas ュ。セウ@ em relação ao
aspecto político-administrativo, outras ュ。セウ@ relacionadas
com o aspecto tecnico-pedagogico. Seguindo-se relacionamos as principais:
- ausincia de criterios explícitos na' definição
I
1
セ@
,
•
25
、。セ@ política educacional, tornando-se difícil perceber os fundamentos das decisões, como tambem detectar o que e ーイセ@
posto como meta a curto, medio ou longo prazo;
precariedade dos serviços de pesquisa e informa çôes.
E
quase inexistente a memória registrada do SESI em educaçio, apesar dela existir desde 1946;i
1 . - . b) - . d" 1
- o re 。」セッョ。ュ・ョエッ@ エ・」ョセ」ッM オイッ」イ。エセ」ッ@ セヲセ」オ@ ta
Nセ@
a agilizaçio, a racionalidade e a descentralrzação no re-passe de informações e discussões, criando entraves para o processo decisório;
ausencia de assistência técnica direta e siste-mática do DN aos Regionais;
- pouco intercimbLo entre os Regionais e entre es tes e o DN;
- escassez de recursos financeiros. Diminui a ca-da ano o percentual destinado
ã
educação;- escassez de pessoal tecnico e professores;
- dificuldade de manutençao do trabalho pedagógi-co do pré-espedagógi-colar. Não há pedagógi-condição de aperfeiçoamento e ex
-pansao;-- inviabilidade de manutençao e expansao da cre-che convencional;
diminuiçio da oferta de 19 grau;
- necessidade de revisão da oferta do ensino su-pletivo;
organizaçao do programa de mae crecheira sem perda de qualidade;
- indefinição quanto ao atendimento dós aposenta-dos, desempregados e seus dependentes que procuram o SESI;
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•
! •
•
indefinição quanto ao atendimento ,·da dos industriãrios falecidos;
26
família
pouca experiência na execução de convênios;
ausência de divulgação do SESI."24
Um outro problema que o Departamento Nacional do
SESI deveria prevenir
é
a adoção, por parte dos d・ー。イエ。ュ・セ@tos Regionais, de metodologias empacotadas, incentivando
os educadores para definição de propostas calcadas na teo-ria crítica da educação.
Para maiores esclarecimentos sobre a situação da educação em 17 unidades administrativas do SESI, anexamos um demonstrativo no quadro 1.
24 SESI • VIII Encontro de Superintendentes do SESI. Brasília, Serviço de Divulgação da Subdivisão de Informação da Divisão Iecnica do SESI, 1984. p. 62 e 63. (Serie Documento, 27.)
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Cri.an- Pré-escolar
'Jnidade ças a-tendi- Alu セi・エッM .
administrativa c.lasem nos
cblo-creches gia
Alagoas 390
Ana zonas 510 Piaget
Brasl1ia(Centro de 250 1. 724 J':cléti
Elç....erimentação de> . ca
Dif'trito Federal Piaget
(CE'ADIl,o')
Ceará 87 867
Espírito Santo 321 Conven
c:ionaI
Goiás 1. 077 Silaba (,ao
セN。イ。Nョィ ̄ッ@ 892
Mato Grosso 296 Ecléti
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QUADRO 1
SITUAÇÃO DE EDUCAÇÃO EM 17 UNIDADES ADMINISTRATIVAS DO SESI
1983
M::ldalidade
19 Grau Supletivo de ensino Metodologia
Qセ@ à 4<; Uセ@ à Xセ@ Qセ@ à Xセ@ ャセ@ à Tセ@ Uセ@ à Xセ@ャセ@ ã Xセ@ Su- Su- Qua utilizada na
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Fund.Rober-to Marinho
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Mato Grosso do Sul 274 507 205
Minas Gerais .., 2.678 F"iaget 3.267 2.985
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Pará 790 Ecléti 1.902 659
ca
Paralba 293 Ecléti 1.646 482
ca
Pernrurbuco 1.279 250 1.299
Piam 368 758
Rio de Janeiro 423 Ecléti 2.822
ca
Santa Catarina 1.523 Piaget
são Paulo 194 3.015 131.384 28.687
Fonte: dados retirados de VIII Encontro de Superintet!dentes do SESI.
Brasl1ia, 1984. p. 64-6. {Série Documento, 27. )
ャセ⦅\BBBBBBLNLNB@ .. LNセセLNBB\⦅LBLLLLLLLLLLL@
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