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Parcerias empresariais: contribuição à avaliação de ativos na formação de joint ventures

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Academic year: 2017

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(1)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA

CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PARCERIAS EMPRESARIAIS:

CONTRIBUiÇÃO À AVALIAÇÃO DE

ATIVOS NA FORMAÇÃO DE

JOINT VENTURES

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA

BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SÉRGIO LEAL CALDAS

Rio de Janeiro, Dezembro de 2001

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PARCERIAS EMPRESARIAIS:

CONTRIBUiÇÃO À AVALIAÇÃO DE

ATIVOS NA FORMAÇÃO DE

JOINT VENTURES

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR SÉRGIO LEAL CALDAS

E APROVADA EM 17 DE DEZEMBRO DE 2001 PELA COMISSÃO EXAMINADORA

DEBORAH ORAE ZOULAIN

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DE PRODUÇAo -COPPE/UFRS

(3)

Ativos, ou investimentos, estarão sempre representados pelos gastos que uma entidade realiza visando obter benefícios futuros, sempre contendo uma vida útil assim comprometida. Naturalmente, os ativos podem se valorizar ou desvalorizar em função de fatores estruturais ou conjunturais que se fizerem impor ao longo do tempo.

Quando abordamos a questão das parcerias entre empresas, elementos ativos de natureza material e imaterial irão se unir visando atingir objetivos comuns. É neste momento que surgem questões relacionadas com a avaliação desses elementos envolvidos nas complexidades inerentes às peculiaridades impostas pelas atividades das partes envolvidas perante uma conjuntura econômica e social em um mundo cada vez mais competitivo e globalizado.

O presente texto aborda várias nuances sobre as Joint Ventures concentrando-se nos diferentes critérios de avaliação de ativos e de mensuração dos passivos que permeiam o mundo dos negócios. Neste particular, especial destaque foi dedicado a delicada questão dos elementos intangíveis que, direta ou indiretamente, influenciam os números que são formados e dinamizados no processo.

Após vasta apreciação dos vários referenciais teóricos sobre o tema, e ainda na própria experiência do autor identificando lacunas que merecem ser exploradas, um desses critérios se evidenciará como o de aplicabilidade mais apropriada diante das partilhas societária, de resultado e operacional quando da execução de projetos de parcerias, observada a continuidade dos negócios correntes do empreendimento.

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(4)

Assets, or investments will always be represented by the costs incurred by a corporation with the aim of obtaining future benefits, always containing a useful life being, that way compromised.

The assets can be valorized or devaluated depending on structural or economic scenario factors imposing themselves as time goes by.

When approaching the question of partnerships between companies, assets elements of material and immaterial nature will be joined seeking to reach common goals.

At this moment question, related to those elements involved in the related complexities to the peculiarities imposed by the activities of the involved parties evaluation appear, in an economical and social ensemble in a world each day more competitive and globalized. The present text approaches several nuances related to Join Ventures, concentrating itself on different criteria assets valuation and liabilities measurement criteria which permeate the business world.

On this particular aspect, special prominence was given to the intangible assets delicate question assets, which direct or indirectly influence the numbers formed or dynamized in the processo

(5)

Ao Professor PAULO EMILIO MARTINS

Que com sua natural manifestação de maestria, soube transmitir e orientar informações, conhecimento, técnica, intuição e sabedoria nos mais variados planos de consciência voltados à reflexão e organização do conteúdo deste trabalho.

Ao Professor NATAN SUZTER

Cuja demonstração inequívoca de amizade e excelência profissional proporcionou-me a indicação da trilha certa na qual obtive oportunidades de deixar fluir conhecimentos e criatividade interdisciplinar no contexto desta que, sem dúvida alguma, se evidencia como uma das mais importantes ciências de ontem, de hoje e de sempre: a ciência contábil.

À Professora DÉBORA MORAES ZOUAIN

Que com sua rara habilidade de dirigir e coordenar ações voltadas ao plano educacional soube sempre de forma sutil e inteligente fazer acontecer. Aliando-se a este contexto homenageio a sua atuação, manifestada com um peculiar brilhantismo pessoal e profissional, como coordenadora e docente deste importante Curso.

Ao Professor JAMIL MOYSES FILHO

Que com sua indiscutível demonstração de amizade e profissionalismo serviu-me de constante fonte de incentivo para confrontar os desafios que se fizeram impor à realização do presente trabalho.

Aos Professores ELISEU MARTINS e SÉRGIO DE IUDÍCIBUS

(6)

"A forma, uma vez sàbiamente manifestada, pode viabilizar a desarmonia da essência pela aplicação hâbil de diferenças".

(7)

1. INTRODUÇAO ... 1

1.1. SITUANDO A QUESTÃO CENTRAL ... ..4

1.2. A QUESTÃO CENTRAL ... 14

2. AS JOINT VENTURES ... 26

2.1. CONCEITUAÇÃO BÁSICA ... 26

2.2. ASPECTOS JURÍDICOS ... 27

2.3. MODELAGENS ... 29

2.4. FORMAÇÃO DE UMA 'JOINT VENTURE' - JV, COM A CRIAÇÃO OU TRANSFORMAÇÃO DE EMPRESA ... .30

2.5. FORMAÇÃO DE UMA 'JOINT VENTURE' POR MEIO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE EMPRESAS JÁ EXISTENTES, SEM A CRIAÇÃO DE NOVA EMPRESA, SOB A FORMA DE SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO OU DE CONSÓRCIO ... .34

3. AS JOINT VENTURES A PARTIR DAS ÓTICAS DA POLÍTICA DE CONCORRÊNCIA E DA DEFESA DO CONSUMIDOR NO BRASIL ... 36

3.1.- INTRODUÇÃO ... 36

3.2. - O SISTEMA LEGISLATIVO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA ... .42

3.2.1. A Política Antitruste no Brasil-Perspectiva Histórica ... .42

3.2.2. A Política de Regulamentação e a Limitação das Joint Ventures em Relação da Lei de Defesa do Consumidor e as Mudanças Recentes (Lei 8.158/91 e Lei 1477-51 de 27/07/98) .46 3.3. O SISTEMA ADMINISTRATIVO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA ... 52

3.3.1. Arcabouço Institucional ... 52

3.3.2. A Implementação da Política de Concorrência: O Cenário das Parcerias Empresariais na Formação das Joint Ventures ... 54

3.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 58

3.4.1. Os Possíveis Cenários Futuros ... 63

4. AVALIAÇÃO DOS ATIVOS E DOS P ASSIVOS ... 65

4.1.- AVALIAÇÃO DOS ATIVOS ... 65

4.1.1. Ativos: Algumas Definições ... 65

4.1.2. Característica fundamental do ativo ... 66

4.1.3. Sinopse dos Critérios de Avaliação ... 67

4.1.3.1. Valores de saída ... 67

4.1.3.2. Valores de Entrada ... 67

4.1.4. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO- ASPECTOS RELEVANTES ... 67

4.1.4.1. Valores de Saída ... 67

4.1.4.1.1. Valores descontados das entradas líquidas futuras de caixa, ou Perspectiva de Rentabilidade Futura ... 67

4.1.4.1.2. Preços correntes de venda - valor realizável líquido ... 70

4.1.4.1.3. Equivalentes correntes de caixa -liquidação ordenada ... 71

4.1.4.1.4. Valores de liquidação -liquidação imediata ... 71

4.1.4.2. Valores de entrada ... 72

4.1.4.2.1. CUSTO HISTÓRICO ... 73

(8)

4.2.- AVALIAÇÃO DOS PASSIVOS - SENTIDO RESTRITO ... 77

4.2.1. Considerações Gerais ... ... 78

4.2.2. Algumas definições ... 78

4.2.3. MOMENTO DE RECONHECIMENTO DAS EXIGIBILIDADES ... 79

4.2.4. Notas sobre Exigibilidades Contingentes ... ... 80

4.2.5. Avaliação das exigibilidades ... ... 80

4.3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO ... 81

4.3.1. Definição ... ... 81

4.3.2. Elementos que o caracterizam ... 81

5. A APLICAÇÃO DOS CRITÉRIOS À AVALIAÇÃO DE EMPRESAS ... 82

5.1. CUSTO HISTÓRICO ... 84

5.2. O CUSTO HISTÓRICO CORRIGIDO ... 89

5.3. CUSTO CORRENTE DE REPOSIÇÃO ... 91

5.4. CUSTO CORRENTE DE REPOSIÇÃO CORRIGIDO PELAS VARIAÇÕES DO PODER AQUISITIVO MÉDIO GERAL DA MOEDA ... 94

5.5. VALOR DE REALIZAÇÃO (OU VALOR DE MERCADO) ... 95

5.6. PERSPECTIVA DE RENTABILIDADE FUTURA ... 98

5.6.1. Custo de Oportunidade ... ... ... 102

5.6.2. Estruturação dos Elementos Tangíveis e Intangíveis na Formação e Dinâmica Numérica em uma Estrutura Patrimonial ... ... 1 09 6. ALGUNS DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS INTANGÍVEIS PRESENTES NA FORMAÇÃO E NA DINÂMICA NUMÉRICA DE UMA ORGANIZAÇÃO EMERGENTE ... 118

6.1. A CULTURA ORGANIZACIONAL ... 118

6.1.1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ... 118

6.1.2. A FORMAÇÃO DE UM NOVO AMBIENTE SÓCIO-ORGANIZACIONAL.. ... 121

6.1.2.1. A Conceituação de Cultura Organizacional.. ... 121

6.1.2.2. A Necessidade do Entendimento da Cultura em um Ambiente de Parcerias ... 124

6.1.2.3. As Funções da Cultura nas organizações Emergentes ... 124

6.1.2.4. Os Diferentes Níveis de Cultura e seu Conteúdo Vis-a-Vis: As Relações Interpessoais e Interprofissionais em uma Joint Venture ... 126

6.1.2.5. A Formação Cultural nas Organizações Emergentes e suas Perspectivas Teóricas ... 127

6.1.2.6. O Surgimento da Cultura em Pequenos Grupos ... 128

6.1.2.7. Os Fundadores da Nova Organização e a Forma dada à Cultura ... 129

6.1.2.8. A Incorporação e a Transmissão de Cultura pelos Líderes ... 129

6.1.2.9. MODIFICAÇÃO CULTURAL NAS PARCERIAS EMPRESARIAIS 131 6.1.2.10. Considerações Finais ... 135

6.2. RELAÇÕES INTERPESSOAIS ... 136

6.3. EDUCAÇÃO PESSOAL ... 139

6.4. ÉTICA E PROFISSIONALISMO ... 143

6.5. RELAÇÕES INSTITUCIONAIS ... 148

6.6. COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL ... 149

6.7. O STRESS ... 152

(9)

6.14. CRIATIVIDADE ... 170

6.15. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ... 172

6.16. CAPITAL MORAL ... 174

6.17. LOCALIZAÇÃO EMPRESARIAL.. ... 177

6.18. ACESSIBILIDADE AOS MERCADOS ... 189

6.19. DISPONIBILIDADE DE FATORES PRODUTIVOS ... 190

6.20. TECNOLOGIA OPERACIONAL E ADMINISTRATIVA ... 193

6.21. MATURAÇÃO EMPRESARIAL ... 200

6.22. LOGÍSTICA ... 203

6.23. OUTROS INTANGÍVEIS ... 209

7. UM OLHAR SOBRE A COMPONENTE HUMANA NOS ATIVOS ... 211

8. CONCLUSOES ... 220

, 9. G LOSSARI O ... 224

(10)

Falar em parcenas entre pessoas, visando atingir objetivos comuns, significa

reportarmo-nos às origens e evolução da humanidade, evocando temas afetos a todas as

ciências humanas, ligadas particularmente às relações interpessoais - sustentáculo

primeiro da busca pelas soluções harmônicas de convívio. Estas, por sua vez, formam a

base fundamental das grandes realizações, sob múltiplas formas de expressão. Afinal, é

a relação entre pessoas que dá sentido à vida.

De modo semelhante, as relações entre empresas assumem um papel de vital

importância para as suas existências, e principalmente para a sobrevivência do próprio

sistema econômico, no cumprimento do seu papel, em um mundo cada vez mais

globalizado. Neste particular, todas as ciências e teorias se fazem presente, de forma

direta ou indireta, em todo e qualquer empreendimento, desafiando o seu gestor na

busca incessante de ações voltadas ao aprimoramento empresarial, no contexto do

desenvolvimento de uma nação.

Com a globalização da economia, a sociedade mundial se vê diante de um incessante

processo de mudanças, em um ambiente cada vez mais competitivo entre indivíduos,

organizações e nações. No caso das organizações, elas se vêem sob a necessidade de

permanentes adequações às mudanças impostas por este processo, direcionando-as cada

vez mais para modelos de atuação que envolvam parcerias com outras organizações.

Formam assim, cada vez mais, as denominadas Joint Ventures que, em sentido literal,

(11)

Neste contexto, a análise e implementação de Joint Ventures deve ser observada sob

quatro fases importantes:

e

FASE: DIMENSÃO DAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS

Contempla o dimensionamento das oportunidades de negócios para projetos de

parcenas, envolvendo aspectos quantitativos e qualitativos dos recursos tangíveis e

intangíveis assim envolvidos, bem como uma avaliação das relações do projeto com os

governos municipais, estaduais e federal.

28

FASE: NEGOCIAÇÃO E ANÁLISE

Envolve, dentre os mais importantes temas, a evidenciação de interesses comuns entre

os parceiros, os aspectos estruturais e conjunturais; análise ambientalista - ambientes

interno e externo; as taxas mínimas de atratividade para a remuneração dos capitais

próprios envolvidos; os estudos de viabilidade técnico-jurídico-econômico-financeira

dos projetos de parceria, com ou sem a formação de empresas; incertezas, riscos e

méritos; definição da forma jurídica da parceria face às suas mais variadas expressões;

modelagens societária e operacional; partilhas societária, operacional e de resultados;

avaliações dos ativos e passivos envolvidos no projeto; formas de controle,

(12)

3a

FASE:IMPLEMENTAÇÃO

Abrange os aspectos relativos à execução dos projetos, tais como: projetos de

engenharia; forma jurídica de sociedade; adequação das modelagens societária e

operacional à forma jurídica; inter-relações societária e operacional; planejamento,

execução e acompanhamento fiscal e tributário; planejamento, execução e

acompanhamento contábil; controles administrativos, operacionais e gerenciais, dentre

outros.

4a FASE: CONTROLE E ACOMPANHAMENTO

Realiza-se com a implantação das formas diversas de controle, acompanhamento e

avaliação de desempenho tais como: planejamento, execução e acompanhamento

contábil, fiscal e tributário; controles administrativos, operacionais e gerenciais;

auditorias ou inspeções internas e externas; avaliação de performance técnica, jurídica,

econômica e financeira - âmbitos corporativo e segmentado -, impacto

sócio-econômico e cultural nos âmbitos interno - empresa -, e externo - estados e municípios

- e outras formas de controle e de avaliação que se fizerem mister face aos fatores

circunstanciais envolvidos com a operacionalização do projeto.

Como se vê, a dimensão do tema que envolve a formação de uma Joint Venture é de

tamanha magnitude que se faz mais do que necessário uma organização cadenciada de

abordagens. Estas, por sua vez, convergem para um mesmo objetivo final: propiciar aos

empreendedores de ambas as partes níveis de retomo sobre seus investimentos, em

patamares considerados atrativos perante as diferentes alternativas de investimentos na

(13)

A maioria dos programas de parcerias tem mostrado, nos componentes das diferentes

fases ora mencionadas, tratamentos dispersos, com pouca ou quase nenhuma noção de

conjunto, o que toma inviável a consecução dos seus objetivos.

A fim de subsidiar o perfil inovador de gestores empresariais na condução organizada e

sequenciada de temas voltados à formação de uma Joint Venture e o comprometimento

desta com os resultados finais do empreendimento, delinearemos a nossa atenção aos

critérios de avaliação de ativos e passivos assim envolvidos, elegendo aquele que

melhor se aplica às suas tomadas de decisão.

Neste sentido, o presente estudo terá como objetivo a apresentação de importantes

questões relativas a avaliação de ativos e passivos que melhor se adeque à delicada

questão das partilhas dos resultados operacionais relativos a essas parcerias. Especial

ênfase será atribuída aos elementos intangíveis presentes na formação e na dinâmica dos

números integrantes das estruturas de investimentos - ativos - e de capital - passivos,

em especial aqueles relacionados à cultura organizacional e aos capitais humano e

intelectual.

1.1. SITUANDO A QUESTÃO CENTRAL

As privatizações realizadas e ainda por realizar no Brasil representam uma operação de

alienação de controles acionários como qualquer operação de venda de

empreendimentos realizada neste ou em outros países desde que o mundo é mundo.

Assim também situam-se as parcerias entre empresas - com ou sem a formação de uma

nova empresa - em que bens, direitos e obrigações, das partes envolvidas, são

(14)

Um patrimônio de um empreendimento qualquer é constituído de bens, direitos e

obrigações. De um lado, apresenta-se o elenco dos bens e direitos que representam os

investimentos do empreendimento, termo este que é sinônimo do palavra Ativo

significando todos os gastos que o empreendimento efetua que tem vida útil e que, de

alguma forma, propiciam beneficios futuros.

Do outro lado, temos a composição das fontes de recursos representadas pelas pessoas

que estarão bancando a aquisição ou a formação desses bens e direitos, as quais são

referidas como financiadores, financiamentos, credores, origens dos investimentos, ou

outras formas análogas de expressão, terminologias estas que são sinônimos da palavra

Passivo. Este último termo, Passivo, representa assim a origem dos recursos aplicados

em um empreendimento, ou em outras palavras, os recursos alocados no seu Ativo.

Há de se destacar que esse termo, Passivo, pode ser expressado em seu sentido restrito,

ou em sentido amplo, ou global. No sentido restrito do termo, o Passivo significa o total

das dívidas do empreendimento, ou suas obrigações perante a terceiros, ou, em outras

palavras, a totalidade dos capitais de terceiros investidos no seu Ativo.

Já no seu sentido amplo ou global, o termo Passivo diz respeito não só as obrigações

para com terceiros como também para com os proprietários do empreendimento.

(15)

(todos os valores expressos em $Mil)

ATIVO PASSIVO

Ou INVESTIMENTOS ou FINANCIAMENTOS

Ou BENS E DIREITOS ou OBRIGAÇÕES

- Capital de Terceiros (Dívidas)

- Proprietários

Traduzindo em números, poderíamos, assim, melhor sintetizar:

ATIVO PASSIVO

(INVESTIMENTOS) $ (FINANCIAMENTOS) $

(BENS E DIREITOS) (OBRIGAÇÕES)

Bens numerários disponíveis xx Recursos de Terceiros 60.000

Aplicações financeiras xx

Dívidas em geral

Estoque de Mercadorias ou xx Produtos

Estoque de materiais de xx Recursos dos Proprietários 40.000

consumo

Contas a receber xx (ou Patrimônio Líquido)

Imóveis xx

Capital social, reservas,

Máquinas e Equipamentos xx

Lucros (Prej.) acumulados

Instalações xx

Móveis e utensílios xx

Veículos xx

Outros bens e direitos xx

TOTAL 100.000 100.000

Os recursos dos proprietários são também denominados de Patrimônio Líquido.

(16)

deduzido do total das dívidas, ou obrigações perante a terceiros, no caso, $60.000,Mil.

Logo, os $40.000,Mil restantes pertencem aos proprietários do empreendimento, ou

seja, aqueles que possuem as cotas ou ações representativas do seu capital social.

Basicamente, dois grandes motivos nos direcionam à abordagem deste tema de forma

simples e objetiva. O primeiro, é o de enfatizar que em um processo de venda de

empresas - particularmente no âmbito das privatizações -, ou de destinação total ou

parcial de um patrimônio corporativo (empresa como um todo) a um projeto de

parcerias entre empresas, formando-se uma Joint Ventures, o que se vende, ou se

destina a esse projeto, é o patrimônio dos proprietários - em todo ou em parte, e não o

Ativo total. A única forma de se viabilizar a utilização apenas de elementos ativos (bens

e direitos) desconectados das respectivas obrigações para com terceiros seria, como

resultante de um processo de negociações entre as partes envolvidas, o comprador ou

absorvedor de parcela destinada à Joint Venture, não assumir a respectiva dívida

deixando que esta seja liquidada ou assumida por uma ou mais pessoas físicas ou

jurídicas detentoras do capital social da parte envolvida, observada as circunstâncias

operacionais e jurídicas que se fizerem impor. Neste caso, os valores aportados entre as

partes seriam composto apenas por elementos ativos. Tal situação, entretanto, é bastante

rara de acontecer na prática em função das naturais dificuldades jurídicas envolvidas em

um empreendimento desta natureza.

Portanto, em uma situação usual, o capital colocado à venda, ou destinado às atividades

de uma Joint Venture - objeto de um projeto de parcerias - seria, de acordo com o

nosso exemplo, representado pelos $40.000,Mil que significam a totalidade dos bens e

(17)

É como se algum de nós estivéssemos vendendo um bem qualquer - como por exemplo,

um automóvel- que valesse no mercado $100.000,Mil mas possuísse um saldo devedor

junto a uma determinada financeira no valor de $60.000,Mil. Neste caso, o valor

mínimo que receberíamos pela venda, para não termos prejuízo, seria o montante de

$40.000,Mil. Transferiríamos, assim, o bem para o novo proprietário e este assumiria a

dívida de $60.000, Mil.

Neste exato ponto deste texto, chamaria a atenção de que muitas pessoas

-especialmente líderes sindicais, políticos e autoridades - criticam a venda de algumas

empresas privatizadas, afirmando, em reportagens publicadas ou gravadas pela mídia de

modo geral, a existência de indícios de irregularidades nesta ou naquela privatização,

pois alegariam que o empreendimento "X" teria sido vendido - por analogia - por

$40.000,Mil quando seu patrimônio vale $100.000,Mil. Os nossos amigos críticos

esquecem sempre de abater destes $100.000,Mil o total da dívida de $60.000,Mil para

se obter o que seria o valor mínimo da venda $40.000,Mil fato este que tomam as suas

afirmações completamente prejudicadas.

A segunda grande questão a que nos referimos, diz respeito ao valor ou preço mínimo

estabelecido para a venda, cisão incorporação de um empreendimento particularmente

quando se trata de parcerias entre empresas na formação de Joint Ventures. Aqui, esta

questão merece um pouco mais de atenção, uma vez que existem diferentes critérios de

avaliação de um patrimônio (bens, direitos e obrigações) de um empreendimento

qualquer, diferenças estas que se vinculam também aos diferentes objetivos envolvidos.

Podemos aqui citar alguns desses objetivos e os correspondentes critérios de avaliação

(18)

Se o objetivo for o de vender um empreendimento qualquer que vá sofrer um processo

de descontinuidade das suas operações, ou seja, ele deixará de existir após a venda,

entrando em processo de liquidação e extinção, o critério mais adequado para este fim

seria o de se avaliar a totalidade dos bens e direitos (ativos) pelo seu valor de realização

(ou de venda) no mercado, item a item. Se a intenção for a de uma liquidação imediata

e apressada de todos esses bens e direitos, o valor de mercado a ser considerado será,

obviamente, inferior àquele que seria considerado caso o processo de liquidação fosse

executado de forma ordenada; neste caso, não teríamos tanta pressa para a realização

financeira dos bens e direitos (ativos) e poderíamos aguardar que o mercado os

adquirissem por um valor mais atrativo para o vendedor. De qualquer forma, seja

imediata ou ordenada a liquidação do empreendimento, o critério de avaliação dos seus

bens e direitos seria o de valor de realização no mercado - ou outra denominação

análoga.

Uma vez realizados financeiramente todos os elementos ativos e liquidado todo o

endividamento do empreendimento - inclusive aqueles surgidos com a decisão de sua

descontinuidade, tais como multas por rescisão contratual, indenizações, etc., -

obter-se-ia um valor líquido no processo de venda que seria representado pela parcela que

caberia aos proprietários, ou seja, o seu Patrimônio Líquido então ressarcido.

o

que queremos chamar a atenção neste momento é o fato de que o valor atribuído aos

bens e direitos, deduzido das respectivas dívidas do empreendimento em questão,

simploriamente exemplificado, seria, circunstancial e obviamente diferente daquele

registrado nas suas demonstrações contábeis, visto que o critério utilizado para a

(19)

este critério, os elementos ativos são formados e dinamizados pelo custo histórico

deduzido das depreciações e das perdas prováveis para as suas realizações. Ressalta-se

que o objetivo deste critério contábil está atrelado aos Princípios Fundamentais de

contabilidade considerando a dinâmica das operações em um processo de continuidade

do empreendimento.

Cumpre enaltecer aqui que todos os critérios a serem ser utilizados em uma avaliação

patrimonial merecem respeito já que procuram atender a objetivos distintos no contexto

da dinâmica empresarial. todos eles, a rigor, se interagem e desembocam em um mesmo

ponto final: as disponibilidades financeiras. Este é um ponto que abordaremos em

capítulo posterior deste trabalho.

Voltando agora aos nossos números hipotéticos exemplificados no início deste texto,

vamos admitir que, para atender a um objetivo de liquidação imediata do

empreendimento exemplificado, a venda de todos os elementos ativos junto ao mercado

tenha promovido uma arrecadação de um montante total de $130.000,Mil. Temos aí um

valor maior (que em outra hipótese poderia ser menor) que aquele demonstrado

originalmente por $100.000,Mil baseado, conforme já referimos, no critério do Custo

Histórico.

Por sua vez, o total da dívida da empresa seria, por hipótese, ajustado para $70.000, Mil

ou seja, $10.000, Mil a mais que os valores anteriormente considerados, assim apurados

em vista das penalidades por rescisões contratuais e demais indenizações oriundas da

decisão de descontinuidade das atividades da empresa.

Neste caso, a determinação do Patrimônio Líquido, que seria atribuído aos proprietários

(20)

ATIVO PASSIVO

Disponibilidades 130.000

Dívidas 70.000

Patrimônio Líquido 60.000

Reparem que o Patrimônio Líquido agora é de $60.000, Mil pois temos um volume de

recursos disponíveis, com a realização de todos os bens e direitos, da ordem de

$130.000,Mil e um endividamento total de $70.000, Mil.

Após a liquidação financeira desta dívida, os proprietários deste empreendimento terão

ressarcida financeiramente as suas participações na empresa em $60.000, extinguindo-a.

E se o empreendimento não sofresse um processo de descontinuidade?

Se um empreendimento for disponibilizado, parcial ou totalmente, para projetos de

parcerias com outras empresas, para a formação de uma Joint Venture ou mesmo

colocado à venda, dentro ou fora de um programa de Privatizações, e, por questões

operacionais, políticas, estratégicas, culturais, dentre outras, ter que dar continuidade às

suas atividades empresariais, não sendo viável aos futuros proprietários a sua

liquidação e extinção, o critério de avaliação dos bens e direitos (ativos), de mensuração

dos passivos (dívidas) e de determinação do patrimônio líquido não poderá ser o mesmo

da situação ora exemplificada. Neste caso, teremos que evocar, obrigatoriamente, um

outro critério: o da Perspectiva de Rentabilidade Futura, também denominado de

(21)

Imagine uma determinada pessoa que dispões de recursos e que pretende investi-los em

algo visando obter uma rentabilidade por ele considerada como atrativa. V árias poderão

ser as suas alternativas de investimento. Por exemplo: o nosso amigo poderá

simplesmente aplicar esses recursos em uma Caderneta de Poupança e obter um

rendimento real de 6% ao ano sem riscos - que aliás este termo é relativo em função

de uma experiência relativamente recente no Brasil: o confisco. Como outra alternativa,

o amigo poderia abrir (ou adquirir) um negócio qualquer, como uma Padaria, uma

Quitanda uma loja de vestuário, um Banco Comercial ou qualquer outro ramo de

atividade - inclusive adquirir o controle acionário de uma empresa estatal em processo

de privatização.

É claro que, para cada alternativa de investimento o investidor teria ao seu dispor uma

expectativa de obtenção de diferentes taxas de rentabilidade (ou retorno ou remuneração

- que são formas análogas de expressão) que estariam vinculadas ao grau de risco

apresentado por cada atividade a ser escolhida. Neste caso, o investidor procurará

conciliar e decidir pela alternativa que, relativamente, lhe proporcionasse melhores

taxas de rentabilidade combinadas com o grau de risco.

E como ele poderá julgar a alternativa mais atrativa? A resposta a esta indagação não

poderá ser outra, a não ser: baseando-se na perspectiva de rentabilidade futura de cada

opção, dentro de um determinado espaço de tempo que, normalmente, é representado

pela vida útil remanescente do empreendimento, objeto da opção, observado o seu

prolongamento em função de novos investimentos para expansão, modernização,

relocalização, reestruturação, e outras razões. Neste caso, o total do Ativo então

(22)

confrontado com o valor atual dos lucros (ou prejuízos) futuros obtidos ao longo da vida

útil do empreendimento, adotando-se, para tanto, o uso de uma taxa de juros - que no

caso representaria uma taxa de desconto relativa a uma outra alternativa de

investimento considerada como referencial. Do valor atual destes fluxos - que agora

passaria a representar o novo Ativo total - é que deduziríamos o montante do valor

atual da dívida - no caso representada por $60.000,Mil - a fim de obtermos um

novo Patrimônio Líquido que poderia ser maior ou menor que o existente. É este novo

valor que seria oferecido à venda ou a um projeto de parcerias com outras empresas,

como preço mínimo a ser negociado entre as partes. Chamamos a sua atenção, neste

particular, que este raciocínio vale não só para uma empresa como um todo - sentido

corporativo - como também para parte dela - sentido segmentado.

Outros critérios de avaliação de ativos, de mensuração de paSSIVOS e, como

conseqüência da determinação de um Patrimônio Líquido de um empreendimento

podem ainda ser evocados para atender outros objetivos, como por exemplo a avaliação

de ativos pelo Custo Corrente de Reposição pura e simples, ou atualizado

monetariamente, visando reavaliar ativos quando estes, ao estarem avaliados pelo custo

histórico, apresentarem grandes defasagens de tempo que, por fatores estruturais

(empresa) ou conjunturais (conjuntura nacional ou internacional) encontram com seus

(23)

1.2. A QUESTÃO CENTRAL

Que critério deverá ser adotado para a avaliação dos ativos, mensuração dos passivos

exigíveis e determinação do Patrimônio Líquido das partes envolvidas na formação de

uma Joint Venture, com ou sem a formação de uma empresa?

Além dos ativos tangíveis, que elementos de natureza intangível, particularmente

culturais e intelectuais, estarão presentes na formação e dinâmica dos números

negociados na definição das partilhas societária e de resultados, representando, alguns

desses elementos, verdadeiros ativos intangíveis?

Neste contexto, a dimensão em que se reveste o tema, bem como as complexidades

inerentes ao seu caráter, especialmente em circunstâncias mercadológicas de alta

competitividade em que se apresenta o momento atual, imprime uma atenção muito bem

organizada e articulada entre as várias ciências e teorias envolvidas em um processo de

parcerias entre empresas. Fatores como o desenvolvimento regional, impactos

ambientais e culturais, questões sucessórias, interação sistêmico-conceitual, aspectos

políticos, financeiros, econômicos, administrativos e organIzaCIOnaIS, técnico-

. .

.

operacionais, jurídicos, de capacidade competitiva, de relações humanas, dentre outros,

far-se-ão presentes em qualquer processo que envolva a implementação de uma joint

venture, seja com a formação de empresas ou com uma mera pactuação consorciaI.

Não será pretensão, no presente momento, abordar todos esses aspectos e muitos outros

que poderiam advir da profundidade e da riqueza do tema. Serão enfocadas, apenas,

questões de ordem conceitual e constitutiva, especialmente aquelas vinculadas a

valoração de ativos e passivos envolvidos nessas parcerias e suas adequações às

(24)

As questões que serão tratadas ao longo do estudo evidenciam-se como essenciais para

o entendimento de uma associação entre empresas, então denominada Joint Venture,

que por sua vez nortearão a penetração de outras questões de alta relevância que

naturalmente se farão impor.

Ressalta-se, todavia, a importância e a dimensão em que se reveste o tema, a partir da

constatação de que, quando se reúnem recursos materiais, humanos, tecnológicos e

outros elementos tangíveis e intangíveis, a serem avaliados e aplicados na formação de

uma Joint Venture, forma-se uma estrutura de investimentos - bens e direitos - e de

financiamentos - próprios e de terceiros -, que será o ponto de partida de todo o futuro

desempenho do negócio.

As questões sócio-econômicas, choques culturais, definição e dinâmica de uma estrutura

de poder, dentre muitas outras que se farão emergir desse processo, deverão ser tratadas

de forma interativa com a dinâmica prospectiva dos valores envolvidos.

Sendo assim, constituindo-se ou não uma empresa, as partes envolvidas deverão atentar

para a necessidade de serem dotadas de um sistema de informações gerenciais

devidamente estruturado, de forma a tratar adequadamente a formação e a dinâmica dos

números integrantes do processo. Tal medida assume um papel de vital importância

para o controle, gestão e acompanhamento da performance do projeto, objeto da

parceria, visando-se avaliar os níveis alcançados de liquidez, lucratividade e

rentabilidade no contexto da atratividade esperada.

À guisa de ilustração a esta importante assertiva, apresentamos, a seguir, o que seria

uma estrutura patrimonial de partida, com ou sem a formação formal de uma empresa.

(25)

de uma empresa, as partes envolvidas deveriam tratar os recursos materiais e humanos

destinados ao projeto de parcerias como se uma empresa fosse, adotando para tanto, no

âmbito de uma contabilidade gerencial, sistemas de controles e escrituração contábil que

permitem identificar, da estrutura patrimonial corporativa, os valores envolvidos no

projeto como se este fizesse parte de uma cisão. Tal medida teria como objetivo

principal a formação das bases numéricas envolvidas no projeto de parcenas que

permitiriam extrair a real taxa de retomo sobre os investimentos das partes envolvidas,

taxas estas a serem constantemente comparadas com aquelas oferecidas por outras

opções de investimentos, observada o grau de risco de cada uma delas.

PRIMEIRO MOMENTO:

Vamos admitir que a empresa ALFA Petróleo SI A apresente, em uma determinada data,

(26)

EMPRESA: ALFA PETRÓLEO S/A

INVESTIMENTOS FINANCIAMENTOS

(ATIVO) (PASSIVO)

CIRCULANTE 30.000 RECURSOS DE 100.000

TERCEIROS

DISPONIBILIDADES 2.000 CIRCULANTE 60.000

ESTOQUES 18.000 FORNECEDORES 10.000

CONTAS A RECEBER 10.000 EMPRÉSTIMOS E 50.000

FINANCIAMENTOS

PERMANENTE 170.000 EXIGÍVEL A LONGO

PRAZO

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 10.000 EMPRÉSTIMOS E 40.000

FINANCIAMENTOS

IMÓVEIS 110.000

VEÍCULOS 20.000 RECURSOS PRÓPRIOS 100.000

INSTALAÇÕES 30.000 CAPITAL INTEGRALIZADO 80.000

LUCROS ACUMULADOS 20.000

TOTAL 200.000 TOTAL 200.000

SEGUNDO MOMENTO:

Parte de vários elementos ativos da ALF A Petróleo SI A são utilizados como

integralização de capital de uma nova empresa na execução de um projeto de parcerias.

(27)

Disponibilidades: 600

Estoques 8.000

Máq./Equipamentos 6.000

Imóveis 40.000

Instalações 5.400

Total 60.000

Os Recursos de Terceiros identificados e vinculados a alguns desses elementos ativos

estão assim compostos:

Fornecedores = 8.000

Financiamentos a curto prazo = 10.000

Financiamentos a longo prazo = 20.000

Total 38.000

Após identificados os recursos de terceiros vinculados àqueles ativos, apura-se, como

conseqüência, a parcela dos recursos próprios da ALFA Petróleo SI A comprometida

com tais ativos:

A Ativos destinados à nova empresa: 60.000

B Capitais de terceiros comprometidos: 38.000

(28)

HIPÓTESE I:

CRIAÇÃO DA EMPRESA BETA - Beneficiamento de Petróleo SI A.

Nesta hipótese, a integralização do capital nesta empresa seria representada pelos ativos

da empresa ALFA Petróleo SI A no valor total de R$60.000.

a) ESTRUTURA PATRIMONIAL DA EMPRESA CONTROLADORA

ALFA PETRÓLEO S!A

INVESTIMENTOS FINANCIAMENTOS

(ATIVO) (PASSIVO)

CIRCULANTE 21.400 RECURSOS DE 100.000

TERCEIROS

Disponibilidades 1.400 CIRCULANTE 60.000

Estoques 10.000 F omecedores 10.000

Contas a Receber 10.000 Empréstimos! Financiamentos 50.000

PERMANENTE 178.600 EXIGÍVEL A LONGO

PRAZO

INVESTIMENTOS 60.000 EmpréstimoslF inanciamentos 40.000

IMOBILIZADO 118.600

Máq ./Equipamentos 4.000 RECURSOS PRÓPRIOS 100.000

Imóveis 70.000 Capital Integralizado 80.000

Veículos 20.000 Lucros Acumulados 20.000

Instalações 24.600

(29)

Reparem que nesta hipótese, os recursos próprios e de terceiros vinculados aos ativos

destinados à constituição da empresa ALFA Beneficiamento de Petróleo SI A continuam

inclusos na estrutura de recursos ALFA Petróleo SI A. Esta, por sua vez, reuniu em uma

rubrica específica do elenco de seus ativos, a identificação do investimento na ALFA

Beneficiamento de Petróleo SI A pelo valor total de R$60.000Mil.

Notem ainda, no demonstrativo a seguir, que uma grande dispersão foi verificada neste

processo, quando a empresa BETA Beneficiamento de Petróleo SI A recebe os

R$60.000Mil como aporte de capital próprio e o distribui sobre os diversos elementos

ativos.

b) ESTRUTURA PATRIMONIAL DA EMPRESA CONTROLADA

BETA - BENEFICIAMENTO DE PETRÓLEO SIA

INVESTIMENTOS (ATIVO) CIRCULANTE Disponibilidades Estoques PERMANENTE Máq ./Equipamentos Imóveis Instalações TOTAL

8IBLlCTE::;tI Mf'.RiD H~NRiQU::: SIMONSEI

dJNDACAo GETULIO VARGAS

FINANCIAMENTOS

(PASSIVO)

8.600 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

600 Capital Integralizado

8.000

51.400

6.000

40.000

5.400

60.000 TOTAL

60.000

(30)

Afinal, qual o efetivo investimento que a ALFA Petróleo SI A está fazendo em ALFA

Beneficiamento? R60.000Mil ou R$22.000Mil?

HIPÓTESE 11:

CRIAÇÃO DA EMPRESA BETA - Beneficiamento de Petróleo S/A com a

transferência de bens, direitos e obrigações junto a terceiros em uma quase cisão.

Vale lembrar que em um processo de cisão, a empresa ALFA Petróleo SI A retiraria de

sua estrutura patrimonial, todos os bens, direitos e obrigações - estas últimas junto a

terceiros e aos proprietários. Nesta hipótese, os recursos dos proprietários permanecerão

na empresa Alfa Petróleo SI A mostrando-se, porém, de forma perfeitamente

identificada, onde a sua contra-parte se situaria exatamente no seu Ativo, como

investimento na empresa Beta, por $22.000,Mil.

A Estrutura Patrimonial (remanescente) da Empresa Controladora ALFA Petróleo SI A

(31)

ALFA PETRÓLEO S/A

INVESTIMENTOS FINANCIAMENTOS

(ATIVO) (PASSIVO)

CIRCULANTE 21.400 RECURSOS DE 62.000

TERCEIROS

Disponibilidades lAOO CIRCULANTE 42.000

Estoques 10.000 Fornecedores 2.000

Contas a Receber 10.000 EmpréstimoslF inanciamentos 40.000

PERMANENTE 140.600 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

INVESTIMENTOS EmpréstimoslF inanciamentos 20.000

Beta-Benef.Petróleo SI A 22.000

IMOBILIZADO 118.600 RECURSOS PRÓPRIOS 100.000

Máq ./Equipamentos 4.000 Capital Integralizado 80.000

Imóveis 70.000 Lucros Acumulados 20.000

Veículos 20.000

Instalações 24.600

TOTAL 162.000 TOTAL 162.000

Por sua vez, a Estrutura Patrimonial da empresa controlada - BETA - Beneficiamento

(32)

BETA - BENEFICIAMENTO DE PETRÓLEO SIA

INVESTIMENTOS FINANCIAMENTOS

(ATIVO) (PASSIVO)

CIRCULANTE 8.600 RECURSOS DE 38.000

TERCEIROS

Disponibilidades 600 CIRCULANTE 18.000

Estoques 8.000 F omecedores 8.000

Empréstimos e Financiamentos 10.000

PERMANENTE 51.400

Máq ./Equipamentos 6.000 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Imóveis 40.000 Empréstimos e Financiamentos 20.000

Instalações 5.400

RECURSOS PRÓPRIOS 22.000

Capital Integralizado 17.600

Lucros Acumulados 4.400

TOTAL 60.000 TOTAL 60.000

Reparem que, neste caso, a estrutura patrimonial de partida, destinada a um projeto de

parcerias com uma ou mais empresas, estaria aqui representada pela empresa ALFA

-Beneficiamento de Petróleo SI A, à qual constariam os bens, direitos e obrigações, sendo

que essas obrigações estariam representadas pela parcela do capital próprio da empresa

(33)

Um igual tratamento para a absorção dos capitais dos outros parceiros, na formação de

uma Joint Venture, proporcionaria, para cada parte envolvida, o controle individual de

toda a dinâmica numérico-prospectiva do projeto, de forma a identificar a participação

de cada um deles na taxa global de retorno sobre os investimentos. Esta foi a referência

anteriormente citada quando afirmamos que as partes envolvidas na formação de uma

Joint Venture - com ou sem a criação de uma empresa - devem promover a implantação

de sistemas de informações gerenciais que permitam a identificação dos seus valores

envolvidos no projeto.

A ausência de uma metodologia clara para se definir uma partilha de resultados

operaCIOnaIS em projetos desta natureza tem levado muitos empreendimentos ao

caminho do insucesso em vista da obscuridade que se verifica com a dinâmica dos

números envolvidos.

Sem um profundo e aplicado conhecimento conceitual e sistêmico envolvendo a ciência

contábil integrada aos estudos de análise de investimentos, devidamente subsidiados

pelas ciências e teorias afins, não se poderá enxergar, com a clareza mínima exigida, o

andamento da execução do programa, e principalmente a correta avaliação do seu

desempenho.

Indicadores de performance corporativa empresa como um todo , ou segmentada

-empresa em partes -, como ora demonstrado, deverão ter sua aplicabilidade sobre bases

numéricas de sólida formação conceitual e sistêmica; caso contrário, o projeto estará

exposto à ausência de visibilidade para seu gestor.

Neste sentido, as partes envolvidas deverão oferecer uma contribuição efetiva para a

(34)

passivos, em conformidade com o objetivo do projeto, o que, neste particular, deverão

envolver componentes tangíveis e também intangíveis, buscando-se, inclusive, formas

(35)

2.1. CONCEITUAÇÃO BÁSICA

Diversos são os conceitos utilizados para designar Joint Venture. Para alguns autores, é

uma associação de capital de diversas firmas para a criação de filiais comuns, seja entre

multinacionais ou entre estas e o capital do país hospedeiro. Esses autores salientam que

este tipo de associação tomou-se mais freqüentemente usado a partir da década de 60,

envolvendo, sobretudo, empresas multinacionais sediadas na Europa e no Japão.

Outros estudiosos acentuam ainda nas suas definições o caráter temporal do

empreendimento. Para eles, Joint Venture indica uma sociedade por ações, constituída

por sócios residentes no país receptor do investimento, que tem por objetivo a realização

ou execução de contrato de interesse comum. Algumas associações de empresas são

provisórias, a exemplo de alguns consórcios criados em função de um projeto, enquanto

outras são formadas para durar longos períodos, constituindo-se em empresas estáveis.

Na procura do melhor conceito, recorremos ao senso comum, considerando Joint

Venture uma empresa de propriedade conjunta ou uma forma de cooperação entre

empresas, em que cada qual conserva sua independência e realiza propósitos de

(36)

São características intrínsecas desta forma de colaboração entre empresas:

a) Participação dos parceiros nos riscos e beneficios oriundos do empreendimento

comum.

b) Exploração das vantagens comparativas diferenciadas de cada um dos parceiros.

c) Participação no controle operacional e financeiro de todas as operações realizadas.

d) Forma jurídica flexível, passível de adaptação às diferentes legislações nacionais e

aos diferentes interesses empresariais.

Cumpre ressaltar ainda que, quando a Joint Venture resulta da associação de não apenas

dois, mas dos três tipos de capitais considerados - privado nacional, multinacional e

estatal-, ela é denominada Joint Venture Tripartite.

Passemos, pois, a algumas considerações jurídicas pertinentes.

2.2. ASPECTOS JURÍDICOS

As Joint Ventures são definidas, em geral, a partir exclusivamente de seus aspectos

jurídicos. Nesse sentido, o que caracteriza esse tipo de sociedade é simplesmente o

resultado do processo de negociação entre duas ou mais partes, cada uma das quais

possuindo freqüentemente diferentes aportes e qualificações que, de alguma forma, se

complementam e justificam o estabelecimento de um empreendimento conjunto.

Correspondem, portanto, a qualquer associação entre capitais detidos por pessoas

fisicas, empresas privadas ou governamentais, embora cada parte continue existindo

(37)

processo de tomada de decisão e dos resultados não precisa, contudo, ser eqüitativa

-aliás, raramente o é - e dependerá, em tese, da contribuição efetiva de cada parte não só

com elementos tangíveis como também intangíveis. Eis aqui o cerne da questão: a

avaliação dos ativos e dos passivos envolvidos, e, consequentemente, a determinação do

real patrimônio líquido de cada parte envolvida no projeto.

Percebe-se, daí, o caráter muito geral e pouco esclarecedor das definições existentes

desta forma de parceria. Na prática, ela acaba assumindo os mais variados contornos,

adotam os mais distintos padrões de comportamento, e sua constituição decorre das

mais variadas motivações.

Nos países em desenvolvimento, associações desse tipo assumem a forma de empresas

cuja propriedade está repartida entre parceiros nacionais e estrangeiros, correspondendo

a um tipo particular de Joint Venture.

As Joint Ventures internacionais nos países em desenvolvimento permitem que dois ou

mais parceiros, representando um ou mais países desenvolvidos e um ou vários países

em desenvolvimento, compartam o capital, os riscos, o processo de tomada de decisões

e os resultados relativos a um novo empreendimento. Por meio desta associação num

empreendimento conjunto, os partícipes conseguem agrupar suas forças para a execução

de atividades produtivas, comerciais, financeiras e de pesquisa.

Segundo Malucan e Chamas I , as Joint Ventures podem, portanto, ser também

consideradas como uma modalidade de investimento externo direto, embora o

estabelecimento de subsidiárias integrais tenha sido a forma predominante no início do

MALUCAN, Anne-Marie & CHAMAS, Cláudia Inês. 'Joint Venture e o desenvolvimento tecnológico'. Revista

(38)

processo de internacionalização da economia mundial. Desde os anos 60, vem sendo

observado um aumento expressivo dessa forma empresarial de parcerias internacionais,

não apenas nos países avançados, mas também a partir da década de 70, nos menos

desenvolvidos, envolvendo inclusive a participação estrangeira em bases minoritárias.

Aliás, a partir dos dados analisados, estes autores concluem ser um simples mito a idéia

de uma preferência absoluta das empresas multinacionais por instalar subsidiárias

integrais no exterior. Alguns trabalhos, por exemplo, consideram como Joint Venture

qualquer empresa onde uma multinacional não detenha a propriedade integral do

capital. Na verdade, são poucos os que ilustram satisfatoriamente a possível tendência

da disseminação desta forma de associação e de uma menor preferência por subsidiárias

integrais de multinacionais. Isto ocorre porque apresentam em geral estatísticas muito

agregadas e partem de concepções vagas, do tipo particular de empresa que aqui

interessa investigar - decorrência da própria inexistência de definições mais precisas e

completas, que ignoram em geral os aspectos econômicos de tais empresas, atendo-se

apenas aos jurídicos.

Faremos, a seguir, uma abordagem sobre alguns modelos para a formação de uma Joint

Venture que, por si só, evidenciarão a importância da valoração dos ativos e passivos

envolvidos no processo.

2.3. MODELAGENS

A título meramente ilustrativo, citaremos a Petrobrás como empresa partícipe em

diferentes modelagens para a formação de uma Joint Venture. Tal consideração

prende-se não só à sua repreprende-sentatividade nos cenários nacional e internacional, como também

(39)

flexibilização adotada pela nova legislação pertinente. Neste sentido, cumpre enfatizar

que qualquer semelhança com projetos em curso será mera coincidência.

Inúmeras formas de associação poderiam ser aqui tratadas, CUjas considerações

pertinentes seriam motivo de apreciação em função das necessidades que se fizessem

impor, atreladas às características operacionais e peculiaridades societárias das partes

envolvidas. Todavia, elegemos uma série de simulações, em caráter ilustrativo, que

dizem respeito ao momento atual do panorama socioeconômico nacional, em que a

formação de Joint Ventures emerge como solução discutível no âmbito dos programas

de parcerias empresariais. No caso das situações a seguir exemplificadas - a Petrobrás

com outros parceiros -, as simulações tratadas evocarão modelos de parcerias, com ou

sem a formação de empresas, reunindo inclusive, nesse primeiro caso, recursos oriundos

de processos de fusão, cisão e incorporação de empresas que farão, necessariamente,

parte do processo.

Das várias formas possíveis de combinação de recursos para a composição societária de

uma Joint Venture, citaremos a seguir algumas delas, tomando-se por base os conceitos

anteriormente mencionados.

2.4. FORMAÇÃO DE UMA 'JOINT VENTURE' - JV, COM A CRIAÇÃO OU TRANSFORMAÇÃO DE EMPRESA

Simulacão 1 - Surgimento da Empresa A - Joint Venture, envolvendo o sistema

Petrobrás, com ausência de repasse de recursos da União ou do mercado financeiro.

1.1. Com recursos oriundos dos ativos (bens e direitos) e paSSIVOS (obrigações) de

(40)

de fusão, cisão, ou incorporação de empresas, regidos pela Lei 6.404/76 - que

dispõe sobre as sociedades por ações -, em seus Artigos 223 a 234, com as

alterações da Lei 9.457/97.

HIPÓTESE A

• Cisão parcial da Empresa B - Petrobrás ou sua Controlada.

• Cisão parcial da Empresa C - Sócio estrangeiro.

• Criação da Empresa A com a incorporação das parcelas vertidas das Empresas B e

C.

HIPÓTESEB

• Criação, em um primeiro momento, da Empresa A, como subsidiária integral da

Empresa B - Petrobrás ou sua Controlada -, através da absorção da cisão parcial

desta última.

• Incorporação, ou absorção de cisão parcial, da Empresa C - Sócio estrangeiro - à

Empresa A - JV.

HIPÓTESE C

• Fusão da Empresa B - Petrobras ou sua Controlada - e da Empresa C - Sócio

(41)

HIPÓTESED

• Fusão da Empresa B - Controlada da Petrobras - com a Empresa C - Sócio

estrangeiro -, criando-se a empresa A - JV.

• Simultaneamente, a Petrobras aumenta sua participação no patrimônio da Empresa

A - JV -, integralizando capital com parte dos seus ativos - bens e direitos.

HIPÓTESE E

• Empresa B - Subsidiária da Petrobras - incorpora à Empresa C - Sócio estrangeiro

-, transformando-se esta em Empresa A - JV.

1.2. Com recursos oriundos de subscrição direta dos sócios - aportes com bens e

direitos

HIPÓTESE A

• Empresa B - Petrobras ou sua Controlada - subscreve e integraliza capital na

criação da Empresa A - JV -, com parte dos seus ativos - bens e direitos.

• Empresa C - Sócio estrangeiro - subscreve e integraliza capital na Empresa A - JV

-, com parte dos seus ativos - bens e direitos.

HIPÓTESE B

• Empresa B - Controlada da Petrobras - se transforma em empresa A - JV -, com o

(42)

Simulacão 2 - Surgimento da Empresa A - JV -, envolvendo o sistema Petrobras, com

o repasse de recursos da União ou do mercado financeiro.

2.1. Criação da Empresa A - JV

HIPÓTESE A

• Empresa B - Petrobras ou sua Controlada - subscreve e integraliza capital em A,

com recursos próprios originários da União ou do mercado de capitais, ou ainda por

meio de financiamentos obtidos junto a organismos nacionais ou internacionais de

fomento - Bando Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES,

Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, Banco Interamericano de

Reconstruções e Desenvolvimento - BIRD e outros.

• Empresa C - Sócio estrangeiro - subscreve e integraliza sua participação em A,

com novas fontes de recursos - próprias ou de terceiros -, ou com recursos já

existentes.

HIPÓTESEB

• Fusão, ou absorção de cisão parcial da Empresa B - Controlada da Petrobras - com

Empresa C - Sócio estrangeiro.

• Simultaneamente, a Petrobras subscreve e integraliza parte de sua participação na

nova Empresa A - JV -, com recursos oriundos da União ou do mercado de

capitais, ou por meio de financiamentos obtidos junto a organismos nacionais ou

(43)

2.2. Transformação de Empresa Existente - Controlada da Petrobras - em Empresa

A-JV

• A Petrobras aumenta o capital da Empresa B - sua Controlada -, com recursos

próprios captados junto à União ou o mix desta com o mercado de capitais, ou

ainda por meio de financiamentos obtidos junto aos organismos financeiros

nacionais ou internacionais de fomento - BNDES, BID, BIRD e outros.

• Subseqüentemente, a Empresa B - Controlada da Petrobras - é transformada em

Empresa A - JV.

• A Empresa C - Sócio estrangeiro - subscreve e integraliza sua participação na

Empresa A com novas fontes de recursos - próprias ou de terceiros - ou com

recursos já existentes.

2.5. FORMAÇÃO DE UMA 'JOINT VENTURE' POR MEIO DE ASSOCIAÇÃO

ENTRE EMPRESAS JÁ EXISTENTES, SEM A CRIAÇÃO DE NOVA

EMPRESA, SOB A FORMA DE SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO OU DE CONSÓRCIO.

• A Empresa B - Petrobras ou uma de suas Controladas - e a Empresa C - Sócio

nacional ou estrangeiro - destinam recursos materiais e humanos para a execução

de um projeto comum.

CONSIDERAÇÕES RELEVANTES

Releva-se mais uma vez que, a rigor, ambas as empresas, B e C, ao avaliarem e

(44)

identificar a parcela de seus passivos - capitais de terceiros e capitais próprios - que

estejam vinculados a estes ativos. Conforme tivemos oportunidade de chamar a atenção

na introdução deste trabalho, tal medida visa possibilitar a real mensuração da taxa de

retomo sobre suas parcelas de recursos próprios - Patrimônio Líquido - investida no

(45)

BRASIL

3.1.- INTRODUÇÃO

A partir da Segunda Grande Guerra Mundial, começa a tomar vulto o fenômeno das

parcerias e da concentração empresarial. Como razões determinantes desse fenômeno

pode-se citar: a economia de produção em larga escala, o poder de monopólio sobre os

mercados, possibilidade de auto financiamento, entre outros.

o

fenômeno da formação das Joint Ventures no contexto das parcerias empresariais é

reconhecido mundialmente. Só nos Estados Unidos a onda de fusões e aquisições de

empresas atingiu US$ 347,1 bilhões em 1994, US$ 358 bilhões em 1995 e 1200 bilhões

no final do ano 2000, com o envolvimento de todos os setores da economia,

capitaneados pelos de entretenimento, farmacêutico, bancário e telecomunicações.

Estima-se que o valor das operações na modalidade de Joint Ventures envolvendo

fusões, sisões e aquisições de empresas, no mundo, chegou a US$ 2800 bilhões em

1999.2

Como um dos resultados do grande processo de globalização da economia, o fenômeno

da concentração de empresas via fusões e aquisições, vem aumentando

significativamente no Brasil, em virtude da avaliação positiva para o crescimento do

2

(46)

país por parte principalmente dos países europeus e dos EUA, resultado das medidas

econômicas tomadas no país após o plano Real, como por exemplo: a desestatização em

áreas estratégicas, redução da inflação e liberação do comércio com países vizinhos.

No mercado brasileiro, segundo dados apurados pela empresa norte-americana

Securities Data Company (SDC) , de 1994 a 1998, o volume de fusões e aquisições,

incluindo as privatizações, cresceu 500%, saltando de US$ 1,045 bilhão para US$ 5,183

bilhões. Os bancos de investimentos estimam que o mercado continue a crescer entre

50% e 100%. Excluindo-se os valores com a venda de estatais, o valor de fusões e

aquisições no setor privado chegou a US$ 4,832 bilhões nesse mesmo período.

A compra ou aquisição de negócios em marcha tem sido cada vez mais utilizada pelas

empresas estrangeiras interessadas em entrar no mercado brasileiro, considerado com

um significativo potencial de crescimento, em um momento mais estável da economia

com regras do jogo mais definidas, particularmente no que diz respeito a avaliação de

ativos das empresas envolvidas. Saliente-se, ainda, que cada vez mais as tendências

mundiais afetam o mercado brasileiro, exigindo maior competitividade para concorrer

não apenas no exterior, mas também no mercado interno. Segundo levantamento

realizado pela KPMG Peat Marwick Auditores, só no primeiro semestre de 1998 foram

divulgadas 208 operações de compra, fusão e aquisição entre empresas, contra 82

operações realizadas no mesmo período de 1994. Ao longo de 1999, foram verificadas

cerca de 400 operações, com participação de capital estrangeiro em mais da metade

delas.

No Brasil, os negócios aconteceram com maIS freqüência nos setores químico e

(47)

material de transporte, alimentos, eletroeletrônica e construção. Entre os objetivos que

as empresas compradoras fixam ao buscar este tipo de negócio, aparece em primeiro

lugar, o crescimento ou ampliação de escalas, seguido de obtenção de maior amplitude

geográfica de atuação, desenvolvimento e suporte de tecnologia, ganhos em market

share e até solução para concorrência predatória. Em geral, os negócios são realizados

por empresas detentoras de tecnologia ou capital, interessadas em outras que já têm um

mercado cativo e canais de distribuição.

Entretanto, pesquisadores da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte, apuraram, em

entrevistas com executivos de empresas compradoras, que a legislação brasileira ainda é

o principal empecilho para o fechamento desses tipos de negócio (Trevisani Jr.,1998a).

As legislações por melO das qUaiS se estabelecem os modelos regulatórios são

elaboradas tendo em vista os interesses da política econômica em um Estado

determinado, em um dado momento.

A regulação é entendida como uma atuação predominantemente estatal, no sentido de

editar normas e fiscalizar seu cumprimento em um mercado determinado, limitando a

liberdade de atuação de seus participantes. Entretanto, não é necessariamente exercida

pelo Estado, como é o caso da auto-regulação, exercida pelos próprios membros de

determinada indústria (Eizirik, 1977).

A regulação pode ser disciplinada por diferentes vias:

• legislativa: através de leis emanadas do Poder Público; está sempre presente em

(48)

• administrativa: principalmente por melO de regulamentos ou atos emanados de

agências ou órgãos governamentais;

• corporativa: fundamentalmente por normas reguladoras provenientes dos próprios

membros do mercado; denominando-se Sistema de Auto-Regulação.

A par desses regimes básicos, encontra-se comumente, em vários países, o Sistema de

Auto-Regulação delegado às instituições privadas do mercado que recebem poderes

delegados por lei, para criarem e implementarem normas regulatórias.

A legislação antitruste que é gerida para salvaguardar o interesse público é aplicada

pelas autoridades de acordo com dois padrões básicos: regulação de conduta e regulação

de estrutura. O primeiro padrão corresponde à definição de regras de comportamento

adequado (Jair) para os participantes no mercado e que é de interesse principal da

pesquisa deste trabalho. A não observância dessas regras submete o agente a

penalizações. As condutas podem ser penalizadas per se ou a partir de uma avaliação do

impacto das ações dos agentes sobre a concorrência e o bem-estar dos consumidores. A

regulação de conduta supõe um conhecimento prévio sobre o funcionamento normal do

mercado, ou seja, sobre as regras de comportamento e de transação consideradas

aceitáveis no mercado.

Já a regulação de estrutura visa monitorar a configuração dos mercados, através do

controle das parcerias empresariais e dos acordos entre as empresas assim envolvidas.

Às Joint Ventures é atribuída, normalmente, uma série de benefícios: redução de custos,

aumento de eficiência de gerência, geração de economias de escala e de escopo. Não há,

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