• Nenhum resultado encontrado

Avaliação imunohistoquímica comparativa do efeito da anestesia repetitiva com isoflurano e sevoflurano sobre o fígado de rato.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Avaliação imunohistoquímica comparativa do efeito da anestesia repetitiva com isoflurano e sevoflurano sobre o fígado de rato."

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Avaliac

¸ão

imunohistoquímica

comparativa

do

efeito

da

anestesia

repetitiva

com

isoflurano

e

sevoflurano

sobre

o

fígado

de

rato

Flavia

Ruxanda

a

,

Adrian

Florin

Gal

b,

,

Cristian

Rat

¸iu

c

,

Viorel

Micl˘

aus

¸

a

,

Vasile

Rus

a

e

Liviu

Ioan

Oana

d

aDepartmentofCellBiology,HistologyandEmbriology,UniversityofAgriculturalSciencesandVeterinaryMedicine,

Cluj-Napoca,Romênia

bDepartmentofPathologicalAnatomy,UniversityofAgriculturalSciencesandVeterinaryMedicine,Cluj-Napoca,Romênia cDepartmentofImplantology,FacultyofMedicineandPharmacy,UniversityofOradea,Oradea,Romênia

dDepartmentofAnesthesiologyandSurgicalPropedeutics,UniversityofAgriculturalSciencesandVeterinaryMedicine,

Cluj-Napoca,Romênia

Recebidoem14dejaneirode2015;aceitoem11defevereirode2015 DisponívelnaInternetem21dejulhode2016

PALAVRAS-CHAVE Anestesia;

Caspase-3; Isoflurano; Fígado; Sevoflurano

Resumo

Justificativaeobjetivos: Anestésicosinalatóriossãousadosemhumanosetambémnaprática médicaveterinária.Nopresenteestudoinvestigamosoefeitodeisofluranoesevofluranoem hepatócitosderato.

Métodos: Foramusadosnesteestudo40ratosWistarfêmeas.Osanimaisforamdivididosem gruposdecinco.OsgruposIMeSMserviramcomocontrole.OsgruposI1,I2eI3foramusados paraoestudodeisofluranoeosgruposS1,S2eS3paraoestudodesevoflurano.Osratosforam anestesiadostrêsvezes,duranteduashorasemintervalosdedoisdias,comumaconcentrac¸ão de1,5%deisoflurano(I1,I2,I3)e2%desevoflurano(S1,S2,S3).Ofornecimentodeoxigênio duranteaanestesiafoide1LO2/min.OsgruposIM,IS,I1eS1foramsacrificadosimediatamente

apósaúltimaanestesia.OsgruposI2eS2foramsacrificadosseishorasapósaúltimaanestesia eosgruposI3eS3foramsacrificados24horasapósaanestesia.Amostrasdosfígadosforam colhidaspararessaltaracaspase-3emhepatócitosapoptóticos.

Resultados: Apósaadministrac¸ãodeisoflurano,haviamenosde1%dascélulas emapoptose em destaque nos fígados dos ratos dos grupos IM, I1 e I2. Às 24 horas após a anestesia (grupoI3),umpequenonúmerodehepatócitosapoptóticosfoidestacado(3,23%decélulasem apoptose), comumadisposic¸ão estritamenteperiacinar,distribuídosaleatoriamente em um pequenonúmerodelóbuloshepáticos.Apósaadministrac¸ãodosevoflurano,menosde1%de hepatócitosapoptóticosfoiidentificadoemtodososmomentosdecontroleaolongodoestudo.

EstudofeitonoDepartamentodeAnestesiologiaePropedêuticaCirúrgica,UniversidadedeCiênciasAgráriaseMedicinaVeterinária, Cluj-Napoca,Romênia.

Autorparacorrespondência.

E-mail:adrianfloringal@yahoo.com(A.F.Gal). http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2015.09.007

(2)

Conclusões:Osresultadossugeremqueosanestésicosnãoapresentamumahepatotoxicidade considerável.Aavaliac¸ãocomparativadosdoisanestésicosmostraquesevofluranoésuperior aoisoflurano.

©2015SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigoOpen Accesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

KEYWORDS Anesthesia; Caspase-3; Isoflurane; Liver; Sevoflurane

Comparativeimmunohistochemicalassessmentoftheeffectofrepetitiveanesthesia

withisofluraneandsevofluraneonratliver

Abstract

Backgroundandobjectives: Inhalationanestheticsareused inhuman,as wellas veterinary medicalpractice.Inthepresentstudyweinvestigatedtheeffectofisofluraneandsevoflurane onrathepatocytes.

Methods:Atotalof40Wistarfemaleratswereusedinthisstudy.Animalsweredividedingroups of5rats.GroupsIM,SMservedascontrolgroups.GroupsI1,I2,I3wereusedtostudyisoflurane andS1,S2,S3forsevofluranestudy.Theywereanesthetized3times,for2hlong,at2days intervalwithaconcentrationof:1.5%isoflurane(I1,I2,I3)and2%sevoflurane(S1,S2,S3).The oxygensupplythroughouttheanesthesiawas1LO2/min.GroupsIM,IS,I1,S1weresacrificed

immediatelyafterthelastanesthesia.GroupsI2,S2weresacrificed6hafterthelastanesthesia, andgroupsI3,S3,24hpost-anesthesia.Liversampleswereharvestedtohighlightcaspase-3in apoptotichepatocytes.

Results:Followingisofluraneadministration,therewerelessthan1%cellsinapoptosis high-lighted inrat livers from groups IM, I1 andI2. At 24h post-anesthesia (group I3),a small number ofapoptotic hepatocytes was highlighted(around 3.23% cellsinapoptosis), witha strictlyperiacinardisposition,randomlydistributedinasmallnumberofhepaticlobules.After sevofluraneadministration,lessthan1%apoptotichepatocyteswereidentifiedatallcontrol momentsthroughoutthestudy.

Conclusions:Theresultssuggestthattheanestheticsdonotpresentaconsiderable hepatoto-xicity.Thecomparativeassessmentofthetwoanestheticsshowsthatsevofluraneissuperior toisoflurane.

©2015SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

Anestésicos inalatórios são amplamente usados em medi-cina humana e veterinária. Podem ser usados no manejo anestésico em um grande número de espécies, incluindo aves,répteiseanimaisselvagens.1---5Oprincipallocalpara

o metabolismo dos anestésicos inalatórios é o fígado.6,7

Nessas circunstâncias, é possível que algumas alterac¸ões fisiológicas ou morfológicas aparec¸am no fígado devido à ac¸ão direta desses anestésicos ou de alguns metabólitos intermediáriosque resultaram durante a sua degradac¸ão. Essesaspectosforamtemasdeváriosestudosquetrouxeram informac¸õesmuitoúteis,masaindahácontrovérsiassobre a ac¸ão dos anestésicos inalatórios sobre o fígado. Assim, háestudosquerelatamumapequenaelevac¸ãodasenzimas hepáticas, enquanto outros relatam hepatite necrótica fulminante,queresultanamortedopaciente.8---10

A grande maioria das pesquisas avaliou os efeitos dos anestésicos inalatórios sobre a func¸ão hepática.11

Aspec-tos macro e especialmente microscópicos foram o objeto deestudodeumnúmerorelativamentepequenode pesqui-sas.Algunsautores sustentamquea anestesiaprolongada comisofluranonãoinduzlesõeshepáticasemanimais.12---14

Soubhia et al.10 avaliaram histologicamente a atividade

datransaminase e tambémo fígado após a exposic¸ão ao

sevofluranoeregistraramvaloresligeiramenteaumentados paraaatividadedatransaminaseenenhumaalterac¸ão mor-fológica do parênquima hepático em microscopia de luz. Hondaetal.15 avaliaramtantoafunc¸ãoquantoa

morfolo-giahepáticaapós aexposic¸ãoao isofluranoe sevoflurano. A conclusão do estudo foi que o grau das lesões hepá-ticas induzidas pela exposic¸ão ao isoflurano foi maior do que o grau das lesões induzidas pela exposic¸ão ao sevo-flurano. Elena et al.16 estudaram a fisiologia e histologia

do fígado, rim e bac¸o após anestesia repetida com sevo-flurano.Osautoresnãodetectaramalterac¸õesnasfunc¸ões hepáticaerenaloualterac¸õesnaarquiteturadessesórgãos. Outrosautoresrelatamlesõeshistopatológicasquevariam depanlobularamultifocaleaténecrosefulminante.17 Um

casodeinsuficiênciahepáticafulminantefoirelatadoapós aterceiraexposic¸ãoaoisoflurano,comnecrosesubmacic¸a e macic¸a no exame histopatológico.8 Zizek et al.9

tam-bém relatam insuficiência hepática subaguda fatal, com necrose macic¸a dos hepatócitos em anestesia repetida comsevoflurano.

(3)

Métodos

OprotocoloexperimentalfoiaprovadopeloComitêdeÉtica emPesquisaCientíficadaUniversityofAgriculturalSciences and Veterinary Medicine (UASVM) Cluj-Napoca e condu-zidodeacordo comasnormas doMinistériodaSaúdee a legislac¸ão europeia sobre o tema.O estudo experimental foifeitonoBiobaseenoDepartamentodeAnestesiologiae PropedêuticaCirúrgicadaUASVMCluj-Napoca.

Foram usados no estudo experimental 40 ratos da linhagem Wistar,fêmeas deseis semanas. Osratos foram alocados aleatoriamente em oito grupos com cincocada. Dois desses grupos serviram como controles: Grupo IM (controlepara isoflurano)e grupoSM (controlepara sevo-flurano);osratosdesses gruposforamexpostosaoxigênio isolado(1L.min-1)portrêsvezes,duranteduashoras, com doisdiasdeintervalo. Trêsgrupos (I1,I2eI3)foram sub-metidosàanestesiacomisofluranoa1,5%deconcentrac¸ão e os outros três grupos (S1,S2eS3) à anestesia com sevoflurano a 2% de concentrac¸ão. Nas concentrac¸ões usadas, a concentrac¸ão alveolar mínima (CAM) foi de aproximadamenteum,tantoparaisoflurano18 quantopara

sevoflurano.19 A concentrac¸ão do anestésico foi ajustada

comumvaporizador.

Usamosumacaixadeinduc¸ãoparaasanestesias.Osratos foramintroduzidosnacaixadeinduc¸ão15minutosantesdo inícioda anestesia, com o objetivode acomodar. Os gru-pos experimentaisforam anestesiadostrês vezes,durante duashoras, em dois dias deintervalo. O fornecimento de oxigênioduranteaanestesiafoide1LO2.min-1paraambos isofluranoesevoflurano.Seguimosoprotocolorecomendado porHondaetal.,15asanestesiasforamrepetidastrêsvezes

paraavaliarosefeitosdaanestesiarepetidacomisoflurano esevoflurano.

Apósa conclusãodasanestesias,osratosforam sacrifi-cadospordeslocamentocervical,emdiferentesmomentos pós-anestésicos: os grupos IM, SM,I1 e S2imediatamente apósaanestesia;osgruposI2eS2seishapósaanestesiae osgruposI3eS324horasapósaanestesia.

Imediatamente após a eutanásia, amostras do fígado foram colhidas, introduzidas em formalina tamponada a 10% para fixac¸ão. Após o período de fixac¸ão, as amostras foram embebidas em parafina e depois seccio-nadas a uma espessura de 5␮m e montadas em lâminas

microscópicas revestidas com poli-L-lisina (para a reac¸ão imunohistoquímica).

Para detectar os hepatócitos apoptóticos, usamos a reac¸ão imunohistoquímica para realc¸ar a expressão da caspase-3, como marcador de morte celular programada. Para esse propósito, o sistema Leica Bond-maxTM Imu-nohistochemistry (Leica Biosystems Melbourne, BondMax, M2 12154) foi usado. A imunomarcac¸ão foi feita com anticorpos anti-caspase-3 policlonal de coelho (diluic¸ão 1/75,RabbitAnticaspase 3Polyclonal,Linaris,Biologische Produkte,Dossenheim,Alemanha---Cat.N◦RB-1197-R7).As

etapasdosistemaparacorarassec¸õesforamasseguintes: (a)desparafinizac¸ãoe lavagemcom umasoluc¸ãode EDTA com pH 8,8 (soluc¸ão de recuperac¸ão de epitopo2), 98◦C

por20minutos;(b)apósalavagem,okitDC9800foiusado por 10minutos (Leica Microsystems GmbH) para bloquear a peroxidase endógena; (c) lavagem e, em seguida, o anticorpoprimárioanti-caspase-3decoelhofoiadicionado

e incubado por 30minutos; (d) adic¸ão e incubac¸ão da polimerasepor10minutos,obteve-seareac¸ãodecorcom aajudadeDAB(diaminobenzidina).

A avaliac¸ão do marcador foi feita por meio de quantificac¸ãodascélulasimunomarcadas.Ascélulascomum citoplasmamarromdeintensidadediferenteforam conside-radaspositivas.Ascélulasimunomarcadasdecincocampos microscópicos, com ampliac¸ão de 400×, foram contadas.

Oseguintemétododeclassificac¸ãofoiusadoparacadacaso: (I)menosde1%decélulasem apoptose,(II)1-2%de célu-lasemapoptosee(III)maisde2%decélulasem apoptose. As imagens microscópicas foram obtidascom o microscó-pioópticoOlympus BX51conectado a umacâmeradigital Olympus DP-25, armazenadas em cartão de memória digitalemostradasnomonitor.

Resultados

Areac¸ãoimunohistoquímicaparaacaspase-3destacouum númeropequeno decaspase-3 em células positivas hepá-ticas dosratos dos grupos IM e SM(i. é, menosde 1%de célulasemapoptose),nãomaisdoqueataxadetrocados hepatócitos normais. Além do fato deserem escassas, as célulaspositivasparacaspase-3 estavamisoladase disper-sasnoslóbuloshepáticos.Namaiorpartedaáreadesecc¸ão, oslóbuloshepáticosapresentavam estruturanormale não continhamcélulasapoptóticas(fig.1).

OsfígadosdosratosdoGrupoI1nãoapresentarammais célulaspositivas para caspase-3 do que o Grupo controle (i.é,menosde1%decélulasem apoptose),demodoque não estavam presentes na grande maioria dos lóbulos, nem mesmo isoladamente. A situac¸ão foi semelhante no Grupo I2, em relac¸ão tanto ao aspecto geral do órgão quanto ao pequeno número de células em apoptose, em comparac¸ão com o grupo controle (i. é, menos de 1% de células em apoptose). As primeirasalterac¸ões visíveis aparecemsomentenoGrupoI3econsistiamnapresenc¸ade célulaspositivas para caspase-3 em alguns lóbulos(3,23% das células em apoptose, o que representa mais de 2% das células em apoptose, de acordo com o método de classificac¸ãosugerido).Algumasdascélulasbempróximasà

(4)

Figura2 GrupoexperimentalI3---célulasapoptóticas distri-buídasemáreascentrolobulares(sugeridasporumcitoplasma maisescuro)---setaspretas;reac¸ãoimunohistoquímica, anticor-pospoliclonaisanti-caspase-3;contracoradocomhematoxilina deMayer.

veiacentrolobularpareceramafetadas(fig.2).Observamos queo fenômenonão estavapresenteem todosos lóbulos hepáticos, mas apenas em alguns deles. Não observamos alterac¸ões inflamatóriasou distúrbioscirculatórios após a exposic¸ãodosratosaoisoflurano.

NosfígadoscolhidosderatosnoGrupoS1,asituac¸ãofoi comparávelcom a do grupo controle, o número de célu-laspositivasparacaspase-3foimuitopequeno.Umgrande aumentodascélulaspositivasparacaspase-3nãofoi obser-vado nos grupos S2 e S3. Não observamos outras lesões associadas(p.ex.,lesõesdistróficas, inflamatóriasou dis-túrbioscirculatórios)nofígado apósa exposic¸ão dosratos aosevoflurano.

Discussão

Osfígadosdosratos nosgrupos decontrole apresentaram umaspectonormal quantoà lobulac¸ão e ao padrão lobu-lar. Células positivas para caspase-3 (i. é, em apoptose) foramidentificadas,masseunúmerofoipequeno; na ver-dade,representaramataxanormaldetrocadehepatócitos (aspecto sugerido pela disposic¸ão isolada, dispersa pelos lóbulos hepáticos, com numerosos lóbulos hepáticos sem célulasimunomarcadas).

Os fígados dos ratos no Grupo I1 foram comparáveis com os dos ratos no grupo controle, em todos os aspec-tos. Células positivas para caspase-3 estavam presentes empequenasquantidades e apenasemalguns lóbulos,de modoque nãopodemos afirmarqueapós a administrac¸ão doanestésicohouvereac¸õesadversasimediatas,oumesmo reac¸ões discretas. No Grupo I2 não foram observadas alterac¸õesemrelac¸ãoàdistribuic¸ãodeapoptosesnofígado, em comparac¸ão com os dois grupos apresentados ante-riormente. No Grupo I3, um ligeiro aumento do número de células positivas para caspase-3 foi observado, em comparac¸ãocomosgruposcontrole,I1eI2ecomo obser-vadonosgruposIM,I1eI2;nocasodossujeitosdoGrupoI3, umnúmeromaiordecélulasimunomarcadas(emapoptose) foiidentificado,focalmentedispostas,predominantemente

centroacinares. Uma possível explicac¸ão para a afetac¸ão das células na vizinhanc¸a imediata da veia centrolobular pode ser o fato de o anestésico atingir o fígado através dosistemacirculatório,masnesse caso oshepatócitosna periferia dos lóbulos deveriam ser asprimeiras células a ceder,porqueesseéolocaldeentradadossinusoidesnos lóbulos hepáticos.Porém, oshepatócitos na periferia dos lóbulossãofavorecidosemtermosdesuprimentode nutri-enteseoxigênio,sãoosprimeirosaserbeneficiadosdevido àsuadisposic¸ão,o queparececonferirresistência àac¸ão anestésica.Ascélulaspróximasàveiacentrolobularsãoas últimas a ser supridas. Aparentemente, isso as torna um poucovulneráveis,algumasentramemapoptosesobaac¸ão anestésica.Outrosrelatossugeremqueazonaperiacinaré particularmentevulnerávelànecrose/apoptose(conhecida comonecrose/apoptosedazona3ouperiacinar),emparte porqueestãomaisdistantesdachegadadosanguearteriale venosoportalquetrazoxigênioenutrientesessenciais.20,21

Contudo,onúmerodecélulasapoptóticasfoipequeno; podemos afirmar que isoflurano é um anestésico com boa tolerância. As reac¸ões adversas que apareceram no fígadoapósasuaadministrac¸ãoemdoseterapêuticaforam mínimas, sem outras lesões celulares (p. ex., distrofias, necroses,desordensvasculares)queinduzemalterac¸õesno padrãodoórgão.

Aadministrac¸ãodesevofluranonãoresultounoaumento donúmerodehepatócitospositivosparacaspase-3nos gru-pos experimentaisimediatamenteapósa anestesiaounos outros tempos deavaliac¸ão (6h e 24h após a anestesia). Em nenhum desses momentos, as células positivas para caspase-3estiveramemumnívelquesugerisseaapoptose dehepatócitosprovocadapeloanestésico.Apoptoses esti-veram presentes em um pequeno número de células, de algumaformacomparávelemtodososgrupos,oquenos per-mitedeclararquesuapresenc¸afoiabsolutamentenormale vinculadaàtaxanormaldetrocadehepatócitos.Emoutras palavras,sevoflurano parecenãoinduzir reac¸õesadversas emfígadoderato,detectáveispormeiodeexame histoló-gico.Issodemonstraumatolerabilidadehepáticamuitoboa desevoflurano.

Aavaliac¸ão comparativadoefeitodos doisanestésicos em fígado de ratosublinhao fatode que,embora ambos tenhamsidobemtolerados,pelomenosnadoseenotempo deadministrac¸ãoescolhidospornósnopresenteprotocolo experimental existem certas diferenc¸as entre eles. Essas diferenc¸asreferem-seaofatodequeapesardeapresentar uma boa tolerância, isoflurano desencadeou a apoptose em um número relativamente pequeno de hepatócitos, enquanto sevoflurano não o fez. Embora as diferenc¸as sejam mínimas, o fato de sevoflurano apresentar uma tolerabilidadesuperioremcomparac¸ãocomisofluranoéum destaque.Aesserespeito,nossosresultadossão consisten-tescomosresultadosdeNishiyamaetal.22 eNishiyama.23

Eles relataram que o grau das lesões hepáticas induzidas pela exposic¸ão ao isoflurano foi maiordo que o induzido porsevoflurano.Hondaetal.15fizeramdeclarac¸ões

(5)

tersidoinfluenciadospeladoseque,segundoeles,podeter sidomuitoaltaparapermitirapoptose.Adeclarac¸ãoparece correta,sabe-se quea necroseocorre quandoahipóxiaé graveeaapoptoseocorrequandoahipóxiaéleve.24

Aviaexatadeinduc¸ãodeapoptoseporanestésicos inala-tóriosnãoétotalmenteconhecida,masexistemestudosque propõemdiferenteshipóteses.Zhangetal.25mostraramque

isofluranoa2%paratratamentoporseishoraspodecausar apoptose.Oestudofoifeitoemculturasdecélulasde neurô-niosprimáriosderatos.Osautoresrelataramqueisoflurano podeaumentaroníveldofatorpró-apoptóticoBax,diminuir oníveldofatorantiapoptóticoBcl-2,aumentaroacúmulo deespéciesreativasde oxigênio,permitir alibertac¸ão de citocromo-cdasmitocôndriasnocitosol,induziraativac¸ão dacaspase9ecaspase-3einduzirassimaapoptoseatravés dafamíliadeproteínasBcl-2eviamitocondrial.

Wei etal.26 propuseramoutra hipótese:aativac¸ãodos

receptoresdeinositol1,4,5-trifosfato(IP3)nasmembranas doretículoendoplasmáticoporisoflurano.Essefatocausa aliberac¸ãoexcessiva decálcioedesencadeia aapoptose. Os autores especificaram que a apoptose induzida por isoflurano, dependente da concentrac¸ão e durac¸ão do anestésico,aumentou ocálcio citosólico e,em seguida,o mitocondrial.Turrilazzietal.27relatamumcasodenecrose

hepáticafulminantefatalapósanestesiacomsevofluranoe atribuíramcomocausaoaumentodecálciocitoplasmático porsevoflurano.

Em conclusão, nossos resultados mostramque sevoflu-ranonãodesencadeiaaapoptosedehepatócitos,enquanto isofluranodeterminaapoptoseperiacinarmoderada incons-tante,24horasapósaanestesia.Nossosresultadossugerem que os anestésicos testados não apresentam uma hepa-totoxicidade significativa, sevoflurano provou ter uma tolerabilidadesuperioremcomparac¸ãocomisoflurano.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

EsteartigofoipublicadosobopatrocíniodoEuropeanSocial Fund, Human Resources Development Operational Pro-gramme2007-2013,projeton◦ POSDRU/159/1,5/S/136,893

Referências

1.LewisJCM.Fielduseofisofluraneandairanestheticequipment inwildlife.JZooWildlMed.2004;35:303---11.

2.WimsattJ,O’sheaTJ,EllisonLE,etal.Anesthesiaandblood samplingof wild bigbrown bats(Eptesicus fuscus) withand assessmentofimpactsonsurvival.JWildlDis.2005;41:87---95. 3.ParkerWT,MullerLI,GerhardtRR, etal.Field useof isoflu-raneforsafesquirrelandwoodratanesthesia.JWildlManage. 2008;72:1262---6.

4.EscobarA,ThiesenR,VitalianoSN,etal.Somecardiopulmonary effectsofsevofluraneincrestedcaracara(Caracaraplancus). VetAnaesthAnalg.2009;36:436---41.

5.GranoneTD,DeFranciscoON,KillosMB,etal.Comparisonof threedifferentinhalantanestheticagents(isoflurane, sevoflu-rane,desflurane)inred-tailedhawks(Buteojamaicensis).Vet AnaesthAnalg.2012;39:29---37.

6.WaskellL.Metabolismofthevolatileanesthetics.In:RiceSA, Fish KJ,editors.Anesthetictoxicity. New York:Raven Press; 1994.p.49.

7.BadenJM,RiceSA.Metabolismandtoxicityofinhaled anesthe-tics. In: Miller RD, editor. Anesthesia. 5th ed. New York:

ChruchillLivingstone;2000.p.147---73.

8.BruntEM,WhiteH,MarshJW,etal.Fulminanthepaticfailure afterexposuretoisofluraneanesthesia:acasereport. Hepato-logy.1991;13:1017---21.

9.Zizek D,RibnikarM,ZizekB, etal. Fatalsubacuteliver fai-lureafterrepeatedadministrationofsevofluraneanaesthesia. EurJGastroeneterolHepatol.2010;22:112---5.

10.SoubhiaAF,LauzS,MonteroEF,etal.Effectsoftheinhalational anesthetics halothane and sevoflurane on an experimen-tal model of hepatic injury. Rev Bras Anestesiol. 2011;61: 591---603.

11.SahinSH,CinarSO,PaksoyI,etal.Comparisonbetweenlowflow seovfluraneanesthesiaandtotalintravenousanesthesiaduring intermediate-duration surgery: effects on renal and hepatic toxicity.Hippokratia.2011;15:69---74.

12.BylesPH,Dobkin AB, FergusonJH,et al. Forane(compound 469):2.Biochemicaleffectsofrepeatedadministrationto ani-mals,responsetobleeding,andcompatibilitywithepinephrine. CanAnaesthSocJ.1971;18:387---96.

13.Steffey EP, Zinkl J,Howland D Jr. Minimalchanges inblood cellcountsandbiochemicalvaluesassociatedwithprolonged isofluraneanesthesiaofhorses.AmJVetRes.1979;40:1646---8. 14.Eger EI 2nd. Isoflurane: a review. Anesthesiology.

1981;55:559---76.

15.HondaM,Yamada T, NomuraT, et al.Differential, histoche-mical and immunohistochemical changes in rat hepatocytes afterisofluraneorsevofluraneexposure.ActaMedOkayama. 2003;57:1---12.

16.Elena G, Amerio N, Ferrero P, et al. Effects of repetitive sevoflurane anaesthesiaon immune response, select bioche-mical parameters and organ histology in mice. Lab Anim. 2003;37:193---203.

17.Carrigan TW, Straughen WJ. A report of hepatic necrosis and death following isoflurane anesthesia. Anesthesiology. 1987;67:581---3.

18.MazzeRI,RiceSA,BadenJM.Halothane,isofluraneand enflu-raneMACinpregnantandnonpregnantfemaleandmalemice andrats.Anesthesiology.1985;62:339---41.

19.Tamada M,Inoue T, WatanabeY, et al. MACvalues of sevo-flurane.Prog Med.1986;6:3248---53(in JapanesewithEnglish abstract).

20.JubbKVF,KennedyPC,PalmerN.Pathologyofdomestic ani-mals,2,3rded.AcademicPress,Inc.;1985.p.240---307.

21.TreutingPM,DintzisSM.Comparativeanatomyandhistology: amouseandhumanatlas.UnitedStatesofAmerica:Academic Press;2012.p.193---9[chapter13].

22.NishiyamaT,YokoyamaT,HanaokaK.Liverandrenalfunction afterrepeatedsevofluraneorisofluraneanaesthesia.CanJ Ana-esth.1998;45:789---93.

23.NishiyamaT.Effectsofrepeatexposuretoinhalation anesthe-ticsonliverandrenalfunction.JAnaesthesiolClinPharmacol. 2013;29:83---7.

24.KerrJF.Shrinkagenecrosis:adistinctmodeofcellulardeath. JPathol.1971;105:13---20.

25.Zhang Y, Dong Y, Wu X, et al. The mitochondrial pathway of anesthetic isoflurane-induced apoptosis. J Biol Chem. 2010;285:4025---37.

26.WeiH,LiangG,YangH,etal.Thecommoninhalational anesth-ticisofluraneinducesapoptosisviaactivationofinositol 1,4,5-triphosphatereceptors.Anesthesiology.2008;108:251---60. 27.Turrilazzi E,D’erricoS, NeriM, etal. Afatal caseof

Referências

Documentos relacionados

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

In this chapter, a biomass highly loaded with LCFA, and acclimated as further explained, was studied before and after the degradation of the biomass-associated LCFA in terms of:

Os Signatários acreditam firmemente que a Declaração Europeia não só ajudará a Indústria Europeia de Papel e Cartão e os Retomadores/Comerciantes de Papel Recuperado a

Em que pese ausência de perícia médica judicial, cabe frisar que o julgador não está adstrito apenas à prova técnica para formar a sua convicção, podendo

Assim, cumpre referir que variáveis, como qualidade das reviews, confiança nos reviewers, facilidade de uso percebido das reviews, atitude em relação às reviews, utilidade

Dos docentes respondentes, 62,5% conhe- cem e se sentem atendidos pelo plano de carreira docente e pelo programa de capacitação docente da instituição (que oferece bolsas de

De forma a sustentar esta ideia, recorro a Costa et.al (1996, p.9) quando afirmam que “A aprendizagem da profissão docente não principia com a frequência de um

suficientemente grande para o livre transporte da quitosana através dos poros, então o efeito de partição do soluto toma lugar, seguido de reação nos poros. A