• Nenhum resultado encontrado

Reflexões acerca das novas formas de parentalidade e suas possíveis vicissitudes culturais e subjetivas.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Reflexões acerca das novas formas de parentalidade e suas possíveis vicissitudes culturais e subjetivas."

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

A

o falar da fam ília, o m ais adequado seria nos referir a um a trans-historicidade do laço fam iliar, ao invés de um a “eternidade” da fam ília. Nunca existiu “a fam ília” e, hoje, prin-cipalm ente, o que há são “fam ílias”. As transições ocorridas nos âm bitos cultural, econôm ico, político e social têm afetado essa instituição de um a form a, talvez, jam ais vista na História. Entre elas, elencam os: as mudanças dem ográficas, em especial a m aior longevidade hum ana; a participação crescente da m ulher Maria Cristina

Lopes de Alm eida Am azonas Professora doutora do Mestrado em Psicologia Clínica da Universidade Católica de Pernam buco.

Maria da Graça Reis Braga Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernam buco.

VICIS S ITUDES CULTURAIS E S UBJETIVAS

Ma ria Cristin a Lop e s d e Alme id a Ama zon a s e Ma ria d a Gra ça Re is Bra ga

RES UMO: Propõe-se um a discussão sobre o im pacto cultural e subje-tivo provocado pelas novas form as de parentalidade, prom ovidas a partir das m udanças na fam ília e nos papéis parentais e de gênero m asculino e fem inino, do controle sobre a procriação, das novas biotecnologias, e outros fatores, assim com o suas repercussões sobre o grupo fam iliar e os processos de subjetivação. Defende-se a tese de que, independentem ente da configuração fam iliar, o fundam ental é que as crianças sejam cuidadas e desejadas, e que exista um a presen-ça que oferepresen-ça a elas um lugar configurado com seus lim ites. Palavras - c h ave : Fam ília, parentalidade, subjetivação infantil.

ABSTRACT: Reflexions about the new parenthood arrangem ents and its consequences upon culture and subjectivity. This article discusses the consequences upon culture and subjectivity caused by the new parenthood arrangem ents, w hich com es from new fam ily arrange-m ents, changes in parental roles and gender, procreation control, the developm ent of biotechnologies, am ong other events, and their con-sequences on fam ily group and on the process of becom ing a per-son. It defends the follow ing thesis: in any fam ily groups arrange-m ents, w hat is fundaarrange-m ental is that children arrange-m ust be wanted, be-loved, cared for, and there m ust be som eone w ho gives them a place and also w ho provides them lim its.

(2)

no m ercado de trabalho; o divórcio e as organizações fam iliares distintas da fam ília nuclear tradicional; o controle sobre a procriação a partir dos anticoncep-tivos; as transform ações ocorridas nos papéis parentais e de gênero. Neste traba-lho, enfocarem os as novas form as de parentalidade ( hom oparentalidade,1 co-parentalidade,2 insem inação artificial com doador, recasam ento) e suas repercus-sões sobre a instituição fam iliar e sobre os processos de subjetivação da criança.

A adaptação a essas novas estruturas parentais está em curso e, decerto, pros-seguirá. Ainda que aqui e ali encontrem os reações, freios, desigualdades de rit-m o, esse é urit-m processo, provavelrit-m ente, irreversível. Poderit-m os nos posicionar a favor ou de m odo discrim inatório. No entanto, das posições adotadas dependerá o futuro das nossas crianças. Nosso interesse é colocar em discussão as possibili-dades de posicionam ento diante dessas m utações no exercício da parentalidade.

DIS CUTINDO AS NOVAS FORMAS DE PARENTALIDADE

O pai, nas fam ílias patriarcais, detinha poder de vida e de m orte sobre todos os m em bros da fam ília. Mas o m undo nunca foi tam bém patriarcal, ainda que o poder dos hom ens sobre as m ulheres, esposas ou filhas predom inasse em toda a parte. Em relação aos filhos hom ens, esse poder sem pre foi suavizado. A partir de cerca de 1900, o patriarcado vem se retraindo, m esm o havendo grande variação nos resultados, assim com o na cronologia de um a região para outra e entre as cam adas sociais ( GÖRAN, 2006) . Pouco a pouco, vários poderes passaram a se interpor com o obstáculo ao poder paterno absoluto, tais com o o poder do Esta-do e o poder m édico. A autoridade paterna foi questionada e abalada, colocanEsta-do o hom em ( o pai) , assim com o as m ulheres e as crianças, paulatinam ente, sub-m etidos ao Estado e à Ciência ( COSTA, 1983) .

O projeto m oderno foi seriam ente abalado pelo advento das grandes guerras m undiais, o que teve com o conseqüência, entre outras coisas, a afirm ação do trabalho fem inino, a princípio, com o necessidade, e, depois, com o valor, através dos incipientes m ovim entos fem inistas do final do século XIX e início do XX. No entanto, ao decair o excesso de poder patriarcal, o que se observa é que, no m odelo de fam ília nuclear m oderno, vai caber ao pai m ediar as relações entre o público e o privado, livrando a criança do aprisionam ento à m ãe. Hoje, em con-sonância com as transform ações sociais, culturais e econôm icas, sobretudo no que diz respeito à entrada da m ulher no m undo laboral, o que vem os são pais

1 “ Hom oparentalidade é um term o surgido em 1997 para designar um a situação em que pelo

m enos um dos pais se assum e com o hom ossexual” ( DERRIDA & ROUDINESCO, 2004, p.48) .

2 “ Co-parentalidade é um a situação na qual um a m ãe lésbica ou um pai gay elabora o projeto

(3)

que dividem com elas os cuidados e afetos com os filhos, exercendo um a função que, até então, era denom inada ‘m aternalizante’.

Esse fato denuncia que o lugar exagerado concedido à m ãe ( nas fam ílias nu-cleares) que instala um a posição de onipotência perante a criança, que se encon-tra em estado de dependência absoluta nos prim eiros m eses de vida, vem , nesse m om ento, sendo com partilhado com o pai, com os avós e tantos outros m em -bros da fam ília, assim com o da com unidade. Assim , m esm o no interior das fa-m ílias nucleares — isto é, fafa-m ílias cofa-m postas por pai, fa-m ãe e filhos — pode-se dizer que o exercício da parentalidade já se apresenta de outro m odo. No entan-to, não podem os deixar de observar que tal fato ainda provoca algum desconfor-to nas pessoas envolvidas nessas m udanças. Um exem plo é o caso das avós atuais, as quais experim entam sentim entos am bivalentes em relação à situação de cui-dar dos netos enquanto suas filhas trabalham fora do lar. Por um lado, sentem -se sobrecarregadas ao se verem na contingência de levar os netos às diversas insti-tuições em que eles desenvolvem atividades as m ais variadas ( inglês, balé, judô, etc.) . Tudo isto em um a idade em que o desejo m aior dessas senhoras seria usu-fruir um pouco de descanso e ausência de obrigações. Por outro, estar perto dos netos tam bém as revigora e lhes dota de um a nova força interior para a vida ( ATALLA, 1996; DIAS, COSTA & RANGEL, 2005) . Göran denom ina este m om en-to da organização social da fam ília de pós-patriarcado e diz que ele vai significar “( … ) autonom ia adulta com relação aos pais e direito de fam ília iguais para hom ens e m ulheres — não apenas com o direitos proclam ados, m as com o direi-tos passíveis de reivindicação judicial” ( 2006, p.190) . Segundo este autor, essa seria a principal m udança histórica ocorrida em nosso tem po. É possível dizer que tal m udança é virtualm ente desconhecida e nunca antes praticada, em lugar nenhum do planeta.

Mas, apesar de todas essas transform ações acontecidas no interior da fam ília, podem os dizer que ela ainda se m antém idealizada e desejada por todos. A fam í-lia, não im porta a configuração que assum a, continuará a existir, pois é o que pode assegurar à criança, aos novos sujeitos que se apresentam ao m undo, o direito ao am or, ao acolhim ento no m undo hum ano e à palavra.

Hoje, observa-se um a dem anda por um a form a nova de parentalidade: os casais hom ossexuais buscam incessantem ente o direito à norm atização e norm a-lização e tentam incluir-se nas regras que antes eram , de m odo sistem ático, por eles questionadas.

(4)

im plícito, ainda que de m odo sutil, o poder de hierarquizar e norm alizar. Um dos pólos é o norm al, “natural”, desejável, o outro é anorm al, antinatural e inde-sejável. Essa id en t id ad e co n sid er ad a n o r m al t em u m a p o d er o sa fo r ça hom ogeneizadora, exatam ente porque é passada de um a form a quase invisível. Ser heterossexual não é tom ado com o um a identidade, m as com o a identidade, a única norm al, natural, desejável.

Não percebem os, em geral, que o excluído ( nesse caso, a hom ossexualidade) tam bém é constitutivo dessa identidade sexual, perm itida ou proibida, um a vez que os processos de identificação, assim com o de diferenciação, identidade e diferença, são conceitos relacionais por excelência, ou seja, não podem ser com -preen didos ou abstraídos de m an eira isolada. Desse m odo, “ a iden tidade hegem ônica é perm anentem ente assom brada pelo seu Outro, sem cuja existên-cia ela não faria sentido” ( SILVA, 2000, p.84) .

Entre as dem andas de norm atização e norm alização, em preendidas pelos ho-m ossexuais, na atualidade, está a busca de autorização legal para o direito à ado-ção de crianças. Até hoje, casais hom ossexuais que tinham filhos os traziam , em geral, de casam entos heterossexuais anteriores, isto é, os filhos faziam parte de fam ílias recom postas. Hoje, esses casais não apenas reivindicam o direito à ado-ção, com o tam bém buscam filhos biológicos, pelo m enos de um dos m em bros do casal, através das biotecnologias de reprodução.

Estim a-se que, no m om ento atual, nos Estados Unidos e no Canadá, 10% dos hom ossexuais com põem um a categoria de pais gays e lésbicas, tanto com o re-sultado de terem ido viver com um com panheiro do m esm o sexo após um a separação de um casam ento heterossexual em que haviam gerado filhos; ou por-que conceberam filhos através de insem inação artificial com doador ou de m ães de aluguel; ou ainda porque adotaram um a criança na condição de solteiros. “Isso significa que existem no continente am ericano de 1 a 5 m ilhões de m ães lésbicas, de 1 a 3 m ilhões de pais gays, e de 6 a 14 m ilhões de crianças criadas por pais hom ossexuais” ( ROUDINESCO, 2003, p.190) .

A hom oparentalidade vem tam bém se im pondo em toda a Europa. Na Fran-ça, já existe, desde 1986, um a associação denom inada de Associação dos Pais e dos Futuros Pais Gays e Lésbicas ( APGL) que conta, hoje, com m ais de 1.200 m em bros ( ROUDINESCO, 2003) .

(5)

Para Roudinesco ( 2003) , o m ovim ento gay e suas aspirações aos ideais de fam ília, geração e adoção de crianças é um m ovim ento esperado, diante do cres-cim en to e afir m ação d a id en tid ad e h o m o ssexu al n este co m p lexo estágio civilizatório que atingim os. E que com porta todas as m udanças que vêm ocor-rendo em registros diversos, tais com o o sexual, o fam iliar e o das liberdades individuais. Além disso, um fenôm eno que está im plicado no desejo de fam ília dos hom ossexuais é a questão da Aids, epidem ia e controle, convivência com a síndrom e, o que tam bém ajudou a despertar naqueles que se sentem “sobrevi-ventes” o desejo por descendência e continuidade.

Sob outro ponto de vista, poderíam os analisar essa dem anda com o m ais um tipo de consum o, tanto de tecnologias quanto de pessoas, em que o filho se encaixaria no lugar de m ais um objeto de consum o a que todos, inclusive os hom ossexuais, teriam direito. Podem os alegar que esta é um a sociedade do espe-táculo e, com o tal, seu principal eixo é o das subjetividades forjadas pela im agem . E esta é ditada preponderantem ente por interesses de m ercado, em que é preciso consum ir a qualquer preço, sob o risco de desaparecerm os. Nesse tipo de socieda-de, reina o im perativo da inclusão através do consum o que cobra de cada um o incluir-se sob pena de tornar-se invisível ou insignificante. Isso “produz no indi-víduo, com o consum idor, o que Debord cham a de ‘aceitação dócil do que exis-te’, indicando a autonom ia da econom ia sobre a vida social” ( KEHL, 2004, p.56) . Outra possibilidade de interpretação que não exclui as anteriores, ao contrá-rio, pode se agregar a elas, é levar em consideração que, no processo de identifi-cação, os grupos sociais que se situam assim etricam ente em relação ao poder disputam não só o poder de definir as identidades, m as, ao m esm o tem po, o acesso a outros recursos sim bólicos e m ateriais da sociedade. Desse m odo, ao reivindicarem o direito a filhos, os hom ossexuais afirm am , tam bém , suas iden-tidades e suas diferenças enquanto grupo, e tentam garantir o acesso a esses bens sociais. Ter filhos pode ser, portanto, um a tentativa de acessar os recursos sim bó-licos e m ateriais da sociedade.

Mas, todas essas hipóteses só fazem reforçar a idéia de que quanto à identida-de e, principalm ente, quanto à diferença, não basta fazer um vago e benevolente apelo à tolerância e ao respeito. Não é suficiente proclam ar a existência da ho-m ossexualidade coho-m o se ela fosse natural e, desse ho-m odo, ela estivesse cristalizada e essencializada. A diferença, assim com o a identidade, são produções sociais, som os nós que as produzim os e não é possível desconhecê-las, nos fecharm os a elas ou ignorar todos os seus desdobram entos. É urgente e im perativo refletir acerca dessa nova realidade social que se im põe com tanta força: a dem anda dos casais hom ossexuais por filhos.

(6)

renun-ciando à transm issão da idéia da existência da “diferença anatôm ica dos sexos” que, em teoria, seria necessária à elaboração de todas as diferenças im aginárias e sim bólicas. É a am eaça da supressão da diferença sexual que am edronta, desde o final do século XIX, com o declínio da antiga autoridade patriarcal. E que hoje se torna m ais intensa com a m anifestação do desejo dos hom ossexuais de se inclu-írem na norm a, rom pendo com um a ordem procriadora que se sustentava há, pelo m enos, uns dois m il anos, no princípio do logos separador e da diferença sexual ( ROUDINESCO, p.2003) .

Além disso, outras dúvidas e receios se colocam . Será que os filhos de hom os-sexuais correm m ais riscos que os outros de sofrer distúrbios psicóticos, ou adotar com portam entos associais, ou serem abusados sexualm ente por adultos? Roudinesco ( 2003) diz que essa preocupação não tem fundam ento. Segundo a autora, dezenas de pesquisas publicadas entre 1973 e 1995, apesar de pouco esclarecerem sobre a enorm e m utação histórico-cultural que representa não m ais fundar a ordem fam iliar na diferença sexual, tranqüilizaram os hom ossexuais, dem onstrando que eles são pais tão com uns quanto qualquer outro e nada nos perm ite dizer que “filhos de hom ossexuais” sejam m ais perturbados que os fi-lhos de casais heterossexuais ou m ais ignorantes em relação à diferença sexual.

A respeito dessas questões sobre as possibilidades dos grupos fam iliares regi-dos pela hom oparentalidade, não podem os esquecer que fam ílias heterossexuais freqüentem ente infligem sofrim entos e violências físicas e psíquicas inom ináveis às crianças sob seus cuidados e que, de nenhum m odo, esse fenôm eno se restrin-ge ou é “privilégio” de fam ílias hom ossexuais.

Por outro lado, é necessário reconhecer a diferença que se im põe, quer advenha de dentro para fora da fam ília, ou de fora para dentro, pois não há com o dem ar-car a posição de um a busca de certeza patologizante ou norm alizante, seja qual for o interesse que predom ine. Pais hom ossexuais são diferentes dos outros pais e, além disso, a sociedade acentua ainda m ais essa diferença. Melhor dizendo, é a sociedade que produz esse processo de diferenciação e que valora um dos pólos ( pais heterossexuais) com o positivo, considerando-o, “norm al” e o outro ( pais hom ossexuais) com o negativo e “anorm al”. Assim , as crianças dessas fam ílias são e continuarão sendo por algum tem po vistas com o diferentes nos diversos m eios dos quais fazem parte: a escola, o condom ínio, a com unidade. É exata-m ente por isso que deveexata-m os incluí-las no “uexata-m de nós” ( huexata-m anos) , abolindo a discrim inação quanto às “m ínim as diferenças”, reconhecendo que elas existem , aceitando-as tais com o são e dando-lhes os m esm os direitos.

(7)

os seus filhos jam ais se tornariam hom ossexuais. Nesse m om ento, não podem os deixar de nos rem eter à questão da herança, com o é colocada em Derrida. Os seus diálogos com Roudinesco nos m ostram que a cada um é forjada a sua he-rança. E herança nos rem ete ao processo de desconstrução, conceito que requer um a verdadeira teia de aceitações, recusas, reprodução e invenção, e que se atu-aliza perm anentem ente. Todo ser hum ano é herdeiro de um a história, m as, ao herdá-la, tom a-a com o um a “escolha”, não sendo obrigado a aceitá-la tal com o é, nem sendo possível, tam bém , fazer-se não im plicado por ela ( DERRIDA & ROUDINESCO, 2004) . Os filhos de hom ossexuais, do m esm o m odo que os de-m ais filhos, terão que conviver code-m essa herança, fazendo suas próprias escolhas. Quanto à questão da diferença sexual, Roudinesco ( 2003) diz que um fato deve ser considerado: para se ‘fabricar’ um a criança, ainda é necessária a partici-pação de indivíduos dos dois sexos diferentes, m esm o que essa participartici-pação seja m ediada pelas biotecnologias. É, tam bém , verdade que já se anuncia a possibili-dade de superação dessa necessipossibili-dade de dois indivíduos de sexos diferentes para gerar um a criança. A clonagem hum ana já é um a possibilidade, ainda que a ética adotada neste m om ento histórico não a adm ita com o razoável.

Para a autora, o problem a da diferença sexual tende a ser aum entado por certo conservadorism o dos psicanalistas em relação ao Com plexo de Édipo e aos novos m ecanism os de produção de subjetividade. O problem a pode ser coloca-do, sim , quando pensam os nas form as de procriação que alijam a figura do pai da cena fecundante e procriativa, com o as técnicas de transferência de núcleo, base da clonagem , as quais anulam a participação de dois sexos na produção de um novo ser. Ainda assim , na cena fam iliar e no desenvolvim ento da criança, a figura do pai sem pre será reivindicada, esteja ausente do cenário ou não, pois do rebento ao sujeito há um cam inho a ser percorrido, no qual se torna fundam en-tal a atuação das funções m aterna e paterna.

Para Julien ( 1997) , a subjetivação infantil passa pelos atributos das funções m aterna e paterna, m as tais atributos estão sujeitos a um a lei anterior — a lei da conjugalidade. Essa lei perm ite, ao m esm o tem po, deixar cair o pai e a m ãe ( e as relações entre pais e filhos) para perm itir um laço entre um hom em e um a m ulher. A im portância dessa lei rem ete ao encontro com o desconhecido, em sua alteridade, rem ete à lei das trocas, fundam ental para a aliança conjugal e para a vida em sociedade.

(8)

com pleta. Esse hiato é o lugar do pai, o pai com o nom e, na palavra da m ãe. Hoje, há um espectro m ais am plo de quem pode ocupar essa posição, o com panheiro, ou um contexto profissional, cultural, artístico, por exem plo. A m ãe, de certa m aneira, sem pre vai se fazer presente e ausente para a criança, e é essa alternân-cia o que confere o prim eiro tem po da transm issão.

O segundo tem po vai se dar pela presença de alguém que vem ocupar esse lugar à sua m aneira própria. O pai, com o o outro da m ãe, é alguém que tem um a vida privada, literalm ente, que priva a criança de um certo saber sobre o seu gozo. Com esses dois tem pos de transm issão, torna-se possível para a criança, um dia, poder deixar seus pais. Trata-se do “paradoxo da subtração criadora”. Eles m esm os transm item à criança o poder de deles se excluírem , através da filiação.

Roudinesco ( 2003) considera que é discutível até que ponto a diferença se-xual pode ser considerada com o a com ponente m aior das outras diferenças. Até que ponto ela é a m ais im portante para a constituição das dem ais diferenças. Será que essa questão não é resultado de um a sociedade com um a visão m uito centrada na sexualidade? Ou dem asiadam ente centrada na im agem de um pai que, nos m oldes nietzschianos, já está m orto, m as a quem insistim os em evocar a im agem centralizadora em conform idade com os nossos interesses?

Lipovetsky (2000) chama a atenção para o fato de que o advento da mulher-sujeito, isto é, da m ulher que trabalha, que usufrui da liberdade individual e da igualdade de direitos, não anula os m ecanism os de diferenciação social dos sexos. Haverá um a recom posição e reatualização sob novas form as. Essas diferenças se tornarão mais maleáveis, menos visíveis, menos exclusivas, mas não desaparecerão. Outra dem anda que se im pôs na atualidade e para a qual m uito contribuiu o avanço técnico-científico é a procura por filhos, por parte de casais heterossexuais, por m eio das tecnologias de procriação assistida. É bom salientar que as tecnolo-gias, sejam elas quais forem , não inauguram m odos de agir que não preexistam nos sujeitos com o desejo e com o dem anda. Entretanto, adm itir que as m udanças sociais não são deflagradas apenas pelos fatos da tecnologia não deve fazer com que possam os abrir m ão de um a ética que venha a reger essas novas possibilida-des de ação hum ana, m esm o que, m uitas vezes, considerem os m ais côm odo interpretar essas m udanças através do recurso da generalização, ou seja, mutatis mutandis, fica tudo com o está.

(9)

m aneira, não pode ser com preendido com o algo que está fora da teia que cons-titui o m ovim ento hum ano no m undo, no planeta em que vivem os. Assim , a tecnologia deve estar a serviço do hom em , não o hom em a serviço da tecnologia. Para Arendt ( 1997) , a ciência realiza e afirm a tudo o que os hom ens já havi-am vivenciado em sonhos, tornando aos poucos m ais nítida a vaga im pressão de que os hom ens não perm anecerão para sem pre presos à Terra. Os hom ens não apenas se adaptam aos feitos da técnica, com o tam bém a estes se antecipam e estão sem pre à sua frente. Recentem ente, a ciência vem em pregando esforços no sentido de tornar artificial a vida, talvez um m ecanism o de fuga da condição hum ana, que está atrelada ao m undo, com o um artifício hum ano e ao planeta Terra. Para a autora, a questão está nas escolhas de direção que vam os dar ao nosso conhecim ento e aos produtos dele. E essa questão é fundam entalm ente política, e, portanto, ética, e não apenas profissional e técnica.

As tecnologias de procriação atendem tanto aos casais heterossexuais inférteis ou que desejam program ar o m om ento em que querem ter um filho, quanto aos casais hom ossexuais com o já apontam os antes. A insem inação artificial com do-ador ( de esperm a) ( IAD) , assim com o a fertilização in vitro e suas derrogações m ais sofisticadas são técnicas que servem tanto a uns quanto a outros.

O PROCES S O DE S UBJETIVAÇÃO DAS CRIANÇAS

A segunda m etade do século XX ficou m arcada pelo que passam os a cham ar de crise nas referências sim bólicas, haja vista os processos de m udança nos grupos fam iliares e nas form as de parentesco, além das novas posições e papéis das m u-lheres, hom ens e crianças. No entanto, para Ceccarelli ( 2002) , olhando para trás, neste início de século XXI, nada de tão dram ático aconteceu, pois as fam ílias co n tin u am sen d o co m p o stas e d eco m p o stas e as cr ian ças co n tin u am se subjetivando. Para o autor, a crise de que tanto se fala está focada no atributo da m asculinidade e da referência fálica com o form as únicas de organização indivi-dual e social.

A função fálica ( o outro da m ãe, o organizador que faz o corte na fusão m ãe-filho) continua sendo exercida, m as não apenas pelo hom em ou pelo pai, sendo este m enos convocado, na contem poraneidade, a ocupar tal lugar.

(10)

Para Ceccarelli ( 2002) , a psicanálise é m uitas vezes cham ada a resolver tais questões, porém não deve ser colocada com o um a guardiã de um a única ordem sim bólica, fora da qual toda patologia e todo caos são esperados. Tal posição é arrogante e ideológica um a vez que defenderia um a única verdade acerca das condições perfeitas para um desenvolvim ento psíquico “norm al”. Para o autor, a clínica cotidiana é a m aior testem unha de todas as “derrapagens” do m odelo fam iliar tradicional, no que diz respeito à subjetivação das crianças.

A erogenização do corpo passa pelos significantes que designam hom ens e m ulheres, m as, tam bém , passa pelo afeto e sobretudo pelo lugar que a criança ocupa no inconsciente e no narcisism o dos pais, bem antes de chegarem à fam í-lia, assim com o pela dinâm ica das trocas e investim entos fam iliares. Essencial na constituição do sujeito é o seu reconhecim ento pelos pais, o que transform a um bebê de sexo m asculino ou fem inino em um sujeito singular e plural, um ho-m eho-m ou uho-m a ho-m ulher. A subjetivação infantil vai dizer sobre as particularidades da angústia e da história de cada um , o trajeto das identificações e as escolhas objetais ( CECCARELLI, 2002) .

Para Kehl ( 2001) , os lugares m asculinos e fem ininos na fam ília não coinci-dem exatam ente com os ocupados pelos hom ens e pelas m ulheres; eles circu-lam , e com m uito m ais intensidade, na organização contem porânea. A fam ília é o lugar em que um a criança vai se indagar sobre o desejo que a gerou e sobre o seu própr io desejo. Vai não apenas operar a sua sexuação, com o tam bém a sua su b jetivação. Q u an to à q u estão d a in flu ên cia d a h o m o p aren talid ad e n a subjetivação infantil, o que sabem os é que a identidade sexual é um a certeza im aginária e subjetiva, não apenas biológica. O sujeito é alguém que não nasce pronto, m as que se constrói ao longo da vida naquilo em que se tornará, apoi-ado em duas certezas subjetivas: a filiação e a sexuação, que concernem à es-tr utura fam iliar.

(11)

Um a outra questão que podem os levantar é a m anipulação dos em briões. Os processos de fertilização assistida abrem cam inho para a m anipulação e seleção em brionária, seja para prevenir doenças hereditárias, seja para critérios de esco-lha de sexo e, quiçá, outras características, do bebê desejado. Muitos em briões são elim inados nesse processo e podem ocorrer falhas, de m odo a contrariar o sexo desejado para o futuro bebê. Além disso, tem os tam bém a questão dos em briões que sobram e que ficam em criopreservação para futuras gestações daquele casal ou para doação.

A título de exem plo, Collucci ( 2000) , em um trabalho de cunho jornalístico, em que foram acom panhadas as histórias de várias m ulheres que engravidaram com a ajuda da ciência, junto a um centro de reprodução paulista, ele nos dá um a idéia desses núm eros, dessa estatística im pressionante, que inquieta e ultrapassa a questão da realização do sonho de filhos. O livro nos conta as histórias de 31 casais, através dos tratam entos de m uitas m ulheres e alguns hom ens. Aproxim a-dam ente ( pois a narrativa apresenta m uitos núm eros, porém não de m aneira a contem plar todos os eventos de m odo hom ogêneo) , foram realizados em torno de 30 procedim entos de insem inação artificial, 90 fertilizações in vitro e dez inje-ções intracitoplasm áticas de esperm atozóides. Destes procedim entos, resultaram “produzidos” em torno de 300 em briões, dos quais, perto de 60 perm aneceram congelados.

De todos esses em briões fecundados e transferidos no curso dos tratam entos, nasceram em torno de 67 bebês ( ou seja, restaram perdidos em torno de 170 em briões) , sendo, aproxim adam ente, dez nascim entos de gêm eos, nove nasci-m entos de trigênasci-m eos, unasci-m nascinasci-m ento de quadrigênasci-m eos e 16 nascinasci-m entos singu-lares. Dos bebês nascidos, m ais da m etade foi prem atura, m uitos apresentando com plicações devidas à prem aturidade e necessitando ficar em UTI neonatal por dias, e até de um a dois m eses após o nascim ento.

(12)

Todas essas questões estão dentro do universo dos casais com problem as de infertilidade e que procuram as clínicas e os especialistas, no dia-a-dia da clínica da infertilidade e do m anejo das técnicas reprodutivas. Existe, tam bém , um a realidade paralela que diz respeito ao espetáculo tecnológico e seus avessos e excessos. Existem vários “eventos-prodígios” neste cam po, que sem pre estão na m ídia ou fazem parte de qualquer exposição sobre o assunto.

A esse aspecto, digam os, “espetacular” do m undo das novas tecnologias da reprodução pertence a suposta clonagem hum ana e seus vários anúncios, que ora estão na crista da m ídia, ora desaparecem . Em fins de dezem bro de 2002 ( CNN, 27 de dezem bro de 2002) , foi anunciado o nascim ento do prim eiro bebê clonado, do sexo fem inino, nascido em um país não revelado, clone gestado de um a norte-am ericana de 30 anos, em tratam ento para infertilidade. O anúncio partiu da cientista Brigitte Boisselier, chefe da equipe da Clonaid, em presa criada nas Baham as, em 1997, por Claude Vorilhon, fundador de um a seita que crê que a vida na terra foi form ada por experiências de extraterrestres, e que a clonagem é a m aneira de se alcançar a vida eterna.

Com o outros exem plos, Roudinesco ( 2003) nos traz diversos casos, com o um a m ulher insem inada pelo sêm en congelado de seu m arido, com o detalhe de que este já estava m orto antes da fecundação. Bancos de esperm a e seus m enus de doadores, que trazem detalhes não apenas sobre sua ascendência e características gen éticas e d e ap arên cia física, m as tam b ém asp ecto s d e su a vid a so cial, com portam ental, nível intelectual, escolaridade, habilidades, preferências, entre outros, e todos esses detalhes fazem a diferença no m om ento de se escolher o sêm en doado.

Já se chegou, inclusive, à tentativa delirante de criação de um banco de sêm en form ado por hom ens que já haviam recebido o prêm io Nobel. Mulher que “em -presta o útero”, a fam osa barriga de aluguel, com ercializada inclusive em alguns países, lutando pela m aternidade, na Justiça, após o nascim ento do bebê, com a m ãe genética im pedida de gerar. Doação de esperm a por testam ento para a na-m orada, deixando o nona-m e da criança escolhido, inclusive, por una-m hona-m ena-m que fez tudo isto antes de se suicidar. Mulher de 62 anos que deu à luz um bebê fertilizado por óvulo doado e pelo sêm en de seu irm ão. Milhares de em briões excedentes, m antidos em nitrogênio líquido, provavelm ente aguardando a libe-ração legal da m ais nova descoberta da ciência e que tam bém proporciona um a ávida fatia de m ercado: as células-tronco.

(13)

ou textura dos cabelos do doador, em clínicas brasileiras sofisticadas. Tia que gera a sobrinha em virtude da m orte da cunhada, que deixou em briões fecunda-dos em laboratório antes de m orrer. Em briões congelafecunda-dos, herdeiros de um a fortuna de pais m ilionários, que m orreram em acidente; jovens m ães ( virgens) que se subm eteram a insem inações artificiais em produções independentes; en-tre outras ( TEICH & OYAMA, 1999) .

Entendem os que existem m uitos aspectos sobre os quais tem os de refletir e aguardar o tem po de subjetivação das crianças concebidas e geradas pelas técni-cas de fertilização artificial. A exem plo, tem os de pensar a respeito do lugar que a infertilidade m asculina, a fem inina e a do casal podem ocupar no im aginário dos pais e das crianças. Os m étodos de concepção artificial procuram driblar as causas da infertilidade para atingir o resultado esperado: a concepção e a im plan-tação do em brião, assim com o a gesplan-tação e o nascim ento de filhos. No entanto, as causas da infertilidade não são, m uitas vezes, curadas. Acreditam os que todos esses aspectos ( e m uitos outros) provocam reações e deixam m arcas no im aginá-rio e na realidade fam iliar. Ainda não sabem os, e nem devem os inferir, se tudo isso está provocando patologias ou novas form as de significação e subjetivação, ou am bos.

Segundo Kehl ( 2001) , as novas fam ílias produzem sintom as, sim , porém relacionados à dívida enorm e que possuem em relação a um m odelo de fam ília supostam ente ideal e perfeito: a fam ília da m odernidade perdida ( na realidade nunca encontrada, pois nunca existiu) . E a sobrecarga dessa dívida im pede que os adultos atuais, hom ens e m ulheres, pais e m ães, se autorizem e se encarre-guem de acolher, criar e educar as crianças que lhes cabem , que são de sua responsabilidade, seja qual for a m aneira pela qual elas foram atribuídas a eles, seja qual for a sua origem . A cultura atual nos obriga a um a dupla injunção im possível: proíbe-nos de ser e agir “com o nossos pais” e nos diz, contraditori-am ente, que o ideal era sê-lo.

Assim sendo, para Kehl ( 2001) , o adoecim ento no grupo fam iliar da atuali-dade não pode ser considerado apenas com o resultante dos processos de separa-ção, com crianças que têm pais m orando em diferentes casas. Ou que tenham m ais de um representante no lado do exercício da função m aterna e paterna. Ou da falta de alguém na relação de parentesco para se colocar no papel social do pai ou da m ãe ( ao que podem os acrescentar que a patologia resultante das novas fam ílias não seja conseqüência direta dos filhos serem bebês de proveta ou que tenham dois pais ou duas m ães) . O adoecim ento e a problem ática fam iliar atuais referem -se à falta de lugar para a responsabilidade e para os lim ites.

(14)

disso, a diferença, assim com o a identidade, não pode ser concebida com o um a entidade independente, auto-referenciada. Identidade e diferença estão em um a estreita relação de dependência e são m ultideterm inadas. Não são fatos da vida, não são naturais, são atos de criação lingüística. Em geral, tom am os a identidade com o referência e consideram os a diferença um subproduto desta. Isto significa que tom am os a nós m esm os com o referência a partir da qual o outro se consti-tui. Ao considerar a diferença um ato de criação social, devem os ficar atentos às relações de poder que perm eiam as definições de quem é igual e de quem é diferente ( SILVA, 2000) . Nesse sentido, é fundam ental considerarm os as conse-qüências de todas essas m udanças sobre a fam ília e sobre o m odo de se estabele-cerem vínculos, hoje.

Nada nem ninguém nos autoriza a pensar que vam os viver m elhor ou pior que antes.

Diferente, com certeza, será. Mas ainda é m uito cedo para tirar conclusões. Enquanto isso, m elhor será nos prepararm os para olhar o novo com o um a pro-dução de todos, na qual tam bém estam os incluídos. Chegam os ao final ( e a um com eço) com um a fala que diz m uito bem sobre a subjetivação infantil:

“( ...) o que é insubstituível é um olhar sobre a criança, ao m esm o tem po responsável e desejante, não no sentido de um desejo sexual abusivo, m as o desejo de que esta criança exista e seja feliz na m edida do possível; o desejo que confere um lugar a este pequeno ser, e a responsabilidade que im põe os lim ites deste lugar. Isto é necessário para que elas obtenham um m ínim o de parâm etros, inclusive éticos, para se consti-tuir com o sujeitos.” ( KEHL, 2001, p.38)

Recebido em 24/ 10/ 2005. Aprovado em 8/ 5/ 2006.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. C. ( 2003) “ Ciência, tecnologia e globalização: novos cená-rios para velhos problem as” , in CARVALHO, E.A. & MENDONÇA, T. ( org.) . Ensaios de com plexidade 2 . Porto Alegre: Sulina.

ARENDT, H. ( 1997) A condição hum ana. Rio de Janeiro: Forense Universitá-ria.

ATALLA, M. M. A. ( 1996) “ Netos, o olhar das avós: vivências de avós que cuidam de seus netos” .Dissertação de Mestrado, Instituto de Psicolo-gia, Universidade de São Paulo.

(15)

COLLUCCI, C. ( 2000) Quero ser m ãe: histórias reais de m ulheres que engravidaram com a ajuda da ciência. São Paulo: Palavra Mágica.

COSTA, J. F. ( 1983) Ordem m édica e norm a fam iliar. Rio de Janeiro: Graal. DERRIDA, J.; ROUDINESCO, E. ( 2004) De que amanhã… diálogo. Rio de

Janei-ro: Jorge Zahar Editor.

DIAS, C.M.S.B.; COSTA, J.M.; RANGEL, V.A. ( 2005) “ Avós que cr iam seus netos: circunstâncias e conseqüências” , in FÉRES-CARNEIRO, T. ( org.) .

Fam ília e casal: efeitos da contem poraneidade. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio. GÖRAN, T. ( 2006) Sexo e poder: a fam ília no m undo 1 9 0 0 - 2 0 0 0 . São Paulo:

Con-texto.

JULIEN, P. ( 1997) A fem inilidade velada: aliança conjugal e m odernidade. Rio de Ja-neiro: Com panhia de Freud.

KEHL, M. R. ( 2001) “ Lugares do fem inino e do m asculino na fam ília” , in COMPARATO, M.C.M. & MONTEIRO, D.S.F. ( org.) . A criança na contem po-raneidade e a psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo.

.( 2004) “ O espetáculo com o m eio de subjetivação” , in BUCCI, E. & KEHL, M.R. ( org.) . Videologias: ensaios sobre televisão. São Paulo: Boitem po Editorial.

LIPOVETSKY, G. ( 2000) A terceira m ulher: perm anência e revolução do fem inino. São Paulo: Com panhia das Letras.

ROUDINESCO, E. ( 2003) A família em desordem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

SILVA, T. T. ( 2000) “ A produção social da identidade e da diferença” , in SILVA, T.T. ( org.) . Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petró-polis: Vozes.

TEICH, D. H.; OYAMA, T. ( 1999) Em busca do bebê perfeito. Revista Veja, n.44, ed. 1622, ano 32, nov.. São Paulo: Abr il, p.122-129.

Maria Cristina Lopes de Alm eida Am azonas

crisam az@ elogica.com .br

Maria da Graça Reis Braga

Referências

Documentos relacionados

A par disso, analisa-se o papel da tecnologia dentro da escola, o potencial dos recursos tecnológicos como instrumento de trabalho articulado ao desenvolvimento do currículo, e

O número de desalentados no 4° trimestre de 2020, pessoas que desistiram de procurar emprego por não acreditarem que vão encontrar uma vaga, alcançou 5,8 milhões

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

O objetivo deste trabalho foi avaliar épocas de colheita na produção de biomassa e no rendimento de óleo essencial de Piper aduncum L.. em Manaus

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

Também foram obtidas as medidas de comprimento e largura de 100 frutos no Laboratório de Propagação de Espécies Nativas da Sociedade Chauá, assim como a massa fresca e o número

EDITORIAL Em Montes Claros, segundo a secretária municipal de Saúde, já não há mais kits do exame para detectar o novo coronavírus reportagem@colunaesplanada.com.br

Existem quatro armários na sala, um que serve para arrumar livros e materiais utilizados pela educadora, outros dois que servem de apoio aos adultos da sala e