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Deposição de nanopartículas de Ba(Ti0.85Zr0.15)O3 pela técnica de eletroforese para...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE FÍSICA DE SÃO CARLOS

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

INSTITUTO DE QUÍMICA DE SÃO CARLOS

Eduardo Antonelli

Deposição de nanopartículas de Ba(Ti

0.85

Zr

0.15

)O

3

pela técnica de

eletroforese para fabricação de filmes espessos ferroelétricos

sinterizados a laser

(2)
(3)

Eduardo Antonelli

Deposição de nanopartículas de Ba(Ti

0.85

Zr

0.15

)O

3

pela técnica de

eletroforese para fabricação de filmes espessos ferroelétricos

sinterizados a laser

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade de São Paulo, para obtenção do titulo de Doutor em Ciência e Engenharia dos Materiais.

Área de concentração: Desenvolvimento, Caracterização e Aplicação de Materiais.

Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes

(4)

Ficha catalográfica elaborada pelo Serviço de Biblioteca e Informação IFSC/USP

Antonelli, Eduardo

Deposição de nanopartículas de Ba(Ti0.85Zr0.15)O3 pela técnica

de eletroforese para fabricação de filmes espessos ferroelétricos sinterizados a laser/ Eduardo Antonelli; orientador Antonio Carlos Hernandes.--São Carlos, 2008.

177 p.

Tese (Doutorado – Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ciência e Engenharia de Materiais. Área de Concentração: Desenvolvimento, Caracterização e Aplicação de Materiais) – Escola de Engenharia de São Carlos, Instituto de Física de São Carlos, Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo.

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(7)

DEDICATÓRIA

(8)

Agradeço ao Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes pela grande amizade, confiança, valiosa

orientação, além do apoio irrestrito a minha carreira científica.

Aos professores do Grupo Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos, que direta ou

indiretamente apoiaram-me nesse trabalho.

Aos técnicos do GCCMC, Dr. Marcello Andreeta, Dra. Maria Inês Basso Bernardi, Ms.

Eng. Luis Carlos Caraschi, Cássio Dominicucci, Geraldo Frigo e Manoel Roncon, pelo imenso

apoio e amizade.

A secretária Erica pela ajuda, amizade e paciência com minha pressa desmedida.

A todos os companheiros que estão, ou passaram pelo GCCMC.

Um agradecimento especial aos grandes amigos Ronaldo, Peko, Inês, Ezequiel e Seila.

Ao corpo técnico do IFSC pelos muitos anos de convivência, trabalho e amizade.

Aos professores, as bibliotecárias e demais funcionários do IFSC.

A todos os meus amigos, espero que todos saibam o quão importantes são.

A FAPESP e a CAPES pelo apoio financeiro.

Um agradecimento muito especial a minha família, Rute, Roberta e Alessandra, que

sempre estiveram ao meu lado nas horas mais difíceis.

Enfim a todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização deste

(9)

Os objetivos deste trabalho foram a implantação e a otimização da técnica de sinterização por

varredura a laser de filmes espessos, o estudo da cinética do processo e a avaliação das propriedades

do composto BaTi0.85Zr0.15O3 (BTZ) sinterizado a laser, em comparação com os filmes sinterizados

em forno. Pós nanocristalinos de BTZ foram sintetizados em baixas temperaturas com sucesso pela

primeira vez (600oC), por meio do método dos precursores poliméricos modificado. Foram obtidos

pós nanométricos com tamanho de partículas primárias de ~20 nm e com aglomeração controlada,

uma inovação para pós de BTZ preparados por rotas químicas. Para a deposição dos filmes, a

estabilidade das suspensões de partida foi estudada e filmes espessos com excelente homogeneidade

foram depositados utilizando a técnica de eletroforese (EDP). O desenvolvimento da técnica permitiu

o controle da espessura do filme a partir dos parâmetros de deposição. A montagem experimental

para a sinterização a laser foi otimizada de modo a permitir a sinterização de filmes com dimensões

de até 70 mm de comprimento por 10 mm de largura e espessuras variáveis. Os tempos de patamares

em cada etapa foram dependentes da velocidade e do número de varreduras. A temperatura máxima

que se pode atingir no filme espesso, durante cada varredura e para uma potência nominal do laser

fixa, foi correlacionada com a densidade relativa. Os processos térmicos envolvidos durante a

varredura a laser atuaram de modo similar á sinterização em duas etapas (two step sintering). Com o

intuito de melhorar a densificação dos filmes, passamos a adicionar o composto Bi4Ti3O12 (BIT) (1 e

2 mol %) ao BTZ durante a deposição. A utilização do sistema desenvolvido para a sinterização por

varredura a laser em conjunto com o acréscimo do aditivo BIT resultou em uma diminuição no

tamanho de grão dos filmes e uma importante diminuição da porosidade aparente. Para a aditivação

com 2 mol% de BIT obtivemos filmes de ótima densidade (porosidade aparente de ~4%) e reduzido

tamanho de grão (~200 nm), resultado inédito em se tratando de filmes espessos. A sinterização a

laser resultou em filmes com maior permissividade dielétrica em relação ao filme sinterizado em

forno elétrico. As reações que ocorrem entre o BTZ e o BIT foram exploradas usando conjuntamente

as técnicas de espectroscopia de impedância, análise térmica e difratometria de raios-X.

(10)

The goals of this work were the implantation and optimization of the technique of

sintering by laser scan of thick films, the kinetic study of the process and the evaluation of the

physical properties of the laser sintered compound BaTi0.85Zr0.15O3 (BTZ), compared to thick

films sintered in conventional furnace. Nanocrystalline powders of BTZ were for the first time,

successfully synthesized at low temperatures (600oC) using the modified polymeric method.

Nanometric powders with primaries particles of ~20 nm sizes and controlled agglomeration were

obtained which was an innovation for BTZ powders prepared by chemical methods. For the films

deposition, the suspensions stability was studied and thick films with excellent homogeneity were

deposited using the electrophoresis technique (EDP). The developing of the technique allowed

the thicknesses control using the deposition parameters. The characteristics of the experimental

apparatus were optimized in such a way as to allow the sintering of thick films whose dimensions

were up to 70 mm in length, 10 mm in width and variable thicknesses. The step times in each

stage were dependent on the velocity and scan number. The maximum temperature that can be

achieved in the thick film, during each scan, and for a fixed rated laser power was correlated with

the relative density. The related thermal process during the continuous laser scan acted in a

similar way as a two-step sintering. To improve the densification of the films, we started to add

the compound Bi4Ti3O12 (BIT) (1 e 2 mol %) to BTZ during the deposition. The utilization of the

system developed for the sintering by laser scan alongwith the adding of the BIT resulted in a

grain size decrease and a significant decrease in apparent porosity. For the 2 mol% additivation

we obtained films with excellent density (apparent porosity of ~4%) and reduced grain size (~200

nm), which is an unpublished result for thick films. The laser sintering resulted in films with a

higher dielectric permittivity in relation to the conventionally sintered film. The reactions

between BTZ and BIT were explored using the techniques of impedance spectroscopy, thermal

analysis and X-ray diffraction.

(11)

Figura 1 - Sinterização é um processo de mudança estrutural que recebe contribuição de dois subprocessos, a densificação e o crescimento de grão, a contribuição de

cada subprocesso depende das variáveis experimentais (19). ... 29

Figura 2 - Fluxo de vacâncias e conseqüente fluxo de átomos na direção oposta,

formando o pescoço (19). ... 31

Figura 3 - Formação de pescoço a partir do fluxo de átomos entre regiões com diferentes curvaturas, de acordo com o gradiente de pressão entre essas

regiões (19). A imagem do corpo cerâmico foi obtida para o BaZrO3. ... 31

Figura 4 - Esquema ilustrativo de uma célula de deposição por eletroforese (EPD) (12). ... 36

Figura 5 - Reações básicas envolvidas no processo de Pechini (18). ... 39

Figura 6 - Energia livre de Gibbs (ΔGrx ) em função da temperatura em: (a) 1 atm de ar,

(b) 1 atm de CO2 (36). ... 40

Figura 7 - Energia livre de Gibbs (ΔGrx ) em função da temperatura em: (a) 1 atm de ar,

(b) 1 atm de CO2 (36). ... 41

Figura 8 - Associação em paralelo de um resistor (R) e um capacitor (C). ... 44

Figura 9 - (a) circuito elétrico e (b) diagrama correspondente. ... 46

Figura 10 - Diagrama de impedância no plano complexo para sistemas caracterizados por

dois semicírculos. ... 48

Figura 11 - Cela unitária do BaTi1-xZrxO3 (x=0) para diferentes temperaturas, e

representação da polarização espontânea (Ps). a) cúbica, acima de 130°C; b)

tetragonal, entre 130oC e 0°C; c) ortorrômbica, entre 0oC e –90°C; d)

romboédrica, abaixo de –90°C (40). ... 49

Figura 12 - Figura esquemática descrevendo o medidor de pH utilizado. ... 61

(12)

aglomerado indicando três classes de poros [14]. ... 66

Figura 14 - Fluxograma para obtenção da resina e pós de BTZ, via método de Pechini. ... 67

Figura 15 - Difratogramas de raios-x dos citratos tratados em 700oC/4h. ... 68

Figura 16 - ATD/TG da resina BTZ obtida pelo método de Pechini. As regiões indicadas

na figura são discutidas no texto. ... 70

Figura 17 - (a) Difratogramas dos pós de BTZ calcinados a: (a) 550oC/2h; (b) 600oC/2h e (c) 800oC/2h. Os principais picos cristalográficos foram indexados usando a

referência (JCPDS: 06-0399). ... 71

Figura 18 - Imagens das resinas preparadas com diversos pH após 60 dias em repouso. ... 72

Figura 19 - Imagens dos “puff” obtidos das resinas em diferentes pH e tratadas a

600oC/2h. ... 73

Figura 20 - (a) Difratogramas de raios X para a composição BTZ com diferentes pH, após calcinação a 600oC/2h. (b) Tamanho de cristalito calculado para os

difratogramas utilizando a relação de Scherrer (). ... 74

Figura 21 - Curvas de porcentagem de freqüência em massa em função do diâmetro

médio equivalente dos pós obtidos a partir de resinas com diferentes pH. ... 75

Figura 22 - Imagens de FEG para os pós calcinados em 600oC/2h a partir de resinas

preparadas com pH = 4 e 10... 76

Figura 23 - Imagens de a) FEG e b) MET para os pós calcinados em 600oC/2h a partir de

resinas preparadas com pH = 10 e moídas por 2 horas em moinho de bolas... 78

Figura 24 - Histograma da distribuição do tamanho de partículas para os pós de BTZ –

pH10. ... 79

Figura 25 - Micrografias de: (a) corpo à verde, (b) cerâmica sinterizada (pH 4). ... 80

Figura 26 - Densidade à verde dos corpos cerâmicos em função do pH das resinas de

(13)

Figura 27 - (a) Retração linear e sua derivada, em função da temperatura de sinterização. (b) Densidade relativa e temperatura das cerâmicas sinterizadas em forno elétrico, em função do tempo, o patamar utilizado foi 1220 °C. Os ensaios foram realizados em corpos cerâmicos, atmosfera de ar sintético e taxa de

aquecimento de 10oC/min. ... 83

Figura 28 - Representação esquemática do suporte utilizado para a fixação do substrato

de platina e posterior deposição dos filmes espessos. ... 87

Figura 29 - Imagem do sistema de deposição. Na figura são indicados: a) célula de deposição, b) ultra-som. c) fonte de tensão, d) microcomputador, e) voltímetro e f) amperímetro. ... 88

Figura 30 - Efeito do O.pH na viscosidade das suspensões de BTZ em etanol. Para o ajuste do O.pH, introduzimos na suspensão frações de acido acético ou

amônia, ambos diluídos em etanol. ... 89

Figura 31 - Efeito do O.pH na viscosidade em suspensões de BTZ em etanol+ACAC (1:1). Para o ajuste do O.pH, introduzimos na suspensão frações de acido

acético ou amônia, ambos diluídos em etanol. ... 90

Figura 32 - Suspensões de BTZ em etanol+ACAC (1:1) com diferentes O.pH e após 24

horas em repouso. ... 92

Figura 33 - Quantidade de massa de BTZ depositada por eletroforese em função do campo elétrico aplicado, para diferentes suspensões (concentração de 5mg/cm3). ... 93

Figura 34 - Massa especifica de pó depositado em função do tempo de moagem dos pós (consolidação da suspensão). Para este experimento foi utilizado um tempo de 2 minutos de deposição. O erro foi estimado a partir da medida de 2 filmes

depositados. ... 94

Figura 35 - Massa depositada em função do tempo, para duas concentrações de partículas. Para o experimento foi utilizado um campo de 133 V/cm. ... 95

Figura 36 - Medida termogravimétrica da suspensão (Acac+etanol+BTZ) seca a 90oC por

(14)

Figura 38 - (a) Perfil lateral do filme, medido na direção da largura, b) imagem dos

filmes depositados (à verde). ... 98

Figura 39 - Representação esquemática do sistema de sinterização a laser. a - Laser de CO2, b - Laser de He-Ne, c - Divisor de feixe de ZnSe, d – Lente cilíndrica

de KCl, e – Espelho refletor, f – Forno de pré-aquecimento, g – Sistema de

translação xy. ... 101

Figura 40 - a) Perfil do feixe laser ajustado por uma função gaussiana y =y0 + y1 exp(-2(x-xo)2/σ2), onde xo = 0,85 mm e σ = 0,53 mm. Inserido na figura apresentamos

uma fotografia do papel marcado pelo feixe do laser; b) Representação em

três dimensões da linha laser digitalizada. ... 102

Figura 41 - Dependência da temperatura atingida na amostra em função do tempo durante a sinterização a laser, para três bases distintas para o forno; b) Dependência da temperatura para três tamanhos distintos de substrato de

platina. ... 105

Figura 42 - a) Monitoramento da temperatura com o tempo durante o aquecimento e varredura a laser do filme espesso. As diferentes regiões de aquecimento estão enumeradas e os valores das taxas de aquecimento são apresentados na Tabela 4. b) Temperatura em função da distância da linha laser ao termopar (gradiente térmico). O erro foi estimado a partir de uma média de 30

aquisições de temperatura. ... 107

Figura 43 - a) Dependência da temperatura (normalizada) com a distância percorrida pela linha laser em relação ao termopar. b) Desenho esquemático dos possíveis

processos térmicos durante a varredura a laser. ... 109

Figura 44 - a) Temperatura em função do tempo e deslocamento da linha laser em relação ao termopar. Os perfis apresentados correspondem aos ajustes dos dados experimentais. b) Largura à meia altura dos perfis gaussianos e taxas

(15)

Figura 45 - a) Temperatura em função do tempo para 10 varreduras no filme. Inserida na figura esta uma ilustração que indica a posição do termopar sobre o filme. As varreduras seguintes correspondem a movimentos de “vai-vem” e o termopar permanece na mesma posição durante todo o experimento. b) Temperatura máxima que se pode atingir no filme espesso, durante cada varredura e para

uma potência nominal do laser fixa. ... 111

Figura 46 - Micrografias dos filmes sinterizados: a e b) em forno elétrico a 1220oC/1h, c

e d) sinterizado por varredura a laser (37 W/6 mm/min). ... 116

Figura 47 - Difratogramas de raios-x dos filmes sinterizados em forno e por varredura a laser. Também são indicadas as reflexões provenientes dos substratos de

platina. ... 118

Figura 48 - Diagramas de impedância no plano complexo: a) filme sinterizado a laser; b)

filme sinterizado em forno. ... 119

Figura 49 - Dependência da resistividade do grão (a) e do contorno de grão (b) em

função da temperatura. ... 121

Figura 50 - Diagramas de Arrhenius para as condutividades elétricas dos filmes espessos. Nas figuras também são mostrados os valores da energia de ativação para a região de grão e contorno de grão: a) filme sinterizado a laser; b) filme

sinterizado em forno. ... 123

Figura 51 - Permissividade elétrica versus temperatura para as amostras, sinterizadas a

laser e em forno, e medidas em 1 kHz. ... 124

Figura 52 - Dilatometria a taxa constante de 10oC/min, obtida para um corpo cerâmico de

BTZ aditivado com 2 mol % de BIT e BTZ puro. ... 128

Figura 53 - TG obtido da mistura dos pós de BTZ - 2 mol % de BIT. ... 129

Figura 54 - Difratograma de raios-X do pó de BTZ aditivado com 2 mol% de BIT e

tratado a 800oC por 2 horas. ... 130

Figura 55 - Micrografias dos filmes de BTZ – a) 1 mol% de BIT e b) 2 mol% de BIT.

Sinterizados por varredura a laser. ... 132

Figura 56 - Micrografias dos filmes de BTZ – a) 1 mol% de BIT e b) 2 mol% de BIT.

(16)

indicado na figura o ponto onde a varredura foi encerrada (4 mm). Também é ilustrada a temperatura máxima a que o filme é submetido; as curvas foram obtidas analisando imagens de microscopia ótica para cada região do filme. Ilustram a figura imagens de MEV da seção transversal do filme nas regiões

em 8 e 2 mm. ... 135

Figura 58 - Temperatura em função do tempo durante o processo de varredura do filme. Os pontos são os dados experimentais e as linhas são apenas guias para os

olhos. ... 136

Figura 59 - Permissividade em função da temperatura, medido em 1 kHz, para os filmes

espessos de BTZ 1mol% de BIT sinterizados no forno (a) e a laser (b). ... 138

Figura 60 - Difratogramas de raios-x dos filmes de BTZ 1 mol% de BIT sinterizados em forno e por varredura a laser. Também são indicadas as reflexões provenientes dos substratos de platina. ... 139

Figura 61 - Permissividade em função da temperatura, medido em 1 kHz, para uma cerâmica sinterizada no forno (a) e para os filmes espessos de BTZ sinterizados a laser (b), em ambos os casos foi acrescentado 2 mol % de BIT

ao BTZ. ... 140

Figura 62 - a) Dependência da parte real da permissividade com a temperatura. b) Dependência da parte imaginária da permissividade com a temperatura. As medidas foram realizadas para os filmes de BTZ - 1 mol% de BIT sinterizados no forno. As medidas foram realizadas nas freqüências de 100

Hz, 1 kHz, 10 kHz e 100 kHz. ... 141

Figura 63 - Dependência da parte real da permissividade com a temperatura. b) Dependência da parte imaginária da permissividade com a temperatura. As medidas foram realizadas para os filmes de BTZ – 1 mol% de BIT sinterizados a laser. As medidas foram realizadas nas freqüências de 100 Hz,

1 kHz, 10 kHz e 100 kHz. ... 142

Figura 64 - a) Dependência da parte real da permissividade com a temperatura. a) cerâmica de BTZ na qual foi adicionado 2% em mol de BIT e sinterizada em forno; b) Filme de BTZ-2 mol% de BIT, sinterizado no forno; c) Filme de BTZ-2 mol% de BIT, sinterizado a laser. As medidas foram realizadas nas

(17)

Figura 65 - Difratograma de raios-x, obtido da superfície do filme de BTZ -2 mol % de BIT sinterizado a laser. Também são indicadas as reflexões provenientes dos

substratos de platina. ... 146

Figura 66 - DSC obtido da mistura dos pós de BTZ-2mol% de BIT e para o BIT puro. ... 147

Figura 67 - Inverso da constante dielétrica (1/ε) como função da temperatura em 1 kHz (os símbolos são os dados experimentais e a linha sólida é o ajuste da

equação). ... 149

Figura 68 - log(1/ε - 1/εm) como função do log(T - Tεm) para os filmes de BTZ – 1 mol%

de BIT (os símbolos são os dados experimentais e a linha sólida é o ajuste da

(18)

Tabela 1 – Resumo dos valores de εm (máxima permissividade), Tm (temperatura onde

ocorre εm), perda dielétrica, temperatura e tempo de sinterização, para

diversos tipos de amostra de Ba(Ti0.85Zr0.15)O3, obtidos de diversos trabalhos

presentes na literatura. ... 53

Tabela 2 - Reagentes utilizados para a produção dos pós via método de precursores

poliméricos modificado. ... 67

Tabela 3 – Parâmetros para sinterização obtidos dos experimentos de dilatometria. ... 84

Tabela 4 - Taxas de aquecimento e temperaturas para cada ciclo (referente a Figura 4a). ... 108

Tabela 5– Resumo dos resultados de porosidade aparente e tamanho médio de grão (TMG) para os filmes sinterizados. Um resultado para um corpo cerâmico é

apresentado para comparação (Apêndice B). ... 117

Tabela 6 – Fator de descentralização, medido a 380 °C, e energia de ativação, do grão e

do contorno de grão, para o BTZ. ... 123

Tabela 7 – Resumo dos resultados de porosidade aparente e tamanho médio de grão

(TMG) para os filmes sinterizados. ... 131

Tabela 8 – Resumo das propriedades relaxoras para os filmes sinterizados a laser e

(19)

 

1.  INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ... 21 

1.1.  Introdução ... 21 

1.2.  Objetivos ... 23 

1.3.  Organização da tese ... 23 

2.  REVISÃO DA LITERATURA ... 25 

2.1.  O laser de CO2 ... 26 

2.2.  Sinterização ... 28 

2.3.  A estabilização das suspensões ... 32 

2.4.  A técnica de deposição por eletroforese (EDP) ... 35 

2.5.  O método de Pechini ... 38 

2.6.  A espectroscopia de impedância ... 42 

2.7.  O sistema BaTi1-xZrxO3 ... 48 

3.  TÉCNICAS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS EMPREGADOS ... 54 

3.1.  Análise Térmica ... 55 

3.2.  Difração de raios-X ... 55 

3.3.  Microscopia eletrônica de varredura (MEV e FEG) ... 56 

3.4.  Microscopia eletrônica de transmissão (MET) ... 57 

3.5.  Dilatometria a taxa constante de aquecimento ... 58 

3.6.  Medidas de viscosidade e determinação do pH ideal para deposição ... 59 

3.7.  Espectroscopia de Impedância... 61 

4.  RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 63 

4.1.  Síntese dos pós nanométricos de Ba(Ti0.85Zr0.15)O3 (BTZ) ... 64 

4.1.1.  Introdução ... 64 

4.1.2.  Experimental ... 66 

4.1.3.  Resultados ... 69 

(20)

4.2.1.  Introdução ... 84 

4.2.2.  Experimental ... 86 

4.2.3.  Resultados ... 89 

4.2.4.  Conclusões da seção... 98 

4.3.  Montagem experimental para a sinterização laser ... 99 

4.3.1.  Introdução ... 99 

4.3.2.  Experimental ... 100 

4.3.3.  Resultados ... 103 

4.3.4.  Conclusões da seção... 113 

4.4.  Sinterização a laser: microestrutura e propriedades elétricas ... 114 

4.4.1.  Introdução ... 114 

4.4.2.  Experimental ... 115 

4.4.3.  Resultados ... 115 

4.4.4.  Conclusões da seção... 125 

4.5.  Filmes de BTZ aditivados com o Bi4Ti3O12 (BIT) ... 126 

4.5.1.  Introdução ... 126 

4.5.2.  Experimental ... 127 

4.5.3.  Resultados ... 127 

4.5.4.  Conclusões da seção... 152 

5.  CONCLUSÕES ... 153 

REFERÊNCIAS...155

APÊNDICE A - Propostas para trabalhos futuros...164

APÊNDICE B - Influência da substituição de Zr em cerâmicas de BaTiO3...165

(21)

1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

1.1. Introdução

O uso da técnica de sinterização a laser “laser sintering” é eficiente na obtenção de

cerâmicas com alta densidade relativa, excelente homogeneidade em tamanho médio de grãos e

baixo dano microestrutural (1, 2, 3). No entanto, a utilização da técnica para sinterização de

corpos cerâmicos tem como fator limitante à espessura das amostras. Isto ocorre porque a

absorção da radiação laser é preferencialmente superficial. A condução de calor a partir da

superfície passa a ser responsável pelo aquecimento no interior da amostra e o resultado final

depende das propriedades térmicas do material estudado. Além disso, para uma situação em que

o feixe do laser é fixo, o diâmetro da amostra também será limitado a dimensão do feixe de luz

laser (2). Alguns estudos têm sido realizados para a condição em que a luz laser varre o material a

ser sinterizado; estes estudos utilizam a técnica conhecida como “seletive laser sintering”. Essa

técnica consiste em depositar, sucessivamente, camadas finas de pó sobre um substrato e

sinterizar o pó com o uso da varredura a laser (4). Entretanto, a obtenção de materiais densos

utilizando a “seletive laser sintering” é limitada a sinterização metálica (4) e a de óxidos

misturados a polímeros (5). Esta limitação se deve a necessidade da presença de líquidos para

unir as sucessivas camadas e densificar um material pobremente compactado. Com relação a

filmes espessos, quase a totalidade dos trabalhos utiliza a sinterização convencional.

Recentemente, Chang e colaboradores (2008) (6) reportaram a sinterização do PZT utilizando a

técnica de microondas.

Materiais ferroelétricos tem sido objeto de intensas investigações científicas nos últimos

(22)

presentes em mais de 70% dos sensores e atuadores, e, atualmente, além das aplicações

consolidadas na indústria eletro-eletrônica, tem sido usados no desenvolvimento de memórias

não-voláteis (NVFRAMs) (7). Na forma de filmes espessos (>10 µm de espessura),

especificamente, têm sido utilizados em transformadores de impedância, micro-atuadores,

sensores piezelétricos e no desenvolvimento de MEMS (microelectromechanical systems) devido

a sua alta sensibilidade e amplo intervalo de freqüência de trabalho quando comparados aos

filmes finos (6, 8, 9, 10, 11).

Dentre os compostos ferroelétricos na forma policristalina, os mais usados são à base de

chumbo, tais como o PbMg1/3Nb2/3O3 (PMN), Pb(Zr1-xTix)O3 (PZT) e o (Pb,La)(TixZr1-x)O3

(PLZT). As desvantagens dos materiais a base de chumbo são a volatilidade e a toxicidade do

PbO. Visando a preservação do meio ambiente, pesquisas têm procurado encontrar materiais

substitutos com componentes não tóxicos. Vários materiais complexos a base do titanato de bário

(BaTiO3) vêm sendo estudados com o objetivo de avaliar as potencialidades para substituição dos

materiais à base de chumbo. Entre os materiais viáveis para aplicações, o Ba(Ti1-xZrx)O3 é um

dos candidatos, por apresentar propriedades elétricas sintonizáveis com alterações na quantidade

de Zr na composição química dos materiais cerâmicos (6, 10). Especificamente, quando temos

∼15% mol % de Zr substitucional no BaTiO3, todas as três temperaturas de transição de fase

conhecidas para esse composto passam a acontecer próximo à temperatura ambiente e o material

exibe uma alta constante dielétrica.

A técnica de deposição por eletroforese (EDP - Eletrophoretic Deposition) permite a

produção de filmes espessos de diferentes espessuras sobre substratos condutores. As

características das suspensões e a intensidade do campo elétrico em corrente contínua são

(23)

combinação de uma grande variedade de materiais, morfologias e dimensões (12). A obtenção de

materiais cerâmicos, a base de BaTiO3, na forma de filmes espessos e com altas densidades não

tem se mostrado uma tarefa simples. Os pós nanocristalinos deste composto tem uma tendência

de formar aglomerados, os quais resultam em uma compactação não homogênea e, portanto, uma

densificação também não homogênea, com a presença de alta porosidade (13, 14, 15)

1.2. Objetivos

Nesta tese, tivemos como meta desenvolver a técnica de sinterização por varredura a laser de

filmes espessos. Como decorrência, também foram objetivos: i) estabelecer uma rota para a

síntese de pós nanométricos de Ba(Ti0.85Zr0.15)O3, otimizando as características para a não

aglomeração dos pós, ii) O estudo da estabilização de suspensões e a determinação dos

parâmetros fundamentais para a deposição por eletroforese de filmes espessos e iii) o estudo das

propriedades elétricas dos filmes fabricados.

1.3. Organização da tese

A tese está subdividida em 5 capítulos:

No capitulo 1 foram apresentadas a introdução e objetivos do trabalho.

No capítulo 2 é apresentada, de forma resumida, os principais aspectos teóricos para a

discussão dos resultados e uma revisão bibliográfica do material estudado.

No capítulo 3 são apresentados conceitos básicos sobre as técnicas e métodos

(24)

Os resultados e discussões são apresentados no capítulo 4, este está dividido em 5 seções

contendo cada uma, separadamente, uma introdução com os principais aspectos necessários para

a discussão dos resultados, as metodologias desenvolvidas e os resultados obtidos. Na primeira

seção (4.1) são apresentados os resultados de síntese e otimizações para a obtenção de partículas

nanométricas com característica dispersa. Na seção 4.2 é apresentado um estudo na estabilização

das suspensões e deposição por eletroforese. Na terceira seção (4.3) é apresentada a montagem

experimental e as principais características da metodologia de sinterização por varredura a laser.

Na quarta seção (4.4) são apresentados os resultados obtidos com a sinterização Ba(Ti0.85Zr0.15)O3

por varredura a laser, nesta seção também utilizamos a espectroscopia de impedância para a

comparação entre as técnicas de sinterização. Por último (seção 4.5) apresentamos os resultados

obtidos com a introdução do Bi4Ti3O12 como aditivo para o incremento das densidades relativas,

além da caracterização elétrica dos filmes.

No capítulo 5 é feita a conclusão final do trabalho.

São também apresentados 3 apêndices, no primeiro são apresentadas algumas idéias para

a continuidade e complemento do trabalho, no segundo é discutido o efeito da substituição de

Zr4+ em cerâmicas de BaTiO3 e, finalmente, é apresentada a lista de publicações decorrentes

(25)

2.

REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo faremos uma breve revisão da literatura

envolvida no presente trabalho. Serão abordados tópicos

como o aquecimento de um sólido quando submetido a luz

de um laser de CO2, sinterização, estabilidade de

suspensões, deposição de filmes espessos por eletroforese,

método dos precursores poliméricos (Pechini), e por fim,

uma revisão sobre algumas propriedades de interesse do

(26)

2.1. O laser de CO2(16, 17, 18)

A palavra laser é um acrônimo do inglês "Light Amplification by Stimulated Emission of

Radiation", que significa "amplificação da luz pelo efeito da emissão estimulada da radiação". As

três principais características da luz laser são:

i) Luz colimada: todos os fótons têm a mesma direção, permitindo uma alta densidade de

energia num determinado alvo;

ii) Luz monocromática: a luz do laser, ao contrário das luzes naturais, apresenta uma cor bem

definida que corresponde a uma freqüência bem definida;

iii) Luz coerente: todos os fótons oscilam em fase.

A emissão do CO2 foi primeiro estudado por Patel et al. em 1964. Desde então, seu

aperfeiçoamento e aplicações foram objeto de estudo de muitos pesquisadores. Atualmente, lasers

de CO2 de alta e baixa potência são empregados para as mais diversas funções, desde a leitura de

códigos de barras a até intervenções cirúrgicas e monitoramento de poluição atmosférica.

A excitação no laser de CO2 é freqüentemente feita utilizando uma descarga elétrica para

gerar o estado vibracional excitado Χ1Σg+ν’’=1, na molécula de nitrogênio. Estas moléculas

transferem sua energia, por colisão, para as moléculas de CO2 em seu estado fundamental

(Σg”00°0), elevando-as para o modo de vibração assimétrico (00°1). A emissão laser ocorre da

transição dos níveis rotacionais do estado (00°1) para os níveis rotacionais do estado vibracional

mais baixo. A emissão mais intensa gerada pelo laser de CO2 ocorre no comprimento de onda em

torno de 10.6 μm.

Grande parte das aplicações dos lasers explora a possibilidade de focalização do feixe em

(27)

diâmetros da ordem de dezenas de μm), em intervalos de tempo extremamente pequenos,

gerando taxas de aquecimento de até 1010 °C/s e gradientes térmicos da ordem de 103 °C/cm.

A interação laser-matéria durante o processamento a laser é fundamentalmente

influenciada pelos parâmetros térmicos e ópticos do material. Entre eles estão:

1. A condutividade térmica do material K que fornece uma medida de quão rapidamente um

material conduzirá energia térmica;

2. A penetração térmica, ou distância de difusão térmica (zD) no material, definida como

2 1 ) 4

( t

C K

zD = ρ , onde ρ é a densidade e C a capacidade térmica. O parâmetro zD relaciona a

penetração com o tempo de irradiação. Assim, controlando-se o tempo de irradiação, pode-se

obter um aquecimento a maiores profundidades, ou apenas superficial, dependendo da

aplicação de interesse. O parâmetro zD é definido como a distância na qual a temperatura é 1/e

vezes o valor em z = 0 (na superfície irradiada);

3. A refletividade R da superfície a ser processada, definida como a razão entre a potência

radiante refletida e a potência radiante incidente na superfície, e que é o fator que determina

que fração de radiação disponível será potencialmente absorvida pelo material.

4. A atenuação óptica, definida como o inverso do comprimento de penetração óptica (~δ) do

material, e que obedece à relação:

(

)

c

2 1 2πμσω

α= (1)

onde c é a velocidade da luz no vácuo, μ é a permeabilidade magnética, σ a condutividade

(28)

2.2. Sinterização (19)

A sinterização pode ser descrita como o processo no qual pós compactados, cristalinos ou

não, são tratados termicamente de modo a formar um único sólido coerente que apresente

resistência mecânica. Quando todos os constituintes permanecem sólidos durante o processo de

sinterização, temos a sinterização no estado sólido.

As variáveis importantes no processo de sinterização são:

- A temperatura de processamento

- O tempo utilizado em cada processo

- O tamanho e distribuição de partículas do pó cerâmico

- A composição do sistema, incluindo aditivos e atmosfera

- O controle de pressão para casos onde é usado prensagem a quente ou controle de atmosfera

A principal força motriz para o processo de sinterização é a redução da energia livre

superficial do sistema. Isso pode ser conseguido reduzindo a área superficial e das interfaces

do compactado (crescimento do grão), e/ou também pela substituição das interfaces do sólido

com gás pela interface de menor energia, sólido com sólido (densificação). Assim, da

combinação do crescimento de grão e densificação tem-se as variações microestruturais que

(29)

Figur subp depe atôm difer energ dada

em q

conc

o vol

ser d

cons

de Fi

ra 1 - Sinte rocessos, a nde das var

A força

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tura r, C

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acâncias dev de vacância ela primeira dois esso ível As ntre

T, é

(2)

é a

Ω é

vem

as e,

(30)

dx dC D

J =− (3)

em que J é o fluxo de vacâncias, D é o coeficiente de difusão e dC/dx é o módulo do gradiente

de concentração de vacâncias.

O comportamento dos corpos cerâmicos durante a sinterização são, em geral, estudados

de modo simplificado e dividido em três estágios: o inicial, no qual ocorre a formação dos

contornos de grão, pescoços e também o arredondamento dos poros abertos interconectados; o

intermediário, quando ocorre um grande fechamento de poros e densificação e o estágio final,

onde ocorrem um acentuado crescimento do tamanho de grão e fechamento de poros residuais

com pequena densificação.

Durante o estágio inicial de sinterização ocorre um fluxo de vacâncias através do pescoço

formado entre as partículas. Esse fluxo de vacâncias é diretamente proporcional ao fluxo de

átomos na direção oposta, o que resulta na formação do pescoço (Figura 2).

Podemos também representar a força motriz para o movimento dos átomos como

resultante de um gradiente de pressão no sólido em regiões próximas as superfícies de diferentes

curvaturas. Esta representação leva a um fluxo associado a difusão atômica que pode ser escrito

como (19):

dx dP kT

D

J =− (4)

em que dP/dx é o módulo do gradiente de pressão. Os átomos tendem a se mover das regiões de

maior para regiões de menor pressão. Essa pressão é inversamente proporcional ao raio de

(31)

Figur pesco Figur curva cerâm entre conto

ra 2 - Flux oço (19).

ra 3 - Form aturas, de a mico foi obt

São vári

e eles: difus

ornos de g

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ficial, difus

lquer comb

ta, formand

com diferen agem do co

(32)

processos é possível em todos os estágios de sinterização, e em todos os casos a força motriz é a

redução da energia livre total do sistema.

2.3.A estabilização das suspensões

Uma suspensão coloidal é constituída por um pó (entre 1nm e 1μm) e um solvente, ao

qual podem ser adicionados dispersantes, plastificantes ou outros aditivos (20). Dois parâmetros

muito importantes para a consolidação de uma dispersão coloidal são a distribuição

granulométrica e as propriedades físico-químicas da superfície do material. A interação entre as

superfícies/interfaces das partículas sólidas pode resultar na alteração no número de hidroxilas

formadas durante a hidratação e, como conseqüência, é alterado o ponto isoelétrico da suspensão.

As partículas devem estar dispersas no meio líquido, todavia, estas têm uma tendência natural de

se reduzirem em número e se aglomerar (devido ao movimento Browniano e as forças Van der

Waals). A redução do número de partículas e aglomeração é conhecida como floculação. No caso

de nanopartículas, a elevada área superficial acentua as forças de superfície afetando diretamente

no estado de dispersão e no comportamento reológico das suspensões.

A estabilidade de uma suspensão coloidal é dependente da interação entre as partículas e

destas com o meio (líquido). Uma suspensão é estabilizada quando as forças repulsivas excedem

as forças atrativas. Os mecanismos básicos para a geração de forças de repulsão são (20):

Eletrostático: Ocorre devido ao desenvolvimento de cargas elétricas nas partículas em

decorrência da interação de sua superfície com o meio líquido.

Estérico: Ocorre devido à adsorção superficial de polímeros de cadeias longas que

(33)

Eletro-estérico: Ocorre da adsorção específica de moléculas com grupos ionizáveis ou

polieletrólitos na superfície das partículas, no qual os íons provenientes da dissociação desses

grupos ionizáveis formam uma barreira eletrostática com efeito estérico.

No caso da deposição por eletroforese, o principal meio para a estabilização das

suspensões é o eletrostático ou eletro-estérico. Quando partículas são dispersas em um solvente

polar, sua superfície desenvolve uma carga elétrica devido principalmente à dissolução, redução

ou oxidação preferencial e absorção de materiais carregados, como polímeros. As superfícies

carregadas irão atrair eletrostaticamente cargas opostas no solvente ou solução (estas cargas são

tipicamente chamadas de “contra íons”). A combinação de força eletrostática, movimento

Browniano e força osmótica resultam em uma estrutura do tipo dupla camada (21).

Para suspensões aquosas, as cargas para estabilização são obtidas pela interação da

superfície das partículas com o meio líquido. Contudo, as cargas em solução podem ser

sintonizadas com o controle do pH, que é uma função da ionização de grupos hidroxilas

superficiais e segue as seguintes reações (22):

(5)

(6)

onde S representa a superfície do óxido e Ka e Kb são as constantes de dissociação ácida e básica

em água, respectivamente. Quando a superfície do óxido tem um comportamento ácido com

relação à água, a suspensão apresenta pH ácido e a superfície deve estar carregada negativamente

(Equação (5) - potencial zeta < 0). No caso da superfície apresentar caráter básico com relação à

água, a suspensão apresenta um pH final básico e a superfície do óxido deve estar carregada

positivamente (Equação (6) - potencial zeta > 0). + −

+

+

OH

H

O

S

O

H

O

S

Ka

3 2

− +

+

+

OH

H

O

S

OH

OH

S

Kb

(34)

A estabilização eletrostática é considerada mais efetiva em meio aquoso, e isto tem sido

demonstrado levando em conta a quantidade de cargas superficiais das partículas e contra íons

em solução (23). No entanto, o meio aquoso apresenta um importante inconveniente, que é a

eletrolise sob a aplicação de pequenos campos elétricos (2 V/cm) (27). Poucos estudos têm sido

encontrados em suspensões com solventes de constante dielétrica intermediária, como os alcoóis

(22). Nestes sistemas, a dupla camada elétrica formada ao redor das partículas tem sua

distribuição comprimida e a estabilização é geralmente obtida pela ação de dispersantes estéricos

(24). Entretanto, alguns estudos têm demonstrado a viabilidade na obtenção de cargas superficiais

e contra íons em meio alcoólico quando se utiliza solventes binários (25).

Como já discutido anteriormente, os íons H+ e OH- são determinantes de potencial para os

óxidos cerâmicos em suspensão, e isto independe do solvente utilizado. No caso de suspensões

em alcoóis, como o etanol, a formação de cargas superficiais pode também ser determinada pela

diferença de acidez entre as hidroxilas formadas na superfície do óxido e aquelas do álcool

utilizado (26), analogamente às suspensões aquosas. Quando a superfície é ácida com relação ao

solvente, as partículas devem apresentar, no equilíbrio, cargas negativas (potencial zeta <0 ) e o

pH final deve ser ácido (Equação (7). Já quando a superfície apresenta caráter básico com relação

ao solvente, as partículas devem apresentar cargas elétricas positivas (potencial zeta > 0) e o pH

final deve ser básico (Equação (8).

(7)

(8) +

+

+

OH

R

OH

2

S

O

R

OH

2

S

Ka

+

+

+

OH

R

OH

S

OH

R

O

S

Kb

(35)

onde Ka2 e Kb2 são as constantes de dissociação ácida e básica em etanol, respectivamente.

As variações na carga superficial e no pH serão mais intensas quando as constantes de

equilíbrio forem maiores, isto é, a diferença nas energias de dissociação. As constantes de

equilíbrio mencionadas, entretanto, são dadas pela reação global dos vários grupos superficiais

ionizados, e não pela reação individual de cada grupo, já que cada dissociação deve afetar a

dissociação de outro grupo presente na superfície do material de forma semelhante à de uma

molécula polifuncional (22).

2.4. A técnica de deposição por eletroforese (EDP)

A técnica de deposição por eletroforese (EDP - Eletrophoretic Deposition) permite a

produção de filmes espessos de diferentes espessuras sobre substratos condutores. As

características das suspensões e o valor do campo elétrico em corrente continua (CC) são

parâmetros importantes que afetam a qualidade do filme espesso final. A técnica possibilita a

realização de microestruturas únicas e a combinação de uma grande variedade de materiais,

morfologias e dimensões (27). Na EDP, não é necessário que o material depositado seja condutor,

e as partículas são estabilizadas na dispersão coloidal por mecanismos eletrostáticos ou

eletroestericos.

Sobre a aplicação de um campo elétrico externo, na solução coloidal, as partículas

carregadas se movem em resposta a este campo, como ilustrado na Figura 4. Este tipo de

movimento é chamado de eletroforese. Quando a partícula está em movimento uma parte da

solução que a cerca irá se mover também, desde que está fração de solução esteja fortemente

(36)

restante da solução é chamado de plano de escorregamento. O potencial elétrico do plano de

escorregamento é conhecido como potencial zeta (ζ). O potencial zeta é determinado por uma

série de fatores, como a densidade de carga na superfície das partículas, a concentração de

“contra íons” na solução, polaridade do solvente e temperatura.

Figura 4 - Esquema ilustrativo de uma célula de deposição por eletroforese (EPD) (12).

A eletroforese consiste basicamente no movimento e aglomeração dos pós no eletrodo. O

processo é tradicionalmente descrito pela equação empírica de Hamaker (12), que faz relação

entre a taxa de deposição instantânea (w (Kg)) e o campo elétrico aplicado (E (V/m)):

(9)

onde t (s) é o tempo, μ (m2V.s) é a mobilidade eletroforética, C (kg/m3) é a carga de pós na

suspensão, A (m2) é a área dos eletrodos e f é uma fator que leva em conta que nem todo o pó que

se dirige ao eletrodo é incorporado ao depósito. Outra importante variação deste modelo de

cinética de deposição foi proposto por Zhang e colaboradores (28, 29) e leva em consideração a

conservação da massa em suspensão, ou seja, a massa depositada durante a EPD é igual à

variação da massa da dispersão.

ECA f dt dw μ

(37)

A deposição com coesão das partículas que chegam ao eletrodo é também um processo

muito estudado. No entanto, a literatura a respeito deste processo não é conclusiva em explicar o

mecanismo.

Hamaker e Verwey (21) realizaram estudos na tentativa de explicar o fenômeno de

deposição das partículas na EDP. Segundo estes autores as partículas são movidas em direção ao

eletrodo devido ao campo elétrico externo e se depositam devido a pressão exercida sobre elas

pelas camadas externas. Outro mecanismo, proposto por Grillon e colaboradores (30) sugere, que

as partículas sofram uma neutralização de cargas à medida que elas entram em contado com o

eletrodo onde é realizado o depósito. Shimbo e colaboradores (31) propuseram que processos

secundários no eletrodo produzem hidróxidos que adsorvem nas partículas e as polimerizam

dando coesão ao depósito. Na tentativa de comprovar o fenômeno de descarregamento das

partículas, Sarkar e colaboradores (32) realizaram um experimento utilizando uma suspensão de

Al2O3 em etanol. Entre os eletrodos da EDP estes autores fixaram uma membrana de diálise,

permeável apenas aos íons. Eles observaram um depósito denso na membrana e a passagem de

corrente no sistema através de descarga iônica. Desta maneira, pode-se concluir que a maior parte

da corrente durante a EDP é devido a descarga iônica. Desta maneira a interação

partícula/eletrodo não é o mecanismo principal para a deposição. Sarkar e colaboradores (33)

propuseram um modelo em que os íons que chegam ao eletrodo de deposição alteram localmente

(38)

2.5.O método de Pechini

O método idealizado por Pechini (34) utiliza a capacidade que alguns ácidos orgânicos α

-hidroxicarboxilícos possuem para a formação de quelatos ácidos com vários cátions (35). A

formação dos quelatos se dá por meio da mistura de cátions (em geral sais dissolvidos em solução

aquosa) com um ácido. Na presença de um poliálcool, como o etilenoglicol, estes quelatos

reagem formando um éster orgânico e água como produtos. Quando colocada sob agitação e

aquecimento em torno de 80oC, uma solução límpida é obtida. A mistura aquecida a temperaturas

em torno de 100oC, sofre uma reação de poliesterificação formando um sol homogêneo, no qual

os íons metálicos estão uniformemente distribuídos por toda a matriz orgânica. Aquecendo-se

novamente este sol para remover excesso de solventes, uma resina sólida é formada. Devido à

alta viscosidade da resina e a forte coordenação associada com o complexo, os íons metálicos são

“congelados” na rede polimérica, permanecendo distribuídos homogeneamente. A resina sólida é

então aquecida a temperaturas de ~600oC para remoção de resíduos orgânicos. Os metais

precursores combinam-se quimicamente para formar o composto na estequiometria desejada

durante a pirólise. As possíveis reações químicas da solução que ocorrem no processo Pechini

estão ilustradas esquematicamente na Figura 5. Essas reações ocorrem em meio aquoso, sem

necessidade de atmosfera especial ou vácuo. A quantidade do agente quelante (razão AC/Me)

(39)

Figura 5 - Reações básicas envolvidas no processo de Pechini (18).

Quando AC/Me=1, cada íon metálico pode ser complexado por somente uma molécula de

ácido cítrico, enquanto que para AC/Me=3, cada íon metálico pode interagir com três moléculas

de ácido cítrico. Isto possibilita que a resina com maior razão AC/Me possa ser mais uniforme em

termos da distribuição dos íons na cadeia polimérica. A pouca complexação dos íons diminui a

distância entre eles e, desse modo, torna as interações entre os íons mais fortes. Este fato

possibilita a formação de grupos (clusters) de íons metálicos, levando a uma resina com estrutura

não homogênea.

Do ponto de vista da qualidade de pós preparados pelo método de Pechini, fases

cristalinas homogêneas com partículas nanométricas são obtidas utilizando soluções com razão

AC/Me adequada.

Outra vantagem é a obtenção de fases cristalinas com temperaturas de calcinação bem

abaixo das temperaturas utilizadas nos métodos convencionais. O entendimento do porque destas

menores temperaturas ainda não é completo. Kumar e colaboradores (36) estudaram a energia

(40)

função da temperatura e atmosfera. Para o estudo, estes autores consideraram as reações entre

BaCO3 e TiO2, em atmosfera de ar e CO2. Durante a decomposição do polímero, podemos

pressupor a cristalização do BaO e do TiO2. Se o BaO cristaliza primeiro, segundo Kumar e col.,

ele pode formar o BaCO3, Ba(OH)2 ou o BaTiO3 (Figura 6a). A formação de Ba(OH)2 é a menos

provável de todas, devido a sua temperatura de formação. O BaCO3 é a fase mais estável até

172oC, e qualquer BaO não reagido irá formar BaTiO3 somente em temperaturas maiores que

172oC (Figura 6a). Todavia, na ausência de reação no estado sólido entre BaO e TiO2, o BaCO3 é

a fase mais estável até 541oC (Figura 7a), sendo que em atmosfera de CO2 esta estabilidade se

prorroga até 900oC (Figura 7b). O pressuposto da cristalização de BaO impõe a presença de

grande quantidade de BaCO3 até 541oC, o BaTiO3 poderia se formar, em ar, em temperaturas

entre 541oC e 674oC, e o Ba2TiO4 se formaria em temperaturas maiores que 674oC. Similarmente

em atmosferas de CO2 teríamos a presença de grande quantidade de BaCO3 até 900oC, BaTiO3

poderia se formar em temperaturas entre 900oC e 1030oC e Ba2TiO4 se formaria em temperaturas

maiores que 1030oC (Figura 7b).

Figura 6 - Energia livre de Gibbs (ΔGrx ) em função da temperatura em: (a) 1 atm de ar, (b) 1 atm

(41)

Figura 7 - Energia livre de Gibbs (ΔGrx ) em função da temperatura em: (a) 1 atm de ar, (b) 1 atm

de CO2 (36).

Como visto, a formação de BaTiO3 pela reação entre BaCO3 e TiO2 é

termodinamicamente possível a temperaturas maiores que 172oC no ar e maiores que 376oC em

CO2. Todavia, formação de BaTiO3 é reportada somente em temperaturas maiores que 1000oC

pelo método convencional. Como é verificado uma grande diferença entre a possibilidade

termodinâmica e os resultados atuais, este fato é um indicativo que a reação é desfavorecida pela

cinética da reação.

Quando se utiliza métodos químicos para a síntese, é possível que o precursor amorfo não

se cristalize em óxidos individuais ou carbonatos, em vez disso o BaTiO3 se forma por diferentes

reações “com atalhos”, a qual envolve a formação e subseqüente decomposição de uma fase

intermediária. Hennings e colaboradores (37) afirmaram que a formação do BaTiO3 ocorre

diretamente da reação no estado sólido entre o BaCO3 e o TiO2. Todavia, outros autores (36, 38)

discutem que o BaTiO3 é formado diretamente pela decomposição térmica de uma fase

intermediária (Ba2Ti2.CO3), que ocorre a 635oC. A variação da energia livre de Gibbs envolve

uma decomposição, e desta maneira, um intermediário para a formação de BaTiO3

(42)

2.6.A espectroscopia de impedância (39)

Quando um potencial elétrico V(t)=Vmsen(ωt) numa freqüência f/2π é aplicado em

uma amostra, esta responde com uma corrente elétrica , em que θ é a

diferença de fase entre a voltagem e a corrente elétrica. Define-se, então, a impedância do sistema

como sendo Z*(ω)=V(t)/i(t). Pode-se dizer que o conceito de impedância é mais geral que o de

resistência elétrica, pois leva em conta a defasagem entre o estímulo e a resposta do sistema.

Numa representação gráfica, em um sistema de eixos cartesianos de Z*(ω)=Z’+iZ”, enquanto a

parte real, Z’, é representada no eixo x, a parte imaginaria, Z”, é representada no eixo y. O

número complexo é igual a e indica uma rotação anti-horária de π/2 em

relação ao eixo x, para a representação gráfica.

Impedância é por definição uma quantidade complexa. Ela somente é real quando θ = 0 e,

deste modo Z(ω) = Z’(ω), apresentando um comportamento puramente resistivo. Neste caso, a

impedância é completamente independente da freqüência.

Na técnica de espectroscopia de impedância obtêm-se um conjunto de medidas de Z* tomadas

em um intervalo de freqüência ω. Explora-se assim, a dependência entre a freqüência de um

estímulo aplicado e a resposta do sistema. Os dados experimentais de espectroscopia de

impedância podem ser tratados dentro de quatro formalismos complexos:

A impedância,

(10) A admitância,

(11) O módulo elétrico,

(12) )

sen( )

(t =I ωt

i m

) 2 / exp(

1 iπ

i≡ − ≡

*

' ''

Z = +Z Z

" ' 1

iY Y Z

Y ≡ − ≡ +

* )

( i C0Z

(43)

E a permissividade complexa,

(13)

em que C0é a capacitância da célula de medida. É possível, a partir dos dados de impedância,

calcular a permissividade elétrica. A permissividade complexa pode ser

calculada utilizando a Equação (13), que pode ser rescrita como,

(14)

sendo ε0a permissividade no vácuo, l a espessura da amostra, A é a área dos eletrodos e, os

termos ε’ e ε”, são a permissividade elétrica real e imaginária.

Separando a parte real e imaginária da Equação (14) obtemos,

(15)

(16)

Podemos representar os dados de impedância como circuitos elétricos equivalentes. O

modelo mais simples consiste em um circuito RC (resistência e capacitor) ligados em paralelo. A

Figura 8 representa este circuito. A partir dos valores determinados para R e C pode-se calcular a

resistividade, a condutividade elétrica e a permissividade relativa do material. ) ( * / 1 / ) ( * ) (

* ω ω ω 0 ω 0 ω

ε =Y i C = i C Z

) ( " ) ( '

* ε ω ε ω

ε = +i

(44)

Figura 8 - Associação em paralelo de um resistor (R) e um capacitor (C).

Considerando o circuito elétrico RC submetido a uma voltagem V que varia com o

tempo, a corrente elétrica resultante corresponderá a soma das correntes individuais dos

elementos R e C:

(17)

Considerando que a tensão aplicada seja do tipo,

(18)

A componente resistiva da corrente será dada pela lei de Ohm,

(19)

A componente capacitiva será,

(20)

Substituindo a Equação (18) na Equação (20) temos,

(21)

Somando-se as componentes capacitiva e resistiva da corrente encontramos,

(22)

)

(

)

(

)

(

t

i

t

i

t

i

=

C

+

R

iwt

e

V

t

w

V

*

(

,

)

=

0

iwt R

e

R

V

R

t

V

t

i

*

(

)

=

*

(

)

=

0

dt

t

dV

C

t

i

*

C

(

)

=

*

(

)

)

(

*

)

(

)

(

*

V

0

e

iwCV

t

dt

d

C

t

i

C

=

iwt

=

)

(

*

)

(

*

)

(

*

iwCV

t

R

t

V

t

(45)

Na Equação (22), a componente resistiva faz com que o ângulo entre i(t) e V(t) passe a ser

90o- δ. O ângulo δ representa a dissipação de energia elétrica sob a forma de calor, e é,

geralmente, representado pela sua tangente, a tangente de perda:

(23)

A expressão para impedância pode ser obtida substituindo-se a Equação (22) na relação

V(w,t) = Z(w)i(w,t):

(24)

em que τ = RC é constante e tem dimensão de tempo. Este valor está relacionado ao tempo de

relaxação do sistema. Reescrevendo a Equação (24), de modo a separar a parte real e imaginária e

substituindo RC por τ, temos:

(25)

que é a equação para impedância para um circuito elétrico RC paralelo.

O modelo “brick – layer” para cerâmicas

Os modelos de análise, que utilizam circuitos equivalentes, possuem grande aplicabilidade

em diversos tipos de sistema. Em cerâmicas é possível associar os blocos de circuitos às

contribuições do grão e contorno de grão separadamente. Um modelo muito utilizado em

cerâmicas é o brick-layer. O modelo brick-layer aproxima a microestrutura a um conjunto de

grãos cúbicos separados por contornos planos. As relaxações dielétricas do grão e contorno de

grão obedecem ao mesmo formalismo matemático de um sistema composto por elementos RC

paralelos, Equação (25), ligados em série.

wRC

i

i

tg

C

R

=

1

=

δ

iwRC

R

w

Z

+

=

1

)

(

*

)

(

"

)

(

'

]

)

(

1

[

]

)

(

1

[

)

(

*

2 2

Z

w

iZ

w

w

Rw

i

w

R

w

Z

=

+

(46)

Considerando Z* em função de Z’ e Z” na Equação (25):

(26)

tem-se a equação de uma circunferência de raio R/2. Assim, a representação dos dados

experimentais de impedância no plano complexo fornece um arco semicircular cujo diâmetro

corresponde ao valor da resistência elétrica R. Neste semicírculo cada ponto corresponde a um

valor de freqüência, e no ponto máximo (que corresponde a freqüência w0) tem-se,

(27)

Da Equação (27) combinada com a Equação (25), temos a relação:

(28)

em que w0 é a freqüência de relaxação.

(a) (b)

Figura 9 - (a) circuito elétrico e (b) diagrama correspondente.

Quando o centro do semicírculo é deslocado do eixo das abscissas e o arco fica

descentralizado, dizemos que o tempo de relaxação não possui um valor único, mas está

( )

2 2 2

2 "

2

' ⎟

⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ = +

⎟ ⎠ ⎞ ⎜

⎛ − R

Z R Z

2

/

"

'

Z

R

Z

=

=

1

0

τ

=

(47)

distribuído em torno de um valor médio. Quando isso ocorre, a Equação (24) pode ser substituída

pela equação empírica,

(29)

em que o parâmetro Ψ assume valores entre 0 e 1, dependendo do ângulo de descentralização θ

através da relação,

(30)

O parâmetro Ψ indica a largura da distribuição dos tempos de relaxação em torno de um

valor médio (39).

Quando Ψ = 1 utiliza-se a equação para um circuito RC paralelo, quando Ψ<1, o circuito

equivalente é composto por um resistor ligado em paralelo com um elemento de fase constante

(CPE), e teremos uma distribuição de valores possíveis para τ. O (CPE) recebe este nome porque

sua impedância, ZCPE = (iwC)-ψ, é caracterizada por possuir um ângulo de fase (i)-ψ que é

constante para qualquer valor de w.

Cada elemento RC gera um semicírculo no plano complexo. Materiais cerâmicos

apresentam em geral diagramas com dois semicírculos, Figura 10, um correspondente a resposta

dielétrica dos grãos (em geral em freqüências mais altas) e outro correspondente a resposta

dielétrica dos contornos (em geral em menores freqüências). Ψ

+

=

)

(

1

*

iwRC

R

Z

2

)

1

(

π

(48)

Figura 10 - Diagrama de impedância no plano complexo para sistemas caracterizados por dois semicírculos.

A partir dos valores obtidos nos ajustes dos dados experimentais é possível determinar R

e C para ambas as contribuições (grãos e contornos). Com essas informações de resistência

podemos calcular a resistividade ou a condutividade elétrica. Para sistemas termicamente

ativados podemos usar a lei Arrhenius:

(31)

em que Eaé a energia de ativação do processo de condução, k é a constante de Boltzmann, T é a

temperatura em Kelvin e σ0 é a condutividade elétrica quando T → ∞.

2.7.O sistema BaTi1-xZrxO3

O estado da arte para esses materiais na forma volumétrica, filmes finos e espessos está

centrado em estudos relacionados ao processamento, entendimento da transição de fase

ferroelétrica-paraelétrica e a determinação de suas propriedades físicas, particularmente as

características dielétricas, ferroelétricas e piezelétricas.

5000 6000 7000 8000 9000

-4000

-3000

-2000

-1000

0

Z'

Z'

'

)

/

exp(

0

E

a

kT

=

σ

Referências

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