UM MODELO P A R A ORIENTAÇÃO FAMILIAL
EM OLIGOFRENIAS
AGUINALDO GONÇALVES *
Conceituam-se as oligofrenias como anormalidades orgânicas ou
funcio-nais que levam a uma diminuição da função cognitiva, traduzindo-se por
baixo quociente intelectual. No entanto, já a conceituação do que seja a
normalidade em Medicina é algo muito operacional e pouco preciso.
Poder--se-ia propor que a normalidade seja o perfeito equilíbrio biológico, sendo
anormal tudo o que se lhe não enquadra. Entrementes, a importância deste
desvio não guarda relação com sua extensão. Por exemplo, uma alteração
grosseira na embriogênese dos membros superiores e inferiores, de que
re-sulta sua fusão, a zigodactilia, é um desvio bastante grosseiro da mão
nor-mal, mas funcionalmente pode não constituir handicap na vida de correlação.
Por outro lado, um pequeno estreitamento no canal de drenagem do líquido
cefalorraquidiano determina hidrocéfalo, responsável por danos neurológicos
de grande monta que podem levar inclusive à morte. Discussão análoga
sobre o normal em biologia humana encontra-se em Alcântara (1970).
Revendo o problema da etiología das oligofrenias, Zigler (1967) afirma
que as duas últimas décadas testemunharam um interesse renovado pelo
assunto, levando a numerosas pesquisas e publicações de teorias, que tentam
uma explicação etiológica do evento.
Classicamente, a distribuição da inteligência comporta-se de acordo com
uma curva normal, cujo caudal à direita à constituído pelos assim chamados
deficientes mentais, formando uma classe homogênea, existindo, mesmo,
nu-merosos ensaios que fazem comparações entre retardados e normais, sendo
os dois grupos definidos unicamente a partir da determinação do quociente
intelectual (Sellweger, 1963).
No entanto, uma distinção em dois subgrupos torna melhor manipulável
o problema: existem os deficientes mentais fisiológicamente, por exemplo
os afetados por encefalopatía bilirrubínica ou por sofrimento fetal.
Adicio-nalmente, há os familiais, que compreendem 75% de todos os afetados.
Opondo-se a esta teoria ortodoxa da herança multifatorial da deficiência
mental, Lehrke (1968), baseado em estudo de 105 oligofrênicos e 10 famílias,
elaborou a chamada teoria dos traços intelectuais maiores ligados ao
cromosso-mo X, que se apoia na aceitação de quatro hipóteses básicas, quais sejam:
a) existem loci gênicos maiores relacionados ao funcionamento intelectual
humano que estão localizados no cromossomo X; b) tais genes, se mutados,
podem levar a um funcionamento intelectual subnormal, incluindo retardo
mental, transmitido como ligado ao cromossomo X; c) um ou mais destes
genes relacionam-se particularmente à função verbal; d) a deficiência
rela-ciona-se primariamente ao sistema nervoso central.
Tal teoria, se verdadeira, poderia explicar muitas situações
surpreen-dentes, incluindo o número substancialmente maior de homens retardados
mentais e explicar, ao menos parcialmente, porque mais homens que
mulhe-res estão em atividades que requerem níveis intelectuais mais elevados.
No entanto, mesmo que amplamente discutida pelo próprio autor em
pu-blicação ulterior (Lehrke, 1972), permanece tal teoria ainda sujeita a
mui-tas críticas metodológicas (Anasmui-tasi, 1972; Nance e Engel, 1972).
Critérios globais de classificação etiopatológica das deficiências mentais
têm sido difíceis de estabelecer. Constadinis (1963) as divide em exógenas
e endógenas, sendo estas constituídas pelas de origem genética, seja
unigê-nica (autossômicas e sexuais) ou poligêunigê-nicas. Mais recentemente, Braga
(1973), propõe divisão em funcionais e associadas a alterações orgânicas
do sistema nervoso central, sendo esta categoria formada pelas ambientais
(v.g. infecções, intercorrências gestacionais e partos traumatizantes);
encefa-lopatías devidas a influências determinadas (p. ex., doenças com
comprome-timento do sistema nervoso, sem uma etiología precisa, v . g . , esclerose
ce-rebral difusa e degeneração cerebelar) e pelas doenças genéticas.
Desta aparente complexidade de causas envolvidas nas oligofrenias, emana
a dificuldade que freqüentemente encontram os clínicos para, frente a um
caso de retardo mental, dar à família a conduta e orientação esperadas.
Anteriormente, já se teceram considerações a respeito (Gonçalves, 1972).
Na presente comunicação, complementarmente, apresenta-se um modelo
ope-racional para a etiologia das oligofrenias, classificando-as em ambiental,
gê-nica, cromossômica, familial e idiopática, a partir da apresentação de casos
clínicos ilustrativos, oriundos do Ambulatório de Genética do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu.
C A S U Í S T I C A
CASO 1 — G. A . L . , s e x o feminino, 5 a n o s de idade, brasileira ( R G . 13409). A p r e s e n t a crises c o n v u l s i v a s h á seis m e s e s , c o m perda de c o n s c i ê n c i a e liberação esfincteriana, e s t a n d o a t u a l m e n t e sob c o n t r o l e com a n t i c o n v u l s i v a n t e s . G r a d a t i v a -mente, v e m sendo n o t a d a deficiência m e n t a l , p e l a dificuldade n a e s c o l a r i z a ç ã o e r e l a c i o n a m e n t o c o m a s d e m a i s c r i a n ç a s . N ã o h á dados r e l e v a n t e s q u a n t o a a n t e -c e d e n t e s f a m i liais e g e s t a -c i o n a i s . O parto foi demorado, o feto n ã o progredindo e s p o n t a n e a m e n t e , t e n d o h a v i d o , s e g u n d o a i n f o r m a n t e , " v a r i a ç ã o no foco". Ao e x a m e físico, m i c r o c é f a l o , h i p e r t o n í a piramidal e a s s i m e t r i a facial, c o m p a r a l i s i a ã direita. E x a m e s subsidiários c l í n i c o s ( s e d i m e n t o urinario, p r o t o p a r a s i t o l ó g i c o , h e m o g r a m a , r e a ç ã o de P a u l B u n n e l e r e a ç ã o de S a b i n F e l d m a n ) n e g a t i v o s , a s s i m c o m o os g e n é -t i c o - c l í n i c o s : n ã o h á a l -t e r a ç õ e s na a n á l i s e dos d e r m a -t ó g l i -t o s e c a r i ó -t i p o .
m a n t e v e a t é h á u m ano, q u a n d o p a s s o u a a p r e s e n t a r crises c o n v u l s i v a s , s e m aura, g e n e r a l i z a d a s , com l i b e r a ç ã o e s f i n c t e r i a n a . H á u m a s e m a n a , a p ó s u m a d e s t a s cri-ses, p e r m a n e c e torporosa, c o m quadro de a g i t a ç ã o p s i c o m o t o r a ; a t u a l m e n t e n ã o a n d a e n ã o c o n t r o l a e s f i n c t e r e s . N ã o h á d a d o s r e l e v a n t e s n o s a n t e c e d e n t e s g e s t a c i o n a i s e p e r i n a t a i s . A n t e c e d e n t e s f a m i l i a i s no h e r e d o g r a m a 1 . N ã o h á a l t e r a -ções no e x a m e f í s i c o . O e x a m e n e u r o l ó g i c o r e v e l a a p e n a s a r r e f l e x i a t e n d i n o s a u n i v e r s a l . F u n d o s c o p i a : a t r o f i a papilar bilateral, p e q u e n a s á r e a s h i p e r p i g m e n t a res, a s s e m e l h a n d o s e a r e t i n ó s e . R a d i o g r a f i a s i m p l e s de c r â n i o r e v e l a d i s c r e t a h i -perostose do v é r t e x e d a s a s a s e s f e n ó i d e s ; à p n e u m e n c e f a l o g r a f i a , discreto a u m e n t o v e n t r i c u l a r e c o r t i c a l . A e l e t r e n c e f a l o g r a f i a r e v e l a c o m p r o m e t i m e n t o difuso da e l e t r o g ê n e s e , c o m irradiação p a r a t o d a s a s á r e a s . S e m a l t e r a ç õ e s n a a n á l i s e dos d e r m a t ó g l i f o s . Cariótipo n ã o i n d i c a d o .
CASO 3 — R . A . A . , branco, s e x o m a s c u l i n o , brasileiro, 12 a n o s de idade (RG. 1 3 8 9 3 ) . E n c a m i n h a d o pela A P A E para s e g u i m e n t o m é d i c o e c o n d u t a f a m i l i a l . A p r e s e n t o u i n f e c ç õ e s r e p e t i d a s de v i a s u r i n a r i a s e d e s e n v o l v i m e n t o n e u r o - p s i c o - m o t o r retardado ( t e n s ã o c e r v i c a l no o i t a v o m ê s , primeiro d e n t e c o m u m ano, f o r m a ç ã o de f r a s e s c o m dois, c o n t r o l e s e s f i n c t e r i a n o s c o m t r ê s ) , sendo, a o s s e t e anos, e n c a m i -n h a d o p e l o p e d i a t r a p a r a c l a s s e e s p e c i a l . N ã o h á r e f e r ê -n c i a s r e l e v a -n t e s q u a -n t o a a n t e c e d e n t e s f a m i l i a i s , g e s t a c i o n a i s e p e r i - n a t a i s . A o e x a m e físico, h i p o t o n i a g e n e r a l i z a d a ; a c h a t a m e n t o o c c i p i t a l : e s t r a b i s m o c o n v e r g e n t e à d i r e i t a ; cilios p e q u e -nos e esparsos; o r e l h a s p e q u e n a s e de i m p l a n t a ç ã o b a i x a ; nariz p e q u e n o c o m p o n t e n a s a l b a i x a ; h i p o p l a s i a de m a x i l a r ; p e s c o ç o curto e l a r g o ; pênis p e q u e n o c o m criptorquia u n i l a t e r a l à d i r e i t a . N o s e x a m e s subsidiários da a n a m n e s e g e n é t i c o c l í -nica, a a n á l i s e dos d e r m a t ó g l i f o s d í g i t o - p a l m a r e s r e v e l o u b r a q u i d a c t i l i a u n i v e r s a l , prega ú n i c a e c l i n o d a c t i l i a no q u i n t o dedo, p r e g a p a l m a r do tipo d, b i l a t e r a l m e n t e ; n a s p l a n t a s dos pés, i n t e r v a l o a u m e n t a d o e n t r e primeiro e s e g u n d o p o l i d á c t i l o e s u l c o na primeira á r e a i n t e r d i g i t a l , b i l a t e r a l m e n t e . A a n á l i s e do c a r i ó t i p o re-v e l o u , e m s e t e c é l u l a s , t r i s s o m i a de c r o m o s s o m o do g r u p o 2 1 - 2 2 .
CASO 5 — S . M . R . A . , s e x o feminino, branca, brasileira, 2 a n o s de idade ( R G . 3 1 3 3 7 ) . E n c a m i n h a d a p a r a N e u r o c l í n i c a , porque a u m retardo do d e s e n v o l v i m e n t o n e u r o - p s i c o - m o t o r ( d e m o r o u para a p r e s e n t a r t e n s ã o c e r v i c a l , a i n d a n ã o fala, n ã o a n d a e n ã o t e m c o n t r o l e e s f i n c t e r i a n o ) se s o m a "uma a l t e r a ç ã o n a s l i n h a s da m ã o " ( s i c ) . À a n a m n e s e e s e m i o t é c n i c a g e n é t i c o c l í n i c a , n ã o h á a l t e r a ç õ e s e m a n t e c e d e n t e s p e s s o a i s ou f a m i l i a i s ; e n d o c r u z a m e n t o e m a n c e s t r a i s , incidência de m a l f o r -m a ç õ e s c o n g ê n i t a s , recorrência do quadro a t u a l ; intercorrências g e s t a c i o n a i s o u peri n a t a i s . E x a m e s subsidiários clínicos i g u a l m e n t e n e g a t i v o s ( r e a ç ã o de i m u n o f l u o peri -r e s c ê n c i a p a -r a t o x o p l a s m o s e , S a b i n - F e l d m a n , t e s t e do suo-r, -r e a ç ã o de W a s s e -r m a n n , s e m i o l o g í a n e u r o l ó g i c a a r m a d a e f u n d o s c o p i a ) . N o cariótipo, n ã o se o b s e r v a r a m a l t e r a ç õ e s e m n ú m e r o ou m o r f o l o g í a e m s e t e c é l u l a s a n a l i s a d a s . A a n á l i s e dos d e r m a t ó g l i f o s r e v e l o u , c o m o ú n i c a a l t e r a ç ã o , prega de Sidney u n i l a t e r a l à direita.
DISCUSSÃO
Os casos apresentados, após a anamnese genético-clínica, revelaram
oli-gofrenias, associadas ou não a retardo do desenvolvimento neuro-psico-motor,
decorrentes de: caso 1 — etiopatogênese ambiental (hipóxia peri-natal por
sofrimento fetal); caso 2 — etiopatogênese genética por doença gênica,
au-tossômica recessiva (idiotia amaurótica, forma juvenil); caso 3 —
etiopato-gênese genética por doença cromossômica (mongolismo ou síndrome de Down);
caso 4 — etiopatogênese familial; caso 5 — etiopatogênese idiopática.
Dado que a conceituação e discussão da etiopatogênese gênica e
cro-mossômica, visando ao aconselhamento genético, se encontram em publicação
recente (Gonçalves, 1974), serão objeto da presente as oligofrenias
ambien-tais, familiais e idiopáticas, com vistas à orientação das famílias dos
afe-tados.
(oxi-genação excessiva). A semiotécnica não revela sinais malformativos. As
provas subsidiárias genético-clínicas são negativas, se indicadas. As
oligo-frenias por seqüelas infecciosas revelam cicatriz sorológica na mãe e na
criança. Quanto à conduta, o aconselhamento genético é favorável e
des-prezível o risco de recorrência, desde que afastado o fator precipitante. Neste
particular, é de importância óbvia o tratamento da eventual infecção
ma-terna.
Quando as informações colhidas na anamnese e semiología
genético-clí-nicas são do tipo observado em M . A . D . (caso 4), a recorrência intra-familial
é o único dado positivo e seu comportamento geralmente não segue um padrão
de herança típico e, se isto acontecer, este dado não deve ser supervalorizado,
pois, a priori, está sujeito a muitos desvios. Por exemplo, por definição,
a amostra é limitada a afetados e os não afetados via de regra não são
examinados, mas considerados como tal pelo parente informante. Tendo em
vista a variação nosográfica desta condição e seu decorrente pouco estudo,
este grupo de deficientes "familiais" ou "culturais-familiais" compreende 75%
de todos os oligofrênicos. A conduta para tais afetados é ditada pela
psicó-loga, após a realização de testes adequados de avaliação cognitiva do doente.
No aconselhamento genético, além do significado potencial de que novos
descendentes venham a ser afetados, mais probabilisticamente que a população
em geral, a família deve ser esclarecida sobre o preponderante papel exercido
pelo estímulo ambiente e pela cultura do grupo no desenvolvimento deste
tipo de retardo mental.
O caso S . M . R . A . ilustra bem os chamados casos idiopáticos, designação
do atual estágio da ignorância médica a respeito. Não há alterações
labora-toriais específicas (que definam uma oligofrenia ambiental), conjunto de
pe-quenos sinais malformativos (no caso, apenas uma prega palmar variante)
ou antecedentes familiais (que indiquem a possibilidade de uma síndrome
genética), nem recorrência familial da condição (situação característica da
oligofrenia familial). Permanecem, assim, tais casos como diagnóstico de
exclusão, à espera de melhores recursos técnicos e definições nosográficas
mais elaboradas. A terapêutica é sintomática, fisioterápica e ocupacional
e o aconselhamento genético, com base nos riscos empíricos.
RESUMO
Após revisão de teorias e evidências sobre a etiología das oligofrenias,
são apresentados casos clínicos de oligofrênicos atendidos em serviço de
Ge-nética Médica, os quais servem de substrato para a proposição de um modelo
de Aconselhamento Genético, que os classifica em ambiental, gênica,
cro-mossômica, familial e idiopática.
SUMMARY
A model for familial orientation on mental retardation
Theories and evidences on etiology of mental retardation are presented.
Five cases of mental retardation from a Clinical Genetics Service are
re-ported, as basis for an etiological model on mental retardation, quite
ope-rational in genetic counseling and familial orientation.
R E F E R E N C I A S
1 . ALCÂNTARA, P . — A c r i a n ç a normal, e s s a d e s c o n h e c i d a . In ALCÂNTARA, P . — P e d i a t r i a B á s i c a 1 : 3 . S a r v i e r Editora, S ã o P a u l o , 1 9 7 0 .
2 . A N A S T A S I , A . — F o u r h y p o t h e s e s w i t h a d e a r t h of d a t a : response to Lehrke's "a theory of X - l i n k a g e of major i n t e l l e c t u a l t r a i t s " . A m . J . M e n . Def. 76: 620, 1 9 7 2 .
3 . BRAGA, J . C. — R e t a r d a m e n t o m e n t a l : a s p e c t o s e t i o l ó g i c o s . Ped. Mod. (São P a u l o ) 7:50, 1 9 7 3 .
4 . C O N S T A N T I D I N I S . J. — L e s o l i g o p h r e n i c s e n d o g e n e s . J . G e n . H u m . 1:55, 1 9 6 3 .
5 . GONÇALVES, A. — E s t u d o g e n é t i c o d a s o l i g o f r e n i a s : r e v i s ã o dos c a s o s do A m b u l a t o r i o de G e n é t i c a . A n a i s II J o r n . C i e n t . F a c . Cieñe. M é d . B i o l . B o -t u c a -t u 35, 1 9 7 2 .
6. GONÇALVES, A. — A m b u l a t o r i o de G e n é t i c a I I : os d i f e r e n t e s e l e m e n t o s das p a t o l o g i a s a t e n d i d a s . R e v . B r a s . C l i n . T e r a p . 3:37, 1 9 7 4 .
7 . LEHRKE, R. — A t h e o r y of X - l i n k a g e of m a j o r i n t e l l e c t u a l t r a i t s . A m . J. M e n t . Def. 7 6 : 7 1 1 , 1 9 7 2 .
8. N A N C E , W . E . & ENGEL, E . E . — One X a n d four h y p o t h e s i s : response to Lehrke's "a theory of X - l i n k a g e of m a j o r i n t e l l e c t u a l t r a i t s " . A m . J. Ment. Def. 76:623, 1 9 7 2 .
9 . ZELLWEGER, H . — Genetic a s p e c t s of m e n t a l r e t a r d a t i o n . A r c h . I n t . Med. 111:165, 1 9 6 3 .
1 0 . ZIGLER, E. — F a m i l i a l m e n t a l r e t a r d a t i o n : a c o n t i n u i n g d i l e m m a . S c i e n c e 155:292, 1967.