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Transtorno afetivo bipolar e terapêutica medicamentosa: identificando barreiras.

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Academic year: 2017

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TRANSTORNO AFETI VO BI POLAR E TERAPÊUTI CA MEDI CAMENTOSA:

I DENTI FI CANDO BARREI RAS

Adriana I nocent i Miasso1

Silvia Helena De Bort oli Cassiani2 Luiz Jorge Pedrão3

Est e est udo ident ificou as barreiras enfrent adas pela pessoa com Transt orno Afet ivo Bipolar ( TAB) frent e à necessidade de uso cont ínuo de m edicam ent os. Foi ut ilizada a abordagem qualit at iva, t endo com o referencial m et odológico a Teoria Fundam ent ada nos Dados, à luz do I nt eracionism o Sim bólico. Part iciparam do est udo 14 pessoas com TAB que est avam em acom panham ent o em um am bulat ório de t ranst ornos do hum or de um hospit al universit ário e 14 fam iliares indicados pelas m esm as. A ent revist a e observação foram as principais form as de obtenção de dados. Os resultados revelaram duas categorias que descrevem as barreiras enfrentadas pela pessoa com TAB: ter perdas afetivas e cognitivas e ter várias lim itações. Constatou- se que a pessoa com TAB sent e- se am bivalent e em relação à adesão à t erapêut ica m edicam ent osa, pois percebem que, qualquer que sej a a direção adot ada, ela o conduzirá a um cont ext o de preconceit o, de perdas e lim it ações nas várias esferas da vida cot idiana.

DESCRI TORES: t ranst orno bipolar; aut om edicação; relações int erpessoais

BI POLAR AFFECTI VE DI SORDER AND MEDI CATI ON THERAPY:

I DENTI FYI NG BARRI ERS

This st udy ident ified t he barriers faced by people wit h bipolar affect ive disorder ( BAD) regarding t he need for cont inuous m edicat ion. The qualit at ive approach was used, and t he m et hodological fram ework was based on the Grounded Theory in the light of Sym bolic I nteractionism . I n total, of 14 people with BAD, who were being attended at the Outpatient Unit for Mood Disorders of a university hospital, and 14 relatives indicated by them participated in the study. The data collection was carried out through interviews and observation. Two categories em erged from t he result s, describing t he barriers faced by people wit h BAD: t o have affect ive and cognit ive losses and t o have several lim it at ions. People wit h BAD feel am bivalent regarding m edicat ion adherence, as they perceive that, no m atter the direction they take, it will lead to a context of prej udice, losses and lim itations in various spheres of daily life.

DESCRI PTORS: bipolar disorder; self m edicat ion; int erpersonal relat ions

TRASTORNO AFECTI VO BI POLAR Y POR TERAPI A MEDI CAMENTOSO:

I DENTI FI CACI ÓN DE BARRERAS

Est e est udio ident ificó las barreras enfrent adas por las personas con Trast orno Afect ivo Bipolar ( TAB) ant e la necesidad del usar cont inuam ent e m edicam ent os. De enfoque cualit at ivo, t uvo com o referencia m et odológico, a la Teoría Basada en los Dat os, baj o la perspect iva de la I nt eracción Sim bólica. Part iciparon del est udio 14 personas con TAB, las cuales seguían tratam iento en un servicio Am bulatorio para Trastornos del Hum or de un hospit al universit ario y 14 fam iliares señalados por los m ism os. Las principales form as de obt ención de dat os fuer on la ent r ev ist a y la obser v ación. Los r esult ados m ost r ar on dos cat egor ías que descr iben las bar r er as enfrent adas por las personas con TAB: m anifest ar olvidos afect ivos y cognoscit ivos y la aparición de varias l i m i t aci on es. Se con st at ó q u e l a p er son a con TAB si en t en am b i v al en ci a con r el aci ón al seg u i m i en t o m edicam ent oso, pues perciben que cualquiera que sea la dirección adopt ada, las conducirá al preconcept o, pérdidas y lim it aciones en las diversas esferas de su vida.

DESCRI PTORES: t rast orno bipolar; aut om edicación; relaciones int erpersonales

(2)

I NTRODUÇÃO

C

erca de 450 m ilhões de pessoas sofrem de

t r a n st o r n o s m e n t a i s, r e su l t a n t e s d e co m p l e x a int eração de fat ores genét icos e am bient ais( 1). Nesse co n t e x t o , o Tr a n st o r n o Af e t i v o Bi p o l a r ( TAB) é considerado um transtorno crônico, caracterizado pela ex ist ên cia d e ep isód ios ag u d os e r ecor r en t es d e alt eração pat ológica do hum or. A recuperação, após a fase aguda, é geralm ent e significat iva, m as m enos com pleta e isenta de conseqüências daquela que seria d e se j á v e l( 2 ). Co n si d e r a n d o o co m p r o m e t i m e n t o m ed id o p or m eio d e v ár ios p ar âm et r os, o TAB é r esp o n sá v el p o r 5 a 1 5 % d a s n o v a s a d m i ssõ es p si q u i á t r i ca s h o sp i t a l a r e s m a i s p r o l o n g a d a s, consum indo recursos consideráveis dos sist em as de sa ú d e . Est i m a - se , t a m b é m , q u e o t r a t a m e n t o inadequado sej a r esponsáv el pela m aior par t e dos cust os do t ranst orno.

Co m o o TAB é cr ô n i co , a a d e sã o a o t r at am ent o é fundam ent al par a aum ent ar a chance de m elhorar o prognóstico. A eficácia está diretam ente relacionada à adesão. A partir da década de 50, iniciou-se o deiniciou-senvolvim ent o da psicofarm acologia inclusive o uso generalizado de m edicam ent os ant ipsicót icos, ant idepressivos e ansiolít icos( 3). Esses m edicam ent os represent am , nos Est ados Unidos, econom ia de m ais de 40 bilhões de dólares, desde 1970; 13 bilhões nos custos de tratam ento e 27 bilhões em custos indiretos. Se m o s t r a t a m e n t o s m o d e r n o s, o s p a ci e n t e s t ipicam ent e passavam um quart o de sua vida adult a no hospit al e m et ade dela incapacit ados( 4).

O t rat am ent o do TAB encont ra, ent r et ant o, n a su a a d esã o , g r a n d e e sér i o p r o b l em a , cu j a s conseqüências são a falt a de cont role do t ranst orno, o aum ent o de int er nações ev it áv eis e aum ent o no cust o dos cuidados de saúde. Por sua m agnit ude, a n ã o a d e sã o o u a b a i x a a d e sã o à t e r a p ê u t i ca const it uem problem as de saúde pública. A lit erat ura t em apont ado os m ot ivos para a falt a de adesão ao t r at am ent o m edicam ent oso: não acr edit ando est ar d o e n t e , o p a ci e n t e n ã o v ê r a zã o p a r a t o m a r a m edicação; o pacient e possui algum pensam ent o de que a m edicação irá lhe fazer m al; o pacient e pode estar sofrendo com os efeitos colaterais desagradáveis da m edicação e acredit ar que a m esm a cause m ais lim it ações d o q u e alív io n a v id a cot id ian a, en t r e out ros( 5).

Desse m odo, a proposta de estudar a questão do t rat am ent o m edicam ent oso ent re as pessoas com

TAB v em ao en con t r o do cr escen t e in t er esse pelo assunto e à necessidade de se otim izar o tratam ento dessa clientela. A im portância deste estudo é reforçada pelos aspect os epidem iológicos e evolut ivos do TAB. Com b ase n os g r an d es est u d os p op u lacion ais, as est im at ivas de pr evalência de TAB são ao r edor de 1% par a t r anst or no bipolar t ipo I e I I . A par t ir da introdução do conceito de espectro bipolar, am pliando o lim iar para TAB, as est im at ivas são m ais alt as, ao redor de 5 a 8% . I ndivíduos acom etidos têm m aiores t a x a s d e d e se m p r e g o e e st ã o m a i s su j e i t o s a ut ilizarem serviços m édicos e serem hospit alizados( 6). Tendo em vist a a escassez de est udos sobre adesão ao t rat am ent o m edicam ent oso que focalizem o fenôm eno no pacient e, e sabendo- se que o uso de m edicam ent os consist e em r ealidade necessár ia ao cotidiano da pessoa com TAB, acredita- se que m elhor com preensão dos fat ores associados e det erm inant es dessa realidade, a part ir da perspect iva de quem a vivencia, perm it irá t est ar int ervenções que ot im izem a adesão e, talvez, m elhorem o controle do transtorno e co n se q ü e n t e s r e i n t e r n a çõ e s. Al é m d i sso , u m t r a b a l h o d essa n a t u r eza p o d er á co n t r i b u i r p a r a d iscu ssões com a eq u ip e d e saú d e en v olv id a n o t rat am ent o, buscando aprim oram ent o na assist ência prest ada à pessoa com TAB e ao seu fam iliar.

OBJETI VO

I d en t i f i car as b ar r ei r as en f r en t ad as p el a pessoa com TAB frente à necessidade de uso contínuo de m edicam ent os par a est abilização do t r anst or no, na perspect iva do pacient e e fam iliar.

METODOLOGI A

(3)

universit ário, de grande port e, localizado no int erior paulist a.

Por ser est u d o d e n at u r eza q u alit at iv a, o n ú m er o de pessoas com TAB par t icipan t es e seu s respect ivos fam iliares não foi pré- det erm inado, m as r esult ou de um pr ocesso de “ am ost r agem t eór ica”. Am o st r ag em t eó r i ca si g n i f i ca q u e a sel eção d o s par t icipant es é dir ecionada pela análise em er gent e. Assim , o critério de seleção é o da relevância teórica par a a descober t a e desenv olv im ent o do fenôm eno est udado( 7).

Para det erm inar os pacient es e fam iliares a serem entrevistados, foram utilizadas várias técnicas: a observação part icipant e, ent revist as inform ais com pacient es e fam iliares, durant e o período de espera pela consulta no APQH; verificação do prontuário dos m esm os e q u est ion am en t os j u n t o aos m éd icos e e n f e r m e i r o s p a r a o b t e n çã o d e d a d o s a ce r ca d a t e r a p ê u t i ca m e d i ca m e n t o sa d o s p a ci e n t e s. Fo i , t am bém , ut ilizada a am ost ragem por “ bola de neve”. Esse m ét odo consist e na definição de um a am ost ra p o r m ei o d e r ef er ên ci a s f ei t a s p o r p esso a s q u e com par t ilham ou conhecem out r as que possuem as caract eríst icas de int eresse da pesquisa( 8).

Det erm inou- se com o crit érios de inclusão no est udo para os pacient es: t er diagnóst ico m édico de TAB, est ar ut ilizando m edicam ent o( s) psicot rópico( s) , est ar apt o a se ex pr essar v er balm ent e e consent ir, por escrito, em participar do estudo. Foi entrevistado um fam iliar de cada paciente do estudo, m encionado, p e l o m e sm o , co m o p e sso a m a i s e n v o l v i d a o u r e sp o n sá v e l q u a n t o a o se u t r a t a m e n t o e q u e consent iu, por escrit o, em part icipar do est udo.

A ent revist a gravada, com 14 pessoas com TAB e seus r espect iv os fam iliar es, e a obser vação par t icipant e, dur ant e as v isit as dom iciliár ias, for am ut ilizadas com o principais est rat égias de obt enção de dados e foram realizadas no período de fevereiro de 2005 a j aneir o de 2006. A ent r ev ist a, com o font e básica de colet a de dados, foi com plem ent ada por n ot as de cam po desen v olv idas pela in v est igador a durant e as visit as ao am bulat ório e aos dom icílios. A entrevista sem i- estruturada teve com o questão inicial para o paciente: conte- m e sobre com o é para o sr.( a) u sar os m ed icam en t os p r escr it os p elo m éd ico d o am bulat ório de psiquiat ria, e, para o fam iliar: cont e-m e so b r e co e-m o é p a r a o se u f a e-m i l i a r u sa r o s m edicam ent os prescrit os pelo m édico do am bulat ório de psiquiat ria. As quest ões nort eadoras direcionaram os p on t os d o est u d o a ser em ex p lor ad os. Nov as

quest ões f or am acr escen t adas, de acor do com as respostas dos participantes e técnicas para realização d e e n t r e v i st a s, co m o i n t u i t o d e e scl a r e ce r e fundam entar a experiência ( “ poderia contar um pouco m ais a esse respeit o?”, “ qual a sua idéia em relação a esse assunt o?”, ent re out ras) .

A a n á l i se d o s d a d o s f o i e m b a sa d a , m et odolog icam en t e, n a Teor ia Fu n dam en t ada n os Dad os ( TFD) , à lu z d o I n t er acion ism o Sim b ólico. Considerando- se que a prem issa básica da TFD é a com paração constante, a coleta e a análise de dados cam inharam paralelam ent e. Desse m odo, o prim eiro passo dessa análise é a própria transcrição dos dados, se g u i d a d a co d i f i ca çã o d o s m e sm o s. Os pr ocedim ent os de codificação são apr esent ados em t r ê s e t a p a s q u e se co m p l e m e n t a m : co d i f i ca çã o abert a, codificação axial e codificação selet iva( 9).

A codificação aberta é a parte da análise que se refere, especificam ent e, a nom inar fenôm enos por m eio do exam e m inucioso dos dados, linha por linha( 9-10). A com paração dos códigos entre si deu origem às

cat egor ias, as quais for am int egr adas por m eio da co d i f i cação ax i al . A i d en t i f i cação d as cat eg o r i as perm itiu realizar a codificação seletiva que deu origem à categoria central “ Estando entre a cruz e a espada”, em relação à t erapêut ica m edicam ent osa, revelando a am bigüidade do m edicam ent o enquant o sím bolo. Nessa fase, t odos os conceit os e cat egor ias for am sist em at icam ent e relacionados à cat egoria cent ral e, a part ir daí, realizou- se a análise de suas relações. Nest e ar t igo, opt ou- se por apr esent ar as bar r eir as enfrentadas e descritas pelas pessoas com TAB frente à necessidade do uso contínuo de m edicam entos para est abilização do t r anst or no. O pr ocesso de análise r esult ou em duas cat egor ias: t er per das afet iv as e cogn it iv as e t er v ár ias lim it ações. Par a qu e f osse pr eser v ado o anonim at o dos pacient es env olv idos, optou- se por identificá- los por letras do alfabeto. Para i d e n t i f i ca r o f a m i l i a r d e ca d a p a ci e n t e , f o i acr escent ada a let r a “ F” ant es da let r a do alfabet o cor r espondent e ao m esm o.

RESULTADOS

(4)

Ter perdas afet ivas e cognit ivas

Ter per das afet ivas

A fragilidade em ocional dos pacientes, devido às cr ises do t r anst or no, r esult a, m uit as v ezes, em dificuldades afetivas. Eles se queixam de que, quando co n se g u e m e n co n t r a r u m ( a ) p a r ce i r o ( a ) , freqüent em ent e seu relacionam ent o sofre influências d e f a m i l i a r e s d o ( a ) m e sm o ( a ) . Os r e l a t o s d o s fam iliar es confir m am t ais influências. Esses j ulgam que, por ser um a pessoa com t ranst orno m ent al, o pacient e pode não ser capaz de prover os cuidados que um a fam ília exige.

Teve os prej uízos afetivos tam bém , os três nam orados

que eu tive eu perdi por causa do transtorno. Ele falou que eles

( fam ília) sentaram pra conversar e decidiram que eu não ia ser

um a boa com panheira pra ele... não ia dar conta de ser m ãe, de

cuidar de filho num a cidade grande sozinha. Então ele achou que

eu não ia ser aut o- suficient e pra isso ( G) .

Foi m uito difícil, a m inha fam ília fez m uita pressão pra

m e separar. Quando fala que a m ulher está separada do m arido

que é doente mental eu não julgo de jeito nenhum e falo: realmente

é m uito difícil. A gente convive porque tem um a proposta diferente

de vida ( FH) .

A im pot ência sex ual, decor r ent e t ant o dos si n t o m a s p r e se n t e s n a f a se d e d e p r e ssã o d o t r a n st o r n o q u a n t o d o s e f e i t o s co l a t e r a i s d o s m edicam ent os, pode dificult ar ainda m ais a relação co n j u g a l . No ca so d o h o m e m , e sse a sp e ct o é bastante com plexo em virtude de elem entos culturais im post os ao seu com por t am ent o sex ual. Quando a pessoa com TAB não se insere no papel sexual que a sociedade lhe reserva, sente- se im potente não apenas fisicam ent e, m as, t am bém , m oralm ent e.

Até certo tem po eu estava m e relacionando com um a

pessoa, não deu certo, estou com um problem a de, com o é que

fala? De libido, com pletam ente. É difícil eu falo assim , com o é que

você vai ter um a relação com a pessoa e de repente você não dá

resposta, não estava tendo nem ereção m ais. É um a coisa que

m exe, é um desgaste em ocional m uito forte, pra m im ( I ) .

Risperdal acabou com igo, m e deixou com pletam ente

incapacitado em m anter relações am orosas com m inha esposa,

f iqu ei u m an o e qu at r o m eses com plet am en t e abst êm io,

com pletam ente m aluco (E).

Além das perdas afetivas, a pessoa com TAB convive, ainda, com as perdas cognit ivas result ant es dos sint om as do t ranst orno e dos efeit os colat erais dos m edicam ent os.

Ter perdas cognit ivas

A pessoa com TAB avalia sua per for m ance

e m t a r e f a s co g n i t i v a s co m o p r e j u d i ca d a p e l o t rat am ent o m edicam ent oso. Queixa- se da dificuldade par a concent r ar - se, m esm o nas at iv idades que lhe p r o p o r ci o n a m p r a zer, e d e f a l h a s n a m e m ó r i a , inclusive no que se refere às ações que desenvolve co t i d i a n a m e n t e , co m o l e i t u r a , o r g a n i za çã o d e pert ences, ent re out ras.

Eu não consigo... esquecim ento... eu não guardo data...

a m inha m em ória é um zero à esquerda... m inha cabeça não

funciona... ( I ) .

Com ecei perder organização da vida diária. Com ecei

perder as coisas, não sabia onde punha, com ecei perder algum as

noções, eu lia e não captava e eu sem pre gostei m uito de ler, eu

via um film e e não entendia ( L) .

As per das cogn it iv as, com o dificu ldade de m em orização, associadas a out ros aspect os inerent es à evolução do t ranst orno, podem const it uir fat or de várias lim it ações cot idianas.

Ter várias lim it ações

Ter lim it ações nos est udos

Ap e sa r d e d e se j a r e m e st u d a r, a l g u m a s p esso as co m TAB n ão co n seg u em se m an t er n a escola, ger alm ent e dev ido aos fr eqüent es e longos p e r ío d o s d e a u sê n ci a p o r o ca si ã o d a s cr i se s e int ernações. Aquelas que t êm experiência prévia de cr ise, ao r et om ar em os est udos, sent em m edo de fazer nov as t ent at iv as. As que conseguem est udar t êm que conviver com a possibilidade de que a crise o co r r a e m sa l a d e a u l a e , q u a n d o i sso o co r r e , se n t e m - se v u l n e r á v e i s a o p r e co n ce i t o . Se u s d e p o i m e n t o s r e v e l a m t e n t a t i v a s f r u st r a d a s d e ret om ar os est udos.

Eu tentei estudar, só que eu não sei se por causa do

m edo não consegui. Em 81, eu tive um a crise porque eu fui pra

escola e eu não consegui estudar, tenho só a sexta série, eu

queria term inar porque term inando eu poderia ter algum cam po

na vida, m as aí eu não pude ( D) .

Atrapalhou pelo fato de você estar num a sala de aula,

ter crise e as pessoas terem preconceito de você... e você precisar

tom ar um m edicam ento e não poder sair da sala de aula... aí o

m edicam ent o dava sono, professor nenhum ent endia. I a na

secretaria da educação explicar a situação para eu não perder o

ano, eles não entendem tam bém ... eu perdi quase dois anos por

(5)

As l i m i t a çõ e s n o s e st u d o s a sso ci a d a s à p r esen ça d e cr i ses e d o s ef ei t o s co l a t er a i s d o s m ed i cam en t o s p o d em r esu l t ar em l i m i t açõ es n a esfera do t rabalho.

Ter lim it ações no t rabalho

Os depoim ent os dos pacient es expressam a dificuldade deles em m ant er vínculo em pregat ício ou m esm o i n g r essar n o m er cad o d e t r ab al h o , ap ó s m an if est ação do t r an st or n o. En t r e os f at or es qu e podem cont r ibuir par a t al lim it ação, na per spect iv a d os p acien t es, est ão a p r esen ça d e sin t om as d o t ranst orno e a percepção, pelos próprios pacient es, d e f al t a d e est r u t u r a em o ci o n al p ar a assu m i r a r e sp o n sa b i l i d a d e q u e q u a l q u e r e m p r e g o e x i g e . Percebem - se não preparados para o trabalho. Mesm o quando conseguem m ant er um vínculo em pregat ício, f r e q ü e n t e m e n t e t ê m se u d e se m p e n h o f u n ci o n a l prej udicado pela presença dos efeit os colat erais dos m edicam en t os com o t r em or es e son olên cia, en t r e ou t r os. Seu s r elat os r ev elam qu e o m edicam en t o assum e conot ação negat iva, de algo que lim it a suas ações.

Eu não trabalho há dez anos. De lá para cá, não foi falta

de vont ade, foi falt a de condição m esm o, de est rut ura... eu

consegui o em prego, e não tive condição de encarar ( E) .

... Lá no m eu t rabalho é supercorrido e por cont a disso

que às vezes m e travava, a m edicação... a visão turva, trem ores,

t udo isso at rapalhou, claro! ( C) .

Lim itou, porque antes eu fazia m il coisas ao m esm o

tem po e eu dava conta. Eu não posso acelerar m uito que eu vej o

que vai queim ar algum a válvula, o físico não responde com o ele

respondia antes... eu acho que isso é devido à droga no organism o,

taí o efeito colateral ( F) .

D e v i d o à s cr i se s d o t r a n st o r n o e à s int er nações psiquiát r icas não é incom um a pessoa com TAB per m an ecer afast ada do em pr ego e, por ocasião do térm ino da licença saúde, ser dem it ida. A lim it ação f u n cion al em con seq ü ên cia d os ef eit os colat erais do m edicam ent o, ent re eles a sonolência, co n st i t u i o u t r o i m p o r t an t e f at o r d e r i sco p ar a a dem issão desses pacien t es. Há sit u ações em qu e, apesar de desej ar cont inuar t rabalhando, o pacient e n ão con seg u e se m an t er p r od u t iv o n o em p r eg o, sendo necessária a aposent adoria por invalidez. Se, para alguns, a aposent adoria represent a um ganho,

para out ros, pode represent ar perda financeira e de autonom ia, nas relações sociais, da auto- estim a, pois o pacient e, além do rót ulo de doent e m ent al, recebe com a aposent adoria o rót ulo de inválido perant e a sociedade.

Quando a m inha doença foi se agravando m ais e m ais

então os patrões não queriam m ais eu... teve um trabalho que eu

fiquei um ano afastada, aí o dia que eu voltei falou: ó, infelizm ente

t em out ra no seu lugar ( D) .

... o trabalho eu aposentei, né... por in-va-li-dez, eu saí

por invalidez do banco.... eu não dava conta de trabalhar, com o é

que trabalha? Tom ava um m onte de rem édio, sentava lá no chão...

então, m e tiraram (N).

A lim it ação no t rabalho geralm ent e t raz, em seu boj o, a lim it ação financeira.

Ter lim it ações financeiras

A lim itação financeira está, ainda, relacionada à sintom atologia do transtorno, tanto na fase de m ania com o na de depressão. Na fase m aníaca, o otim ism o in j u st ificado, au t ocon fian ça, gr an diosidade e fr aco j ulgam ento, com freqüência, levam a pessoa com TAB a e n v o l v e r - se i m p r u d e n t e m e n t e e m a t i v i d a d e s prazerosas com o gast os excessivos, endividam ent os, n eg ócios p r ecip it ad os, q u e p od em p r od u zir ações econom icam ent e dest rut ivas. Na fase de depressão, por out r o lado, sent e- se ex aust a, im pot ent e e, por est ar v olt ad a p ar a seu m u n d o in t er n o, p ar a su a angústia, pode se esquecer de cum prir com prom issos de variadas ordens, inclusive financeira. Tais atitudes, tom adas sob baixa crítica, durante o episódio m aníaco o u d ep r essi v o , p o d em t r a zer - l h e co n seq ü ên ci a s dan osas.

Passei a gast ar dem ais, com pr ar coisas sem t er

condição, entendeu? Com pulsivam ente ( E) .

Eu perdi um carro porque eu deixei de pagar, na fase da

depressão ( L) .

(6)

co m p r o m et i m en t o d a r en d a f am i l i ar é, t am b ém , evidenciado nos depoim ent os dos fam iliares.

É lógico ( com prom et e a renda) , você vê, eu tom o 280

com prim idos de lítio por m ês ( I ) .

Ela (paciente) não quis tom ar o depakene que o m édico

prescreveu porque estava fazendo m al, então ele (m édico) passou

o valpakine. Esse está sendo m elhor só que eu estou tendo que

com prar e está sendo m uito difícil... ( FB).

As lim itações no trabalho, com conseqüentes

lim it ações f in an ceir as, e os ef eit os colat er ais dos m edicam entos podem resultar em lim itações no lazer

do pacient e.

Ter lim it ações no lazer

A sonolência é um efeito colateral citado pela

pessoa com TAB com o ocasion an do lim it ações em suas at ividades de lazer. Com o geralm ent e necessit a

tom ar m edicam entos à noite, percebe- se não podendo

realizar qualquer at ividade not urna de lazer. Ainda a

diarréia, quando presente, faz com que o paciente se si n t a co n st r a n g i d o a f r eq ü en t a r l o ca i s p ú b l i co s,

com p r om et en d o, assim , seu lazer. Esse con t ex t o ev idencia que, em basada em ex per iências pr év ias,

a p esso a co m TAB p r i v i l eg i e a i n t er a çã o co m o

m edicam en t o em det r im en t o da in t er ação com os

obj et os sociais da vida cot idiana, conform e revelam suas falas e de seus fam iliares.

Diarréia que é ruim porque você não pode ficar saindo...

m eu horário de tom ar é 10 horas da noite, depois das 10 eu não

saio pra lugar nenhum . É um a lim it ação... eu vou t om ar e vou

dorm ir na rua? Vou dorm ir em pé? Não adianta, então tem que

tom ar e deitar m esm o ( D) .

Ele j ogava futebol, fazia exercício, hoj e não consegue

fazer m ais, ele m al anda, anda só o necessário dentro de casa. Ele

diz que cansa m uito ( FH) .

Outra lim itação m encionada pela pessoa com TAB, com o pr esent e em seu cot idiano, r efer e- se à

habilit ação para conduzir veículos.

Ter lim it ações para conduzir veículos

Apesar de desej ar conduzir veículos, a pessoa

com TAB não t em coragem de fazê- lo t em endo que

efeitos colaterais dos m edicam entos com o sonolência,

diplopia, t on t u r a, en t r e ou t r os, possam ocasion ar aciden t es. Há pacien t es qu e qu er em e gost am de dir igir, m as sofr em influência de pessoas, inclusiv e d e f am iliar es, q u e j u lg am q u e, d ev id o ao u so d e

psicot r ópicos, não dev em fazê- lo. Há, no ent ant o, f am iliar es q u e j u lg am q u e p od er d ir ig ir, além d e const it uir direit o da pessoa com TAB, é um aspect o co n t r i b u t i v o p ar a su a au t o - est i m a e au t o n o m i a,

reduzidas, m uitas vezes, em função do estigm a e das crises do t ranst orno, conform e revelam os relat os a seguir.

...eu dirij o bem , eu gosto de dirigir é um a coisa que m e

faz bem , tem pessoas que acham que por eu tom ar rem édio eu

não posso dirigir ( K) .

... ela não pode dirigir, e ela quer, porque ela é distraída,

ela não prestava atenção... e ela qué voltar a dirigir, a gente tá

m orrendo de m edo (FL).

Então, por que que você (m édico) não libera a carta pra

ele? Só porque ele é doente psiquiátrico? Porque ele guiar e ele ser

autônom o, que dizer, ele m e libera e ele, a auto- estim a dele fica

elevada... Então, isso pra ele é m uito im portante ( FH) .

A pessoa com TAB expressa, em seus relatos, con v iv er com m u it os obst ácu los qu e pr ecisam ser t ranspost os e resolvidos para que se possa garant ir

qualidade de vida.

DI SCUSSÃO

Para a pessoa com TAB, a vivência das crises do t r anst or no é gr adat iv am ent e acom panhada por p e r d a s e l i m i t a çõ e s n a s v á r i a s e sf e r a s d a v i d a

co t i d i a n a( 1 1 ). Ne st e e st u d o , o s d e p o i m e n t o s evidenciaram perdas afet ivas e cognit ivas, lim it ações f in an ceir as, n o t r ab alh o, en t r e ou t r as. Os d ad os apresent ados corroboram a lit erat ura ao indicar que

as lim itações e perdas progressivas estão associadas, en t r e o u t r o s f a t o r es, a o s ef ei t o s co l a t er a i s d o s m edicam ent os e à sint om at ologia nos m om ent os de cr ise. Quando em cr ise, pr incipalm ent e na fase de

(7)

com prar com pulsivam ent e e da agit ação psicom ot ora t am bém são fr eqüent es nessa fase do t r anst or no e p a ssív e i s d e p r e co n ce i t o e r e j e i çã o p e l o g r u p o social( 13), t al qual evidenciado nos depoim ent os das pessoas com TAB, dest e est udo.

Quando na fase de depressão, por vivenciar intensa angústia, o paciente não tem m otivação para o trabalho, para o autocuidado, para os estudos bem com o par a m ant er v ínculos( 4). Desse m odo, quase sem pr e, na pr esença da ex acer bação dos sint om as de am bas as fases do t ranst orno, faz- se necessário int er nações psiquiát r icas.

As cr i se s e i n t e r n a çõ e s i n v i a b i l i za m a per m an ên cia da pessoa com TAB n o am bien t e de trabalho, sendo freqüentes casos de afastam ento com post er ior dem issão( 1 4). Nest e est u do, os pacien t es e x p r e ssa r a m d i f i cu l d a d e e m m a n t e r o v ín cu l o em pr egat ício ou m esm o em ingr essar no m er cado de t rabalho, após m anifest ação do t ranst orno, com o r esult ado do pr econceit o social ou por se sent ir em incapazes. Com o conseqüência, vivenciam lim it ações e perdas financeiras e sociais. Na lit erat ura sobre a t e m á t i ca , a l g u n s t r a b a l h o s co r r o b o r a m e sse s r esu lt ad os( 1 5 - 1 6 ). Ao f icar em d esem p r eg ad as, elas perdem os seus papéis sociais reconhecidos e a sua au t o- est im a, v iv en cian do sen t im en t os de ex clu são social e, m esm o quando os benefícios da segurança social am enizam os problem as financeiros, pode estar present e a vergonha ligada à receit a provenient e de font es públicas e a um a falha par a pr ov idenciar as necessidades da fam ília( 16).

Há d e t e r i o r a çã o co g n i t i v a p a r a a l g u m a s p e sso a s co m t r a n st o r n o a f e t i v o e e st u d o s q u e r e a l i za r a m a a v a l i a çã o d a su a p e r f o r m a n ce e m t a r e f a s co g n i t i v a s d e m o n st r a r a m , e n t r e o u t r o s a sp e ct o s, p r e j u ízo n o s t e st e s d e a t e n çã o e d e m em ória( 17). No que se refere às perdas afet ivas, a t axa de divórcios é aproxim adam ent e de duas a t rês v e ze s m a i o r co m p a r a d a à q u e l a d e i n d i v íd u o s consider ados “ nor m ais”( 18). Cer ca de 50% de t odos os cônj uges relat am que não t eriam casado ou t ido filhos com os pacientes, se soubessem que eles teriam um t ranst orno do hum or( 19).

Quant o a dir igir v eículos aut om ot iv os, por r equ er er con cen t r ação, at en ção, r ef lex os r ápidos, velocidade psicom otora, capacidade de decisão, entre

out ras habilidades, os t ranst ornos m ent ais int erferem

de diferentes m aneiras nessa atividade: por m eio dos sint om as psicopat ológicos, da associação com abuso

e/ ou dependência de subst âncias e do t r at am ent o

f a r m a co l ó g i co( 2 0 ). Co n st a t a - se , a ssi m , q u e a

capacidade de dir igir pode est ar pr ej udicada t ant o

na presença de adesão ao m edicam ent o, pelos seus

ef ei t os col at er ai s, q u an t o n a su a au sên ci a, p el a

e x a ce r b a çã o d o s si n t o m a s p si co p a t o l ó g i co s, corroborando os result ados dest e est udo.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Os r elat os m ost r ar am que o fat o de ser em p e sso a s co m TAB o u p o r se t r a t a r e m co m

m edicam ent os psicoat ivos não im pede, m as dificult a

sua perm anência na escola, no trabalho, a constituição

de núcleos fam iliar es e de par t icipação em out r as

at ividades sociais. Nessa perspect iva, foi observado

q u e a a m b i v a l ê n ci a e m r e l a çã o à t e r a p ê u t i ca

m edicam ent osa explicit a o desej o em aderir ou não a o m e d i ca m e n t o . Os p a ci e n t e s p e r ce b e m q u e ,

qualquer que sej a a direção adotada, ela o conduzirá

a u m co n t e x t o d e p r e co n ce i t o , d e p e r d a s e d e

lim it ações nas várias esferas da vida cot idiana, t ant o

pelos efeit os colat erais dos m edicam ent os, quando a

o p çã o é p e l a a d e sã o , q u a n t o p e l a s cr i se s d o

t r a n st o r n o e r e i n t e r n a çõ e s, p r i n ci p a l m e n t e n a ausência do m edicam ent o.

Os a ch a d o s d e st e e st u d o t ê m , a ssi m ,

im plicações diret as para a assist ência à pessoa com

TAB em t r at am en t o m edicam en t oso, per m it in do a

im p lem en t ação d e ações d e acor d o com as su as

dem andas. Dent re t ais est rat égias, pode- se sugerir: adequ ad o p r ocesso psicoed u cat iv o, ao p acien t e e

fam iliares, com a finalidade de am pliar conhecim entos

e o com part ilham ent o de experiências; est im ular os

p a ci e n t e s a q u e st i o n a r o s v á r i o s a sp e ct o s d a

t erapêut ica m edicam ent osa, at uando com o parceiros

n o t r a t a m e n t o e a d o t a r a v i si t a d o m i ci l i a r,

e sp e ci a l m e n t e p a r a a q u e l a s p e sso a s co m TAB iden t if icadas com o em r isco par a a n ão adesão à

(8)

REFERÊNCI AS

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Referências

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