Rev. Inst, Med. trop, Sãb Paulo
29(6) :346-353, novembro-dezembro, 1987
ESTUDOS "IN VITRO' DOS NIVEIS DE RESISTÊNGIA DO PLASMODIUM FALCI'PARUM
A
DROGAS, DE 1983A
1986M. A. V. SÂNr10S (1), A, A. COUIIO (1), S. G, Or,rVErRA (1) e V, E. ROSÁßrO (Z)
RESUMO
Foram realizados 171 testes de sensibilidade (microtécnica) Gom cepas de
PlasnodÍum falciparurn da Região Amazônica brasileira para cloroquina, meflo quina, amodiaquina e
quinino.
Os testes tiveram duração de 24 horas com as drogas preparadas na hora da realizaçáo de cada teste. Os resultados mostraram elevada resistência a cloroquina (83Vo\ e sensibilidade em quase a totalidade das amostras testadas para mefloquina í97,7%). Para amodiaquina e quinino obser-vóu-se sensibilidade em ít,OVoe
56,57o das cepas, respectivamente.Este estudo demonstra a emergência de um possível foco de resistência do
Plasmodiun falciparum a mefloquina, em Trrcrrruf.
IINITERII{OS: Malária; P. fa,lciparum; Resistência; Mefloquina.
Os problemas de sarfde existentes na
Ama-zônia, apresentam
a
mal¡ír.ia comolíder
deuma lista de doenças infecciosas parasitárias que atinge
o
homemda
região em todo seupotencial
produtivo.
A
epidemiologia desta doença é influenciada pelo grande número depessoas que circulam
na
região, decorrentesda
implantaçãode
projetos
agropecuários,agroindustriais e de mineração 11,10,fÌ,1e.
O grave problema da ex¡lansão da malária, àssociada ao aumento de casos de resistência
dos plasmód.ios aos quimioterápisos utilízados nos esquemas clássicos de tratamento, tem
si-do
freqüentemente referido em vários traba. lþes 9,J.0,13,16;19,22.Diante deste quadro, v¿írios grupos de
pes-quisadores, com
o
objetivo de uma.avaliação da sensibilidadee
resistência do Plasmodium falciparum, desenvolveram estudos"in
vivo" e"in
vitro", comprovandoa
existência dece-pas de Plasmodium falcipanrn resistentes a
INTRODUçÄO
irþr.rns antimaláricos como amodiaquina, qul' nino, pirimetamina
*
sulfadoxina ou associa.çáo
destes,e,
principalmente,à
cloroquinar,8,4,8,1..8,23,2,4.
A existência de cepas resistentes às drogas usuais, em múitas partes do mundo, vem
esti-mulando a pesquisa para a obtenção de novas
drogas antimaláricas mais eficazes contra as
cepas resistentes 2,8,12,%. Por .outro lado, es
tudos são tarnbém desenvolvidos
no
sentido da utilização de combinações de drogas alter-nativas paÌa a prevenção e tratamento da ma" lf,¡jg.t+,ts.O Programa Malária do Instituto tvand¡o Chagas
-
FSE,SP, desenvolvendo estudos de caractertzação do Plasmodium falcþairum, rea.lizou no período de 1983 a 1986, microtestes de sensibilidade
a
drogas em cepas coletadas em diversas localidades da Região Amazônica bra.sileira, com
basena
técnica descrit4 pon(1) Instituto Eva,ûdro Chagas (FSBSP) - Prograr¡a lila.l¿hia,
.å,v. Almirante B¿rroso, 492. Caixa Postal 621. Gtr 66050 Belém, PA., Brastl.
(2) Biomedical Research Institute, RocJrvitte, It'lf¿tyland, USA.
SåIIIOS, ci8 do M. A. Pl¡sEodtum V.; COIIIL, lalct)8n¡m A. A.; s drogss' OLMIR¡A, S. c. & ROS/¡RIO, V. E. _ Estudos ..in vitro,, dos Dfveis ds resist8n ale 1g8s.8 1086. ßev. rnst. Med. trop. são peulo, 29:34&353, 1986,
RITCKMANN
et
al. 1?, teve como objetivoini-cial urria avaliação globa,l da rcgião.
O presente trabalho descreve
o
esttrd.o de 171 cepas de Plas¡nodir¡m fafci¡nnum, incluin do 65 testeg os quais fora,m pu,blictdos anter¡o¡mente2z.
MAIEBIIIL
E
IIIÊIIDIX)SAs
a,mostras sangüiner6 infectadas com Plasmodft¡m falcipa,rum (cepas), fora,m cols tadas de pacientes em diversas localidadesd¡
Rêgião Amazônica(Fig.
l)
registrand.ose ahistói''ia clínica de cada
um.
tstas
infoma,ções foram obtidas pela entrevistâ com os par cientes no momento da colétaÞ ou a parüir dos dados do prontuário hospitalar,
As amostras
(5
ml
de sangue infectado) foram transportadosà
temlreratura a,urbiente,ern seringas heparinizadas, ou, se pronenien-tes de localidades distanpronenien-tes do labo,ratório, em
tubos de 15
ml
com igual volume de.ueio dssultivo RPMI
1640(cIB@),
Bdicionado dó bica¡bOnato de sódio e sôro hu¡nano tipo .,A"a lÙVo. .As amostras nessas cÓndiçæs mantém os parasitas vivos até ?2 horas. Nas localidades
RORAITA
ANAZONAS
lt
13
ATAPA
01 - ÍrAIruDA (PÂ)
- 36 02
- MACAPá. (ÁP) - 26 0!t - PAfr,ÂC,oMINÁS (PA) _ 22 04. - TUgtrRUf (PA)
- 21 05 - ACAR.Á (PA) - 15 06 - .åRrQrru![Es (Ro) - r3 0'I - Mân.aB.á. fPA) - 12 08 - MOirú (PA) - 05 09 _ MARAJÓ (PA) _ (}2 10 _ IMPE,AT,R,TZ (MÂ) _ dl
rl _ PINHEIROS TMA) _ OI
Fig. I - I¡caliação .læ óroas de .coleta d"s cepss
TT.
DO
SUL12 - rruMAIrÁ. (.1Ð
- 02
13 - CONC. DO ÁR.AcIrArA (PA) _ 02 14
- sÁ¡flrÁnÉM (PA) _ Or 15 - JTTMAS (AM) * 0r
16 _ TÂIIJINDIA (PA) _ 01
r? - c.âMErÁ. (PA) - 01 18 - TOiltrÍ-.Açú (PA) - 0l 19 _ IGåN,ÁPIi-MIRI (PÂ) - OI
20, _ .âI,TAMIR,A (PA) - Or 2T ..- - R'IO JACTINDÁ (PA) _ 01
OR,IGnI DTSCCINEECIDA (PA) _ 05
GOIAS
\t'
sANtrlCS, M. .q.. V.; COIITO, A. A.; OLMIRA,. S. G. & RGS¡$IO, V. E. - EËtudos dos Dfveis do rcsrsth-cia do PlasmoaliüE l¡lcipan¡m a drogas, de 1983 s 1986. Rev. Inst. Med. trop. São Psuto, 29:346-353, 1986.
de difÍcil asesso e distâ,ntes do laboratório em
Belém (PA), as mostras após colhidas, fora,ñt eriopresenrada,s em Dimetilsufóxido (DMSO) a 20,Vo, pata posterior processamento
(desconge-lãmento e cultivo contínuo) para
a
rca}:zaçio dos microtestes.Para
a
realização do microteste, aparasi-temia adequada é de O,l a L,AVo. Em presença
de parasitemias elevadas, procedeu-se
à
dilui-ção utilizando-se hemácias lavadas(tipo
"O'), enq-uanto que para parasitemias mais baixas, r-ealizou-seo
strltivo continuo"in
vitro",
deacofdo com a técnica de TRAGER E¿ JENSEN,
até obtenção da parasitemia ideal2o.
Das 171 cepas testadas, 145 foram mantidas em cultivo
por
períodos que variaram entre 3-15 dias, e as 26 resta¡¡tes foram testadas logoepós
a
coletae
chegadado
sangu.e dos pa. cientes ao laboratório, sendoa
origem daÍn-fecção
e
história clÍnicapor
vezes descritas de acordo com a informação verbal do pacien:te.
O
sultivo contínuo não apresentoumar-cante multiplicidade morfológica das foqmas
eritrocitárias,
su
seja,,a
presença simultânea de anéis; trofozoitos e esquizontes, pelo que osmicrotestes foram realizados com as amostras contendo predominância du anéis.
Todas as amostras de sangue foram
lava-das em meio RPMI-1640 (GIBCO), adicionado
de bicarbônato de sódio a.10%1 Após 2 lava. gens (3.000 r.p.m./5 min), o sangue
foi
diluído em igual volume de meio de cultivo completo:88 ml de RPMI-1640 (GIBCO)
+
2 ml de bicar-bonato de sódioe
soro hunano ,rÆ,a
lOVo,utilizou-se microplacas de titulação de polieti-leno (petécil), de fundo raso, colocandese 0,01
ml
da suspensão de sangue nos orifícios daplaca, aos quais adicionou-se 0,1
ml
do meio completo RPMI com diversas eoncentrações rta droga,tal
como se segue:r)
0-
10-
2,0-
4,0-
6,0- 9,0-
16.0-
32x10-sM (Difosfato de Cloroquina)Ð
0-
0,5-
1,0-
2,0_4,0 _
6,0-
g,0-
16,0x10q\4 (I\[efloquina).A.s amostras foram preparadas a partir de soluções "stock" (OMSGeneve) e as dosagens
foram preparadas no momento em que se ini-ciou
o
teste.
Em trabalho aJrteriorz?, foram utilizadas cepas controle testadas pelo mesmomtitodo
no fn$ituto
Animal Genetics, EdÍn burgh, Grã-Bretanha. Para os restantes testesforam usadas cepas controles padronizadas pe.
lo
Programa Maláriado
Instituto
Evand¡o Chagas, somo IEC.50/83e
IEC-132/83.Nem todas as amostras fora¡n submetirlas
a
testes com todas as drogas porque, inicial. mente, este trabalho consistiuna
análise de testes realizados apenas com cloroquina eme-floquina
RESI]LTIIIXN
Na tabela
I
apresentamoso
número td,tatde amostras testadas por localidade
e
ano dacoleta. Nas tabelas
II
eIII
os resultados riosmicrotestes estão distribuidos
na
forma
de MIC (Goncentração Mfnima Inibidora) por anoe nas rlirerentes dosageas testadas para cada dîoga:
TABTI,A I
Nümero de microtestes, .realizados por sno o por locÁUdsdo de or¡goE .laq celras
3)
Loc¿lidådê
0.-
0,25-
0,5-
1,0-
2o-
4,0_
s,0-
16,oxr(}8M (.4modiaquina)0
-
3,9-
?,g-
15,7-
Sl25-62,5
-
125-
250x10{M (Sulfato de euinino)Ita.itubB (PÀ) Ma,capó (AP) Paragominas (PA) Tucuruf (PA)
Âca,rá IPA)
Ariquemes (RO) lÍarabó (PA) Mojú (P.d) Marajó (PA) Impe¡atriz (.MA) Pinheiros (Må.) Ilum¿itó (AM)
Conc. do .Araguaia lpA) Santa¡ém (PA) Jumas (AM) Tailândia (PA) Ca¡netá (PA) Tom6Açú (PA) Igalapé-Miri (PA) AltîmiÎa (P.A)
Rio Jacunüi lPá,)
4',)
848
1983 1984 1985 . 1986 Total
I 4 l5
j
2 2 1 I:
1 I 4 l6 7 2 6 1l c 4:
_
1 Ij
I 6 6 5 7 3 I 2 I 1 I 2_
;
j
5j
Ij
:
38 26n
2t 15 13 t2 5 2 I I 2 ?-I 1 t I L I 1 I 5'cepas cuJos træientes não soub€f,a,m l¡lotra¡ o locsl do infecç6o, E[¡¡ sfirmâm que DEo .sal¡a¡n do E.stsdo do Paú.
sArvllos' cia do M' Pl¡smodlum faiciparum A'
v';
cÐuro' A' A'; orrvErRA' s.c.
& Ros.6RIo,.v.E..-
Estudos..in vitro,, doq níveis de resistên-a drogas, de lgg:t a lgg6. Rev. Inst. Med.. tiop. São pauto, Z9:346-A5J, tggö.TABELA II
CaracterizagÉo de cepas de p. falciparun através d.e testes de sensibilidade
Distribuição dos resulta.doF de março/83 a junho/S6 MIC+ 1983 l9B4 1985 1986 Totst de amos.
l0
Totel de Cepas
20000 41010
611 853
861283
16 72 16 1S t0
32 19 2t 15 5
Metloquinr
x 10-EM
Portanto, para clóroquina, detectou-se gBVo
de resistência ..in vitro"¡
b)
Mefloquina! Das 16g amostras testadas, enrl ¡rresmo peX_íode de 19g8-1996, 142 foram
ini-bidas
a
doses até 4x10sM. Acima d.esta d.osa,gem 3 amostras (Tucuruí, Marajó e Acar¡ipA) foram Ínibidas a 6x10sM e 4 amostras (todas de TucuruÍ-PA) foram inibidas a gxl0.sM, num
total
de
?
exibindo resistência.,in
vitro,, a esta droga"c)
Amodiaquinae
euinino: Grand.e va¡iação na resposta aos testesfoi
observada pârê afl1 bas asdrogas.
Das 10 amostras inibidas. àmais elevada dose (16x10+M) de amodiaquina,
4
eràm provenientes de ltaituba,¿
de tr¡cu_ruÍ-PA
e 2
de
Macapá-Ap. para quÍhino 5amostras (3 de Tucu¡uí,
I
de ltaituba_pAe
1de Ariquemes-R0) foram inibidas apenas¡ na
dose mais elevada (250x10-8M), mas também
de Itaituba
e
TucuruÍ-p encontram-seamos-tras sensÍveis
à
doses baixas (?,gx10+M).DISCUSSAO
E
coNC:I¡UsÕEsEstes estudos efetuados
no
perÍodo de 1983-1986 cobriram20
localidades, send,o amaioria no Estado do pará e as restantes em
Macapá (Território Federal d.o Amapá), I{u-maitá (Estado do.q,ma,zonas).e Ariquemes (Es tado de Rondônia).
O
nrlmero de amssÊas soletadasfoi
variadoe irregular. por
exem.plo: de apenas B tocalid.ades, ftaituba, Macapá
e
Marabá -foi coletado material continuamen-te, num total, res¡rectivernente, de 86, 26e
lZamostras.
Em grande nrlmero de. localidades apenas
um reduzido nrirnero de amostras
foi
analisa_dg
mas nenhuma apresentou elevadaresistên-cia
a
qualquer das drogas testadas. r{pesardo nrimero de amostras
ter
sido reduzido,se-ria
sempre de interessea
observaçáo de-uma rinica amostra, com elevada resistência, que pudesse indicar ser aquela tocalidade posslvelfoco de parasitas não susceptfveis a da.da dro.
ga.
Sobre todas as cepas testadas, observamos
que sempre que uma cepa apresentou resis. têneia ao quinino ou apresentou resistência a amodiaquina, esta mesma cepa apresentou tam. bém resistência
a
cloroquina. porém, nem?49
tras tnibidas
0,5 30
49 57 44 2t
Total de Cepas
r112629.6 2814410 40713 60t20 8,0130 160000 Amodtaqulng x 10.8M
0 0 2 2T æ 5:¡ 60
0,25 I
49 55r. 4 2l
Total de Cepss
t7t 0,50452 138124 21t484 44m07 87683 16252.L {I 6t 36 Ð 4 0
3,9 0
1857442t
Tot¿l de Cepss 7,8 15,6 3t,25 62,5 t25 2û 4 11 27 27 3? ?A i0
' Concentração Mfnima Inibidor¿ <rq ùroga, capaz de
inr-bir o.c¡escLnelrto do pBrasito.
'e Dois têstes de Mefloquina forarn perdtdos por deficiêtr-cia ds colo¡ação daq lâminÊs.
a)
Cloroquina: Das 1?l amostras testadas 142foram inibidas acima de gxl0.rùI, sendo que a,penas
2
foram inibidasa
4xl(}sM(l
de Ma. capá, e 1 de Ariquemes-R0) e 2? foram inibidasa
6x10+M (7 de Paragorninas-p¿{,4
deltaitu-ba-På,,
3
de Tr¡curuí-pA, B de Ariquemes-R0,2 de AcarflPA, 2 de'Macap6-Ap, 1 de MoJrl-pA,
I
de Santarém-P-A, 1 de Tailândi+på,, 1 de Ma. rabá.PA,I
de ImperatrizhllvfA e 1 de ptnheiros. MA.).0020
111 92
ÍtÂNlIros..M..A. v.; couno, Â. Â,; oLnrtIRA, A. G. & ROSARIO, V.
t. -
tÊtuilo8"l¡
vlt'O" atJos DIf€r8 tto ¡cslstbO¡ ioin¡sûrilt¡m fafi¡p¡n¡n a d¡ogas, als 1983 s 1986. n€v. In6t. ![.e.f. ftop" são Br¡¡lo' 29¡341Ê353, 1986'
TABTLâ,III
.Dbhibltfèão crdfics de 1?1 Etcrot¿st€s resuzrdos r¡(rs anos ds 1903, 1984, 1985 e ßm, I¡8¡8 quEtro dsogas
CLOROQUINA
o
x 10
14o o
17
Ì'lEFLOQUINA
-8
x 10
t't27
2
53
cõ
29
1
GO
6
36
o,5
AIlODIAQUINA
-8
x 10
HI
161¿1
32
1
31
--r¡
QU]NINO
o
x 10
llo
ffi
cia do Plasmo'lium fâIciPar.un a drogas, de 19BB a 1986. Rev. rnst. Med. ¿"op. sõo paulo, z9:a46.85a, 19g6.
sempre para ambos
os
casoso
inverso foiverdadeiro.
Em
fbituba
e Tucuruí-pA,, encontrou-se omaior número
de
amostras mais resistentesàs drogas testadas, isto é, apena.s inibÍd.as por doses mais elevadas utilizadas nos testes. A existência de focos de resistência à mefloquina em T\¡curuÍ-p.d, numa r,egião de elevado
mo-vimento migratririo, e onde existe apenas um vetor de transmissão (ARR,UDA et
al
1986), é causa de preocupaçáo, sobretudo porque esta droganão é ainda de uso generalizado no pais;neste caso atuaria como agente seletiyo de disseminação
de
resistência, com d¡amá,ticas conseqtiências.Em relação
a
mefloquina, outros autores indicaram respostas distintas ,,in vivo,', comosouzA
(tr993), cujos pacientes responde¡amcom sucesso
ao
tra,tamento, BOULOSet
al.(1985) e DI SANTI et al. 0986) que mensionarn fracasso no uso desta
droga.
O intervalo ttetempo na obtenção de uns
e
outros resulta.dos, bem como
a
distinta or.igem dospacien-tes pode justificar esta variação. Grande par.
te
dos pacientes envolvidos no Frojeto Meflo-quina (SOUZA, lggg), er&m provenientes <leParagominas-p,q,, eriquanto que
os
t¡abalhos realizados por BOULGSet
al. eDI
SÂlillfl etal., eram de Rondônia
e
Amazonas, respecti-Vamente ?,8/21.Em testes .,in
vitro"
coma
mefloquina eoutras drogas, elevados nÍveis
de
resistênciatêm sido .observados (ALECRIM
et
al., 1986)tLJZ jsÊ..
Os microtestes devem ser utilizados para estudos longitudinais que permitam, para uma
maior amostragern" detectar se nos peúod.os
de menor transmisão existe, por exemplo,
re-lação com presença de paræitas de maior ou menor resistência
a
alguma droga, ou se, no caso de Capanema, onde plasmodiunfalcipa-rum
podeser
transmitido por.A.
osvaldoi, (ARRUDAet
al., 1986), existeum
padrão de resistênciae
mesmo caracterização dospara-sitas, sendo estes, diferentes do resto da Re.
gião Amazônica. A longo Ê.naz.o, e caso a clo
roquina deixe de ser utilizada na região, estes microtesJes permitirão avalia¡ uma diminuição do nÍvel de resistência
a
esta .droga como fol descrito pairao
Sudoeste Ásitltico 1110.O
elevado movimento migratório identifi. cado nas áreas de desenvolvimentodo
paÍs;sobretudo na região acima citad", up"rru"
f*
vorecea
expansãoda
resistênciaàs
drogas na presença do vetor.Torna¡se importante estudos mais regula.
res e periódicos em um número mais reduzi.
do de localidades distintas para se
compreen-der melhor o problema de instalação u ãræ*-são de resistência na região amazônica.
SUMMARY
"fn
vitro" studies on the leyels of plasmodium falciparum drug resistrnce from lgg3to
19g6.Drug resistance tests were performed qvith 1?1 strains of p. falciparum obtained from the
Amazon Region, using chloroquine, mefloqui-ne; amodiaquine and
quinine.
Tests lasted about 24 hours andthe
drug solutions were preparedjust
beforeuse.
Results show highpercentage
of
resistanceto
chloroquine (g}Vol whereàs nearlyall
strains were shownto
be sensitiveto
mefloquine(97!t%). For
both amodiaquineand
quinine sensitivities wereof. 5t.0,% and 56.5lo respectively,
The present study demonstfates
that
re
sistanceto
mefloquine m4y be starti4gin
nr_ curuí, ParÉ.AGRIIDECIMEI\ITOS
Este úrabalho contou
com
o
apoio do CIIPq,FINEB
SUC.AMe
OMS-TDR. Agrada, cemos também ao Dr. José Ma¡ia de Souza_
Projeto Mefloquina
-
Hospitat Barros Barreto
-
Betém (pA), pelo envio de cepas de ar-gumas localidades do Estado do par¡í.n'EFERÊNüÁS BIBLIOGNÁTTCAS
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