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Um sistema para a inferência de variáveis usando redes neurais artificiais

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Academic year: 2017

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA – CT

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – CCET

PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE

PETRÓLEO - PPGCEP

PAULO EDUARDO CAMBOIM DE BRITO

UM SISTEMA PARA A INFERÊNCIA DE VARIÁVEIS USANDO

REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

(2)

Um Sistema para a Inferência de Variáveis Usando Redes Neurais Artificiais

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Petróleo PPGCEP, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciência e Engenharia de Petróleo.

Orientador: Dr. André Laurindo Maitelli

(3)

Um Sistema para a Inferência de Variáveis Usando Redes Neurais Artificiais

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Petróleo PPGCEP, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciência e Engenharia de Petróleo.

Aprovado em: ____de__________de 2013.

____________________________________ Prof. Dr. André Laurindo Maitelli

Orientador – UFRN

____________________________________ Prof. Dr. Anderson Luiz de Oliveira Cavalcanti

Membro Interno – UFRN

____________________________________ Prof. Dr. Oscar Gabriel Filho

(4)

Este trabalho tem como objetivo a obtenção de um sensor virtual de baixo custo para estimar a qualidade do GLP. Para a simulação dos dados gerados por uma torre de destilação foi utilizado um software que simula processos químicos, chamado HYSYS®. Esses dados serão utilizados para treinamento e validação de uma Rede Neural Artificial (RNA). Essa rede terá como objetivo estimar a partir de variáveis disponíveis em uma simulação, como a temperatura, pressão e vazão de refluxo de uma torre de destilação, a fração molar de pentano presente no GLP. Possibilitando, desta forma, um melhor controle de qualidade do produto final.

(5)

This work aims to obtain a low-cost virtual sensor to estimate the quality of LPG. For the acquisition of data from a distillation tower, software HYSYS ® was used to simulate chemical processes. These data will be used for training and validation of an Artificial Neural Network (ANN). This network will aim to estimate from available simulated variables such as temperature, pressure and discharge flow of a distillation tower, the mole fraction of pentane present in LPG. Thus, allowing a better control of product quality.

(6)

Figura 2 - Butano C4H10______________________________________________ 17

Figura 3 - Botijões P-13_______________________________________________ 19

Figura 4 - Cromatógrafo gasoso Shimadzu _______________________________ 23

Figura 5 - Pratos, constituídos de borbulhadores, tubos de ascensão e retorno_____ 25

Figura 6 - Tubos de retorno funcionam também como selos hidráulicos_________ 25

Figura 7 - Torre de destilação__________________________________________ 26

Figura 8 – Coluna Deetaanizadora simulada no HYSYS®____________________ 29

Figura 9 - Coluna Debutanizadora simulada no HYSYS®____________________ 30

Figura 10 - Reta de regressão___________________________________________ 35

Figura 11 - Esquema de um neurônio artificial_____________________________ 41

Figura 12 - Função de ativação limiar____________________________________ 42

Figura 13 - Função sigmóide___________________________________________ 43

Figura 14 - Função tangente hiperbólica__________________________________ 43

Figura 15 - Rede neural PMC__________________________________________ 44

Figura 16 - Treinamento por método supervisionado________________________ 46

Figura 17 - Matrizes com os dados de entrada (esquerda) e saída (direita) para o

treinamento da RNA_________________________________________________ 51

Figura 18 - Configuração da rede neural__________________________________ 52

Figura 19 - Saída estimada RNA x Saída esperada (Teste 1) __________________ 52

Figura 20 - Erro na estimativa (Teste 1) __________________________________ 52

Figura 21 - Saída estimada RNA x Saída esperada (Teste 2) __________________ 53

Figura 22 - Erro na estimativa (Teste 2) __________________________________ 53

Figura 23 - Configuração da rede neural__________________________________ 54

Figura 24 - Saída estimada RNA x Saída esperada (Teste 3) __________________ 54

Figura 25 - Erro na estimativa (Teste 3) __________________________________ 54

Figura 26 – Saída estimada com a regressão linear x Saída esperada (Teste 4)____ 55

(7)

Tabela 1 - Frações do Petróleo__________________________________________ 11

Tabela 2 - Composições típicas do Gás Natural____________________________ 16

Tabela 3 - Comparação poder calorífico x fontes de energia___________________ 18

Tabela 4 - Especificações dos Gases Liquefeitos de Petróleo__________________ 20

Tabela 5 - Variáveis secundárias________________________________________ 49

Tabela 6 - Comparativo de resultados utilizando uma camada oculta____________ 53

(8)

1 INTRODUÇÃO___________________________________________________ 10 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA____________________________________ 14 2.1 ESTADO DA ARTE_______________________________________________ 14

2.2 GÁS NATURAL E SEU PROCESSAMENTO _________________________ 16

2.3 GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO (GLP) ___________________________ 17

2.3.1 Especificações do GLP ___________________________________________ 18

2.4 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA_____________________________ 22

2.5 TORRE DE DESTILAÇÃO_________________________________________ 24

2.6 SIMULADOR DE PROCESSOS QUÍMICOS HYSYS®__________________ 27

2.6.1 Primeiro estágio – Coluna Deetanizadora_____________________________ 28

2.6.2 Segundo estágio – Coluna Debutanizadora____________________________ 29

2.7 INFERÊNCIAS__________________________________________________ 31

3 MÉTODOS DE REGRESSÃO_______________________________________ 34 3.1 REGRESSÃO LINEAR SIMPLES___________________________________ 34

3.2 REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA_________________________________ 36

4 REDES NEURAIS ARTIFICIAIS____________________________________ 40 4.1 NEURÔNIO ARTIFICIAL_________________________________________ 41

4.2 ARQUITETURA DE RNA_________________________________________ 43

4.2.1 Rede Perceptron de Múltiplas Camadas______________________________ 43

4.3 TREINAMENTO DE UMA REDE NEURAL__________________________ 45

4.3.1 Algoritmo Back-Propagation_______________________________________ 46

5 IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE INFERÊNCIA E RESULTADOS_ 49 5.1 IMPLEMENTAÇÃO______________________________________________ 49

(9)

5.4.1 Teste 1________________________________________________________ 51

5.4.2 Teste 2________________________________________________________ 52

5.4.3 Teste 3________________________________________________________ 54

5.4.4 Teste 4________________________________________________________ 55

5.4.5 Teste 5________________________________________________________ 56

(10)

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET.

Brito, Paulo Eduardo Camboim de.

Um sistema para a inferência de variáveis usando redes neurais artificiais / Paulo Eduardo Camboim de Brito. - Natal, 2013.

60 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. André Laurindo Maitelli.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia do Petróleo.

1. Redes neurais artificiais – Dissertação. 2. Gás liquefeito de petróleo (GLP) – Dissertação. 3. Intemperismo – Dissertação. 4. Regressão linear – Dissertação. 5. Inferência – Dissertação. I. Maitelli, André Laurindo. II. Título.

(11)

1 INTRODUÇÃO

O petróleo é um aglomerado de hidrocarbonetos e impurezas. Os hidrocarbonetos são

compostos formados por hidrogênio e carbono, em proporções diferentes, subdivididos em

três classes:

• Saturados ou Parafina – composto por apenas ligações simples de carbono com vários hidrogênios. (THOMAS et al., 2001).

• Insaturados ou olefinas – composto por ligações duplas ou triplas entre carbonos. (THOMAS et al., 2001).

• Aromáticos ou arenos – composto por pelo menos um anel de benzeno na sua estrutura. (THOMAS et al., 2001).

É possível separar o petróleo em diversas frações ou produtos. São exemplos de

produtos derivados do petróleo: gás residual, gás liquefeito de petróleo (GLP), gasolina,

querosene, gasóleo leve (GOL), gasóleo pesado (GOP), lubrificantes, entre muitos outros.

Uma refinaria de petróleo é um conjunto de unidades e operações, tais como colunas

de fracionamento, bombas e trocadores de calor, e a análise e o projeto dessas unidades

exigem conhecimento das propriedades termodinâmicas e físicas dos fluidos de petróleo

(FAHIM et al, 2012).

Para fazer a separação desses produtos o petróleo passa por uma bateria de

aquecimentos em torres de destilação, dessalinização e desidratação, para em seguida começar

a retirada de seus subprodutos. A tabela 1 mostra as frações de petróleo, temperatura de

(12)

Tabela 1 -Frações do Petróleo

Fração Temperatura de ebulição (ºC)

Composição aproximada

Gás residual - C1 - C2

GLP até 40 C3 - C4

Gasolina 40 - 175 C5 - C10

Querosene 175 - 235 C11 - C12

Gasóleo leve 235 - 305 C13 - C17

Gasóleo pesado 305 - 400 C18 - C25

Lubrificantes 400 - 510 C26 - C28

Resíduos Acima de 510 C38 +

O GLP é um grupo de gases com base em hidrocarbonetos derivados do refino de óleo

cru ou fracionamento do gás natural. Eles incluem basicamente n-propano e n-butano,

podendo apresentar ainda, etano, etileno, propileno, butileno, isobutano e isobutileno. Para a

conveniência de armazenamento e transporte, esses gases são liquefeitos por meio de

pressurização (FAHIM et al, 2012).

A qualidade do GLP é medida através de sua composição química. Para efetuar o

controle de qualidade de forma mais eficiente é necessário conhecer sua composição em

tempo real. Porém, isso nem sempre é possível devido a longos intervalos de medição,

normalmente feito através de testes laboratoriais, e/ou um alto custo.

Essa metodologia implica em algumas horas de atraso de medição, tanto devido à

coleta de amostras, quanto ao processamento das análises. Após um longo período necessário

para que a qualidade do produto seja determinada, essa informação pode ser muito tardia para

que sejam efetuados os devidos ajustes para manter a boa operação do processo. Assim,

pode-se chegar a uma situação em que o produto final esteja fora de especificação, ocasionando,

(13)

Devido às dificuldades citadas anteriormente, neste trabalho será apresentada uma

alternativa para estimar os dados necessários em tempo real através de métodos de

inferências. Como explanou Zamprogna et al. (2005), a utilização de inferências representa

uma forma bastante interessante para estimar variáveis de processo, especialmente quando

sensores físicos não estão presentes, ou devido ao seu alto custo ou ainda devido a limitações

técnicas para o seu uso de forma on-line. Nos sistemas de inferência, a variáveis primárias são

estimadas através de variáveis secundárias, como por exemplo, as frações molares de pentano

presentes no GLP estimadas a partir das variáveis secundárias: temperatura, pressão, vazão,

entre outras.

Ainda de acordo com Zamprogna et al. (2005), Redes Neurais Artificiais (RNA) e

técnicas de regressão são bastantes utilizadas para o desenvolvimento de sensores virtuais

com objetivo de estimar composição de um determinado produto. É relevante ressaltar que

para o estimador inferencial se comportar de forma satisfatória é muito importante a escolha

de variáveis secundárias que mais afetam as variáveis primárias do sistema estudado.

Este trabalho está dividido em cinco capítulos. O Capítulo 1, a introdução, aborda os

objetivos e motivação para o desenvolvimento deste trabalho. No Capítulo 2 são expostos os

fundamentos teóricos necessários para alcançar esses objetivos, sendo inicialmente exposto o

estado da arte e em seguida, serão tratados aspectos do gás natural, incluindo o seu

processamento e análise de sua composição química, para então descrever sobre o

funcionamento das torres de destilação, detalhar o processo simulado das torres deetanizadora

e debutanizadora utilizando o software HYSYS® e finalmente será exposto o conceito de inferências.

Nos Capítulos 3 e 4 são apresentados os métodos de inferência que serão

implementados neste trabalho, métodos de regressão e redes neurais artificiais,

respectivamente, são nesses capítulos que serão detalhados os métodos de inferência

utilizados para inferir a qualidade do GLP através de variáveis secundárias. Por fim, no

Capítulo 5 é mostrado como foi o processo de implementação do sistema de inferência

(14)

C

C

a

a

p

ít

tu

u

lo

l

o

2

2

F

(15)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo inicialmente é feita uma pequena revisão bibliográfica das principais

publicações relacionadas ao tema dessa dissertação. Posteriormente, serão expostas

informações sobre o gás natural, como sua composição, onde é encontrado e as dificuldades

constatadas na sua produção. Em seguida, serão abordadas características do GLP e suas

especificações e ainda será descrito o funcionamento de uma torre de destilação.

Ainda neste capítulo será apresentado o HYSYS®, um software para simulação de processos físico-químicos, que será utilizado para simular uma torre de destilação, com o

objetivo de gerar dados referentes às variáveis secundárias deste processo, para

posteriormente serem analisados pelo software MATLAB com a finalidade de inferir

variáveis primárias.

2.1 ESTADO DA ARTE

Os sistemas de inferências também são conhecidos na literatura por outras

denominações, as mais frequentes são sensores virtuais e estimador virtual. A utilização desse

conceito representa uma ferramenta poderosa e de grande importância para os diversos

campos da indústria, já que nos dias atuais as indústrias devem operar de acordo com diversas

limitações, sejam econômicas, ambientais ou de segurança. A limitação econômica se dá

principalmente devido ao aumento do custo constante das matérias-primas energéticas

utilizadas. Portanto, existe uma grande necessidade de otimizar os processos para que sejam

atingidos dois objetivos principais, um produto de qualidade superior, alcançado com um

custo inferior, para maximizar a lucratividade dessas indústrias, tornado-as, desta forma,

competitivas no mercado. (FORTUNA et al, 2007).

Como exposto acima, fica claro a importância de monitorar de perto estes processos.

Esse monitoramente é feito através do acompanhamento das inúmeras variáveis de processo,

utilizando dispositivos adequados de medição. Porém, estes dispositivos podem apresentar

seus resultados com horas de atraso, como é o caso de análises de composições químicas, que

estão relacionadas diretamente a qualidade do produto final, e geralmente são feitas em teste

de laboratório ou utilizando cromatógrafos gasosos. Este atraso nas medições pode reduzir a

eficiência no controle desses processos. Outro problema é o alto custo de instalação e

(16)

Os sistemas de inferência, com objetivo de estimar variáveis primárias a partir de

secundárias, representam uma forma bastante atrativa por apresentar uma solução de baixo

custo, onde é possível trabalhar em paralelo com os equipamentos já existentes no processo,

além de permitir uma estimativa em tempo real das variáveis que se deseja controlar,

melhorando assim, as estratégias de controle.

Existem três métodos principais para a construção de um sistema de inferência ou soft

sensor: a modelagem fenomenológica, métodos estatísticos e o uso de inteligência artificial

como as redes neurais, lógica fuzzy e sistemas híbridos. Devido à alta complexidade da

dinâmica dos processos, a modelagem física se torna de difícil uso, sendo mais comum a

utilização dos dois outros métodos citados. (FORTUNA et al, 2007).

Kano et. al (2000) em seu trabalho utilizou o método dos mínimos quadrados parciais

Partial Least Squares (PLS) – para estimar a composição química de um produto separado

em uma torre de destilação, além de investigar a influência na seleção das variáveis

secundárias. Ele observou que o resultado estimado melhorou significativamente ao utilizar

outras variáveis de processos além das temperaturas dos pratos, como a pressão e vazão de

refluxo. Isso reforça a importância da seleção das variáveis secundárias. Outra conclusão

importante é o ótimo desempenho do modelo de inferência baseado em sistemas dinâmicos.

Finalmente, descreveu que o uso da técnica de sensores virtuais teve um funcionamento

bastante satisfatório.

Linhares (2010) apresentou em seu trabalho uma solução de inferência utilizando um

sistema híbrido, que combina técnicas de estatísticas e o uso de redes neurais artificiais. O

objetivo do uso de métodos estatísticos foi reduzir o número de entradas da rede neural usada

para inferência, ou seja, selecionar as variáveis secundárias que melhor representam o

sistema. A arquitetura da rede neural utilizada foi a Perceptron Multi Camadas (PMC), a

mesma utilizada para a elaboração deste trabalho. Foram comparadas quatro maneiras de

combinar o módulo estatístico e o módulo da rede neural, além de comparar essas quatro

alternativas com um módulo puramente neural. Linhares (2010) demonstra que as estruturas

híbridas proporcionaram uma redução na complexidade da rede neural e ainda obtiveram

desempenho satisfatório. O sistema puramente neural, apesar de apresentar uma

complexidade e tempo de treinamento maior, mostrou-se capaz de atender os objetivos.

Zanata (2005) em sua dissertação optou pelo uso de RNA para estimar a composição

(17)

passos seguidos para selecionar as variáveis que foram utilizadas para o treinamento da rede,

ou seja, aquelas que afetam a composição do produto em questão. Em seguida, foram

utilizadas e comparadas duas diferentes arquiteturas de redes neurais. A comparação entre

seus resultados foram muitos semelhantes.

2.2 GÁS NATURAL E SEU PROCESSAMENTO

O gás natural consiste numa mistura de hidrocarbonetos leves e gases inorgânicos

saturados com água. Em alguns casos podem conter traços de mercúrio em equilíbrio. Está

localizado em jazidas oriundas de bacias sedimentares e pode ser produzido de forma

associada ao óleo ou de forma isolada, quando se denomina de não associado (Gomes, 2007).

A composição do gás natural depende diretamente do processo de formação do

reservatório onde ocorreu o seu acúmulo. O gás natural antes de ser processado em uma

Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) encontra diversos hidrocarbonetos

gasosos na sua mistura, como o metano, etano, propano, butano, pentano, entre outros. Apesar

dos inúmeros componentes que o constituem, aproximadamente 80% desse gás (considerando

o gás não associado) é composto de metano, como é mostrado na tabela 2.

Tabela 2 - Composições típicas do Gás Natural

Constituintes Gás associado

(%molar)

Gás não associado

(%molar)

Gás processado

(%molar)

Metano 68,46 81,78 86,16

Etano 10,53 08,38 9,51

Propano 07,37 03,14 1,01

Butanos 04,21 00,84 0,00

Pentanos 02,11 00,63 0,00

Hexanos 01,05 00,42 0,00

Heptanos 00,84 00,21 0,00

(18)

Superiores 0,47 00,10 0,00

Gás carbônico 01,32 01,31 1,25

Nitrogênio 02,37 02,36 1,35

Água 00,74 00,73 0,70

Pressão (kgf/cm2) 1,1 a 6,0 5,0 a 400,0 f (processo)

Temperatura(ºC) 25 a 45 20 a 95 f (processo)

Segundo Laureano (2005), mesmo sendo uma fonte de energia importante e utilizada

em diversos setores, exige uma complexa infraestrutura, dificultando assim a sua produção a

custos aceitáveis. Esta dificuldade está relacionada ao transporte do gás natural, por se

encontrar no estado gasoso, depende de gasodutos para chegar até uma UPGN ou refinaria,

para extrair os seus derivados.

2.3 Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)

Um dos derivados mais conhecidos do petróleo e do gás natural é o GLP, também

conhecido como "gás de cozinha", este produto é formado principalmente por uma mistura

gasosa entre os gases propano (C3H8) e butano (C4H10) e pode ser obtido a partir do gás

natural ou através do refino do petróleo.

Figura 1 - Propano C3H8 Figura 2 - Butano C4H10

Os gases propano e butano, que formam o GLP, são inodoros e inflamáveis, por esse

motivo existe a necessidade de adicionar uma substância orgânica (mercaptantes) para que o

gás passe a ter um odor característico, com o objetivo de facilitar a detecção de vazamentos.

Se inalado em grandes quantidades o GLP provoca efeito anestésico e também asfixia, porém

(19)

Como em outros gases combustíveis, o GLP apresenta uma baixa emissão de

poluentes em sua queima, gerando gás carbônico sem resíduos. Além disso, possui um alto

poder calorífico, na Tabela 3 é mostrada uma comparação entre outras fontes de energia.

Tabela 3 - Comparação poder calorífico x fontes de energia

Quantidade Combustível Poder calorífico

1 kg GLP 11.025 kcal/kg

1 m3 Gás Natural 9.065 kcal/m3

1 kg Óleo Diesel 8.620 kcal/l

1 kg Carvão vegetal 7.500 kcal/kg

1 kg Lenha 2.400 kcal/kg

Na atmosfera o GLP se encontra na forma gasosa. Contudo, resfriando ou sendo

submetido a uma pressão de entre 3 a 15 kgf/cm2 apresenta-se no estado líquido, dessa forma facilitando o seu transporte e armazenamento.

Os recipientes para transporte e armazenamento do GLP são fabricados com chapas de

aço, capazes de suportar altas pressões e seguem as normas técnicas de segurança da

Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT). O volume total de gás dentro desses

recipientes encontra-se tanto no estado líquido quanto de vapor, o que constitui um espaço de

segurança que evita uma pressão elevada dentro do recipiente.

2.3.1 Especificações do GLP

Para obter um GLP de qualidade aceitável é preciso que na separação do petróleo ou gás

natural algumas especificações sejam seguidas. Como o GLP é formado principalmente por

propano e butano, é necessário que seja evitada a presença de componentes mais leves que o

propano e mais pesados que o butano, porém, são admitidos em determinadas quantidades

permitidas pela legislação vigente.

As especificações do GLP de origem nacional ou importada é estabelecida através da

(20)

Propano Comercial - mistura de hidrocarbonetos contendo predominantemente

propano e/ ou propeno.

Butano Comercial - mistura de hidrocarbonetos contendo predominantemente butano

e/ ou buteno.

Propano / Butano - mistura de hidrocarbonetos contendo predominantemente, em

percentuais variáveis, propano e/ou propeno e butano e/ou buteno.

Propano Especial - mistura de hidrocarbonetos contendo no mínimo 90% de propano

em volume e no máximo 5% de propeno em volume.

O gás de cozinha é classificado como “Propano / Butano” e são armazenados em botijões

de 13 kg, denominados P-13. Esses recipientes são mais utilizados em residências. Por

segurança esses botijões possuem uma válvula de segurança, ou plugue-fusível, feito de uma

liga metálica de bismuto que derrete a 78 oC. Neste trabalho o termo GLP será sempre relacionado ao GLP de mistura de propano e butano.

Figura 3 - Botijões P-13

Como foi dito anteriormente, é necessário que o GLP seja odorizado, por motivos de

segurança, para facilitar a detecção de vazamento. Essa exigência pode ser encontrada no

Artigo 6o da Resolução ANP No 18/2004 transcrito abaixo:

Art. 6º Os Gases Liqüefeitos de Petróleo - GLP serão odorizados pelo Produtor ou

Importador, de forma a tornar detectável qualquer vazamento, sempre que sua

concentração na atmosfera atingir 20% do limite inferior de inflamabilidade, conforme

previsto pela NFPA 58. Storage and Handling Liquefied Petroleum Gases" - National

(21)

Parágrafo único. A odorização será dispensada quando:

I - o produto apresentar um teor de enxofre decorrente do processo de produção que

torne detectáveis eventuais vazamentos, de acordo com o caput deste artigo;

II - o produto destinar-se a processo industrial incompatível com o uso de odorante,

devendo o consumidor solicitar expressamente o recebimento do produto não odorizado,

ficando tal solicitação à disposição da ANP para qualquer verificação julgada

necessária.

Em seu ANEXO I, a Resolução ANP No 18/2004 apresenta o regulamento técnico que se

aplica aos Gases Liquefeitos de Petróleo na determinação de suas características. O GLP

deverá possuir as características expressas na Tabela 4. A determinação dessas características

é feita utilizando as Normas Brasileiras (NBR) e Métodos Brasileiros (MB), da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou de normas da Sociedade Americana para Testes e

Materiais (ASTM).

Tabela 4 - Especificações dos Gases Liquefeitos de Petróleo

Característica Unidade Mistura

Propano/ Butano Método De Ensaio ABNT ASTM Pressão de

Vapor a 37,8ºC

(1), máx.

kPa 1430 MB205 D1267 D2598

Resíduo Volátil Ponto de Ebulição 95% evaporados, máx. ou:

(22)

Pentanos e

mais pesados,

máx;

% vol. 2,0 D2163

Resíduo, 100

ml evaporados,

máx.

mL 0,05 D2158

Enxofre Total,

máx.

mg/kg 140 NBR6563 D2784 D3246

D4468 D5504

D5623 D6667

H2S Passa D2420

Corrosividade

ao Cobre a

37,8 ºC 1 hora,

máx

1 MB281 D1838

Massa

Específica a

20ºC

kg/m³ Anotar MB903 D1657 D2598

Umidade - MB282 D2713

Água Livre Ausente

Odorização 20% LIF

Como dito anteriormente, é indispensável que seja evitada a presença de compostos mais

pesados que o butano na corrente de GLP, porém, esses componentes são admitidos desde que

não ultrapassem 2% do seu volume total. Essa porcentagem é verificada utilizando método de

ensaio da ASTM D2163 – Método de Ensaio para Análise de Gases Liquefeitos de Petróleo e

Propeno Concentrados por Cromatografia (Test Method for Analysis of Liquefied Petroleum

(23)

A quantidade de componentes pesados irá influenciar diretamente em outra

característica do GLP, o intemperismo. Yamanishi (2007), citando Neto (1999), define o

intemperismo como sendo a temperatura resultante da evaporação atmosférica de 95% do

volume do GLP. Essa temperatura é definida na norma em 2,2 oC. Isto significa que 95% do seu volume irá evaporar a uma temperatura de 2,2 ºC, os 5% restante estará na forma líquida.

Caso o GLP não siga essas especificações podemos ter as seguintes situações:

• Caso a quantidade de componentes leves (etano) seja muito grande, o poder calorífico do GLP será menor do que o especificado.

• Caso a quantidade de componentes pesados (pentano) seja muito grande, como o pentano é mais pesado que o butano, ele tem a tendência de ficar no fundo do

recipiente e não evaporar, impedindo dessa forma que seja utilizado todo o GLP

contido no recipiente.

Neste trabalho a especificação que será analisada para o controle da qualidade do GLP

será o intemperismo, ou seja, a limitação de componentes pesados na corrente de GLP.

Entretanto várias outras características influem na qualidade final do produto, como:

corrosividade, umidade do propano, limites de enxofre, limite de inflamabilidade. Todas as

características referentes as especificações do GLP estão listadas na Tabela 4.

2.4 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA

A análise da composição química do GLP pode ser feita através de equipamentos

chamados de cromatógrafos ou por análises laboratoriais, com o objetivo de determinar a sua

composição. Um cromatógrafo gasoso (Figura 4) é um instrumento analítico que permite

analisar diversos compostos em uma amostra. Contudo, esses métodos apresentam um longo

tempo de resposta, além de ter um alto custo. Uma alternativa para obter os resultados em

tempo real é a utilização de métodos de inferências que serão abordados com maiores detalhes

(24)

Figura 4 - Cromatógrafo gasoso Shimadzu

A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela está fundamentada na

migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a diferentes

interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase estacionária. A grande variedade

de combinações entre fases móveis e estacionárias a torna uma técnica extremamente versátil

e de grande aplicação. As diferentes formas de cromatografia podem ser classificadas

considerando-se diversos critérios, como: forma física do sistema cromatográfico, pela fase

móvel empregada, fase estacionária utilizada, modo de separação (DEGANI et al.1998).

Uma solução de amostra é inserida no injetor do equipamento e transportada por um

gás através de um tubo de separação chamado de “coluna” (hélio ou nitrogênio podem ser

utilizados para este transporte e são chamados de gases de arraste). Os diversos componentes

presentes na amostra são separados dentro da coluna. Para quantificação de uma amostra de

concentração desconhecida, um padrão conhecido deverá ser injetado no equipamento. O

tempo de retenção do padrão e sua área serão comparados com os da amostra e utilizados para

o cálculo da concentração.

A cromatografia gasosa é uma das técnicas mais utilizadas, devido seu alto poder de

resolução e a possibilidade de detecção em escala de nano a picogramas (10-9 a 10-12). Essa técnica utiliza na fase móvel um gás de arraste que deve ter alta pureza e ser inerte em relação

(25)

2.5 TORRE DE DESTILAÇÃO

A destilação é um dos vários métodos de separação. O principal objetivo da destilação é

separar um composto do volume de uma mistura para agregação de valor ao produto final. O

valor dos produtos depende exclusivamente de sua qualidade (pureza). Isto torna o controle da

qualidade uma das tarefas mais importantes na operação de uma coluna de destilação. Os três

objetivos: qualidade, rentabilidade e produção estão interconectados (Parisotto et al, 2007). A

destilação fracionada é o método utilizado nas torres de destilação.

Em plantas de processamento de gás natural, o gás in natura, proveniente dos campos

de produção, costuma passar inicialmente por um processo de remoção de água e elementos

oxidantes. Após essa etapa, o gás é levado para torres de destilação fracionadas, onde ele é

decomposto em diversos subprodutos (BESERRA et al, 2008)

Na destilação fracionada a separação da mistura ocorre devido aos diferentes pontos

de ebulição das substâncias, existindo uma maior dificuldade na separação de substâncias com

pontos de ebulição muito próximos. Ao aquecer uma mistura as frações mais leves saem

como produto final pelo topo da torre de destilação, enquanto os componentes mais pesados

são direcionados para outra torre para novamente ter suas frações separadas, sendo assim, são

necessárias várias torres com configurações de pressão e temperatura para retirada de cada

produto final.

As torres de destilação são compostas por diversos pratos dispostos em seu interior,

onde ocorre o contato entre as fases líquida e de vapor. É necessário um contato perfeito entre

as fases, e consequentemente, a altura da torre deve ser adequada ao tipo de separação

desejada. Existem três tipos convencionais de torres de destilação, porém, as torres com

pratos e borbulhadores são as mais comuns. Torres de destilação deste tipo adotam pratos

superpostos e que variam em número e características conforme a mistura que se pretende

destilar. Os pratos são constituídos por: borbulhadores, tubos de ascensão e de retorno,

(26)

Figura 5 - Pratos, constituídos de borbulhadores, tubos de ascensão e retorno

Os borbulhadores são fixados sobre os tubos de ascensão dos vapores e destinados à

circulação ascendente do vapor de um prato a outro, além de serem dispostos de tal forma que

fiquem na mesma altura do início do tubo de retorno de líquido, a fim de que se tenha uma

ligeira imersão na camada líquida. Sobre cada tubo de ascensão, encontra-se um borbulhador.

O tubo de retorno tem como finalidade fazer o retorno, prato a prato, do excedente da fase

líquida condensada sobre o prato. Assim sendo, existe sobre cada prato ou bandeja, um nível

de líquido constante, regulado pela altura do tubo de retorno, e que deve corresponder ao nível

do topo dos borbulhadores. Os vapores devem circular em contracorrente com o líquido, ou

seja, de forma ascendente, passando pelos tubos de ascensão, borbulhando através das

ranhuras dos borbulhadores e condensando em parte nas bandejas e parte retornando à

bandeja imediatamente inferior. Os tubos de retorno funcionam também como selos

hidráulicos, impedindo que o vapor circule através deles, como ilustra a figura 6 (Roitman,

2002).

(27)

Além dos pratos, podemos dividir uma torre de destilação em seções. A seção de

enriquecimento ou absorção é a parte da torre compreendida entre o prato de entrada da carga

e o topo da torre. Nesta seção, são concentradas as frações mais leves (mais voláteis), ou seja,

em todos os pratos acima do prato de alimentação, a percentagem de compostos mais leves é

maior do que na carga de entrada. Já a seção de esgotamento é a parte da torre compreendida

entre o prato de entrada da carga e o fundo da torre. Nesta seção são concentradas as frações

mais pesadas (menos voláteis), ou seja, em todos os pratos abaixo do prato de alimentação, a

percentagem de compostos mais pesados é maior do que na carga de entrada. Os componentes

mais pesados são removidos dos vapores que ascendem, pelo refluxo de líquido que desce

pelo interior da torre, também denominado de refluxo interno (ROITMAN, 2002).

Na Figura 7, podemos ver um esquema de uma torre de destilação. Nessa torre são

mostradas seis válvulas. Elas são responsáveis pela entrada da carga a ser destilada, retirada

de produto e controle da torre. Uma breve explicação sobre o funcionamento da torre será

feito a seguir, utilizando como referência esta Figura 7.

Figura 7 - Torre de destilação

O controle das válvulas é feito através de controladores, representados por: PIC

(Controlador indicador de pressão), LIC (Controlador indicador de nível), TIC (Controlador

(28)

Ao entrar com a carga em (F), as frações mais voláteis tendem a ir para o topo da

torre. Esse vapor é condensado, no condensador de fonte fria (P), trocando calor com um

fluido mais frio, e então é retirado da torre em forma de produto final em (D). O controle

desta ação é dado pelo controlador LIC, que atua na válvula de controle de saída do produto

final. Em algumas torres de destilação essa condensação é completa, enquanto em outras

existe uma corrente de gás saindo pelo vaso de topo em (T) que é controlada pelo PIC.

O refluxo é uma parte dos vapores condensados que será inserido novamente na torre.

Com o objetivo de regular a temperatura no topo da torre. Esse controle é feito através do

controlador TIC, que atua na válvula de refluxo (E).

As frações mais pesadas (menos voláteis) vão em direção ao fundo da torre, onde a

temperatura é mais elevada devido à existência do refervedor (R) Essa temperatura pode ser

controlada através da válvula (V), que irá controlar a vazão do fluido de aquecimento do

refervedor (R) através de um controlador TIC. Ao chegar ao fundo da torre o líquido é

parcialmente vaporizado voltando a subir por ela. Durante a subida do vapor, este passará por

diversos "filtros" que podem ser classificados em: pratos e recheios.

Outra saída é observada em (B) onde é retirado o produto do fundo da torre. Esse

produto é a parcela mais pesada dos componentes da carga, que tem sua vazão controlada por

um controlador de nível LIC.

Em outras torres pode haver várias saídas para diversos produtos, ao invés de apenas

duas como é mostrado na Figura 7. Essas saídas são posicionadas ao longo da torre para fazer

a separação de diversos produtos em uma mesma torre. O funcionamento de uma torre com

várias saídas laterais é explicado da seguinte maneira: o vapor ao subir pela torre esfria. Em

determinada altura uma substância terá o ponto de ebulição igual à temperatura naquele ponto

da torre. Dessa forma, a substância se condensa e é retirada por essas saídas laterais, ou seja,

em cada saída será retirado um subproduto.

2.6 SIMULADOR DE PROCESSOS QUÍMICOS HYSYS®

Segundo a Aspentech (apud JÚLIO, 2008), o HYSYS® é o simulador de processos com maior acolhimento nas indústrias de refinação de petróleo e de processamento de gás

(29)

forma expedita com que um modelo de estado estacionário pode ser colocado em modo

dinâmico.

A utilização de um simulador permite gerar um vasto banco de dados referentes a uma

determinada modelagem de um processo real. Esses dados ajudarão no processo de

treinamento e validação da rede neural, responsável pela inferência da quantidade de pentano

na corrente de GLP na saída torre de destilação. Outra vantagem na utilização do simulador é

a possibilidade de alterar parâmetros de forma brusca para acompanhar seu comportamento, já

que em uma planta real isso não seria possível.

A modelagem criada no simulador de processos químicos HYSYS® tem como base

uma UPGN. Na simulação estão presentes duas torres de destilação sendo uma deetanizadora,

no primeiro estágio, e outra debutanizadora, no segundo. A seguir será mostrado o esquema

do processo simulado para cada estágio, levando em consideração todos os seus componentes.

Apenas uma breve explicação será dada, visto que anteriormente já foi discutido o

funcionamento de uma torre de destilação genérica.

2.6.1 Primeiro estágio – Coluna Deetanizadora

No primeiro estágio a carga de entrada é constituída de gás natural, que é um gás

composto por hidrocarbonetos, C1+ (Andrade, 2009). Nesse estágio temos como produto final

no topo da coluna o chamado Gás Residual, constituído em sua maior parte por metano (C1) e

etano (C2), porém com traços de propano (C3). É desejável que a quantidade de propano (C3)

na constituição do Gás Residual seja mínima.

Segundo Thomas et al. (2001), além de ser utilizado como combustível, esse gás pode ser

utilizado para otimizar a produção em poços através de gás-lift (método de elevação

artificial), outra aplicação é aumentar o fator de recuperação de um reservatório através da

injeção do mesmo.

O produto no fundo da coluna, o Líquido de Gás Natural (LGN), deve seguir para o

(30)

Figura 8 Coluna Deetaanizadora simulada no HYSYS®

2.6.2 Segundo estágio – Coluna Debutanizadora

A corrente de entrada nesse estágio é o LGN obtido a partir do primeiro estágio. Nesse

estágio o produto de saída pelo fundo da coluna é a gasolina natural e no topo o GLP.

Dentre os compostos produzidos na UPGN, o principal, do ponto de vista econômico, é o

GLP, que é produzido pela coluna debutanizadora (Beserra, 2008), na figura 9 é mostrada a

(31)

Figura 9 - Coluna Debutanizadora simulada no HYSYS®

O LGN ao entrar na coluna tem seus componentes mais leves indo em direção ao topo.

Os componentes mais leves irão para o vaso de condensado (V-24014-2), este caminho pode

ser feito através do condensador a ar (P-24010) ou diretamente. Caso seja feito de forma

direta, dependerá ainda da atuação do controlador de pressão (SPLIT-100) na válvula

(ByPass-2).

Uma vez no vaso de condensado parte do GLP retornará a coluna de destilação através

de uma linha, na qual chamamos de refluxo. A vazão de refluxo é controlada através de um

controlador de vazão FIC-101-2 atuando sobre a válvula (VLV-101-3). Outra parte do

condensado será retirada como produto final, através da linha de saída (GLP-Saída-2).

Os componentes mais pesados seguem em direção ao fundo da coluna, parte desses

componentes passa pelo refervedor (P-24011-2), onde o vapor obtido retorna a coluna. Este

refervedor utiliza óleo térmico para realizar a troca de calor, a vazão desse óleo é regulada por

uma válvula (VLV-103-3) através de um controlador de temperatura (TIC-102-2), de acordo

com a temperatura interna da coluna. A outra parte de componentes proveniente do fundo da

coluna, a gasolina natural, sairá através da abertura da válvula (VLV-102-3) pelo controlador

(32)

O GLP obtido nessa coluna deve seguir especificações de qualidade, como

mencionado anteriormente. De forma ideal a composição do GLP seria composta apenas

pelos componentes mais leves, o propano (C3) e butano (C4). Porém devido ao aquecimento

da corrente de entrada da coluna, componentes mais pesados como o pentano (C5)

contaminam o GLP. O pentano que está presente no GLP é formado pela soma de frações

molares do i-pentano e n-pentano.

2.7 INFERÊNCIAS

Deduzir algo por inferência significa, que a partir da análise de variáveis explícitas,

podemos concluir uma ou mais variáveis implícitas. As inferências podem ser classificadas

como imediatas ou mediatas. As imediatas podem ser obtidas através de conversão, uma vez

que a partir de apenas uma variável explícita podemos concluir outra implícita. Já as mediatas

são necessárias duas ou mais variáveis para concluir uma variável implícita, como no caso

apresentado neste trabalho.

Os modelos de inferência têm como objetivo estimar o valor de uma ou mais variáveis

que se deseja controlar. A estimativa de variáveis através de inferências é frequentemente

usada quando a utilização ou manutenção de equipamentos se torna difícil, devido limitações

técnicas, e/ou dispendiosas. Os cromatógrafos gasosos são exemplos desses equipamentos,

pois apresentam além de um alto custo de manutenção e instalação, um longo tempo de

resposta (CAMPOS, 2006).

Manter a qualidade do produto final de uma torre de destilação é um ponto muito

importante principalmente do ponto de vista econômico, e dessa forma, o sistema de controle

deve receber informações confiáveis das variáveis que medem esta qualidade. As maiores

dificuldades encontradas, é o tempo necessário para realizar a análise desses produtos

(CAMPOS, 2006).

Com a utilização de softwares é possível inferir em tempo real, através de modelos

matemáticos, as composições químicas dos produtos de uma torre de destilação (Damasceno,

2009). Existem diversas aplicações para o uso dessa técnica em processos na indústria

petroquímica, como a PVR de naftas, teor de C3+ no gás combustível, intemperismo do GLP,

curva de destilação ASTM, entre outras (SILVESTRE, 2005).

É importante ressaltar que o valor inferido não será exatamente igual ao valor real,

(33)

aceitável, isto é, caso o valor da variável na torre esteja crescendo, a estimativa deve

acompanhar este crescimento ou, se estiver decrescendo a estimativa também deverá

decrescer. Segundo Damasceno (2009), podemos utilizar diversas técnicas de inferência,

como: Modelo de regressão linear; Filtro de Kalman; Sistemas Fuzzy; Redes Neurais.

Neste trabalho serão utilizadas as inferências mediatas, utilizando dois métodos

diferentes, regressão linear e de redes neurais, com objetivo de determinar o intemperismo do

GLP, ou seja, a presença de C5+ no produto final da torre de destilação debutanizadora. No

final do trabalho serão mostrados os resultados obtidos com cada método e feita uma

(34)

C

C

a

a

p

ít

tu

u

lo

l

o

3

3

M

(35)

3 MÉTODOS DE REGRESSÃO

A análise de regressão é uma técnica estatística cujo escopo é investigar e modelar a

relação entre variáveis. Quando existe uma relação entre essas variáveis, admite-se a

existência de uma função que explica, em termos médios, a variação de uma das variáveis

baseada na variação da outra (NAGHETTINI, 2007).

Quando a função f que relaciona duas variáveis é do tipo f (x) = a + bx temos o modelo

de regressão simples. A variável x é a variável independente da equação, enquanto y = f (x) é a

variável dependente das variações de x. O modelo de regressão é chamado de simples quando

envolve uma relação causal entre duas variáveis.

A regressão linear múltipla envolve mais de uma variável independente, ou seja, o

comportamento de y é determinado por n variáveis independente x1, x2, ..., xn.

A regressão linear tem como objetivo encontrar os coeficientes de uma equação que irá

aproximar os dados coletados com um erro mínimo e a partir daí estimar novos valores. A

qualidade desses coeficientes encontrados poderá ser verificada utilizando métodos

estatísticos, como por exemplo, o coeficiente de determinação.

3.1 REGRESSÃO LINEAR SIMPLES

Na regressão linear simples a saída do processo está relacionada apenas com uma

entrada. Na Equação 3.1, é mostrado um modelo de regressão linear simples, onde y

representa a variável dependente enquanto x à variável independente. A partir desse modelo é

necessário estimar os coeficientes α e β, utilizando os dados de amostras experimentais.

Freqüentemente, os pontos observados apresentarão uma variação em torno da linha da

função de regressão, devido à existência de uma variação aleatória adicional denominada de

variação residual, representada pelo símbolo ε na Equação 3.1. Portanto, essa equação de

regressão fornece o valor médio de uma das variáveis em função da outra (NAGHETTINI,

2007).

 =  +  +  (3.1)

Após a estimativa dos coeficientes α e β será gerada uma nova função, como mostrado

na Equação 3.2. Os coeficientes α e β estimados estão representados por a e b,

(36)

de um valor observado da variável independente xi, onde i = 1, 2,..., n. Onde n representa o

número de amostras.

= +  (3.2)

A estimativa dos coeficientes α e β é feita através do método dos mínimos quadrados.

O objetivo desse método é encontrar uma função de regressão que minimize a soma das

distâncias entre a função ajustada e os pontos observados, ou seja, que a soma dos quadrados

dos erros seja o menor possível (NAGHETTINI, 2007).

Figura 10 - Reta de regressão

O erro é dado pela diferença entre o valor observado da variável dependente, yi e o

valor estimado da variável dependente, ui, mostrado na Equação 3.3.

 = −  (3.3)

Como o método dos mínimos quadrados consiste em minimizar a soma dos

quadrados dos erros, temos:

  = ∑ [ − ]

 (3.4)

  = ∑ { − [+ ]} (3.5)

  = ∑ [ − − ] (3.6)

Para que o erro entre yi e ui seja minimizado, as derivadas parciais de e em relação a

cada um dos coeficientes desconhecidos, a e b, deverá ser zero. Assim:



(37)



= ∑ − [ − − ]=  (3.8)

Desenvolvendo as equações acima, multiplicando por (-1/2), temos as equações da

regressão linear simples.



= ∑  −  ∑  −  ∑  =  (3.9) 

= ∑  −  ∑  −  =  (3.10)

Com as equações desenvolvidas podemos transformá-las em formato matricial, o que

irá facilitar bastante o manuseio dos dados no software MATLAB, como mostra a Equação

3.11.  ∑   ∑   ∑      ! = ∑    ∑ 

  (3.11)

Assumindo que a primeira matriz da Equação 3.11, aquela que multiplica a matriz de

coeficientes, possui inversa, podemos isolar os coeficientes a e b, como é mostrada nas

equações 3.12 e 3.13.

" ∑ #$  ∑ #$ ∑ #$

  %

&

" ∑ #$  ∑ #$ ∑ #$

  % ! =

" ∑ #$  ∑ #$ ∑ #$

  %

&

∑ #$#$∑ #$

  (3.12)

3.1.13 ! = " ∑ #$   ∑ #$ ∑ #$   % & ∑ #$#$∑ #$

  (3.13)

3.2 REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA

Na regressão linear simples a saída do processo está relacionada apenas com uma

entrada. Quando o comportamento de uma variável dependente y é explicado por duas ou

mais variáveis independentes, x1, x2,..., xn, é necessário utilizar a regressão linear múltipla.

Com esse objetivo iremos adaptar a equação 3.2, da regressão linear simples, para levar em

consideração várias variáveis independentes. A equação 3.14 mostra a equação adaptada com

(38)

Como este trabalho tem como objetivo de estimar o intemperismo do GLP é

necessário analisar diversas variáveis que influenciam no processo, sendo necessário o

emprego da regressão linear múltipla.

#$ =  + #$ + #$ + ⋯ + ((#$ (3.14)

O erro é dado pela diferença entre o valor observado da variável dependente, yi e o

valor estimado da variável dependente, ui, mostrado na equação 3.15. Com objetivo de

minimizar a soma dos quadrados dos erros, novamente será empregado o método dos

mínimos quadrados:

  = ∑ [ − ] (3.15)

  = ∑ ) − * + #$ + #$ + ⋯ + ((#$+, (3.16)

Derivadas parciais em relação a cada coeficiente da equação, para que o erro entre y e

u seja minimizado:



 = − ∑ [#$ −   − #$ − #$ − … − ((#$$=  (3.17) 

 = − ∑ [#$ −   − #$ − #$ − … − ((#$]∗ #$ =  (3.1) 

( = − ∑ *#$ −   − #$ − #$ − … − ((#$+ ∗ (#$=  (3.19)

Desenvolvendo, temos:

∑ #$

 = ∑   + ∑   #$ + ∑   #$ + ... + ∑  ( (#$ (3.20) ∑ #$ #$ = ∑   #$ + ∑   #$ + ∑   #$#$ +...+ ∑  ( (#$#$ (3.21) ∑ #$ (#$ = ∑   (#$ + ∑   #$(#$ + ∑   #$(#$

+...+∑  ( (#$ (3.22)

Como mencionado anteriormente, com objetivo de facilitar a manipulação dos dados

no software MATLAB, às equações acima serão transformadas em matrizes e os coeficientes

(39)

/ 0 0 0

1  ∑  #$ ∑  #$ ⋯ ∑  (#$ ∑ #$

 ∑ #$  ∑ #$#$ … ∑  (#$#$

⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮

∑  (#$ ∑  #$(#$ ∑  #$(#$ ⋯ ∑  (#$ 34 4 4 5 6   ⋮ ( 7= / 0 0

1 ∑ #$ ∑ #$ #$  ⋮ ∑ #$(#$  3 4 4 5 (3.23) 6   ⋮ ( 7 = / 0 0 0

1  ∑  #$ ∑  #$ ⋯ ∑  (#$

∑ #$

 ∑ #$  ∑ #$#$ … ∑ (#$#$

⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮

∑ (#$

 ∑ #$(#$ ∑ #$(#$ ⋯ ∑ (#$  34 4 4 5& / 0 0

1 ∑ #$ ∑ #$#$  ⋮ ∑ #$( #$  3 4 4 5 (3.24)

Os coeficientes βo, β1,..., βp estimados serão usados para estimar o valores da variável

dependente ui a partir dos valores observados das variáveis independentes x1 , x2 , ..., xi, onde i

= 1, 2,..., i. Onde i representa o número de amostras.

Neste capítulo foram apresentados métodos de regressão linear múltipla que podem

ser utilizados para realizar a inferência do intemperismo, relacionando a influência de

(40)

C

C

a

a

p

ít

tu

u

lo

l

o

4

4

R

(41)

4 REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

Os estudos sobre Redes Neurais Artificiais (RNA) têm sido inspirados pelo cérebro

humano, que pode ser definido como um computador altamente complexo, não-linear,

paralelo e com capacidade de aprendizado a partir do ambiente em que está inserido. O

processo de aprendizado de uma rede neural é feito através de um algoritmo de aprendizagem,

onde são feitos ajustes dos pesos sinápticos. O peso sináptico é a força das conexões entre os

neurônios, são nelas que está armazenado o conhecimento adquirido (HAYKIN, 2001).

Hecht-Nielsen em 1990 definiu Redes Neurais Artificiais (RNA) da seguinte forma:

“Uma Rede Neural Artificial (RNA) é uma estrutura que processa informação de forma

paralela e distribuída e que consiste de unidades computacionais (as quais podem possuir uma

memória local e podem executar operações locais) interconectadas por canais unidirecionais

chamados de conexões. Cada unidade computacional possui uma única conexão de saída que

pode ser dividida em quantas conexões laterais se fizer necessário, sendo que cada uma destas

conexões transporta o mesmo sinal, o sinal de saída da unidade computacional. Esse sinal de

saída pode ser contínuo ou discreto. O processamento executado por cada unidade

computacional pode ser definido arbitrariamente, com a restrição de que ele deve ser

completamente local, isto é, deve aprender somente dos valores atuais dos sinais de entrada

que chegam até a unidade computacional via as conexões e dos valores armazenados na

memória local da unidade computacional”

O poder computacional da RNA se deve a sua estrutura paralelamente distribuída

aliada a seu grande poder de generalização, isto é, uma rede neural é capaz de produzir saídas

de forma válida para valores de entrada que não estavam durante o treinamento da rede.

Outras propriedades e capacidades úteis do uso das redes neurais são: não-linearidade,

mapeamento de entrada-saída, adaptabilidade, reconhecimento de padrões, tolerância a falhas

(robustez), entre outras (HAYKIN, 2001). Dentre as características citadas anteriormente, o

mapeamento de entrada-saída é de suma importância para elaboração deste trabalho.

O mapeamento de entradas e saídas permite que a RNA aprenda as características

principais do comportamento de um sistema através de valores que são fornecidos para o

treinamento da rede neural (Junior, 2005). Esta aplicação é especialmente importante devido

à dificuldade de representar através de modelos matemáticos complexos sistemas físicos reais

(42)

4.1 NEURÔNIO ARTIFICIAL

O neurônio artificial é um elemento fundamental para o funcionamento de uma rede

neural por se tratar de uma unidade de processamento de informação. A figura 11 mostra o

modelo de um neurônio artificial. Nele podem ser identificados três elementos: um conjunto

de sinapses, um somador e uma função de ativação.

Figura 1 - Esquema de um neurônio artificial K

As sinapses são formadas pelas entradas x1, x2,..., xm multiplicadas por seus pesos

sinápticos wkm. Cada sinapse é caracterizada por um peso próprio. Os valores dos pesos

sinápticos podem incluir valores positivos ou negativos.

O somador soma todos os sinais de entrada, que são ajustados através dos pesos

sinápticos. No modelo apresentado é possível notar a presença de um bias aplicado

externamente ao somador, esse valor tem o efeito de aumentar ou diminuir a entrada líquida

na função de ativação, dependendo se o bias for positivo ou negativo, respectivamente. Por

fim o valor, após ser processado pelo somador, passa por uma função de ativação cuja

finalidade é limitar a amplitude da saída (HAYKIN, 2001).

Matematicamente, o modelo apresentado na Figura 11 pode ser descrito pelas

Equações 4.25, 4.26 e 4.27.

8 = ∑ 9;: 8: : (4.25)

(43)

Nas equações acima uk, representa a saída do somador após os sinais de entrada: x1,

x2,..., xm. Os pesos sinápticos do neurônio k são representados por wk1, wk2,..., wkm. O sinal de

saída do neurônio k é representado por yk; bk é o bias e φ é a função de ativação. Na Equação

4.27 é vista a incorporação do bias da Equação 4.25.

Existem diversos tipos de funções de ativação nas quais se destacam a função limiar,

função limiar por partes e a função sigmóide (HAYKIN, 2001). Nascimento Jr e Yoneyama

(2000) mostram que é necessário pelo menos uma camada oculta com uma função de ativação

não linear. Caso fossem usadas apenas camadas ocultas lineares isso seria equivalente a uma

RNA sem camadas ocultas.

A saída do neurônio k que utiliza a função de ativação limiar é mostrada na figura 12 e

é descrita como sendo:

8 = >, @, @ = =8 A 

8 B 

(4.28)

Figura 2 - Função de ativação limiar

A função de ativação mais comum usada em RNA é a função sigmóide, não excluindo

o uso de outras, como a tangente hiperbólica ou mesmo a linear. Sua saída, cujo gráfico tem

(44)

Figura 3 - Função sigmóide

Matematicamente a função sigmóide pode ser representada pela Equação 4.29, onde a

é o parâmetro de inclinação dessa função. Com o aumento de a uma inclinação maior será

obtida, tendendo ao infinito tem-se a função limiar (Freire Júnior, 2005). A função sigmóide

pode apresentar em sua saída qualquer valor entre 0 e 1.

<#=$ =C= (4.29)

Figura 14 - Função tangente hiperbólica

Na figura 14 é mostrada o gráfico da função tangente hiperbólica que pode representar

em sua saída qualquer valor entre -1 e 1.

4.2 ARQUITETURA DE RNA

A arquitetura de uma RNA é o modo como ela é estruturada, em relação à quantidade

de camadas ocultas e as ligações dos seus neurônios. Na literatura podemos encontrar uma

enorme diversidade de arquiteturas de redes neurais, porém, neste trabalho será abordada

somente a arquitetura de Perceptron de Múltiplas Camadas (PMC), pois são as redes

utilizadas neste trabalho.

(45)

Devido a sua estrutura, a PMC também é conhecida como rede neural feedforward.

Nesse tipo de rede, os neurônios são separados em camadas, onde todos enviam suas saídas

apenas para os neurônios situados na próxima camada, (NASCIMENTO JR.; YONEYAMA,

2000).

De acordo com Nogaard et al (2001), esse tipo de arquitetura tem se mostrado bastante

eficiente e utilizada com sucesso em diversas aplicações práticas, inclusive como ressalta

Linhares (2010), em vários trabalhos realizados na área de inferência. Por esse motivo essa foi

a arquitetura escolhida para as redes neurais utilizadas neste trabalho. Um exemplo de uma

rede PMC é mostrado na Figura 15.

Figura 15 - Rede neural PMC

A primeira camada é formada pelos neurônios que recebem diretamente as entradas da

rede e é chamada de camada de entrada. Nas camadas seguintes, os neurônios recebem em sua

entrada, as saídas da camada anterior e assim sucessivamente até a camada de saída.

As camadas que se situam entre a camada de entrada e a de saída são denominadas

camadas ocultas. A Figura 15 mostra o grafo arquitetural de uma PMC com duas camadas

ocultas e uma de saída. Os valores que entram nas camadas ocultas e de saídasão modificados

(46)

4.3 TREINAMENTO DE UMA REDE NEURAL

A propriedade mais importante de uma RNA é sua habilidade de aprender a partir do

ambiente na qual ela está inserida e de melhorar seu desempenho através da aprendizagem

(HAYKIN, 2001). Linhares (2010) define o treinamento de uma RNA como o processo de

ajuste dos seus pesos sinápticos e biases. Esses ajustes podem ser feitos através de diferentes

métodos que podem ser classificados de acordo com a participação ou não de um supervisor

durante o aprendizado da rede, podendo ser classificado como supervisionado ou

não-supervisionado.

No treinamento não-supervisionado o programador não influi no treinamento da rede e

a mesma modifica seus pesos sinápticos utilizando critérios internos pré-estabelecidos. Esse

tipo de treinamento é parecido com técnicas de análise de dados empregadas na estatística,

como, por exemplo, diferenciar quadrados de triângulos, sem ter exemplos para a

demonstração desses dois elementos (FREIRE JÚNIOR, 2005).

Diferente do método anterior, o método supervisionado fornece conjunto de dados ao

supervisor e a RNA, porém, apenas o supervisor conhece os valores de saída referente àquelas

entradas. Ao entrar na rede neural, os seus pesos sinápticos são ajustados e retornam uma

resposta estimada, a diferença entre a resposta da rede e do supervisor gera um sinal de erro,

dependendo do valor deste erro é necessário o ajuste dos pesos da rede. Este processo se

repete até que seja encontrado um valor satisfatório da rede em relação ao supervisor. É

importante que os dados fornecidos pelo supervisor sejam bastante abrangentes com o

objetivo de melhorar a capacidade de generalização da rede neural, ou seja, que a rede seja

capaz de retornar resultados satisfatórios para dados que não foram apresentados durante o

treinamento. A figura 16 mostra de forma esquemática o método de treinamento

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