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Suscetibilidade de roedores silvestres de áreas não pestosas à Pasteurella pestis.

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SUSCETIBILIDADE DE ROEDORES SILVESTRES DE ÁREAS NÃO

PESTOSAS À

PA ST E U R E L L A P E S T IS .

D alva A. Mello *

O autor estudou roedores silvestres provenientes de uma área não

pes-tosa no Estado de Pernambuco quanto à susceptibilidade em relação a

P a s te u ­

re lla p e stis.

Os resultados obtidos mostraram que os animais são suscetíveis ao

germ e.

INTRODUÇÃO

A p e ste n o B ra sil se e n c o n tr a a tu a lm e n ­ te c o n fin a d a à s z o n a s ru ra is . A s u a c o n ­ servação e tra n s m is s ã o e stã o c o n fia d a s a

espécies de ro e d o res silv e stre s sen d o p o ­ d ero sam en te in flu e n c ia d o s p o r fa to re s c li­ m áticos, n o s q u a is se b u sc a com fre q ü ê n ­ cia ex p lica ção (4) .

V árias espécies de ro e d o res silv estres têm sido e n c o n tr a d a s fre q ü e n te m e n te in ­

fe c ta d a s p e la eq u ip e de D r. M. B a lta z a rd em E x ú -P e rn a m b u c o (2) . E s ta s espécies que e stã o im p lic a d a s n a tra n s m is s ã o de

P. pestis

n ã o tê m s u a d istrib u iç ã o lim i­ ta d a so m e n te ao s focos p esto so s com o é o

caso de

Zygoãontomys pixuna,

de

Oryzo-mys eliurus

e de

Oryzomys subflavus

(9 ). Do p o n to de v is ta epidem iológico é im ­ p o rta n te o c o n h e c im e n to d a s u s c e p tib ili­ dade à

P. pestis

de ro e d o res silv estres, n ã o só de á re a s p e sto sa s com o ta m b é m de á re a s não p e sto sa s.

C o n sid e ra n d o o p ro b le m a ex p o sto a c i­ m a, o a u to r do p re s e n te tra b a lh o reso lv eu e s tu d a r a s u sc e p tib ilid a d e de ro e d o res sil­ v estre s p ro v e n ie n te s de á re a s n ã o p e sto sas à

Pasteurella pestis,

com o a n te rio rm e n te h a v ia fe ito em re la ç ã o a ro e d o res d o m é sti­ cos d a c id a d e de R ecife (7 ).

M A TERIA L E M ÉTODOS

O tra b a lh o foi in ic ia d o n o m ês de se­ te m b ro de 1967 e co ncluído no m ês de m a r- çc de 1969.

1.

Roedores

— F o ra m u tiliz a d o s ro e ­ d o res silv estres p ro v e n ie n te s d a Zo­ n a de M a ta Ü m ida do m u n icíp io S ão L ourenço, E sta d o de P e rn a m ­ buco, á r e a o n d e n u n c a foi re g is tra ­ do q u a lq u e r caso de p e ste .

F o ra m e x p e rim e n ta d o s 157 a n i­ m a is d a s s e g u in te s espécies: 55 Zí/-

godontomys pixuna,

45

Oryzomys

eliurus,

20

Oryzomys subflavus,

15

Cercomys cunicularius laurentius

e 12

Akodon arviculoides cursor.

Os a n im a is c a p tu ra d o s e ra m de- sin fe s ta d o s d a s p u lg a s e fic a v a m no la b o ra tó rio , em q u a re n te n a , a n te s de se r in o c u la d o s.

P a r a c o m p a ra ç ã o dos re su lta d o s fo ra m u tiliz a d o s c a m u n d o n g o s a lb i­ nos d a cé p a “Sw iss” de id ad e 3-4 m eses, m a n tid o s no b io tério do C e n tro de P esq u isas A ggeu M ag a­ lh ã e s .

2.

Amostras de P. pestis utilizadas.

(2)

226

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

Vol. III — N.° 4

—D u as a m o s tra s de

P. pestis

fo ra m e m p re g a d a s: u m a, c h a m a d a P E X U 19, iso lad a p o r D r. M . B a h m a n y a r

(P e rito em p este do In s titu to

P a s te u r do I r a n ) de u m ro e d o r s il­ v estre

O. subflavus

p ro v e n ie n te do m u n ic íp io de E xú, E s ta d c de P e r ­ n am b u co , em 19-1-1967; e o u tra , c h a m a d a RANGEL, d c a d a p o r D r. A. B ica (O PA S) iso la d a e m 1960, ta m b é m de u m ro e d o r silv estre

Slgmodon hispiãus

em C a m p . R A N ­ GEL, V en ezu ela. A m bas a s am o s­ tr a s h a v ia m sido e s tu d a d a s a n t e ­ rio rm e n te q u a n to à s u a v iru lê n c ia

p o r M ello em 1968

(8).

rio u de 1.250 a 39,4 p a r a os ro ed o res silv estres e de 7.500.000 a 0,75 p a r a os c a m u n d o n g o s. P a r a a d e te rm i­

n a ç ã o d a DL50 fo ra m fe ita s de 4 a 6 d o sag e n s p e r espécie a n im a l.

O s a n im a is in o c u la d o s que n ã o m o rria m n o s p rim e iro s d ia s fic a v a m em o b s e rv a ­ ção a té o vigésim o dia, q u a n d o e ra m s a ­ c rific a d o s. B a c te rio sc o p ia s do fíg ad o , p u l­ m ão, b aç o e s a n g u e do c o ra ç ã o fo ra m r e a ­ liz a d a s p a r a se c e rtific a r de in fe c ç ã o p es- to s a .

O cálcu lo d a LD50 foi fe ito pelo m éto - do de L itc h fie ld & W ilcoxon (6 ).

TABELA I

S u scep tib ilid a d e de R oedores S ilv e stres C o m p a ra d a à de C a m u n d o n g o s de

id a d e 3-4 m eses d a C êp a “S w iss” à

Pasteurella pestis.

R oedores Z .

pixuna

O . eliurus

O . subflavus

Z .

pixuna

O. eliurus

C am u n d o n g o C am u n d o n g c

A m o stra s de P.

Pestis

P E X U 19 P E X U 19 P E X U 19 RAN GEL RAN GEL P E X U 19 RAN GEL

DL50 L im ite s de C o n fia n ç a

95% 12

90 165 250

120

0,46 1.400

2 4 — 6

216 — 39 330 — 82,5 500 — 125 312 — 50 0,50 — 0,40 5.600 — 350

As c u ltu ra s, re iso la d a s em p la c a s de a g a r sim ples, e ra m se m e a d a s em á g u a p e p - te n a d a e in c u b a d a s à 37°C. A pós 24 h o ­ ra s de in c u b a ç ã o e ra m r e tira d a s d a e s tu ­ fa p a r a c o n ta g e m d a s b a c té ria s fe ita n a c â m a ra de N e u b au er, com o c o ra n te azul de L oeffler. As c u ltu ra s e ra m m a n tid a s , no p eríe d o d a s in o cu laçõ es, n u m a c a ix a de gêlo.

3.

Inoculações.

— A té c n ic a esc o lh id a p a r a as in o cu laç õ es foi a su b e u tâ - n e a . O s ro e d o res fe ra m d istrib u íd o s em g ru p o s de 5 p a r a c a d a dosagem . O n ú m e ro de g e rm e s in o c u la d o s v a

-RESULTAD OS

Os re s u lta d o s que p u d e ra m se r c a lc u la ­ dos em LD50 p a r a a s u sc e p tib ilid a d e e n ­ c o n tra m -s e n a ta b e la 1.

N ão foi possível, pelo p eq u e n o n ú m e ro

de a n im a is d a s espécies

Cercomys

cuni-cularius laurentius e Akoãon arviculoides

cursor, o

cálcu lo d a LD50 p a r a tô d a s as a m o s tra s . Os 15

C.c. laurentius

e os 12 ,-1.

a. cursor

fo ra m in o c u la d o s a p e n a s com a a m e s tra PEX U -19 sen d o cs seus r e s u lta ­ dos a p re s e n ta d o s em p e r c e n tu a is n a ta b e la I I . T ô d a b a c te rio sc o p ia re a liz a d a m o s­

TABELA II

P e rc e n tu a l de M ortos de D u a s E spécies de R o ed o res S ilv e stres In o c u la d o s

Com A m o stra s de

P. pestis

PEX U 19.

DOSES 625 312,5 156,2 78,1

ROEDORES N ' % N" % N" % N" %

C.c.

laurentius

5 100 5 100 5 80 — _

(3)

Julho-Agôsto, 1969

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

227

tro u com g ra n d e n itid e z a a b u n d â n c ia de p a ste u re la s.

CONCLUSÕES E CO M EN TÁR IO S

A n a lisa n d o os re s u lta d o s o b tid o s p a r a LD50 d a s espécies de ro e d o res silv estres aqui u tiliz a d o s e c o n sid e ra n d o o co n ceito de H o ld en d rie d & cols. (5) c o n c lu i-se que êstes a n im a is p o d em s e r c o n sid e ra d o s co ­ mo su sce p tív eis à in fe c ç ã o com

P. pestis.

O b serv an d o os d ad o s d a ta b e la II, e m ­ bora n ã o se p o ssa a p lic a r o m esm o co n c ei­ to a c im a cita d o , é possível v e rific a r e n ­ tre ta n to , que a LD50 d a a m o s tra PE X U -19 está em tô rn o de 312,5 g e rm e s q u e r s e ja p a ra

C.c. laurentius,

q u e r p a r a

A.a. cur­

sor.

J á a dose que m a ta 80% d a s d u a s es­ pécies e s tá p e rto d a s LD50 c a lc u la d a s p a ­

r a Z

.pixuna e O. eliurus

com e s ta m esm a a m o s tra .

P o u co se co n h e c e sôbre a su sc e p tib ilid a ­ de de ro e d o re s b ra sile iro s a

P. pestis

(1,10).

T o rn a -se , assim , difícil de ju lg a r a im p o r­ tâ n c ia ep id em io ló g ica que a m a io r ou m e ­ n o r su sc e p tib ilid a d e dos ro e d o res po ssa te r em re la ç ã o à m a n u te n ç ã o d a p e ste em d e­ te rm in a d a s re g iõ e s. N ão h á d ú v id a n o e n ­ ta n to de que a p este n ã o p o d e ria e x istir em á re a s c n d e os ro e d o res fôssem to ta l­ m e n te re s is te n te s à in fe c ç ã o . A p re sen ça de ro e d o res su sc e p tív e is é, assim , um dos fa to re s ca p a a e s de e n tr e te r a e p izo o tia. A êste p ro p ó sito v a le m e n c io n a r os tra b a lh o s fe ito s n o I r ã e n a R ú ssia sô b re o fe n ô m e ­ n o d a re s is tê n c ia e sp e cífica de roedores silv estres, s u a im p o rtâ n c ia n a m a n u te n ç ã o d a d o e n ç a e tra n s m is s ã o à s espécies su s­ c e p tív e is (3 ).

SUMMARY

The susceptibility of wild rodents to the infection w ith

P a s te u re lla p estis

is studied. The rodents were originated from a non-endem ic area in the State

of Pernambuco-Brasil. Ali the rodents were considered susceptible to th e in f­

ection.

B IB L IO G R A FIA

1. BAHM ANYAR, M . — R e c h e rc h e s su r 1’epid em io lcg ie de la p e ste a u B résil. E ig h t In te r n a tio n a l C ongresses on T ro p ic a l M edicine a n d M a la ria . T e- h e r a n — I r a n . A b stra c ts a n d R eview s — 551-553, 1968.

2. BAHMANYAR, M. — In fo rm a ç ã o p e s ­ so a l. 1967.

3. BALTAZARD, M. — T h e c o n se rv a tio n of p la g u e in in v e te r a te foci. J. Hyg. E p id e m . M icrobiol. & Im m u n o l., 8: 409-421, 1964.

4. BARRERA, J . M . — R e la tó rio sôbre a p e ste n o B ra s il. B ra sil 1-30, HCO:

774: 80, 1960.

5. HO LD EN D RIED , R., a n d QUAN, S. F. — S u sc e p tib ility of New M exico r o ­ d e n ts to e x p e rim e n ta l p la g u e . P u b l. H e a lth R e p ., 71: 979-984, 1965. 6. L IT C H FIE L D , J . T . & W ILCO XO N,

F . — A s im p lifíe d m e th o d of e v a lu a

-tin g dose e ffe c t e x p e rim e n ts. J. P h a rm a c o l. & E x p . T h e ra p . 96: 99- 113, 1949.

7. MELLO, D . A. - S u sc e p tib ilité de

R attus norvegicus

e t

Rattus rattus

■frugivurus

de la ville de R ecife à la

Pasteurella pestis.

R ev. Soc. B ras. M ed. T ro p . 2: 127-132, 1968.

8. M ELLO, D . A. — V iru len ce des sou-

nhes de

Pasteurella pestis

isolées en

P e rn a m b u c o (B ré s il). R ev. In s t. M ed . T ro p . S ão P a u lo . 11: 111-114, 1969.

9. MELLO, D . A. - D ad cs em p u b lic a ­ ção.

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