UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FíSICA DE SÃO CARLOS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA E INFORMÁTICAIHGFEDCBA
" S h o t N o i s e "
D e p e n d e n t e
d e
S p i n
e m
S i s t e m a s
c o m
T u n e l a m e n t o :
M o d e l o
S e m i c l á s s i c o
FERNANDO GRACIANO DE BRITO*gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
D i s s e r t a ç ã o a p r e s e n t a d a a o I n s t i t u t o d e F í s i c a d e S ã o C a r l o s , c o m o p a r t e
d o s r e q u i s i t o s p a r a a o b t e n ç ã o d o t í t u l o d e " M e s t r e e m C i ê n c i a s - Á r e a :
F í s i c a B á s i c a " .
ORIENTADOR:
PROF. DR. JOSÉ CARLOS EGUES DE MENEZES
São Carlos
Abril - 2000ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
,
Brito, Fernando Graciano de.
"Shot Noise" em Sistemas com Tunelamento: Modelo
Semi-clássico/Fernando Graciano de Brito.-São Carlos, 2000.
77 p.
Dissertação (Mestrado )-Instituto de Física de São Carlos, 2000.
Orientador: Prof. Dr. José Carlos Egues de Menezes
1. Semicondutores magnéticos. 2. Flutuações de spin. 3. Espalhamento
dependente de spin. I. Título.ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
F o n e ( 0 1 6 ) 2 7 3 - 9 3 3 3 F a x ( 0 1 6 ) 2 7 2 - 2 2 1 8
A v . D r , G a r lo s B o t e lh o , 1 4 6 5 G E P 1 3 5 6 0 - 2 5 0 - S ã o G a r lo s - S F B r a s il
MEMBROS DA COMISSÃO JULGADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE FERNANDO GRACIANO DE BRITO APRESENTADA AO INSTITUTO DE FíSICA DE SÃO
CARLOS, DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, EMutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA13DE ABRIL DE 2000
P r a f a . O r a . B e lit a K a ille r / U F R J
E m a il: w la d e r e z @ if . s c . u s p . b r
À
gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAL u c i a n a ," A a u s ê n c i a d i m i n u i a s p a i x õ e s m e d í o c r e s e a u m e n t a a s g r a n d e s ,
a s s i m c o m o o v e n t o a p a g a a s v e l a s , m a s a t i ç a a s f o g u e i r a s . "
A n ô n i m o
" N ã o p r e c i s o m e d r o g autsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAr p a r a s e r um g ê n i o , n ã o p r e c i s o s e r um g ê n i o p a r a s e r h u m a n o ,
m a s p r e c i s o d o s e u s o r r i s o p a r a s e r f e l i z ."
C h a r l e s C h a p l i n
A o o r i e n i a d o r ,
" O M e s t r e n a a r t e d a v i d a f a z p o u c a d i s t i n ç ã o e n t r e o s e u t r a b a l h o
e o s e u l a z e r , e n t r e a s u a m e n t e e o s e u c o r p o , e n t r e s u a e d u c a ç ã o e a s u a r e c r e a ç ã o , e n t r e o s e u a m o r e a s u a r e l i g i ã o . E l e s i m p l e s m e n t e p e r s e g u e s u a v i s ã o d e e x c e l ê n c i a e m t u d o q u e f a z , d e i x a n d o p a r a o s
o u t r o s a d e c i s ã o d e s a b e r s e e s t á t r a b a l h a n d o o u s e d i v e r t i n d o .
E l e a c h a q u e e s t á s e m p r e f a z e n d o a s d u a s c o i s a s s i m u l t a n e a m e n t e . "
A g r a d e c i m e n t o s
gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAN ã o p r e t e n d outsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAme e s t e n d e r m u i t o n e s t a p a r t e p o i s , s e e u q u i s e r s e r j u s t o n o s a g r a d e c i -m e n t o s , t a l v e z g a s t e m a i s t e m p o d o q u e l e v e i p a r a e s c r e v e r e s t a d i s s e r t a ç ã o . C o n t u d o n ã o p o s s o d e i x a r d e m e n c i o n a r a l g u n s n o m e s q u e me a j u d a r a m a e s c r e v e r a s p á g i n a s d e m a i s e s t a v i t ó r i a .
À D e u s , p e l a p r e s e n ç a c o n s t a n t e em m i n h a v i d a .
C o m o n ã o p o d e r i a d e i x a r d e s e r , q u e r o a g r a d e c e r à t o d a m i n h a f a m í l i a q u e s e m p r e e s t e v e p r e s e n t e , p r i n c i p a l m e n t e : m e u p a i S i d n e y , m i n h a m ã e N e i d e e m e u i r m ã o A l e x a n d r e .
A o m e u o r i e n i a d o r , P r o ] . E g u e s , p e l a d e d i c a ç ã o e p a c i ê n c i a q u e t e v e c o m i g o a o l o n g o d e s t e s a n o s . E p r i n c i p a l m e n t e p o r a c r e d i t a r em m i m m a i s d o q u e e u m e s m o .
A o S r . M i l t o n e D . I r a c y p o r t o d o o t i p o d e a j u d a . C o m c a r i n h o , a g r a d e ç o m e u t i o V a l d e c i r p e l a s v á r i a s m u d a n ç a s .
A o s p r o f e s s o r e s d o I F S C , L i d é r i o , O n o d y , R o g é r i o e E g u e s , p e l o s q u a i s t e n h o u m a e n o r m e a d m i r a ç ã o . A o s p r o f e s s o r e s d a U N E S P d e R i o C l a r o : D i m a s , A l d o , E r o i n o , M a k o t o , R e n e e L a g o s ; em e s p e c i a l a o p r o f e s s o r J o s é C a m p a n h a ( m e u o r i e n t a d o r d e i n i c i a ç ã o c i e n t í f i c a ) p o r t e r s i d o u m g r a n d e a m i g o .
D e R i o C l a r o , n ã o p o d e r i a d e i x a r d e a g r a d e c e r a o S r . R o m i l d o Z a n e l a t t o e s u a e s p o s a D . D a r c y , p e l o c a r i n h o q u e t i v e r a m c o m i g o .
A g r a d e ç o a t o d o s a q u e l e s q u e me a j u d a r a m d e f o r m a m a i s d i r e t a n o d e s e n v o l v i -m e n t o d e s t e t r a b a l h o , em p a r t i c u l a r : o c o l e g a d e g r u p o H e n r i q u e ( p o r c e d e r o m i c r o e o u t r o s a p o i o s ) , Z é P a u l o e M a r c o n i ( p e l a a j u d a c o m o M a p l e ) , M a r c e l i n h o ( p e l a a j u d a c o m o s g r á f i c o s e t r a n s p a r ê n c i a s ) e M á r c i o ( p e l a a j u d a c o m o l a t e x ) .
G o s t a r i a d e a g r a d e c e r d e f o r m a e s p e c i a l m i n h a e s p o s a e a m i g a L u c i a n a , s e m p r e p r e s e n t e em t o d o s o s m o m e n t o s , p r i n c i p a l m e n t e n o s m a i s d i f í c e i s .
P a r a f i n a l i z a r , a g r a d e ç o a o s f u n c i o n á r i o s d o I F S C , s e m p r e d i s p o s t o s a n o s a j u d a r .
R e s u m o
utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBANeste trabalho investigamos pela primeira vez flutuações dependentes de spin
em correntes eletrônicas polarizadas através de estruturas magnéticas. Nosso
sis-tema físico consiste de uma heteroestrutura com tunelamento ressonante formada
por um poço ou "ponto" quântico contendo Mn, confinado entre duas barreiras de potencial. Usamos um modelo semiclássico baseado em equações de taxa para cal-cular as ocupações dos estados ressonantes up e down. Estas equações são derivadas de uma equação mestra que descreve a probabilidade de ocupação dos estados de
spin em um dado tempo. Funções correlação corrente-corrente são expressas em
termos das funções correlaçãogfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAh o p - h o p (associadas
à
transições entre os níveisresso-nantes up e down) e o s h o t n o i s e dependente de spin é determinado em termos da
matriz variância do sistema, também derivada da equação mestra. Quando
consi-deramos um feixe polarizado e tempos distintos (TH
i=
T -lt), podemos obter ambas"correlações positivas" ( ( ó n tó n .j.) 2: O) e / o u "negativas" ( ( ó n tó n Ú
S;
O) no nosso modelo. A generalização e reinterpretação do modelo de ilhas nos possibilitou (i)investigar flutuações dependentes de spin em correntes polarizadas; (ii) observar
A b s t r a c t
utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAIn this work we investigate for the first time spin-dependent fluctuations in
spin-polarized electronic currents through magnetic structures. Our physical mo del
consists of a resonant-tunneling heterostructure formed by a Mn-based quantum well
or "point", confined between a double-barrier potential. We used a semiclassical
mo del based on rate equations to calculate the occupations of thegfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAs p i n - u p and s p i n
-d o w n resonant states. These equations are derived from a master equation describing
the probability of occupation of the spin states at a given time. Current-current
correlation functions are expressed in terms of h o p - h o p correlation functions (for
hops between islands representing the up and down states) and the spin-dependent
s h o i n o i s e is determined in terms of the variance matrix of the system; also derived
from the master equation. When we consider a polarized beam and distinctive timesZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
( T t.) . -= I T .) .t) , we can obtain both "positive correlations" ( ( ó n tó n .j.) 2':
O)
a n d "negative correlations" ( ( ó n tó n .j.)S O)
in our mo del. The generalization and reinterpretation of the island model allowed us (i) to investigate dependent fluctuations inspin-polarized electronic currents; (ii) to observe enhancement and suppression of shot
S u m á r i o
1 I n t r o d u ç ã outsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1
2 M o d e l o S e q ü e n c i a l p a r a S i s t e m a s D e p e n d e n t e s d e S p i n
2.1 Equações de Taxa .
2.1.1 Solução analítica exatagfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(T t.j.
=
T .t.t) . 2.1.2 Solução analítica aproximadaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAT t.j. = I- T .t.t2.2 Equação Mestra.
2.3 Variâncias . . . .
2.3.1 Caso analítico exato (T t.j. = T .t.t)
2.3.2 Caso exato para T t.j. = I- T .t.t e
N
t = 1,N
i = 1 . 2.3.3 Caso analítico aproximado (T t.j. = I- T U )1 2 12 14 18
20
21 2425
28
3 S h o t N o i s e D e p e n d e n t e d e S p i n
3.1 Full Shot Noise e Flutuações da Corrente
3.2 Corrente Dependente do Tempo
3.3 Funções Correlação .
3.4 Shot Noise Dependente de Spin
3 2
32 34
36
39
4 D i s c u s s ã o
Casos Limites 42 42
47
53
4.1 4.2 4.3Resultados (T t.j. f:- T .t.t) Validade ?as Aproximações
5 C o n c l u s ã o 5 5
A Cálculo Numérico das Equações de Taxa
B Linearização das Equações de Taxa
C Demonstração da Equação Mestra
D Dedução das Equações de Taxa
E Cálculo das Funções Correlação
Referências BibliográficasZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1 1
57
5 9
63
68
71
L i s t a
d e
F i g u r a s
1.1
utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAPerfil das bandas de condução para uma dupla barreira .3
1.2
Gráficos experimentais da "potência espectral"S(
w)
=
Si
4
1.3
Modelo com tunelamento ressonante (coerente)5
1.4
Gráfico dogfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAs h o t n o is e para o modelo de uma única ilha
6
1.5
Tunelamento ressonante em um sistema com dupla barreira.8
1.6
Modelo semiclássico do sistema de tunelamento ressonante10
2.1
Modelo semiclássico do sistema de tunelamento ressonante13
2.2
Comportamento de nt ( t) e n - l-(t) para o caso exato ( T H=
T U )17
2.3
Evolução de nt ( t) e n - l-( t) exatos e aproximados19
2.4
Gráfico da variância cruzada analítica e exata27
2.5
Gráficos da variância cruzada para TH e T-l-tdiferentes31
4.1
Diagramas reproduzindo o modelo de uma única ilha.43
4.2
Gráficos do fator de Fano para o modelo de uma única ilha44
4.3
Diagramas no qual obtem-se atenuação adicional do s h o t n o is e45
4.4
Gráfico da atenuação do s h o t n o is e no modelo de duas ilhas46
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"
4.5
Fator de Fano para a configuração de máximo espalhamento47
4.6
Diagramas do s h o t n o is e normalizado pela corrente referência.50
4.7
Gráficos do s h o t n o is e normalizado com a corrente de referência.51
4.8
Gráficos do fator de Fano referência para TH e T-l-tdiferentes.53
4.9
Gráficos comparando a corrente média e o s h o i n o i s e54
Capítulo
1
Introdução
yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAA com binação de sem icondutores com m ateriais m agnéticos em escala m esoscópica
originando estruturas sem icondutoras híbridas faz com que efeitos dependentes de
spin e/ou graus de liberdade de spin tornem -se relevantes. Prova disso é a em ergente
área de eletrônica em sem icondutores, denom inada "eletrônica de spin" ou
"spin-tronics" [1], [2] a qual poderá eventualm ente substituir a eletrônica convencional no
futuro. N a eletrônica convencional os dispositivos são baseados em efeitos
decor-rentes da carga do elétron. N a eletrônica de spin (spintronics) o spin do elétron (em
vez da sua carga) passa a ser o principal agente responsável pelo arm azenam ento de
inform ações e transporte.
Investigações teóricas e experim entais em spintronics V Isam além de resolver
questões ainda em aberto 1 verificar se a fabricação de dispositivos baseados nos
efeitos dependentes do spin do elétron m elhoram a perform ance dos dispositivos
baseados nos sem icondutores tradicionais. A área de spintronics tam bém inclui
novos cam pos de estudo tais com o "com putação quântica" e "dispositivos
não-voláteis" (não-voláteis significa que a m em ória é m antida m esm o quando a potência
do dispositivo é desligada), sendo que a com putação quântica tem sido um a das
áreas m ais ativam ente estudadas nos últim os anos [5].
M otivados pela crescente im portância das pesquisas de fenôm enos dependentes
1E norm es esforços foram em pregados para se conseguir a injeção de correntes polarizadas em
sem icondutores [3], [4].CBA
1
Introdução
yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA2de spin e possíveis aplicações práticas destes estudos, aqui investigam os pela prim eira vezZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAs h o t n o i s e dependente de spin. D e form a geral, flutuações ou ruído ( n o i s e ) são
variações espontâneas ou desvios aleatórios de quantidades físicas no tem po em
relação a algum valor m édio constante. E stas flutuações ocorrem , por exem plo,
de-vido ao m ovim ento térm ico da m atéria e a discreteza da sua estrutura. S h o t n o i s e
é o ruído gerado por flutuações dependentes do tem po na corrente elétrica devido à
discreteza da carga elétrica.
o
ruído pode ser considerado com o um "incôm odo" ou com o um a grande fontede inform ações, N o prim eiro caso deseja-se elim iná-lo; no segundo investigá-lo, São
várias as fontes de ruído, algum as passíveis de elim inação graças aos avanços
tecno-lógicos, outras no entanto são inerentes ao sistem a. Por exem plo, a feqíiências m uito
baixasCBA(JCBA- - - t O) o ruído 1/
f
se faz presente com grandes contribuições; em temperatu-ras diferente de zero, flutuações térm icas são um a inevitável fonte de ruído (therm al noise). A agitação térm ica faz flutuar o núm ero de ocupação dos estados do sistem a.
O utra fonte de ruído é o s h o t n o i s e . D e m odo diferente do ruído térm ico, para
investigar o s h o t n o i s e tem os que considerar o transporte dinâm ico (corrente
de-pendente do tem po) .do sistem a. Investiga-se s h o t n o i s e com o objetivo de obter
inform ações não contidas na corrente m édia do sistem a.
Particularm ente interessante é o estudo do s h o t n o i s e em sistem as com
tunela-m ento ressonante. N a Fig. 1.1 tem os um poço quântico entre duas barreiras de
potencial. E stas barreiras surgem devido às descontinuidades no potencial "visto"
pelos elétrons de condução, originadas pela deposição de m ateriais diferentes na
es-trutura (em geral crescim ento por "rnolecular beam epitaxy"; M B E ), por exem plo
G aA s intercalado com A IG aA s. O s níveis do poço são discretos. A aplicação e
variação do potencial externo V faz com que as barreiras se "inclinem "
possibilitan-do o alinham ento, entre o em issor (região dopada tipo-ri, doadora de elétrons) e os
estados discretos -do poço.
1
Introdução
NMLKJIHGFEDCBA 3b a r r e i r a s b a r r e i r a s
~
'-
~'-poço
E o poço
EMISSOR
COLETOR E o
&F &F
&F
e v t
&F( a )
( b )
b a r r e i r a s
~
'-b a r r e i r a s
~
'-&F &F poço
<vI
&F'v
I
( c )
( d )
F i g u r a 1 . 1 : P e r f i l d a s b a n d a s d e c o n d u ç ã o p a r a u m a d u p l a b a r r e i r a c o m t u n e l a m e n t o
r e s s o n a n t e . C a d a f i g u r a c o r r e s p o n d e a u m l i m i t e d e v o l t a g e m a p l i c a d a : ( a ) v o l t a g e m z e r o ,
( b ) i n í c i o d a r e s s o n â n c i a , ( c ) r e s s o n â n c i a e ( d ) f o r a d a r e s s o n â n c i a . A s á r e a s h a c h u r a d a s
r e p r e s e n t a m o " m a r d e F e r m i " n o e m i s s o r e c o l e t o r . O e m i s s o r e o c o l e t o r s ã o r e g i õ e s
d o p a d a s t i p o - n o EF é a e n e r g i a d e F e r m i n o e m i s s o r e c o l e t o r e V a v o l t a g e m a p l i c a d a . E o
é o n í v e l d e e n e r g i a m a i s b a i x o d e n t r o d o p o ç o .
d o s e l é t r o n s d o e m i s s o r c o i n c i d e m c o m a e n e r g i a d e u m o u m a i s n í v e i s d i s c r e t o s d o
p o ç o . D e s s a f o r m a t e r e m o s c o r r e n t e c o m e ç a n d o a f l u i r q u a n d o
Eo
a t i n g i r o n í v e l d eF e r m i êF n o e m i s s o r ( F i g . 1 . 1 ( b ) ) , i n d i c a n d o o i n í c i o d a r e s s o n â n c i a . A c o r r e n t e
a t i n g e s e u v a l o r m á x i m o q u a n d o
Eo
p a s s a a t r a v é s d o m a r d e F e r m i n o e m i s s o r ( F i g .1 . 1 ( c ) ) c o n f i g u r a n d o o t u n e l a m e n t o r e s s o n a n t e e d i m i n u i q u a n d o
Eo
c a i a b a i x o d ab a n d a d e c o n d u ç ã o d o e m i s s o r ( F i g . 1 . 1 ( d ) ) i n d i c a n d o q u e o n í v e l e s t á f o r a d a r e s
1
Introdução
CBA 4yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBALiZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe t a i . [9] investigaram o ruído em estruturas de dupla-barreira com
tunela-m ento ressonante abaixo de 10 kH z. M edidas sistem áticas da densidade espectral
do ruídoCBAS (w ) em três am ostras com diferentes espessuras das barreiras (a 4.2 K )
foram efetuadas. N a Fig. 1.2 (a) tem os o "ruído" S i = S (w ) m edido por Li e t a i . em
term os da voltagem V e freqüência f (w = 2 1 T 'f) . O ruído norm alizado ou fator de
Fano I = S ; j 2 e I em função da corrente m édia I é m ostrado na Fig. 1.2 (b). A Fig.
(a)
1.
o.
•l~
• . . . .
rB
o.
•
•
I ,
..
~.
..
.'
.-..
...\
....
• ' 'f'~\o
II .•• ;, ••••
Ii ,~••,
II ",fI
I "I'
~~"~
. . .
o.
(b)
Figura 1.2: G ráficos da "potência espectral" S (w ) = S i obtidos através de m edidas
experim entais (Li e t a lo [9]). O gráfico (a) m ostra que no regim e acim a de 1 kH z S i
independe da freqüência f e abaixo de 1kH z há. um a grande contribuição do ruído 1/t
-N o grá.fico (b) S i / 2 e I n o r m é plotado contra I / I n o r m ( I n o r m é um fator de norm alização)
na região de tunelam ento ressonante. A linha contínua indica o resultado teórico para o "full shot noise" ( 2 e I ) . N o "inset" em (b), S i / 2 e I é plotado em term os de T e / T e . Para
T e / T e da ordem de 1,o ruído é atenuado a 1/2 do "full shot noise".
1.2 (a) m ostra, que no lim ite
f
- + O o ruído 1/f
dom ina o espectro de S i, enquantono regim e entre 1kH z e 4kH z o ruído independe da freqüência
f.
O com portam entode S ; j 2 e I na região de tunelam ento ressonante em term os de T e / T e está resum ido
1
Introdução
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 5Si/2el ~
1 p a r a b a r r e i r a s e x t r e m a m e n t e a s s i m é t r i c a s eSd2el ~
0 . 5 p a r a " b a r r e i r a ss i m é t r i c a s " .
Ou
s e j a , oshot noise
é a t e n u a d o p a r a c o n f i g u r a ç õ e s a p r o x i m a d a m e n t es i m é t r i c a s .
D a v i e s
et al.
[ 6 ] e n t r e o u t r o s [ 7 ] e s t u d a r a m oshot noise
p a r a e l é t r o n s e m s i s-t e m a s c o m t u n e l a m e n t o r e s s o n a n t e a t r a v é s d e d u p l a b a r r e i r a . E m [ 6 ] , o
shot noise
n í v e l
r e s s o n a n t e
e V
E M I S S O R
N-n
g=-'te
COLETaR
C O L E T O R
F i g u r a 1 . 3 : M o d e l o c o m t u n e l a m e n t o r e s s o n a n t e ( c o e r e n t e ) a t r a v é s d e d u p l a - b a r r e i r a e
o m o d e l o s e m i c l á s s i c o a d o t a d o p a r a r e p r e s e n t a r e s t e s i s t e m a . N é o n ú m e r o m á x i m o d e e l é t r o n s n a i l h a c e n t r a l e o i n t e i r o n é o n ú m e r o d e e l é t r o n s e m u m d a d o i n s t a n t e
t.
Ae n t r a d a e s a í d a d e e l é t r o n s n a i l h a s ã o d e s c r i t a s p e l a s t a x a s d e g e r a ç ã o
(g)
e r e c o m b i n a ç ã o(r).
Te e Te i n d i c a m a p r o b a b i l i d a d e p o r u n i d a d e d e t e m p o d o e l é t r o n s a l t a r d o e m i s s o r p a r a a i l h a e d a i l h a p a r a o c o l e t o r , r e s p e c t i v a m e n t e .f o i i n v e s t i g a d o v i a m o d e l o q u â n t i c o o u " c o e r e n t e " , o q u a l b a s e i a - s e n a r e s o l u ç ã o
1
Introdução
CBA 6yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAatravés das barreiras, e via m odelo sem iclássico ou "seqüêncial", o qual usa um a
descrição clássica baseada em equações de taxa deduzidas de um a equação m estra
para representar o tunelam ento dos elétrons. O s resultados encontrados para oZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAs h o t
n o i s e , na configuração de ressonância da Fig. 1.3, usando am bos os m odelos foram
idênticos. A Fig. 1.3 m ostra os m odelos quântico e clássico utilizados na R ef.[6].
D avies e t a i . [6] m ostraram que o s h o t n o i s e em sistem as com tunelam ento
resso-nante está diretam ente relacionado à variância ( v a r ) do núm ero de elétrons no nível
ressonante, ou seja,CBA
s (w ----t O )= _5_ = 1- ~ 4 TeTe = 1- 2v a r ( n ) . )
2 e ( I ) 2 ( T e + T e ) 2 N (1.1
A Fig. 1.4 m ostra o com portam ento de (1.1) plotado em term os de ( T e / T e ) O U dos
coeficientes de transm issão ( T e /T e ) , (Fig. 3 de [6]), em que o s h o t n o i s e é atenuado
S
=S/2tl
0.8
0.7
0.6
0.5
- 4
-2
O
2
lOglD(T,/~)
or loglo(t,/tt)
4
Figura 1.4: G ráfico do s h o t n o i s e de ( 1 . 1 ) (linha sólida) para o m odelo de um a única ilha
de D avies e t a l.[6 ](F ig . 3) e dados experim entais (círculos cheios) obtidos por L i e t a l.[9 ],
plotados em term os de ( T e / T e ) O U dos coeficientes de transm issão ( T e / T e ) . V em os que o
s h o t n o i s e norm alizado pelofu ll s h o t n o i s e é atenuado a um m ínim o de 0.5, no lim ite onde os coeficientes de transm issão são iguais para as duas barreiras.
a um m ínim o da m etade do [u ll s h o t n o i s e , no lim ite onde a estrutura da Fig. 1.3 é
I
sim étrica com coeficientes de transm issão iguais para as duas barreiras.
T am bém utilizando um m odelo de tunelam ento seqüêncial, E gues e t a i .[8]
1
Introdução
yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA7baixas freqüências em sistem as com o o da Fig. 1.3 com espalham ento interno, ou
seja, supondo que o elétron no nível ressonante é espalhado. D evido ao processo
de espalham ento interno, verificou-se um a atenuação adicional doZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAs h o t n o i s e ( 0 . 4 5 )
abaixo daquela obtida em [6J (0.5).
N esta dissertação generalizam os o m odelo de duas ilhas centrais com
espalha-m ento interno da R ef.CBA[ 8 J para tratar de sistem as com correntes polarizadas
(cor-rentes com spin definido). Estendem os o m odelo em [ 8 J (i) considerando dois canais
injetores de spin com taxas 9t e 91. conectando o em issor às ilhas centrais e (ii)
perm itindo taxas de "espalham ento interno" distintas. N o nosso m odelo processos
de "espalham ento interno" representará processos de "spin-flip" entre as ilhas-up
e dow n. A inclusão do segundo canal injetor de elétrons possibilita a descrição de
sistem as com correntes polarizadas. O ponto (ii) é fundam ental para m odelos
re-alísticos de fenôm enos dependentes de spin em sem icondutores m agnéticos. A taxa
de transição spin-up - + spin-dow n é na verdade m uito diferente da taxa spin-dow n
- + spin-up na presença de um cam po m agnético externo, com o m ostrado em [10].
A ssim , podem os investigar a corrente e o ruído polarizados em heteroestruturas
sem icondutoras m agnéticas com tunelam ento ressonante dependente de spin, por
exem plo.
N osso m odelo físico consiste de um poço quântico contendo M n confinado entre
duas barreiras de potencial. N a Fig. 1.5 vem os com o este tipo de sistem a é
re-presentado. A voltagem aplicada pode ser escolhida de form a que apenas um nível
no poço fique ressonante. O s elétrons de condução interagem com os spins do M n
(spin-5/2) (alinhados devido a aplicação do cam po m agnético externo) através da
interação de troca s p - d , gerando um potencial dependente de spin. Esta interação é
baseada no H arniltoniano de troca [11]
(1.2)
ondeCBAJ (f'
- R
j) é a constante de troca descrevendo a interação entre um elétron decondução em f ' e os elétrons d do M n,
-a
eS k
são o operador de spin do elétron em. J
1
Introdução
TSRQPONMLKJIHGFEDCBA 8-B
p o ç o c o n t e n d o
M n
x
COLETaR
F i g u r a 1 . 5 : T u n e l a m e n t o r e s s o n a n t e e m u m s i s t e m a c o m d u p l a b a r r e i r a c o n t e n d o M n . N o
r e g i m e
eV
»
kBT
o s e l é t r o n s n ã o c o n s e g u e m t u n e l a r d e v o l t a d o c o l e t o r p a r a o s e s t a d o sr e s s o n a n t e s , e d o s e s t a d o s r e s s o n a n t e s p a r a o e m i s s o r , u m a v e z q u e o e m i s s o r f u n c i o n a
c o m o u m r e s e r v a t ó r i o d e e l é t r o n s , e s t a n d o s e m p r e c h e i o . Q u a n d o u m c a m p o m a g n é t i c o é
a p l i c a d o , d e v i d o a p r e s e n ç a d e M n n o p o ç o , o n í v e l r e s s o n a n t e s e d e s d o b r a e m d o i s . C a d a
n í v e l s ó p o d e a c e i t a r e l é t r o n s c o m u m d e t e r m i n a d o s p i n .
t o d a s a s p o s i ç õ e s a l e a t ó r i a s d o m a n g a n ê s n a s u b r e d e d o s c á t i o n s . C o m a h i p ó t e s e
d e q u e t o d o s o s e l é t r o n s i n t e r a g e m c o m m u i t a s i m p u r e z a s d o M n , p o d e m o s f a z e r a
a p r o x i m a ç ã o d e c a m p o m é d i o e m ( 1 . 2 ) , s u b s t i t u i n d o
SR.
p o r(SR.)'
C o m o c a m p oJ J
m a g n é t i c o e x t e r n o a p l i c a d o a o l o n g o d a d i r e ç ã o d e c r e s c i m e n t o d a a m o s t r a ( e i x o
z),
t e m o s
(SR.) -
(Sz
z).
D e n t r o d a a p r o x i m a ç ã o d e c a m p o m é d i o , a s c o m p o n e n t e sx
Je y d o s s p i n s d o M n a n u l a m - s e . C o m t o d a s e s t a s c o n s i d e r a ç õ e s p o d e m o s e s c r e v e r
( 1 . 2 ) e m c a m p o m é d i o c o m o
H7x
M=
-(Sz)
âz
L
J(r - Rj).
Rj
D e a c o r d o c o m a i g u a l d a d e a c i m a e l é t r o n s c o m s p i n u p
(O-z
=
+ 1 / 2 ) e e l é t r o n s c o m1
Introdução
yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA9é a essência da física na qual fenôm enos dependentes de spin em sistem as contendo
M n se baseiam . D evido a esta diferenciada interaçâo ocorre o desdobram ento do
nível ressonante dentro do poço, com o nível superior da Fig. 1.5 aceitando som ente
elétrons com spin up e o nível inferior elétrons com spin dow n, por exem plo.
N o sistem a da Fig. 1.5 existe a possibilidade do elétron com spin up no nível
superior transicionar para o nível inferior, sofrendo inversão do seu spin (processo
"spin-flip"). U m possível m ecanism o para "spin-fiip" é a própria interaçãoZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAs -CBAd . A
teoria que rege o processo de "spin-flip" devido à im purezas m agnéticas encontra-se
abordada em [Ll]. A cham os conveniente descrevê-Ia aqui de form a suscinta, um a
vez que este processo será responsável por um a atenuação adicional do s h o t n o i s e .
O processo de "spin-flip" no sistem a da Fig. 1.5 ocorre, por exem plo, devido a
flutuações na interação de troca a cam po m édio. Estas flutuações são descritas de
acordo com o H am iltoniano, H l l u tCBA= H e x - H f x M , onde
H l l u t = -
L
J ( i - R j) [( S z , R j - ( S z ) )âz + ~ ( S l ts :
+ S ; r j â +) J .
(1.3)R j
O s term os responsáveis pelo processo de "spin-flip'' são aqueles fora da diagonal em
(1.3), ou seja, as com ponentes x , y que se anulam na aproxim ação de cam po m édio.
Em (1.3) estas com ponentes estão expressas em term os dos operadores S + , S -, â + e
â - . O s term os da diagonal não induzem o processo de inversão de spin, eles som ente
deslocam os níveis de energia. A ssim o H am iltoniano de "spin-flip" é
H s i --
t r = > :
s i+
H d o w n - t u ps i =- - ~2 '" " 'J ( ....~ r - R. . . •J· )( s + ~ -
li+
S -~ + )
( J " li ( J " •
J J
R j
N o m odelo seqíiêncial o fluxo de elétrons através das duas barreiras é im
agi-,
nado com o saltos clássicos ( h o p s ) , indicados na Fig. 1.6 pelas linhas azuis. O s dois
níveis ressonantes da Fig. 1.5 são representados por duas ilhas centrais na Fig. 1.6,
onde a ilha superior recebe som ente elétrons com spin up e a ilha inferior elétrons
1
Introdução
10XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAE M I S S O R f;= C O L E T O R
F i g u r a 1 . 6 : M o d e l o s e m i c l á s s i c o d o s i s t e m a d e t u n e l a m e n t o r e s s o n a n t e c o n t e n d o M n .
T o d a s a s t r a n f e r ê n c i a s p o s s i v e i s d e e l é t r o n s e s t ã o i n d i c a d a s p e l a s s e t a s i n d e x a d a s ; a s t a x a s
d e g e r a ç ã o
(g's)
e r e c o m b i n a ç ã o ( r ' s ) s ã o t a m b é m i n d i c a d a s . A i l h a - u p a c o m o d a n o m á x i m oNt e l é t r o n s c o m s p i n u p . A i l h a - d o w n p o d e c o n t e r n o m á x i m o N{. e l é t r o n s c o m s p i n d o w n . O s
inteiros
n t en{.
d e s c r e v e m o n ú m e r o d e e l é t r o n s c o m s p i n u p e s p i n d o w n ,r e s p e c t i v a m e n t e , e m u m d e t e r m i n a d o i n s t a n t e
t.
e m i s s o r o u a t r a v é s d o p r o c e s s o d e " s p i n - f l i p " e n t r e a s i l h a s . T o d a s a s p o s s í v e i s t r a n
-s i ç õ e -s -s ã o d e s c r i t a s p e l a s r e s p e c t i v a s t a x a s d e g e r a ç ã o ( g ' s ) e r e c o m b i n a ç ã o ( r ' s ) ,
m o s t r a d a s n a F i g . 1 . 6 . A s t a x a s d e g e r a ç ã o r e p r e s e n t a m a e n t r a d a d e u m ú n i c o
e l é t r o n n a s i l h a s , a u m e n t a n d o e m 1 o n ú m e r o
N
t o uN{.;
a s t a x a s d e r e c o m b i n a ç ã o r e p r e s e n t a m a s a í d a d e u m ú n i c o e l é t r o n d a s i l h a s , d i m i n u i n d o e m 1 o n ú m e r oN
to u
N{..
P o r c o n v e n i ê n c i a o s c a m i n h o s q u e o e l é t r o n p o d e p e r c o r r e r n a F i g . 1 . 6 e s t ã oi n d e x a d o s p o r u m d e t e r m i n a d o n ú m e r o . P o r e x e m p l o , n o c a m i n h o 1 - 3 - 6 t e m o s
a e n t r a d a d e u m e l é t r o n c o m s p i n u p n a i l h a - u p ( c a n a l 1 ) . D e v i d o o p r o c e s s o d e
" s p i n - f l i p ' ' e s t e e l é t r o n t e m o s e u s p i n i n v e r t i d o , p e r m i t i n d o a s s i m s u a e n t r a d a n a
i l h a - d o w n ( c a n a l 3 ) . F i n a l m e n t e , e s t e e l é t r o n c h e g a a o c o l e t o r c o m s p i n d o w n ( c a n a l
6 ) . M a i s a d i a n t e v e r e m o s q u e e s t e p e r c u r s o e m p a r t i c u l a r , c o r r e s p o n d e r á à s i t u a ç ã o
1
Introdução
11
yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAo
m odelo da Fig. 1.6 (um a extenão do m odelo de "ilhas" de [8]) possibilitatratar sistem as com correntes polarizadas. Estam os interessados no estudo doZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAs h o t
n o i s e dependente de spin. Q uerem os investigar o s h o t n o i s e quando consideram os
correntes polarizadas através do sistem a. M ais especificam ente querem os saber qual
a influência do processo de "spin-flip" (inversão de spin) na atenuação do s h o t n o i s e .
Para isso utilizam os equações de taxa para a ocupação das ilhas centrais, deduzi das
da equação m estra do sistem a. S h o t n o i s e é obtido em term os de funções correlação
reduzidas corrente-corrente. Estas por sua vez são obtidas em term os das variâncias
do núm ero m édio de elétrons nas ilhas. O s principais resultados obtidos neste estudo
foram : i) encontram os um a supressão adicional do s h o t n o i s e dependente de spin, ii)
verificam os que a corrente m édia e o s h o t n o i s e apresentam sensibilidades dife rentes
em relação ao processo de "spin-flip", iii) o nosso m odelo recupera resultados para o
m odelo de um a única ilha de D avies e i a l .[ 6 ] e para o m odelo de duas ilhas com
es-palham ento interno (em [8] tem os T i
=
T H=
Tl-t e um único canal ligando o em issoràs ilhas)e (iv) obtem os "correlações positivas" ( ( o n t o n . l . ) ~ O) em m odelos anteriores.
A organização da dissertação segue da seguinte m aneira. N o C apítulo 2
ex-ploram os o m odelo sem iclássico discutindo de form a detalhada as principais
ferra-m entas para o cálculo do ruído. São deduzi das e interpretadas as equações de taxa,
equação m estra e variâncias. N o C apítulo 3 discutim os o conceito de s h o t n o i s e e
apresentam os um a dedução aproxim ada do cham ado s h o t n o i s e c l á s s i c o (ou f u l l s h o t
n o i s e ) . Esta nos perm ite interpretar s h o t n o i s e em term os da variância do núm ero
de elétrons fluindo. A s funções correlação são definidas e apresentadas num a form a
conveniente, que será útil na obtenção do ruído. N o C apítulo 4 discutim os os
resul-tados obtidos para o s h o t n o i s e dependente de spin à freqüência zero. A nalisam os
a influência do processo de "spin-flip" nestes resultados e exploram os alguns casos
lim ites de interesse. A s principais conclusões sobre o estudo do s h o t n o i s e
depen-dente de spin são forneci das no C apítulo 5. Finalizam os o trabalho incluindo alguns
C a p í t u l o
2
M o d e l o
S e q ü e n c i a l
p a r a
S i s t e m a s
D e p e n d e n t e s
d e
S p i n
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAPara representarmos o sistema de tunelamento ressonante da Fig. 1.5, utilizamos o modelo seqüencial proposto por Luryi [12], em que as transições eletrônicas são imaginadas como seqüências de saltos (hops). Este modelo é válido em um regime no qual algum mecanismo de randomização de fase (em geral acoplamento elétron-fônon) está presente. O modelo semiclássico surgiu como um modelo alternativo ao quântico ou coerente proposto por Lesovik [13] e por Yurke e Kochanski [14]. Na Fig.2.1 mostramos novamente o esquema de ilhas adotado para representar as transições eletrônicas da Fig. 1.5. O número médio de ocupação nas ilhas-up e down da Fig. 2.1, no instanteZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAt , são descritos por equações de taxa clássicas (Seção 2.1). Estas equações podem ser deduzi das da equação mestra do sistema (Seção
2.2) descrevendo a evolução temporal da probabilidade de ocupação das ilhas.ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAA
flutuação da ocupação média nas ilhas é obtida através das variâncias calculadas na Seção 2.3.
12
2 . 1
E q u a ç õ e s d e T a x a
E M I S S O R C O L E T O R
2 M o d e l o S e q ü e n c i a l p a r a S i s t e m a s D e p e n d e n t e s d e
Spin
13
F i g u r a 2 . 1 : M o d e l o s e m i c l á s s i c o d o s i s t e m a d e t u n e l a m e n t o r e s s o n a n t e c o n t e n d o Mn. T o d a s a s t r a n f e r ê n c i a s p o s s i v e i s d e e l é t r o n s e s t ã o i n d i c a d a s p e l a s s e t a s i n d e x a d a s ; a s t a x a s
d e g e r a ç ã o ( g ' s ) e r e c o m b i n a ç ã o ( r ' s ) s ã o t a m b é m i n d i c a d a s . A i l h a - u p a c o m o d a n o m á x i m o
N
t e l é t r o n s c o m s p i n u p . A i l h a - d o w n p o d e c o n t e r n o m á x i m oN{.
e l é t r o n s c o m s p i nd o w n . O s inteiros n t e n{. d e s c r e v e m o n ú m e r o d e e l é t r o n s u p e d o w n , r e s p e c t i v a m e n t e , e m u m d e t e r m i n a d o i n s t a n t e t .
u p e n q u a n t o q u e a i l h a i n f e r i o r e l é t r o n s c o m s p i n d o w n . A s t r a n s i ç õ e s e l e t r ô n i c a s
d e p e n d e n t e s d e s p i n n a F i g . 1 . 5 , o u s e j a , a q u e l a s a t r a v é s d a s b a r r e i r a s e s q u e r d a e
d i r e i t a e e n t r e o s e s t a d o s d e s p i n n o p o ç o , e s t ã o a s s o c i a d a s c o m o s p o s s í v e i s s a l t o s
( h o p s ) c o n e c t a n d o o e m i s s o r , o c o l e t o r e a s i l h a s c e n t r a i s n a F i g . 2 . 1 . I n ú m e r a s
c o n f i g u r a ç õ e s p o d e m s e r e s t u d a d a s a t r a v é s d e s t e m o d e l o d e i l h a s . P o r e x e m p l o ,
p o d e - s e p e r m i t i r s o m e n t e a s a í d a d e e l é t r o n s u p d o e m i s s o r f e c h a n d o - s e o c a n a l g{.
( c a n a l 5 ) . O u p e r m i t i r s o m e n t e a e n t r a d a d e e l é t r o n s d o w n n o c o l e t o r , f e c h a n d o - s e o
c a n a l r c t ( c a n a l 2 ) . O u t r a s p o s s i b i l i d a d e s s e r ã o d i s c u t i d a s n o C a p í t u l o 4 . O s c a n a i s
s ã o " f e c h a d o s " t o m a n d o - s e o l i m i t e d o r e s p e c t i v o T
-+
0 0 . E s t e p r o c e s s o d e " f e c h a r "o s c a n a i s f i s i c a m e n t e e q u i v a l e a t i r a r o n í v e l r e s s o n a n t e d a r e s s o n â n c i a . F a z e m o s
2 M o d e l o S e q ü e n c i a l p a r a S i s t e m a s D e p e n d e n t e s d e S p i n 1 4zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA impedir que os elétrons possam tunelar elasticamente para dentro dos níveis
resso-nantes ou dos níveis ressoresso-nantes para o coletor. OsZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAT ' S que aparecem nas taxas de
geração ( gMLKJIHGFEDCBAIs) e recombinação ( r Is) da Fig. 2.1 indicam a probabilidade do elétron
tunelar por unidade de tempo. Por exemplo, a probabilidade por unidade de tempo que um elétron up no emissor salte para dentro do nível up não ocupado no poço é representada por T e t , e pode ser calculada através da "regra de ouro" de Fermi. Os fatores (Nt - nt), (Nt - n t ) e (nt), ( n . d que aparecem nas taxas de geração e recombinação, respectivamente, decorrem dos fatores de Fermi.
As equações de taxa descrevem a variação do número médio de elétrons nas ilhas em um determinado instante t e podem ser escritas diretamente da Fig. 2.1; posteriormente estas serão deduzi das a partir da equação mestra. Por exemplo, a variação no tempo do número de elétrons na ilha-up é dada pelo número de elétrons que entram e saem desta ilha. A entrada de elétrons up na ilha-up é governada pelas taxas gt e g i e a saída pelas taxas rct e ri. Para a entrada e saída de elétrons down da ilha-down o raciocínio é análogo. Dessa forma temos as seguintes equações de taxa
~nt ( t)ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA=
N
t - nt ( t) _ nt ( t)+
n t ( t)[N
t - nt ( t) ] _ nt ( t) [ N t - n t ( t) ] ( 2 .1 )d t T e t T c t Ttt Ttt
~ n t ( t) = Nt - n d t) _ n t (t) _ n d t)
[N
t - nt (t)]+
nt ( t) [Nt - n t (t)] . ( 2 .2 )d t Td T c t Ttt Ttt
A solução analítica das equações (2.1) e (2.2) apresenta uma certa dificuldade, pois temos um termo não linear nt ( t) n t ( t) em cada equação. Quando TH = T H , os termos não lineares se cancelam e as soluções analíticas tornam-se possíveis. A seguir estudamos a solução analítica ( T H = T H ) , o caso linearizado com TH
#-
T H e a solução numérica exata com TH e T H quaisquer.2 . 1 . 1 S o l u ç ã o a n a l í t i c a e x a t a
(Ttt
= T U )Aqui consideramos o regime onde TH
=
T H=
T i . Neste regime nosso modelotorna-se exato (no sentido de obtermos soluções analíticas exatas para as equações de taxa) como. o~modelo estudado em [8]; a única diferença é que no nosso caso temos dois canais conectando o emissor às ilhas centrais. Determinamos inicialmente
d
d
a solução de estado estacionário (nt) e ( n t ) fazendo-se d t nt ( t) = d t n t ( t) = O em
2 M o d e l o S e q ü e n c i a l p a r a S i s t e m a s D e p e n d e n t e s d e S p i n 1 5zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(2.3)
(2.4)
As soluções de (2.3) e (2.4) sãoZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(nt)
=
T e tN t( T e .! .T iZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA+
T e .! .T i+
T e .! .T e .! .N t+
T e tT e .! .N .! .),
(Tet
+
Tet)(
T e .! .T i+
T e .! .T i+
T e .! .T c .l.N t)+
T e tT e tN .! .( T e .! .+
T e .! .)(2.5)
(2.6)
As equações (2.1) e (2.2) podem ser reescritas de uma forma mais simples em termos das variâncias ó n t ( t) e ó n d t) ,
d [ ó n t ( t) ] [ ó n t ( t) ]
d t ó n d t)
=
P ó n d t) ,onde
ó n dMLKJIHGFEDCBAt) = nt ( t) - (nt),
ó n .! . ( t) = n .! . ( t) - ( n .! .) ,
e
~Ti
)
__ 1 __ 1 _ ~ .
Te.\. T e . \ . Ti
(2.7)
Resolvendo-se as equações (2.1) e (2.2) sujeitas às condições iniciais nt (O) = N e n .j.(O)= M obtemos
2 Modelo Seqüencial para Sistemas Dependentes de Spin 16
em queZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
À _ P l lZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
+
P2 2 J ( P l l+
P2 2 ) 2 - 4 detP
± - 2
±
2 'são os dois autovalores da matriz P . As quantidades a ±, b + eC± são definidas como
À _ -MLKJIHGFEDCBAP1 1
a +
À _ - À +
,
b +P1 2
À _ - À +
,
c+ - b + ( n .j .) - a + ( n t ) , (2.10) 1 a:
+
a + ,- ( n t ) c + c + .
Como det
P
> O e P1 1+
P2 2 < O, podemos verificar que os dois autovalores À ± sãonegativos. Para t - + 00 nas equações (2.8) e (2.9), n t ( t) - + ( n t ) e n .j .( t) - + ( n .j .) . Isto significa que depois de uma flutuação aleatória dos elétrons em qualquer uma
das duas ilhas, o sistema tende a relaxar para o regime de estado estacionário.
A Fig. 2.2 mostra a evolução temporal de n t (t) e n .j .(t). Quando colocamos todos os T 'S iguais a 1 nas equações (2.8) e (2.9), as curvas para n t ( t) e n .j .( t)
coincidem (curva azul). Para T e .j .= T e .j .- + 00 (colocar T muito grande significa impedir que o elétron faça aquela respectiva transição) obtemos curvas distintas
para n t ( t) (curva verde) e n .j .( t) (curva vermelha).
O
diferente comportamento das curvas verde e vermelha evidencia o fato do número médio de elétrons n t ( t) na ilha-up, em um instante t , ser inferior ao número médio de elétrons n .j .( t) na ilha-down, neste mesmo instante t . Quando o regime de estado estacionário é atingidoas duas ilhas possuem o mesmo número médio de elétrons. As curvas azul, vermelha
e verde atingem o regime de estado estacionário no mesmo valor, 0.5. Isto é uma
caracteristica da configuração do modelo de uma única ilha. Ressaltamos que estes
comportamentos se alteram quando Tt.\.= I T.\.t. Desde que a ilha para onde o elétron é
espalhado não e~teja conectada ao coletor, o processo de 'spin-flip' não tem influência
no valor do estado estacionário alcançado (aqui generalizamos os resultados da ref.
[8], incluindo dois canais injetores de elétrons). Por outro lado vemos que para a
2
Modelo Seqüencial para Sistemas Dependentes
de Spin
17
1.0 0.9 0.8ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA--
~ 0.7o
.,.
c 0.6 ~--
a .c= 0.5
0.4
0.3
o
tup/down =tdown/up =t=1 I -- nup(t)=ndown(t) --n (t) u p --ndown(t) --n (t) u p --ndown(t)
2 3 4 5 6 7 8
t
9 10
F i g u r a 2 . 2 : C o m p o r t a m e n t o d e n t
(t)
e n.}(t)
p a r a o c a s o e x a t o T t . } = T H . N e s t ec a s o p a r t i c u l a r a d o t a m o s
N
t =N.}
= 1 e c o m o c o n d i ç ã o i n i c i a lN
=M
= 1 . P a r ao s t e m p o s d e t r a n s i ç ã o T'
s
t o d o s i g u a i s a 1 n a s e q u a ç õ e s ( 2 . 8 ) e ( 2 . 9 ) a s c u r v a s p a r an t
(t)
e n.}(t)
c o i n c i d e m ( c u r v a a z u l ) . A s c u r v a s v e r d e e v e r m e l h a s ã o c o n s t r u í d a sc o m t o d o s o s T'
s
i g u a i s a 1 e x c e t o Te.} = Tc.}-+
0 0 . P a r a t o d o s o s (T' S) i g u a s a1 e x c e t o Te.} = T c t
-+
0 0 , o b t e m o s a s c u r v a s l a r a n j a e r o x a p a r a n t(t)
e n.}(t),
r e s p e c t i v a m e n t e . O b s e r v e q u e a s c u r v a s a z u l , v e r d e e v e r m e l h a a t i n g e m o e s t a d o
e s t a c i o n á r i o n o m e s m o v a l o r , 0 . 5 . A s c u r v a s r o s a e l a r a n j a a t i n t e m o r e g i m e d e
e s t a d o e s t a c i o n á r i o e m d i f e r e n t e s v a l o r e s , 0 . 3 3 e 0 . 6 6 , r e s p e c t i v a m e n t e .
( c u r v a r o s a ) a t i n g e m o r e g i m e d e e s t a d o e s t a c i o n á r i o e m d i f e r e n t e s v a l o r e s . N e s t a
c o n f i g u r a ç ã o , o p r o c e s s o d e " s p i n - f l i p " a l t e r a o v a l o r d o e s t a d o e s t a c i o n á r i o o b t i d o .
E s t a s c u r v a s n o s d i z e m q u e o n ú m e r o m é d i o d e e l é t r o n s u p n a i l h a - u p é s e m p r e
m a i o r q u e o n ú m e r o m é d i o d e e l é t r o n s d o w n n a i l h a - d o w n . I s t o p o d e s e r e n t e n d i d o
n o t a n d o q u e a p r o b a b i l i d a d e d a i l h a - u p e s t a r o c u p a d a é m a i o r q u e a p r o b a b i l i d a d e
d a i l h a - d o w n e s t a r o c u p a d a , d e v i d o o e l é t r o n d a i l h a - u p t e r a p e n a s u m c a n a l d e
s a í d a ( c a n a l 3 d a F i g . 1 . 6 ) e n q u a n t o o e l é t r o n d a i l h a - d o w n t e m d u a s o p ç õ e s d e
s a í d a ( c a n a i s 4 e 6 ) .
2 M o d e l o S e q ü e n c i a l p a r a S i s t e m a s D e p e n d e n t e s d e S p i n 1 8zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA (I) do sistema pode ser descrita como
e (2.11)
(I)
o que equivale a
(2.12) A equação (2.11) nos diz que (I) é formada por correntes polarizadas. Ela também expressa a conservação de corrente através do sistema.
2 . 1 . 2 S o l u ç ã o a n a l í t i c a a p r o x i m a d a
Ttt
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA= I
TH
Para TH = I TH as equações de taxa (2.1) e (2.2) são não lineares e não podem ser resolvidas analiticamente. Este problema pode ser solucionado resolvendo-se nu-mericamente as equações de taxa (ver Apêndice A). Contudo, uma solução analítica das equações de taxa se faz necessário, pois será de grande utilidade na determi-nação das funções correlação, ingrediente básico no cálculo analítico do shot noise. Para obtermos as soluções analíticas de (2.1) e (2.2) quando TH = I T H , l i n e a r i z a m o s ' as equações de taxa, ou seja, expandimos nt ( t ) e n t ( t ) em torno dos seus valores médios (nt) e ( n t ) , obtidos e x a t a m e n t e através de (2.1) e (2.2) para TH = I TH (ver Apêndice B). Como pode ser verificado, a solução analítica linearizada das equações de taxa (pois consideramos Ttt = I T H ) é semelhante às equações (2.8) e (2.9), mas com (nt) e ( n t ) obtidos para TH = I TH (Apêndice B). Também continuam válidas as relações (2.10). São diferentes apenas os elementos da matriz
P,
que agora é escrita como(
__ 1 __ 1 _ ~ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
+
(_1 __ 1MLKJIHGFEDCBA)(n .)Tet T e t Tt~ Tt~ T~t +
N ~
(1
1 ) (
)
- +
- - -
nTH TH TH .\. __ 1 __ 1 _ ~Te~ T e ~ TH
+
(_1 __ 1 )(nt)TH Tt~)
(2.13)
I
Note que fazendo.z-j = TH em (2.13), recuperamos a matriz P de (2.7) para o caso linear. A evolução temporal de nt ( t) e n t (t), calculados através da linearização das equações de taxa, é mostrada na Fig. 2.3. As curvas contínuas correspondem às
2 M o d e l o S e q ü e n c i a l p a r a S i s t e m a s D e p e n d e n t e s d e S p i n 1 9FEDCBA
1 . 1 1 . 1
1 . 0
- - n d o w n ( tL a p r o x ( N = M = 1 )
1 . 0
n d o w n ( tL a p r o x ( N = M = O )
0 . 9 'u p .o o w n
=1
- - n d o w n ( tL a p r o x ( N = 1 ,M = O ) 0 . 9
0 . 8 'd o w n - u p
=10
- - n d o w n ( tL a p r o x ( N = O ,M = 1 ) 0 . 8 : - 0 . 7 n u p ( tL e x a to , n d o w n ( tL e x a to 0 . 7-~ 0 . 6 0 . 6
" C J
C 0 . 5 0 . 5
-~ 0 . 4 0 . 4
a .
~
- - n u p ( tL a p r o x ( N = M = 1 )
c 0 . 3 0 . 3
0 . 2
- - n u p ( tL a p r o x ( N = M = O )
0 . 2
0 . 1
- - n u p ( tL a p r o x ( N = 1 ,M = O )
0 . 1
- - n u p ( tL a p r o x ( N = O ,M = 1 )
0 0 0 . 0
O 2 3 4
t
F i g u r a 2 . 3 : E v o l u ç ã o d e n t
(t)
e n.j.(t),
c a l c u l a d o s a t r a v é s d a l i n e a r i z a ç ã o d a s e q u a ç õ e s d e t a x a ( c u r v a c o n t í n u a ) e n u m e r i c a m e n t e ( c u r v a d e s c o n t í n u a ) . E m t o d a s a s c u r v a s a d o t a m o sN t
=
N . j.=
1 , r t . j. = 1 , r . j. t=
1 0 e d e m a i s r' s ( v e r F i g . 2 . 1 ) i g u a i s a 1 . A s v á r i a s c u r v a s f o r a m o b t i d a s p a r a d i f e r e n t e s c o n d i ç õ e s i n i c i a i s . A s q u a t r o c u r v a s p a r a n t(t)
( d u a s c o mN = 1 e d u a s c o m N = O ) a t i n g e m o r e g i m e d e e s t a d o e s t a c i o n á r i o n o m e s m o v a l o r , e m b o r a t e n h a m c o n d i ç õ e s i n i c i a i s d i f e r e n t e s . O m e s m o a c o n t e c e n d o c o m a s q u a t r o c u r v a s p a r a n.j.
(t).
P a r a t o d a s a s s i t u a ç õ e s v e m o s q u e o r e s u l t a d o a n a l í t i c o a p r o x i m a d o e s t á e m e x c e l e n t e a c o r d o c o m o n u m é r i c o .e q u a ç õ e s d e t a x a l i n e a r i z a d a s ( 2 . 8 ) e ( 2 . 9 ) c o m a m a t r i z
P
L d a E q . ( 2 . 1 3 ) e ( n t ) e (n.j.) e x a t o s c a l c u l a d o s p a r a T t . j.# -
T.j.t. A s c u r v a s d e s c o n t í n u a s c o r r e s p o n d e m às o l u ç ã o n u m é r i c a d a s e q u a ç õ e s d e t a x a . A d o t a m o s T t . j. = 1 , T . j. t = 1 0 e d e m a i s T' S
( v e r F i g . 2 . 1 ) i g u a i s a 1 . N a F i g . 2 . 3 t e m o s q u a t r o c u r v a s p a r a n t
(t)
e q u a t r o p a r a2 Modelo Seqüencial para Sistemas Dependentes de Spin 20
ilha-down com 1 elétronMLKJIHGFEDCBA(NZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA= O e M = 1). Embora as curvas para ntZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA( t) e n - t- ( t)
tenham condições iniciais diferentes, cada conjunto atinge o mesmo valor no regime de estado estacionário, nt ( t) - + (nt) ~ 0.43 e n - t-
(t)
- + ( n - l- ) ~ 0.57; isto é razoável uma vez que Tt-l- < T -l-t· Na Fig. 2.3 cada curva analítica aproximada (curva contínua) para nt ( t) e n - l-( t) tem a sua correspondente numérica exata (curva descontínua). Note a excelente concordância entre as curvas aproximadas e exatas. Este acordo se mantém mesmo para THS;
T H ou TH2:
T H 'ONMLKJIHGFEDCBA2 . 2
E q u a ç ã o
M e s t r a
A equação mestra descreve a variação no tempo da probabilidade de encon-trarmos nt elétrons na ilha-up e n - l- elétrons na ilha-down, ou seja, p ( n t,n - t- ,t) . A equação mestra é importante porque a partir dela derivamos as equações de taxa e variâncias. Todas estas grandezas por sua vez serão úteis na obtenção da expressão final do ruído. Levando em conta todos os possíveis processos pelos quais os elétrons podem entrar e sair das ilhas pode-se mostrar que (Apêndice C)
d
d t P (nt, n .j.,t)
=
g e t (nt - 1)p (nt - 1,n .j.,t)+
rct (nt+
1)p (nt+
1,n .j., t)+g i (nt - 1,n .j.
+
1)p (nt - 1,n .j.+
1,t)+
ri (nt+
1,n .j. - 1)p (nt+
1,n .j. - 1,t)+ g e .j. (n .j. - 1)p (nt, n .j. - 1,t)
+
rc.j.(n .j.+
1)p (nt, n .j.+
1,t)- [g e d n t)
+
g e .j. (n .j.)+
g i (nt, n .j.)+
ri (nt, n .j.)+
rcdnt)+
rc.j.{n.j.)]p (nt, n .j.,t) . (2.14) Note que a nossa equação mestra conserva o número de partículas nas ilhas, mesmo na presença do mecanismo de "spin-flip". Os termos de "geração" e "recombinação" satisfazemrct
(O)
=O,
g e t ( N t) = O,
r c -t-
(O)
=O,
ge-l- (N -l-) = 0,
r i
(O,
n - l- ) =O,
r i (nt, N -l-) = 0,
9dnt, O) = O
9i (Nt , n - l- ) = O.
(2.15) (2.16)
As condições
acima
proibem a saída de elétrons de uma ilha vazia e a entrada de elétrons dentro de uma ilha cheia. Esta última satisfaz o "princípio da exclusão de Pauli" .2 M o d e l o S e q ü e n c i a l p a r a S i s t e m a s D e p e n d e n t e s d e S p i n 2 1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA tempoMLKJIHGFEDCBAt é definido por
N t,N J .ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
n d t )ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA=
L
n t P ( n t ,n .l .,t )nt,nJ.=O
N t,N J .
n d t ) =
L
n .l .p(nt, n .l ., t ) ,nt,nJ.=O
(2.17)
(2.18)
A partir das definições (2.17) e (2.18) podemos deduzir as equações de taxa (2.1) e (2.2). Por exemplo, para obtermos (2.1) multiplicamos ambos os lados de (2.14) por nt e somamos sobre nt e n .l .. Em seguida substituimos as taxas de "geração" e "recombinação" por suas respectivas expressões, definidas na Fig. 2.1. Um pouco de álgebra mais a definição (2.17) leva-nos
à
(2.1). O mesmo procedimento é aplicado para obter (2.2). Os passos para a dedução detalhada das equações de taxa a partir da equação mestra encontram-se no Apêndice D. Como veremos na próxima seção, a variância do número de elétrons nas ilhas-up e down são obtidas de forma semelhante às equações de taxa.2 . 3
V a r i â n c i a s
Como veremos o ruído em sistemas de tunelamento ressonante está diretamente relacionado à variância (no estado estacionário) do número de elétrons nos estados ressonantes. Sendo assim, estamos interessados no cálculo das variâncias ((ó n t
)2),
( ( ó n .l .) 2 ) e ( ó n - t ó n .l .) = ( ó n .l .ó n t ) da distribuição de estado estacionário P o (nt, n .l .) , ou seja, estamos interessados nas flutuações de nt e n .l .em relação aos seus respectivos valores médios (nt) e ( n .j .) , obtidos no regime de estado estacionário. Na dedução das variâncias adotaremos o procedimento do Apêndice A em [8].2 M o d e l o S e q ü e n c i a l p a r a S i s t e m a s D e p e n d e n t e s d e S p i n 2 2zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
onde usamos a definiçãoMLKJIHGFEDCBA
N t,N ~
(n t(t)n d t))=
L
n tn tp (n t,n t,t).nt,n~=O
(2.20)
Expressões análogas a (2.19) podem ser escritas paraZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1 t
(n t (t)) e:t
(n I (t)). Para isto multiplicamos (2.14) p o r nt e n t, respectivamente, somamos sobre nt e n t, e definimosN t,N ~
(n t (t))ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA=
L
n t p (nt, n t, t) nt,n~=O(2.21 )
e
N t,N ~
(n I(t)) =
L
n lp (n t,n t,t). nt,n~=O(2.22)
Como estamos interessados no cálculo das variâncias da distribuição de estado esta-cionário tomamos o limite t ----t 00 [regime de estado estacionário: p (nt, n t, t ) ----t P o (n t, n t)]· A derivada temporal do lado esquerdo de (2.19) se anula e (nt (t) n t (t)) ----t
2 M o d e l o S e q ü e n c i a l p a r a S i s t e m a s D e p e n d e n t e s d e S p i n 2 3zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(2.23)
(2.24)
e
(2.25)
respectivamente. A seguir estudaremos a solução das equações (2.23), (2.24), (2.25)
considerando dois casos limites: i) quandoZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAT t.\. =MLKJIHGFEDCBAT .j.t, em que conseguimos obter ex-I
pressões analíticas exatas para as variâncias e ii) quando T t.\. -# T .j.t, em que obtemos
( ( ó n t ) 2 )ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA= ( n ~ ) -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(nt?,
( ( ó n .l l ) =
(nl) -
( n .I Y ,( ó n t Ó n t ) = ( n t n t ) -
(nt)
( n t ) ·(2.26)
(2.27)
(2.28)ONMLKJIHGFEDCBA
2 M o d e l o S e q ü e n c i a l p a r a S i s t e m a s D e p e n d e n t e s d e S p i n 2 4
2 . 3 . 1 C a s o a n a l í t i c o e x a t o
(TH
= T H )Para TH
=
TH=
T i as equações (2.23), (2.24) e (2.25) fornecem expressõesanalíticas exatas para ( n ~ ) ,
(nl)
e ( n t n t ) , respectivamente. Asvariâncias
sãodefinidas como
Substituindo as expressões obtidas para ( n f ) ,
(nl)
e ( n t n t ) nas definições (2.26),(2.27) e (2.28), obtemos
(
~1MLKJIHGFEDCBA
_ N J .
Ti
o
(2.29)
em que
1 1 Nt
V l =
- + - + - ,
Tet Tct T i
1 1 Nt
V 2 = - + - + - ,
T e t T c t T i
1 1 1 1 N, - 1 N , - 1
V 3 = - + - + - + - +
+ '
-Tet T e t Tct T c t T i T i
( I ') ( n t ) ( N t - ( n t ) ) ( n t ) ( N t - ( n + ) )
- - =
+
,
e n n
( I ! ) N t - ( n t )
(2.30)
e Tet
( l~ ) N t - ( n t)
e T e t
( I J ) (nt)
e Tct
( I f) ( n t )
e T c t
Colocando T e t
---*
0 0 em (2.29) recuperamos as variâncias de [8] (Eq. A3).Lem-bramos que as variâncias obtidas analiticamente aqui são exatas, pois estamos con-.