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Análise da publicidade de medicamentos veiculada em emissoras de rádio do Rio Grande do Sul, Brasil.

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Academic year: 2017

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Análise da publicidade de medicament os

veiculada em emissoras de rádio

do Rio Grande do Sul, Brasil

Analysis o f no n-p re scrip tio n d rug rad io ad ve rtising

in Rio Grand e d o Sul State , Brazil

1 Facu ld ad e d e Farm ácia, Un iv ersid a d e Fed era l d o Rio Gra n d e d o Su l. Av. Ip ira n ga 2.752, Port o Alegre, RS 90610- 000, Bra sil. Isa b ela Hein eck 1 Sa ra M a ria Ga llin a 1 Ta t ia n e d a Silv a 1 Felip e Da l Piz z ol 1 Eloir Pa u lo Sch en k el 1

Abst ract Dru g ad v ert isem en t s for n on -p rescrip t ion (over-t h e-cou n t er) d ru gs on t h e m ain rad io st a t ion s in t h e St a t e of Rio Gra n d e d o Su l, Bra z il, w ere a n a lyz ed a s t o t h e in form a t ion p rov id ed a b ou t gen eric n a m es, p h a rm a ceu t ica l com p a n y, com p osit ion , a n d d osa ge. From Au gu st 1995 t o Ja n u a ry 1996, 250 a d v ert isem en t s for 28 p rod u ct s w ere record ed . M ore t h a n 80% of t h ese a d v er-t isem en er-t s p rov id ed n o in form a er-t ion on er-t h ese er-t op ics a n d er-t h u s fa iled er-t o com p ly w ier-t h Bra z ilia n leg-isla t ion . On t h e con t ra ry, a la rge n u m b er of a d v ert isem en t s (39%) em p h a siz e a b sen ce of risk s, w it h cla im s su ch a s “n o con t ra in d ica t ion s”, in d u cin g con su m ers t o u se su ch d ru gs in d iscrim in a t ely. T h e st u d y sh ow ed t h a t d ru gs w ere a d v ert ised lik e a in y ot h er m erch a in d ise, w it h in o coin -cern ov er fu n d a m en t a l in form a t ion su ch a s p rod u ct id en t ifica t ion , p reca u t ion s, a n d p ossib le sid e effect s.

Key words Dru g Pu blicit y; Legislat ion , Dru g; Dru g Ut iliz at ion

Resumo As p rop a ga n d a s d e m ed ica m en t os v eicu la d a s n a s p rin cip a is rá d ios d o Rio Gra n d e d o Su l, Bra sil, fora m a n a lisa d a s n o p eríod o d e a gost o d e 1995 a ja n eiro d e 1996. Du ra n t e o p eríod o d e ob serv a çã o fora m d ocu m en t a d a s 250 p eça s p u b licit á ria s referen t es a 28 p rod u t os. A m a ioria d est a s p rop a ga n d a s (>80%) n ã o a p resen t a d ecla ra ções q u a n t o a o n om e gen érico, à com p osiçã o, à p osologia e a o la bora t ório fa brica n t e d o p rod u t o, in frin gin d o, d essa form a , a legisla çã o v igen t e n o p a ís. Além d isso, u m n ú m ero sign ifica t iv o d a s p eça s p u b licit á ria s (39%) en fa t iz a m a a u -sên cia d e q u a isq u er riscos, m ed ia n t e d ecla ra ções com o “Nã o tem co n tra -in d ica çõ es”,ca ra ct eri-z a n d o a in d u çã o a o u so in d iscrim in a d o. A a n á lise m ost ra qu e os m ed ica m en t os sã o p rom ov id os com o p rod u t os q u a isq u er, om it in d o se in form a ções fu n d a m en t a is a resp eit o d e cu id a d os, rea -ções ad v ersas e con t ra-in d ica-ções.

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“Estou con fu so e d ifu so, e n ão sei se jogo p ela ja-n ela os rem éd ios q u e m éd icos, b a lcoja-n ist a s d e farm ácia e am igos d ed icad os m e receitam , ou se a u m en t o o sort im en t o d eles com a q u isiçã o d e ou t ra s fórm u la s q u e forem a p a recen d o, en q u a n t o o M in ist ério d a Sa ú d e n ã o a s d esa con -selh a r. E n ã o sei, já a gora , se se d ev e p roib ir os rem éd ios ou p roibir o h om em . Este p lan eta está m eio in viável.”(ANDRADE, Carlos Dru m m on d d e. O Hom em e o Rem éd io: Qu a l o p rob lem a ? Jorn al d o Brasil, 26/ 07/ 80.)

Int rodução

Carlos Dru m m on d d e An d rad e, n este p equ en o p arágrafo, m ostra d e form a su cin ta a situ ação d e leigos fren te ao m ercad o d e m ed icam en tos n o Brasil. Em p rim eiro lu gar, retrata u m a atitu -d e q u e já faz p arte -d e n ossa cu ltu ra, o receitar m ed ica m en to s. Atitu d e q u e ta m b ém está ex-p ressa n o d ito ex-p o ex-p u la r “De cien t ist a , m éd ico e lou co tod o m u n d o tem u m p ou co”, a q u al p od e tra zer con seq ü ên cia s irreversíveis p a ra a sa ú -d e, co m o ta m b ém p er-d a s eco n ô m ica s. Ain -d a n a p rim eira fra se, o p o eta p a rece iro n iza r o exa gera d o n ú m ero d e m ed ica m en to s q u e sã o la n ça d o s co n sta n tem en te n o m erca d o co m a ap rovação d o órgão regu lad or. De fato, n ão se con h ece exatam en te o n ú m ero d e m ed icam en -tos existen tes n o m ercad o b rasileiro, m as exis-tem estim ativas d a ord em d e vin te m il esp ecia-lid ad es (Rozen feld , 1989). Esse gran d e n ú m ero con fu n d e n ão só leigos, com o p rofission ais d e sa ú d e, q u e n ã o sã o ca p a zes d e co n h ecer su fi-cien tem en te tod os os p rod u tos p ara p rom over u m a u tilização segu ra d os m esm os. O texto ter-m in a in sin u an d o qu e talvez algu n s d estes p ro-d u tos n ão sejam ro-d e toro-d o m au s, m as sim o u so q u e o h om em faz d os m esm os. Da m esm a for-m a, a p reocu p ação cen tral d este estu d o, a p ro-p a ga n d a d e m ed ica m en to s, está rela cio n a d a com este qu estion am en to.

A p rop agan d a d e m ed icam en tos é u m en tre os vários p rob lem as relacion ad os ao m ercad o fa rm a cêu tico. Vem d e lo n ga d a ta a d iscu ssã o sob re o assu n to, e p rofission ais d a área d a saú -d e, con su m i-d ores e au tori-d a-d es regu lam en ta-doras de m edicam en tos defen dem u m a u tiliza-ção d e m ed icam en tos d e acord o com as n eces-sid ad es d a p op u lação e n ão d eterm in ad a p ela in terferên cia d a p rom oção d e m ed icam en tos, realizad a p elos seu s fab rican tes (Herxh eim er & Collier, 1990; Castelo et al., 1991; Hen n ke, 1994; Ch etley, 1995).

O p resen te trab alh o con stitu i p arte d o p ro-gra m a d e a n á lise d e p ro p a ga n d a d e m e d ica-m en tos criad o eica-m 1995 p ela Secretaria

Nacio-n al d e VigilâNacio-n cia SaNacio-n itária, q u e tem p or ob jeti-vo a n a lisa r e to rn a r p ú b lica a q u a lid a d e d a s p ro p a ga n d a s so b re m e d ica m e n t o s, ve icu la -d a s n o s vá rio s ca n a is -d e co m u n ica çã o. Nesse m o m en to sã o a p resen ta d o s o s resu lta d o s d o m o n ito ra m en to d e em isso ra s d e rá d io n o Rio Gran d e d o Su l, caracterizan d o o p ú b lico-alvo, a n a lisa n d o a s in d ica çõ es, b em co m o o s a rgu -m en tos d as p rop agan d as, a con for-m id ad e co-m a legislação e a p ossib ilid ad e d e in terven ção.

Descrição da amost ra e met odologia

Du ra n te o segu n d o sem estre d e 1995, fo i o b -serva d a e d ocu m en ta d a a p u b licid a d e d e m e-d ica m en to s em rá e-d io, sen e-d o o b ser va e-d a s a s p rin cip ais em issoras d o Estad o d o Rio Gran d e d o Su l. Ten d o em vista q u e n a s rá d io s FM a p rop agan d a d e m ed icam en tos foi m u ito p ou co freq ü en te, o p to u -se p o r n ã o m o n ito rá -la s. Ao tod o foram m on itorad as três em issoras d e rá-d io AM con form e segu e. A p rogram ação rá-d a Rád io Farrou p ilh a AM 680 Kh z foi gravaRád a Rád u ran -te o p eríod o d e 16 d e agosto a 16 d e n ovem b ro d e 1995. Os h orários m ais freqü en tem en te m o-n itorad os foram d as 7h às 8h e d as 12h às 13h . O h o rá rio co m p reen d id o en tre 20h e 21h fo i m on itorad o ao lon go d a segu n d a q u in zen a d e agosto e p or tod o o m ês d e setem b ro, n ão m ais ten d o sid o a co m p a n h a d o a p ó s a co n sta ta çã o d a b aixa freq ü ên cia d e p u b licid ad e. A p rogra-m a çã o d a Rá d io Ga ú ch a AM 600 Kh z fo i, d a m esm a form a, gravad a d e 27 d e n ovem b ro a 07 d e d ezem b ro d e 1995 e n o s d ia s 06 e 07 d e ja-n eiro d e 1996. Os h o rá rio s o b ser va d o s fo ra m variad os, in clu in d o os três tu rn os. Foi ob serva-d a a in serva-d a a Rá serva-d io Gu a íb a AM, co n sta ta n serva-d o -se qu e m ed icam en tos n ão foram an u n ciad os n es-ta em issora n o p eríod o em qu estão.

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Para a classificação d os m ed icam en tos se-gu n do a classe e su bclasse terap êu tica, foi u tili-zad a a Relação Nacion al d e Med icam en tos Es-sen ciais (Ren am e). A classificação u tilizad a foi a m p lia d a , cria n d o -se su b cla sses tera p êu tica s p ara en qu adrar m edicam en tos n ão con tem p la-d os n essa classificação. A p resen ça n a Ren am e (Cem e, 1989), b em co m o n a lista d e m ed ica-m en tos essen ciais d a Organ ização Mu n d ial d a Saú d e (OMS, 1995), foi u tilizad a com o in d ica-d o r ica-d a im p o rtâ n cia ica-d o s p ro ica-d u to s q u e fa zem p arte d a am ostra.

Result ados

Dados quant it at ivos

En tre as p rop agan d as d e m ed icam en tos ap re-sen tad as n as em issoras d e rád io, m on itorad as d u ran te o p eríod o d e ob servação, foram id en -tificad os 15 gran d es gru p os d e in d icações terap êu ticas. Os terap rod u tos e o n ú m ero d e terap eças terap u -b licitárias p or in d icação terap êu tica são ap resen tados n a Tabela 1. O total de p rodu tos an u n ciad os n a Rád io Farrou p ilh a AM foi d e 28, en -qu an to n a rád io Gaú ch a AM foram an u n ciad os ap en as dois, veicu lados tam bém n a ou tra em is-sora. Dezoito lab oratórios foram id en tificad os com o os resp on sáveis p elos an ú n cios referen -tes a 25 p ro d u to s, e p a ra três d es-tes n ã o fo i p ossível a id en tificação d e fab rican te. O n ú m e-ro to ta l d e p eça s p u b licitá r ia s d o cu m en ta d a s p a ra esse co n ju n to d e 28 p ro d u to s fo i d e 250. Desta s, 143 (57%) fora m a n u n cia d a s n o tu rn o d a m an h ã, 97 (39%) n o tu rn o d a tard e e ap en as d ez (4%) n o tu rn o d a n oite. Pôd e-se con statar q u e a freq ü ên cia d e p ro p a ga n d a d e m ed ica -m en to fo i -m en o r d u ra n te o fin a l d e se-m a n a , n ã o se ob serva n d o d iferen cia çã o sign ifica tiva n os d ias d a sem an a.

A Ta b ela 2 m o stra o s resu lta d o s q u a n to a o n ú m ero d o s p ro d u to s em rela çã o à cla sse e à su b classe terap êu tica.

Ap en as u m d os p rod u tos an u n ciad os p od e ser cla ssifica d o co m o m o n o fá rm a co, o u seja , a p resen ta u m a ú n ica su b stâ n cia a tiva . Utili-za n d o a lista d e m ed ica m en to s essen cia is d a OMS e a Ren am e (OMS, 1995; Cem e, 1989) co-m o referên cia , co n sta ta -se q u e so co-m en te esse m ed ica m en to, cu ja su b stâ n cia a tiva é o m e -b en d azol, p od e ser con sid erad o m ed icam en to essen cial.

Conformidade com a legislação

Verificou -se qu e a m aioria d as p eças p u b licitá-ria s n ã o a p resen ta d a d os q u a n to a o n om e

ge-n érico (96%), à com p osição (89%), à p osologia (89%) e a o la b o ra tó rio fa b rica n te (82%). Ne-n h u m a d as 250 p rop agaNe-n d as ap reseNe-n ta d ecla-rações q u an to a con tra-in d icações, cu id ad os e a d vertên cia s, n ã o esta n d o, d essa fo rm a , em con form idade com a legislação (Decreto 79.094 d e 05/ 01/ 77 e Lei 6.360 d e 23/ 09/ 76). Além d is-so, e m 97 p e ça s p u b licitá ria s (39%), co n sta a d eclaração exp lícita “Sem con tra-in d icação” ou “N ão tem con tra-in d icação” (Tab ela 1).

Público-alvo e argument os das propagandas

Qu an to ao p ú b lico-alvo, as p rop agan d as eram d irigid as n a su a m aioria à p op u lação em geral (16 p rod u tos); em segu n d o lu gar, às m u lh eres (seis p rod u tos); ou tra s q u a tro fora m d irigid a s às m ães em p articu lar. As p rop agan d as d irigi-d as aos h om en s foram em m en or n ú m ero, ap e-n a s d o is p ro d u to s. Os a rgu m ee-n to s u tiliza d o s p a ra a tin gir o p ú b lico -a lvo sã o a p resen ta d o s n a Tab ela 1.

Discussão

Os p rod u tos an u n ciad os p erten cem ao m erca-d o erca-d e m eerca-d icam en to p op u lar, qu e é con stitu íerca-d o n o Bra sil, segu n d o a n á lise recen te (Hein eck, 1996), p o r a sso cia çõ es m ed ica m en to sa s sem valor terap êu tico com p rovad o. As associações a d o ses fixa s sã o a ceitá veis a p en a s q u a n d o a p resen ta m m a is va n ta gen s q u e o s m o n o fá rm a cos, sob o p on to d e vista d a eficá cia , segu ran ça ou ad erên cia ao tratam en to p elo p acien -te; d e ou tra form a, acab am au m en tan d o os ris-co s d e rea çõ es in d esejá veis e gera lm en te sã o d e m a io r cu sto (Hein eck, 1996). Em a lgu m a s p ro p a ga n d a s, o fa to d e o p ro d u to co n stitu ir u m a associação é exp lorad o com o p on to p osi-tivo, p ois ten tam p assar a id éia d e q u e q u an to m a is su b stâ n cia s o m ed ica m en to a p resen ta r, m ais com p leta será su a ação.

A d ivu lgação sem critério d e algu n s p rod u -to s a n u n cia d o s p o d e ter co n seq ü ên cia s b a s-tan te graves; p or exem p lo, os p rod u tos Calm a-d or®e Son risal®, cu ja su b stân cia ativa é o ácid o a cetilsa licílico, p o ácid em p rovo ca r h em o rra -gias d igestivas em p essoas com ú lcera, ou m al-fo rm a çõ es co n gên ita s em filh o s d e gesta n tes q u e fizerem u so d estes p ro d u to s. É d e fu n d a -m en tal i-m p ortân cia a p resen ça n o an ú n cio d e alertas sob re reações ad versas e con tra-in d ica-ções, p ara qu e o p rod u to seja u tilizad o com se-gu ran ça p ela p op u lação.

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co-Tab e la 1

Fre q üê ncia d as p e ças p ub licitárias p o r ind icação e caracte rísticas d o s p ro d uto s anunciad o s.

Indicação Node peças Produt os Público-alvo Declarações na propaganda Argument o

publicit árias principal

Problemas est omacais 40 (16%) Esto mano l® (Dime co ) Púb lico e m g e ral “ Pro d uto natural” Se g urança Gastro p lantas® (As Ervas Curam) “ Ervas imp o rtad as” Q ualid ad e Atalaia Jurub e b a® (Be ta Atalaia) “ Mo d e rno ” Mo d e rnid ad e Amarg o l® (Q uimsul) “ Alívio ime d iato ” Eco no mia

So nrisal® (Sano fi) Eficácia

Maná D. Araújo ® (Ind . Farm. Po p . D. Araújo )

Trat ament o do 33 (13,2%) Tiralco l® (Sid e p al) Família d e “ Se m co ntra-ind icação ” Be m-e star d a

alcoolismo alco ó latras família

Problemas do 31 (12,4%) Eficaz® (Lo b o Franco ) Púb lico e m g e ral “ 100% natural” Q ualid ad e aparelho respirat ório Naturame l® (Same l) Mãe s “ Não te m co ntra-ind icação ” Se g urança

Produt os para 25 (10%) Chá Se te Ervas® (Flo ra 7 Ervas) Mulhe re s “ Saud áve l, se m p re jud icar Be le za emagrecer Co scarq ue ® (Kre ys Be lt d e Brasil) Púb lico e m g e ral a saúd e ” Se g urança

Kit d e Emag racime nto He rb arium® (He rb arium)

Calvície 23 (9,2%) Tratame nto Cap ilar Dup lo Púb lico e m g e ral “ Cab e lo s mais b o nito s q ue Be le za d a Natuflo ra® crescem duas vezes mais rápido ”

Hair Inte rn® (Vitame d ) Ho me ns “ Re ve rte fase inicial Eficácia d a calvície ” “ Fó rmula ale mã”

Esgot ament o 18 (7,2%) Vitfo rt® (Vitame d ) Púb lico e m g e ral “ Sua vid a vai mud ar” Be m-e star

físico e ment al “ Não te m co ntra-ind icação , Se g urança

só faz b e m”

Ne rvito n® (Cang e ri) Mãe s “ Fó rmula imp o rtad a Eficácia d a Ale manha”

Aste no l® (Be ta Atalaia) Mulhe re s “ Vo cê vai ficar mais b o nita” Be le za

Assaduras, eczemas 18 (7,2%) Pó Pe lo te nse ® (Q uimsul) Mãe s “ Ig ual ao se u b e b ê : suave , Se g urança g o sto so , fo finho e p e rfumad o ”

Analgésico e 14 (5,6%) Calmad o r® (Q uimsul) Púb lico e m g e ral “ Esse te m q ualid ad e ” Q ualid ad e

ant ipirét ico “ Mais fo rte q ue a d o r” Eficácia

Parasit oses 13 (5,2%) To tale x® (Q uimsul) Mãe s “ ... se m p re jud icar a Eficácia

gast roint est inais alime ntação d as crianças”

“ Último no me e m re mé d io p ara co mb ate r a ve rmino se ”

Tensão pré-menst rual 10 (4%) Primo riz® (He rb arium) Mulhe re s “ Não te m co ntra-ind icação ” Mo d e rnid ad e “ 100% natural” “ So frer de tensão

pré-menstrual é co isa do passado ”

Panacéia 9 (3,6%) Alho card ® (Basa) Púb lico e m g e ral “ Natural” Passam a idé ia Chá Chile no ® (Vid a e Saúd e ) “ Se m co ntra-ind icaçõ e s” do

medicamen-to co mplemedicamen-to

Sint omas da 7 (2,8%) Flo r d a No ite Co mp o sta® Mulhe re s “ Não te m co ntra-ind icação ” Tranq üilid ad e menopausa (As Ervas Curam) “ Le ve uma vid a tranq üila se m

o s incô mo d o s d a me no p ausa...”

Impot ência sexual 5 (2%) O H3® Ho me ns “ Vo lte ao s b o ns te mp o s...” Virilid ad e To no kle n® (Farmab rás) “ Po d e se r usad o p o r ho me ns

d e to d as as id ad e s”

Terapia varicosa 4 (1,6%) Castanha Atalaia® Mulhe re s “ Pro d uto natural” “ Se m Be le za co ntra-ind icação ” “ Ao invé s

d e e sco nd e r as suas p e rnas....”

Reumat ismo 1 (0,4%) Re umartro se ® Púb lico e m g e ral “ Não ap re se nta e fe ito s Se g urança (Lab . Hane maniana Ve ritas) co late rais”

“ Pre vina-se ne sse inve rno ...”

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m o revigo ra n te, b a ctericid a , germ icid a , p a ra d o en ça s p u lm o n a res, p ro b lem a s ca rd ía co s e circu la tó rio s, verm in o ses, d ia b etes e p reven -ção d o cân cer. Resta sab er se, n o m om en to d o registro d estes p ro d u to s, to d a s esta s in d ica -ções foram d eclarad as e d evid am en te com p rovad as p elo fab rican te ao órgão d e registro ju n -to ao Min istério d a Saú d e.

Co m o fo i p o ssível o b ser va r ( Ta b ela 1), a s p ro p a ga n d a s ten ta m sed u zir o co n su m id o r p sico lo gica m en te, to ca n d o n o s p o n to s m a is vu ln eráveis e d e m aior im p ortân cia n a su a vi-d a, levan vi-d o em con sivi-d eração o p ap el qu e cavi-d a p essoa d esem p en h a, d en tro d e u m con texto d e so cied a d e p ro p o sto o u a ceito. A p ro p a ga n d a d e p ro d u to s liga d o s à sa ú d e d everia a ter-se a in form ações racion ais e corretas, n o en tan to o q u e se o b serva n o p resen te estu d o é a p red o -m in â n cia d e a p elos e-m ocion a is; a lé-m d isso, a m a io ria d a s p eça s p u b licitá ria s n ã o a p en a s om item in form ações fu n d am en tais a resp eito d e cu id ad os, reações ad versas e con tra-in d icaçõ es, co m o freq ü en tem en te en fa tiza m a a u -sên cia d e riscos, in d u zin d o ao u so in d iscrim i-n ad o d e m ed icam ei-n tos.

As características con statad as n esta am os-tra já foram d ocu m en tad as an teriorm en te, em o u tra a n á lise ( Tem p o rã o, 1986), in d ica n d o a

n ão-ob ser vân cia sistem ática d os cr itérios ético s p ro p o sto s p a ra a p ro p a ga n d a d e m ed ica m en to s, seja m a q u eles esta b elecid o s p ela le -gisla çã o, seja m a q u eles reco m en d a d o s p ela OMS, o u m esm o a q u eles p ro p o sto s p ela s in -d ú stria s a tra vés -d e a u to -regu la m en ta çã o. Do p o n to d e vista d e m ed id a s lega is, a legisla çã o b rasileira (Lei 6.360, d e 1976 e Decreto 79.094, d e 1977), q u e p revia in clu sive o regim e d e au -to riza çã o p révia p a ra o s ca so s d e in fra çã o à s n orm as estab elecid as, n ão se m ostrou efetiva. Ma is recen tem en te, o Có d igo d e Defesa d o Con su m id or criou p ossib ilid ad es n ovas d e in -ter ven çã o, a o esta b elecer p en a liza çõ es p o r “Fa z er ou p rom ov er p u b licid a d e q u e sa b e ou d everia saber ser en gan osa ou abu siva” (Títu lo III Da s In fra ções Pen a is – Art. 67) e p or “Fa z er ou p rom ov er p u b licid a d e q u e sa b e ou d ev eria sa b er ser ca p a z d e in d u z ir o con su m id or a se com p ort a r d e form a p reju d icia l ou p erigosa a su a sa ú d e ou segu ra n ça” ( Títu lo III Da s In fra -ções Pen ais – Art. 68). De form a sem elh an te, a legislação recen te sob re p u b licid ad e d e p rod u tos fu m ígen os, bebidas alcoólicas, m edicam en -tos, terap ias e defen sivos agrícolas (Lei 9.294, de 15.07.1996 e Decreto 2.018, de 01.10.96) estabe-lece a resp on sabilidade de qu em resp on d e n ão a p en a s p elo p ro d u to, m a s ta m b ém p ela p eça Tab e la 2

Fre q üê ncia d o s p ro d uto s anunciad o s p o r classe te rap ê utica.

Classe t erapêut ica Subclasse t erapêut ica Node produt os % Total por classe

Aparelho digest ivo Dig e stivo s 6 21,4 14 (49,9%) M et abolismo e nut rição Vitaminas e sup le me nto s mine rais 4 14,2

Die té tico s 3 10,7

Antiácid o s e antiulce ro so s 1 3,6

Aparelho genit ourinário e O utro s me d icame nto s co m ação

Hormônios sexuais so b re o ap are lho g e nito urinário 3 10,7 3 (10,7%)

Aparelho respirat ório Antitussíg e no s 1 3,6 3 (10,7%) O utro s me d icame nto s co m ação

so b re o ap are lho re sp irató rio 2 7,1

Dermat ológicos, ot ológicos Pro te to re s d a p e le e muco sas 1 3,6 3 (10,7%) e oft almológicos O utro s me d icame nto s co m ação

so b re a d e rme 2 7,1

Aparelho cardiovascular Te rap ia varico sa 1 3,6 1 (3,6%)

Sistema músculo-esquelético Antiinflamató rio s e anti-re umático s 1 3,6 1 (3,6%)

Sist ema nervoso Analg é sico s não Narcó tico s 1 3,6 1 (3,6%)

Q uimiot erapia Te rap ia d as p arasito se s 1 3,6 1 (3,6%) g astro inte stinais

O ut ros Me d icame nto s não e sp e cificad o s 1 3,6 1 (3,6%) no s ite ns ante rio re s

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Referências

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p u b licitária e p elo veícu lo d e com u n icação. Es-p era-se q u e sejam estab elecid as in stân cias d e a co m p a n h a m en to d a p ro p a ga n d a , a fim d e p reven ir o s p o ten cia is d a n o s p rovo ca d o s p o r ela . Ca so co n trá rio, a situ a çã o p erm a n ecerá sem a ltera çõ es, co m o vem o co rren d o h isto ri-cam en te.

Ca b e d esta ca r, a lém d a s m ed id a s lega is, a im p ortân cia d e m ed id as ed u cacion ais a fim d e

torn a r a u tiliza çã o d e m ed ica m en tos m a is ra cion a l, já q u e se ob serva u m verd a d eiro b om -b a rd eio p u -b licitá rio a p resen ta n d o so lu çõ es m ágicas, n a form a d e m ed icam en tos, p ara p ro-b lem as d e ord em alim en tar e/ ou p sicossocial, ca ra cterístico s d a so cied a d e a tu a l, co m o é o ca so d a s p ro p a ga n d a s d e p ro d u to s p a ra em a -grecer, p ara p rob lem as estom acais ou p ara es-gotam en to físico e m en tal.

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