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AS DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE RESOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES ALGÉBRICAS ATÉ O TERCEIRO GRAU

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR ´A CENTRO DE CI ˆENCIAS

DEPARTAMENTO DE MATEM ´ATICA

PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM MATEM ´ATICA EM REDE NACIONAL

FABIANO LUIZ DA SILVA

AS DIFERENTES ESTRAT ´EGIAS DE RESOLUC¸ ˜AO DAS EQUAC¸ ˜OES ALG ´EBRICAS AT ´E O TERCEIRO GRAU

(2)

AS DIFERENTES ESTRAT ´EGIAS DE RESOLUC¸ ˜AO DAS EQUAC¸ ˜OES ALG ´EBRICAS AT ´E O TERCEIRO GRAU

Dissertac¸˜ao de Mestrado apresentada ao Programa de P ´os-Graduac¸˜ao em Ma-tem´atica em Rede Nacional, do Departa-mento de Matem´atica da Universidade Fe-deral do Cear´a, como requisito parcial para a obtenc¸˜ao do T´ıtulo de Mestre em Ma-tem´atica. ´Area de concentrac¸˜ao: Ensino de Matem´atica.

Orientador: Prof. Ms. Mario de Assis Oli-veira

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca do Curso de Matemática

S58d Silva, Fabiano Luiz da

As diferentes estratégias de resolução das equações algébricas até o terceiro grau / Fabiano Luiz da Silva. – 2015.

69 f. : il. color., enc.; 31 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Departamento de Matemática, Programa de Pós-Graduação em Matemática em Rede Nacional, Juazeiro do Norte, 2015. Área de Concentração: Ensino de Matemática.

Orientação: Prof. Ms. Mario de Assis Oliveira

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Ao Senhor Deus, criador do universo, que por interm´edio de Jesus Cristo, capacitou-me para a realizac¸˜ao desse trabalho.

`

A Fl´avia, Evellyn, Emilly e Ewerton pela paciˆencia que tiveram durante minha jornada.

`

A minha fam´ılia, em particular aos meus pais, Jos´e e Quit´eria, pelo apoio e incentivo. Ao meu orientador, Professor Mestre Mario de Assis Oliveira por ricas sugest ˜oes.

`

A CAPES, que contribuiu com o apoio financeiro necess´ario no decorrer do curso. Aos meus colegas de curso por todos os momentos dif´ıceis que enfrentamos e vence-mos juntos e tamb´em todos os momentos de alegria que compartilhavence-mos. Em especial aos colegas Israel, Jairo e Lucas pelos momentos que passamos juntos estudando.

Aos professores com quem convivi ao longo da graduac¸˜ao, p ´os-graduac¸˜ao e Mes-trado: Evandro Carlos, Z´elalber Gondim, Mario de Assis, Francisco Braga, Pedro, Paulo C´esar, Junior Moreira, Silvana, enfim a todos que direta ou indiretamente contribu´ıram nesta carreira acadˆemica.

A todos os meus professores do PROFMAT que me ajudaram a crescer profissio-nalmente durante todo o curso.

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prema beleza – uma beleza fria e austera, como a da escultura.

(9)

O objetivo desse trabalho ´e apresentar explanac¸ ˜oes e estrat´egias de resoluc¸˜ao das equac¸ ˜oes alg´ebricas do primeiro, segundo e terceiro graus, uma vez que o ensino relativo `a resoluc¸ ˜oes dessas equac¸ ˜oes tem se restringido praticamente a apresentac¸˜ao da f ´ormula resolutiva e as relac¸ ˜oes entre seus coeficientes e suas ra´ızes. Desta maneira procuramos demonstrar e at´e mesmo justificar todas as formas apresentadas para se resolver equac¸ ˜oes at´e o terceiro grau atrav´es de m´etodos puramente alg´ebricos ou geom´etricos, como tamb´em, exemplificar todos os m´etodos que foram exibidos no intuito de satisfazer as expectativas dos leitores, por isso, o texto foi produzido em uma linguagem simples, acess´ıvel `a professores e alunos. Nesse contexto, espera-se que essa proposta de trabalho estimule os professores de Matem´atica do Ensino B´asico a realizarem essa abordagem diferenciada das equac¸ ˜oes alg´ebricas em quest˜ao, pois acredita-se que com essa abordagem ocorram reflexos positivos no processo de ensino e aprendizagem das equac¸ ˜oes e da Matem´atica.

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The aim of this paper is to present explanations and solving strategies of algebraic equations of the first, second and third degrees, since the relative teaching on the re-solutions of these equations has been restricted practically the presentation of solving formula and the relationships between its coefficients and its roots . In this way we try to demonstrate and even justify all forms presented to solve equations to the third degree by purely algebraic or geometric methods, but also exemplify all methods that were displayed in order to meet the expectations of readers, so the text was produced in simple language, accessible to teachers and students. In this context, it is expected that this work proposal stimulate the mathematics teachers of Basic Education to perform this differentiated approach to algebraic equations in question, since it is believed that with this approach occur positive reflexes in the teaching and learning of equations and of mathematics.

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Figura 1 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜ao do 1ograu . . . . 18

Figura 2 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜ao 4x=12 . . . 19

Figura 3 – M´etodo geom´etrico de completar quadrados . . . 33

Figura 4 – M´etodo geom´etrico alternativo de completar quadrados . . . 34

Figura 5 – Construc¸˜ao dos gr´aficos de f(x) e g(x) e seus pontos de intersecc¸˜ao . 36 Figura 6 – Gr´afico do m´etodo de Leslie . . . 36

Figura 7 – Gr´afico do m´etodo de Leslie (x2 −3x+4=0) . . . 37

Figura 8 – M´etodo de Descartes (x2 =bx+c2 e x2=c2 −bx) . . . 38

Figura 9 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜aox2 =3x+4 . . . . 39

Figura 10 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜aox2 =166x. . . . 41

Figura 11 – M´etodo de Descartes (x2 =bxc2) . . . . 42

Figura 12 – M´etodo de Descartes (x2 =bxc2) . . . . 43

Figura 13 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜aox2 =5x4 . . . . 44

Figura 14 – M´etodo de Nelson Tunala (c>0) . . . 45

Figura 15 – M´etodo de Nelson Tunala (c<0) . . . 46

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1 INTRODUC¸ ˜AO . . . . 14

2 A EQUAC¸ ˜AO DO PRIMEIRO GRAU . . . . 15

2.1 Relatos hist ´oricos . . . 15

2.2 M´etodo da falsa posic¸˜ao . . . 16

2.3 M´etodo alg´ebrico . . . 16

2.4 M´etodo geom´etrico . . . 18

3 A EQUAC¸ ˜AO DO SEGUNDO GRAU . . . . 21

3.1 Contexto hist ´orico . . . 21

3.2 Tipos de equac¸˜ao do segundo grau . . . 23

3.3 M´etodos de resoluc¸˜ao de equac¸ ˜oes do segundo grau completas . . . 25

3.4 M´etodo alg´ebrico de Sridhara . . . 25

3.5 M´etodo de resoluc¸˜ao convencional . . . 26

3.6 M´etodo da semi-soma e do produto . . . 27

3.7 M´etodo da soma e da diferenc¸a de quadrados . . . 28

3.8 M´etodo alternativo . . . 29

3.9 M´etodo de Vi`ete . . . 31

3.10 M´etodo geom´etrico de completar quadrados . . . 32

3.11 M´etodo geom´etrico alternativo de completar quadrados . . . 34

3.12 M´etodo gr´afico de um sistema de equac¸ ˜oes . . . 35

3.13 M´etodo de Leslie . . . 36

3.14 M´etodo de Descartes . . . 38

3.15 M´etodo geom´etrico de Nelson Tunala . . . 45

4 A EQUAC¸ ˜AO DO TERCEIRO GRAU . . . . 49

4.1 Uma breve hist ´oria das equac¸ ˜oes do terceiro grau . . . 49

4.2 A f ´ormula de Cardano . . . 52

4.3 Soluc¸˜ao de Cardano paray3+py=q (p,q>0) . . . 53

4.4 Soluc¸˜ao de Cardano paray3 =py+q (p,q>0) . . . . 55

4.5 Soluc¸˜ao da equac¸˜ao y3+py+q=0, comp,q ∈ R . . . 56

4.6 Crit´erio para classificac¸˜ao das ra´ızes da c ´ubica . . . 58

4.7 A soluc¸˜ao alg´ebrica de Vi`ete . . . 60

4.8 A soluc¸˜ao trigonom´etrica de Vi`ete . . . 61

4.9 Uma soluc¸˜ao das equac¸ ˜oes do 3ograu . . . . 63

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AP ˆENDICE A – RELAC¸ ˜OES ENTRE OS COEFICIENTES E AS RA´IZES DA EQUAC¸ ˜AO DO SEGUNDO GRAU . . . . 68

AP ˆENDICE B – 3

q

2+ √5+ 3

q

(15)

Apesar dos avanc¸os tecnol ´ogicos que n ´os vivenciamos hoje, ´e raro ouvirmos fa-lar de novas descobertas matem´aticas, principalmente no campo da matem´atica pura. Contudo, ´e poss´ıvel utilizarmos resultados importantes que contribu´ıram para o de-senvolvimento da ´Algebra.

A resoluc¸˜ao de equac¸ ˜oes ´e um dos temas estudados no ensino b´asico. Resolver uma equac¸˜ao equivale a encontrar as suas ra´ızes, isto ´e, encontrar um valorcpara a func¸˜ao

f(x) tal que f(c)=0. Essa busca de ra´ızes normalmente ´e tratada de forma anal´ıtica, ou seja, s˜ao usados m´etodos alg´ebricos de forma a encontrar `a soluc¸˜ao exata das equac¸ ˜oes isso n˜ao quer dizer que essa seja a ´unica maneira de resolvˆe-las.

Esse trabalho est´a organizado da seguinte forma:

No cap´ıtulo 2, iniciaremos nosso estudo sobre Equac¸ ˜oes Alg´ebricas fazendo menc¸˜ao as equac¸ ˜oes mais simples – as equac¸ ˜oes do primeiro grau – cuja resoluc¸˜ao ´e conhecida desde a antiguidade. Visando dar um maior significado a express˜ao ax+b = 0 ser´a mostrado algumas t´ecnicas de resoluc¸˜ao dessas equac¸ ˜oes, de forma elementar, para que o professor do ensino b´asico, que venha a ler este trabalho, tenha argumentos para explicar a seus alunos, por exemplo, que cada pessoa j´a tem adquirido dentro de si uma perspectiva acerca do assunto e que essas divergˆencias devem contribuir para o amadurecimento dos conhecimentos matem´aticos de cada indiv´ıduo.

No cap´ıtulo 3, falaremos sobre as equac¸ ˜oes do segundo grau mostrando, tamb´em, as diferentes formas que foram encontradas ao longo da hist ´oria para resolvˆe-las e enfatizando, ´e claro, as diferentes civilizac¸ ˜oes e os v´arios matem´aticos que contribu´ıram de alguma forma para a sua formalizac¸˜ao e o seu desenvolvimento. Apresentamos problemas antigos cuja resoluc¸˜ao recaem na equac¸˜ao do 2ograu, f ´ormulas alg´ebricas e f ´ormulas geom´etricas de completar quadrados, bem como outros m´etodos de resoluc¸˜ao da equac¸˜ao quadr´atica.

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Estudaremos agora alguns m´etodos de resoluc¸˜ao das equac¸ ˜oes do primeiro grau, mas, antes iremos definir quando uma sentenc¸a aberta representa de fato tal equac¸˜ao. Definic¸˜ao 2.1. Toda equac¸˜ao, na inc ´ognitax, que puder ser escrita na formaax+b=0, sendoaebn ´umeros reais, comadiferente de zero, representa uma equac¸˜ao do primeiro grau.

2.1 Relatos hist ´oricos

Acredita-se que o surgimento da Matem´atica bem como o seu desenvolvimento, a princ´ıpio, tenha acontecido de maneira espontˆanea para suprir algumas necessidades do dia a dia das pessoas. A criac¸˜ao de novos conceitos matem´aticos, como a criac¸˜ao de n ´umeros, por exemplo, n˜ao foi t˜ao simples e r´apida como se imagina, o homem teve problemas at´e mesmo para realizar pequenas contagens, sem se falar das diferentes simbologias adotadas ao longo dos tempos por cada civilizac¸˜ao.

As primeiras descobertas no campo da Matem´atica conhecidas atualmente s˜ao re-gistros feitos em blocos de barro sum´erios1, que estima-se terem sido produzidos por volta de quatro mil anos a.C., sendo que as primeiras operac¸ ˜oes que foram realizadas com n ´umeros foram encontradas em blocos similares aos citados e datados de 2200 anos a.C., possivelmente, dentre os documentos matem´aticos mais antigos que foram descobertos at´e hoje os mais famosos sejam oPapiro de Ahmes2(ou deRhind3) e oPapiro

de Moscou4.

Alguns dos problemas expostos neles consistiam em resolver exerc´ıcios num´ericos envolvendo um valor desconhecido, mostrando assim que naquela ´epoca estudiosos j´a se dedicavam `a resoluc¸˜ao de equac¸ ˜oes lineares com uma quantia desconhecida, atualmente chamada de vari´avel ou inc ´ognita – palavra origin´aria do latim incognitu, que quer dizer coisa desconhecida.

Apesar dos eg´ıpcios n˜ao usarem os s´ımbolos alg´ebricos que conhecemos e utiliza-mos eles tamb´em conseguiam resolver equac¸ ˜oes, por´em, os procedimentos utilizados se tornavam complicados e cansativos, comparados aos que usamos hoje. Os gregos, por sua vez, davam um tratamento diferente dos eg´ıpcios e resolviam equac¸ ˜oes com m´etodos geom´etricos, mas, apesar dos esforc¸os destas civilizac¸ ˜oes foram os ´arabes que

1 Sum´erios: povos que habitavam a regi˜ao da baixa Mesopotˆamia (Asia), local onde atualmente est´a

localizado o Iraque e ´areas pr ´oximas.

2 Papiro de Ahmes – papiro eg´ıpcio de cerca de 1600 anos a.C., contendo 85 problemas de Aritm´etica

e Geometria – descoberto em 1858.

3 Alexander Henry Rhind – advogado e antiqu´ario – comprou o papiro de Ahmes, no final do s´ec.

XIX, ap ´os sua morte o papiro foi comprado pelo Museu Britˆanico onde est´a exposto at´e hoje.

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conseguiram ter um avanc¸o mais significativo na resoluc¸˜ao destas equac¸ ˜oes. Para se ter uma ideia, quando representavam um valor desconhecido em uma equac¸˜ao, eles o chamavam de ”coisa”que em ´arabe, era pronunciada como xay. Com o decorrer dos anos, essa pronuncia foi sofrendo alterac¸ ˜oes, devido as traduc¸ ˜oes dos textos, at´e se tornarx, que ´e como, geralmente, a conhecemos hoje.

2.2 M´etodo da falsa posic¸˜ao

Para resolver equac¸ ˜oes com um valor desconhecido os eg´ıpcios adotavam um m´etodo de resoluc¸˜ao muito engenhoso e complicado para encontrar a resposta correta, m´etodo esse que mais tarde os europeus deram o nome de ”regra da falsa posic¸˜ao”.

O m´etodo consistia na escolha de um n ´umero arbitr´ario para o valor desconhecido, a partir da´ı fazia-se o c´alculo. Em seguida, comparava-se o resultado desta operac¸˜ao com o que deveria ser encontrado. Para finalizar, se o valor obtido fosse diferente do esperado calculava-se um fator de correc¸˜ao para obter o valor correto de modo a satisfazer a express˜ao original.

Vejamos um exemplo.

Exemplo 2.1. Qual ´e o n ´umero que somado a sua terc¸a parte resulta em 24?

Soluc¸˜ao:Pela regra da falsa posic¸˜ao, fazia-se uma hip ´otese (estimativa) inicial a respeito do n ´umero e verificava-se o que acontecia.

Vamos imaginar, em nosso caso, que tal n ´umero fosse 9. Ora, 9 somado com sua terc¸a parte d´a 9+3 = 12, exatamente a metade dos 24 que deveria dar. Portanto, o n ´umero procurado ´e o dobro de 9, ou seja, 18.

Se tiv´essemos escolhido o n ´umero 15, por exemplo. Ter´ıamos 15 somado com sua terc¸a parte 5 resultando em 20, que nesse caso ´e 24

20 vezes menor que o resultado esperado, logo, o n ´umero procurado ´e encontrado usando-se o fator de correc¸˜ao 15·24

20, a partir da´ı, efetua-se as operac¸ ˜oes indicadas e encontra-se 18.

2.3 M´etodo alg´ebrico

A soluc¸˜ao alg´ebrica de uma equac¸˜ao do 1ograu baseia-se em dois axiomas devido a Euclides.5

Princ´ıpio aditivo da igualdade ou de Euclides: Podemos somar um n ´umero real a ambos os membros de uma igualdade que ela n˜ao se altera.

Em s´ımbolos: dadosa,becn ´umeros reais, tem-se

a=b=a+c=b+c

5 Euclides de Alexandria viveu por volta do s´ec. III a.C., ´epoca em que produziu Os Elementos

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Princ´ıpio multiplicativo da igualdade: Podemos multiplicar ambos os membros de uma igualdade por um n ´umero real n˜ao nulo que ela n˜ao se altera.

Simbolicamente, dadosa,becn ´umeros reais, comc ,0, tem-se a=b=a·c=b·c

Esses axiomas s˜ao a chave para encontrar a soluc¸˜ao de equac¸ ˜oes do primeiro grau. Para resolver a equac¸˜aoax+b = 0, ou seja, encontrar o n ´umero que substituir´a a vari´avelxde maneira que essa sentenc¸a seja verdadeira, devemos somar o oposto deb

nos dois lados da igualdade e assim obter

ax+b+(−b)=0+(−b),

que implica

ax=b

Em seguida, multiplicando a express˜ao obtida pelo inverso do n ´umeroa, chega-se a

1

a ·ax=

1

a ·(−b)

que implica finalmente em

x= −b

a .

Exemplo 2.2. Resolva a equac¸˜ao 6x+10=28, ondex ´e um n ´umero racional.

Soluc¸˜ao: Aplicando o princ´ıpio aditivo, vamos adicionar (−10) aos dois membros da equac¸˜ao

6x+10=28 da´ı,

6x+10+(−10)=28+(−10)

em seguida isolar o termo que cont´em a inc ´ognitaxno 1omembro. 6x+10−10=28−10

6x=18

Aplicando, agora, o princ´ıpio multiplicativo, vamos multiplicar os dois membros da equac¸˜ao por 1

6,

6x· 1

6

=18· 1

6

que resulta finalmente em

x=3 descobrindo assim o valor num´erico dex.

(19)

2.4 M´etodo geom´etrico

Se uma equac¸˜ao alg´ebrica do 1ograu tem uma raiz positiva, ela poder´a ser escrita como ax = b, com aeb positivos. Geometricamente, o segmento de medida x forma uma proporc¸˜ao com os trˆes segmentos de comprimento a, b e 1, ou seja, a : b = 1 : x

(de fato, essa ´ultima igualdade leva aax=b), de modo quexpode ser constru´ıdo com r´egua e compasso de forma simples, mostrada na Figura 1, onde a abertura do ˆangulo em O ´e qualquer (0o < O< 180o), OA =a, OB =b ,AC = 1 e o pontoD ´e marcado de modo queCDseja paralelo aAB. Ent˜ao,BD=x, ´e a soluc¸˜ao.

Figura 1 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜ao do 1ograu

Fonte: O autor

De fato, por semelhanc¸a de triˆangulos ou equivalentemente pelo Teorema de Tales6 (AB//CD, construc¸˜ao), temos

OA

OB =

OC

OD ⇐⇒

a b =

a+1

b+x,

donde resulta que

a·(b+x)=b·(a+1),

que implica

ax=b.

Exemplo 2.3. Resolver a equac¸˜ao 4x=12, usando r´egua e compasso. Soluc¸˜ao:

i) Utilizando uma r´egua construa uma semirreta de origemO, a qual chamaremos der.

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ii) A partir deO, construa outra semirreta (s) distinta da anterior de tal forma que a abertura (ˆangulo) formada entre elas esteja entre 0oe 180o.

iii) Sobrermarque o pontoAque dista 4cmdeO. iv) Sobresmarque o pontoBque dista 12cmdeO.

v) Sobrer, novamente, marque o pontoC, tal queAC=1cm, comAentreOeC. vi) Finalmente marque sobreso pontoD, tal queCDseja paralelo aAB.

Figura 2 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜ao 4x=12

Fonte: O autor

O segmento de comprimentoBD ´e a soluc¸˜ao procurada e mede 3cm.

Na maioria dos casos, os alunos s˜ao ensinados a resolver esse tipo de equac¸ ˜oes por m´etodos formais e podem n˜ao entender o procedimento que est˜ao utilizando, boa parte deles s˜ao ensinados a utilizar o m´etodo da transposic¸˜ao onde aplicam mecanicamente o fato – muda de lado, inverte a operac¸˜ao, ficando, muitas vezes, sem compreender o porquˆe desta ”regra”.

A resoluc¸˜ao de uma equac¸˜ao do 1ograu est´a ligada diretamente com noc¸ ˜oes b´asicas de outros conte ´udos como raz˜ao, proporc¸˜ao e regra de trˆes simples, os alunos que aprendem a resolvˆe-la ter˜ao maior facilidade em compreender outros conte ´udos que est˜ao relacionados com este, consequentemente, ter˜ao maior facilidade em prosseguir com seus estudos.

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(22)

Falaremos um pouco sobre a hist ´oria das equac¸ ˜oes do segundo grau destacando algumas civilizac¸ ˜oes, como os babil ˆonios e os gregos, que utilizavam t´ecnicas para resolver alguns tipos de equac¸ ˜oes. Ser˜ao apresentados, tamb´em, diferentes m´etodos (alg´ebricos e n˜ao alg´ebricos) para a obtenc¸˜ao de ra´ızes, como por exemplo, o m´etodo que foi criado pelo matem´atico hindu Sridhara – primeiro matem´atico a estabelecer uma f ´ormula resolutiva (soluc¸˜ao por radicais) para tais equac¸ ˜oes.

3.1 Contexto hist ´orico

O primeiro registro de equac¸ ˜oes do segundo grau que se tem not´ıcia at´e hoje foi encontrado em uma t´abua de argila, produzido pelos povos da Babil ˆonia h´a aproxima-damente, 1700 anos a.C., onde sua resoluc¸˜ao era dada na forma de palavras, ou seja, eles n˜ao usavam uma f ´ormula para determinar sua soluc¸˜ao.

Considerando que os babil ˆonios utilizavam um sistema de numerac¸˜ao sexagesimal (base 60) e que o alfabeto ainda n˜ao era conhecido, os problemas envolvendo equac¸ ˜oes eram resolvidos usando uma notac¸˜ao diferente da utilizada hoje.

Vejamos.

Exemplo 3.1. Encontrar o lado do quadrado sabendo que sua ´area menos a medida do lado ´e igual a 14,30 (base 60).

Soluc¸˜ao: Usando a notac¸˜ao em base decimal e nomeando x como sendo o lado do quadrado, podemos escrever:

x2x=870

([14,30]60=14·601+30·600 =14·60+30=840+30=[870]10). A soluc¸˜ao apresentada, de acordo com os babil ˆonios, seria assim: ”Tome a metade de 1 (coeficiente dex) que ´e 0,5 e multiplique por ela mesma (0,5·0,5=0,25). Some isto a 870 (termo independente) e encontramos 870,25 que ´e o quadrado de 29,5. Agora some 0,5 a 29,5 e o resultado ´e 30, o lado do quadrado procurado”. Esse procedimento ´e utilizado at´e hoje e o conhecemos como m´etodo de completar quadrados.

Outro problema bastante conhecido em Matem´atica consiste em encontrar dois n ´umeros, digamosxey, dada sua somase seu produtop. Da´ı, podemos escrever:

      

x+y=s x·y=p

Isolandoyna 1aequac¸˜ao, encontramos

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substituindo o valor encontrado na 2aequac¸˜ao, tem-se

x·y=p=x·(sx)=p=x2sx+p=0

Para solucionar esse tipo de equac¸˜ao precisavam encontrar dois n ´umeros positivos cuja soma ´ese o produto ´ep, ent˜ao, usavam a seguinte regra:

Eleve ao quadrado a metade da soma, subtraia o produto do valor encontrado e extraia a raiz quadrada dessa diferenc¸a. Em seguida, some ao resultado a metade da soma. Isso dar´a o maior dos n ´umeros procurados. Subtraia-o da metade da soma para obter o outro n ´umero.

Por n˜ao utilizarem n ´umeros negativos1os babil ˆonios dividiam as equac¸ ˜oes em trˆes tipos:

x2+sx=p, x2 =sx+p e x2+p=sx.

Os gregos (500 a 200 anos a.C.), por sua vez, fizeram avanc¸os na resoluc¸˜ao desse tipo de equac¸ ˜oes com estudos ligados `a Geometria, eles resolviam alguns tipos de equac¸ ˜oes do segundo grau apenas com r´egua e compasso, representando n ´umeros como quantidades geom´etricas, como ´areas e comprimentos.

Dos matem´aticos gregos que se destacaram na hist ´oria e que produziram traba-lhos importantes para o desenvolvimento de equac¸ ˜oes do segundo grau podemos citar Euclides que desenvolveu t´ecnicas de resoluc¸˜ao de equac¸ ˜oes do segundo grau e Diophanto2 por introduzir alguns s´ımbolos criando outra representac¸˜ao para essas equac¸ ˜oes em uma ´epoca onde a soluc¸˜ao ainda era apresentada em forma de discurso, dentre outros.

Os hindus tamb´em realizaram trabalhos nessa ´area. Utilizando o m´etodo de com-pletar quadrados e m´etodos puramente alg´ebricos, desenvolveram a f ´ormula que co-nhecemos hoje como f ´ormula de resoluc¸˜ao das equac¸ ˜oes quadr´aticas ou f ´ormula de Bhaskara, que recebeu esse nome n˜ao por ter sido criada por ele, mas, por ter sido pu-blicada em uma de suas obras, na realidade esse feito deve-se a outro indiano, Sridhar Acharya (870 - 930 d.C.) ou Sridhara que ´e como o conhecemos.

”O h´abito de dar o nome de Bhaskara para a f ´ormula de resoluc¸˜ao da equac¸˜ao do segundo grau se estabeleceu no Brasil por volta de 1960. Esse costume, aparentemente s ´o brasileiro (n˜ao se encontra o nome de Bhaskara para essa f ´ormula na literatura internacional) n˜ao ´e adequado ... embora n˜ao se deva negar a importˆancia e a riqueza da obra de Bhaskara n˜ao ´e correto atribuir a ele a conhecida f ´ormula de resoluc¸˜ao da equac¸˜ao do 2ograu.”(ZAGO et al, 1996, p.54).

1 A primeira referˆencia hist ´orica a n ´umeros negativos ocorre num livro chinˆes cuja a forma mais antiga

data da Dinastia Han (202 a.C. - 220).

2 Diophanto de Alexandria, foi um importante matem´atico grego do s´eculo II e ´e considerado por

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Os ´arabes, por sua vez, deram uma grande contribuic¸˜ao para o avanc¸o no estudo de v´arias ´areas da Matem´atica e tamb´em para o estudo dessas equac¸ ˜oes traduzindo para sua l´ıngua, o ´arabe, manuscritos hindus e gregos como por exemplo ”Os Elementos”de Euclides que trata-se de uma colec¸˜ao de 13 livros escritos pelo pr ´oprio Euclides por volta de 300 anos a.C., trazendo consigo uma s´erie de definic¸ ˜oes, postulados, proposic¸ ˜oes e demonstrac¸ ˜oes abordando v´arias ´areas de conhecimento como a Geometria Euclidiana e a Teoria dos N ´umeros. ´E o segundo livro mais publicado em todo o mundo chegando a uma marca de aproximadamente mil edic¸ ˜oes, perde somente para a B´ıblia.

Os chineses n˜ao ficaram para tr´as e tamb´em desenvolveram trabalhos `a procura da soluc¸˜ao das equac¸ ˜oes do segundo grau, a estrat´egia criada por eles intitulada como m´etodo fan-fan, publicado por Zhu Shijie (conhecido tamb´em por Chu Shih-Chieh) em 1303, apresentado em sua obra ”Ssu-yuan y ´u-chien”que significa ”precioso espelho dos quatro elementos”, baseia-se em aproximac¸ ˜oes sucessivas de ra´ızes.

No continente europeu, a partir do s´eculo XV, muitos matem´aticos expuseram trabalhos relacionados `a resoluc¸˜ao das equac¸ ˜oes quadr´aticas, dentre eles, podemos citar o francˆes Franc¸ois Vi`ete (1540 - 1603) que utilizou s´ımbolos para representar equac¸ ˜oes, onde at´e ent˜ao, n˜ao se usava uma f ´ormula para obter as ra´ızes dessas equac¸ ˜oes. A representac¸˜ao criada por ele era a seguinte:

BinA´area+CinA+D´e igual a 0.

Mais tarde, outro matem´atico tamb´em de nacionalidade francesa, de nome Ren´e Descartes (1596 - 1650), criou uma maneira mais pr´atica para representar os s´ımbolos adotados por Vi`ete, a partir desse fato, acabamos utilizando at´e hoje a representac¸˜ao

ax2+bx+c =0 que recebemos dos europeus e a soluc¸˜ao fornecida pelos hindus.

3.2 Tipos de equac¸˜ao do segundo grau

Definic¸˜ao 3.1. Chama-se equac¸˜ao do segundo grau, na inc ´ognitax, toda equac¸˜ao que puder ser escrita na formaax2+bx+c=0, sendoa,b,cRcoma,0.

Observe que se tiv´essemosa=0, ter´ıamos uma equac¸˜ao do primeiro grau da forma

bx+c =0, que poderia ser resolvida com um dos m´etodos apresentados no cap´ıtulo 2. Classificamos, ent˜ao, as equac¸ ˜oes do segundo grau em completas ou incompletas. A equac¸˜ao ax2 +bx+c = 0 ser´a dita completa quandob ec forem diferentes de zero. Quando essa equac¸˜ao apresentar seus coeficientes, b = 0 ouc = 0 ou ainda, quando ambosb=c =0, diremos que ela est´a em sua forma incompleta.

Quando a equac¸˜ao tiver a formaax2 = 0 apresentar´a sempre ra´ızes nulas, uma vez que, se o produto de dois n ´umeros ´e igual a zero (a·x2 = 0), ent˜ao: a = 0, x2 = 0 ou

(25)

Se as equac¸ ˜oes s˜ao da formaax2+c = 0 devemos isolar a inc ´ognita para encontrar suas ra´ızes, da´ı:

ax2+c=0= ax2=c =x2 =c

a =⇒x

r

c

a,

esse tipo de equac¸˜ao possuir´a duas ra´ızes reais se c

a for um n ´umero positivo, nesse

caso, suas ra´ızes ser˜ao:

x= + r

c

a e x”=−

r

c

a.

e n˜ao ter´a raiz real caso−c

a seja um n ´umero negativo.

Por´em, se as equac¸ ˜oes tiverem a forma ax2+bx = 0 basta colocar a inc ´ognita em evidˆencia, que teremos

x·(ax+b)=0

para o produto ser igual a zero, basta que um dos fatores o seja, assim:

x=0 ou ax+b=0 Da´ı, chegamos a

x=0 ou x=b

a

que s˜ao as ra´ızes da equac¸˜ao.

Exemplo 3.2. Resolver as equac¸ ˜oes do segundo grau incompletas. a)2x2+8x=0

b)3x212=0 c)7x2=0 Soluc¸˜ao:

a)2x2+8x=0 ⇐⇒ x·(2x+8)=0 ⇐⇒ x=0 ou 2x+8=0 ⇐⇒ x=0 ou x=4.

b) 3x2 −12 = 0 ⇐⇒ 3x2 = 12 ⇐⇒ x2 = 12

3 ⇐⇒ x

2 = 4

⇐⇒ x = ±√4 ⇐⇒

x=±2.

c)7x2=0

⇐⇒ x2 =0

⇐⇒ x=0.

(26)

3.3 M´etodos de resoluc¸˜ao de equac¸ ˜oes do segundo grau completas

Existem v´arios m´etodos para se encontrar as ra´ızes de uma equac¸˜ao do segundo grau. Entretanto, mostraremos apenas aqueles, que por sua simplicidade e elegˆancia, podem ser demonstrados por meio de manipulac¸ ˜oes alg´ebricas, atrav´es de construc¸ ˜oes geom´etricas utilizando somente r´egua e compasso ou usando m´etodos gr´aficos ou ainda, por meio de t´ecnicas de aproximac¸˜ao de ra´ızes. Sendo assim, desejamos que o leitor conhec¸a as relac¸ ˜oes existentes entre a ´Algebra e a Geometria na resoluc¸˜ao das equac¸ ˜oes do segundo grau.

3.4 M´etodo alg´ebrico de Sridhara

A maneira encontrada por Sridhara para resolver as equac¸ ˜oes do segundo grau ´e encontrar dois n ´umeros x e y cuja soma seja s e cujo produto ´e p. Usando s´ımbolos, podemos escrever:       

x+y=s x·y=p

Fazendox= s

2+a e y=

s

2 −a coma>0, temos:

x·y=

s

2+a

·

s

2−a

= s

2

4 −a

2 =p

que implica

a2 = s 2

4 −p=⇒a=

r

s2

−4p

4 . Logo, conclu´ımos que os valores dexeys˜ao:

x= s 2 +

r

s2−4p

4 e y=

s

2 −

r

s2−4p

4 Note que sea<0, os valores dexeys˜ao permutados.

Os matem´aticos dessa ´epoca j´a sabiam que essas equac¸ ˜oes poderiam apresentar no m´aximo 2 ra´ızes.

Sridhara ao enunciar a regra que originou a f ´ormula atual para a resoluc¸˜ao de equac¸ ˜oes do segundo grau batizou sua descoberta como ”f ´ormula geral para resoluc¸˜ao da equac¸˜ao polinomial do segundo grau”.

Exemplo 3.3. Determinar as dimens ˜oes de um terreno retangular de ´area 160m2sabendo que seu per´ımetro ´e 56m.

Soluc¸˜ao do problema:Sejaxo comprimento do terreno eya sua largura e lembrando que o per´ımetro de um pol´ıgono ´e dado pela soma de seus lados, podemos escrever:

      

2x+2y=56

x·y=160 ou

      

x+y=28

(27)

Aplicando o m´etodo descrito acima, observamos que: s=28 ep=160, da´ı

x= s 2 +

r

s2

−4p

4 =

28 2 +

r

2824·160

4 =14+

r

784−640

4 =14+

36=14+6=20 e

y= s 2 −

r

s2

−4p

4 =

28 2 −

r

282−4·160

4 =14−

r

784−640

4 =14−

36=14−6=8

3.5 M´etodo de resoluc¸˜ao convencional

Outro matem´atico indiano que tamb´em exp ˆos uma t´ecnica para encontrar as ra´ızes desse tipo de equac¸ ˜oes foi Bhaskara 3que utilizou o m´etodo de completar quadrados usado pelos babil ˆonios.

Dada a equac¸˜aoax2+bx+c=0. Se a multiplicarmos por 4a, teremos: 4a2x2+4abx+4ac=0

Observe que s ´o teremos um trin ˆomio quadrado perfeito se adicionarmos um termo igual ab2aos dois lados da equac¸˜ao. Ent˜ao:

4a2x2+4abx+4ac+b2=b2

Reorganizando, temos:

4a2x2+4abx+b2 =b24ac

Ou seja,

(2ax+b)2=b2−4ac

Portanto,

2ax+b =±b24ac Da´ı,

2ax=b± √b24ac e isolando a inc ´ognita temos:

x= −b±

b24ac

2a ,

que ´e a f ´ormula resolutiva de equac¸ ˜oes do segundo grau.

Podemos fazer v´arias manipulac¸ ˜oes diferentes, da aplicada por Bhaskara, com a equac¸˜ao do segundo grau e encontrar uma deduc¸˜ao alternativa para a f ´ormula resolu-tiva da equac¸˜ao do segundo grau.

Exemplo 3.4. Vamos encontrar a soluc¸˜ao da equac¸˜aox2−5x+6=0. Soluc¸˜ao:

x= −b±

b24ac

2a =

−(−5)± p(−5)24·1·6

2·1 =

5±1

2 da´ı x=2 oux=3.

(28)

3.6 M´etodo da semi-soma e do produto

Dada a equac¸˜ao do segundo grauax2+bx+c = 0, coma,b,c Rea, 0 podemos usar uma manipulac¸˜ao diferente da que foi utilizada anteriormente e encontrar outra express˜ao para determinar as ra´ızes dessa equac¸˜ao.

Dividindo tudo pora, temos:

x2+b

ax+ c a =0

e fazendo

s= b

2a e p= c a

uma vez que

s= b

2a =⇒2s=− b

a =⇒ −2s= b a.

podemos escrevˆe-la da seguinte maneira

x22sx+p=0

Como a soluc¸˜ao da equac¸˜ao do segundo grau pode ser encontrada atrav´es da f ´ormula

x= −b±

b24ac 2a

temos:

x= −(−2s

p

(2s)24·1·p 2·1

x= 2s±

p

4s24·p 2

x= 2s±

p

4(s2− ·p) 2

x= 2s±2

p

s2− ·p 2 finalmente chegamos a

x=s± q

s2p

Mostrando, assim, outro modo de se resolver uma equac¸˜ao do segundo grau. Exemplo 3.5. Resolver a equac¸˜ao 2x27x+3=0, usando este m´etodo.

Soluc¸˜ao:Dividindo a equac¸˜ao por 2 encontramos

x27 2x+

3

2 =0 ou x

22· 7

(29)

fazendos= 7 4,p=

3

2 e aplicando esses valores na f ´ormula que foi deduzida, temos:

x= 7 4± r 7 4 2 − 3

2 =⇒x= 7 4 ± r 49 16 − 3

2 =⇒x= 7 4 ±

r

49−24

16 =⇒x= 7 4 ±

5 4. Portanto as ra´ızes s˜ao:

x=3 e x= 1

2. 3.7 M´etodo da soma e da diferenc¸a de quadrados

Dada a equac¸˜ao do segundo grau ax2+bx+c = 0, com a,b,c

∈ R ea , 0, vamos

encontrar uma express˜ao que determine suas ra´ızes, digamosxex” em func¸˜ao de seus

coeficientes. Sabemos que

(x′+x”)2 =(x′)2+2xx”+(x”)2 e

(x′−x”)2 =(x′)2−2xx”+(x”)2

Subtraindo membro a membro a primeira identidade da segunda, obtemos: (x′+x”)2(xx”)2 =4xx”=(x′+x”)24xx”=(xx”)2

Fazendox+x=s,xx=dex·x=p, podemos formar o seguinte sistema de

equac¸ ˜oes do primeiro grau

      

xx=d x+x=s

Somando as duas equac¸ ˜oes temos:

2x′ =d+s=x′ = d+s 2

substituindo o valor encontrado em qualquer uma das equac¸ ˜oes acima, obtemos

x”= sd 2 Comox+x=b

a ex

·x= c

a, fato que est´a provado no Apˆendice A, temos:

(x′+x”)2−4xx”=(x′−x”)2 = b

a

!2

−4c

a =d

2 =

d=±

r

b24ac

a2

portanto

x=b+

b24ac

2a e x”=

b− √b24ac

(30)

Exemplo 3.6. Encontrar a soluc¸˜ao da equac¸˜ao 3x2

−30x+72=0.

Soluc¸˜ao:Aplicando a f ´ormula encontrada, temos: a=3,b=30 ec=72. Da´ı,

x=b+

b24ac

2a =

−(30)+ p(30)24·3·72

2·3 =

30+ √36

6 =6

x”= −b

b24ac

2a =

−(−30)− p(−30)24·3·72

2·3 =

30 √36

6 =4

3.8 M´etodo alternativo

Quando resolvemos uma equac¸˜ao do segundo grau pelo m´etodo convencional encontramos a express˜ao b2 4ac que comumente ´e chamada de discriminante da equac¸˜ao e representada pela letra do alfabeto grego ∆ (delta). De acordo com esse discriminante, temos trˆes casos a considerar:

1ocaso: Quando temosb2

−4ac>0 a equac¸˜ao apresenta duas ra´ızes reais e diferentes, assim representadas:

x=b+

2a ex”=

b √∆

2a

2ocaso: Quando temosb2

−4ac=0 a equac¸˜ao tem duas ra´ızes reais e iguais.

x=x= b

2a

3ocaso: Quandob24ac<0 o valor da express˜aon˜ao existe emR, n˜ao existindo, portanto, ra´ızes reais. As ra´ızes da equac¸˜ao s˜aon ´umeros complexos4.

Dada express˜ao∆ = b2−4ac.

Podemos reescrevˆe-la da seguinte maneirab2

−∆ = 4ace fatorando obtemos

b± √∆·b √∆=2a·2c,

dividindo tudo por 2a·b∓ √∆, encontramos

b± √∆ 2a =

2c b √∆

finalmente multiplicando essa ´ultima express˜ao por (-1), temos:

b∓ √∆

2a =

2c

b± √∆.

4 Os n ´umeros complexos foram introduzidos na ´Algebra durante o s´eculo XVI por alguns matem´aticos

(31)

Note que o lado esquerdo dela ´e a f ´ormula resolvente da equac¸˜aoax2+bx+c = 0, da´ı

x= 2c

b± √∆

´e a soluc¸˜ao da equac¸˜aoax2+bx+c =0, coma,b,cRea,becdiferentes de zero. Se n˜ao tiv´essemos o conhecimento da f ´ormula resolutiva da equac¸˜ao do segundo grau, poder´ıamos encontrar a f ´ormula acima atrav´es do m´etodo alg´ebrico de completar quadrados.

Demonstrac¸˜ao:Multiplicando a equac¸˜aoax2+bx+c =0 por 4c, temos: 4acx2+4cbx+4c2 =0.

Adicionando e subtraindob2x2ao primeiro membro dessa equac¸˜ao chegamos a 4acx2+4cbx+4c2+b2x2−b2x2 =0.

Reagrupando os termos dessa equac¸˜ao podemos escrever 4acx2−b2x2+4cbx+4c2+b2x2 =0.

Colocando o fator−x2 em evidˆencia nos dois primeiros termos e fatorando os trˆes ´ultimos, encontramos

x2(b2−4ac)+(bx+2c)2 =0.

logo,

x2(b2−4ac)=(bx+2c)2.

extraindo a raiz quadrada em ambos os lados, temos

±xb24ac=bx+2c

ou

±xb24acbx =2c=x±b24acb=2c

Assim conclu´ımos que a soluc¸˜ao ser´a:

x= 2c

b± √b24ac

Exemplo 3.7. Resolver a equac¸˜ao 3x2+7x+4=0 aplicando a f ´ormula encontrada. Soluc¸˜ao:Comoa=3,b=7 ec =4, temos que:

∆ =b24ac=724·3·4=4948=1 da´ı,

x= 2c

b± √∆

= 2·4

−7± √1

= 8

−7±1

portanto as ra´ızes s˜ao: x=4

3 e x”=−1.

(32)

3.9 M´etodo de Vi`ete

Vi`ete5 encontrou uma maneira diferente para resolver a equac¸˜ao do segundo grau

ax2 +bx+c = 0, com a,b,c R e a , 0. O modo baseia-se em relacionar a equac¸˜ao em quest˜ao com uma equac¸˜ao do tipo ay2+p = 0, ondep ´e um n ´umero que depende dea,becde modo que qualquer soluc¸˜ao dessa equac¸˜ao determinar´a uma soluc¸˜ao da equac¸˜aoax2+bx+c=0.

Podemos observar que a equac¸˜aoay2+p=0 admite duas soluc¸ ˜oes:

y= r

p

a e y”=−

r

p

a, se − p a ≥0.

Escrevendox= y+m, ondeyems˜ao inc ´ognitas auxiliares. A equac¸˜aoax2+bx+c=0 pode ser escrita como

a(y+m)2+b(y+m)+c =0 e, desenvolvendo, encontra-se

a(y2+2my+m2)+b(y+m)+c=0

ay2+2amy+am2+by+bm+c=0.

Reescrevendo essa igualdade como uma equac¸˜ao na inc ´ognitay, obtemos

ay2+(2am+b)y+am2+bm+c=0.

Podemos transformar essa equac¸˜ao numa equac¸˜ao do 2ograu incompleta, anulando o coeficiente de y, para isso, basta escolherm= b

2a obtendo assim a equac¸˜ao

ay2+ab

2a

!2

+bb

2a

!

+c=0.

Agora aplicando um dos m´etodos que foi mostrado na sec¸˜ao 3.2 temos

ay2+a b

2

4a2

!

+b b

2a

!

+c=0

ay2+ b 2

4ab2

2a +c=0 ay2+ 4acb

2

4a =0 ay2= b

2

−4ac

4a y2= b

24ac

4a2

(33)

y=±

r

b2

−4ac

4a2

y=±

b24ac 2a

Lembrando que m = b

2a e que x = y + m temos que as soluc¸ ˜oes da equac¸˜ao ax2+bx+c =0 s˜ao dadas por:

x= y+m= b 2a±

b24ac 2a

que ´e a f ´ormula resolutiva de uma equac¸˜ao do segundo grau. Exemplo 3.8. Vamos encontrar as ra´ızes da equac¸˜aox2

−7x+12=0.

Soluc¸˜ao:

Se estamos querendo saber quais s˜ao as ra´ızes dessa equac¸˜ao usando o m´etodo de Vi´ete devemos fazerx= y+me substituir na equac¸˜ao dada. Ou seja:

(y+m)2−7(y+m)+12=0 Desenvolvendo teremos:

y2+2my+m2−7y−7m+12=0

y2+(2m−7)y+m2−7m+12=0 Fazendom= 7

2, para anular o coeficiente de y, temos que:

y2+ 49 4 −

49

2 +12=0=⇒ y 2

− 1

4 =0=⇒ y=± 1 2 Comox= y+m, vem que:

x= 7 2 ±

1 2 Portanto as ra´ızes s˜aox=4 ex=3.

3.10 M´etodo geom´etrico de completar quadrados

Considere a equac¸˜ao:

x2+bx=c, ondec>0

(34)

Figura 3 – M´etodo geom´etrico de completar quadrados

Fonte: O autor

Observe que naFigura 3o retˆangulo de dimens ˜oesbexest´a representado como 4 retˆangulos menores de dimens ˜oes b

4 exe que a ´area hachurada ´e igual ac.

Como podemos observar, ao completarmos o quadrado maior estaremos formando quatro quadrados menores de lados b

4 e com ´area medindo

b

4

!2

cada um. Sendo assim, a ´area dos quatro quadrados menores ´e dada por:

4 b 4

!2

=4· b

2

16 =

b2 4 =

b

2

!2

Portanto, a ´area total do quadrado externo ser´a igual ac+ b 2

!2

e a medida de seu lado ser´a a raiz quadrada dessa ´area, que ´e igual a:

± s

c+ b 2

!2

Como

b

4 +x

| {z }

lado do quadrado externo

= ±

s

c+ b 2

(35)

O valor procurado (x) ´e o lado do quadrado externo subtra´ıdo de duas vezes o lado do quadrado menor, ou seja:

x=±

s

c+ b 2

!2

−2· b

4 =⇒x=−

b

s

c+ b 2

!2

Exemplo 3.9. Aplicando o m´etodo descrito acima encontre as ra´ızes da equac¸˜ao do segundo graux2+2x=3.

Soluc¸˜ao :

x=b 2 ±

s

c+ b 2

!2

=2

r

3+

2

2

2

=1± √4=1±2

As ra´ızes procuradas s˜ao, portanto, 1 e −3. Embora n˜ao fac¸a sentido falar num quadrado de lado−3, pois, n˜ao h´a comprimentos negativos.

3.11 M´etodo geom´etrico alternativo de completar quadrados

Considere novamente a equac¸˜ao:

x2+bx=c, ondec>0

O m´etodo alternativo consiste em dividir o retˆangulo de dimens ˜oesb exem dois retˆangulos menores de dimens ˜oes b

2 exe n˜ao mais em quatro, como foi visto anterior-mente. Veja aFigura 4abaixo.

Figura 4 – M´etodo geom´etrico alternativo de completar quadrados

(36)

Como a ´area hachurada representada naFigura 4 ´e igual ac. Se completarmos o quadrado maior, estaremos formando um quadrado menor de lado b

2, cuja ´area ser´a igual a b

2

!2

. Logo, a ´area total do quadrado maior ´e igual ac+ b 2

!2 .

Como podemos encontrar essa ´area fazendo x+ b 2

!2

, teremos:

x+ b 2

!2

=c+ b

2

!2

= x+ b

2 =±

s

c+ b 2

!2

=x=b

2 ±

s

c+ b 2

!2

,

que ´e a soluc¸˜ao da equac¸˜ao do segundo graux2+bx =c, ondec>0.

3.12 M´etodo gr´afico de um sistema de equac¸ ˜oes

Dada a equac¸˜aoax2+bx+c=0, coma,b,c

∈R,a,0 ec ,0. Temos que: x(ax+b)=c=ax+b=c

x.

Fazendo f(x) = ax+be g(x) = c

x podemos construir os gr´aficos das func¸ ˜oes f(x)

e g(x) no mesmo plano e verificar se existem pontos de intersecc¸˜ao entre os gr´aficos, se houver, esses pontos de intersecc¸˜ao representam a soluc¸˜ao da referida equac¸˜ao do segundo grau, caso contr´ario a equac¸˜ao n˜ao possuir´a soluc¸˜ao.

Exemplo 3.10. Vamos resolver a equac¸˜aox2+2x15=0, usando o m´etodo gr´afico. Soluc¸˜ao:Para isso, faremos o seguinte:

x2+2x=15⇐⇒x(x+2)=15⇐⇒x+2= 15

x

Sendo f(x) = x+2 e g(x) = 15

x , basta agora construir os gr´aficos das func¸ ˜oes f(x)

e g(x) no mesmo plano e teremos a soluc¸˜ao da equac¸˜ao x2 +2x15 = 0, ondex= 3

e x” = 5 s˜ao as ra´ızes da equac¸˜ao. Vejamos abaixo a visualizac¸˜ao geom´etrica na Figura 5, que pode ser feita utilizando um software de matem´atica dinˆamica como o GeoGebra6.

6 GeoGebra ´e um aplicativo de matem´atica que combina conceitos de geometria, ´algebra e c´alculo. Ele

(37)

Figura 5 – Construc¸˜ao dos gr´aficos de f(x) e g(x) e seus pontos de intersecc¸˜ao

Fonte: O autor

3.13 M´etodo de Leslie

No s´eculo XVIII o inglˆes Sir John Leslie (1766 - 1832), em sua obra Elements of Geometry, apresentou o seguinte procedimento:

Dada uma equac¸˜ao quadr´atica na forma x2

bx + c = 0, sobre um sistema de coordenadas cartesianas, marcam-se os pontos A(0,1) e B(b,c). Constr ´oi-se o c´ırculo de diˆametro AB. As abscissas dos pontos em que esse c´ırculo cortar o eixo x (eixo horizontal), se cortar, s˜ao as ra´ızes da equac¸˜ao quadr´atica dada.

Figura 6 – Gr´afico do m´etodo de Leslie

(38)

Com efeito, a equac¸˜ao da circunferˆencia constru´ıda ´e dada por:

x b

2

!2 +

y c+1

2

2

= b

2

!2 +

c+1

2 −1

2

e quando y=0, tem-sex2bx+c=0 oux= b 2 ±

s

b

2

!2

c. Exemplo 3.11. Resolver a equac¸˜aox2

−3x+4=0, usando esse m´etodo. Soluc¸˜ao:Para isso, precisaremos de r´egua e compasso.

i) com a r´egua e o compasso em m˜aos trace um sistema de coordenadas cartesianas; ii) marquemos os pontosA(0,1) eB(3,4);

iii) construiremos, agora, o c´ırculo de diˆametroAB. Fac¸amos o seguinte: – mec¸a a distˆancia deAat´eBe marque um ponto (C) em sua metade;

– com o compasso centralizado nesse novo ponto e abertura igual a metade da distˆancia deAat´eB, desenhe o c´ırculo.

Figura 7 – Gr´afico do m´etodo de Leslie (x2

−3x+4=0)

Fonte: O autor

(39)

3.14 M´etodo de Descartes

No ano de 1637, Ren´e Descartes (1596 - 1650) desenvolveu um m´etodo geom´etrico para encontrar a soluc¸˜ao positiva de equac¸ ˜oes do segundo grau representadas nas formas:

x2 =bx+c2, x2 =c2bx e x2=bxc2 sempre combecpositivos.

• Vamos encontrar a soluc¸˜ao da equac¸˜aox2 =bx+c2.

O m´etodo desenvolvido por ele para resolver esse tipo de equac¸˜ao consiste em trac¸ar um segmentoLM de comprimentoce em Ltrac¸a-se uma perpendicularLN de comprimento b

2. Com centro emN constr ´oi-se um c´ırculo de raioLNe trac¸a-se a reta passando por MeNque corta o c´ırculo no pontoOe no pontoP(Pest´a entreMeN). Conforme indica aFigura 8. O segmentoOM´e a soluc¸˜ao positiva da equac¸˜ao.

Figura 8 – M´etodo de Descartes (x2 =bx+c2 e x2 =c2

bx)

Fonte: Revista do Professor de Matem´atica, n.43, p.24

De fato, no triˆangulo retˆanguloMLN, retˆangulo emL, da figura acima, temos que: (NM)2 =(LN)2+(LM)2

ComoLN = b

2,LM = ce sabendo queLN =ON (s˜ao raios do c´ırculo). SeOM= x, temos que: NM=OMON=xb

2. Logo,

(NM)2 =(LN)2+(LM)2

xb

2

!2

= b

2

!2 +c2

que implicar´a emx2 =bx+c2 ou x= b

s

b

2

!2

+c2, onde a raiz positiva ´e dada por:

x= b 2 +

s

b

2

(40)

Hoje, sabe-se que a outra raiz ´ePM.

Com efeito, como NM = NP+PM, se considerarmos o triˆangulo retˆangulo MLN, retˆangulo emLe nomearmosPM=x, teremos:

(NM)2 =(LN)2+(LM)2

x+ b 2

!2

= b

2

!2 +c2

x+ b 2 =±

s

b

2

!2 +c2

x=b

s

b

2

!2 +c2

da´ı,−PM= b

s

b

2

!2

+c2e a outra raiz ser´ax= b 2−

s

b

2

!2

+c2, entretanto, essa raiz n˜ao foi considerada por Descartes na ´epoca por ser negativa.

Exemplo 3.12. Resolver a equac¸˜aox2 =3x+4, usando esse m´etodo.

Soluc¸˜ao:Vamos resolver geometricamente. Precisaremos de r´egua e compasso. i) com a r´egua e o compasso em m˜aos trace um segmentoLM=2;

ii) emLtrace uma perpendicularLNde comprimento 1,5;

iii) com o compasso centralizado emNconstrua um c´ırculo de raio 1,5;

iv) trace agora uma reta passando porMeN, essa reta cortar´a o c´ırculo em dois pontos:

OeP(comPentreMeN);

v) com a r´egua mec¸a os segmentos OM ePM. As ra´ızes ser˜ao OM = 4 e −PM = 1. Conforme indica a figura abaixo.

Figura 9 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜aox2 =3x+4

(41)

• Vamos resolver a equac¸˜ao da formax2 =c2

bx.

O m´etodo desenvolvido por ele para resolver esse tipo de equac¸˜ao ´e o mesmo utilizado para encontrar a soluc¸˜ao da equac¸˜aox2 =bx+c2. Nesse caso, continuaremos usando aFigura 8. O segmentoPM´e a soluc¸˜ao positiva da equac¸˜ao.

De fato, no triˆangulo retˆanguloMLN, retˆangulo emL, temos: (NM)2 =(LN)2+(LM)2

ComoLN = b

2, LM= c e sabendo queLN = NP(s˜ao raios do c´ırculo). SePM = x, temos que: NM=NP+PM=x+ b

2. Logo,

(NM)2 =(LN)2+(LM)2

x+ b 2

!2

= b

2

!2 +c2

que implicar´a emx2 =c2bx ou x=b 2 ±

s

b

2

!2

+c2, ondex=b 2 +

s

b

2

!2

+c2 ´e a raiz positiva da equac¸˜ao dada.

A outra raiz ´e−OM.

Com efeito, comoNM=OMONeON= b

2, se considerarmos o triˆangulo retˆangulo

MLN, retˆangulo emLe nomearmosOM=x, teremos: (NM)2 =(LN)2+(LM)2

x b

2

!2

= b

2

!2 +c2

xb

2 =±

s

b

2

!2 +c2

x= b

s

b

2

!2 +c2

da´ı,OM=b 2 ±

s

b

2

!2

+c2e a outra raiz ser´ax=b 2−

s

b

2

!2 +c2.

Exemplo 3.13. Resolver a equac¸˜aox2 =16

−6x, usando esse m´etodo.

Soluc¸˜ao:Vamos resolver geometricamente. Precisaremos de r´egua e compasso. i) com a r´egua e o compasso em m˜aos trace um segmentoLM=4;

ii) emLtrace uma perpendicularLNde comprimento 3;

iii) com o compasso centralizado emNconstrua um c´ırculo de raio 3;

(42)

OeP(comPentreMeN);

v) com a r´egua mec¸a os segmentos OM ePM. As ra´ızes ser˜ao OM = 8 e PM = 2. Conforme indica a figura abaixo.

Figura 10 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜aox2 =166x

Fonte: O autor

• Vamos resolver agora a equac¸˜aox2 =bxc2.

A estrat´egia desenvolvida por ele para resolver esse tipo de equac¸˜ao seria a seguinte: constru´ımos um segmentoLMde medidac, emLtrac¸amos uma perpendicularLNde medida b

2 e em M trac¸amos uma reta paralela a LN. Com centro em N e raio LN constr ´oi-se um c´ırculo. Se houver intersecc¸˜ao desse c´ırculo com a reta paralela aLNa distˆancia de cada ponto de intersecc¸˜ao ao pontoMrepresenta uma soluc¸˜ao da equac¸˜ao

x2 =bx

c2.

Pode ocorrer trˆes casos, como indica a figura abaixo.

1ocaso: a equac¸˜aox2 =bxc2 n˜ao possui raiz real.

(43)

Figura 11 – M´etodo de Descartes (x2=bx

c2)

Fonte: O autor

Vamos analisar cada um deles.

1ocaso: Nada a demonstrar.

2o caso: Observe inicialmente que NP = LM, ou seja, c = b

2. Como o segmento

PM=x ´e soluc¸˜ao, temos:

b

2 =c

b

2

!2 =c2

b2 4 =c

2

b

2

4 =−c 2

b22b2 4 =−c

2

b2 4 −

b2 2 =−c

2

b

2

!2

= b·b 2 −c

2

Por construc¸˜ao temosPM= b

2, pois,PM ´e tangente ao c´ırculo e paralelo aLNlogo,

x2 =bxc2

3ocaso: Vejamos porque o valor da raiz pode ser a medida do segmentoMQou a

(44)

i) Vamos analisar o segmentoMRprimeiro.

Marcaremos sobre o segmentoMRo pontoZtalqueNZ seja paralelo aLM. Dessa forma, teremosNZ=LM=ceLN=MZ= b

2.

Figura 12 – M´etodo de Descartes (x2=bx

c2)

Fonte: O autor

Observando a figura acima, temos: NR= b

2 (raio) eZR=MRMZ.

Se considerarmos MR = x, como o triˆangulo RZN ´e retˆangulo em Z, usando o Teorema de Pit´agoras, temos:

(NR)2 =(NZ)2+(ZR)2 (NR)2=(NZ)2+(MRMZ)2

b

2

!2

=c2+ xb

2

!2

xb

2

!2

= b

2

!2

c2

que implicar´a emx2 =bxc2 ou x= b 2 ±

s

b

2

!2

c2.

ii) Para a outra raiz serMQ, observemos o seguinte:

QZ=MZMQ.

Vamos usar novamente o Teorema de Pit´agoras, dessa vez no triˆangulo NZQ, retˆangulo em Z. Observe que NQ = b

2 (raio). Se considerarmos agora MQ = x, teremos:

Imagem

Figura 1 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜ao do 1 o grau
Figura 2 – Soluc¸˜ao geom´etrica da equac¸˜ao 4x = 12
Figura 3 – M´etodo geom´etrico de completar quadrados
Figura 4 – M´etodo geom´etrico alternativo de completar quadrados
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Referências

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