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Superação da dormência de sementes de capim-carrapicho.

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CIBELE C. MARTINS2, EDIVALDO D. VELINI3, DAGOBERTO MARTINS2

RESUMO

O ob j et ivo de st a pe sq ui sa foi o de identificar tratamentos que, capazes de superar a dormência das sementes de Cenchrus echinatus,

fossem favoráveis à germina ção e passíveis de serem aplicados visando semeadura à campo. Para tanto, 4 lotes de sementes foram submetidos a tratamentos de escarificação mecânica, de retirada do invólucro de brácteas espinhosas e das glumas para a separa ção da cari opse, de imersã o em KN O3 (1 %) po r 5 e 20 mi nu to s, im er sã o em KNO3 (1, 3 e 5%) por 5 minutos, de imersão em

H2O por 5 minut os, de armaz enamento a 5°C/ 7

dias, de exposição à 40, 55 e 70°C/ 8h em estufa com circulação forçada de ar e de imersão em

H2SO4(98%, 36N) por 1; 5 e 15 minutos seguida

po r la va ge m em ág ua co rr en te . As se ment es tratadas foram avaliadas por meio dos testes de ger min ação e de eme rgência de plânt ulas; de p r i m e i r a c o n t a g e m d e g e r m i n a ç ã o e d e e me r gê n c i a d e p l â n t u l a s , d e ve l o c i d a d e germinação e de emergência. Os tratamentos de escar ificação mec ânica, da cariopse nua e de imersão das sementes em KNO3 (1 a 3%) por 5

minutos são técnicas de superação da dormência ca pa ze s de imp lem en ta r a em er gê nc ia em condições de campo.

Palavras chave:Cenchrus echinatus,

semente, dormência, emergência.

ABSTRACT

Dormancy overcoming in southern sandbur seeds.

The main goal of this research was to

id en ti fy th os e tr ea tm en ts th at be si de s be in g

capable of overcoming dormancy in Cenchrus

echinatus seeds were favorable to germination and

liable to field use. Four seed lots were submitted to mechanical escarafication, cariopse excised, KN O3 (1%) im mersio n for 5 and 20 minutes, KNO3 (1, 3 e 5%) immersion for 5 minutes, H2O

immers ion for 5 minute s, 5°C/7 day s sto rag e, thermal treatments at 40, 55,and 70°C/8h in air circulating oven,H2SO4(98%, 36N) immersion

INTRODUÇÃO

Ce nc hr us ec hi na tu s L. é um a pl an ta

daninha dissemin ada po r todas as re giões do Brasil, apresentando maior importância na região Centro-Sul e Nordeste, como infestante de

for 1, 5, an d 15 minutes. Tr eated seeds were evaluated by means of the standard germi nation test and emerging seedlings, first germination and emerge nce cou nt, ger min ati on and emerge nce speed. The use of mec han ical escar afication, cariopse excised, KNO3 (1 - 3%) immersion for 5 minute s are dor mancy ove rco min g tec hni que s able to promote field emergence.

Key words:Cenchrus echinatus,seed,

dormancy, emergence.

culturas anuais e perenes. Suas sementes, que botanicamente são os invólucros de brácteas e s p i n h o s a s , d i f i c u l t am a s a t i vi d a d e s d e trabalhado res braçais em oper açõ es de colheita e ca pi na (L or en zi , 19 82 ; Gr ot h & Li be ra l, 1988).

1Recebido para publicação em 02/04/97 e na forma revisada em 12/08/97. 2 Eng. Agr., Dr., Botucatu, SP.

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C. C. Martinset al.

A germinação mais rápida e uniforme das sementes é de interesse para os estudos de manejo de plantas daninhas, em especial na avaliação de herbicidas aplicados em pós-emergência. Vários mé t odos de s uper aç ão de dor mê nci a s ão recomendados para os testes de laboratório em sementes de gramíneas tropicais. Dentre estes, ap re se nt am va nt ag en s os qu e se ba s ei am na remoção mecânica das glumas, da lema e da pálea (Brown, 1982; Goedert, 1984; West & Marousky, 1989) e os que promovem a desestruturação do pe ri ca rp o pe la im er sã o em ác id o su lf úr ic o con centrado (El lis et al, 198 5; Fre ita s et al. ,

199 0; Bra sil , 199 2; Mae da, 199 5). Tai s fat os sugerem relações diretas dessas estruturas com a d o r m ê n c i a , p o r p o d e r e m a p r e s e n t a r impermeabilidade à água, resistência mecânica ao d e s e n v o l v i m e n t o d o e m b r i ã o , b a i x a permeabilidade à trocas gasosas e substâncias inibidoras da germinação (Simpson, 1990).

Outro método laboratorial utilizado para a s u p e r a ç ã o d a d o r m ê n c i a c o n s i s t e n o umedecimento do substrato de germinação com solução (0,2%) de nitrato de potássio (West & Marousky, 1989; Brasil, 1992); mas por ser de aplicação inviável em condições de campo, alguns pe sq ui sa do re s te nd em a tr at ar as se me nt es imergindo-as nesta solução antes da semeadura (Martins et al., 1994). A capacidade do nitrato de

potássio para superar a dormência parece estar as so ci ad a às su as at u aç õe s co mo ox id an te e aceptor de elétrons (Ellis et al.,1983). Neste caso, a

substância oxidante ao estimular a via pentose fosfato, diminui ou elimina o estado de dormência das sementes (Roberts, 1972).

Sementes de diferentes espécies e ecótipos de gramíneas tropicais apresentam exigências térmicas e hídricas relacionadas aos seus sítios de origem (Brown, 1982 e Hacker et aL, 1984). O

prazo de duração da dormência é uma adaptação das espécies às estações frias e secas; a exigência de altas temperaturas, para que haja a superação d a d o r m ê n c i a , g a r a n t e a a u s ê n c i a d e

estabelecimento em épocas desfavoráveis e,

paralelamente, atua como estimuladora da

germinação nos períodos quentes e rotineiramente chuvosos das regiões tropicais (Hacker, 1984).

A aplicação de temperaturas baixas, entre 5 e 10°C (Brasil, 1992 ) e alt as, entr e 40-70 °C (Brasil, 1992; Maeda & Pereira, 1993 e Martins, 1996), nos tratamentos de superação de dormência de se me nt es , têm apr ese nt ad o res ul tad os satisfatórios em algumas espécies de gramíneas. Butler (1985) obteve a promoção da germin ação de Cenchrus ciliaris com o pré-aquecimento das

sementes a 40°C por 10 dias. Há indícios, que as altas temperaturas ou agentes oxidantes podem promover a remoção física ou química de ácidos graxos saturados de cadeia curta que controlam, pr im ar ia me nt e, a do rm ên ci a em cu lt iv ar es fortemente dormentes de gramíneas provenientes de regiões tropicais (Seshu & Dadlani, 1991).

O obj et i vo de st a pe sq ui sa foi o de identificar tratamentos que, capazes de superar a dormência das sementes de Cenchrus echinatus,

fossem favoráveis à germina ção e passíveis de serem aplicados visando semeadura a campo.

MATERIAL E MÉTODOS

O pr es en te tr ab al ho co ns to u de du as etapas experimentais. Na primeira, buscou-se se lec ion ar os tr at am en to s pr om iss or es na su pe raç ão da do rmê nc ia da s se me nt es de

Cenchrus echinatus para que fossem melhor

elaborados e estudados numa segunda etapa. Em amb os cas os as se me nt es for am co l hi da s manualmente no final da safra de verão (março e abril de 1996) em 4 áreas diversas da Fazenda Lageado/UNESP, no município de Botucatu/SP, fo rm ando 4 lotes. Para obtere m -se se mentes ma du ra s, as in fl or es cê nc ia s fo ra m co lh id as quando apresentavam coloração palha e cerca de 1/3 de degrana natural. As inflorescências foram secas à sombra e, em condições ambientes de laboratório, aguardaram a montagem do ensaio.

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TAB ELA 1. Den omi naç ão e des cri ção dos trata men tos apl ica dos a um dos lotes de semen tes de

Cenchrus echinatus.Botucatu/SP, 1996.

TABELA 2.Denominação e descrição dos tratamentos aplicados nos lotes de sementes deCenchrus

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C. C. Martinset al.

Para detectar o efeito dos tratamentos estudados foram realizados os seguintes testes de qualidade:

Tes te de ger min açã o: Foi con duz ido ,

com100 sementes por repetição, sob temperaturas alternadas (20 -35°C) e alter nância de luz sobre duas folhas de papel de filtro umedecidos com 12 ml de água destilada (Brasil, 1992). A contagem das plântulas deu-se até os 18 e 21 dias para o p r i m e i r o e o s e g u n d o e x p e r i m e n t o , respectivamente, quando foram calculadas as porcentagens de germinação (plântulas normais), de pl ân tul as an or ma is e de se me nt es nã o germinadas.

T e s t e d e t e t r a z ó l i o : A p e n a s n o

tratame nto cariopse, as cariopses remanescentes do teste de germin ação, foram cortadas ao meio no sen tid o lon git udi nal e uma das metade s foi ime rsa em sol uçã o de tet raz óli o (0, 5%) por 2 ho ra s a 30 °C . A se gu ir , fo ra m av al ia do s os embriões para a identificação e contagem das sementes viáveis (dormentes) ou mortas (Brasil, 1992). A porcentagem de sementes dormentes foi c a l c u l a d a e m r e l a ç ã o à p o p u l a ç ã o t o t a l participante do teste de germinação. Nos demais tratamentos este teste não foi realizado devido à dificuldade na retirada do invólucro de brácteas espinhosas, ao final do teste de germinação, sem danificar-se do embrião.

Primeira contagem de germinação: Foi

re al iz ad a co ns id er an do a po rc en ta ge m de plântulas normais (Brasil, 1992) presentes no teste de germinação no quarto dia após a semeadur a para ambos experimentos.

Índice de Velocidade de Germinação (I.V.G.): Realizado conjuntamente com o teste de

germinação, foi determinado utilizando critério estabelecido por Maguire (1962). Foram contadas, diariamente, as plântulas normais germinadas dos 4 aos 18 e dos 4 aos 21 dias após a instalação do te st e, re sp ec ti va me nt e, pa ra o pr im ei ro e o segundo experimento.

Teste de emergência: As sementes, em

número de 100 por repetição, foram pl antadas a 1 cm de profundidade em caixas contendo solo peneirado proveniente de local infestado com

capim-carrapicho, em condição ambiente de casa de veget ação . Consider ou -se co mo plân tulas emersas as que apresentavam-se com pelo menos 2 cm de parte aérea acima do solo. A contagem foi realizada até os 16 dias após a semeadura, quando fo i dete rmin ada a porc enta gem de pl ântu la s em er sa s. Es te te st e fo i re al iz ad o ap en as no segundo experimento.

Primeira contagem de emergência: Foi

re al iz ad a co ns id er an do a po rc en ta ge m de plântulas e mersas pr esentes no teste de emergência no sexto dia após a semeadura.

Índice de Velocidade de Emergência (I.V.E.): Realizado conjuntamente com o teste de

emergência, foi determinado utilizando critério estabelecido por Maguire (1962). Foram contadas, diariamente, as plântulas normais germinadas dos 6 ao s 16 di as ap ós a in st al aç ão do te st e de emergência.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições e as médias foram comparadas pelo teste t (5%).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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TABELA 3. Taxas de primeira contagem de germinação, índice de velocidade de germinação, germinação, plânt ulas ano rma is e sem entes não ger min adas de Ce nc hru s ec hi na tu s subme ti dos a

tratamentos físicos, químicos e térmicos. Botucatu/SP, 1996.

Embora significativamente inferiores ao t r at a me nt o c ar i ops e, o s t r at a me nt o s d e esca rifi cação, de KNO3 / 5 min e de KNO3 / 20 min mostraram-se igualmente implementadores da germinação, em relação à testemunha, como pôde ser detectado por meio do índice de velocidade, da t axa de ger mi nação e das s eme nt es não germ in ad as , em valo re s si gnif ic at iv os , e na primeira contagem de germinação em valores absolutos. Os resultados favoráveis obtidos com o KNO3 ap li ca do so b a fo rm a de im er sã o de sementes nas fases precedentes à semeadura já haviam sido observados, para diversas espécies de gramíneas tropicais no umedecimento de substrato (Eira, 1983; West & Marousky, 1989 e Brasil,

1992).

Os de ma is tr at am en to s te st ad os nã o af et ar am (ve rna li za çã o, 40 e 55 °C /8 h) ou prejudicaram (70°C/8h e H2SO4/ 1; 5 ou 15 min) o

pr oc es so de ge rmi na çã o e a qu al id ad e da s sementes de capim-carrapicho. A desestruturação do pericarpo pela imersão em ácido sulfúrico concentrado (Goedert, 1984 e Toledo et al.,1993)

e a ação do calor sobre as sementes (Mastrocolaet a l . , 198 0; McLean & Gr of , 19 68) , po de,

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C. C. Martinsel al.

experimento, os tratamentos com temperaturas e com H2SO4, não foram utilizados no experimento

seguinte.

No se gu nd o ex pe ri me nt o, a pr im ei ra contagem de germinação destacou o tratamento cariopse como o único capaz de acelerar significativamente a germinação das sementes de capim-carrapicho nos três lotes estudados (Tabela 4). Resultado similar foi encontrado para o índice de velocidade de germinação, taxa de germinação e de sementes não germinadas (Tabelas 4 e 5), os

quais permitiram, também, evidenciar o efeito favor áve l da esc arificaçã o nos lotes 2, 3 e na média dos lotes, em relação à testemunha. Estes resultados confirmaram os obtidos no primeiro experi mento ( Tabela 3). Goedert (1985) , em estudos sobre dormê ncia de Br ach ia ri a spp .,

obs er vo u que trat ame nt os pr omo tor es da desestruturação física do pericarpo, eliminando a sua imperme abilidade, são agentes da superaç ão de dormência.

TABELA 4.Taxas de primeira contagem de germinação e índice de velocidade de germinação de 3 lotes

de sementes Cenchrus echinatus submetidos a tratamentos físicos, químicos e térmicos.

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TABELA 5.Taxas de germinação, plântulas anormais e sementes não germinadas de 3 lotes de sementes

Cenchrus ec hinatus submetidos a tratamentos físicos, químicos e térmicos. Botucatu/SP,

1996.

A aplicação do teste de tetrazólio nas sementes não germinadas do tratamento cariopse revelou que apresentavam-se dormentes 1, 2 e 1 % e mortas 42,0; 38,2 e 23,5% das sementes dos lotes 1, 2 e 3, respectivamente; indicando que o tratamento cariopse promoveu a superação quase total da dormência e que o aumento da taxa de germinação, em comparação com a testemunha, oc or re u de vi do à su pe ra çã o da do rm ên ci a, confirmando os resultados obtidos no primeiro ensaio.

Considerando-se a taxa de germinação da testemunha e de germinação e dormência do tratame nto cariopse pode-se estimar que os lotes 1, 2 e 3 apresentavam taxas iniciais mínimas de

dormência de 37,7; 48,3 e 53%, respectivamente. Portant o, os lotes apresentavam ordem crescente de dormência. As médias para lotes dos diversos t e s t e s a p l i c a d o s i n d i c a m q u e t a m b é m apresentavam ordem crescente de vigor (Tabelas 4 , 5 e 6 ) . A p e s a r d o s l o t e s p o s s u í r e m características qualitativas distintas, apresentaram resp ostas simi lares aos trat amento, enfatiza ndo uma tendência comportamental das sementes de capim-carrapicho.

Os efe itos do KNO3 e da escar ifica ção

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C. C. Martinset al.

ca us ad as pe lo s tr at am en to s es ta va m me no s nítidas.

A qu as e to ta li da de do s tr at am en to s aplicados não afet aram as ta xas de plânt ulas anormais e, embora o tratamento cariopse no lote 3 e na média dos lotes e o KNO3 [1%] no lote 3 tenham apresentado taxas de plântulas anormais es ta ti st ic amente superior es à te stemun ha , o fizeram de forma suficientemente branda para permitir a superioridade ou similaridade destes tratamentos em relação à testemunha no teste de germinação (Tabela 5).

O tratamento de imersão das sementes em KNO3 [1%] (Tabelas 4 e 5), não afetou de modo

signi ficati vo o dese mpen ho ger minati vo das s e m e n t e s , e m r e l a ç ã o à t e s t e m u n h a , contrariamente ao primeiro experimento, no qual ha vi a ap re se nt ad o re su lt ad os fa vorá veis . A alteração na respost a pode ter sido ocas ionada pelo efeito do armazenamento sobre as sementes. Por ocasião do primeiro ensaio as sementes apresentavam um mês e meio de armazenamento e o tempo transcorrido entre o primeiro e o segundo ensaio foi de aproximadamente um mês e meio. Smith (1979), Hartyet al.(1983) e Martins (1996) observaram efeito estimulador da germinação, produzido pelo KNO3 (0,2%) na embebição de se ment es de Pa ni cu m ma xi mu m, ap en as em

sementes recém-colhidas ou com até três meses e meio de armazenamento.

Os trat am en tos KNO3 [3% ] e [5% ]

tende ram a ger ar pre juízo s, agr ava dos com o aumento da concentração. Estes efeitos foram detectados através: do índice de velocidade de germinação para a concentração de 3% no lote 2 e média dos lotes e para a de 5% nos lotes 2, 3 e na média dos lotes; e da taxa de germinação e de sementes não germinadas para todos os lotes.

O tratame nto H2O indicou simi laridade

no s re su lt ad os co m re la çã o ao tr at am en to tes temunh a e KNO3, sen do con sid era do pel os

testes aplicados como isento de efeitos (Tabelas 4 e 5) . Nos te stes qu e empr eg ar am so lo co mo substrato (Tabela 6) embora tenha implémentado

significativamente o índice de velocidade de emergência e a taxa de emergência no lote 3, teve efe ito opo sto no lot e 1, não sur tin do efe ito na média dos lotes.

Dos testes que avaliaram a emergência em solo (Tabela 6), o da primeira contagem apontou co mo ún ic os tr at amen to s pr omis so re s à uma rápida emergência das plântulas o Cariopse, principalmente nos lotes 1, 3 e na média dos lotes, seguido pelo tratamento escarificação, nos lotes 2, 3 e na média dos lotes. De modo similar, o índice de velocidade de emergência constatou resultados significativamente superiores à testemunha no tratamento cariopse, para o lote 1 e na média dos lotes, e no escarificação, em todos os lotes. Adicionalmente, o índice de velocidade constatou que o trat ame nto KNO3 [ 3% ] apr ese nt ou

resultados superiores à testemunha, no lote 3 e na média dos lotes.

Quando a semeadura deu-se em solo os testes de maior duração, como o índice de veloci-dade de emergência, apontaram uma tendência de superioridade do tratamento escarificação em co mpa ra çã o ao ca ri opse , que fo i co nf ir mada através da taxa de emergência (Tabela 6).

A taxa de emergência apontou como tratamento mais favorável o escarificação, que ap res en tou re su lta do s si gn if ica tiva me nt e superiores à testemunha no lote 1 e, também aos demais tratamentos no lote 2 e na média dos lotes. Paralelamente, o cariopse acarretou resultados co nt ro ve rso s, co m a ma io r e me no r ta xa de emergência do lote 1 e do lote 3, respectivamente, e embora a média dos lotes permanecesse superior a tes te mu nha nã o di fer i u das mé di as do s t r at a me nt os K N O3 [ 1 % ] e K N O3 [ 3% ] . 0

tr at am en to KN O3 [3 %] ap re se nt ou ta xa s de

emergência que confirmaram as tendências de aceleração na emergência indicadas pelo índice de velocidade, mostrando resultados superiores à testemunha no lote 3 e média. Comportamento semelhante foi observado para o KNO3 [1%] que

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TABELA 6.Taxas de primeira contagem de emergência, indice de velocidade de emergência e emergência de 3

lotes de sementes Cenchrus echinatussubmetidos a tratamentos físicos, químicos e térmicos.

Botucatu/SP,1996.

Nos testes que empregaram o solo como substrato (Tabela 6) o efeito dos tratamentos com

KNO3 apresentaram-se menos danosos que em

substrato papel (Tabela 4 e 5), independentemente do lote considerado. As concentração de 1 e 3% qu e re su lt ar am em ta xa s e ve l oc id ad es de germinação, respectivamente, iguais e inferiores à s d a t e s t e m u n h a n a s ( T a b e l a s 4 e 5 ) , apresentaram taxas e velocidades de emergência superiores ou iguais (Tabela 6). A concentração de 5% qu e re su lt ou em ta xa s e ve lo ci da de s de germinação inferi ores à testemunha (Tabelas 4 e 5), apr es ent ara m taxas e ve loc ida des de emergência iguais à testemunha na (Tabela 6). A superação de dormência através de KNO3pode

diferir entre o laboratório e o campo, devido à capacidade do solo em tamponar o pH. Cohn et al. (1983) e Cohn & Hughes (1986) demonstraram

que a supera ção de dormênc ia em sement es de arroz vermelho por nitrito, azida, cianida e hi dr ox il amid a oc or re nu ma fa ix a de pH qu e favo rece as formas não iônicas dos comp ostos. Em so lo , as re aç õ es co m ou tr os co mpos to s, lixiviação e degradação também podem causar diversidade nas respostas (Peters & West, 1991).

(10)

C. C.Martinset al.

como os mai s favor áve is, dentre os testados, quando se pretende semeadura à campo. Caso o ob je ti vo se ja a ob te nç ão de pl ân tu la s pa ra tra nsplante, e a semead ura for rea liz ada sobre papel em la boratóri o, ap enas os tr atamentos cariopse e escarificação seriam recomendados (Tabelas4 e 5).

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TABELA 2. Denominação e descrição dos tratamentos aplicados nos lotes de sementes de Cenchrus echinatus
TABELA 3. Taxas de primeira contagem de germinação, índice de velocidade de germinação, germinação, plânt ulas ano rma is e sem entes não ger min adas de Cenchru s echinatus subme ti dos a tratamentos físicos, químicos e térmicos
TABELA 4. Taxas de primeira contagem de germinação e índice de velocidade de germinação de 3 lotes de sementes Cenchrus echinatus submetidos a tratamentos físicos, químicos e térmicos.
TABELA 5. Taxas de germinação, plântulas anormais e sementes não germinadas de 3 lotes de sementes Cenchrus ec hinatus submetidos a tratamentos físicos, químicos e térmicos
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Referências

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