• Nenhum resultado encontrado

A construção do saber em Odontologia: a produção científica de três periódicos brasileiros de 1990 a 2004.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "A construção do saber em Odontologia: a produção científica de três periódicos brasileiros de 1990 a 2004."

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

T h i s paper f ocu ses on an alyzi n g t h e t h em es dealt wi t h by t h r ee Br azi li an den t i st r y m agazi n es, du r i n g t h e per i od f r om 1 9 9 0 t o 2 0 0 4 . We st ar t f r om t h e assu m pt i on t h at t h ese m agazi n es play an i m por t an t r ole i n pr of essi on al f or m at i on , becau se t h ey ar e dyn am i c m ean s of pu bli sh i n g kn owledge an d, t h u s, t h ey ar e able t o i n f lu en ce an d gu i de t h e t h ou gh t s, r ef lect i on s an d at t i t u des, t h er eby m oldi n g den t i st r y pr act i ce. A qu an t i t at i ve an alysi s of t h e em pi r i cal m at er i al, t ot ali n g 2 ,8 0 6 ar t i cles, r eveals j u st h ow di ver se t h e t h em es an d su bj ect s of t h ese pu bli cat i on s wer e. T h e f i ve m ost of t en dealt wi t h t h em es, r elat i n g t o t ech n i cal an d pr of essi on ali zi n g su bj ect s, r epr esen t 5 2 .7 3 % of t h e wor ks we an alyzed. We h ope t o be able t o con t r i bu t e t o a bet t er u n der st an di n g of t h e kn owledge-bu i ldi n g pr ocess, leadi n g t o r ef lect i on an d su bsequ en t st u di es t h at wi ll also wor k as a par am et er f or m on i t or i n g t h i n ki n g i n t h e den t al ar ea.

KEY WORDS: per iodicals. Den t ist r y. kn owledge. scien t if ic pr odu ct ion in dicat or s.

Est e est u do f ocaliza u m a an álise das t em át icas abor dadas por t r ês r evist as odon t ológicas br asileir as, du r an t e o per íodo de 1 9 9 0 a 2 0 0 4 . Par t im os do pr essu post o de qu e est as t êm u m papel im por t an t e n a f or m ação pr of ission al, pois são m eios din âm icos de divu lgação do saber e, dest a f or m a, podem in f lu en ciar e n or t ear pen sam en t os, r ef lexões e at it u des, m oldan do o f azer odon t ológico. A an álise qu an t it at iva do m at er ial em pír ico, t ot alizan do 2 .8 0 6 ar t igos est u dados, r evela a diver sidade de t em át icas e assu n t os das pu blicações. As cin co t em át icas m ais abor dadas r ef er em -se às disciplin as t écn icas e pr of ission alizan t es, at in gin do 5 2 ,7 3 % dos t r abalh os an alisados. Esper am os con t r ibu ir par a a com pr een são do pr ocesso de pr odu ção de con h ecim en t o, su bsidian do r ef lexões e est u dos post er ior es e f u n cion an do com o par âm et r o par a o acom pan h am en t o do pen sar odon t ológico.

PALAVRAS-CHAVE: pu blicações per iódicas. Odon t ologia. con h ecim en t o. in dicador es de pr odu ção cien t íf ica.

* Pesqu isa r ealizada n o Pr ogr am a de Pós-Gr adu ação em Ciên cias da Saú de, Un iver sidade Feder al do Rio Gr an de do Nor t e, UFRN ( Am or im , 2 0 0 6 ) .

1 Pr of essor a, disciplin a de Bioét ica, cu r sos de especializações, Associação Br asileir a de Odon t ologia/ Seção RN; cir u r giã-den t ist a da Aer on áu t ica, Nat al, RN. <kar lam or im @bol.com .br >; <am or im kar la@yah oo.com .br >

2 Pr of essor a, depar t am en t o de Odon t ologia, Pr ogr am a de Pós-Gr adu ação em Ciên cias da Saú de, UFRN. <alf a@u f r n et .br >

3 Pr of essor a, depar t am en t o de En f er m agem ; vice-coor den ador a, Pr ogr am a de Pós-Gr adu ação em En f er m agem , UFRN. <r ger m an o@n at al.digi.com .br >

4 Pr of essor a, Pr ogr am a de Pós-Gr adu ação em Ciên cias da Saú de; coor den ador a, cu r so de gr adu ação em Odon t ologia, UFRN. <ir isdoceu @dod.u f r n .br >

A const rução do saber em Odont ologia:

A const rução do saber em Odont ologia:

A const rução do saber em Odont ologia:

A const rução do saber em Odont ologia:

A const rução do saber em Odont ologia:

a produção cient ífica de t rês periódicos

brasileiros de 19 9 0 a 20 0 4*

Kar l a Pat r íci a Car doso Am or i m Kar l a Pat r íci a Car doso Am or i mKar l a Pat r íci a Car doso Am or i m Kar l a Pat r íci a Car doso Am or i m Kar l a Pat r íci a Car doso Am or i m11111 M ar ia do Socor r o Cost a Feit osa Alves M ar ia do Socor r o Cost a Feit osa AlvesM ar ia do Socor r o Cost a Feit osa Alves M ar ia do Socor r o Cost a Feit osa AlvesM ar ia do Socor r o Cost a Feit osa Alves22222

Rai m u n da M edei r os Ger m an o Rai m u n da M edei r os Ger m an o Rai m u n da M edei r os Ger m an o Rai m u n da M edei r os Ger m an o Rai m u n da M edei r os Ger m an o33333

I r is do Céu Clar a Cost a I r is do Céu Clar a Cost a I r is do Céu Clar a Cost a I r is do Céu Clar a Cost a I r is do Céu Clar a Cost a44444

1 Rua Ataulfo Alves, 1877, Cond. Dom Vicente, bl. D, apto. 202 Candelária - Natal, RN

(2)

I n t r o d u ção I n t r o d u çãoI n t r o d u ção I n t r o d u ção I n t r o d u ção

Os ar qu eólogos t êm af ir m ado qu e a ar t e de escr ever t eve seu in ício em m eados do qu ar t o m ilên io a.C., e qu e essa ar t e m u dar ia par a sem pr e a n at u r eza da com u n icação en t r e os ser es h u m an os.

Man gu el ( 1 9 9 7 ) r ef let e sobr e a m agia da escr it a, qu an do f ala qu e, desde os pr im eir os vest ígios da civilização pr é-h ist ór ica, a sociedade h u m an a t in h a t en t ado su per ar os obst ácu los da geogr af ia, o car át er f in al da m or t e, a er osão do esqu ecim en t o; e com u m ú n ico at o – a in cisão de u m a f igu r a sobr e u m a t abu let a de ar gila –, o pr im eir o escr it or an ôn im o con segu iu , de r epen t e, t er su cesso em t odas essas f açan h as apar en t em en t e im possíveis.

Mas escr ever n ão f oi o ú n ico in ven t o qu e n asceu n o in st an t e daqu ela pr im eir a in cisão, com o dest aca o au t or ( Man gu el, 1 9 9 7 ) . Um a ou t r a cr iação acon t eceu n o m esm o m om en t o: a leit u r a.

Escr ever e ler f or am r apidam en t e r econ h ecidas com o h abilidades poder osas. No m u n do cien t íf ico m oder n o, em qu e obser vam os u m au m en t o n o n ú m er o de pesqu isas, as r evist as cien t íf icas desem pen h am u m papel im por t an t e, pois são m an eir as din âm icas de divu lgar o con h ecim en t o pr odu zido.

Os t ít u los t êm a r espon sabilidade de docu m en t ar , par a a post er idade, cada degr au ven cido em pr ol da evolu ção do con h ecim en t o e dispon ibilizar , par a a com u n idade in t er essada, os det alh es de cada f eit o n os labor at ór ios ou em cam po ( An dr ade, 2 0 0 4 ) .

Laville & Dion n e ( 1 9 9 9 ) af ir m am qu e n as r evist as cien t íf icas se vê m elh or e m ais r apidam en t e a ciên cia qu e se f az; é n elas qu e a com u n idade pode avaliar a j u st a m edida da pesqu isa, pois o pesqu isador pr ecisa dizer o essen cial, e com con cisão, j á qu e as págin as são lim it adas.

At u alm en t e, são pu blicadas m ais de seiscen t as m il r evist as cien t íf icas em t odo o m u n do ( Bioj on e, 2 0 0 1 ) , est im an do–se qu e sej am escr it os, diar iam en t e, en t r e seis e set e m il ar t igos cien t íf icos par a alim en t á-las ( T r zesn iak, 2 0 0 1 ) .

Em par t icu lar , n a ár ea da Odon t ologia, a pr odu ção cien t íf ica cr esceu expon en cialm en t e n os ú lt im os an os. Cu r y ( 2 0 0 4 ) af ir m a qu e, en t r e 2 0 0 1 e 2 0 0 3 , h ou ve m ais pu blicações cien t íf icas do qu e du r an t e t odo o sécu lo XX.

O f at o é qu e r evist as são lidas. Em 2 0 0 3 , o I n st it u t o Br asileir o de Est u dos e Pesqu isas Socioecon ôm icos r ealizou u m a pesqu isa ( I NBRAPE, 2 0 0 3 ) sobr e o per f il do cir u r gião-den t ist a, solicit ada por diver sas en t idades odon t ológicas, en t r e elas, o Con selh o Feder al de Odon t ologia ( CFO) e a Associação Br asileir a de Odon t ologia ( ABO) . Os r esu lt ados in dicar am qu e 8 1 ,3 % dos cir u r giões-den t ist as declar am ler com f r eqü ên cia algu m per iódico cien t íf ico odon t ológico.

Ref let in do, cr it icam en t e, obser vam os qu e a pu blicação cien t íf ica além de est abelecer u m elo de com u n icação en t r e pr of ission ais e est u dan t es de

Odon t ologia, ser ve de deposit ár ia das con cepções qu e vão plasm an do, m oldan do e dan do exist ên cia à Odon t ologia n acion al.

Dest a f or m a, in dagam os: qu e con h ecim en t o vem sen do pr odu zido e pu blicado n a Odon t ologia? Sob a ót ica dest e qu est ion am en t o, o pr esen t e est u do t eve com o obj et ivo r ealizar u m a an álise de t em át icas e assu n t os abor dados por t r ês

(3)

dos r u m os qu e a pr át ica vem t om an do, ao m esm o t em po qu e pode f avor ecer a cr ít ica e a f or m u lação de n ovos pr oj et os.

Pr ocedi m en t os m et odol ógi cos Pr ocedi m en t os m et odol ógi cosPr ocedi m en t os m et odol ógi cos Pr ocedi m en t os m et odol ógi cosPr ocedi m en t os m et odol ógi cos

T r at a-se de pesqu isa bibliogr áf ica, com car át er explor at ór io descr it ivo, de abor dagem qu an t it at iva.

Do con j u n t o de r evist as especializadas em Odon t ologia, pu blicadas n o Br asil, selecion am os t r ês, qu ais sej am : Revist a da Associação Br asileir a de Odon t ologia ( ABO Nacion al) , Revist a da Associação Pau list a de Cir u r giões-Den t ist as ( APCD) e Revist a Br asileir a de Odon t ologia ( RBO) , pu blicada pela ABO/ Seção RJ.

A escolh a dest as t r ês r evist as j u st if ica-se pelo f at o de t odas ser em de car át er ger al, ou sej a, at in gir em u m gr an de pú blico, in do do clín ico ao especialist a e, assim , expr essar em , de u m a f or m a m ais in t egr al, a pr odu ção em Odon t ologia. Além da gr an de t ir agem , elas t êm cir cu lação n acion al r egu lar , r econ h ecida cr edibilidade e pen et r ação n o m eio odon t ológico. Um su r vey r ealizado por Am or im et a l. ( 2 0 0 5 ) , com o obj et ivo de an alisar , qu an t it at ivam en t e, qu ais r evist as odon t ológicas est ão sen do con su lt adas e lidas por cir u r giões-den t ist as, apon t a essas t r ês r evist as com o as m ais cit adas. A pesqu isa do I NBRAPE sobr e o per f il do cir u r gião-den t ist a, h á pou co r ef er en ciada, obser vou qu e, dos per iódicos cien t íf icos m ais cit ados por esse pr of ission al, a APCD, a ABO Nacion al e RBO ocu par am , r espect ivam en t e, o pr im eir o ( 4 6 ,5 %) , o qu ar t o ( 9 ,6 %) e o sét im o lu gar ( 4 ,2 %) .

Esses dados con f ir m am a pot en cialidade das r evist as escolh idas par a ser em obj et o do n osso est u do. T am bém é opor t u n o r egist r ar qu e as m esm as est ão classif icadas, pelo Qu alis da CAPES ( Coor den ação de Aper f eiçoam en t o de Pessoal de Nível Su per ior ) , com o con ceit o B n acion al. Mesm o n ão pr een ch en do t odos os cr it ér ios de im pact o, com pet it ividade e in t er n acion alidade t ão dif u n didos, at u alm en t e, n o m u n do cien t íf ico ( For at in i, 1 9 9 7 ) , r essalt am os qu e são as r evist as m ais cit adas pelos cir u r giões-den t ist as, n as pesqu isas r ef er en ciadas an t er ior m en t e.

T r abalh am os n u m r ecor t e t em por al de 1 5 an os, n o per íodo com pr een dido en t r e 1 9 9 0 a 2 0 0 4 . Com o a Revist a ABO Nacion al t eve a su a cr iação n o an o de 1 9 9 3 , f oi an alisada in t egr alm en t e. O m at er ial em pír ico con st ou de 2 4 6

exem plar es, som an do-se as t r ês r evist as. For am est u dados n oven t a exem plar es da Revist a APCD qu e, du r an t e t odo o per íodo an alisado, t eve su a pu blicação bim est r al r egu lar . Da r evist a RBO, f or am 8 7 exem plar es, pois est a t eve

pu blicação bim est r al de 1 9 9 0 at é o ú lt im o n ú m er o de 2 0 0 3 . A par t ir de j an eir o de 2 0 0 4 , est a r evist a passou a ser edit ada t r im est r alm en t e e os n ú m er os 3 e 4 saír am j u n t os, em u m ú n ico exem plar . A Revist a ABO Nacion al t am bém é bim est r al e con t r ibu iu com 6 9 exem plar es, vist o qu e, n o an o de su a cr iação ( 1 9 9 3 ) , f or am edit ados apen as t r ês n ú m er os.

(4)

m u it as vezes, ver sava sobr e ár eas e assu n t os diver sos, f ican do dif ícil classif icá-lo em apen as u m a cat egor ia.

Cada ar t igo f oi classif icado por assu n t o, por in t er m édio do t ít u lo e das palavr as-ch ave. Qu an do su r gia dú vida, r ealizávam os u m a leit u r a “ f lu t u an t e” do r esu m o e/ ou do cor po do t ext o; est a et apa é o qu e Gil ( 1 9 9 9 ) n om eia de leit u r a explor at ór ia n u m a pesqu isa bibliogr áf ica.

Par a f im de an álise do m at er ial em pír ico, f or am est abelecidas 2 5 cat egor ias t em át icas qu e em er gir am do pr ópr io m at er ial ( T abela 1 ) . Con vém r essalt ar qu e t al cat egor ização f oi su bm et ida à apr eciação e validação de du as especialist as n a ár ea, qu e pr opu ser am algu m as m odif icações, as qu ais f or am in cor por adas. Esses dados f or am t r abalh ados n o M icr osof t Excel 2 0 0 1 .

Os r egist r os f or am an ot ados em t r ês t abelas, u m a par a cada r evist a. Nelas, assin alávam os qu an t it at ivam en t e os assu n t os à m edida qu e iam su r gin do. Nas lin h as dessas t abelas est avam dispost os os qu an t it at ivos de cada assu n t o abor dado du r an t e o r ecor t e t em por al an alisado e, n as colu n as, o qu an t it at ivo ger al de t odos os assu n t os dispon ibilizados n as r evist as du r an t e cada an o de an álise ( t abelas 2 , 3 e 4 ) .

Apesar de a m aior ia das cat egor ias t em át icas t er em sido n om eadas de acor do com os assu n t os n elas in ser idos, é opor t u n o o det alh am en t o de algu m as delas. Disciplin a s Bá sica s f oi con st r u ída pela in ser ção de t em as de an at om ia, biologia, f isiologia e m icr obiologia. Em En sin o/ For m a çã o, além dest e t em a em si,

in clu ím os os t ext os qu e t r at avam de pu blicações e pesqu isas. A bioét ica f oi in clu ída em Ét ica / Od on t olog ia Leg a l . Em Est om a t olog ia / Pa t olog ia t am bém se en con t r am assu n t os r elat ivos a sem iologia e diagn óst ico. As em er gên cias m édicas f azem par t e da cat egor ia Fa r m a colog ia / T er a pêu t ica ; in f or m át ica e laser in t egr am a cat egor ia Nova s T ecn olog ia s. Em Od on t olog ia d o T r a ba lh o in cor por am os assu n t os r ef er en t es à er gon om ia e em Od on t oped ia t r ia , aqu eles r ef er en t es à odon t ologia par a bebês. Em Ou t r a s Ár ea s, classif icam os assu n t os per t in en t es a ast r ologia, psicologia, f on oau diologia, biologia m olecu lar , h ipn ose, adm in ist r ação, m ar ket in g e polít ica da qu alidade. T em as com o: pessoal au xiliar em odon t ologia, con gr esso e even t os, odon t ologia m olecu lar , odon t ologia vet er in ár ia, odon t ologia or t om olecu lar e odon t ologia despor t iva f or am in ser idos n a cat egor ia Pr of issã o, além de ar t igos qu e t r at avam de u m a f or m a bem dir et a sobr e a m esm a. As par t es de r eabilit ação or al e pr ót ese

bu com axilof acial f or am in clu ídas em Pr ót ese/ M a t er ia is Den t á r ios. Em Sa ú d e Ger a l, assu n t os com o t abagism o, diabet es e AI DS. Por f im , devem os r essalt ar qu e, n a cat alogação dos assu n t os abor dados pela r evist a ABO Nacion al, em er giu a cat egor ia Polít ica / Cid a d a n ia / Econ om ia , qu e t r at ava dessas ár eas de u m a m an eir a am pla e sem con exão dir et a com a ár ea odon t ológica. Dessa f or m a, r esolvem os classif icá-las separ adam en t e e n ão in clu í-las n a cat egor ia Ou t r a s Ár ea s.

Resu l t ad o s Resu l t ad o sResu l t ad o s Resu l t ad o s Resu l t ad o s

(5)

Tabela 1. Categorias temáticas abordadas pelas revistas, no período de 1990-2004, em ordem decrescente e expressas em percentuais.

CATEGORIAS TEMÁTICAS

Dentística/Materiais Dentários Saúde Coletiva/Odontologia Preventiva Endodontia

Estomatologia/Patologia Prótese/Materiais Dentários Periodontia

Profissão

Cirurgia/Traumatologia Odontopediatria

Ortodontia/Ortopedia dos Maxilares Farmacologia/Terapêutica Outras Áreas

Radiologia/Imaginologia DTM/ATM/Oclusão/Dor orofacial Ensino/Formação/Pesquisa Implantodontia

Ética/Odontologia Legal Biossegurança Novas Tecnologias Saúde Geral

Odontologia do Trabalho Política/Cidadania/Economia

Pacientes com necessidades especiais Odontogeriatria

Disciplinas Básicas

Total%

ABO

11,63 17,82 6,93 9,78 4,58 2,72 11,88 2,60 3,71 1,73 2,10 7,05 0,87 1,61 3,10 0,99 2,23 1,73 1,73 0,99 0,87 2,35 0,50 0,25 0,25 100,00

REVISTAS

APCD 10,75 8,06 8,65 9,81 10,86

7,94 2,45 8,06 5,14 4,44 3,16 0,58 4,79 3,16 1,17 2,22 2,10 2,10 1,05 1,29 0,82 -0,70 0,35 0,35 100,00

RBO 17,86 7,88 18,13

7,27 8,23 6,57 1,84 3,50 4,73 4,73 2,89 0,53 2,28 2,01 2,45 2,80 1,49 1,57 0,61 0,44 0,96 -0,53 0,44 0,26 100,00

(6)

Tabela 2. Categorias temáticas abordadas pela Revista ABO Nacional, em ordem decrescente, durante 1993-2004.

ABO/CATEGORIAS TEMÁTICAS Saúde Coletiva/Odontologia Preventiva Profissão Dentística/Materiais Dentários Estomatologia/Patologia Outras Áreas Endodontia Prótese/Materiais Dentários Odontopediatria Ensino/Formação Periodontia Cirurgia/Traumatologia Política/Economia/Cidadania Ética/Odontologia Legal Farmacologia/Terapêutica Biossegurança Novas Tecnologias

Ortodontia/Ortopedia dos Maxilares DTM/ATM/Oclusão/Dor orofacial Implantodontia

Saúde Geral

Radiologia/Imaginologia Odontologia do Trabalho

(7)

Tabela 3. Categorias temáticas abordadas pela Revista APCD, em ordem decrescente, durante 1990-2004. APCD/CATEGORIAS TEMÁTICAS Prótese/Materiais Dentários Dentística/Materiais Dentários Estomatologia/Patologia Endodontia Cirurgia/Traumatologia

Saúde Coletiva/Odontologia Preventiva Periodontia

Odontopediatria Radiologia/Imaginologia

Ortodontia/Ortopedia dos Maxilares DTM/ATM/Oclusão/Dor orofacial Farmacologia/Terapêutica Profissão Implantodontia Biossegurança Ética/Odontologia Legal Saúde Geral Ensino/Formação Novas Tecnologias Odontologia do Trabalho

(8)

Exam in an do as t abelas 2 , 3 e 4 , qu e r egist r am os qu an t it at ivos ger ais da pr odu ção cien t íf ica de cada u m a das r evist as em separ ado e, ao m esm o t em po, r ealizan do u m cr u zam en t o das dez cat egor ias t em át icas m ais cit adas em t odas as r evist as, obser vam os:

· ABO Nacion al X APCD: das dez cat egor ias t em át icas m ais r ef er en ciadas, oit o coin cidem . As dif er en ças r esidem n o f at o de a ABO Nacion al t er t r at ado m ais sobr e assu n t os r elat ivos às cat egor ias Pr of issã o e Ou t r a s Ár ea s, ao passo qu e a APCD, sobr e Cir u r g ia / T r a u m a t olog ia e Or t od on t ia / Or t oped ia d os M a xila r es.

· ABO Nacion al X RBO: das dez cat egor ias, oit o coin cidem . As dif er en ças são bem par ecidas em r elação à APCD, ou sej a, em vez de Pr of issã o e Ou t r a s Ár ea s, a RBO pu blicou m ais sobr e Fa r m a colog ia / T er a pêu t ica e Or t od on t ia / Or t oped ia d os M a xila r es.

Tabela 4. Categorias temáticas abordadas pela Revista RBO, em ordem decrescente, durante 1990-2004.

RBO/CATEGORIAS TEMÁTICAS

Endodontia

Dentística/Materiais Dentários Prótese/Materiais Dentários

Saúde Coletiva/Odontologia Preventiva Estomatologia/Patologia

Periodontia Odontopediatria

Ortodontia/Ortopedia dos Maxilares Cirurgia/Traumatologia Farmacologia/Terapêutica Implantodontia Ensino/Formação Radiologia/Imaginologia DTM/ATM/Oclusão/Dor orofacial Profissão Biossegurança Ética/Odontologia Legal Odontologia do Trabalho Novas Tecnologias Outras Áreas

(9)

· APCD X RBO: t em os n ove coin cidên cias en t r e as dez cat egor ias m ais cit adas. A diver gên cia est á n o f at o de a APCD t er f alado m ais de Ra d iolog ia / I m a g in olog ia , ao passo qu e a RBO, de Fa r m a colog ia / T er a pêu t ica .

Di scu ssão Di scu ssão Di scu ssão Di scu ssão Di scu ssão

A t écn ica r evela-se n a ação dos pr of ission ais. Dest a f or m a, ela dá su por t e à com pet ên cia, com o adver t e Rios ( 2 0 0 1 ) . A au t or a ch am a a n ossa at en ção par a o f at o de a dim en são t écn ica t er seu sign if icado em pobr ecido, qu an do est a é con sider ada desvin cu lada de ou t r as dim en sões ( est ét ica, ét ica e polít ica) . Assim , cr iam os u m a visão t ecn icist a, n a qu al se su per valor iza a t écn ica, ign or an do su a in ser ção n u m con t ext o social e polít ico.

De cer t o m odo, essa essên cia de pen sam en t o est á t r adu zida n as dir et r izes cu r r icu lar es dos cu r sos de Odon t ologia, est abelecen do u m a

f or m ação pr of ission al gen er alist a, h u m an ist a, cr ít ica e r ef lexiva, par a at u ar em t odos os n íveis de at en ção à saú de, com base n o r igor t écn ico e

cien t íf ico. Capacit ado ao exer cício de at ividades r ef er en t es à saú de bu cal da popu lação, pau t ado em pr in cípios ét icos, legais e n a com pr een são das r ealidades social, cu lt u r al e econ ôm ica do seu m eio, dir igin do a at u ação par a a t r an sf or m ação da r ealidade em ben ef ício da sociedade. ( Br asil, 2 0 0 2 , p.1 0 )

As r evist as qu e f or am obj et o da n ossa pesqu isa at u am n a divu lgação do con h ecim en t o odon t ológico. Podem , assim , con t r ibu ir par a pr opagar o saber de u m a f or m a m ais aber t a, den t r o de u m a abor dagem com plexa e in t egr al da vida, t ão u r gen t e n os dias de h oj e, com o explicit a Mor in ( 2 0 0 0 ) ; ou per pet u ar a t en dên cia at u al dom in an t e, cu j o en f oqu e é cen t r alizado n o biológico e n o t écn ico, pr odu t o da visão car t esian a e n ewt on ian a, con st it u in do em par adigm a do m u n do ociden t al. Os r esu lt ados, por or a r evelados, m ost r am qu e o saber odon t ológico t en de a per cor r er m ais o segu n do cam in h o.

An alisan do a T abela 1 , obser vam os qu e, apesar de as r evist as t er em

abor dado diver sos assu n t os, exist em algu n s qu e est iver am m ais pr esen t es. I st o é clar am en t e obser vado qu an do vem os qu e 5 2 ,7 3 %, ou sej a, m ais da m et ade dos ar t igos an alisados, est ão in ser idos n as cin co pr im eir as cat egor ias

t em át icas, sen do est as, n a m aior ia, de cu n h o t écn ico e biológico.

A pr ef er ên cia por det er m in adas ár eas e por det er m in ados assu n t os é visível. Pér et & Lim a ( 2 0 0 3 ) ar gu m en t am qu e a ót ica m er can t ilist a poder á est ar r ef or çan do o m odelo t r adicion al, com ên f ase n o t ecn icism o e n o in t er esse pr ivado, in f lu en cian do a pesqu isa e a f or m ação.

Den t r o dest a m esm a lin h a de pen sam en t o, For at t in i ( 1 9 9 6 ) adver t e qu e, ao con t in u ar a at u al t en dên cia, o im pact o do ar t igo cien t íf ico cada vez m ais ser á avaliado pelo cu m pr im en t o da f in alidade t ecn ológica, a qu al n em sem pr e é pr ecipu am en t e dir ecion ada par a a m elh or ia da qu alidade de vida. Pon t h ieu ( 1 9 9 5 ) com plem en t a est e pen sar , ao af ir m ar qu e se n ot a, cada vez m ais, a car act er íst ica com er cial da t ecn ologia.

(10)

pr esen ça da in dú st r ia de equ ipam en t os e m at er iais odon t ológicos. Est e m odelo de en sin o, volt ado par a o m er cado de t r abalh o, cen t r ado n a f or m ação t écn ica, depen de do con h ecim en t o ext er n o e dif icu lt a a cr iação e u n iver salização de solu ções adequ adas à r ealidade social e t ecn ológica do país ( Maset t o, 1 9 9 8 ) .

Resu lt ados do n osso est u do cor r obor am as af ir m ações desses au t or es, vist o qu e as ár eas de Den t íst ica / M a t er ia is Den t á r ios e Pr ót ese/ M a t er ia is Den t á r ios est iver am pr esen t es com o t em át icas em 2 1 ,3 0 % dos ar t igos cat alogados.

A r eu n ião da Sociedade Br asileir a de Pesqu isa Odon t ológica ( SBPqO) , em set em br o de 2 0 0 4 , of er eceu am ost r a r epr esen t at iva da at u al pr odu ção cien t íf ica br asileir a em Odon t ologia, qu e é m at ér ia-pr im a dos per iódicos cien t íf icos do set or . Na SBPqO, os t r abalh os são divididos por ár ea. Segu n do An dr ade ( 2 0 0 4 ) , a ár ea 5 , qu e com pr een de as disciplin as de Mat er iais Den t ár ios e Den t íst ica, f oi r espon sável pelo m aior n ú m er o de su bm issões.

O alt o per cen t u al de ar t igos dist r ibu ídos em pou cas cat egor ias t am bém é obser vado qu an do an alisam os cada r evist a em separ ado. Na ABO Nacion al, as qu at r o pr im eir as cat egor ias som am 5 0 ,8 6 % dos ar t igos pu blicados ( T abela 2 ) . A APCD apr esen t a 4 8 ,1 2 dos ar t igos dist r ibu ídos n as cin co cat egor ias m ais pr esen t es ( T abela 3 ) . A RBO con cen t r a em qu at r o cat egor ias 5 2 ,1 0 % dos ar t igos pu blicados n esses 1 5 an os de est u do ( T abela 4 ) .

O edit or do Br azilian Jou r n al of Medical an d Biological Resear ch af ir m a qu e exist e su bj et ividade n a edit or ação e n as decisões qu an t o à escolh a de t r abalh os par a pu blicação, em bor a exist am coisas con cr et as e obj et ivas qu e podem ser avaliadas, e qu e o im pact o de u m a r evist a depen de de decisões obj et ivas e su bj et ivas do edit or ( Gr een e, 1 9 9 8 ) .

Yam am ot o ( 1 9 9 9 ) t am bém f ala n esse sen t ido, qu an do af ir m a qu e essa seleção, en qu an t o u m em pr een dim en t o h u m an o, sign if ica u m pr ocesso qu e dif icilm en t e ser á im par cial, eivado qu e est á de elem en t os su bj et ivos, r est an do sem pr e a possibilidade de qu est ion am en t o. E com plem en t a o r aciocín io, expon do qu e ser ia in gen u idade ( e cin ism o) n egar qu e, n o m u n do acadêm ico, par âm et r os ou t r os, além do m ér it o, se colocam en t r e a pr odu ção do

con h ecim en t o e a su a apar ição em per iódicos de dest aqu e.

Est e pon t o de vist a t am bém é abor dado por Her zber g, du r an t e en t r evist a par a An dr ade ( 2 0 0 4 ) . Ele r ef er e qu e o edit or deve con h ecer as at u ais f r on t eir as da ciên cia par a t er idéia das ár eas qu e est ão desper t an do m aior in t er esse. E com plem en t a dizen do qu e, se h á m u it a at ividade n u m cam po específ ico, u m t r abalh o pode ser cit ado com m ais f r eqü ên cia e r apidez. E ain da acr escen t a: o edit or n ão pode su cu m bir ao qu e ele ch am ou de “ lascívia por n ovidade” , ou sej a, a f alt a de visão cr ít ica n o af ã de pu blicar t al

n ovidade.

Ch au í ( 2 0 0 0 ) af ir m a qu e est á ocor r en do u m a per da da au t on om ia e r espon sabilidade n a ger ação de n ovos con h ecim en t os, u m a vez qu e a u t ilização dos r esu lt ados cien t íf icos n ão t em sido det er m in ada pelos pesqu isador es e n em pelo poder pú blico. As pesqu isas est ão sen do

desen volvidas par a f in s pr ivados, h aven do o aban don o da r espon sabilidade social.

(11)

pr of ission ais da ár ea de saú de e r espon sáveis pela divu lgação dos con h ecim en t os é bem m aior e deve ser avaliada n ão só pelo exer cício e r esu lt ados de pesqu isas ou ações t écn icas, clín icas e cir ú r gicas em si, m as, sobr et u do, pelas

con seqü ên cias sociais decor r en t es da m esm a, n o sen t ido de con t r ibu ir par a a m elh or ia n a qu alidade de vida.

Fazen do u m a an alogia do espaço ocu pado pelos diver sos assu n t os e pelas t em át icas n as r evist as com as disposições desses n as gr ades cu r r icu lar es dos cu r sos de Odon t ologia, per cebem os sem elh an ças. Pau la & Bezer r a ( 2 0 0 3 ) , n a pesqu isa sobr e a est r u t u r a cu r r icu lar dos cu r sos de Odon t ologia, r elat am qu e o t r at am en t o pr oem in en t e dado à f or m ação t écn ica é r eal, bem com o a visível separ ação en t r e as ár eas pr of ission alizan t e e de f or m ação básica. Nessa m esm a pesqu isa, f oi obser vado qu e o t r at am en t o dispen sado a ár eas com o saú de colet iva, cidadan ia e ét ica é bast an t e díspar , depen den t e do per f il qu e cada cu r so pr et en da con ceber par a o seu alu n ado.

Acr edit am os qu e est a ú lt im a obser vação t am bém é válida qu an do se t r at a das r evist as, ou sej a, a escolh a por qu al cam in h o pr ossegu ir é livr e, f at o qu e per cebem os qu an do an alisam os o per f il de cada u m a.

Apesar de ser em pu blicações de car át er ger al e se assem elh ar em bast an t e, n o qu e diz r espeit o às su as apr esen t ações e f or m at os – m esm o em t er m os dos per cen t u ais dos assu n t os por elas abor dados –, a r evist a ABO Nacion al apr esen t a algu m as par t icu lar idades, t ais com o: m ais m at ér ias j or n alíst icas, en t r evist as e ar t igos de opin ião em r elação às ou t r as du as. T ais f or m at os de ar t igos par ecem t er u m a m aior “ liber dade” par a t r at ar de assu n t os “ n ão-odon t ológicos” , assu n t os est es, im por t an t es, de in t er esses diver sif icados, qu e n or m alm en t e n ão são abor dados em ar t igos r esu lt an t es de pesqu isa cien t íf ica n a ár ea da saú de – com o econ om ia, polít ica, cidadan ia e ou t r as ár eas do con h ecim en t o –, m as qu e acabam agin do posit ivam en t e par a a con st r u ção de u m a Odon t ologia m ais in t egr al.

A ABO Nacion al é pu blicada pela Associação Br asileir a de Odon t ologia e, dessa f or m a, acaba ser vin do com o por t a-voz da en t idade, qu e con gr ega a m aior ia dos pr of ission ais da ár ea. Est e f at o pode j u st if icar o alt o per cen t u al de ar t igos ( 1 1 ,6 3 %) qu e t r at am da pr of issão, r esu lt ado qu e diver giu m u it o das ou t r as du as r evist as.

A cat egor ia t em át ica Sa ú d e Colet iva / Od on t olog ia Pr even t iva t am bém se sobr essaiu m u it o n essa r evist a, a segu n da n o âm bit o ger al. Est a ár ea t em u m papel est r at égico n a Odon t ologia, apon t ada com o u m espaço de discu ssão dos aspect os polít icos e sociais in ser idos n a saú de ( Am or im , 2 0 0 2 ) .

No en t an t o, é im por t an t e f r isar qu e, apesar do r esu lt ado posit ivo em r elação a est a cat egor ia, obser vam os qu e a m aior ia dos assu n t os abor dados n os ar t igos dessa ár ea ver sava sobr e con t eú dos t écn icos e bast an t e at r elados à Odon t ologia, com o, por exem plo: levan t am en t os epidem iológicos, pr ogr am as de saú de bu cal e f lu or et ação. Qu an t o ao exam e do t eor qu alit at ivo das cat egor ias, apesar de n ão t er sido obj et o dest a in vest igação, a n ossa br eve obser vação apon t a par a os r esu lt ados en con t r ados por Nar vai ( 1 9 9 7 ) sobr e a pr odu ção cien t íf ica br asileir a n a ár ea de Odon t ologia Pr even t iva e Social.

(12)

en sin o e à f or m ação do pr of ission al n a ár ea e, sobr et u do, r ef let ir sobr e os m esm os. A n osso ver , t al assu n t o m er ece m aior dest aqu e.

É im por t an t e ch am ar a at en ção par a o pou co espaço qu e ocu pou a ár ea da Ét ica, a qu al f oi in ser ida em con j u n t o com a Odon t ologia Legal, com o t em a t r an sver sal de qu alqu er ár ea do con h ecim en t o, em par t icu lar , da saú de. Discu ssões e r ef lexões acer ca dessa t em át ica assu m em , n o at u al con t ext o, u m a elevada sign if icação, con sider an do su a im por t ân cia dian t e da diver sidade de pr oblem as qu e se apr esen t am n o m odelo de sociedade em qu e vivem os, t ais com o: f om e, m isér ia, violên cia, r acism o, exclu são social, desr espeit o ao m eio am bien t e, en t r e t an t os ou t r os, qu e at en t am con t r a a vida. Assim , est a r ef lexão t or n a-se im pr escin dível à f or m ação pr of ission al, qu alqu er qu e sej a a ár ea de en sin o, sobr et u do, em se t r at an do da saú de.

Caso n ão h aj a m u dan ças n as f or m as de con ceber e en sin ar a Odon t ologia, cor r em os o r isco de per pet u ar a car r eir a sob a égide de u m a f or m ação

em in en t em en t e t écn ica ( Nash , 1 9 9 8 ; Bau m , 1 9 9 7 ) , sem a n ecessár ia expr essão n o âm bit o das pr of issões de saú de. T al t en dên cia j á f oi con st at ada em t r abalh os en volven do colet a de dados sobr e a pr of issão odon t ológica ( Hallissey et a l., 2 0 0 0 ; Ch am ber s, 2 0 0 1 ; Skelly & Flem in g, 2 0 0 2 ) .

Bau m ( 2 0 0 3 ) af ir m a qu e a m an u t en ção do st a t u s da pr of issão est á

in con t est avelm en t e r elacion ada a su a capacidade de absor ver con h ecim en t os e t ecn ologias qu e possibilit em a r eal m elh or ia da qu alidade de vida das pessoas. E den t r o dest a m esm a f ilosof ia de pen sam en t o Cam pan ár io ( 1 9 9 9 ) r essalt a qu e a f or m ação cien t íf ica dever ia pr opor cion ar elem en t os básicos par a o

en t en dim en t o da r ealidade qu e n os r odeia, com o t am bém par a a com pr een são do papel da ciên cia em n ossa sociedade.

Co n cl u sõ es Co n cl u sõ esCo n cl u sõ es Co n cl u sõ es Co n cl u sõ es

Apesar de as r evist as an alisadas ser em de car át er ger al e t r at ar em de t em as m u lt idisciplin ar es, f icou eviden t e qu e h á assu n t os qu e pr edom in am n as su as t em át icas, assu n t os est es qu e cor r espon dem , n a su a m aior ia, às disciplin as t écn icas de cu n h o em in en t em en t e pr of ission al.

Salien t am os qu e r ef lexões sobr e ét ica, qu e con t r ibu ir iam par a u m a visão com plexa, r ef lexiva e cr ít ica da r ealidade, pr opician do m u dan ças n o f azer odon t ológico, são pou co abor dadas e divu lgadas. T am bém o en sin o e a f or m ação n ão são con t em plados com o dever iam , par a qu e pu déssem os

r econ st r u ir o ser e f azer odon t ológicos, den t r o de pr in cípios m ais com pat íveis com as n ovas dir et r izes cu r r icu lar es par a a Odon t ologia.

Ao r elacion ar m os os r esu lt ados da pr esen t e pesqu isa com a est r u t u r a cu r r icu lar dos cu r sos de Odon t ologia br asileir os obser vam os qu e as t em át icas abor dadas n as r evist as par ecem obedecer a u m a disposição sem elh an t e àqu ela ocu pada pelas disciplin as cor r elat as, n o âm bit o da f or m ação, ou sej a, u m a m aior ên f ase e espaço cedido às ár eas t écn icas e pr of ission alizan t es.

(13)

pr of ission al dest a ár ea, volt ado par a u m a con cepção gen er alist a, h u m an ist a, cr ít ica e r ef lexiva, com o est abelece a Resolu ção CNE/ CES 3 / 2 0 0 2 das Novas Dir et r izes Cu r r icu lar es dos cu r sos de gr adu ação em Odon t ologia. Ao m esm o t em po, con t r ibu i par a a con st r u ção de u m a ciên cia sem alm a, qu e desu m an iza e ban aliza a vida ( Mor in , 2 0 0 0 ) .

Com ef eit o, é per t in en t e r essalt ar m os, m ais u m a vez, qu e as r evist as ser vem com o elo de com u n icação cien t íf ica en t r e os pr of ission ais e est u dan t es, sen do con sider adas veícu los im por t an t es par a a ger ação de n ovos con h ecim en t os, in f lu en cian do dir et am en t e a pr át ica e a f or m ação em Odon t ologia, com o t am bém se deixan do in f lu en ciar por est as.

Em su m a, a com u n icação exer cida pelas r evist as cien t íf icas pode con t r ibu ir par a m elh or ar a qu alidade de vida e a vida em sociedade, ao in f lu en ciar e n or t ear pen sam en t os, r ef lexões e at it u des, m oldan do os f azer es em t odos os cam pos do con h ecim en t o. Pr ecisam os t er em m en t e qu e est a é a f u n ção social das r evist as.

Pen sar m ais com o a ciên cia é f eit a e en t en dê-la, em sen t ido m ais pr of u n do, são t ar ef as com plexas. Dessa f or m a, est a pesqu isa pr ocu r ou con t r ibu ir par a a com pr een são das car act er íst icas do pr ocesso da pr odu ção do con h ecim en t o odon t ológico; n o en t an t o, f az-se n ecessár io u m apr of u n dam en t o qu alit at ivo do est u do e u m a am pliação das an álises, par a in vest igar m os em qu al est ágio se en con t r a cada ár ea do saber n a Odon t ologia. Mesm o con sider an do essas

lim it ações, os r esu lt ados par ecem of er ecer su bsídios par a a r ef lexão, assim com o par a est u dos post er ior es sobr e o t em a, ser vin do de par âm et r o par a acom pan h ar a evolu ção do pen sar odon t ológico.

Colaboradores

(14)

Referências

AMORIM, K.P.C. Nos labirintos da vida: a (bio)ética na formação de odontólogos (a visão de docentes). 2002. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.

______. A (Bio)ética e a Odontologia: os (des)caminhos de uma formação humana. 2006. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.

AMORIM, K.P.C.; ALVES, M.C.F.; GERMANO, R.M. A construção do conhecimento na Odontologia: a produção científica em debate. Acta Cir. Bras., v.20, supl.1, p.12-5, 2005.

ANDRADE, M. Publicações. ABO Nac., v.12, n.5, p.262-75, 2004.

BAUM, B.J. The absence of a culture of science in dental education: a North American perspective. Eur. J. Dent. Educ., v.1, n.1, p.2-5, 1997.

______. Can biomedical science be made relevant in dental education? Eur. J. Dent. Educ., v.7, n.2, p.49-55, 2003.

BIOJONE, M.R. Forma e função dos periódicos científicos na comunicação da ciência. 2001. Dissertação (Mestrado) - Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Odontologia, Resolução CNE/CES 3/2002. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 mar. 2002. Seção 1, p.10.

CAMPANARIO, J.M. La ciencia que no enseñamos. Enseñ. Cienc., v.17, n.3, p.397-410, 1999.

CANOLETTI, B.; SOARES, C.B. Programa de prevenção ao consumo de drogas no Brasil: uma análise da produção científica de 1991 a 2001. Interface – Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.16, p.115-29, 2005.

CHAMBERS, D.W. The role of dentists in dentistry. J. Dent. Educ., v.65, n.12, p.1430-40, 2001.

CHAUÍ, M. Escritos sobre a universidade. São Paulo: Ed. Unesp, 2000.

CURY, J.A. The evolution of dental research in Brazil. Braz. Oral Res., v.18, n.2, p.97, 2004.

FORATINI, O.P. A tríade da publicação científica. Rev. Saúde Publica, v.30, n.1, p.101-1, 1996.

______. A internacionalidade da ciência. Rev. Saúde Pública, v.31, n.2, p.115, 1997.

GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

GREENE, L.J. O dilema do editor de uma revista biomédica: aceitar ou não aceitar. Cienc. Inf., v.27, n.2, p.230-2, 1988.

HALLISSEY, J.; HANNIGAN, A.; RAY, N. Reasons for choosing dentistry as a career – a survey of dental students attending um dental school in Ireland during 1998-99. Eur. J. Dent. Educ., v.4, n.2, p.77-81, 2000.

INBRAPE. Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisa Socioeconômicos. Perfil do cirurgião-dentista no Brasil. 2003. Disponível em: <http://www.cfo.org.br/download/pdf/perfil_CD.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2004.

LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Ed. UFMG, 1999.

MANGUEL, A. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

MASETO, M.T. Discutindo o processo ensino-aprendizagem no ensino superior. In: MARCONDES, E.; GONÇALVES, E.L. Educação Médica. São Paulo:Ed. 1, 1996. p.11-9.

MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

(15)

NASH, D.A. “And the band play on...”. J. Dent. Educ, v.62, n.12, p.964-7, 1998.

PAULA, L.M.; BEZERRA, A.C.B. A estrutura curricular dos cursos de Odontologia no Brasil. Rev. ABENO, v.3, n.1, p.7-14, 2003.

PÉRET, A.C.A.; LIMA, M.L.R. A pesquisa e a formação do professor de Odontologia nas políticas internacionais e na educação. Rev. ABENO, v.3, n.1, p.65-9, 2003.

PONTHIEU, E. Comment évaluer l’impact économique des grands programmes? La Recherche, suppl.276, p.12-5, 1995.

RIOS, T.A. Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade. São Paulo: Cortez, 2001.

SKELLY, A.M.; FLEMING, G.J. Perceptions of dental career among successful applicants for dentistry compared with those of fifth-year dental students. Prim. Dent. Care, v.9, n.2, p.41-6, 2002.

TRZESNIAK, P.A. Concepção e construção da revista científica. In: ______ . Curso de editoração científica. Petrópolis: Abec, 2001. p.17-23.

YAMAMOTO, O.H.; SOUZA, C.C.; YAMAMOTO, M.E. A produção científica na Psicologia: uma análise dos periódicos brasileiros no período 1990-1997. Psicol. Reflex. Crít., v.12, n.2, 1999. Disponível em: <http:// ww.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0102-797219990002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 04 dez. 2004.

AMORI M, K.P.C. ET AL. La con st r u cci ón del saber en Odon t ol ogía: l a pr odu cci ón ci en t íf i caLa con st r u cci ón del saber en Odon t ol ogía: l a pr odu cci ón ci en t íf i caLa con st r u cci ón del saber en Odon t ol ogía: l a pr odu cci ón ci en t íf i caLa con st r u cci ón del saber en Odon t ol ogía: l a pr odu cci ón ci en t íf i caLa con st r u cci ón del saber en Odon t ol ogía: l a pr odu cci ón ci en t íf i ca de t r es r evi st as br asi l eñ as de 1 9 9 0 a 2 0 0 4

de t r es r evi st as br asi l eñ as de 1 9 9 0 a 2 0 0 4de t r es r evi st as br asi l eñ as de 1 9 9 0 a 2 0 0 4

de t r es r evi st as br asi l eñ as de 1 9 9 0 a 2 0 0 4de t r es r evi st as br asi l eñ as de 1 9 9 0 a 2 0 0 4 . I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c.I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c.I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c.I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c., v.1 1 , n .2 1 ,I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c. p.9 -2 3 , j an / abr 2 0 0 7 .

Est e est u di o se pr opon e r eali zar u n an áli si s de las t em át i cas abor dadas por t r es r evi st as odon t ológi cas br asi leñ as, du r an t e el per íodo de 1 9 9 0 a 2 0 0 4 . Par t i m os del pr esu pu est o qu e est as poseen u n papel i m por t an t e en la f or m aci ón pr of esi on al, pu es son m edi os di n ám i cos de di vu lgaci ón del saber y, de est a m an er a, i n f lu en ci ar án y gu i ar án los pen sam i en t os, las r ef lexi on es y las act i t u des, m odelan do el qu eh acer odon t ológi co. Ar t i cu lam os u n pu n t o de vi st a cu an t i t at i vo, por m edi o del est u di o de 2 .8 0 6 ar t ícu los. El an áli si s cu an t i t at i vo del m at er i al em pír i co, en u n t ot al de 2 .8 0 6 ar t ícu los, r evela qu e t em át i cas y asu n t os di ver sos h an si do obj et o de las pu bli caci on es. Las ci n co t em át i cas m ás abor dadas se r ef i er en a las asi gn at u r as t écn i cas y pr of esi on ales, alcan zan do 5 2 ,7 3 % de las pu bli caci on es. Esper am os con t r i bu i r a la com pr esi ón del pr oceso de pr odu cci ón del con oci m i en t o, au xi li an do a la r ef lexi ón y est u di os post er i or es y t am bi én f u n ci on an do com o par ám et r o par a acom pañ ar el pen sam i en t o odon t ológi co.

PALABRAS CLAVE: pu blicacion es per iódicas. Odon t ología. con ocim ien t o. in dicador es de pr odu cción cien t íf ica.

(16)

Imagem

Tabela 1. Categorias temáticas abordadas pelas revistas, no período de 1990-2004, em ordem decrescente e
Tabela 2. Categorias temáticas abordadas pela Revista ABO Nacional, em ordem decrescente, durante 1993-2004
Tabela 3. Categorias temáticas abordadas pela Revista APCD, em ordem decrescente, durante 1990-2004
Tabela 4. Categorias temáticas abordadas pela Revista RBO, em ordem decrescente, durante 1990-2004

Referências

Documentos relacionados

the human rights legislated at an international level in the Brazilian national legal system and in others. Furthermore, considering the damaging events already

A primeira a ser estudada é a hipossuficiência econômica. Diversas vezes, há uma dependência econômica do trabalhador em relação ao seu tomador. 170) relata que o empregado

E, quando se trata de saúde, a falta de informação, a informação incompleta e, em especial, a informação falsa (fake news) pode gerar danos irreparáveis. A informação é

A conceituação do que vem a ser Convenção Coletiva encontra-se no artigo 611 da CLT, (Brasil, 2017): que em síntese define ser a Convenção Coletiva de Trabalho um acordo de

A democratização do acesso às tecnologias digitais permitiu uma significativa expansão na educação no Brasil, acontecimento decisivo no percurso de uma nação em

As análises serão aplicadas em chapas de aços de alta resistência (22MnB5) de 1 mm de espessura e não esperados são a realização de um mapeamento do processo

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o

Como parte de uma composição musi- cal integral, o recorte pode ser feito de modo a ser reconheci- do como parte da composição (por exemplo, quando a trilha apresenta um intérprete