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"Escala de ambiguidade"

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(1)

"ESCALA DE AMBIGUIDADE"

TÂNIA MARIA OLIVEIRA ALVES

l~GV /ISOP / CPGP

Praia de Botafogo, 190 - sala 1108 Rio de Janeiro - Brasil

,

r . f i

1

.. {

(2)

"ESCALA DE AMBIGUIDADE"

POR

TÂNIA MARIA OLIVEIRA ALVES

Dissertação submetida como requisito parcial pa~a

obtenção do grau de

MESTRE EM PSICOLOGIA

(3)
(4)

iv

À Professoba Elida Sigelmann que est~

I

ve sempre dispbnfvel para me apoiar e incentivar nos momentos mais diffceis

da realização deste trabalho.

À Professora Lucia Monteiro Fernandes

que com seus conhecimentos e profunda paci~ncia, ofereceu a orientação te6-rica fundamental para a realização da pesquisa.

À Fundação GetGlio Vargas pela conces

(5)

O objetivo deste trabalho. foi a construção de um

I

~

instrumento para medir o nível de ambigUidade expresso pelos indivíduos em situações simples do cotidiano. Definiu-se como nível de ambigUidade, a capacidade do indivíduo para criar am-bigUidade diante de determinadas situações sociais.

Este trabalho vem como consequ~ncia da tese de dou-torado "Anomia e Desorganização: estudo psicológico em contex-to brasileiro", elaborada em 1981 e cujos resultados, confron-tados com a reàlida~e cotidiana, fizeram ressaltar o modelo am biguo característico de nossa soci.edade, que se afigura sob a

forma de variadas contradições nas atitudes dos indivíduos.

A ambigUidade parece ser encontrada no sistema como resultante da interpretação que o indivíduo dã a padrões, leis, normas e valores ambíguos ou ainda como consequ~ncia da pro-~ pria violação ou desinformação a respeito das regras, das cons tantes reformulações, da desconfiança, da adaptação social de um modo geral.

O enfoque teórico se baseou fundamentalmente em teorias antropológicas e sociais que propõem a realidade come-algo construído pelo indivíduo e onde apareceria o comportame~

to ambíguo como resultante da interrelação entre o indivíduo e o meio social no qual ele se desenvolve.

(6)

ambigUidade como fator psicológico.

)

(7)

The purpose of this work was to create an

instrument to measure the ambiguity leveI as showed by

individuaIs on common day by d"ay si tuations. Ambigui ty

leveI is expressed as the person capacity to create

- ambiguity when facing determined social situations.

This work has arisen as a crinsequence of the

doctorate thesis "Anomia e Desorganização: estudo

psicoló-gico em contexto brasileiro", presented in 1981 and whose

results, faced with the daily reality, pointed out the

ambiguous model caracteristical of our society, showed up

inthe form of several contradictions in people attitudes.

Ambiguity seems to be found in the system as

the result of the interpretation one gives to ambiguous

patterns, laws, rules and values or yet as consequence of

the violation itse1f or lack of information of the ru1es,

the constant reformulations, the lack of trust and of the

social adaptation in a general way.

The theoretical approach was based mainly on

social and anthropologic theories which propose the

reality as something built by the person being the

(8)

he lives.

J

In order to back-up the scaie, two factors

have been isolated: (1) the ambiguity as a social factor

and (2) the ambiguity as a psychological factor.

(9)

Agradecimentos --- iv

Resumo ---~- ·v

Summary vii CAPITULO I - O PROBLEMA --- 01

1 - Justificativa --- 01

. 2 - A Importincia do Estudo ---~--- 01

3 - O Conceito de Ambiguidade --- 07

4 - Objetivo da Tese --- 08

CAPITULO 11 - FUNDAMENTAÇÃO TE6RICA --- 09

1 - O Processo de Socializaç~o: o Bio16gico, o Social e o Cultural ----~--- 09

2 - Os dois fatores: o Social e o Psicó1ogico --- 23

CAPITULO 111 - METODOLOGIA --- 28

1 - Descriç~o da Escala --- 28

2 - A Amostra --- 29

3 - Tratamento Estatístico --- 29

3.1 - Análise de Itens --- 29

3.2 - Análise Fatorial --- 31

CAPITULO IV - CONCLUSOES .--- 35

REFERENCIAS BIBLIOGRÃFICAS--- 36

(10)

1 - JUSTIFICATIVA

Não é demais salientar a importância de um estudo

que vise obter informaç5es acerca de comportamento humano,

considerando que o homem é o fator mais importante e atuante

na vida comunitária, além de ser a cri~tura e o criador de

sua sociedade.

Asdiversas escalas existentes, embora possuindo um

conteúdo perfeitamente yigente para a atualidade, se referiam

não ao comportamenio ambíguo ou

i

ambigUidade em si. Tratavam

do aspecto da tolerância ou intolerância

ã

ambigUidade, numa

relação com características' da personalidade.

Surgiu daí a necessidade de se criar um

instrumen-to mais específico, que pudesse avaliar o nível de

ambigUida-de ou seja, a capacidaambigUida-de do indivíduo para criar ambigüidaambigUida-des

diante de determinadas situaç5es no· convívio social.

2 - A IMPORTÂNCIA DO ESTUD~

(11)

tiva de estudar e classificar pessoas, suas atitudes e compor

tamento·s, seu caráter e personal idade.

A ciência emergiu da magia e da tecnologia num tem

po e lugar específico, em Mileto, no século VI A.C.

Os filósofos pré socraticos procuraram estabelecer,

por observação e argumentação os componentes essenciais de

~

-que o universo e constituido. Tales postulou a agua corno

ele-mento fundamental. Anaximando propôs o infinito, Anaxímenes o

ar e Heráclito o fogo.

Empédocles (500.430 A.C~) sugeriu que quatro ele

-mentos estão presentes: terra, ar, fogo e água. Corno parte do

Universo, o homem també~ se compõe desses elementos e sua

di-versidade manifest~ é explicada como produto das diversas com

binações dos elementos em cada indivíduo.

Hipócrates (c. 460 A.C.) desenvolveu isso numa teo

ria geral de sa~de e doença, a famosa doutrina dos humores

Aos quatro elementos corresponderia~ quatro substâncias corp~

rais e quatro qualidades a que poderiamos chamar psicológicas.

O conceito de que a personalidade de um homem corresponde ao

equilíbrio de seus humores foi posteriormente desenvolvido por

Galeno (131 - 201 D.C), e estabeleceu-se como a teoria dos

. .

quatro temperamentos. As pessOas eram classificadas em sanguí

(12)

Ainda hoje a doutrina dos humores ressurge na

teo-ria de H.J.Eysenck, uma teoteo-ria das mais influentes.

Uma outra tradição 1 iteraria é a descrição de·

"ca-racteres" tal como foi f"eita por Teofasto (370-286 A.C.) e

por La Bruyere (1945-1696). Deram pequenos retratos litera

rios de "o homem orgulhoso", "o homem honesto", etc ...

Uma terceira abordagem é a tentativa de compreen

-der a pessoa em termos· de forças que supostamente atuam

den-tro dela. A mai~ célebre versão é a de Platão que comparou a

razão a um cocheiro que controla com firmeza os seus corcéis:

o desejo ou apetite e a coragem ou vontade. Outra

neste nfvel foi a de Freud.

proposta

O estudo da personalidade parece estar relacionado

com uma dicotomia muito preponderante entre o biol5gico e o

social. De um lado estão os que acham que uma abordagem

real-mente cientffica envolve a·redução do comportamento humano a

mecanismos fisiológicos dos quais compartilhamos com outras

espécies. Do outro lado estão os que defendem que o homem

essencialmente um ser social e todo seu comportamento e

experi~ncias"são determinadas pelas forças da sociedade.

...

e

suas

Citando ~dgar Morin em seu livro "O Enigma do

Ho-mem",

é

evidente que o homem não é constituido por

duas fatias sobrepostas, umabionatural e

(13)

a-travessado por qualquer muralha 4a China, sepa-rando sua parte humana de sua parte animal; ~ evidente que cada homem ~ uma totalidade biopsi cossociologica (Morin, 1977, p. 22)

-~ um princípio geral da psicologia ser impossível

conhecer o mundo externo diretamente e completamente. Para co meçar os nossos sentidos são incapazes de responder a todos - os estímulos possíveis. Mesmo entre o que ~ fisiologicamente

possível, apenas podemos receber uma seleção. Deve haver um mecanismo de filtragem e de representação interna do ambien-te. Deve ser algo como um modelo operacional, que ~ gradual -mente montado e adaptado atrav~s da experiência, provavelmen-te sobre uma base que ~ herdada.

Nos últimos anos, psiquiatras, psicólogos, sociólo gos, biólogos, antropólogos, têm se pieocupado com as rela çoes entre o indivíduo e a sociedade a que pertence.

A maneira de um povo criar seus filhos torna deter minado tipo de personalidade habitualmente comum naquela so-ciedade? At~ que ponto o modo de vida ~ influenciado pela cul tura? At~ que ponto a cultura influencia a personalidade dos indivíduos?

o

objetivo deste trabalho foi justamente estudar

o comportamento ambíguo dos indivíduos de nossa sociedade co-.

.

-mo uma consequência adaptativa daqueles em suas relações com

(14)

pu-desse auxiliar na compreensao dest~ peculiaridade e sua

rela-ção com a cultura. Estivemos tamb~m ~s voltas com este probl!

ma da relação entre o indivíduo e a sociedade a que pertence.

A investigaç~o da interdepend6ncia entre as

carac-terísticas pessoais de um povo e a sua cultura, e o ambiente

_ .A

em que vive esse povo, nao e nova. O interesse vem pelo menos

desde o tempo do Hip6crates, do s~culo V(A.C.)

Mais recentemente a ci~ncia da personalidade sur

-giu para transformir as noções do homem quanto ~s suas .A

pro-prias disposições e capacidade.

Vieram da biologia, principalmente com Darwin, e

da medicina os conceitos de instinto e constituição. Mais tar

de o primeiro foi redefinido como· impulso natural de

necessidade humana, cujas instrumentalinecessidades eram apreendidas, con

-forme se demonstrou por meio de experi~ncias de ~xito e fra

-casso. Tamb~m as observações antropol6gicas vieram indicar que

os modelos de ação não são inatos como a princípio se supunha,

mas em grande parte culturalmente determinados. Em

complemen-tação a esses estudos veio a obra de Pavlov mostrar que o si~

tema nervoso se torna organizado pela experi~ncia,

capacitan-do-se a "prever" o futuro imediato mais provável e agir segu~

do essa previsão. Outra importante seqU~ncia de fatos e teo

-rias apareceu simultaneamente com os psic6logos m~dicos, uns

(15)

Podemos concluir sem margem de dúvidas que o ser

humano nao cresce no vazio; seu des~nvolvimentQ ~ determinado

nao só pelo ambiente físico como provaram os biologistas, e

pelo ambiente familiar como demonstrou Freud, mas como demon~

traram os numerosos dados colhidos pelos antropólogos cultu

-rais, pelas instituições societárias e culturais maiores, pr~

ticadas não apenas por "transmissores" paternais mas também

pelas figuras "de autoridade e pela maioria do grupo no qual o

indivíduo é educado.

A pessoa é uma entidade emergente de e em certo

meio físico e cultural. Não pode ser apropriad~

mente rep~esentada como se fosse isolada de seu

local ou da cultura do grupo do qual é membro ou de sua posição ou papel na estrutura desse gru-po. Fundamentalmente toda pessoa é uma pessoa so cial, parte interdependente de um" sistema de

in-terações humanas. (Kluckhohn, 1965., p. 29)

Em noss6 trabalho coris.ideramos o comportamento

am-bíguo como emergente desta interdependência entre homem e

meio social e acreditamos que por ser .a nossa sociedade

cons-tituida de padrões e normas profundamente ambíguas, cada indi

. "

víduo aprende no decorrer de sua socialização a apresentar.

interpretações também ambíguas para estes padrões, e a se com

portar de acordo com essas interpretações. Daí surgiu a neces

sidade de analisarmos mais demoradamente os aspectos deste

processo de socialização sabendo contudo que não esgotamos t~

das as possibilidades de explicação mas nos sentindo

realiza-dos por levantar novos pontDs: de reflexão e discussão que po~

sam motivar novos estudos sobre as atitudes deste ser tão com

(16)

3 - O CONCEITO "DE AMBIGUIDADE

A ambigUidade pode ser considerada como "falta de

clareza das palavras ou dos discursos, resultante de vários

sentidos a que se pode acomodar" (Enc. Mérito Bras. vol. 1).

"O Diccionario de la langue espanola da Real Aca

-demia" (Madrid, 1956) define ambigUidade corno o "que pode ser

entendido de vários modos ou admitir distintas interpretações

e dá por conseguinte motivo a dúvidas, incerteza ou confusão".

(In Bleger, 1977, p. 215).

As definições de outros dicionários tem as mesmas

caracterfsticas desti que reproduzimos: define-se a ambigUid!

de do ponto de vista do observador; ne~te caso dizemos que um

sujeito é ambfguo (em sua conduta, em seu caráter, em sua peE

sonalidade) quando esse sujeito pode ser entendido de "vários

modos" ou seu comportamento pode admitir distintas interpret!

çoes e dá por conseguinte motivo a dúvidas, incertezas ou con

fusões. Mas, para o sujeito que vive na ambigUidade ou que a

manifesta, a ambigUidade não é dúvida, nem incerteza, nem con

fusão.

~ possfvel que nossa estrutura ou organização psi

co16gica possa tolerar contradições que envolvam-apenas dois termos e até mesmo que, na realidade,

possam existir sem conflito (em outros níveis de

organização do ego) mais de dois termos contradi-t6rios ou diferentes. E talvez seja por isso mes-mo .que aquilo que aparece na ambigUidade comes-mo con

tradições insolúveis entre muitos termos ou com~

(17)

o

nlvel de "ambigUidade ~ aqui entendido ent~o,

co-mo a capacidade do indivíduo 'para reagir com comportamentosam

bIguos em situaç5es sociais id6nticas do cotidiano.

4 - ,OBJETIVO DA TESE

O'objetivo desta tese ~ a elabo~aç~o de um

instru-mento para medir o nível de ambigUidade dos sujeitos em situa

ç5es sociais id6nticas do cotidiano, instrumento este

(18)

CAPITULO 11

FUNDAMENTAÇÃO TE6RICA

1 - O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO: O BIOL6GICO, O SOCIAL E O CULTURAL

Numa perspectiva fenomenológica, aceitamos que um mundo totalmente diverso do que nós conhecemos poderia ser construído, a partir dos excitantes potenciais que existem em torno de nós, se nós dispus6ssemosde outras funç5es sensori-ais.

e

principalmente no plano da elaboraç~o superior, a qual transforma essas qualidades sensoriais em situaç5es signific! tivas e afetivas, que vemos atent~ada a atividade construtiva do indivíduo.

Esse mundo que se nos apresenta como um dado'~ de fato, uma resultante da energia física e da elaboração psico-fisiológica, elaboraç~o na qual o conjunto de funç5es psicoló gicas ~esempenha um papel importante. O que os outros nos co-municam a cada instante constitui parte importante do mundo em que nos conduzimos. AI~m disso nosso mundo comportamental

g

povoado por nossas construç5es imaginirias e por nossas pro

(19)

Em certos casos, esse mundo comportamental é a tal ponto uma construção personalizada, que outras pessoas difi-cilmente podem ter acesso à ele. Para entender a conduta do outro, não basta conhecer suas motivações; é preciso também ter algum conhecimento do mundo ao qual esse outro responde e no qual ele se situa.

Mesmo dentro dos limites do normal, as mesmas si-tuações objetivas podem ser percebidas por diversas pessoas, de maneira bem diferente.

o

mundo com o qual estabelecemos relações pela conduta pode situar-se em diferentes planos de "presença" ou "realidade". Também a conduta se efetua segundo diferentes modos de realização. Assim, além do comportamento "executivo" com os objetos efetivamente presentes a nós, o ho-mem pode estabelecer relação comportamenml,com um"mundo que ele sómente percebe por meio das representações figurativas numa tela qualquer. Num terceiro plano de "presença", um mundo substitutivo pode ser evocado por meio de sím-bolos verbais ou outros. Nosso comportamentore lativo às situações verbalmente presentes pode se realizar também como ação "dita" ou "descri ta". Finalmente, o mundo e a conduta podem ser construidos no plano das funções puramente ima ginativas. De fato, o comportamento cognitivo-pode se efetuar tanto de acordo com o modo de execução cognitivo real como de acordo com um ou outro dos modos substitutivos. (Nuttin, 1973

p. 128)

o

que deve ser posto em evidência

é

que esse mundo

constitui um elemento que nao se pode separar do processo gl~

(20)

Resumindo, a atividade psiquica .se apresenta co-mo conjunto de processos graças ao qual o homem,

a cada momento, se situa ativamente no mundo, e

aí está a própria definição de seu comportamento~

(Nuttin, 1973, p. 129).

Situar-se ativamente no mundo ~ por em açao um con

junto de atividades pelas quais o homem constrói o mundo em

sua significação comportamental, respondendo em função das

relações din~micas que o unem a ele. Ess~ atividade pela qual

o h6mem se situa no mundo con~iste, em .grânde parte, em urna

ação sobre o mundo .

. Situar-se no mundo nao 6 urna simples adaptação; o

homem encontra sua situação no mundo somente enquanto ele con

segue conformar parcialmente esse mundo ~ id6ia que ele faz

desse mesmo mundo, com base em suas necessidades e aspirações.

Nessa perspectiva, o comportamento ~ então conside

rado em sua relação essencial entre a 'personalidade que

6

po-tencialidade e necessidade· específica de interação e atualiza

çao, e o mundo, que se constitui em sua significação proprla'

-

.

por meio do próprio comportamento . .

A construção da significação dos objetos nao se si

tua fora do comportamento humano. O mundo 6 para o homem, mui

to mais do que um objeto instrumental para as atividades

prá-ticas. O home~ 6 impelido ~ compreender e .conhecer o mundo

por si mesmo. O objeto percebido 6, para o homem, o ponto de

(21)

objetos e de suas m~tuas interações lhe concerne pessoalmente

em suas pr6prias relações com o mundo. Os fen6menos da nature

~a sao para ele,' fontes de insegurança e at~ de ansiedade, en

quanto forem desconhecidas suas origens e as leis que as go

-vernam.

Sabemos, atrav6s de estudos antropo16gicos, que a

cultura repre~enta papel importante n~o 56 na evo1uç~o dos

a-tributos de comportamento do homem, sen~o tamb~m de seus atri

butos físicos.

O p6 do homem desenvolveu-se no prDcesso de adaE taç~o ao esgueirar-se, ao caminhar e ao correr, que s~o, todas elas, atividades envolvidas na ca ça.

Em resultado do fabrico de instrumentos e do uso

deles, as m~os se converteram em magníficos

ins-trumentos de precis~o.

(Montagu, 1977, p. 114)

No curso da diferenciação física, o homem precisou

tamb~m adaptar-se culturalmente a muitos meios diferentes, is

to ~, precisou descobrir o modo de vida mais apropriado ao

meio em que se encontrava. Essa maneira por que um povo se

adapta ao meio, do ponto de vista do comportamento, ~ chamado

por alguns autores, de cultura.

A principal característica do homem ~ o fato de

ser ele a mais p15stica e male~ve1 de todas as criaturas.

Tu-do o que sabe como ser humano, precisou aprender de outros

(22)

No que diz respeito ao comportamento, a evolução do

homem se processou de tal maneira que este se tornou uma cria

tura capaz de adaptar-se a todos os meios e

é

justamente

es-sa adaptação que o caracteriza como ser humano. Parece cbmpr~

vado que o atributo principal da sociedade humana

é

a

adapta-bilidade, a plasticidade, a capacidade de viver com outros e

de ajustar-se à situações que mudam depressa.

Todo ser humano nasce com certas necessidades bisi

cas, ingênitas, que precisam ser satisfeitas para que o

orga-nismo sobreviva. Em conexão com cada uma delas, todo ser hum~

no está sujeito aos ensinamentos da cultura. Todos respira

mos, comemos, bebemos, descansamos, dormimos e eliminamos, se

gundo as formas costumeiras do nosso grupo. Até certo ponto,

somos todos feitos sob medida, de 'acordo com o modelo que pr~

d'omina em nossa sociedade.

Para alguns autores, a cultura representa a respo~

ta do home~ às suas necessidades bisicas. g o modo que o

ho-mem tem de colocar-se à vontade no mundo,

-

e o comportamento

que aprendeu como membro da sociedade. g, a princípio, o modo

de· vida de um povo, criado por um grupo de seres humanos que

ocupam um território comum.

~ esse meio feito pelo homem, que estamos aqui

de-'nominando cultura, que todas as sociedades impõem ao melO

fí-sico e no qual todos os seres humanos são adestrados. De tal

(23)

dizer que ela ~ a extensio dessa mesma vida, ou seja, ela a-centua e estende as capacidades da vida.

liA cultura é a criação conjunta do indivíduo e da sociedade, que inter agem reciprocamente, para se servirem manterem, sustentarem o desenvolvérem Um ao outro". (Mofitagu,

1977, p. 131).

No homem a mudança evolutiva se processou com a adiçio de mudanças nio genéticas, que também representam mu -danças evolutivas sociais. Essas mu-danças culturais ou de com portamento, nio genéticas, estio armazenadas na parte do meio feita pelo homem, na parte aprendida, na cultura, nos instru-mentos, nos costumes; nas instituiç5es, etc.

o

ser humano nasce com .as possibilidades de

apren-dizagem, que mediante o ensino adequado podem ser transforma-das nas capacidades unicamente humanas. Nasce completamente dependente,' para a sua sobreviv~ncia, de outros seres; a de-pendência prolonga-se durante os primeiros anos e nessa rela-çao de sujeiçio mais demorada que a de qualquer outra criatu-ra~ aprende a desen~olver suas possibilidades sob a estimulan

te influência do meio humano.

Todo indivíduo tem por dote biológico e único ao .nascer, as possibilidades parecidas com as dos seus

(24)

-tui sua herança social.' A natureza do homem nao é o que nasce

com ele, senão o que ele vem a ser sob a influência

organiza-dora do meio socializante em que nasceu.

I

)

Dessa maneira podemos dizer que a natureza humana

é, em grande parte, a criação humana ou seja, o produto da in

teração das possibilidades genéticas com os fatores culturali

zantes que operam sobre eles para dar-lhes a sua forma parti- '

cular. ~ principalmente através da estimulação do meio cultu~

ral que o indivíduo se torna uma pessoa.

No enfoque da Antropologia Social, a realidade

construída pelo indivíduo no processo de relação com os

tros. A sociedade é uma realidade ao mesmo tempo objetiva

-e

ou-e

subjetiva' e "existe na vida'de cada indivíduo uma sequência

temporal no curso da qual é induzido a tomar parte na dialéti

ca da sociedade". (Luckmann, 1966, p. 173)'.

o

ponto inicial do processo de socialização é a in

teriorização a saber

a apreensão ou interpretação imediata de um acon tecimento objetivo como dotado de sentido,

isto-é, como manifestação de processos subjetivos de

outrem, que desta maneira torna-se

subjetivamen-te significativo para mim. (Luckmann, 1983, p.

174)

Com a interiorização compreendemos o outro e o mun

do em que vive e esse mundo torna-se o nosso próprio; sõmente

depois de ter realizado esse grau de interiorização

é

que o

(25)

A sGcializaçio, q~epode ser definida como a ampla

e consi~tente introduçio de um individuo no mundo objetivo de

uma sociedade, possui duas fases distintas: a socializaçio pri

miria e a socia1izaçio secundiria.

A socializaçio primária é a primeira que o

indivi-duo experimenta na infância e é através dela que se torna um

membro da sociedade.

Todo individuo quando nasce ji encontra um mundo

objetivo a sua volta do qual terá que fazer parte; neste

mun-do estão os "outros significativos", pessoas que terão

conta-to constante'com a criança, e que se encarregarão de sua

in-troduçio no mundo social.

sio os' outros significativos que definem as

situa-çoes e as apresentam ao individuo como realidade objetiva. O

mundo é assim filtrado para o individuo que o interioriza a

partir de uma aprendizagem cognitiva, mas principalmente

emo-cional; sem esta ligação emocional com os outros

significati-vos o proc~sso de aprendizado seria impossivel ou pelo menos

se~iamente comprometida conforme demonstram os estudos com crianças em ausencia desta condição e, só se realiza a inte

-riorizaçio quando hi esta identificação.

Por meio da identificação com_os outros

signifi-cativos a criança torna-se capaz de formar sua

própria identidade;

a

criança aprende que

é

aqui

lo como é chamada. Todo nome significa uma nomen

clatura, que por sua vez implica uma localizaçã~

(26)

...

Pouco a pouco, a criança absorve os papels e as

a-titudes dos outros significativos, tornando-os seus; a

socia-lização primaria vai criando na consciência da criança uma

i

abstração progressiva destes papéis. e atitudes particulares,

j

para papéis e atitudes em geral. Com esta generalização o

in-divíduo passa a identificar-se com a sociedade.

A identificação do indivíduo com os outros signifi

cativos fará com que ele se torne capaz, de uma auto identifi~

caça0 e a personalidade pode ser considerada inicialmente

co-mo esse reflexo das atitudes dos outros significativos com re

lação ao indivfduo, somada i sua pr6pria capacidade e

particular deperc~ber.

forma

, Esses elementos específicos que sao interiorizados na

socialização primaria, na'turalmente variam de sociedade para

sociedade embora existam alguns elementos' universais, como

por exemplo a linguagem, que tem que ser interiorizada acima

de tudo.

Na socialização primaria é construido o

mundo do indivfduo.

primeiro

A socialização secundaria é o processo subsequente

que introduz um indivíduo já socializado, em novos setores do

-mundo objetivo de sua sociedade. ~ a aquisição do

(27)

Os "submundos" interior.izados na socialização se

-cundiria são geralmente realidades parciais, em contraste com

o mundo bisico adquirido na socialização primiria. Isto pode

representar um problema, pois a realidade ji interiorizada

tem a tend~ncia

i

persistir; sejam quais forem os novos con

-te~dos que devam agora ser interiorizados, precisam de certo

modo sobrepor-se a esta realidade ji presente; hi um problema

de coerência entre as interiorizações prim~tivas e as novas.

De qualquer modo, fica claro que os comportamentos de um indi

víduo são aprendidos na relação que ele mantém com o contexto

em que vive, estando neste contexto as pessoas, as institui

-çoes, as normas e padrões sociais, os valores morais etc! As

atitudes dependem portanto do contexto,da sociedade, que se

encarrega ela própria, da manutenção destas atitudes. Com

ba-se nesta crença e tornando-ba-se a comu~icação tanto no sentido

amplo quanto no estrito,verifica-se que quando o indivíduo

esti na presença imediata de outros, sua atividade tem um

ca-rater promissório, ou seja, são as suas atitudes que

influen-clarao a definição da situação· que vai apresentar.

Independentemente do objetivo particular que o indivíduo tenha em mente e da razão desse obje tivo, sera do interesse dele regular a conduta

dos outros, principalmente a maneira como o

tratam. (Goffman, 1975 p. 13-)

-Deste modo, quando uma pessoa chega a presença de

outras, existe alguma razã~ que a leva a atuar de forma a

(28)

Esta forma de controle sobre o papel do indiví-.duo restabelece a simetria do processo de comu-nicação e monta o palco para um tipo de jogo de

informação, um ciclo potencialmente infinito de

encobrimento, descobrimento, revelações falsas

e redescobertas. (Goffman, 1975,; p. 17)

!

)

Podemos dizer ainda quando um indivíduo se aprese~

ta diante dos outros, seu desempenho tenderá a incorporar e

exemplificar os valores oficialmente reconhecidos pela

socie-dade e at~ realmente mais do que o comportamento do indivíduo

como um todo.

Não exageramos em dizer que vivemos em uma socieda

de de padrões ampíguos de um modo geral.

As.

leis são dúbias

e seus cumprimentos, muito relativos; a impunidade ~ um fato.

Tomando como exemplo o sinal de trânsito veriricamos, via de

regra, que os motoristas sempre conseguem boas justificativas

para desrespeitá-los e essas justificativas parecem

perfeita-mente assimiladas pelo indivíduo, não gerando nele quaisquer

sentimentos de culpa e nem significando uma desordem mental .

O indivíduo sabe que aquela lei está sendo desrespeitada mas,

se ele assim o faz ~ porque, para ele, aquela ~ a única alter

nati~a de comportamento que pode assumir. Desta forma, reafi~

mamos nossa tese de que o comportamento ambíguo dos indiví

duos ~ consequência de interpretações de estímulos profunda

-mente ambíguos; os indivíduos estão, na verdade, exemplifican

do os valores reconhecidos oficialmente pela sociedade em que

vivem.

(29)

de que a convivência social

ê

um palco, em que cada um

repre-senta seu papel. Sempre há uma inclinação em concordar mais

ou menos com a concepçao de que toda atividade humana, na ver

dade,

ê

representada.

Existem dois autores que consideraram toda ativida

de humana na sociedade e corno manifestação de jogo: o histo

-riador Hwizinga e o filósofo Sartre.

Segundo Hwizinga, tudo se origina no jogo. O jogo

ê

mais antigo que ~ cultura; qualquer forma de atividade pode

ser encarada sob o ponto de vista do jogo.

Para Sartre, toda existência humana,

independente-mente da forma que assume,

e

representada.

Sarte formula seu ponto de vista na famosa passa

-gem sobre o "garçon" ...

Observamos esse garçon de bar ... todo seu

com-portamento parece-nos um jogo. Ele representa

ser garcon de bar. É impossível que ele seja

tão imediatamente garçon, corno um tinteiro

ê

um

tinteiro. Para ser o que ele deve ser, o garçon só pode existir "corno representação". Mas

quan-do ele imagina ser garçon, então ele não o

e.

Ele

é

separado de ser garçon - diz Sartre - do

mesmo modo que o objeto

ê

separado do sujeito ,

por um "nadaI! mas justamente este nada, isola-o do imaginado. (Buytendijk, 1973 , p. 69).

Tal interpretação do homem, segundo a qual ele

re-presenta na sociedade o seu papel, encontra-se em estreita re

lação com a concepçao sartriana da sinceridade.

(30)

Voltando-nos' para a vida human~ imediata, encontra

mos em certas relações inter-humanas uma tensão entre a since

ridade e insinceridade, e uma certa ambiguidade nos

comporta-mentos.

)

I

Quando se homenageia um funcionário que está sain~

do, quando se faz uma visita de pêsames, etc ... quando se diz

que alguém representa o interessado, o triste, etc, ele "faz'

de conta". Mas seria isso um jogo? O fazer de conta nesta s~~

tuação, tem a intenção de mostrar interesse ou compaixão, uma

vez que consideramos isso ser "decente" e que nos sentimos

0-brigados a agir assim.

Lefévre·em sua "Critique de la vie quotidiene"

en-tendeu quase corretamente a'''quase representação dos

sociais".

Os nossos conhecidos Ce n6s pr6prios) somos o

que reconhecemos. Eles representam o papel que eu lhes atribuo e que eles se atribuem. O

ou-tro acrescenta: o papel não é nenhum papel. E

a vida social, é inerente a ela. Por isso, con

cluiu Lefévre: o garçon do bar não apenas re ~

presenta o garçon do bar. Ele o é, e não o é. CBuytendyjk, 1973 , p. 70)

papéis

No processo real do cotidiano, a oposição entre au

têntico e inautêntico está abolida. Pode-se dizer que na

con-vivência, sempre assumimos um determinado comportamento.

Isso-acontece em todo encontro, em todas as relações, em toda

(31)

Existem relações sociais e profissões que dão moti

vo a urna "atitude" intencionalmente escolhida, cortesia, in

-dignação, ambiguidade, seveiidade, etc ... Com certeza, aqui

não se trata de jogo, mas de razões motivadas pela situação

para agir assim. Isto

é

feito com urna profunda naturalidade ,

relacionada e absorvida inteiramente pela cultura. O comport~

mento do pintor de paredes, que assume o compromisso com

de-terminado seryiço e que nao aparece no dia combinado, é um

exemplo comum disto, em nossa cultura. Aí também nao se pode

falar de jogo ou de falta de consideração com os demais ou

mesmo de falta de responsabilidade social.

O comportamento ambiguo, como aqui o consideramos,

surge como resposta "natural" dentro de nossa cultura sendo

motivado pelas situações sociais com as quais nos defrontamos

constantemente.

-A compreensao da' vida de uma sociedade, do que

ne-la se passa, deveria iniciar-s.e pene-la análise do modo como os

indivíduos são moldados para o exercício de determinados

pa-péis e de como adquirem urna conduta moral.

Neste processo de socialização, a sociedade nao

trabalha sozinha; tem seus agentes, (pais, mestres e minis

tros da religião) e suas agências socializadores (escola,

fa-mília, grupos de jogos e d~ trabalho). Urna vez que os agentes

e agências socializadoras mais próximas do indivíduo usualmen

(32)

pon-to importante a ser considerado ~ ~ investigação e a anilise

do processo de aquisição de condutas sociais qVe se chama

a-prendizagem social.

A eficicia dQ modelo para suscitar a aprendizagem

social de condutas e de pap~is por sua vez estaria

relaciona-da a variiveis sócio-culturais, tais como os valores do

gru-po de referência bisico; as característica~ pessoais e

soci-ais do modelo, as expectativas de conduta desejiveis, o

ambi-ente sócio-econômico-cultural do aprendiz .

. Assim pode-se supor que se o grupo de referência

bisico valorizacom~ortamentos agressivos, haveri um reforço

implícito para a imitação ou cópia de respostas agressivas.

Se for fornecido ao sujeito proveniente de um grupo como

es-se, modelos de conduta afetiva de doçura, carinho, amizade,

por exemplo, haveria um efeito menos eficaz do modelo, do que

se o grupo considerasse as condutas efetivas não agressivas

como desejiveis e as valo~izasse.

2 - OS DOIS FATORES: O SOCIAL E O PSICOL6GICO

Podemos assim considerar que a ambigUidade como ~

e

~

por nos aqui estudada, aparece tanto como uma caracteristica

da cultura em que vive o irtdivíduo quanto.como algo

intrínse-co

ã

própria personalidade, ou seja temos um determinante

so-cial claramente definido por um lado e um determinante

(33)

Embora bastant~ escassos encontramos na teoria psl canalítica alguns estudos que enfatizam 'a ambíguidade como fa

tor psicológico mais específico. I

)

José Bleger (1977) tentou reconhecer a ambiguidade

e diferencia-la da contradiç~o ~ssim como da ambiva16ncia, da

dissociaç~o e.da confus~o; a partir disto, distinguiu um tipo.

de personalidade que denominou personalidade ambígua.

Numa segunda etapa, investigou a relaç~o da ambi

-guidade com a mais primitiva organizaç~o psicológica - a posl

ção gliscrocárica : e relacionou esta ultima com a per~onali­

dade ambígua e com traços ambíguos de personalidade.

ger que

Relacionando ambiguidade e simbiose concluiu Ble

-a simbiose coincide com -a persistenci-a de um-a estrutura ambígua, sendo que, a partir disto, tornam-se mais compreensíveis as diversas for

mas de simbiose, bem corno a clinica da ambi ~

guidade. (Bleger, 1977, p. 215)

Madeleine Baranger, em uma série de trabalhos,

es-tudou a má fé como fenBmeno no qual o paciente "fica em uma

posição ambígua, expressa na inautenticidade do material"

(In Bleger, 1977, p. 217).

A má fé, enquanto fenBmeno de ambiguidade, nao se

oporia

à

dissociação ou ã ambivalência, sendo antes um fenôme

(34)

no diverso e, por outro lado, sendo uma estrutura mais comple xa, possuindo em si mesma suas propriedades.

A ma fé é relacionada a um t.ranstorno de identida-de ou seria antes o caso identida-de uma outra iidentida-dentidaidentida-de, que deve

..

.

ser entendida em sua proprla estrutura.

Tanto na m~ fé quanto na ambiguidade, o ego é vis-to pelos psicanalistas como uma multiplicidade de identidades não sedimentadas, contemporâneas e contraditórias.

Na ps~canalise, podemo~ dizer qti~ a ambiguidade se

define por: (a) um'tipo peculiar de identidade ou de organiza ção do ego, caracterizada pela coexistência de uma multip1ici dade de núcleos que não se integram e que podem, por isso mes mo, coexistir e se alternar sem que isto implique, para o

su-jeito, confusão ou contradição; (b) cada núcleo desse "ego granular" se caracteriza em si mesmo por uma falta de discri-minação entre o eu e não-eu, ou por uma organização sincréti-ca. Podemos sintetizar ambas as características como próprias de um ego (ou de uma identidade) muito primitivo e muito re-gressivo.

(35)

Neste enfoque, urna das caracteristicas básicas da

arnbiguidade ~ sua natureza incerta, ainda nio definida, nao

discriminada, permitindo a coexist~nciade coisas, situaç5es

I

i

ou atitudes que para outro sujeito tor~km-se confusas e

duvi-dosas; essas mesmas coisas são no entanto, nelas próprias, i~

certas, nio definidas, nio discriminadas'e não classificadas

em esp~cie ou conjunto. Este ~ um ponto de concord~ncia entre

a abordagem psicanalítica e nossa tese já que consideramos que

em nossa socieda,de, os comportamentos ambíguos surgem l1lml meio

que ~ por sí s6 tamb~m ambíguo.

Clinicamente o sujeito ambfguo p~de dar a impres

-sao de confuso ou de contraditório, mas o poder provocar

con-fusio ou sentimentos cbntraditór{os no observador, nio define

as características da ambiguidade.

Em psicanálise diz-se que os fenBmenos de contradi

çao e confusão surgem tio somente quando' a ambiguidade ~

per-cebida pelo ego mais maduro; um setor variável da p~rsonali­

dade de todo o individuo permanece clivado do ego mais maduro

e constitui a parte p~icótica da personalidadc,que 6

funda-mentalmente ambígua. No caso das personalidades ambíguas, a

vida foi organizada

i

base de~sa indiferenciaçio primtiva, en

quanto o indivíduo mais maduro a mantem clivada.

Em resumo, nesta abordagçm a ambiguidade se

(36)

coexis-t6ncia .de termos dentro do pr6prio individuo, atitudes ou tra

ços nio necessariamente cotitradit6rios, coexistencia que se

dá de urna maneira que, para o sujeito, a contradição nao exis

te.

Baseando-nos então no que ora chamamos de Fator

_ Social e Fator Psicol6gico da Ambiguidade, desenvolvemos todo

o trab~lho metodol6gico para a construçio da escala de ambi

-•

(37)

CAPITULO 111

METODOLOGIA

I - DESCRIÇÃO DA ESCALA

I

)

A primeira escala construída constou de 50 propos!. çoes representando situações simples do cotidiano onde os su-jeitos escolhiam dentre as cinco alternativas de comportamento propostas, qual seria a sua pr6pria maneira de comportar -se diante de cada situação. O tipo de escala usado foi o de Likert com cinco· pontos.

Procedeu-se então a uma primeira aplicação e cons~ quente interpretação dos resultados os quais foram, posterio~ mente, submetidos ao julgamento de juÍzes~

A partir desses estudos e do desenvolvimento da fundamentação te6rica, não s6 as proposições foram modifica -das como também o número de alternativas para cada proposição.

(38)

2 - A AMOSTRA

Na fase inicial participaram como sujeitos da

pes-quisa, 120 alunos do curso de Psicologi~ da Fahupe.

Na segunda fase, os sujeitos foram 48 alunos do

mestrado em Educação da UFF.

3 - TRATAMENTO ESTATíSTICO

Os dados foram tratados em duas etapas.

Na primeira etapa foi 'feita uma análise de itens

para se verificar os itens com maior indice de discriminação,

em relação ao conceito proposto.

Na segunda etapa, foi feita urna análise fatorial pa

ra se detectar os fatores envolvidos nesse conceito.

3.1 - Análise de Itens

Na análise de itens foi estabelecido um critério

mínimo de 0,20 para o índice de discriminação e de acordo com

(39)

Na Tabela 1 sao apresentados os índices de

discri-minaçio de todos. os itens

TABELA 1

fndice de discriminaçio dos itens da escala

Itens !ndice de discriminaçio

1 0,23

2 0,23

3 0,33

4 0,51

5 0,46

6 0,41

7 0,33

8 0,04

9 0,12 .

10 0,20

11 0,46

12 0,37

13 0,37

14 -0,06

.15 0,23

·16 0,15

17 -0,06

18 0,03

19 0,06

(40)

3.2 - Análise Fatorial

Na an5lise fatorial com os 20 itens foi feita

ini-I

cialmente a extração de todos os fatords. Emergiram dar nove (9) fatores e naofoi possrvel uma interpretação psicológica, de nenhum deles.

A partir desses resultados e da literatura encon -trada sobre o assunto, pode-se hipotetizar a existência de dois fatores que denominamos (1) Fator psicológico e (2) Fa-tor social.

Para interpretar esses fatores foi definida uma carga fatorial minima de 0,20 para cada item e a presença de pelo menos cinto itens para caracterizar o fator.

o

primeiro fator pode então ser interpretado como

Fator psicológico e o segundo como Fator Social.

(41)

TABELA 2

Cargas fatoriais de todos os itens nos dois fatores

Itens Fator 1* Fator 2** .

1 -0.05 -0.47

2 0.14 0,36

3 0.26 -0.29

4 0.06 0.21

5 -0.32 -0.06

6 ·0.34 -0.40

7 -0.32 -0.06

8 0.38 -0.01

9 -0.77 -0.13

10 0.36 -0.01

11 -0.15 0.63

12 0.40 . -0.04

13 -0.01 0.34

14 0.40 0.05

15 0.00 0.72

16 0.27 -0.27·

17 -0.32 0.08

18 0.36 -0.15

19 -0.30 0.14

20 0.54 -0.07

* Fator interpretado como Psicológico

(42)

Comparando os dois tra,tamentos, encontramos quatro itens (8, 14, 16., 18) que nao conseguiram discriminar os indi víduos que apresentaram aI to nível de ambiguidade, 'daqueles que não apresentaram.

Varias explicações poderiam ser dadas

à

este fato, dada a complexidade envolvida nas interações do homem com seu meio social.

Em nossa estudo, optamos por acreditar que esse re sultado se deve ao fato de que as situações propostas nestes itens, apres~ntam alternativas de comportamento que já foram tão assimilados em nossa cultura que passamos a percebê-los co mo modos naturais de agir; são comportame?tos que, na conSCl-ência de cada indivíduo, nao contrariam as leis e normas so-ciais pré estabelecidas.

Daí não surgiu a característica de ambiguidade, já que as duas alternativas, aos nossos olhos, fazem parte de uma linha de conduta perfeitamente coerente, em nosso cotidia no.

(43)

Acreditamos que novos e~tudbs acerca desses itens

e de outros novos que surjam, possam vir a confirmar . esses

(44)

CAPITULO IV CONCLUSOES

)

Concluindo este estudo foi construIda, ainda em carater experimental, uma escala com 14 itens, todos com car-gas fatoriais superiores ao crit~rio utilizado, identificando os fatores psicológico e social.

A continuação dos estudos sobre este tópico exigi-rá certamente a elaboração de maior número de proposições que caracterizem bem a ambiguidade e ainda, uma análise dos itens que não atingiram o crit~rio estabelecido, na tentativa de a-perfeiçoa-los para que possam tamb~m serem incluIdos na esca-la.

Apesar desta limitação, os resultados oferecem for tes indicações para sustentar as dúvidas que originaram esse estudo. Deve ser principalmente lembrado que o conceito de ambiguidade segundo nossa teorização, depende das interações entre o meio polItico-social-cultural e o individuo, não ha-vendo uma definição absoluta mas sim especifica a cada cultu-ra. O propósito deste trabalho foi a caracterização desta di-mensao em nosso meio, visando desenvolver aplicações da psic~

(45)

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(48)
(49)

ISOPjC~PPJPers.jSA

INSTRUÇOES

Nas folhas que se seguem voc~ encontrar5 várias

histórias qué refletem o comportamento das pessoas em

situa-ções simples do cotidiano.

Sua tarefa consiste em selecionar a alternativa ,

Calou

c:nl,

que segundo você. expres.se a opinião da maioria

das pessoas em relação a esses' comportamentos. Marque um X

sobre a letra escolhida.

Nã6 existe resposta c~rta ou errada.

Certifique-se de que voc~ respondeu a todas as

questões. escolhendo apenas uma das alternativas .

. Lemb.re-s.e: sua resposta expressa a opinião da

maioria das pessoas.

(50)

1 - Maria encontra Lúcia, uma antiga colega de trabalho, que

a convida para um lanche em sua casa. Apesar de toda sua

falta de tempo, Maria desmarca alguns compromissos e vai

à

casa da colega,

~o

dia

combi~adJ.

Lã chegando, Maria

nao encontra Lúcia em casa.

a) Lúcia agiu as sim, porque nao

-

tem consideração com a

amiga.

b) Lúcia agiu assim, porque teve que resolver um

proble:-ma urgente e acabou esquecendo o compromi s so com a

amiga.

2 - Tânia encontra no ônibt,ls uma amiga, que passa a viagem

lhe contando os problemas que vem enfrentando em sua

vi:-da. Num dado momento, Tânia precisa ~ester do ônibus e

tem que interromper a conversa. A amiga, aflita, lhe

pe-de seu telefone, mas Tânia pe-desce sem dar a informação.

a) Tânia agiu assim, porque, se nao descesse correndo do

ônibus, passaria do ponto.

b) Tânia agiu dessa forma, porque nao se importa com os

(51)

3 - Jos~

g

bombeiro hidriulico e vive de biscates. Vai ver

um trabalho na casa de Ângela, faz um orçamento que ~

i-mediatamente aceito e marca então para começar o serviço

no dia seguinte. mas não aparece.

a) José agiu dessa Iorma, pois não tem noçao de responsa

bilidade

b) José agiu assim, porque o trem enguiçou.

4 - Carmem fuma desde os 15 anos e, apesar de acnarfeio uma

mulher fumaüdo, não consegue largar o vício. Quando sua

filha adolescente começa a fumar, Carmem repreende-a

se-veramente e não admite este hábito na filha.

a) Carmem agiu assim, pois nao quer que sua filha

preju-dique sua saúde-o

b} Ao agir assim, Carmem está se contradizendo, já que

ela mesma

fuma.-5 - João vem dirigindo seu' carro e, em um dos cruzamento, o

sinal fica vermelho. João reduz a marcha mas nao para

olha para os lados e segue em 'frente, avançando o sinal.

a) João agiu dessa forma, porq,ue naquele lugar tem mui

-tos assal-tos e é perigoso parar.

b} João agiu dessa forma, pois é pessoa que nao respeita

a leis do t~insito~

i

J

(52)

6 - João é estudante "universitário e as avaliações .de suas

disciplinas são feitas· através de trabalhos de grupo

João não cumpre sua parte e acaba recebendo a nota do

grupo.

a) João se comporta dessa forma, pois nao tem noçao de

lealdade e responsabilidade.

bl João ,s,e comporta dessa forma, porque o sistema de ava

liação permite esta atitude.

J - Pedro vem dirigindo seu carro em rua de grande movimento

e repentinamente atropela uma pessoa. Foge e não presta

socorro ·à vítima~

al Pedro agiu dessa forma, porque teve medo das conse

quências do envolvimento com a polícia.

b) Pedro agiu dessa forma, pois não tem respeito e consi

deração com o próximo.

8 - Luiz tem uma casa de campo numa região onde há muitos ra

tos, por isso, procura conservar a propriedade sempre lim

pa .. Fez uma campanha com os vizinhos, para convencê- los

também a nao jogarem lixo nos terrenos vazios,

explican-do o mal que isto causaria, mas o resultaexplican-do foi

pratica-mente nulo.

a) Os vizinhos agiram dessa forma, porque nao têm boa

e-ducação

b) Os vizinhos agiram dessa forma, porque não tinham

ou-tro lugar para colocar o lixo.

r

(53)

gl

Paulo resolveu inscrever-se para um concurso de bancário,

mesmo sem experi~ncia na área e sem maior conhecimento do

assunto. No entanto, recebeu proposta de uma pessoa, que I

lhe oferecia as provas resolvidas) em troca de uma deter

minada quantia. Paulo pagou e foi "aprovado" no concur

-50, conseguindo assim o emprego.

al Paulo agiu dessa forma, pois sabia que sem jeitinho

nada se consegue.

b} Paulo agiu dessa forma, porque nao teve sendo de leal

dade com relação

is

outras pessoas que disputavam a

vaga.

IUl Embora consciente das leis do trinsito e das s ançoes

Francisco geralmente estaciona em local proibido, quando

vai ao centro da cidade.

a) Francisc6 faz isso, pois nao respeita as normas do

trinsito.

b} Francisco faz isso, pois os estacionamentos estão sem

(54)

11) Perto da Copa do Mundo, Roberto convidou Ant6nio para ir

i sua casa almoçar e assistir o jogo. No entanto, i filti

ma hora, Antônio recebeu convite dé outro amigo e foi

)

sem avisar Roberto.

a) Antonio agiu assim, porque na euforia para assistir

ao jogo, não teve tempo de avisar.

b) Antonio agiu assim, porque nao tem "consideração com o

amigo.

12) Romario tem uma casa de veraneio em Maricá e viaja todos

os fins de semana para lã, com sua faJilrlia. Apesar de

saber que existe uma lei que limita a velocidade máxima

permitida em SU Km, Romârio' nunca dirige a menos' de

1UU

Kmjh.

al Romario faz isso, porque nao tem~e~peito pelas leis

de trânsito.

fi} Romario faz isso, pois conhece bem a estrada.

131 Na época da Campanha da Vacinação contra a Polio, as

fi-las eram enormes e as maes procuravam chegar bem cedo

com seus filhos para serem logo atendidas. Luzia, no

en-tanto, tinha uma pessoa conhecida no Posto de Vacinação

e ao chegar com seu 3 filhos, não precisou entrar na fj~

la. Foi imediatamente atendida, na frente de todas as

(55)

a) Luzia agiu assim, pois. ficar numa fila com 3 crianças

é

coisa desagradável.

b) Luzia agiu assim, pois nao respeita os direitos das

pessoas.

14) Felix comprou uma.moto e, segundo as leis de trânsito

teve que providenciar também os acessórios

indispensáve-is para ~ue estivesse habilitado a dirigI-la. Apesar

di~-so, ele nunca sai com o capacete. mesmo sabendo os rlS

-cos que corre.

a) Felix faz isso, porque nao

-

tem sen.so de

responsabili-dade.

bl Felix faz isso, porque e

...

muito desconfortável andar

de capacete.

15) Margaret mora em Niterói e trabalha no Rio. Viaja todos

os dias de barca e como não

é

fum~nte, faz questão ! de

sentar na área onde é proibido fumar. No entanto, todos

os dias se ahorrece, pois vários passageiros insistem em

fumar durante a viagem, não considerando a placa de proi

bido.

al Estas pessoas se comportam dessa forma, pois sao

vi-ciadas e naô conseguem ficar muito tempo sem fumar.

bl

Estas pessoas se comportam dessa forma, porque nao se

preocupam com o direito dos outros ..

r

I

r

(56)

16

-

Nas últimas eleições, Vi.rgínia es.tava grávida e por

is-so nao teve que entrar na fila para vota~ pois todas as

pessoas lhe cederam a vez. Por isto, para as e feições

de 1982, Virgínia p1anej ou se "disfarçar" de grávida p~

ra novamente ser atendida sem entrar na fila.

a) Virgínia está agindo assim, porque não respeita o di

reito das outras pessoas.

b) Virglnia está agindo assim, pois tem muito o que

fa-zer.

17 Norma precisava telefonar para seu médico e foi utili

-zar o orelhão mais perto. Ficou aguardando sua vez,

en-quanto um rapaz usava o telefone. Num dado momento, o

rapaz começou a bater no telefone e quando Norma foi

u-sá-lo, ele estava estragado.

a) O rapaz fez isso, porque o orelhão deve ter engolido

sua ficha.

b} O rapaz fez isso,. porque nao se importa em preservar

bens públicos

18 - Carlos completou 18 anos e embora já soubesse dirigir,

não tinha a carteira de hahilitação~ Carlos pagou a

al-guem e conseguiu sua carteira, sem ter que fazer as pr~

vaso

a) Car16s agiu assim, porque nao respeita as leis

so-ciais.

(57)

19 Dayse e uma adolescente de 14 anos e seu grupo de

...

amigos

varia numa faixa etária de lS a 20. Para entrar em cine

-mas, falsifica sua carteira esc?larie assim nunca é

"baT-rada".

I

a) Dayse faz isso, porque os filmes ifupr6prios nio apre

-sentam nada que uma jovem de 14 anos nio conheça.

b) Dayse fa~ isso, porque nao tem senso de honestidade.

20 - Lígia

é

professora universitária e propoe aos alunos que

apresentem seminários em datas previamente estipuladas

informando que as notas ,do período serão dadas por esses

seminários. No entanto, costuma faltar e no final do

pe-rÍodo, acaba dando 10 a todos os alunos."

a) Lígia faz isso, porque nio tem responsabilidade pro

-fissional.

b) Lígia faz isso·, porque o salário de professora nao a

(58)

ISOP/CBPP/Pers./SA

INSTRUÇOES

)

Nas folhas que se seguem voc~ ~ncontrari virias hist6rias que refletem o comportamento das pessoas em situa -ções simples do cotidiano.

Sua tarefa consiste em selecionar a alternativa, (a) ou (b), que segundo voc~, expresse a opiniio da maioria das pessoas em relaçio a esses comportamentos. Marque um X sobre a letra escolhida.

Não existe resposta certa ou errada.

Certifique-se de que voce respondeu a todas as questões, escolhendo apenas urna das alternativas.

Lembre-se: sua resposta expressa a opinião da maioria das pessoas . .

(59)

l-Tânia encontra no ônibus uma amiga, que passa a viagem

I

lhe contando os problemas que vem enfrentando em sua vida.

Num dado momento, Tânia precisa descer do ônibus e tem

que interromper a conversa. A

a~iga~

aflita, lhe pede seu

telefone, mas Tânia desce sem dar a informação.

a) Tânia agiu assim; porque, se nao descesse correndo do

ônibus; passaria do ponto.

b) Tânia agiu dessa forma, porque nào se importa com os

problemas dos outros.

2 - Jos~ ~ bombeirti hidr~ulico e 'vive de biscates. Vai ver

um trabalho na casa de ângela, faz ~m orçamento que € ime

diatamente aceito e marca então para com~çar o serviço no

dia seguinte,' mas nao aparece.

a) Jos~ agiu dessa forma, pois nao tem noçao de

responsa-bilidade.

(60)

3 - Carmem fuma desde os 15 anos e, apesar de achar fei uma

mulher fumando, não consegue largar o vício. Quando sua

filha adolescente começa a fumar, Carmem repreende-a seve

i

ramente e nao admite este hábito na-' filha.

a) Carmem agiu assim, pois nao quer que sua filha prejudi.

que sua saúde.

b) Ao aglr assim, Carmem está se contradizendo, já que

ela mesma fuma.

4 - João é estudante universitário e as avaliações de suas

disciplinas são feitas através de trabalhos de grupo. João

não cumpre sua parte e acaba recebendo a nota do grupo.

a) João se comporta dessa forma, pois nao tem noçao de

lealdade e responsabilidade.

b) João se comporta dessa forma, porque o sistema de

(61)

5- Luiz tem uma casa de campo ·numa região onde há muitos

ra-tos, por isso, procura ·cOnservar a propriedade sempre lim

pa. Fez uma campanha com os vizinhos, para convencê-los

também a não jogarem lixo nos terrenos vazios, explicando

o mal que isto causaria, mas o resultado foi praticamente

nulo.

a) Os vizinhos agiram dessa forma, porque nél' têm boa edu

caça0.

b) Os vizinhos agiram dessa forma, porque nao teinham

ou-tro lugar para colocar o lixo.

6 - Embora consciente das leis dotrãnsit6 e das sançoes Fran

cisco geralmente estaciona em .local proibido, quando vai

ao centro da cidade.

a) Fra~cisco faz isso, pois nao respeita as normas do trânsito.

b) Prancisco faz isso, pois os estacionamentos estão

Referências

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