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Processamento e análise de imagens na caracterização da superfície do titânio submetido a um ensaio de cultura de células

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Academic year: 2017

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(1)

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E

ENGENHARIA DE MATERIAIS - PPGCEM

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE IMAGENS

APLICADOS NA CARACTERIZAÇÃO DA

SUPERFICIE DO TITÂNIO SUBMETIDO A

UM ENSAIO DE CULTURA DE CÉLULAS

Franciéric Alves de Araújo

Orientador:

Prof. Dr. Clodomiro Alves Júnior

Co-orientador:

Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Magalhães de Sousa

Dissertação nº 047/PPGCEM

(2)

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E

ENGENHARIA DE MATERIAIS - PPGCEM

PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE IMAGENS

APLICADOS NA CARACTERIZAÇÃO DA

SUPERFICIE DO TITÂNIO SUBMETIDO A

UM ENSAIO DE CULTURA DE CÉLULAS

Franciéric Alves de Araújo

Orientador:

Prof. Dr. Clodomiro Alves Júnior

Co-orientador:

Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Magalhães de Sousa

Março de 2009 Natal / RN

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Ciência e

Engenharia

de

Materiais

da

(3)

Dedico este trabalho á minha mãe (in memorian), meus avós e minha esposa, aos

meus familiares e meus amigos que sempre estiveram ao meu lado acreditando e

(4)

A Deus por ter me dado a oportunidade de estar no mundo e por estar sempre do meu lado me guiando e protegendo.

Ao professor Dr. Clodomiro Alves Júnior, orientador desta dissertação, pelo empenho e orientação prestada. Por compreender e ajudar, através de revisões e discussões, para que concluísse este trabalho.

Aos professores Dr. Ayrton de Sá Brandim, e Dr. Rômulo Ribeiro Magalhães de Sousa, pelo estímulo.

Aos amigos Sávio, Bruno, Haroldo e Marina, pelo incentivo e imensa ajuda na pesquisa deste trabalho.

Ao CEFET-PI e á UFRN pelo apoio, oportunidade e principalmente, pelo financiamento deste trabalho.

(5)

O presente trabalho tem como objetivo desenvolver uma metodologia de

análise de imagens, utilizando sobreposições, que auxilie na identificação de

características microestruturais, em superfícies de titânio, que possam estar

associadas com a sua resposta biológica. Desse modo, superfícies de titânio

tratadas termicamente de 08(oito) diferentes maneiras foram submetidas a um

ensaio de cultura de células. Buscou-se uma relação entre os grãos, textura e

contornos de grãos da superfície de titânio (atacada) procurando relacionar com o

processo de proliferação e adesão. Foi utilizado um software open source para a

contagem das células aderidas à superfície do titânio. A justaposição das imagens

antes e após a cultura de células foi obtida com o auxílio de impressões de

micro-dureza feita sobre a superfície das amostras. A partir desta imagem onde há a

sobreposição, é possível o estudo de uma possível relação entre o crescimento

celular com as características microestruturais da superfície de titânio. Essa

metodologia se mostrou eficiente ao descrever um conjunto de procedimentos que

são úteis na analise de superfícies de titânio submetidos a uma cultura de células.

Palavras-chave: Titânio, Processamento e Análise de Imagens.

(6)

This work aims to develop a methodology for analysis of images using

overlapping, which assists in identification of microstructural features in areas of

titanium, which may be associated with its biological response. That way, surfaces of

titanium heat treated for 08 (eight) different ways have been subjected to a test

culture of cells. It was a relationship between the grain, texture and shape of grains

of surface of titanium (attacked) trying to relate to the process of proliferation and

adhesion. We used an open source software for cell counting adhered to the surface

of titanium. The juxtaposition of images before and after cell culture was obtained

with the aid of micro-hardness of impressions made on the surface of samples. From

this image where there is overlap, it is possible to study a possible relationship

between cell growth with microstructural characteristics of the surface of titanium.

This methodology was efficient to describe a set of procedures that are useful in the

analysis of surfaces of titanium subjected to a culture of cells.

___________________________________________________________________

(7)

1. Introdução ... 11

2. Aspectos Teóricos ... 15

2.1. Biomateriais ... 15

2.2. Titânio ... 16

2.2.1. Resistência do Titânio à Corrosão. ... 20

2.2.2. Titânio e Biocompatibilidade ... 20

2.2.3. Titânio e Osseointegração ... 20

2.3. Padi ... 27

3. Materiais e Métodos ... 46

4. Resultados e discussão ... 55

5. Conclusões e Sugestões ... 67

5.1. Conclusões ... 67

5.2. Sugestões ... 67

6. Referências ... 69

(8)

Figura 2.1 Amostra de ilmenita, FeTiO3, mais importante minério de titânio

(www.cdcc.sc.usp.br). ... 17

Figura 2.2 Amostra de quartzo enfumaçado com estrela de rutilo (TiO2) (www.cdcc.sc.usp.br). ... 17

Figura 2.3 Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas (A) fase α (B) fase β (CALLISTER, W. D., 2000). ... 18

Figura 2.4 Aspecto macroscópico da liga de titânio comercialmente puro(XAVIER, S.P.,2002). ... 19

Figura 2.5 Micrografias por microscopia ótica com: (A) 200x e (B) 500x evidenciam a microestrutura do titânio comercialmente puro(XAVIER, S.P.,2002). ... 19

Figura 2.6 (a) Imagem bidimensional em tons de cinza. Os eixos x e y são as coordenados espaciais e f(x,y) é a função que representa a intensidade ou brilho naquele ponto (BASTOS, 2001). (b) escala em tons de cinza com valores atribuídos ao brilho em cada ponto. ... 33

Figura 2.7 Digitalização de uma imagem. O pixel com coordenadas [x=10, y=3] tem o valor inteiro proporcional ao brilho médio naquele elemento de matriz(HTTP://www.ph.tn.tudelft.nl/Courses/FIP/frames/fip.html). ... 34

Figura 2.8 Exemplo de uma imagem em tons de cinza com duas fases (a) e o resultado da segmentação (b) no limiar mostrado na Figura 2.9 (HTTP://www.ph.tn.tudelft.nl/Courses/FIP/frames/fip-segmenta.html). ... 38

Figura 2.9 Histograma da imagem da Figura 2.8(a). A linha tracejada indica o limiar de tom de cinza escolhido para detectar os objetos, conforme ilustrado na Figura 2.8 (b) (HTTP://www.ph.tn.tudelft.nl/Courses/FIP/frames/fip-segmenta.html). ... 38

Figura 2.10 (a) Imagem editada a partir de imagens de elétrons retroespalhados de resina fenólica (fase mais escura à esquerda) e de borracha (fase mais clara à direita). (b) A mesma imagem segmentada por limiar de tom de cinza(BORGER DA COSTA, 2003). ... 40

Figura 3.1 Photoshop 9 CS2 ... 49

Figura 3.2 Camadas sobrepostas no Photoshop. ... 50

Figura 3.3 Aplicação de filtros para determinar o grau de transparência. ... 51

Figura 3.4 Figuras sobrepostas com os filtros aplicados. ... 51

Figura 3.5 Sobreposição exata usando as marcações de microdureza. ... 52

(9)

Tabela 3.2 Titânio com têmpera sem revenimento – Amostra 01 ... 48

Tabela 4.1 Titânio com têmpera sem revenimento - Sobreposição ... 56

Tabela 4.2 Titânio com têmpera revenido a 200ºC - Sobreposição ... 57

Tabela 4.3 Titânio com têmpera revenido a 300ºC - Sobreposição ... 58

Tabela 4.4 Titânio com têmpera revenido a 500ºC - Sobreposição ... 59

Tabela 4.5 Titânio revenido a 300ºC - Sobreposição ... 60

Tabela 4.6 Titânio revenido a 300ºC - Sobreposição ... 61

Tabela 4.7 Titânio sem tratamento - Sobreposição ... 62

Tabela 4.8 Titânio revenido a 200ºC - Sobreposição ... 63

(10)

Capítulo 1

(11)

1.

Introdução

As propriedades biológicas de um determinado material, tais como atoxidade,

resistência à corrosão ou controle de degradabilidade, módulo de elasticidade e

resistência à fadiga, têm sido amplamente estudadas e pesquisadas devido à alta

relevância em termos de seleção para a utilização como biomateriais numa

aplicação biomédica específica (LIU, X., et al., 2004).

Dentre os diversos materiais utilizados para esse fim, atualmente o titânio e

suas ligas têm tido aplicações crescentes e é objeto de estudo de muitos grupos

acadêmicos no Brasil e no mundo.

A superfície do material é a principal responsável pela resposta satisfatória do

ambiente biológico em relação aos dispositivos médicos artificiais. As superfícies

nativas (originais dos materiais) após várias pesquisas, não se mostraram

apropriadas para aplicações biomédicas e alguns tratamentos superficiais precisam

ser realizados. Outra razão importante para a realização da modificação superficial

de modo a deixar o material apto para a produção de dispositivos médicos à base de

titânio é o fato de que, após a modificação, a superfície apresentar propriedades

específicas que são diferentes daquelas originais. Por exemplo, uma boa formação

óssea pode ser obtida com uma superfície corretamente modificada.

Na busca por superfícies que supram a necessidade de obter uma rápida

osseointegração, várias pesquisas têm sido desenvolvidas, modificando estas

superfícies pelos processos mais variados (SILVA, 2005) que envolvem métodos

mecânicos, químicos e físicos de tratamento de superfície, obtendo assim, os mais

(12)

Uma das formas de prevenir as falhas primárias dos implantes seria a de

otimizar o comportamento osseointegrador do Ti (Castellani et al., 1999). Isto

poderia ser alcançado pela compreensão das características de superfície dos

implantes, como a determinação dos efeitos da energia de superfície, composição,

rugosidade e topografia sobre as respostas biológicas iniciais, como a proliferação

celular, diferenciação, produção de matriz extracelular, maturação e calcificação

óssea (Kieswetter et al., 1996).

Na tentativa de melhorar a quantidade e qualidade da interface osso-implante,

numerosas modificações de superfície têm sido propostas, sendo muitas destas

baseadas na teoria de que uma melhor e mais rápida osseointegração pode ser

alcançada por alguma alteração da topografia ou rugosidade do implante

(Klokkevold et al., 1997). Embora vários trabalhos apresentem relações entre as

características da superfície e a adesão celular, pouco se conhece sobre o

mecanismo dessa adesão. O presente trabalho tem o intuito de contribuir na

identificação da relação entre os aspectos topográficos e microestruturais sobre o

crescimento e a adesão celular. Nesse sentido o presente trabalho realiza análises

de imagens de superfícies com células aderidas que foram realizadas e comparadas

com as mesmas superfícies antes da adesão.

Para um melhor entendimento, dividiu-se este trabalho em mais 4 capítulos. O

segundo capítulo aborda uma revisão de literatura sobre Biomateriais, além de um

maior entendimento sobre Processamento e Análise Digital de Imagens. O terceiro

capítulo descreve a confecção dos corpos-de-prova, os tratamentos térmicos

(13)

dos resultados e discussões baseados na metodologia utilizada, e por fim, no quinto

(14)

Capítulo 2

(15)

2.

Aspectos Teóricos

2.1. Biomateriais

Biomaterial é definido como qualquer substância ou combinação de

substâncias, que não sejam drogas ou fármacos, de origem natural ou sintética,

podendo ser utilizadas por qualquer período de tempo, aumentando ou substituindo

parcial ou totalmente qualquer tecido, órgão ou função do corpo, com a finalidade de

manter e/ou alterar a qualidade de vida do paciente (HELMUS E TWEDEN,1995).

Os implantes metálicos e as próteses foram utilizados efetivamente a partir da

década de 30, e alguns dos fatos responsáveis pelo desenvolvimento desses

biomateriais foram: o surgimento do conceito de cirurgia asséptica por Joseph Lister

em 1865 e a descoberta da penicilina por Alexandre Fleming na segunda década do

século XX. Antes dessa época não era possível assegurar ao paciente a

recuperação de qualquer tipo de trauma ou procedimento cirúrgico por causa dos

elevados riscos de infecção a que o mesmo estava exposto. Sendo assim, também

não era factível avaliar de forma exata o comportamento de um material utilizado

como implante(WILLIAMS, 1981).

Quando Branemark, na década de 1950, descobriu o processo de

osseointegração do titânio através da realização de criteriosos estudos de micro

circulação sanguínea, as pesquisas se concentravam na capacidade desse material

ser utilizado na manufatura de implantes e elementos de regeneração óssea.

Inicialmente, a seleção do titânio como elemento metálico para inclusão no corpo

humano foi impulsionado pela capacidade do material em resistir à corrosão, pois o

(16)

em metais ou materiais não adequados. Além dessa característica, o titânio

comercialmente puro e as ligas de titânio são freqüentemente utilizados em

implantes dentários devido à sua excelente resistência mecânica, estabilidade

química e biocompatibilidade.

No Brasil, devido ao menor custo do implante, muitas cirurgias ainda são

realizadas com implantes à base de aço inoxidável. Esse material apresenta índices

elevados de toxicidade, e eventual degeneração nos tecidos ao redor do implante,

ou seja, pequena biotolerância. Uma das principais vantagens da utilização da

hidroxiapatita e do titânio está no tempo de fixação do implante no organismo

humano. O titânio em termos de matéria-prima apresenta maior custo em relação ao

aço inoxidável, ou seja, maior investimento inicial. A economia está na sua maior

biocompatibilidade e durabilidade, pois o paciente pode ficar muitos anos sem

precisar fazer cirurgias de revisão. O titânio é mais leve, não possui elementos

tóxicos e se fixa por cerca de 20 anos no organismo humano. Já com o aço

inoxidável, além de componentes tóxicos como o níquel e o cromo, o paciente

precisa passar por constantes cirurgias para a manutenção do material, o que

aumenta os custos do tratamento (AGÊNCIA FAPESP, 2005).

2.2. Titânio

Foi descoberto em 1791 por W. Gregor em pesquisas com a areia magnética.

Mais tarde M. H. Klaproth o encontrou no rutilo e em 1825 foi isolado por J. J.

Berzelius (LIU, X., et al., 2004). O titânio é nono elemento mais abundante, em peso,

na crosta terrestre. Os principais minérios são a ilmenita (FeTiO3), o rutilo e o

anatásio (LEE, J. D., 1991). A figura 2.1 mostra o minério ilmenita que é encontrado

(17)

Figura 2.1 Amostra de ilmenita, FeTiO3, mais importante minério de titânio (www.cdcc.sc.usp.br).

O titânio na forma impura foi obtido por Nilson e Pettersson em 1887. O metal

puro (99,9%) foi preparado em 1910 por Hunter, através do aquecimento do cloreto

com sódio. Não é encontrado na forma elementar (figura 2.2), mas sim ligado a

outros metais e substâncias, e está amplamente distribuído na natureza nessa forma

(LEE, J. D., 1991).

(18)

O titânio é um elemento alotrópico, ou seja, existe em mais de uma forma

cristalina. Em temperatura ambiente o titânio apresenta uma estrutura cristalina tipo

hexagonal compacta (HC) que é a fase α. Esta estrutura transforma-se em cúbica de

corpo centrado (CCC), denominada de fase ß, na temperatura de 882,5ºC (LIU, X.,

et al., 2004). Ambas as estruturas podem ser observadas na figura 2.3.

Figura 2.3 Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas (A) fase α (B) fase β (CALLISTER, W. D., 2000).

A figura 2.4 mostra o aspecto macroscópico onde se observa a cor cinza

escuro do titânio comercialmente puro e a figura 2.5 exibe as características

(19)

aos contornos dos grãos por uma solução metalográfica composta de ácido

fluorídrico e nítrico (HF:HNO3 – 1:3).

Figura 2.4 Aspecto macroscópico da liga de titânio comercialmente puro(XAVIER, S.P.,2002).

Figura 2.5 Micrografias por microscopia ótica com: (A) 200x e (B) 500x evidenciam a microestrutura do titânio comercialmente puro(XAVIER, S.P.,2002).

A resistência mecânica de um material está associada a características como

a porosidade e microestrutura que, por sua vez, estão associadas ao tipo de

processamento utilizado na fabricação do produto. Ou seja, de acordo com o

(20)

propriedades mecânicas. No caso dos implantes de titânio após avaliação da

resistência mecânica dos filmes foi comprovado do que a porosidade desejada está

em torno de 40%. É importante considerar o fato de que elevada porosidade implica

necessariamente em perda de resistência mecânica (TAKEMOTO, M., et al., 2005).

Deve-se, portanto, encontrar uma forma de processamento, tal que a relação

porosidade/resistência resulte em um implante que cumpra com sucesso a sua

função.

2.2.1. Resistência do Titânio à Corrosão.

O titânio é um dos materiais de engenharia mais resistentes à corrosão. Esse

metal apresenta excelente resistência à corrosão devido à presença de uma camada

de óxido superficial natural que cresce espontaneamente quando a superfície do

titânio é exposta ao ar (LIU, X., et al., 2004).

2.2.2. Titânio e Biocompatibilidade

A capacidade de o material produzir uma resposta apropriada no hospedeiro,

em uma aplicação específica é denominada biocompatibilidade, ou no caso de um

implante ósseo, é a capacidade de o material induzir a formação de um novo tecido

ósseo pela diferenciação de células osteoprogenitoras (ZAFFE, D., 2005).

2.2.3. Titânio e Osseointegração

Nos anos 70 Branemark introduziu o conceito de osseointegração: é a união

anatômica e funcional direta entre o osso vivo remodelado e a superfície do implante

capaz de receber cargas funcionais. Pesquisas em microscopia ótica e eletrônica em

(21)

espaçamento entre o tecido vivo e o implante de titânio comercialmente puro,

sugerindo a possibilidade da existência de ligações químicas diretas na superfície do

implante (implante bioativo). Esta osseointegração permite uma transmissão

eficiente de tensão entre o osso e o implante, causando a ausência de movimento

relativo nesta interface, diminuindo desta forma a perda óssea por parte do

organismo (ZAFFE, D., 2005).

2.2.3.1. Cultura de Células

Dentre os fatores importantes para a obtenção de sucesso na

osseointegração, as superfícies do implante têm sido relatadas com destaque sobre

as demais. Superfícies com textura são conhecidas por acelerar a fase de

cicatrização inicial, devido a maior adsorção de proteínas, acúmulo e ativação de

plaquetas e retenção de fibras, promovendo aposição óssea em menores períodos

de tempo (KASEMO, 2002).

A compreensão da relação existente entre os fatores mecânicos e biológicos

relacionados à osseointegração é determinante do sucesso clínico no tratamento

com implantes ossoeintegrados. Estudos histológicos e histomorfométricos

demonstram que implantes com superfícies rugosas apresentam maior percentual

de contato ósseo, em períodos mais curtos de tempo, quando comparados aos

implantes de titânio com superfície lisa ou usinada (CORDIOLI, 2000).

2.2.3.2. Propriedades de superfícies de titânio

No Para ocorrer a formação de tecido ósseo é necessário que haja o

recrutamento e a proliferação de células precursoras de osteoblastos, que as

mesmas se diferenciem em osteoblastos e produzam matriz extracelular não

(22)

Estes eventos são bastante influenciados por algumas propriedades da superfície

dos implantes de Ti, tais como, a composição química, energia de superfície e a

textura da superfície, uma combinação entre topografia e rugosidade (Schwartz &

Boyan, 1994).

2.2.3.3. Composição Química

Em odontologia, o ti cp tem se tornado um dos materiais para a confecção do

corpo do implante mais usados pelo seu melhor comportamento biológico, enquanto

a liga de Ti-Al6-V4 encontra mais utilidade na ortopedia devido às suas

características de maior resistência mecânica (van Noort, 1987).

Taborelli et al. (1997) apresentaram um estudo físico-químico das

propriedades do ti cp submetido à vários tratamentos designados para otimizar sua

topografia para aplicação em implantologia oral. A rugosidade, composição química

da superfície e umectabilidade foram analisados em espécimes de Ti preparados por

polimento mecânico, ataque ácido (HCl / H2SO4), jateamento de areia e ataque

ácido e spray de plasma de Ti. A espectroscopia eletrônica mostrou que todas as

amostras possuíam TiO2 e quantidades menores de C, S, Si e Ca como impurezas.

Os espécimes que sofreram ataque ácido apresentaram uma camada contendo

hidrogênio abaixo da camada superficial de óxido. Os tratamentos realizados neste

estudo influenciaram essencialmente a rugosidade de superfície, mas preservaram a

composição química e as propriedades de umectabilidade da camada superficial de

óxido de Ti.

2.2.3.4. Energia de Superfície

Para Doundoulakis (1987) e den Braber et al. (1995), a aplicação de

(23)

umectabilidade (energia de superfície ou hidrofilia) e a performance biológica sobre

este, além de poder modificar a topografia de superfície (Kilpadi et al., 1998).

Segundo den Braber et al. (1995), vários estudos têm sido realizados para se

tentar explicar a influência da energia de superfície de um material de implante sobre

o comportamento celular. A teoria mais amplamente aceita é a de que estas

propriedades têm um efeito seletivo sobre a configuração e conformação das

proteínas que são adsorvidas sobre um substrato.

2.2.3.5. Textura de superfície

A morfologia (textura) da superfície de um implante, incluindo a

microtopografia e rugosidade, tem sido relatada por influenciar o sucesso de

cicatrização dos implantes endósseos (Rich & Harris, 1981; Thomas & Cook, 1985).

Uma superfície mais rugosa aumenta a área de superfície e melhora o potencial de

embricamento mecânico do osso à superfície do implante (Klokkevold et al., 1997).

Os experimentos com cultura de células in vitro parecem ser uma maneira de

preencher a existente falta de conhecimento à respeito desses aspectos (Castellani

et al., 1999).

A rugosidade de superfície tem se mostrado em diversos estudos in vitro

como um importante parâmetro que influencia a resposta biológica básica (Bowers

et al., 1992; Keller et al., 1990; Castellani et al., 1999).

Porém, a influência final da configuração microgeométrica e textura de

superfície final sobre a resposta óssea ainda não é completamente compreendida

(24)

Segundo Black (1992), as células tendem a responder mais fortemente aos

padrões de textura de superfície com dimensões aproximadas da ordem do tamanho

de uma célula, o que corresponde em geral em alguns micrometros.

Anselme et al. (2000) avaliaram quantitativamente a adesão de osteoblastos

humanos sobre substratos metálicos (TiAl6V4) com várias rugosidades de superfície

em diferentes períodos após a inoculação, e estudaram sua correlação com

mudanças qualitativas na expressão de proteínas de adesão. As células se

orientavam de maneira paralela nas superfícies polidas. Esta orientação não foi

afetada pelos sulcos residuais após o polimento. Nas superfícies jateadas as células

nunca chegaram à confluência e tinham um formato estrelado, e a camada celular

não apresentava organização. A orientação da matriz extracelular (fibronectina,

colágeno tipo I, osteopontina) e proteínas do citoesqueleto (actina e vinculina)

refletiam a orientação da camada de células. Os autores observaram uma menor

adesão e proliferação celulares nas superfícies mais rugosas e menos organizadas

(jateadas). Tais resultados seriam explicados pela formação de número e tamanho

reduzidos das placas de adesão sobre as superfícies mais caóticas.

Outros trabalhos relatam a influência da morfologia da superfície do implante

de Ti sobre as células osteoblásticas in vitro. As células parecem se orientar pelos

sulcos de superfícies micro-usinadas. Dependendo do grau de rugosidade, as

células podem se comportar nos sulcos como se as superfícies fossem lisas. Além

do mais, nas superfícies rugosas criadas sem padronização, como aquelas

originadas a partir de jateamentos ou ataques ácidos, as células formam diferentes

focos de adesão, o que resulta em um fenótipo distinto daquelas observadas em

(25)

2.2.3.6. Tratamentos Térmicos do Titânio

A resposta do titânio e de suas ligas ao tratamento térmico depende da

composição química do material bem como da presença das diferentes

microestruturas (fases alfa, beta ou alfa-beta).

Qualquer tratamento térmico em temperaturas da ordem de 427 ºC deve

prover ao titânio a formação de uma atmosfera protetora que evita a absorção de

oxigênio ou nitrogênio e a formação de camadas de óxidos indesejáveis.

Alívio de Tensões

O titânio e suas ligas podem ser submetidos a tratamentos térmicos de alívio

de tensões sem efeitos adversos à resistência mecânica e à dutilidade. Esse tipo de

tratamento reduz as tensões residuais indesejáveis que resultam de:

a) Deformação não uniforme de forjamento a partir da conformação a frio e

endireitamento;

b) Usinagem assimétrica de placas ou peças forjadas;

c) Soldagem de artigos fundidos ou trabalhados e resfriamento de peças

fundidas.

A remoção dessas tensões ajuda a manter a estabilidade de forma e elimina

condições desfavoráveis como a perda de resistência ao escoamento em

compressão, comumente conhecida como efeito Bauschinger.

O alívio de tensões pode ser incorporado a outros tipos de tratamentos

térmicos, como o recozimento, por exemplo. O envelhecimento também pode aliviar

(26)

No titânio comercialmente puro(todos os graus) o alivio de tensão ocorre nas

temperaturas de 480 a 595 ºC entre 25 minutos e 04 horas.

Recozimento

O termo “recozimento” é bastante genérico e deste modo às vezes é aplicado

no caso de solubilização, assim como no caso de recozimento para recristalização,

geralmente após operações de conformação mecânica. Até mesmo o alívio de

tensões por vezes é denominado recozimento para alívio de tensões. Por este

motivo, neste texto será utilizado o termo recozimento de processo, encurtado para

recozimento, para designar os tratamentos térmicos que têm por objetivo aumentar a

tenacidade, a dutilidade à temperatura ambiente, e a estabilidade térmica e

dimensional, e, em alguns casos, a resistência à fluência.

O Ti Comercialmente Puro (todos os graus) tem seu recozimento entre 650ºC

e 760ºC.

Tratamento de Solubilização

Devido ao fato de que o tratamento de solubilização no campo alfa-beta

envolve aquecimento em temperaturas apenas ligeiramente inferiores à temperatura

beta transus, um controle adequado de temperatura é essencial. Se a temperatura

sobe acima da temperatura beta transus, as propriedades de tração, principalmente

a dutilidade são reduzidas e não podem ser completamente restauradas por um

tratamento térmico subseqüente. As temperaturas beta transus para Ti

Comercialmente Puro com 0,25% de Oxigênio no máximo é entre 895ºC e 925ºC e

as temperaturas beta transus para Ti Comercialmente Puro com 0,40% de Oxigênio

no máximo é entre 930ºC e 960ºC

(27)

A taxa de resfriamento a partir da temperatura de solubilização apresenta um

importante efeito sobre a resistência mecânica para ligas alfa-beta. Se esta taxa for

muito baixa, ocorrerá considerável difusão durante o resfriamento, e a

decomposição da fase beta alterada, durante o envelhecimento, pode não resultar

em ganho de resistência mecânica. Para ligas com teor relativamente alto de

elementos estabilizadores da fase beta e para produtos com pequeno tamanho de

seção o resfriamento ao ar ou com ventiladores pode ser adequado. Este

resfriamento mais lento, quando permitido de acordo com propriedades mecânicas

especificadas, é preferível, pois minimiza qualquer tipo de distorção. De um modo

geral, as ligas beta são temperáveis ao ar a partir da temperatura de solubilização.

Envelhecimento

A etapa final no tratamento térmico de ligas de titânio para obter máxima

resistência mecânica consiste no reaquecimento a uma temperatura de

envelhecimento entre 425 e 650 ºC. O envelhecimento provoca a decomposição da

fase beta supersaturada retida à temperatura ambiente devido à têmpera, assim

como a transformação de qualquer tipo de martensita em fase alfa.

2.3. Padi

2.3.1. Formação e aquisição de imagens

Muitas técnicas de microscopia têm sido desenvolvidas e aplicadas à análise

de materiais. Em princípio, feixes de radiação ou de partículas podem ser usadas

para sondar o material, desde que se tenha como resultado da interação do feixe

com a amostra um sinal adequado que possa ser adquirido por um sensor.

Na microscopia ótica, a amostra é iluminada com radiação eletromagnética de

(28)

microscopia eletrônica, um feixe de elétrons varre a superfície da amostra. Em

ambos os casos, o sinal detectado pode ser proveniente da superfície irradiada ou

aquele que atravessa a amostra. No primeiro caso a microscopia é denominada de

reflexão ou de varredura e no segundo de transmissão.

A cada um desses sistemas são acoplados diferentes tipos de sensores ou

detectores capazes de coletar algum sinal que resultará na formação de uma

imagem. No caso da microscopia ótica, o sensor pode ser uma câmara de vídeo ou

de TV ou uma câmara CCD. A natureza do sensor e da imagem que ele produz são

determinadas pelo tipo de análise pretendida. O próximo passo é realizado por um

conversor A/D capaz de digitalizar o sinal produzido.

A resolução de um sistema de formação de imagens é a capacidade de

distinguir entre duas fontes pontuais. O limite de resolução ótica é dado pelo critério

de Rayleigh (DAVIDSON, 1999), onde a distância mínima que separa dois pontos é

proporcional ao comprimento de onda da sonda utilizada.

No começo do século XX, a microscopia ótica já havia atingido o seu limite de

resolução. A qualidade das lentes não oferecia mais espaço para progresso e,

portanto, o único caminho para conseguir maior resolução seria através da utilização

de radiações com comprimento de onda cada vez menor.

Em 1924 de Broglie formulou sua postulação da dualidade onda-partícula

para elétrons, que lhes atribuía um comprimento de onda.

A possibilidade de construção de um microscópio eletrônico foi imediatamente

(29)

instrumento a ponto de superarem, pela primeira vez em 1931, a resolução do

microscópio ótico. A partir de então, vários modos de formação de imagens foram

desenvolvidos pela detecção e processamento dos diferentes sinais produzidos pela

interação do feixe de elétrons com o material. O evento a ser observado é

selecionado em função da informação que se deseja obter da amostra (JAVORSKY,

2001).

2.3.2. Microscopia ótica

A microscopia ótica utiliza um feixe de luz focalizado, por meio de um

conjunto de lentes, sobre uma amostra. A microscopia de luz transmitida é utilizada

quando a amostra a ser analisada é transparente à luz utilizada pelo microscópio. Se

o material for opaco, a melhor técnica a ser utilizada é a microscopia de luz refletida.

O contraste é produzido pela absorção, reflexão, refração, difração,

fluorescência ou espalhamento da luz incidente. Estes fenômenos dependem tanto

das propriedades dos constituintes da amostra, respectivamente a absorbância,

refletância, índice de refração, composição química e dispersão das partículas,

como das propriedades da luz incidente, a saber, o comprimento de onda e direção

de polarização.

As propriedades da amostra podem ser alteradas por técnicas de preparação,

tais como a ação química diferenciada de determinadas substâncias sobre os

constituintes que revelam a microestrutura do material. O desenvolvimento de

técnicas, aplicada ao estudo dos metais, recebeu o nome de metalografia.

O comprimento de onda da luz incidente ou detectada pode ser selecionado

(30)

muito utilizada por geólogos e mineralogistas para o estudo das características

naturais de rochas e minerais e na indústria para a caracterização de materiais

cerâmicos. A técnica é também empregada no estudo de transições de fase e

texturas exibidas por cristais líquidos.

As lentes comuns, baseadas em elementos esféricos, estão sujeitas a

defeitos que independem a qualidade de sua fabricação, denominados de

aberrações. Dentre estas, as mais importantes são a aberração esférica e a

aberração cromática (HALLIDAY, 1980).

A aberração esférica determina que, raios axiais que atravessam a lente,

próximos de seu eixo ótico, são focalizados em um ponto diferente daquele dos raios

que passam pelas bordas. Este defeito é inerente a uma lente esférica, e para uma

lente isolada, só pode ser minimizado através da diminuição de seu diâmetro, ou

seja, utilizando apenas raios paraxiais.

A aberração cromática refere-se ao comportamento da luz branca que, como

se sabe, é constituída da soma de todas as cores do espectro luminoso. Uma vez

que o índice de refração e, portanto, a distância focal de uma lente depende do

comprimento de onda da luz, raios de cores diferentes serão focalizados em pontos

diferentes. Este problema é parcialmente reduzido com o uso de lentes acromáticas,

desenvolvidas a partir da metade do século XX.

Outras limitações da microscopia ótica são a resolução limitada pelo

comprimento de onda da luz e a pequena profundidade de campo que dificulta a

(31)

Defeitos de iluminação da amostra não são importantes quando a

identificação das fases é feita visualmente e as contagens executadas

manualmente. Entretanto, no caso de imagens que se destinam ao processamento e

análise por métodos automáticos a iluminação irregular pode ser o fator

determinante da possibilidade de execução desses métodos, uma vez que a

identificação das fases é feita, na maioria das vezes, justamente com base na

intensidade da luz proveniente de cada ponto da amostra.

2.3.3. Processamento e análise de imagens digitais

A área de processamento e análise de imagens digitais tem atraído grande

interesse nas últimas décadas. A evolução da tecnologia de computação digital, bem

como o desenvolvimento de novos algoritmos para lidar com sinais bidimensionais

está permitindo um número de aplicações cada vez maior de diversas áreas da

ciência possibilitando assim, obtenção de informações e características da estrutura

de vários materiais.

A evolução e popularização dos sistemas de digitalização e processamento

de imagens em computadores gerou uma expectativa muito grande quanto ao seu

impacto sobre os métodos de microscopia quantitativa. Atualmente, a maioria dos

microscópios eletrônicos disponíveis no mercado já vem com um programa de

análise de imagens acoplado.

A rapidez das análises feitas em computador tem sido um forte motivador

para a substituição dos métodos manuais de identificação e medida por aqueles que

utilizam imagens digitais (RUSS, 1992). Para uma imagem digital típica adquirida por

(32)

amostrados pode variar entre 105 e 107, muito maior que o número de pontos de

uma grade de contagem, que é de cerca de 102 (VIEIRA, 2001). Este campo é

processado em tempos da ordem de segundos comparado aos muitos minutos em

contagem manual.

A identificação de padrões por semelhança permanece como a principal

barreira para a construção de analisadores de imagem totalmente automatizados. Já

existem há algum tempo sistemas analisadores de imagens semi-automáticos para

tratar uma variedade limitada de tipos de imagens e analisadores plenamente

automáticos para tratar de tipos bem determinados de imagens. As abordagens

propostas incluem técnicas de morfologia matemática, equações diferenciais

parciais, geometria fractal, “wavelets” e redes neurais entre outras. Não há uma

solução geral para este problema, sendo necessário o desenvolvimento de técnicas

específicas para cada situação (RUSS, 1992).

2.3.4. Propriedades básicas das imagens digitais

Uma imagem bidimensional pode ser representada por uma função de

intensidade da luz f(x,y), onde x e y denotam as coordenadas espaciais e o valor de

f em qualquer ponto (x,y) é proporcional ao brilho (ou níveis de cinza) da imagem

naquele ponto. Na Figura 2.6 está representado o sentido dos eixos coordenados

(33)

(a) (b)

Figura 2.6 (a) Imagem bidimensional em tons de cinza. Os eixos x e y são as coordenados espaciais e f(x,y) é a função que representa a intensidade ou brilho naquele ponto (BASTOS, 2001). (b) escala em tons de cinza com valores atribuídos ao brilho em cada ponto.

A imagem é digitalizada quando a função f(x,y) é discretizada tanto em

coordenadas espaciais quanto em brilho. A discretização é o processo de mapear

valores contínuos de uma variável em valores discretos, usualmente inteiros, e pode

ser descrito como uma classificação dos valores de uma variável em faixas

pré-definidas. Na Figura 2.7 exemplificamos como uma imagem monocromática pode

(34)

Figura 2.7 Digitalização de uma imagem. O pixel com coordenadas [x=10, y=3] tem o valor inteiro proporcional ao brilho médio naquele elemento de matriz(HTTP://www.ph.tn.tudelft.nl/Courses/FIP/frames/fip.html).

Uma imagem digital monocromática pode ser considerada como sendo uma

matriz cujos índices de linhas e de colunas identificam um ponto na imagem. O valor

correspondente do elemento da matriz identifica o nível de intensidade ou de brilho

do sinal naquele ponto (RUSS, 1992). Os elementos dessa matriz são chamados de

elementos da imagem ou pixels. Quanto maior o número de pixels de uma imagem

melhor é a sua resolução. Quanto maior o número de níveis de brilho que um pixel

pode assumir maior a discriminação da intensidade de sinal. A intensidade de

imagens monocromáticas é usualmente representada em uma escala de cinza de

modo que também se usa a expressão nível de cinza para representar o nível de

brilho.

O número de pixels e o número de tons de cinza que se pode atribuir a cada

pixel determinam a quantidade de informação de uma imagem. O número de pixels

é em geral expresso em termos das dimensões da matriz que forma a imagem

(35)

1024x768, etc. O número de tons de cinza é expresso em termos do número de bits

por pixel, b. Conhecendo b, o número de tons é calculado como 2b. Assim, uma

imagem com n = 8 bits admite 256 tons de cinza. Quanto maior o número de pixels e

quanto maior o número tons, maior o tamanho do arquivo que contém a imagem e,

portanto, maior o espaço em disco necessário para armazená-la em um computador

e maior a quantidade de memória necessária para o seu processamento.

Uma imagem pode ser representada por um histograma que descreve a

fração de área ocupada pelos pixels de cada tom de cinza. Na literatura o

histograma de uma imagem é muitas vezes denominado como perfil de intensidade,

distribuição de tons de cinza ou, quando o autor se refere especificamente a um tipo

de técnica de aquisição de imagem pode ser denominado de perfil de elétrons

retroespalhados (BOYCE, 1990; SKEDROS, 1993a; VAJDA, 1995).

Se uma imagem monocromática de P pixels tem P(g) pixels em cada nível de

intensidade g, então, somando P(g) sobre todos os possíveis valores de intensidade,

g=0,1,2,...,G-1, obtém-se o número total de pixels da imagem, isto é,

O histograma normalizado de intensidade, ou simplesmente histograma, de

(36)

O histograma de uma imagem não contém informação sobre correlação

espacial entre os pixels. Entretanto, a presença na imagem de objetos que exibem

grande contraste, isto é, grande diferença entre os tons de cinza dos pixels que

formam esses objetos, é quase sempre manifestada no histograma pela presença

de picos bem distintos.

O modo como a informação é codificada no arquivo de dados que contém a

imagem, também conhecido como o formato da imagem, é identificado pela sua

extensão. Formatos típicos como BMP, TIF, GIF, JPG são utilizados pela ampla

maioria dos editores e processadores de imagens, ainda que existam algumas

diferenças, ou sub-formatos, que eventualmente impeçam que uma imagem gravada

por um programa possa ser lida por outro. Formatos como GIF e JPG têm seus

arquivos compactados para reduzirem seu tamanho, facilitando a sua armazenagem

e transmissão. Existem diferentes regras de compactação, que podem ser

classificadas conforme haja ou não perda de informação durante a compactação.

Assim, por exemplo, o formato JPG compacta a imagem com perda de informação,

enquanto o formato GIF utiliza o algoritmo LZW que compacta a imagem sem perda

de informação original. Para fins de análise quantitativa de imagens por métodos

automáticos ou semiautomáticos, deve-se evitar o uso de imagens compactadas

com perda de informação.

2.3.5. Processamento de imagens digitais

O processamento de imagens corresponde à transformação da imagem

original, adquirida por diferentes sistemas de formação e digitalização de imagens,

(37)

processamento pode ser dividido em pré-processamento, segmentação e,

eventualmente, pós-processamento.

O pré-processamento tipicamente envolve técnicas para remoção de ruído e

realce de contrastes. A função desta etapa é melhorar a imagem de forma a

aumentar as chances para o sucesso dos processos seguintes. O trabalho do

pré-processamento pode ser substancialmente reduzido se cuidados adequados forem

tomados durante a aquisição das imagens.

A segmentação é considerada uma das etapas mais difíceis do

processamento de imagens. É nesta etapa que se identifica os pontos pertencentes

a cada objeto de interesse para posterior análise. Existem várias técnicas de

segmentação e nenhuma é de aplicabilidade geral. Algumas revisões sobre o

assunto podem ser encontradas na literatura (EGMONT-PETERSEN, 2002;

MACHADO, 2002; MUÑOZ, 2003). Muitas técnicas envolvem a separação dos

objetos por limiar de tom de cinza, isto é, os objetos de interesse são identificados

pela a faixa de tom de cinza predominante dos seus pixels.

Na Figura 2.8(a) apresentamos uma imagem em tons de cinza composta por

duas fases, identificadas como objetos e fundo. Na Figura 2.8 (b) é apresentado o

resultado da segmentação por limiar de tom de cinza. Na Figura 2.9 apresentamos o

histograma da imagem, no qual a linha tracejada representa o limiar aplicado na

(38)

(a) (b)

Figura 2.8 Exemplo de uma imagem em tons de cinza com duas fases (a) e o resultado da segmentação (b) no limiar mostrado na Figura 2.9

(HTTP://www.ph.tn.tudelft.nl/Courses/FIP/frames/fip-segmenta.html).

Figura 2.9 Histograma da imagem da Figura 2.8(a). A linha tracejada indica o limiar de tom de cinza escolhido para detectar os objetos, conforme ilustrado na Figura 2.8 (b) (HTTP://www.ph.tn.tudelft.nl/Courses/FIP/frames/fip-segmenta.html).

Existem vários algoritmos utilizados para determinar qual é o melhor valor do

limiar a ser aplicado como, por exemplo, o critério de Otsu (OTSU, 1979). Outros

(39)

Observando a Figura 2.8(b) verificamos pontos dispersos sobre o fundo que

estão sendo contados como pertencentes aos objetos. Isto ocorre devido à

superposição dos tons de cinza das duas fases, conforme mostrado no histograma

da imagem na Figura 2.9. Este resultado obtido é típico de imagens ruidosas.

A etapa do pós-processamento tem como função corrigir esses defeitos da

segmentação. Um procedimento amplamente adotado para tratar esses pontos mal

classificados, dispersos fora da fase de interesse ou identificados como buracos no

seu interior é a busca de correlação espacial. Para realizar essa tarefa, filtros

morfológicos de fechamento e abertura têm sido usados. A aplicação desses filtros,

entretanto, exige algum conhecimento prévio sobre o sistema estudado e das

condições de aquisição, uma vez que a escolha de parâmetros como tamanho e

forma do elemento estruturante, bem como a ordem das operações, podem alterar

significativamente o resultado de uma análise quantitativa mesmo quando aplicado

criteriosamente (YANG, 2001).

Em algumas situações, entretanto, o uso desses filtros pode não resolver o

problema satisfatoriamente. Esse é o caso quando as fases apresentam texturas

complexas com uma superposição importante dos tons de cinza. Um exemplo desse

tipo de situação é mostrado naFigura 2.10(BORGES DA COSTA, 2003).

A Figura 2.10 (a) mostra uma imagem editada e processada de microscopia

eletrônica de varredura contendo uma resina fenólica (fase mais escura à esquerda)

e borracha (fase mais clara à direita). A Figura 2.10 (b) mostra a mesma imagem

(40)

(a) (b)

Figura 2.10 (a) Imagem editada a partir de imagens de elétrons retroespalhados de resina fenólica (fase mais escura à esquerda) e de borracha (fase mais clara à direita). (b) A mesma imagem segmentada por limiar de tom de cinza(BORGER DA COSTA, 2003).

Os pontos brancos deveriam identificar a borracha e os pretos a resina. Como

se vê, vários pontos sobre a borracha são considerados por este critério como

pertencentes à resina e vice-versa.

A diferença da situação ilustrada na Figura 2.10(a) em relação àquela

ilustrada na Figura 2.10(b) é o alto grau de correlação entre os pixels mal

classificados no segundo caso. Portanto, a reclassificação desses pixels com base

em um critério de correlação espacial fica prejudicado.

A situação é ainda mais complicada quando o sistema é composto por um

(41)

satisfatório, todas as medidas de tamanho, forma, posição são feitas na imagem

pós-processada. No caso em que apenas uma fase é segmentada, a imagem

resultante é binária. Para analisar muitas fases simultaneamente é comum a

utilização de pseudo-cores para identificar cada uma delas.

Análise de imagens digitais

A análise de imagens é a etapa onde são feitas todas as medidas de

interesse (distâncias, perímetros ou áreas), o tratamento dos dados obtidos sua

classificação e a interpretação dos resultados. Essas medidas são em geral

realizadas diretamente sobre as imagens, isto é, a informação de intensidade e

posição de cada pixel é utilizada como entrada na obtenção das grandezas de

interesse.

Condições ideais de aquisição das imagens incluem a preparação adequada

das amostras, sob iluminação uniforme e controlada e com um sistema ótico ou

eletrônico de boa qualidade, utilizando os melhores filtros e contrastes para cada

situação. A quantidade de informação contida em uma imagem determina a exatidão

e a precisão com que as medidas podem ser feitas.

Em problemas reais é freqüentemente necessária alguma intervenção

humana para a tomada de decisões durante a análise de imagens. Por isso, muitos

pesquisadores têm se voltado para o desenvolvimento de técnicas interativas, em

que uma parte do trabalho, especialmente a identificação de objetos de interesse, é

feita pelo especialista humano e outra parte, especialmente a quantificação de

(42)

abordagem, adotada no presente trabalho, é importante o desenvolvimento de uma

interface gráfica intuitiva e amigável.

Na técnica de análise linear de histogramas, as imagens são analisadas

indiretamente com base na informação reduzida contida nos histogramas da imagem

completa e das fases constituintes. Os histogramas não contêm informação sobre a

intensidade de cada pixel individualmente, mas, apenas sobre o conjunto dos pixels

que formam uma imagem ou um constituinte. As fases são distinguidas visualmente

pelos seus tons de cinza e texturas, e são identificadas por microanálise com base

nos espectros de raios-X característicos dos elementos presentes. Uma vez feita a

identificação, o método prossegue com a intervenção do usuário para selecionar

amostras representativas dos histogramas de cada uma das fases.

O programa ImageJ, tem uma interface gráfica amigável na qual são

disponibilizadas ferramentas de processamento de imagens para facilitar a

identificação dos componentes e seleção de amostras dos respectivos histogramas.

IMAGEJ

O ImageJ é um programa processador de imagens de domínio público

escrito em Java, inspirado no NIH Image para o Macintosh. Funciona, tanto

como uma applet em linha ou como uma aplicação carregável, em qualquer o

computador com máquina virtual Java 1.1 ou mais recente.

Pode apresentar, editar, analisar, processar, salvar e imprimir imagens em

8-bits, 16-bits e 32-bits. Pode ler muitos formatos da imagem incluindo TIFF, GIF

(43)

que compartilham uma única janela. É multithreaded, isto é, executa várias

tarefas em paralelo, de forma que operações lentas tais como a leitura de um

arquivo de imagem possam ser executadas simultaneamente a outras operações.

Pode calcular valores de áreas e estatísticas em regiões de seleção de pixels

definidas pelo usuário. Pode medir distâncias e ângulos. Pode criar histogramas de

densidade e plotar perfis de linhas. Suporta funções padronizadas de

processamento de imagem tais como a manipulação de contraste, realce,

suavização, detecção de borda e filtro de mediana.

Faz transformações geométricas tais como escalonamento, rotação e

inversão. A imagem pode ser ampliada até 32:1 e reduzida até 1:32 Todas as

análises e funções de processamento estão disponíveis para qualquer fator de

ampliação. O programa suporta qualquer número de janelas (windows)

simultaneamente, sendo limitado somente pela quantidade de memória

disponível.

A calibração espacial está disponível para fornecer medidas dimensionais no

mundo real em unidades como milímetros. A escala de calibração de densidade ou

cinza também está disponível.

O ImageJ foi projetado com uma arquitetura aberta que fornece o

extensibilidade através de plugins em Java. Plugins para aquisição, análise e

processamento de acordo com as necessidades podem ser desenvolvidos

utilizando-se do editor e o compilador Java embutidos no ImageJ. Os plugins

escritos pelos usuários possibilitam solucionar quase todos os problemas de

(44)

O ImageJ está sendo desenvolvido utilizando-se de seu editor e seu

compilador Java, assim como a IDE da Metrowerks CodeWarrior. O código de

fonte está disponível livremente. O autor, Wayne Rasband (wayne@codon.nih.gov),

trabalha no Research Services Branch, National Institute of Mental Health,

(45)

Capítulo 3

(46)

3.

Materiais e Métodos

Foram utilizados 16 discos de titânio puro(ti cp), com 15mm X 3mm (diâmetro

X espessura), divididos em 08 conjuntos de 02 amostras, cada conjunto de amostra

foi submetido a diferentes tratamentos térmicos em forno resistivos, os tratamentos

utilizados são:

I) Titânio com têmpera sem revenimento

II) Titânio com têmpera revenido a 200ºC

III) Titânio com têmpera revenido a 300ºC

IV) Titânio com têmpera revenido a 500ºC

V) Titânio sem têmpera revenido a 200ºC

VI) Titânio sem têmpera revenido a 300ºC

VII) Titânio sem têmpera revenido a 500ºC

VIII) Titânio sem tratamento

Para lixar foram utilizadas lixas com as seguintes granulometrias: 100, 220, 360, 400, 600, 1200, 1500.

No polimento foi utilizada uma politriz com a seguinte solução: 60% de sílica coloidal + 40 % de peróxido de hidrogênio(h2o2).

Esse conjunto de amostras foi colocado em cultura de células

pré-osteoblásticas. Após o ensaio de cultura de células os discos foram retirados para

verificação no microscópio óptico com uma câmera digital acoplada, foram

(47)

Em seguida, agora com as células extraídas e a superfície polida e atacada

quimicamente, foi obtido um segundo conjunto de imagens diante do mesmo campo

de visão. Nas tabelas 3.1 e 3.2 é possível visualizar as imagens das etapas de

polimento, ataque químico e ensaio de cultura de células. Essas etapas foram

realizadas para todos os conjuntos de amostras de cada tipo de tratamento térmico.

Tabela 3.1Titânio sem Tratamento - Amostra 01 TITÂNIO SEM TRATAMENTO (AMOSTRA 01)

Amostra/local BORDA CENTRO

polida

Atacada

quimicamente

(48)

Tabela 3.2 Titânio com têmpera sem revenimento – Amostra 01 TITÂNIO COM TÊMPERA SEM REVENIMENTO (AMOSTRA 01)

Amostra/local BORDA CENTRO

polida

Atacada

quimicamente

Com células

Utilizou-se um microdurômetro com a carga de 200g por um período de 15

segundos para a criação de marcações de micro-dureza que serviram de orientação

(49)

Foi utilizado um software gratuito de código aberto, chamado ImageJ, para

fazer a contagem das células.

Uma das análises feitas foi a sobreposição das imagens obtidas das

superfícies de titânio com células aderidas e as imagens das superfícies atacadas

quimicamente, para tentar encontrar alguma similaridade da organização celular em

relação a forma da superfície, utilizou-se o software adobe photoshop cs2 versão 9.0

fig. 3.1.

Figura 3.1 Photoshop 9 CS2 .

São abertos os arquivos da imagem da superfície atacada quimicamente e a

imagem da superfície com células aderidas. Utilizando a ferramenta de seleção é

possível se copiar e colar uma imagem sobre a outra. Ficando visível apenas uma

das camadas. O que pode ser selecionado alterando algumas propriedades das

(50)

Figura 3.2 Camadas sobrepostas no Photoshop.

Através do filtro DARKEN, que compara as cores base e de mesclagem, a

que for mais escura será a cor resultante. Os pixels da cor base que forem mais

claros que os da cor de mesclagem serão substituídos. Os pixels mais escuros

permanecerão inalterados, e do índice de opacidade, que define o grau de

(51)

Figura 3.3 Aplicação de filtros para determinar o grau de transparência.

(52)

É necessário tomar cuidado com a sobreposição, visto que as marcações de

microdureza servirão como ponto de sobreposição. No final se tem a sobreposição,

onde é possível analisar a disposição das células em relação a superfície do

material (fig 3.5).

Figura 3.5 Sobreposição exata usando as marcações de microdureza.

Outra analise feita foi a contagem das células presentes em cada amostra.

(53)
(54)

Capítulo 4

(55)

4.

Resultados e discussão

Serão apresentadas fotomicrografias das amostras de titânio (Centro e Borda)

e o tratamento realizado nelas para visualização da dependência do crescimento

celular com a microestrutura da superfície. Grande parte destas células possui

aspecto aleatório, mas nota-se que há algumas com forma arredondada e algumas

com aspecto alongado. Isolando algumas estruturas celulares após tratamento da

imagem com o software de edição, obtêm-se uma imagem que posteriormente é

sobreposta sobre a superfície de titânio atacada. As imagens foram sobrepostas

respeitando a coincidência da marca da micro-dureza que é usada como referência,

e mais uma vez tratada de forma que haja uma transparência e um bom contraste,

da imagem com as células, para a imagem da superfície atacada. A partir desta

imagem onde há a sobreposição, é possível o estudo de uma possível relação entre

(56)

Franciéric Alves de Araújo, 2009

Tabela 4.1 Titânio com têmpera sem revenimento - Sobreposição

BORDA CENTRO

Sobreposição Amostra 01

Sobreposição Amostra 02

Na Tabela 4.1 é possível verificar que houve uma maior adesão celular no

centro das amostras. É possível verificar também que na borda da amostra 01

(57)

Tabela 4.2 Titânio com têmpera revenido a 200ºC - Sobreposição

BORDA CENTRO

Sobreposição Amostra 01

Sobreposição Amostra 02

A Tabela 4.2 mostra que as células continuaram tendo preferência por aderir

(58)

Franciéric Alves de Araújo, 2009

Tabela 4.3 Titânio com têmpera revenido a 300ºC - Sobreposição

BORDA CENTRO

Sobreposição Amostra 01

Sobreposição Amostra 02

A Tabela 4.3 mostra imagens do tratamento térmico onde a diferença do

número de células, entre o centro e a borda das amostras, diminuiu. E a adesão das

(59)

Tabela 4.4 Titânio com têmpera revenido a 500ºC - Sobreposição

BORDA CENTRO

Sobreposição Amostra 01

Sobreposição Amostra 02

A Tabela 4.4 apresenta o tratamento térmico, têmpera seguido de

revenimento a 500ºC, com resultados semelhantes ao do tratamento térmico

anterior(Têmpera seguido do revenimento a 300ºC), continuando as células a terem

(60)

Franciéric Alves de Araújo, 2009

Tabela 4.5 Titânio revenido a 300ºC - Sobreposição

BORDA CENTRO

Sobreposição Amostra 01

Sobreposição Amostra 02

A Tabela 4.5 apresenta imagens de um tratamento onde a quantidade de

células aderidas diminuiu, continuando, as mesmas, tendo preferência de aderir no

(61)

Tabela 4.6 Titânio revenido a 300ºC - Sobreposição

BORDA CENTRO

Sobreposição Amostra 01

Sobreposição Amostra 02

Na Tabela 4.6 pode se visualizar que na amostra 01, houve uma diminuição

da quantidade de células aderidas e da diferença entre a quantidade de células

aderidas no centro e na borda da amostra. Já a amostra 02 apresenta um aumento

(62)

Franciéric Alves de Araújo, 2009

Tabela 4.7 Titânio sem tratamento - Sobreposição

BORDA CENTRO

Sobreposição Amostra 01

Sobreposição Amostra 02

Na tabela 4.7 pode se visualizar que a amostra 01 apresentou no centro uma

maior quantidade de células aderidas. Enquanto que na amostra 02 a quantidade de

(63)

Tabela 4.8 Titânio revenido a 200ºC - Sobreposição

BORDA CENTRO

Sobreposição Amostra 01

Sobreposição Amostra 02

Na Tabela 4.8 é possível se verificar que as amostras apresentaram

comportamentos contrários. Enquanto que na amostra 01 as células continuaram

tendo preferência de adesão no centro da amostra. Na amostra 02, que foi a única

(64)

Franciéric Alves de Araújo, 2009

Além da análise utilizando a técnica de sobreposição, também foi realizada a

contagem das células, utilizando um software gratuito ImageJ. A Tabela 4.9

apresenta a contagem de células aderias em cada uma das amostras em cada um

dos tratamentos térmicos.

Tabela 4.9 Contagem de Células aderidas em cada amostra.

amostras 01 amostras 02

Ti temp. sem rev

borda 24 5

centro 81 83

Ti tem. rev. 200°C

borda 32 20

centro 84 85

Temp. rev. 300°C

borda 35 23

centro 52 65

Ti temp. rev 500C

borda 12 27

centro 66 69

Sem Temp. rev. 300°C

borda 9 23

centro 54 41

Sem Temp. rev. 500°C

borda 21 15

centro 44 119

Ti sem trat

borda 25 24

centro 60 22

Sem Temp. rev. 200°C

borda 24 81

(65)

Com relação à proliferação celular, verificamos que a literatura apresenta

resultados controversos. Alguns estudos mostraram que superfícies lisas favorecem

a proliferação celular (Stanford et al., 1994; Martin et al., 1995; Kieswetter et

al.,1996). Entretanto, enquanto De Santis et al. (1996) e Hatano et al. (1999)

observaram maior proliferação celular em células cultivadas sobre superfícies

rugosas, Rosa & Beloti (2002a), não verificaram diferença na proliferação celular sob

diferentes condições de rugosidade. Em nosso experimento foi possível se verificar

que apenas na amostra 02 do Titânio revenido a 200ºC, a quantidade maior de

células aderidas ocorreu na borda, já no restante das amostras ocorreu do centro ter

tido um maior número de células aderidas. É possível se observar também a partir

da sobreposição das imagens, que as células não tiveram um comportamento de

adesão influenciado pela disposição da superfície, mas pode se notar que no

tratamento utilizando Titânio com têmpera revenido a 200ºC, em ambas as amostras

(66)
(67)

5.

Conclusões e Sugestões

5.1. Conclusões

Esse trabalho atingiu seu objetivo, visto que foi possível se descrever um

conjunto de procedimentos que seguidos são úteis na analise de superfícies de

titânio submetidos a uma cultura de células. Essa metodologia se mostrou eficiente

para várias amostras submetidas aos mais variados tipos de tratamentos térmicos.

Outro ponto positivo do trabalho foi a utilização de um software open source

para a contagem de células, o software se mostrou capaz de realizar tal atividade

com uma eficiência bem próxima da conseguida com softwares proprietários.

5.2. Sugestões

Contudo que foi visto ficam alguns questionamentos para trabalhos futuros,

como:

- Explicar como os tratamentos térmicos no titânio influenciam a adesão e

proliferação celular.

- Explicar o porque da preferência das células aderirem no centro e não na

(68)

Imagem

Figura  2.2  Amostra  de  quartzo  enfumaçado  com  estrela  de  rutilo  (TiO2)  (www.cdcc.sc.usp.br)
Figura 2.3 Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas  (A) fase α (B) fase β (CALLISTER, W
Figura 2.5 Micrografias por microscopia ótica com: (A) 200x e (B) 500x evidenciam a  microestrutura do titânio comercialmente puro(XAVIER, S.P.,2002)
Figura  2.6  (a)  Imagem  bidimensional  em  tons  de  cinza.  Os  eixos  x  e  y  são  as  coordenados  espaciais  e  f(x,y)  é  a  função  que  representa  a  intensidade  ou  brilho  naquele ponto (BASTOS, 2001)
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Referências

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