• Nenhum resultado encontrado

Álcool, alcoolismo e alcoolista: concepções e atitudes de enfermeiros de unidades básicas distritais de saúde.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Álcool, alcoolismo e alcoolista: concepções e atitudes de enfermeiros de unidades básicas distritais de saúde."

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

ÁLCOOL, ALCOOLI SMO E ALCOOLI STA: CONCEPÇÕES E ATI TUDES DE ENFERMEI ROS DE

UNI DADES BÁSI CAS DI STRI TAI S DE SAÚDE

1

Divane de Vargas2

Margarit a Ant ônia Villar Luis3

Esse est udo qualit at iv o t em por obj et iv o conhecer as concepções e as t endências de at it udes de enferm eiros de Unidades de At enção Básica Dist rit ais de Saúde ( UDBS) frent e ao álcool, ao alcoolism o e ao alcoolista. Participaram dez enferm eiros de três UBDS de um m unicípio paulista. Os dados foram coletados por m eio de r egist r o au t o- gr av ado e su bm et idos à an álise t em át ica de con t eú do. Os t em as qu e em er gir am evidenciaram que os enferm eiros são perm issivos ao uso m oderado do álcool, no entanto rej eitam o alcoolism o, concebendo- o com o um a doença que pode ser fat al e t endem a associá- lo à vont ade da pessoa, revelando a influência do conceit o m or al em suas concepções e at it udes. Tam bém , ev idenciou- se o conhecim ent o dos enferm eiros part icipant es sobre o álcool e alcoolism o. Com base nos result ados, recom enda- se a capacit ação desse grupo no sent ido de prepará- los para o at endim ent o, o reconhecim ent o e a prevenção de t ranst ornos relacionados ao uso/ abuso do álcool nesses cent ros de saúde.

DESCRI TORES: cent ros de saúde; enferm eiros; alcoolism o; at it ude

ALCOHOL, ALCOHOLI SM AND ALCOHOL ADDI CTS: CONCEPTI ONS AND ATTI TUDES OF

NURSES FROM DI STRI CT BASI C HEALTH CENTERS

This qualit at ive st udy aim ed t o learn t he concept ions and at t it ude t endencies of nurses from public dist rict basic healt h unit s t owards alcohol, alcoholism and alcohol addict s. The sam ple consist ed of t en nurses from t hree inst it ut ions in a cit y locat ed in São Paulo. Dat a were recorded and subm it t ed t o cont ent t hem at ic analysis. Subj ects evidenced that these nurses are perm issive towards m oderate alcohol use, but rej ect alcoholism , conceiving it as a pot ent ially fat al disease, and t end t o associat e it t o personal will, indicat ing t he influence of t he m oral concept on t heir concept ions and at t it udes. The part icipat ing nurses’ know ledge about t he t opics alcohol and alcoholism was also evidenced. Based on t he result s, t he aut hors suggest t raining t his group and pr epar ing t hese pr ofessionals for t he car e, r ecognit ion and pr ev ent ion of disor der s r elat ed t o alcohol use/ abuse at t hese healt h cent ers.

DESCRI PTORS: healt h cent ers; nurses, m ale; alcoholism ; at t it udes

ALCOHOL, ALCOHOLI SMO Y ALCOHÓLI CO: CONCEPCI ONES Y ACTI TUDES DE

ENFERMEROS DE SERVI CI OS PÚBLI COS DE ATENCI ÓN BÁSI CA DE SALUD

Ese est udio cualit at iv o t iene el obj et iv o de conocer las concepciones y t endencias de act it ud de enfer m er os de ser v icios públicos de at ención básica de salud, ant e el alcohol, alcoholism o y el alcohólico. Part iciparon diez enferm eros de t res inst it uciones de una m unicipalidad del est ado de São Paulo. Los dat os fueron recolect ados m ediant e regist ros aut ograbados y som et idos al análisis t em át ico de cont enido. Los t em as que em ergieron evidenciaron que los enferm eros son perm isivos al uso m oderado de alcohol, pero rechazan el alcoholism o, concibiéndolo com o una enferm edad que puede ser fat al y t ienden a asociarlo con la volunt ad personal, indicando la influencia del concept o m oral en sus concepciones y act it udes. Tam bién se evidenció el conocim ient o de los enferm eros part icipant es sobre el alcohol y alcoholism o. Con base en los result ados, se sugier e la capacit ación de ese gr upo, pr epar ándolo par a la at ención, el r econocim ient o y la pr evención de t rast ornos relacionados al uso/ abuso de alcohol en esos cent ros de salud.

DESCRI PTORES: cent ros de salud; enferm eros; alcoholism o; act it udes

1 Art igo ext raído de Trabalho de Conclusão de Curso; 2 Professor Dout or da Escola de Enferm agem da Universidade de São Paulo, e- m ail: vargas@usp.br; 3 Professor Tit ular da Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o, da Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador da OMS para o Desenvolvim ento da

(2)

I NTRODUÇÃO

A

p e sa r d e a m p l a m e n t e a ce i t o , e a t é

estim ulado socialm ente, o consum o de álcool, quando e x ce ssi v o t o r n a - se u m p r o b l e m a i m p o r t a n t e e a ca r r e t a a l t o s cu st o s p a r a a so ci e d a d e . As int er cor r ências causadas pelo álcool ex t r apolam as am plam ent e divulgadas na lit erat ura, caract erizando-o cerizando-o m erizando-o u m p r erizando-o b l e m a q u e a ca r r e t a g r a v e s co n se q ü ê n ci a s so ci a i s e co l o ca n d o - o e n t r e o s principais problem as de saúde pública da at ualidade. Dados do I I Levant am ent o Dom iciliar sobre o uso de drogas psicot rópicas no Brasil( 1), realizado

nas 108 m aiores cidades do país apontam que 12,3% das pessoas, com idades ent r e 12 e 65 anos, são d ep en d en t es d e álcool e q u e 7 4 , 6 % j á b eb er am algum a vez na vida.

Ao consider ar que as pessoas dependent es d e á l co o l a p r e se n t a m u m a sé r i e d e e p i só d i o s relacionados ao abuso antes de serem diagnosticados com o alcoolist as e encam inhados par a t r at am ent o específico, e consider ando ainda a or ganização do sistem a de saúde brasileiro que têm em suas diretrizes estabelecidas que a porta de entrada para os serviços de saú de são as u n idades de at en ção pr im ár ia, é possível inferir que m uit os indivíduos com padrão de con su m o ab u siv o são at en d id os n esses ser v iços, m u i t as v ezes, em d eco r r ên ci a d as co m p l i caçõ es p r e co ce s d o a l co o l i sm o t a i s co m o , t r a u m a s, em briagues e violência fam iliar.

A esse respeito, estudos( 2- 3) revelam que um a

par cela significat iv a ( 10 a 40% ) da população que p r ocu r a at en d im en t o an u alm en t e n os ser v iços d e at en ção p r i m ár i a a saú d e, ap r esen t a p r o b l em as relacionados ao uso e abuso de bebidas alcoólicas, o que pressupõe que o enferm eiro de at enção prim ária m ant ém cont at o freqüent e com essa client ela.

No ent ant o, as pesquisas no Brasil sobre à a ssi st ê n ci a d e e n f e r m a g e m a i n d i v íd u o s co m problem as referent es as subst âncias psicoat ivas são escassas e realizadas em unidades hospit alares( 4- 5),

em especial aquelas r elacionadas as concepções e at it udes dos profissionais frent e aos indivíduos.

At it ude segundo r efer encial encont r ado nos D escr i t o r es em Ci ên ci a s d a Sa ú d e t r a d u zi d o d o Medical Subj ect Headings ( MeSH) e apresentado pelo Lit erat ura Lat ino Am ericana e do Caribe em Ciências d a Sa ú d e ( LI LACS) , p o r m e i o d o Í n d e x La t i n o -Am er i can o: ser i a u m a p r ed i sp osi ção ad q u i r i d a e duradoura para agir sem pre do m esm o m odo diant e

d e u m a d e t e r m i n a d a cl a sse d e o b j e t o s, o u u m persist ent e est ado m ent al e/ ou neural de pront idão par a r eagir dian t e de u m a det er m in ada classe de o b j et o s n ã o co m o el es sã o , m a s si m co m o sã o con cebidos.

Assi m , a o co n si d e r a r a d e m a n d a d e indivíduos com problem as relacionados ao álcool que são at endidos em unidades de at enção pr im ár ia a sa ú d e e a esca ssez d e est u d o s d a en f er m a g em brasileira sobre o t em a, j ulgou- se oport uno realizar u m e st u d o p a r a co n h e ce r a s co n ce p çõ e s e a s t endências de at it udes de enfer m eir os de Unidades Básicas Dist rit ais de Saúde ( UBDS) frent e ao álcool, ao alcoolism o e ao alcoolist a.

METODOLOGI A

Trat a- se de um est udo qualit at ivo que t eve co m o o b j e t i v o co n h e ce r a s co n ce p çõ e s e a s tendências de atitudes de enferm eiros de UBDS frente ao álcool, ao alcoolism o e ao alcoolista. O cenário do est udo foram as t rês Unidades Básicas Dist rit ais de Saúde ( UBDS) do m unicípio de Ribeirão Pret o- SP, a escolha por est as unidades, j ust ificou- se pelo fat o de se tratarem de unidades de referência secundária com m a i o r ca p a ci d a d e t é cn i ca e d e a t e n d i m e n t o especializado a indivíduos com com plicações crônicas e ou agudas, por cont ar em com um m aior núm er o de enfer m eir os em seu quadr o de t r abalhador es e p or of er ecem at en d im en t o a p op u lação 2 4 h or as inint er r upt as.

Par t i ci p ar am d o est u d o d ez en f er m ei r os, esses suj eit os for am selecionados int encionalm ent e de acor do com o t ur no de t r abalho, t om ando- se o cuidado de ent revist ar um enferm eiro de cada t urno ( m anhã, t arde e noit e) de cada inst it uição. Um a vez que o suj eito consentiu em colaborar com a pesquisa, foi solicitado que assinasse o Term o de Consentim ento I n f o r m a d o . Pa r a p r e se r v a r a i d e n t i f i ca çã o d o s e n t r e v i st a d o s, o p t o u - se p o r r e f e r e n ci a r o s part icipant es no corpo do t rabalho pelo núm ero das ent r ev ist as.

(3)

o lidar no trabalho com pacientes alcoolistas?”A análise de dados t eve com o referencial t eórico a Análise de Conteúdo( 6) e utilizou- se da “ análise tem ática”( 6) com o

t écnica para t rat am ent o do m at erial. As ent revist as for am gr av adas, t r anscr it as post er ior m ent e e lidas ex au st iv am en t e. Dessa for m a, for am ex t r aídos de cada depoim ent o os t em as em er gent es do discur so d os en t r ev ist ad os os q u ais f or am ag r u p ad os em cat eg or ias t em át icas com p at ív eis com r ef er en cial t e ó r i co r e f e r e n t e a o e st u d o d a s a t i t u d e s. Po st e r i o r m e n t e , ca d a t e m á t i ca f o i a n a l i sa d a , p r ocu r an d o ap r een d er d as f alas o m od o com o o ent revist ado concebe a problem át ica do álcool e do alcoolism o.

RESULTADOS

Dos dez suj eit os da pesquisa som ent e um era do sexo m asculino, a faixa et ária m ais freqüent e f oi d e 4 1 a 5 0 an os. O t em p o d e f or m ação d os participantes era de 16 a 20 anos, sendo que quatro e n f e r m e i r o s e r a m m e st r e s e n o v e t i n h a m e sp e ci a l i za çã o n a á r e a d e co n h e ci m e n t o d a en f er m agem .

D a a n á l i se d o s d a d o s d a s e n t r e v i st a s e m e r g i r a m t r ê s t e m a s p a r a a p r e se n t a çã o : a ) concepções e t endências de at it udes dos enferm eiros d i a n t e d o á l co o l e d o b e b e r , b ) co n ce p çõ e s e t en dên cias de at it u des dos en f er m eir os dian t e do alcoolista, c) concepções e tendências de atitudes dos en f er m eir os d ian t e d o alcoolism o, sob r e as q u ais discor r er - se- á na seqüência.

Concepções e tendências de atitudes dos enferm eiros diant e do álcool e do beber

Qu a n d o e x p r e ssa m su a s co n ce p çõ e s pessoais frente à bebida alcoólica, a análise das falas revelou que os enferm eiros apresent am concepções am bivalentes, pois, concebem a substância com o algo negativo, no entanto um a parcela significativa desses p r o f i ssi o n ai s at r i b u i a el a al g u m as p r o p r i ed ad es ben éficas.

Ao m a n i f e st a r e m co n ce p çõ e s n e g a t i v a s frente ao uso do álcool as que m ais aparecem são do álcool com o um a substância tóxica, capaz de m odificar o com portam ento e a personalidade do indivíduo que a consom e ... Substância que tem poder tóxico que altera o com port am ent o do indivíduo ( E.3) . Viciando, alt erando o

seu psiquism o, tirando- o da norm alidade. ... Pra m im a bebida alcoólica é um a substância que vai alterar teu estado

em ocional, tua parte psicológica, vai te tirar do seu raciocínio norm al ( E.4) .

Mostrando- se contrários às bebidas alcoólicas os enferm eiros apontam a necessidade de fiscalização na com er cialização das bebidas, pois segundo eles, a at ual legislação não é cum prida e cont ribui para o uso e conseqüent em ent e para a dependência. ... Eu acho que a bebida alcoólica em si deveria ter um rigor m aior pra

com ercializar porque do j eito que funciona, no fim você vê que as pessoas acabam assim viciando e tendo vários problem as ( E.2) . ... Eu acho que as bebidas alcoólicas aqui no Brasil, elas são

m uito, liberadas né, principalm ente para os adolescentes, apesar da lei a gente vê que isso não é respeitado ( E.8)

A an álise d as f alas d os su j eit os p er m it iu ev iden ciar ain da, qu e aqu eles in div ídu os qu e n ão f a ze m u so d e b e b i d a s a l co ó l i ca s a p r e se n t a r a m con cep ções m ais n eg at iv as f r en t e às m esm as, e t endem a considerar o álcool prej udicial em qualquer situação. ... Eu não bebo, acho que o álcool independente da quantidade é prejudicial (E.1). ... Eu detesto álcool, acho que faz m uito m al a saúde ( E.2) .Eu acredito que bebida alcoólica não é boa em qualquer sit uação.. Eu não bebo ( E.8) Al g u n s su j e i t o s e x p r e ssa m co n ce p çõ e s posit ivas sobre as bebidas alcoólicas, quando usadas m oderadam ent e, enfat izando seu lado benéfico para o or ganism o, ser v indo com o r elax ant e, ansiolít ico, ou com o fonte de prazer ... Eu acho que ela é até boa da um a relaxada eu acho que com m oderação ela tem até um efeito benéfico, pro organism o da gent e( E.4) ... Eu penso que as bebidas alcoólicas são o ansiolítico m ais antigo que a gente conhece ( E.7) ... O álcool foi feito pra nos dar certo prazer ( E.9) As falas evidenciam ainda, que os enferm eiros que fazem uso do álcool t endem a t er at it udes m ais posit iv as frent e ao álcool e ao beber do que aqueles que não fazem uso do álcool conform e vist o ant eriorm ent e ...

Eu não tenho nada contra quem bebe, eu também bebo socialmente ( E.7) .

No ent ant o, isso par ece não ser ex t ensiv o à q u e l e s q u e b e b e m d e m a n e i r a a b u si v a , prevalecendo as concepções negat ivas, pois quando se trata do beber pesado ou o beber fora de controle, os en f er m eir os ar gu m en t am qu e “ t em qu e saber beber”, sendo assim a falta de “ autocontrole” parece não ter a m esm a aceitação. ... Tem que saber beber existe pessoas que bebem e tem controle, sabem se com portar e sabe o

(4)

que sej a consum ida de um a m aneira que não faça m al a saúde e m oderadam ente, desde que a pessoa saiba beber ( E.5) . ... Acho que pode beber sim , desde que não sej a um a pessoa alcoólatra,

que seja um a pessoa m oderada, que saiba quando parar de beber ( E.7) . ... A bebida alcoólica até é um a coisa legal, o problem a é quando a pessoa passa do lim ite então é a falta do auto controle ( E.10)

No que se refere ao álcool e ao seu uso, os result ados foram sim ilares: enferm eiros não usuários de álcool t ender am a apr esent ar concepções m ais negativas frente ao beber, do que os usuários. Dentre a q u e l e s su j e i t o s q u e se m o st r a m f a v o r á v e i s e t a m b é m b e b e m , p a r e ce e x i st i r u m a co n ce p çã o a m b i v a l e n t e , p o i s, se d e u m l a d o a t r i b u e m propriedades benéficas ao álcool, t am bém acredit am que é necessário “ saber beber”, o que pode conot ar concepções e conseqüent em ent e at it udes negat iv as diante da falta de controle sobre a ingestão alcoólica. Ou sej a, m esm o aqueles indivíduos favoráveis ao uso do álcool, parecem rej eit ar o abuso do m esm o.

Concepções e tendências de atitudes dos enferm eiros frent e ao alcoolism o

No que diz respeit o ao alcoolism o, os dados per m it ir am ev idenciar que a concepção dom inant e ent r e os enfer m eir os é a doença, . . . Eu consider o o alcoolism o um a doença m esm o (E.3) ... É um a doença, eu encaro isso com o um a doença ( E.5) . ... A gente considera com o um a doença né ( E.6) . ... Hoj e se sabe que acaba sendo um a doença (E.9). ... O alcoolism o é um a doença (E10). Assum e tam bém um caráter de doença grave e fatal, que se não tratada leva a pessoa à m ort e, conform e se pode evidenciar nas falas que seguem . ... Eu vej o o alcoolism o com o um a doença m uito séria, se a pessoa não se trata, essa doença pode m atar em m uito pouco tem po ( E.7) .

Ain d a n a con cep ção d e u m d os su j eit os, parece existir a concepção de que o alcoolism o é um a d oen ça associad a a d esor d em , “ a b ag u n ça” e a cur t ição e que sem que o indiv íduo per ceba acaba desenvolvendo a doença do alcoolism o. ... Ent ão um desses pacientes que chega aqui alcoolizado, que ta bebendo na bagunça pode desenvolver m esm o a doença, o alcoolism o ( E.8) Diant e desses result ados pode- se dizer que o alcoolism o é con cebido pelos en fer m eir os desse est u do com o u m a doen ça pr ogr essiv a qu e se n ão t rat ada pode ser fat al, além disso, aparece ainda a associação ent re o alcoolism o e “ bagunça”, levando a i n f e r i r q u e se t r a t a d e u m a d o e n ça q u e se desenv olv e “ na desor dem ”.

Concepções e tendências de atitudes dos enferm eiros diant e do alcoolist a

O alcoolist a é concebido com o um a pessoa q u e se n t e n e ce ssi d a d e d e f a ze r u so d a b e b i d a a l co ó l i ca d i a r i a m e n t e . Al é m d i sso , p a r a e sse s en f er m ei r o s o al co o l i st a é u m a p esso a q u e n ão co n se g u e f i ca r l o n g o p e r ío d o se m o á l co o l . Ao apresent arem essa concepção parecem fazer alusão à d e p e n d ê n ci a d o á l co o l , o u se j a , co n ce b e m o alcoolist a com o u m depen den t e. . . . As pessoas qu e consomem álcool são dependentes, elas precisam do álcool, sentem necessidade e acabam ficando dependentes ( E.3) . ... É a pessoa que realm ente ela não fica sem utilizar o álcool, bebe diariam ente,

ela não fica longos períodos, sem o álcool,é um dependente do álcool ( E.10)

Apesar de v islum br ar em a possibilidade de o alcoolista ser um dependent e do álcool, um suj eit o associa o alcoolism o à com pulsão, sendo essa últ im a co n ce b i d a co m o u m a ca r a ct e r íst i ca i n e r e n t e a o a l co o l i st a , p o i s e ssa co m p u l sã o p a r a b e b e r é com par ada a out r os com por t am ent os com pulsiv os, com o o com er com pulsivam ent e, conform e revela a fala do Entrevistado ( 2) . ... É igual aquela pessoa que não quer parar de com er né, quer em agrecer, m as não quer parar de

com er, aquela im pulsividade, eu acredito que o alcoolism o sej a a m esm a coisa ( E.2)

Mesm o o alcoolism o sendo concebido com o u m a d o e n ça p e l a m a i o r i a d o s su j e i t o s, co m o e v i d e n ci a d o a n t e r i o r m e n t e , d o i s e n t r e v i st a d o s revelam em suas falas que nem sem pre o indivíduo é v i st o co m o t al , e ao al co o l i st a são at r i b u íd o s predicados que não rem et em ao conceit o de doent e e sim do estigm a que ainda recai sobre os portadores dessa doença. ... Geralm ente se pensa que o alcoólatra é um v agabundo, ir r esponsáv el, dá t odos esses pr edicados pr o alcoólatra e você não pensa que ele é doente (E.8). ... Engraçado é um a doença, m as, não é visto com o um a doença parece que é visto com o safadeza falta de vergonha ( E.10) .

Ai n d a n o q u e se r e f e r e à s co n ce p çõ e s r efer ent es ao alcoolist a par ece ex ist ir descr édit o e pou ca esper an ça dos en f er m eir os n a r ecu per ação desse indivíduo, pois acredit am que m esm o após ser at en dido e desin t ox icado n a u n idade de saú de, a pr im eir a ação do alcoolist a ser á pr ocur ar pelo bar par a em br iagar - se nov am ent e. ... Às v ezes ele chega totalm ente desorientado e ele sai fisicam ente bem , a gente sabe

(5)

beber m ais um pouco (E.6). ... Vem buscar um atendim ento, faz um a glicose faz as m edicações ele sai de alta volta pro bar pra beber ( E.10) .

O alcoolist a é um indiv íduo que apr esent a problem as repetitivos, e devido à repetição na procura d e a t e n d i m e n t o é ca r a ct e r i za d o co m o u m ca so crônico, e algum as vezes, com o um caso perdido. ...

Porque ela sente a necessidade e ela bebe e volta na unidade pra outro atendim ento (E.3). ... Prim eira coisa a atender um alcoólatra assim que você vê que é repetitivo ( E.4) . ... Assim esses casos m ais crônicos, que agente vê é um caso assim m eio que perdido que não tem j eito ( E.5) . ... E são aqueles pacientes que estão sem pre vindo são sem pre os m esm os entendeu? ( E.7)

Quando se m anifest am sobr e a pessoa do alcoolist a par ece ex ist ir um a concepção dom inant e de que o que falt a nesse indivíduo é vont ade para, int er r om per o consum o, acr edit ando que a pessoa pode ter o dom ínio sobre a ingestão do álcool, e que “ se ela quiser” tem condições de largar o “ vício” ... Eu acho que a pessoa tem condições de sair do vício, é só um a questão m esm o de vontade, de a pessoa querer entendeu? (E.4). ... Eu acho que todo o tratam ento pro alcoolista é válido, m as tem m uito a ver com a vontade tam bém , a gente sabe disso ( E.6) ... Então eu acho que nesses casos existem pessoas que bebem

m uito, m as que têm condições de estar parando, às vezes falta

v o n t a d e ( E. 9 ) . Ta m b é m a p a r e ce a i n f l u ê n ci a d e sit uações v iv idas em fam ília ou no conv ív io social, l e v a n d o e sse e n f e r m e i r o a co m p a r a çõ e s co m o v iv ências pessoais conseqüent em ent e, à cr ença de que todo o alcoolista é capaz de parar de beber sem n e n h u m t i p o d e a j u d a , v a l e n d o - se p a r a i sso unicam ente de sua própria vontade. ... ‘Porque eu conheço m uitas pessoas que bebiam e que quando resolveram parar, deixar

de bebe conseguiram e m uito bem , sem ajuda m édica, sem ajuda

de internação, sem ajuda de m edicação. Por pura vontade, m esm o

da pessoa. Então porque parou? Com o conseguiu?É questão de vontade de querer m esm o ( E.8) .

Um participante do estudo, no entanto, parece conceber a possibilidade de não ser “ à v ont ade” o ú n i co f at or d et er m i n an t e d o al cool i sm o, p oi s h á “ outros tipos”, são casos específicos, o que pressupõe que sobre a m aioria dos alcoolistas ainda parece recair o conceito anterior: a vontade de parar, ou sej a, bebe porque quer. ... Agora a gente se depara com outros tipos de paciente que têm algum a outra coisa além da vontade só (E.10). Esses r esu l t ad o s p er m i t em i n f er i r q u e a concepção de alcoolist a ent r e os enfer m eir os desse est u do é de u m a pessoa qu e t em n ecessidade do álcool e p or isso b eb e d iar iam en t e. Con ceit u ar o alcoolista com o quem não consegue ficar sem o álcool,

p ar ece p r essu p or a in st alação d a d ep en d ên cia. A análise dos dados m ost ra t am bém que parece exist ir influência de concepções det er m inadas socialm ent e frente ao alcoolista, dentre elas de que se tratam de indivíduos que bebem por que querem e por falta de v o n t a d e d e l a r g a r a b eb i d a . Co n ceb em a i n d a o alcoolist a com o um pacient e repet it ivo e com baixa pr obabilidade de r ecu per ação con st it u in do- se n u m caso per dido.

DI SCUSSÃO

Os par t icipan t es do est u do dem on st r ar am m a i o r a cei t a çã o em r el a çã o a o b eb er d o q u e o encont rado em est udos sem elhant es. Ao analisar as at it udes e concepções de enferm eiros hospit al geral, alguns aut ores( 5,7), evidenciaram que os profissionais

ap r esen t av am at it u d es n eg at iv as f r en t e ao b eb er m o d e r a d o e co n si d e r a v a m o á l co o l n o ci v o independent e da quant idade ingerida.

A análise das entrevistas possibilitou verificar ainda, que os enferm eiros usuários de álcool, parecem se r m a i s p e r m i ssi v o s q u a n t o a o b e b e r, e m cont rapart ida para aqueles enferm eiros que se dizem a b st ê m i o s h o u v e r e j e i çã o e m a ce i t a r o b e b e r independent e da quant idade ingerida. Essa at it ude j á er a esp er a d a , p o i s ex i st e u m a t en d ên ci a d e o s profissionais tom arem o seu próprio consum o de álcool com o r efer ência de ingest ão nor m al, ou a r ej eição do pacient e que não “ sabe parar de beber”( 2,8- 9).

Cab e r essalt ar com o asp ect o p osit iv o em r e l a çã o a e st u d o s a n t e r i o r e s( 4 , 5 ), o f a t o d e o s

en f er m ei r o s r ev el a r em seu p r ó p r i o co n su m o d e bebidas. Em est udo sem elhant e( 7), encont rou- se que

o s e n f e r m e i r o s a p r e se n t a r a m r e si st ê n ci a s e m divulgar seu próprio uso de álcool, at it ude que pode e st a r r e l a ci o n a d a a o f a t o d e sse s p r o f i ssi o n a i s sentirem - se pouco confortáveis em assum ir que sendo profissionais de saúde tam bém fazem uso de bebidas alcoólicas( 7 ). Tal posição, lev a in f er ir qu e t alv ez o

consum o de álcool sej a vist o com o algo vergonhoso e im oral por esse grupo profissional.

(6)

r ev elar em seu pr ópr io uso de bebidas alcoólicas e apr esent ar em concepções posit iv as fr ent e ao beber m oderado, os suj eit os do est udo m ost ram - se cont ra o beber em excesso ou for a de cont r ole, t endência q u e t e m si d o b e m r e l a t a d a t a n t o n o s e st u d o s nacionais( 5,9) quant o int ernacionais( 2,10).

O f a t o d e o s e n f e r m e i r o s m o st r a r e m - se p er m issiv os em r elação ao b eb er m od er ad o e n o ent ant o cont rários à ingest ão excessiva de álcool e ao alcoolism o, parece encont rar respaldo na própria sociedade que incentiva e aceita o beber, m as rej eita o beber excessivo( 11). Sendo esse t erm o cont roverso,

pois a sociedade pode est abelecer o seu padrão com base no padrão pessoal de seus cidadãos, que parece est ar m ais suj eit o à t olerância social.

Na concepção desses enferm eiros o álcool é concebido com o algo prazeroso que tem propriedades ansiolit icas, m as que se usado de form a inadequada “ vicia” ocasionando problem as à saúde do indivíduo, o beber m oder ado é aceit o, n o en t an t o t en dem a rej eit ar o consum o abusivo, acredit ando que deveria haver m aior controle sobre a venda do álcool no país. No q u e se r e f e r e a o a l co o l i sm o e l e é concebido por esses enferm eiros com o um a doença, esse resultado convergente com os dados da literatura que t em evidenciado essa concepção por par t e dos enferm eiros( 4- 5,7,9). A esse respeit o Vargas( 12) afirm a

q u e v ár ios g r u p os d e p r of ission ais r econ h ecem o alcoolism o com o doença, sendo m ais fácil, no entanto aceitar isso intelectualm ente do que em ocionalm ente. De acordo com a literatura( 4- 5,9) há um consenso entre

o s p r o f i ssi o n a i s so b r e o f a t o d e o a l co o l i sm o caracterizar- se enquanto um a doença, porém , quando se t r a t a d e a ssi st i r e ssa cl i e n t e l a , a p a r e ce m sen t im en t os de descon f or t o e em bar aço, sen do o consum o de álcool vist o com o “ m oralm ent e” errado. O a l co o l i st a é co n ce b i d o p o r e sse s enferm eiros com o um a pessoa que necessita do álcool diar iam ent e, fazendo alusão assim , ao conceit o de d e p e n d ê n ci a d o á l co o l . Ao a p r e se n t a r e m e ssa concepção, parecem dem onst rar cert a com preensão de que o alcoolist a é um a pessoa dependent e que adoece e necessit a da subst ancia para viver.

Com preender o usuário, com problem a com o aquele bebe diar iam ent e, par ece dem onst r ar pouco conhecim ent o dos suj eit os com relação aos est ágios de evolução da dependência e do próprio alcoolism o. Pois, segundo o DMS I V( 13) a doença alcoólica não

i m p l i ca f o r ço sa m e n t e n o co n su m o co t i d i a n o e perm anent e de quant idades excessivas, pois, cert as for m as de alcoolização par ox íst icas, m esm o m uit o esp açad as n o d ecor r er d o t em p o, p od em lev ar a conseqüências som át ico- psíquicas e sociais gr av es. Assi m t o d a a u t i l i za çã o p a t o l ó g i ca d o á l co o l , independent e da freqüência, m erece ser considerada com o um a condut a alcoólica.

Apesar da evidência de m udanças na form a dos enferm eiros perceberem os alcoolistas nas últim as décadas( 9,14) os dados deste estudo perm item afirm ar

q u e n em sem p r e lh es são at r ib u íd os o st at u s d e doen t e, e n as f alas dos pr of ission ais n ot a- se qu e m esm o sendo um doent e, nem sem pre é vist o com o t al, perm anecendo rót ulos com o “ safadeza e falt a de v er gon h a”.

Por décadas, o t rabalhador de enferm agem não considerou o paciente alcoolista com o um doente, a v i são q u e se t i n h a d esse p aci en t e er a d e u m indiv íduo “ apr ov eit ador e sem car át er ” que quando chegava à em ergência alcoolizado t inha consciência de seus atos( 15). Estudos( 15- 16) evidenciaram o alcoolista

com o n ão sen d o u m p acien t e a ser t r at ad o, q u e at r apalha a dinâm ica de funcionam ent o do ser v iço. Esses regist ros da lit erat ura cient ífica dem onst ram o peso do carát er m oral que recai sobre a pessoa do alcoolist a.

Um a out ra concepção que aparece nas falas dos suj eitos do presente estudo refere- se ao alcoolista co m o u m i n d i v íd u o q u e a p r e se n t a p r o b l e m a s repetitivos, com procura pelo atendim ento de m aneira r e co r r e n t e , se n d o ca r a ct e r i za d o co m o u m ca so crônico, ou m esm o um caso perdido. Essa concepção parece revelar, ent re os enferm eiros do est udo, que o alcoolist a t êm p ou cas ch an ces d e r ecu p er ação. Talvez por t ais fat os, esses pacient es sej am v ist os com cer t o descr édit o pelos en fer m eir os, con for m e revela a fala de um deles: ... Tenho cer t eza que a pr im eir a coisa que faz depois que m elhor a, é ir do out ro lado da rua e ent rar no bar e beber m ais um pouco.. Certeza essa, que pode levar o profissional a pouco valorizar o atendim ento do alcoolista, um a vez que ao cont r ár io de out r os pacient es, ele não t er á seu “ p r ob lem a” r esolv id o, e sem p r e r et or n ar á ao serviço, alcoolizado para um novo at endim ent o.

(7)

tratam ento, e à abstinência, e em isso não ocorrendo de im ediat o, t al at it ude pode ser int er pr et ada pelo profissional com o um a resist ência à aj uda levando- o a d ist an ciar - se d o p acien t e alcoolist a e v iv en ciar insatisfação em realizar seu trabalho com esse cliente. A concepção que at ribui o alcoolism o à falt a de v on t ade da pessoa, é u m a v isão r edu cion ist a, ent r et ant o, ainda é possív el encont r ar um a par cela si g n i f i ca t i v a d e e n f e r m e i r o s q u e co n t i n u a m considerando o alcoolist a com o im oral, fraco e com baixa probabilidade de recuperação( 9,14). Porém um a

con cep ção secu lar n ão se d esf az d e u m d ia p ar a out ro, pois enquant o ser social, o enferm eiro, assim com o t odos os ser es hum anos, é influenciado pelo m eio onde vive, m eio o qual, ainda atribui ao alcoolista a “ falha m oral” e a “ fraqueza de caráter” e a própria vont ade do indivíduo que adoece.

Atribuir o alcoolism o a fraquezas ou carências individuais perm it e culpar a pessoa pela sua doença. Assi m , o p r e ssu p o st o d e q u e o a l co o l i st a p o d e cont rolar seu hábit o de beber, parece não influenciar so m e n t e a p o p u l a çã o d e u m m o d o g e r a l , m a s t am bém os pr of ission ais de saú de, n esse caso os en f er m eir os.

Os e n f e r m e i r o s d o p r e se n t e e st u d o m o st r a r a m - se f a v o r á v e i s a o b e b e r m o d e r a d o , rej eit ando o alcoolism o e apesar de concebê- lo com o u m a d o e n ça e o a l co o l i st a co m o u m a p e sso a d ep en d en t e, ain d a ex ist e u m a f or t e t en d ên cia a associar a d oen ça à f alt a d e v on t ad e. Esse f at o pr eocupa, pois de acor do com os pr essupost os da atual política nacional em álcool e drogas o enferm eiro é um profissional que com põe a equipe de at enção aos usuários de álcool e outras drogas( 17), e um a vez

adept os dessa concepção é possível que encont rem dificuldades ao prest ar assist ência a essa população.

CONCLUSÕES

Os r e su l t a d o s d e sse e st u d o p e r m i t i r a m conhecer as concepções e as t endências de at it udes d e en f er m eir os d e Un id ad es Básicas Dist r it ais d e Saúde de um m unicípio do int erior paulist a frent e ao álcool, ao alcoolism o e ao alcoolist a.

Com o pont os posit iv os dest acam - se o fat o de o alcoolism o ser concebido com o um a doença, e o alcoolista um dependente; os enferm eiros m ostraram

-se p er m i ssi v o s em r el a çã o a o b eb er m o d er a d o , at ribuem propriedades benéficas ao álcool e revelam seu pr ópr io con su m o da su bst an cia, o qu e lev a a pressupor que se apresent am m enos m oralist as em relação à questão do que o que vem sendo apontado na lit erat ura nacional.

O uso pessoal exerce influência na m aneira d e co n ce b e r o á l co o l e o b e b e r, se n d o q u e o s en f er m eir os q u e f azem u so d e b eb id as alcoólicas t e n d e m a se r m a i s p e r m i ssi v o s a o b e b e r, e m cont rapart ida é possível perceber rej eição do uso do álcool, independente da quantidade pelos enferm eiros qu e n ão bebem . Por ém qu an do se t r at a de beber ex cessi v o o s d o i s g r u p o s d em o n st r a m r ej ei çã o , evidenciando at it udes negat ivas frent e ao alcoolism o, sen do possív el iden t ificar n as falas dos su j eit os a i n f l u ê n ci a d o m o d e l o m o r a l n a co n ce p çã o d o alcoolism o e do alcoolist a, at ribuindo seu problem a à falta de vontade em parar de beber. Mostram - se ainda, pessim ist as em relação ao prognóst ico do alcoolism o e j ulgam haver pouca probabilidade de recuperação. As concepções e atitudes dos enferm eiros de a t e n çã o b á si ca à sa ú d e n ã o d i f e r e m si g n i f i ca t i v a m e n t e , d a q u e l a s e n co n t r a d a s e m e n f e r m e i r o s d a á r e a h o sp i t a l a r, u m a v e z q u e co n ce i t u a m o a l co o l i st a co m o u m d o e n t e e o alcoolism o um a doença, per sist indo, no ent ant o as influencias do m odelo m or al na for m a de conceber os dois conceit os.

Exist e pouco conhecim ent o dos enferm eiros na t em át ica, álcool e alcoolism o, daí suger ir a sua ca p a ci t a çã o , n o se n t i d o d e p r e p a r á - l o s p a r a o at en dim en t o, o r econ h ecim en t o e a pr ev en ção de t ranst ornos relacionados ao uso/ abuso do álcool em unidades básicas de at enção à saúde, pois exist em ev idên cias de qu e u su ár ios dessa su bst ân cia com padrão abusivo, est ão present e nesses serviços, de for m a significat iva.

AGRADECI MENTOS

(8)

Univ er sidade de São Paulo, Cent r o Colabor ador da OMS p a r a o d e se n v o l v i m e n t o d a p e sq u i sa e m enferm agem , a população da am ost ra dos est udos e aos represent ant es dos oit o países Lat inoam ericanos que participaram do I e I I Program a de Especialização

On - l i n e d e Ca p a ci t a çã o e I n v e st i g a çã o so b r e o Fen ôm en o d as Dr og as - PREI NVEST of er ecid o n o b iên io 2 0 0 5 / 2 0 0 6 p ela Escola d e En f er m ag em d e Ribeir ão Pr et o, da Un iv er sidade de São Pau lo, n a m odalidade de ensino a dist ância.

REFERENCI AS

1 . Ca r l i n i EA, Ga l d u r ó z JCF, No t o AR, Na p p o SA. I I Lev ant am ent o dom iciliar sobr e uso de dr ogas no Br asil – 2 0 0 5 . Br asília: Cen t r o Br asileir o d e I n f or m ações Sob r e Dr og as Psicot r óp icas, Dep ar t am en t o d e Psicob iolog ia d a Escola Paulist a de Medicina e SENAD – Secret aria Nacional Ant idrogas, Presidência da República, Gabinet e de Segurança Nacion al; 2 0 0 6 .

2. Lock CA, Kaner E, Lam ont S, Bond S. A qualit at ive st udy of nur se’s and pr at ices r egar ding br ief alcohol int er vent ion in pr im ar y healt h car e. J Adv Nur s 2002; 39( 4) : 333- 42. 3. Aalt o M, Seppa K, Kiianm aa K, Sillanaukee P. Dr ink ing habit s and prevalence of heavy drinking am ong prim ary healt h ca r e o u t p a t i e n t s a n d g e n e r a l p o p u l a t i o n . Ad d i ct i o n 1 9 9 9 ; 9 4 ( 9 ) : 1 3 7 1 - 9 .

4 . Var g as D, Lab at e RC. Al co o l i st as – t r at ar o u p u n i r : disposição de enferm eiros de hospit al geral. Rev Enferm UERJ 2 0 0 3 ; 1 1 : 1 8 8 - 9 2 .

5. Vargas D, Labat e RC. At it ude de enferm eiros de hospit al geral fr en t e ao u so do álcool e ao alcoolism o”. Rev Bras En f er m a 2 0 0 6 ; 5 9 ( 1 ) : 4 7 - 5 .

6. Bardin L. Análise do cont eúdo. Lisboa: Edit ora 70; 1994. 7 . Lu cca D M, Va r g a s D , Va r g a s D . As co n ce p çõ e s d e enferm eiros de hospit al geral frent e às quest ões relacionadas ao álcool e ao alcoolism o. Enferm a Bras 2006; 5: 260- 7. 8. Perchansky F, Soibelm am m M, Meirelles M, Sant ana R. Um est udo de alcoolism o em hospit al escola. Rev Psiquiat r Rio Gd Su l 1 9 8 4 ; 1 ( 6 ) : 3 8 - 4 2

9.Vargas D. A const rução de um a escala de at it udes frent e a o á l co o l , a o a l co o l i sm o e a o a l co o l i st a : u m e st u d o p si co m é t r i co . [ t e se ] . Ri b e i r ã o Pr e t o ( SP) : Esco l a d e

Enferm agem de Ribeirão Pret o/ USP; 2005.

10. Navarret ee PR, Luis MAV. Act it ud de la enferm era de un com plej o hospit alario en relación al pacient e alcoholico. Rev Lat ino- am Enfer m agem 2004; 12( n. especial) : 420- 26. 11. Allen K. At t it udes of Regist ered Nurses t oward Alcoholic Pat ient s in a Gener al Hospit al Populat ion. I nt J Addict ions 1 9 9 3 ; 2 8 ( 9 ) : 9 2 3 - 3 0 .

12. Vargas HS. Repercussões do álcool e do alcoolism o. São Paulo: Fundo ed. Byk- procienx; 1983.

1 3 . Am e r i ca n Psy ch i a t r i c Asso ci a t i o n . D i a g n o st i c a n d st at ist ical m anual of m ent al disor der s . 4 ed. Washingt on, D C: APA; 1 9 9 5 .

14. Howard OM, Chung SS. Nurse‘s at t it udes t oward m isusers a Sur veys. Subst ance use and m isuse 2000; 35( 3) : 347- 65. 15. Var gas D, Mir on VL. Concepções dos t r abalhador es de en f er m ag em so b r e o p aci en t e al co o l i st a. I n : Lu i s MAV, coordenadora geral. O uso e abuso de álcool e drogas: um desafio para t odos. VI Encont ro de Pesquisadores em Saúde Me n t a l e V En co n t r o d e Esp e ci a l i st a e m En f e r m a g e m Psiquiát r ica; 2000. abr il 17- 20; Ribeir ão Pr et o, São Paulo; 2000. p. 20.

16. Cam pos CJG. O atendim ento do doente m ental em pronto socorro geral: sent im ent os e ações dos m em bros da equipe de enferm agem . [ dissert ação] Ribeirão Pret o ( SP) : Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o/ USP; 1996.

17. Br asil. Minist ér io da Saúde. ( BR) Secr et ar ia Ex ecut iv a. Secret aria de At enção a Saúde. Coordenação Nacional DST/ AI DS. A Polít ica do Minist ério da Saúde para At enção I nt egral a Usuários de Álcool e Out ras Drogas/ Minist ério da Saúde, Secr et ar ia Ex ecut iv a, Secr et ar ia de At enção a Saúde, CN-DST/ AI DS. Br asília: Minist ér io da Saúde; 2003 – ( Sér ie E. Legislação de Saúde) .

Referências

Documentos relacionados

Este primeiro cap´ıtulo trata-se de uma revis˜ ao de algumas defini¸c˜ oes de conjuntos e opera¸c˜ oes entre os mesmos, que ser˜ ao utilizadas no cap´ıtulo 3 para constru¸c˜ ao

(2001), abrange todas as relações da organização com seus públicos de forma.. integrada e equilibrada, não se restringindo a ações filantrópicas isoladas. “

2ª LEITURA (1Ts 1, 5c-10) – Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses. Irmãos: 5c Sabeis de que maneira procedemos entre vós, para o vosso bem. 7 Assim vos

A Figura 3.13 ilustra a intensidade de sinal, referente ao local em análise. De acordo com as cores em legenda, observa-se que há uma concentração de sinal mais

O objetivo principal da pesquisa é o desenvolvimento de um modelo híbrido de propagação que envolva as Redes Neurais Artificiais e os modelos clássicos adaptados.. Os

Nesse momento, a repressão penal busca manter a todo custo a paz pública, utilizando- se do terror e da intimidação na execução das penas. É nesta época que aparecem as leis

O perfil 8C, de referência, ao contrário, apresenta uma distribuição constante ao longo de todos os horizontes, em que a atividade biológica evidenciada pela presença intensa

In order to reduce the impact of air quality on athletes’ performance, the State of Rio de Janeiro installed monitoring networks to determine the levels of the main pollutants (Pm