• Nenhum resultado encontrado

Percepção da equipe de saúde da família sobre a utilização do sistema de informação da atenção básica-SIAB.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Percepção da equipe de saúde da família sobre a utilização do sistema de informação da atenção básica-SIAB."

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

PERCEPÇÃO DA EQUI PE DE SAÚDE DA FAMÍ LI A SOBRE A UTI LI ZAÇÃO DO SI STEMA DE

I NFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSI CA- SI AB

1

Fernanda Pini de Freit as2 I one Carvalho Pint o3

Freit as FP, Pint o I C. Percepção da equipe de saúde da fam ília sobre a ut ilização do sist em a de inform ação da at enção básica- SI AB. Rev Lat ino- am Enferm agem 2005 j ulho- agost o; 13( 4) : 547- 54.

Obj et ivo do est udo foi ident ificar e analisar a ut ilização do Sist em a de I nform ação da At enção Básica-SI AB com o instrum ento de trabalho da equipe saúde da fam ília- ESF, identificando finalidade, possíveis dificuldades e facilidades na utilização das fichas do SI AB. É um estudo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa. Ut ilizou- se de ent revist as sem i- est rut uradas, gravadas, com a ESF de Franca - São Paulo - Brasil. Est rut urou-se a análiurou-se em quatro grupos: SI AB instrum entalizando o trabalho da ESF; contradições na utilização do SI AB; lim it ações quant o à alim ent ação dos dados e sugest ões par a soluções dos pr oblem as. I dent ificou- se que é esporádica a ut ilização e o envolvim ent o da ESF com o SI AB, pelas dificuldades da equipe em t rabalhar com an álise, m on it or am en t o e av aliação de dados par a a r ealização da pr ogr am ação local e em r elação aos agent es com unit ár ios de saúde, onde a alt a r ot at iv idade dos m esm os r eflet e dir et am ent e no inadequado preenchim ent o, int erpret ação e dificuldade no ent endim ent o da finalidade das fichas.

DESCRI TORES: sist em as de inform ação; cuidados prim ários de saúde; saúde da fam ília

PERCEPTI ON OF THE FAMI LY HEALTH CARE TEAM ABOUT THE USE OF THE BASI C

HEALTH CARE I NFORMATI ON SYSTEM-SI AB

This study aim ed to identify and analyze the use of the Basic Health Care I nform ation System - SI AB by t he fam ily healt h care t eam , ident ifying t he aim , possible difficult ies and facilit ies of using t hese form s. This is an explorat ory, descript ive st udy wit h a qualit at ive approach. We have used sem i- st ruct ured t aped int erviews wit h t he fam ily healt h care t eam in Franca - São Paulo - Brazil. The analysis was st ruct ured int o four groups: the usage of SI AB as a work instrum ent for the health care team ; contradictions in the usage of SI AB; lim itations as t o dat a input ; and suggest ions on how t o solve t hese pr oblem s. We w ill show t hat t he t eam ’s use and involvem ent with SI AB is sporadic, due to difficulties in analyzing, m onitoring and evaluating data for com plying wit h local program s relat ed t o com m unit y healt h agent s, whose high t urnover direct ly affect s t he inadequat e com plet ion and int erpret at ion of form s, as well as difficult ies t o underst and t he aim of t hese form s.

DESCRI PTORS: inform at ion syst em s; prim ary healt h care; fam ily healt h

PERCEPCI ÓN DEL EQUI PO DE SALUD DE LA FAMI LI A SOBRE LA UTI LI ZACI ÓN DEL

SI STEMA DE I NFORMACI ÓN DE LA ATENCI ÓN BÁSI CA-SI AB

El obj etivo del estudio fue identificar y analizar la utilización del Sistem a de I nform ación de la Atención Básica- SI AB com o instrum ento de trabaj o del equipo de salud de la fam ilia- ESF, identificando finalidad, posibles dificult ades y facilidades en la ut ilización de las fichas del SI AB. Es un est udio explorat orio, descript ivo con aproxim ación cualitativa. Se grabaron entrevistas sem iestructuradas con el ESF de Franca - São Paulo - Brasil. Est ruct uram os el análisis en cuat ro grupos: SI AB inst rum ent alizando el t rabaj o del ESF; cont radicciones en la ut ilización del SI AB; lim it aciones con respect o a la alim ent ación de los dat os y sugest iones para soluciones de los problem as. I dentificam os que es esporádica la utilización y la participación del ESF con el SI AB, debido a las dificult ades del equipo en t r abaj ar con el análisis, m onit or eo y evaluación de dat os par a la r ealización del planeo local con r elación a los agent es com unit ar ios de salud, cuy os alt os niv eles de r ot ación influencian direct am ent e la inadecuada form a de com plet ar y int erpret ar las inform aciones y la dificult ad para com prender la finalidad de las fichas.

DESCRI PTORES: sist em as de inform ación; at ención prim aria de salud; salud de la fam ilia

1 Trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Saúde da Fam ília Pólo Nort e/ Oest e Paulist a de Form ação Acadêm ica e Capacitação de Recursos

(2)

I NTRODUÇÃO

O

Minist ér io da Saúde- MS r econheceu, na d écad a d e 9 0 , a cr ise n o m od elo assist en cial. O r eco n h eci m en t o d a r ef er i d a cr i se f ez su r g i r, em 1 9 9 4( 1 ), n o v a e st r a t é g i a e st r u t u r a n t e p a r a a

con solid ação d os p r in cíp ios d o Sist em a Ún ico d e Saúde- SUS: o Program a Saúde da Fam ília- PSF.

O PSF v isa pr ov ocar m udanças no m odelo assist encial, ou sej a, na form a com o os serviços de sa ú d e e st ã o o r g a n i za d o s e m u m d e t e r m i n a d o território, com população definida, quais os “ produtos” r esult ant es dos seus pr ocessos de t r abalho e com o esses “ produt os” são dist ribuídos ent re a população. Ten t a r om p er com o m od elo d e at en ção à saú d e baseado na visão biológica e m ecanicista e na atenção individual. O m odelo biologista traz o processo saúde-doença com o um fenôm eno de car át er indiv idual e não social, cuj a responsabilidade e solução com pet e apenas ao individuo e não à sociedade e ao Estado( 2).

No Br asil, o pr ocesso par a a r eor ganização d o si st e m a d e sa ú d e i n i ci o u - se co m a s Açõ e s I ntegradas de Saúde e com o m ovim ento denom inado Reform a Sanit ária, cuj o apogeu se deu em 1986, na VI I I Conferência Nacional de Saúde, na qual o elenco d e p r i n cíp i o s e d i r et r i zes p ar a t al f i n al i d ad e f o i est at uído na Const it uição do Brasil- 1988( 2- 3).

No cenário m undial, em 1978, a Conferência I nternacional sobre Cuidados Prim ários de Saúde, que r esult ou na Declar ação de Alm a At a, j á r eafir m av a en f at icam en t e q u e a saú d e é u m d ir eit o h u m an o fundam ent al, gerando a propost a “ Saúde para Todos no ano 2000” e a est rat égia de At enção Prim ária à Saú d e, q u e f oi d est aq u e n a Pr im eir a Con f er ên cia I nt er nacional sobr e Pr om oção da Saúde, em 1986, com a prom ulgação da cart a de Ot t awa. Discut iram -se p o l ít i ca s p ú b l i ca s e a m b i e n t a i s sa u d á v e i s e ressaltou- se a im portância da ação com unitária com o est rat égia para se alcançar a saúde. Recom endava-se t am bém a r eor ient ação dos endava-ser v iços de saúde, t en d o co m o p r é- r eq u i si t o s n ecessár i o s a p az, a habit ação, a educação, a alim ent ação, a renda, um ecossist em a est ável, recursos sust ent áveis, a j ust iça social e a eqüidade( 4- 5).

A At enção Pr im ár ia à Saúde- APS dir eciona o s se r v i ço s p a r a r e sp o n d e r à s n e ce ssi d a d e s d a população, sej a de form a colet iva ou individual. Para a APS m ais am pla, m udanças no m odelo assist encial convencional devem ocorrer. Essas m udanças foram definidas em Alm a At a, conform e descrit as na Tabela 1(6).

Tabela 1 - De at en ção m édica pr im ár ia à at en ção prim ária à saúde( 6)

Convencional Atenção Primária

Enfoque Enfoque

Doença Saúde Cura Prevenção, atenção e cura

Conteúdo Conteúdo

Tratamento Promoção da saúde Atenção por episódio Atenção continuada

Problemas específicos Atenção abrangente

Organização Organização

Especialistas Clínicos Gerais Médicos Grupos de outros profissionais Consultório individual Equipe

Responsabilidade Responsabilidade

Apenas setor de saúde Colaboração intersetorial Domínio pelo profissional Participação de comunidade Recepção passiva Auto-responsabilidade

A at enção pr im ár ia r epr esent a um esfor ço para que o sistem a de saúde se consolide, tornando-se m ais eficient e, fort alecendo os vínculos ent re os serviços de saúde e a população e cont ribuindo para a u n i v e r sa l i za çã o d o a ce sso e a g a r a n t i a d a int egralidade e eqüidade da assist ência( 7).

A est rat égia Saúde da Fam ília propõe novas pr át icas sanit ár ias cent r adas nos pr incípios do SUS d e e q ü i d a d e , d e sce n t r a l i za çã o , i n t e g r a l i d a d e e p a r t i ci p a çã o p o p u l a r e , co n se q ü e n t e m e n t e , a r e f o r m u l a çã o d o s co n ce i t o s d e sa ú d e , d o e n ça , população e prát icas. Ent ende- se que as prát icas de saú de v ão m u it o além de in t er v en ções cu r at iv as, dev endo ser direcionadas não só para at ender, m as para prevenir a doença e prom over a saúde( 8- 9). Ações

são estendidas para e j unto a com unidade, assum indo o desafio de pr om ov er a r eor ganização da pr át ica assist encial, com um a v isão de que a saúde é um conceito construído socialm ente, em que a m orbidade e a m o r t al i d ad e d o s g r u p o s p o p u l aci o n ai s est ão r elacion adas às con dições biológicas, econ ôm icas, sociais e cult urais.

O PSF é u m a est r at ég ia q u e eleg e com o ponto central o estabelecim ento de vínculos e a criação de laços de com pr om isso e de co- r esponsabilidade ent r e os pr ofissionais de saúde e a população, em conform idade com os princípios do SUS, t endo com o base as necessidades e pr ior idades da com unidade cadastrada. Desenvolve seu trabalho com um a equipe m u l t i d i sci p l i n a r, co m p o st a p o r u m m é d i co , u m enferm eiro, um auxiliar de enferm agem e de quat ro a se i s a g e n t e s co m u n i t á r i o s d e sa ú d e , co m responsabilização sobre um t errit ório onde vivem ou t r abalham as pessoas de um a ár ea adscr it a. Cada equipe é responsável, no m áxim o, por 4500 pessoas ou 1000 fam ílias( 3) e sua im plantação gera alterações

(3)

Par a m onit or am ent o e av aliação das ações e ser v iços, r ealizad os p elas eq u ip es d e saú d e d a fam ília, o MS im plantou, em 1998, j unto aos m unicípios e Est ad o s o Si st em a d e I n f o r m ação d a At en ção Básica- SI AB. Esse f oi cr iad o com o p r op ósit o d e subsidiar as t rês esferas adm inist rat ivas do SUS com inform ações, visando a agilização e consolidação dos d a d o s co l e t a d o s. O si st e m a t e m p o t e n ci a l p a r a d et ect ar d esig u ald ad es, m icr olocalizar p r ob lem as san it ár ios, av aliar in t er v en ções, agilizar o u so da i n f o r m a çã o , p r o d u zi r i n d i ca d o r e s a p a r t i r d a i d e n t i f i ca çã o d e p r o b l e m a s e co n so l i d a r p r og r essiv am en t e as in f or m ações( 9 - 1 0 ). Sign if ica a

possibilidade de uso de dados para planej ar as ações e t om ar decisões locais, um a vez que sua finalidade é produzir inform ações que possibilit em conhecer e analisar a situação de saúde, acom panhar a execução das ações e avaliar a t ransform ação da sit uação de saúde( 11).

“ Os sist em as de inform ação são concebidos seg u n d o a lóg ica d e or g an ização d os ser v iços d e saúde”( 11). Eles influenciam e são influenciados pelo

m odelo assist encial em v igência. O SI AB foi cr iado com o um instrum ento para gestão de sistem as locais de saúde. É um sist em a de infor m ação que colet a d a d o s e p o ssi b i l i t a a co n st r u çã o d e i n d i ca d o r es popu lacion ais r ef er en t es a ár eas de abr an gên cias definidas( 8). Com posto por m ódulos, o SI AB contem pla

o cadast ram ent o das fam ílias, por m eio do qual são l ev an t ad o s d ad o s d e esco l ar i d ad e, co n d i çõ es d e m or adia, saneam ent o básico e pr oblem as de saúde r efer idos na ficha A. Em out r o m ódulo, r efer e- se à sit uação de saúde e acom panham ent o de grupos de r isco nas fichas B e C. Finalm ent e, cont em pla um m ódu lo par a n ot if icação de agr av os e r egist r o de pr odução na ficha D. Par a consolidação dos dados, ex ist em r elat ór ios denom inados SSA2, SSA4, PMA2 e PMA4. A finalidade desses r elat ór ios é per m it ir o co n h e ci m e n t o d a r e a l i d a d e só ci o - sa n i t á r i a d a popu lação acom pan h ada, av aliar a adequ ação dos serviços de saúde oferecidos e readequá- los, sem pre q u e n e ce ssá r i o , v i sa n d o m e l h o r a r a q u a l i d a d e prest ada pelos m esm os. Além desses, o SI AB ainda cadastra as equipes que atuam no PSF, sendo a base para o repasse dos incentivos financeiros do MS para os m unicípios( 11- 12). Todos os m em bros que com põem

essa equipe m anuseiam as fichas do SI AB.

Alguns problem as são detectados em relação ao SI AB, pelo próprio MS, com o:

“ . . . p o u ca d i v u l g a çã o , a g e st o r e s, d a

im portância, capacidade potencial e atual do SI AB. O m odelo at u al do sist em a abr an ge par cialm en t e as ações r efer en t es à at en ção básica, du plicidade de inform ações nos diversos sistem as do MS, capacitação in su f icien t e das equ ipes par a oper ar e u t ilizar as in f or m ações p r od u zid as e f alh as n o p r ocesso d e colet a, na periodicidade e no fluxo de dados”( 11).

Apesar da per sist ên cia ain da de in ú m er os problem as e diversas dificuldades que, m uit as vezes, se consolidam - provavelm ent e porque a população e as inst it uições não v isualizar am as possibilidades da u t ilização da in f or m ação com o in st r u m en t o de n e g o ci a çã o e t r a n sf o r m a çã o - o SI AB d e v e se r considerado um a base de dados fundam ent al para o t rabalho no PSF.

Esses pr oblem as ident ificados poder ão ser solu cion ados com o pr ocesso de Ref or m u lação do SI AB - Proj eto SI AB-plus, que consta do “ Docum ento d e Re f e r ê n ci a p a r a a Of i ci n a d e Tr a b a l h o d e Reform ulação do Sist em a de I nform ação da At enção Básica” e do “ Relat ór io da Of icin a de Tr abalh o de Reform ulação do Sist em a de I nform ação da At enção Básica, a fim de que venha at ender às necessidades d a est r at ég ia Saú d e d a Fam ília”( 1 1 ). O SI AB-p lu s

dev er á gar an t ir a en t r ada de dados e ger ação de infor m ações únicas, a int egr ação com os Sist em as Car t ão Nacional de Saúde- SCNS, CadSUS, Sist em a de Regulação - Sisreg, Sist em a do Cadast ro Nacional de Est abelecim ent o de Saúde- SCNES, a ot im ização d a ca p t u r a d e d a d o s r e f e r e n t e s a o s d i v e r so s pr ogr am as da at en ção básica, ev it an do, assim , a duplicidade de esforços e a repetição de inform ações, um a vez que a fragm ent ação hist órica dos sist em as de inform ações em saúde é fat o, vist o que, em um a m esm a unidade, vários dados são coletados de form a d esar t icu lad a, o q u e d if icu lt a a at r ib u ição d e u m si g n i f i cad o ao s m esm o s n o sen t i d o d e t o r n á- l o s i n f o r m açõ es i m p o r t an t es n a p r o d u ção d e açõ es, aprim orar as form as de gerenciam ent o, cont rolar as a çõ e s r e a l i za d a s e i n cl u i r n o v o s p r o g r a m a s assist enciais no nível m unicipal( 11- 12).

O o b j e t i v o p r i n ci p a l d o SI AB-p l u s é disponibilizar aos gest ores do SUS inform ações que reflitam o perfil de atendim ento e a situação de saúde, p e r m i t i n d o a d e q u a d o p l a n e j a m e n t o , acom panham ent o e avaliação das ações( 11).

(4)

No t a m o s q u e o SI AB n e ce ssi t a d e aperfeiçoam ent o, visando a superação dos problem as j á identificados, m as, neste estudo, optou- se por fazer um recorte, ou sej a, conhecer a percepção da Equipe de Saúde da Fam ília na ut ilização do SI AB, em um Núcleo de Saúde da Fam ília de Franca- SP.

OBJETI VOS

Obj et iv o ger al

Est u d a r a u t i l i za çã o d o Si st e m a d e I nform ação da At enção Básica, segundo a percepção da equipe de saúde da fam ília de Franca - São Paulo - Brasil.

Obj et iv os específicos

- I dent ificar a finalidade e ut ilização do Sist em a de I nform ação da At enção Básica, segundo a percepção da equipe de saúde da fam ília de um Núcleo de Saúde da Fam ília de Franca.

- I dent ificar as dificuldades e facilidades no processo de ut ilização das fichas que com põem o SI AB ( Ficha A, Fi ch a B, Fi ch a C, Fi ch a D ) e r e l a t ó r i o s d e consolidação ( SSA4, PMA2) , segundo a percepção da equipe de Saúde da Fam ília de um Núcleo de Saúde da Fam ília de Franca.

METODOLOGI A

Est u d o e x p l o r a t ó r i o e d e scr i t i v o , co m abordagem qualit at iva dos dados.

Local do est udo

Município de Franca

O est udo foi desenv olv ido no m unicípio de Fr anca - São Paulo - Br asil. Fr anca possui ár ea de 609 km2 e ext ensão de 512km2, situando- se na região nordest e do Est ado de São Paulo.

É sede da DI R XI I I , à qu al per t en cem 2 2 m unicípios. A população de Franca - estim ada para o a n o d e 2 0 0 3 - é d e a p r o x i m a d a m e n t e 3 0 4 5 6 9 h a b i t a n t e s, se n d o 1 5 4 0 9 8 m u l h e r e s e 1 5 0 4 7 1 hom ens, dist ribuídos assim : 1,92% na zona rural e 98,08% no perím et ro urbano( 13).

A densidade dom iciliar na zona urbana é de

3 , 5 6 pessoas/ dom icílio. O m u n icípio possu i 8 0 6 5 5 im óv eis d om iciliar es e u m d éf icit h ab it acion al d e a p r o x i m a d a m e n t e 9 0 0 0 m o r a d i a s( 1 3 ). Em b o r a o

m u n icíp io n ão ap r esen t e f av elas, ex ist em alg u n s aglom er ados em condições pr ecár ias, concent r ados na área urbana, que se caract erizam com o barracos de alv enar ia.

O m u n i cíp i o p o ssu i , e m 1 0 0 % d a s residências, rede de água t rat ada e fluoret ada ( 0,7 p.p.m . de flúor ) e 100% possuem esgot o sanit ár io coletado e tratado. Conta com coleta de lixo em 100% das residências e o dest ino dos m esm os é o at erro sanit ário( 13).

Fr an ca en con t r a- se h ab ilit ad a em Gest ão Plena do Sist em a Municipal na Nor m a Oper acional Básica/ 9 6 e n a Gest ão do Piso de At en ção Básica Am p l i a d a - GPABA d a No r m a Op e r a ci o n a l d e Assistência à Saúde- NOAS/ 01 e conta com a seguinte estrutura física na rede pública de saúde: 14 Unidades Básicas de Saúde, 5 Núcleos de Saúde da Fam ília, 1 Núcleo de Gest ão Assist encial, 1 Cent ro de Saúde, 1 Am bulat ório de Endocrinologia e Diabet es, 1 Cent ro de Apoio Psicossocial, 1 Labor at ór io I I , 2 Pr ont os-Socorros e 2 Hospitais conveniados com o SUS, sendo um geral e o out ro psiquiát rico.

Em relação aos indicadores básicos de saúde, o m unicípio apresent a os seguint es dados, em 2001, segundo a Vigilância Epidem iológica m unicipal( 14):

- coef icien t e d e m or t alid ad e in f an t il: 1 4 , 0 0 / 1 0 0 0 nascidos v iv os;

- coeficient e de m ort alidade m at erna: 57,33/ 100000 nascidos v iv os;

- t axa de nat alidade: 17,69/ 1000 nascidos vivos; - t axa de m ort alidade geral: 5,15/ 1000 habit ant es.

Área de abrangência cont em plada no est udo

Par a alcançar os obj et iv os pr opost os nest e est udo, foi delim it ada um a ár ea de abr angência do m unicípio de Fr anca, per t encent e a um Núcleo de Saú d e d a Fam ília, localizad o n a r eg ião oest e d o m unicípio, aber t a ao público das 7 às 17 hor as. O núm er o de fam ílias cadast r adas nesse núcleo é de 8 5 4 , p er f azen d o o t ot al d e 3 5 8 1 p essoas, o q u e corresponde a 100% dos m oradores do local.

Ent rada no cam po de est udo

Quest ões ét icas

(5)

seres hum anos, m as com o t rabalhadores da saúde é que for am ent r ev ist ados, consider ou- se necessár io realizar t odos os procedim ent os relat ivos à ét ica em pesquisa.

En ca m i n h o u - se ca r t a , o f i ci a l m e n t e , a o Secret ário Municipal de Saúde de Franca, inform ando so b r e a f i n a l i d a d e d a p e sq u i sa e so l i ci t a n d o aut orização para desenvolver a referida pesquisa na área de abrangência escolhida.

Dian t e d o ex p ost o, an t es d a en t r ad a em cam po, foram seguidas as norm as estabelecidas para d esen v o l v i m en t o d e p esq u i sa, su b m et en d o esse proj eto ao Com itê de Ética da Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o- USP.

Ap ós a au t or ização of icial, con t at ou - se o Nú cleo com a fin alidade de ex por os obj et iv os do trabalho, bem com o o período em que seria realizado.

Técnicas de pesquisa

Pa r a r e a l i za r a p e sq u i sa u t i l i zo u - se d e entrevistas sem i- estruturadas com a equipe de saúde da fam ília, ent endendo que esse t ipo de ent r ev ist a possibilita obter inform es contidos nas falas dos atores sociais, reforçando a im port ância da linguagem e do significado da m esm a na colet a de inform ações( 15).

As ent revist as foram nort eadas por quest ões relativas à finalidade e utilização do SI AB, abordando aspect os com o: sit uações do pr ocesso de t r abalho em que é ut ilizado, a eficiência e debilidades na sua ut ilização, conhecim ent o e ent endim ent o da equipe de saúde da fam ília em relação às fichas, fluxo das in f or m ações, d iscu ssão d os d ad os, t r ein am en t os, sugest ões e possíveis alt erações nas fichas.

As ent r ev ist as for am r ealizadas no m ês de abril de 2003, com t odos os profissionais envolvidos na equipe de saúde da fam ília do Núcleo selecionado, sendo um m édico, um enferm eiro, dois t écnicos de enferm agem e nove agent es com unit ários de saúde, t o t a l i za n d o 1 3 p e sso a s, co n f o r m e o h o r á r i o d e d i sp o n i b i l i d a d e e d e p e r m i ssã o d a e q u i p e . As en t r ev i st as f o r am co d i f i cad as em : M- m éd i co , E-en f er m eir o, T- t écn ico d e E-en f er m ag em e A- ag E-en t e com unit ário de saúde.

Análise dos dados

Ut ilizou- se para análise e int erpret ação dos d ad os, a an álise d e con t eú d o f u n d am en t ad a em Bardin, que t em significado m ais am plo do que um

p r oced im en t o t écn ico, ou sej a: “ u m con j u n t o d e t écnicas de análise de com unicação v isando obt er, p o r p r o ce d i m e n t o s si st e m á t i co s e o b j e t i v o s d e descr ição do cont eúdo das m ensagens, indicador es ( quant it at ivos ou não) que perm it am a int erferência d e co n h e ci m e n t o s r e l a t i v o s à s co n d i çõ e s d e pr odução/ acolhim ent o dest as m ensagens”( 16).

Enquanto busca teórica e prática, obj etivando at ingir significados m anifest os e lat ent es do m at erial qualitativo, optou- se pela técnica da análise tem ática, a fim de alcançar o obj et ivo dest a invest igação.

Ent ende- se que a análise t em át ica consist e em descobr ir os núcleos de sent ido que com põem u m a co m u n i ca çã o , cu j a p r esen ça o u f r eq ü ên ci a signifiquem algo para o obj et ivo analít ico visado. Na pesquisa qualitativa, a análise tem ática se encam inha par a a pr esença de det er m inados t em as ligados a um a afir m ação a r espeit o de det er m inado assunt o, podendo ser apr esent ado at r av és de um a palav r a, um a frase ou um resum o( 17).

Dessa form a, as entrevistas realizadas foram g r av ad as, t r an scr it as, in t er p r et ad as e an alisad as dent ro do cont ext o do SUS, abordando a finalidade do SI AB, suas facilidades e dificuldades na ut ilização pela ESF.

Re a l i zo u - se p r é - a n á l i se d o s d a d o s, co m leit ur a flut uant e das ent r ev ist as t r anscr it as, um a a um a, na íntegra e, posteriorm ente, em conj unto, com a finalidade de buscar o significado das falas at ravés do diálogo com os dados, observando as repet ições, os estranham entos e tam bém abordando as questões a serem respondidas nest a invest igação, result ando j á na organização do m at erial( 18).

“ O produto final da análise de um a pesquisa, por m ais brilhante que sej a, deve ser sem pre encarado de form a provisória e aproxim at iva”( 15).

A análise dos dados foi baseada na percepção da ESF em r elação ao SI AB com o in st r u m en t o do processo de t rabalho no PSF. Est rut urou- se a análise em quat r o gr andes gr upos r elat iv os aos aspect os: SI AB co m o i n st r u m en t o d o t r a b a l h o d a ESF, a s con t r ad ições n a u t ilização d o SI AB, as lim it ações quant o à alim ent ação dos dados e sugest ões par a solução dos pr oblem as.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

(6)

n a i d e n t i f i ca çã o e a v a l i a çã o d a s f a m íl i a s, n a const rução de indicadores de saúde, na definição de p r i o r i d a d e s, n a o r g a n i za çã o d o t r a b a l h o , n a pr ogr am ação local e no dir ecionam ent o das v isit as dom iciliar es.

(...) a ficha A do SIAB é de cadastro familiar (...) endereço, quantas pessoas tem na fam ília, idade, nom e com pleto, se tem algum a doença referida, com o diabetes (...) tipo de casa que m ora, se tem água encanada, esgoto, energia elétrica, se tem plano de saúde, enfim , todos os dados sobre a fam ília ( A) .

( ...) o PSF teria que ser um a transform ação do m odelo assistencial, e o SI AB poderia ser um instrum ento utilizado para isso ( E) .

(...) onde tem SI AB o atendim ento é m uito m elhor pelas inform ações que a gente tem do paciente ( ...) ( T) .

( ...) m ost ra dados com o de int ernação: t ant a gent e internou, o trabalho lá não está sendo bem feito. Fica deixando o povo internar, é porque não está cuidando direito ( A) .

( ...) essa ficha m e aj uda m uito ( ...) então eu olho e sei o que é prioridade preciso visitar m ais vezes ( A) .

( ...) preciso do SI AB para organizar o m eu t rabalho, preciso ver a m edicação, as pessoas que lá m oram ( ...) controle de gestante... (A).

(...) o SI AB é fundam ental porque é um instrum ento de trabalho, se eu sair para fazer visitas sem essas fichas para m e orientar, fico perdida (...) (A).

( ...) você pega as fichas e vai para a visita preparada ( ...) j á faz um a visit a direcionada ( T) .

(...) o bom do SI AB é que ele traz a oportunidade de você fazer um planej am ento local e não nacional ( M) .

As f alas m ost r am a im p or t ân cia d o SI AB segundo a percepção de todos os m em bros da equipe quant o à organização do serviço, pois o m esm o t raz dados significativos que possibilitam o direcionam ento d o p r o ce sso d e t r a b a l h o d a ESF. As a çõ e s sã o d ef in id as, d ir ecion ad as e p r ior izad as seg u n d o as i n f o r m a çõ e s co n t i d a s n a s f i ch a s d o SI AB, principalm ent e na ficha A.

Tr ês infor m ações são necessár ias e usadas para o direcionam ento das ações de saúde na atenção básica, sendo: dist ribuição geográfica dos pacient es cadast r ados, car act er íst icas daquela população que influenciam a incidência e prevalência de diferent es doenças e caract eríst icas que deveriam ser levadas em consideração na decisão sobre as est rat égias de m anej o adequadas e os dados da prescrição( 6).

Há contradições entre o obj etivo do SI AB e a for m a com o os ent r ev ist ados se posicionam sobr e ele. Em bor a o in st r u m en t o se car act er ize por ser dinâm ico na m edida em que traz dados e inform ações a t u a l i za d a s, d i a g n o st i ca n d o a sa ú d e l o ca l ,

possibilitando intervir e direcionar recursos, atividades e per sonalizar at endim ent o apr esent a- se, por out r o lad o, con t r ad it ór io u m a v ez q u e os p r of ission ais con sider am - n o de difícil in t er pr et ação, os agen t es com unitários apresentam alta rotatividade no serviço, há baix o env olv im ent o da equipe, pouca ut ilização n a p r og r am ação local e d escon h ecim en t o d a su a f i n a l i d a d e p o r a l g u n s m e m b r o s d a e q u i p e , principalm ent e pelo agent e com unit ário de saúde.

(...) a facilidade é j ustam ente ser um sistem a dinâm ico (...) todos os dias o agente chega com coisas novas, com m udanças que podem m e m ostrar onde está precisando atuar ( ...) o SI AB é um bom instrum ento, m as depende m uito do envolvim ento da equipe ( ...) alguns agentes onde a rotatividade é m uito grande, acredito que estej a envolvido até o desconhecim ento, porque quando ele entra, até entender o que é SI AB, ficar entrosado com o program a (...) (E).

( ...) a dificuldade de fazer o agente entender com o preenche, de que form a, que sendo bem preenchido ajuda a gente (...) (T).

( ...) dificuldade em saber para que servia aquela ficha, quando que eu t inha que usar ( ...) ( A) .

( ...) utilizo esses dados m uito m ais para ver o núm ero de consultas ( ...) qual é a produtividade e a idade m édia dos pacientes ( ...) faz tem po que eu não tenho visto, olhado os dados (M).

(...) eu sento com os agentes e procuro estar avaliando em que situação se encontra a m icroárea, e a partir daí a gente realiza um planejam ento (...) (E).

Para a realização da program ação local pela ESF é necessário t er um sist em a de inform ação em saúde operant e, at ualizado, com acesso disponível e de fácil int erpret ação. O SI AB se propunha a t razer todas essas possibilidades nas fichas que o com põem . Foi construído visando a obtenção e geração de dados, a a n á l i se d o s m e sm o s p a r a a p r o d u çã o d e i n f o r m a çõ e s so b r e a s co n d i çõ e s d e sa ú d e , obj et ivando, com o result ado final, a organização do pr ocesso de t r abalh o da ESF e a in t er v en ção n as necessidades de saúde.

(7)

Me sm o co n si d e r a n d o a p r o d u çã o d e infor m ações em saúde um im por t ant e inst r um ent o de cont role social do SUS, a preocupação m aior da ESF e m r e l a çã o a o SI AB se co n ce n t r a n o preenchim ent o das fichas no cot idiano do t rabalho e não na análise das inform ações que ele é capaz de fornecer para a realização da program ação local.

As lim it ações em r elação à alim en t ação e int erpret ação dos dados ident ificam que o SI AB é de difícil com preensão pela equipe de saúde da fam ília, ger an do dados n ão con fiáv eis. Apr esen t a t am bém u m a d i v i sã o d e f a i x a e t á r i a i n a d e q u a d a p a r a a r e a l i za çã o d a p r o g r a m a çã o l o ca l , a l é m d e n ã o co n t e m p l a r o r e g i st r o d e a l g u m a s a t i v i d a d e s e doen ças.

( ...) talvez o que precisa é facilitar um pouco as fichas, eu ainda acho que é m uito com plicada... e quanto m ais papel você preenche, m ais confusão você faz (...) eu acho que tem gente que inventa dados ( ...) . m as eu acho que é m uito m ais por confusão (...) (M).

(...) no preenchim ento eu fiquei em baraçada (...) m uito confusa ( A) .

( ...) esposa que t em 23 anos ( ...) se você põe na faixa etária de 20 a 39 anos, fica parecendo que tem 39 anos ( ...) não adiant a fazer pr ogr am a de idoso, t em que fazer pr ogr am a ginecológico, lá só tem gente j ovem ( ...) ( M) .

Com o m uda sem pre de agente, tem sem pre dúvidas com o preenchê- lo, sem pre circula em torno disso ( T) .

(...) dificuldade porque é m uito papel (...) m e perco em tanto papel (A).

( ...) tem doenças que as pessoas têm e que não estão nas fichas, ex: HI V ( ...) e t em out ras inform ações que às vezes são necessárias e que não const am nas fichas ( A) .

( ...) O SI AB é discutido quando aparecem dúvidas em relação às fichas, preenchim ento ( A) .

( ...) o SI AB não é discut ido na equipe ( ...) às vezes a gente com enta algum a coisa, não é sem pre, é raro (...) (A).

( ...) participei de treinam ento sobre o SI AB, dengue, DST/ AI DS, saúde da m ulher e criança ( A) .

Exist em m uit as dúvidas em relação à colet a de dados nas fichas do SI AB. Há dificuldade e confusão no preenchim ento e m anuseio das fichas, o que torna o p r o ce sso d e i n f o r m a çã o co m p r o m e t i d o e questionável, um a vez que essa etapa é fundam ental para a obt enção de inform ações precisas.

Em relação à qualidade desses dados, not a-se que está diretam ente ligada à etapa de coleta e à m aneira com o os m esm os são disponibilizados.

Obser v a- se que som ent e a disponibilização de dados do SI AB para a ESF não é suficient e para sua utilização com o inform ação na program ação local.

É necessário que haj a investim ento tanto na educação perm anent e, envolv endo t oda a ESF, com o t am bém nas discussões e int erpret ações dos dados colet ados. Su g est õ es co l et a d a s v o l t a r a m - se p a r a a int ensificação da educação perm anent e, a dim inuição da quantidade de fichas, a revisão nos intervalos das faix as et ár ias const ant es nas fichas, a inclusão de doenças regionais e out ras at ividades desenvolvidas, a ut ilização do SI AB para definir necessidades locais e direcionam ent o de recursos m at eriais oriundos do MS e a im plant ação do sist em a de inform at ização.

(...) o treinam ento é m uito bom , acho que tinha que ter sem pre que entrasse turm a nova de agente, porque você tem um a outra visão, principalm ente o do SI AB, porque é m uita coisa (A).

(...) agora tá melhorando bastante com esse treinamento que teve do SI AB ( ...) é fazer cada um entender para que serve, com o preencher e que tem que ser bem feito ( T) .

O bom do SI AB é que ele traz a oportunidade de você fazer um planej am ento local ( ...) o Ministério da Saúde faz o planej am ent o nacional, vem de cim a para baixo, com o o kit m edicam ent os, colocando regiões t ot alm ent e diferent es em igualdade ( ...) o Ministério da Saúde deveria utilizar os dados do SI AB para direcionar recursos ( ...) ( M) .

( ...) o SI AB não cont em pla m inhas necessidades ( ...) t em algum as coisas que são deficient es, com o acom panhar crianças até dois anos ( ...) não m ostra as qualidades do serviço e coisas que a gente faz e não aparece no sistem a ( ...) contem pla doenças que não tem os na nossa região, com o m alária e tem outras doenças que ele não contem pla e que seriam im portantes na nossa região, com o HI V, alcoolism o, drogas ( ...) não tem nenhum a ficha para acom panhar esses casos ( ...) sint o que ele poderia ser m elhorado para nos auxiliar ( ...) ( E) .

( ...) se tivesse um com putador aqui ia facilitar m uito, porque ia ser um t rabalho m ais rápido ( ...) ( A).

A e d u ca çã o p e r m a n e n t e b e m co m o a avaliação const ant e das dificuldades de ut ilização do SI AB, enquant o inst r um ent o na pr ogr am ação local do trabalho da ESF, são requisitos fundam entais para se alcançar os obj et ivos e m et as propost as pelo PSF. Pela com plex idade do PSF, dev e- se t er apoio, n as Dir eções Reg ion ais d e Saú d e- DI R e n os Pólos d e Ca p a ci t a çã o d e Ed u ca çã o Pe r m a n e n t e , p a r a o en f r en t a m en t o d a s d i f i cu l d a d es i d en t i f i ca d a s n a operacionalização do program a e no preenchim ent o e ut ilização das fichas que cont em plam o sist em a. Não basta ter acesso só aos m anuais, é preciso investir em capacit ação.

(8)

d a s eq u i p es e r eso l u b i l i d a d e d a a t en çã o b á si ca i m p u l si o n a m a n e ce ssi d a d e d e u m si st e m a d e i n f o r m a çã o q u e co n t e m p l e a co m p l e x i d a d e d a or g an i zação d a at en ção e ap r esen t e i n d i cad or es a d e q u a d o s e o p o r t u n o s n a e st r u t u r a çã o e im plem ent ação para o acom panham ent o e avaliação das ações( 11).

Su a e l a b o r a çã o co m v i sã o n a ci o n a l n ã o enfoca as peculiar idades r egionais, pr ej udicando a a l i m e n t a çã o d e d a d o s i m p o r t a n t e s p a r a a pr ogr am ação local.

A necessidade de revisão do SI AB obj et iva, so b r e t u d o , p r o ce d e r a a l g u m a s a d e q u a çõ e s d e conceit os e faixas de idade, com pat íveis com out ros si st em a s d e i n f o r m a çã o e a r eso l v er p r o b l em a s operacionais, ent re out ras( 11).

CONCLUSÃO

Na percepção de alguns m em bros da equipe,

este estudo possibilitou identificar que o SI AB, no uso cot idiano, não alcançou na ínt egra o obj et ivo de ser u m in st r u m en t o de r eor gan ização das pr át icas de t r abalho.

Várias lim itações do SI AB foram citadas pelos ent r ev ist ados. Na opinião das aut or as, par t e dessa lim it ação pode ser at ribuída à presença incipient e da educação perm anent e, o que gera desde lim it ações n o e n v o l v i m e n t o d a e q u i p e a t é o t o t a l desconhecim ent o pelos pr ofissionais da ESF. Nest e est udo, o enferm eiro foi o profissional que m ost rou m aior envolvim ent o com o SI AB.

Cabe ressalt ar a im port ância de SI AB com o instrum ento de reorganização do processo de trabalho, m esm o que sua utilização pela ESF tenha se m ostrado incipient e, se com par ada às suas possibilidades de u so.

O SI AB, m e sm o co m a s d i f i cu l d a d e s apont adas, é um sist em a de infor m ação que dev e ser con sid er ad o com o u m a b ase f u n d am en t al d e dados na at enção prim ária à saúde.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

1. Minist ério da Saúde ( BR) . Saúde boa e vida m elhor para 50 m ilh ões. Rev Br as Saú de Fam ília m aio de 2 0 0 2 ; ( edição especial 5) .

2. Castro CGJ, West phal MF. Modelo e atenção. I n: West phal MF, Alm eida, ES de, organizadores. Gest ão em serviços de saúde: descent ralização/ m unicipalização do SUS. São Paulo: EDUSP; 2 0 0 1 . p. 9 1 - 1 1 1 .

3. Minist ério da Saúde ( BR) . Saúde da fam ília: um a est rat égia par a r eor ient ação do m odelo assist encial. 2 . ed. Br asília: MS; 1 9 9 8 .

4. Ser r ano MM, Lem es MS. Pr om oção da saúde: um nov o paradigm a? I n: Minist ério da Saúde ( BR) . Text os de prom oção da saúde. Brasília: MS; 2002.

5. Minist ério da Saúde ( BR) . As cart as de prom oção da saúde. Br asília: MS; 2002.

6. St arfield B. At enção Prim ária: equilíbrio ent re necessidades de saúde, serviços e t ecnologia. Brasília: Minist ério da Saúde; 2 0 0 2 .

7. Minist ério da Saúde ( BR) . Manual para a organização da at enção básica. 2. ed. Brasília: MS; 1999.

8 . Min ist ér io da Saú de ( BR) . Sist em as de in f or m ação da at enção básica- SI AB. 2. ed. Br asília: MS; 2000.

9. Mishim a SM, Oliveira TH, Pint o I C. O t rabalho do enferm eiro n a or gan ização dos ser v iços de saú de e su a in ser ção n o d ep ar t am en t o d e in f or m át ica d a SMS- RP. Rev Lat in o- am Enfer m agem 1999; 7( 4) : 13- 20.

10. Moraes I HLM, Santos, SRRFR. I nform ações para a gestão do SUS: necessidades e perspect ivas I nform e Epidem iol SUS 2 0 0 1 j aneir o/ m ar ço; 1 0 ( 1 ) : 4 9 - 5 6 .

1 1 . Min ist ér io da Saú de ( BR) . Relat ór io de gest ão 1 9 9 8 -2002. Br asília: MS; -2002.

1 2 . Mello MHP, Got lieb SLD. O sist em a de infor m ação de at enção básica com o font e de dados par a os sist em as de inform ação sobre m ort alidade e sobre nascidos vivos. I nform e Epidem iol SUS 2001 j an/ m ar ; 10( 1) : 7- 18.

13. Secret aria Municipal de Saúde ( Franca) . Plano Regional de Saúde. Fr anca: SMS; 2002- 2004.

1 4 . Secr et ar ia Mu n icipal de Saú de ( Fr an ca) . Relat ór io de gest ão. Franca: SMS; 2001.

1 5 . Mi n a y o MCS. Pe sq u i sa so ci a l : t e o r i a , m é t o d o e criat ividade. 16. ed. Pet rópolis: Vozes; 2000.

16. Bardin L. Análise de cont eúdo. Lisboa: Edições 70; 1995. 1 7 . Min ay o MCS. O d esaf io d o con h ecim en t o: p esq u isa qualit at iva em saúde. São Paulo: Hucit ec; 1996.

18. Pint o I C. Os sist em as públicos de inform ação em saúde na tom ada de decisão: rede básica de saúde do m unicípio de Ri b e i r ã o Pr e t o - SP. [ t e se ] . Ri b e i r ã o Pr e t o : Esco l a d e Enferm agem de Ribeirão Pret o/ USP; 2000.

Referências

Documentos relacionados

patula inibe a multiplicação do DENV-3 nas células, (Figura 4), além disso, nas análises microscópicas não foi observado efeito citotóxico do extrato sobre as

Determinar o perfil fitoquímico dos extratos aquosos das folhas de Physalis angulata L., silvestres e cultivadas, e avaliá-los quanto à influência do método de extração e

The focus of this thesis was to determine the best standard conditions to perform a laboratory-scale dynamic test able to achieve satisfactory results of the

Acrescenta que “a ‘fonte do direito’ é o próprio direito em sua passagem de um estado de fluidez e invisibilidade subterrânea ao estado de segurança e clareza” (Montoro, 2016,

Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo de espécies de Myrtaceae, com dados de anatomia e desenvolvimento floral, para fins taxonômicos, filogenéticos e

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Realizar esse trabalho possibilita desencadear um processo de reflexão na ação (formação continuada), durante a qual o professor vivencia um novo jeito de