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Evolução do sistema bancário em Portugal

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(1)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

EVOLUÇÃO DO SISTEMA BANCÁRIO

EM PORTUGAL

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CLÁUDIO MARCOS MACIEL OAc:StLVA

(2)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

E

EVOLUçAo DO SISTEMA BANCÁRIO

EM PORTUGAL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR CLÁUDIO MARCOS MACIEL DA SILVA

APROVADA EM

PELA COMISSÃO EXAMINADORA

ORIENTADOR ACADÊMICO

PROFa. VALÊRIA DE

Sb6ZA

(3)

Agradeço ao orientador, Professor Istvan

Kaznar, a colegas e professores da EBAP e

à

Faculdade de Economia do Porto (FEP) , em

(4)

SUMÁRIO

lo Introdução 3

D. O Sistema Financeiro em Portugal 5

Caracteristicas do Sistema Financeiro em Portugal 8

ID. Política da União Européia para o Sistema Financeiro 17

Mudanças no Cenário Internacional 17

Rumo a um Espaço Financeiro Europeu 24

As Medidas da União Européia para o Setor Bancário 29

IV. Anos 90: Ajustes Estruturais no Setor Bancário 40

Mudanças na Legislação do Sistema Financeiro 41

O Programa de Reprivatizações 43

A Reprivatização

no

Setor Bancário 47

Os Grandes Grupos Financeiros 49

Os Grandes Grupos nas Relações Brasil-Portugal 56

v.

Índices Financeiros do Setor Bancário em Portugal 60

VI. Conclusão 68

(5)

I. 1

NTRODUÇÃO

o

presente trabalho tem a intenção de fornecer subsídios sobre a

crescente evolução do sistema bancário em Portugal face à União Européia.

A liberdade de circulação de capitais e a implementação de modelos

referentes à harmonização do setor bancário em toda a comunidade, levou

o governo português a dinamizar o setor, até então controlado em mais

de 800/0 pelo Estado. Entre as mudanças observadas destacam-se o

processo de reprivatizações e de formação de grupos fmanceiros.

O Sistema Financeiro Internacional passou por enormes mudanças

na década de 80. A ocorrência de uma "revolução" nos setores de

informática e comunicações levou à liberalização e desregulamentação dos sistemas financeiros dos países mais desenvolvidos, propiciando uma

maior competitividade no mercado mundial.

Com o fim das barreiras entre bancos e instituições financeiras

não-bancárias, ocasionada pela desregulamentação dos serviços financeiros,

um novo padrão de concorrência surgiu na década de 80. Hoje, as

instituições financeiras movimentam, com enorme facilidade, seus capitais

num slstelna de operação funcionando 24 horas por dia, onde as

transações eletrônicas substituíram o fluxo de notas.

Paralelo a esta tendência, existe no cenário mundial a formação de

blocos econômicos numa perspectiva de governos supranacionais, no

sentido de procurar homogeneizar as regras de mercado nos países

membros. Um processo de integração como o da União Européia

(6)

comercial, mas financeira e monetária.

Deste modo, o trabalho busca identificar as medidas adotadas pelo

Governo de Portugal com relação ao setor bancário e seus agentes internos ./,

(7)

1--11. O

SISTEMA FINANCEIRO EM

PORTUGAL

o

sistema financeiro em Portugal é bastante incipiente em comparação

com os seus outros parceiros europeus, não só pelo seu reduzido peso

econômico dentro da União Européia, mas pela ausência de tradição

bancária existente mesmo quando o país disputava uma posição bem

mais avantajada nos séculos passados. O primeiro béU"lcO somente surgiu em 1821.1

A relação governo-iniciativa privada desenvolveu-se de forma pendular,

sempre acompanhada das transformações sócio-políticas ocorridas no

país. De acordo com um trabalho apresentado por Calixto (1990), podemos

observar o desenvolvimento do sistema fmanceiro ocorrido em Portugal.

Quadro 1

metade Total 2 Banco de Portugal!

>do séc. XIX Banco Com. Porto

fUlDl nenhum 51 todos os bancos

do séc. XIX

1910 parei e.! 28 Banco de Portugal

1957 nenhum 17 Banco de Portugal/

bancos coloniais

.1977 total 11 Banco de Portugal

1994 parcial 42 Banco de Portugal

Ao analisarmos o quadro 1 vemos que o sistema financeiro sempre

acompanhou os passos dados pelo regime político em questão, e foi

utilizado como instTIlmento de política econômica, seja por favorecer os

(8)

eficiência em empresas estatais falidas, praticamente no penodo em que

a banca nacionalizada sustentava economicamente estas empresas. O

trtunfo da democracia liberal no país e a inserção na Comunidade

Econômica Européia2 é que permitiu o remodelamento do sistema

financeiro de forn1a competitiva e ideal face aos padrões internacionais,

ainda que tardio.

Os bancos privados apenas tiveram um papel relevante no século XX,

quando foram instrumentos das grandes corporações e conglomerados

industliais, seja em suas atuações em Portugal como em suas colônias

localizadas na África e na Ásia, dominadas até a década de 60. O grupo

Mello, que constituía o poderoso conglomerado industlial da Central Única

Fabril (C.U.F.), dominava os bancos Torta e Açores (IrrA) e Fonsecas e Burnay

(BFB), além de controlar a Império Cia. de Seguros. O Grupo Espírito Santo,

além de possuir um banco próprio, o Banco Espírito Santo Comercial de

I1sboa, representava o Chase Manhattan e tinha ligações com o First National

City Bank, e ainda mais a Cia. de Seguros Tranquilidade, a 2ª maior em

Portugal à época. O grupo Champalinaud (atuante no setor de siderurgia),

controlava o Banco Pinto e Sorto Mayor e a companhia de seguros Mundial

Confiança. E havia, por fim, o Banco Português Atlântico, que era controlado

por um gnlpo de empresários do norte de Portugal.3

Com o fim do Estado Novo, a situação inverte-se com o Estado

assumindo um papel intervencionista no setor financeiro. Dentro de um

processo de nacionalização da economia, de modo a desmantelar e eliminar

os grandes grupos econômicos, o setor bancário foi nacionalizado. Os

bancos que existiam foram fundidos e destinados a atuar de acordo com

(9)

Neste periodo. os bancos serviram de instrumento governamental.

concedendo créditos para obtenção da confiança do público. na 1

ª

fase

(até 1977), e um posteIior controle do crédito, aliado à manipulação da

taxa de câmbio. beneficiando as exportações e a balança de pagamentos.

As estruturas financeiras foram comprometidas também com o

fmanciamento de empresas por razões políticas e sociais.

Chegava-se ao fim de 1983 com um setor bancário em cIise, dominado

pelo Estado (9 bancos comerciais). com elevado número de instituições

apresentando resultados negativos, que não provisionavam os créditos

duvidosos, em seus balancetes, numa proporção real.

O interesse de Portugal em entrar na então Comunidade Econômica

Européia (hoje União Européia), levou o governo a realizar uma

reformulação na Constituição, permitindo a atuação da iniciativa pIivada

em diversos setores da economia. Quanto ao Sistema Financeiro, este

particularmente foi beneficiado também com a desregulamentação dos

serviços financeiros no mundo inteiro, como um fenômeno setorial surgido

na década de 70.

Em 1984, finalmente. o setor bancário é liberado para a atuação da

in:clativa pri"ID-C,a. A participação do Estado ainda era excessiva, e

representava 90% do setor até 1987.4

A perspectiva de viabilização da Comunidade Européia, com liberdade

de bens, pessoas e seIViços, levou o país a adaptar sua legislação e

reoIientar a sua estratégia dentro do setor financeiro, especificamente o

bancário. O processo de repIivatização de bancos nacionalizados pelo

Estado foi então anunciado, concomitantemente com uma série de

(10)

Quanto ao sistema financeiro, especificamente, foi formada uma

Comissão para elaborar um documento propondo mudanças a serem

realizadas no setor até a data de 1993, vigência do Tratado da União

Européia. Este documento, inspirado no Livro Branco da Comunidade

Européia, denominou -se Livro Branco de Portugal para o Sistema

Financeiro, publicado pelo Ministério das Finanças em 1991.

O Livro Branco para o Sistema Financeiro Português aborda todas as

implicações possíveis para efeitos de liberalização dos serviços financeiros

dentro da Europa, e aponta alguns caminhos a serem tomados. Em linhas

gerais, o Livro Branco propôs uma adaptação dos agentes financeiros às

mudanças no setor, pautadas pela redução da presença do Estado, pela

liberalização das taxas de juros entre as instituições e na condução de

uma política de modo a evitar o controle de um setor por um grupo privado

nacional ou país, de forma a desequilibrar o mercado.

J-CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA FINANCEIRO EM PORTUGAL

O sistema fmanceiro em Portugal é composto por Instituições de

Crédito, Sociedades Financeiras e Companhias de Seguros. As instituições

bancárias dominam praticamente todo o sistema, pois na maioria das

vezes são acionistas majoritários ou controlam indiretamente as

Sociedades Financeiras e o setor de seguros.

Instituições de Crédito - Regidas pelo Regime Geral das Instituições

de Crédito e Sociedades Financeiras, pelo Decreto-lei nº 29 de 31 de

dezembro de 1992, as instituições de crédito são autorizadas a realizar a

(11)

reembolsáveis e sua aplicação subsequente em ativos fmanceiros) por

conta própria. Classificam-se dentro desta categoria, os bancos comerciais,

a Caixa Geral de Depósitos, os bancos de investimento, as Caixas

Econômicas, Caixas de Crédito Agricola Mútuo, Crédito Predial Português,

sociedades de investirnento, sociedades de locação financeira, sociedades

de "factoring" e "leasing" e sociedades financeiras para aquisições a crédito.

Dentro do modelo proposto pela União Européia, definido pelas suas

diretivas, as instituições de crédito possuem papel de banco universal.

Sociedades Financeiras -grupo de entidades que desenvolvem uma

atividade auxiliar nos mercados financeiros, sendo-lhes vetada a prática

de operações por conta própria. Enquadram-se neste modelo as Sociedades

de Desenvolvimento Regional; Sociedades Financeiras de Corretagem

(Dealers), Sociedades de Capital de Risco; Sociedades Gestoras de

Participações Sociais, de Fundos de Investimento, de Patrimônio; etc.

Companhias de Seguros - grupo de entidades que se destinam a

assunção contratual de riscos individuais através de sua transformação

em riscos coletivos.

o

Banco Central é representado pelo Banco de Portugal. Além de ter

o papel de emissor de moeda, o B3J.ICO de Portugal exerce tarnbém a função,

como intermediário das relações monetárias internacionais, de supervisão

e controle das instituições fmanceiras. A sua relação com o governo é

independente, defmida pela sua Lei Orgânica, onde é previsto:

"art. 25 - O Banco pode conceder ao Estado, por via de

adequndas operações de crédito, os meios necessários à

(12)

art. 26 - O

Estado pode recorrer a uma conta gratuita aberta

no

Banco, ctljo saldo devedor não poderá exceder 10% das

respectivas receitas correntes cobradas

no

último ano.

art. 27 -

Além dos casos previstos ( ... ) é vedado ao Banco a

concessão de crédito ao Estado e a outras pessoas coletivas de direito público, saloo a tomadaJirme de bilhetes do tesouro,

em condições acordadas entre o Ministério das Finanças e o

Banco e observados os limites legais. "

No âmbito do mercado monetário, a criação de novos produtos

fmanceiros permitiu ao governo que negociasse o financiamento de seus

gastos sem que recorra do crédito bancário, como outrora. Destacam-se

dentre estes produtos os Bilhetes do Tesouro (1985) e os Certificados de

Depósito. A definição pormenorizada destes produtos será descrita, mais

adiante, no desenvolvimento do trabalho.

Os Bancos

No setor bancário, atualmente, existem 42 bancos operando em

Portugal, o que representa um ativo de 153,5 milhões de dólares, 3.336

agências e 61.816 empregados. O setor público apresenta ainda uma

participação grande no mercado, mesmo concluídas as fases de

privatizações. Os Grupos Caixa Geral de Depósitos e Fomento Exterior,

estatais, totalizam cerca de 38% do mercado. É bom lembrar que, em

1987, o setor público somava 900/0 do setor.

Os bancos, de acordo com o artigo 4º da Lei nº 298/92, que regula as

Instituições de Crédito, podem efetuar as seguintes operações:

"a) Recepção de depósitos ou outros fundos reembolsáveis;

b) Operações de crédito, incluindo concessão de garantias e

outros compromissos, locação financeira e factoring;

c) operações de pagamento;

(13)

cartões de crédito, cheques de viagem e cartas de crédito;

e) transações, por conta própria ou da clientela, sobre instrumentos do mercado monetário e cambial, instrumentos financeiros a prazo e opções e operações sobre divisas ou

sobre taxas de juros e valores mobiliários;

j) participação em emissões e colocações de valores mobiliários e prestação de serviços correlatos;

g) atuação nos mercados interbancários;

h) consultoria, guarda, administração e gestão de carteiras

de valores mobiliários;

i) gestão e consultoria em gestão de carteiras de outros patrimônios;

j) consultoria de empresas em matéria de estrutura do capital,

de estratégia empresarial e de questões conexas, bem como consultoria e serviços no domínio da fusão e compra de

empresas;

l) operações sobre pedras e metais preciosos;

m) tomada de participaçôes no capital das sociedades;

n) comercialização de contratos de seguro; o) prestação de iriformações comerciais; p) aluguel de cofres e guarda de valores;

q) outras operações análogas e que a lei lhes não proíba. ..

A composição dos recursos do setor bancário é dada por sua maioria

de clientes, sendo pessoas fisicas ou juridicas, tomadoras ou poupadoras

de crédito.

III Clientes

=:J Fundos Próprios . [J Recursos Inst. Crédito

liIl Outros Recursos

[J Créditos a Clientes =:J Aplic. em Títulos O Aplic.

r.

C.

iill Disponibilidades

I] Outros

24

04

39

06

(14)

Ao analisarmos o quadro 2, vemos que a participação dos clientes na

composição do passivo do sistema bancário está na faixa de 630/0.

Entretanto, este percentual tende a diminuir cada vez mais, uma vez que

com a diversificação das atividades bancárias, outros tipos de

financiamento junto com outras instituições de crédito (principalmente

ligadas aos mercados monetários) vêm ocupando destaque.

Sob o ponto de vista da aplicação de recursos (ativo) do sistema

bancárto, os componentes estão mais distribuídos, sendo que o crédito

concedido aos clientes ocupa uma participação de 39%. A aplicação em

titulos e empréstimos a outras instituições de crédito está na faixa de

240/0 e 19% respectivamente. A composição do ativo ainda se distribui em

disponibilidades (12%) e outras aplicações (incluídas aí as imobilizações,

que significam 30/0 do total).

Os maiores bancos a operar em Portugal são (em US$ milhões):5

, Caixa Geral de Depósitos 27320 2864 272

.. Banco Português Atlântico 15250 913 139

'Banco Totta e Açores 12630 872 139

.• Banco Comercial Português 10987 1110 103

Banco Espírito Santo 12535 726 126

Banco Fomento Exterior 4702 632 77

O Estado ainda detém uma participação importante no setor, controlando

o 1 º e o 6º maiores bancos comerciais. Os bancos recém reprivatizados (2º,

3º e 5º maiores bancos) ocupam também posições estratégicas e apresentam

melhorias em seu desempenho ano após ano, assim como o Banco

Comercial Português, que é o único banco privado criado após a Revolução

(15)

Entretanto, os bancos portugueses são, a nível europeu, de pequena

dimensão, sendo os seus maiores bancos classificados apenas como

bancos regionais. Este vai ser um importante parâmetro para as

estratégias a serem defmidas pelas instituições, dadas as regras do

Mercado Único de um Espaço Econômico Europeu. De acordo com a

Revista The Banker, a classificação dos bancos portugueses no ranking

mundial ao longo dos anos é:

1-250 251-500 501-790 791-1000 1 O 1 8 1 1 3 4 1 2 5 4 2 3 2 O 3 4 2 O 2 4 1 4

Vemos que apenas 11 bancos situam-se entre os 1000 maiores do

mundo e que nenhum chegou aos 100 primeiros. Entretanto, analisa-se

um crescimento entre os bancos de médio porte em Portugal, visto que,

de apenas 1 banco situado entre os 500 maiores, passou para 6 bancos

em 1994, destacando-se os bancos que passaram pelo processo de

reprivatização em 1989.

Seguros

o

setor de seguros é abrangido pelo Decreto-lei n Q 102/94. Os grandes

bancos e as seguradoras francesas são as maiores do mercado.6 Uma

estratégia adotada na ligação bancos-seguros, como ocorre na França,

tem-se verificado em Portugal, com a utilização das agências bancárias a

vender títulos de seguros. De acordo com a Associação Portuguesa de

(16)

Império Mello 13.0010

Fidelidade CGD 12.6%

Tranquilidade Espírito Santo e Credit Agricole 9.4%

Mundial Confiança Mundial Confiança 8.7%

Bonança Grupo Comercial Português 7.5%

Outras Instituições de Crédito

Sociedade de locação f'manceira -Conhecida também como leasing,

a sua função é a intermediação na cedência temporária de um bem por

parte do proplietárto a um terceiro, nlediante pagamento de uma venda.

Sociedades de factoring -Têm o objetivo de intermediar os créditos

a curto prazo que os fornecedores constituem sobre seus clientes.

Trata-se de um instrumento bastante útil para as empresas, principalmente

exportadoras de pequeno e médio porte.

Sociedades Financeiras para aquisições a crédito - Atuam no

financiamento de aquisição a crédito de bens e serviços diretamente

relacionados com as formas de fmanciamento.

Sociedades Financeiras

São empresas que mesmo não sendo classificadas como Instituições

de Crédito estão autolizadas a poder realizar uma ou mais operações

permitidas aos bancos, excetuando-se a realização de depósitos ou fundos

reembolsáveis, o leasing, o factortng e a comercialização de contratos de

seguro. Desempenham funções de intermediários financeiros, geralnlente

na captação de poupanças ou pela prestação de serviços de natureza

(17)

existentes em Portugal são, de acordo com o Decreto-lei nº 298/92:

Sociedades Financeiras de Corretagem -Atuam na compra e venda

de valores mobiliários por conta própria ou por conta de terceiros. Atuam

também na intermediação das ofertas públicas de transação, emissão de

obrigações e a concessão de crédito a clientes para a aquisição de valores

mobiliários. São os chamados "dealers".

Sociedades Corretoras -Apesar de também atuarem na compra e venda

de títulos mobilifuios e na intermediação das ofertas públicas de transação,

não podem realizar estas operações por conta própria. Estas sociedades

possuem algumas restrições também quanto a alguns tipos de intermediação

financeira, definidos pelo Código de Mercado de Valores Mobiliários.

Sociedades de Capital de Risco -Atuam na participação temporária

de capital social de empresas, de forma a apoiar e promover o investimento

e inovação tecnológica nos projetos destas. Realizam estudos

técnico-econômicos de viabilidade de empresas, de novos projetos de investimento,

nas condições e modalidades do respectivo fmanciamento. Executam

também estudos ou projetos visando a reorganização, concentração ou

qualquer outra forma de racionalização da atividade de empresas em que

t end.am 1-1 pa r t " -lClpaçao.

Sociedades Mediadoras no Mercado Monetário e no Mercado de

Câmbio - Intermediam a participação do público e das instituições

não-bancárias nos mercados monetário e cambial. Estas sociedades não estão

autorizadas a exercer operações ativas e não podem agir por conta própria,

dada sua função de mediadora.

Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento - atuam como

(18)

fundo em um determinado investimento (mobiliário ou imobiliário), e são

responsáveis pela sua administração.

Sociedades Emitentes ou Gestoras de Cartões de Crédito -atuam

na administração de cartões de crédito, assim como cartões garantia de

cheque e cartões de débito.

Sociedades Gestoras de Patrimônio -Têm a função de administrar

bens pertencentes a terceiros, assim como de prestação de serviços de

consultoria em matéria de investimento.

Sociedades de Desenvolvimento Regional - Buscam a realização

de investimentos em determinada região através de concessão de créditos

na participação no capital, ou outras formas de incentivo. Muitas destas

sociedades também atuam em operações previstas pela Comunidade

Européia (por intermédio do Quadro Comunitário de Apoio), como estudos

econômicos, prestação de serviços, etc.

Sociedades Administradoras de Compras em Grupo - Consistem

na intermediação de compras feitas por um conjunto de participantes, o

qual as sociedades se responsabilizam desde o recebimento dos fundos

até a liquidação dos bens ou serviços prestados.

Agências de Câmbio - Atuam na realização de operações de compra

e venda de notas ou moedas estrangeiras ou cheques de viagem. Foram

inseridas dentro do Decreto-lei nº 298/92 como Sociedades Financeiras

de modo a obter um controle mais efetivo pelo Banco de Portugal.

Outras sociedades financeiras também atuam em Portugal, embora

com menor grau de relevância. A Empresa Financeira de Gestão e

Desenvolvimento S/A (FINANGESTE) também é classificada como uma

(19)

111.

POLíTICA DA

U

N tÃO

EUROPÉIA PARA O SISTEMA

FINANCEIRO

MUDANÇAS NO CENÁRIO INTERNACIONAL

Para compreender este processo de integração entre sistemas

fmance:iros de diversas nações, é preciso acompanhar as mudanças no cenário internacional, onde destacam-se 3 pontos: o papel da tecnologia,

os euromercados e os blocos econômicos.

o

Papel da Tecnologia

O avanço da tecnologia de informação nas últimas décadas

ultrapassou qualquer tipo de propósito. Dia após dia, surgem novas

sistemas e produtos na área de informática, que otimizam as operações

fmance:iras, sejam interbancárias ou com clientes e particulares.

A indústria das telecomunicações, segundo o pesquisador americano

John Nabbit (l994) é pautada em quatro grandes idéias que levaram a

este rápido avanço no setor:

. combinação de tecnologias - a interação telefone/televisão/

computador, que leva a um aumento da capacidade de comunicação .

. alianças estratégicas -surgimento de inúmeras fusões,joint ventures

e alianças de diversos tipos de forma alucinante, permitindo acelerar a

(20)

. criação de uma rede local-o avanço do setor leva à busca frequente

de uma rede de telecomunicações global e ininterrupta, permitindo que

todas as pessoas do mundo estejam conectadas umas às outras .

. massificação dos telecomputadores - é necessárto que todo este

processo se complete pela descentralização e individualização da

telecomputação.

Este processo de inovação tecnológica tem permitido alterar

radicalmente a organização e o funcionamento do sistema fmanceiro.

Criaram -se novas técnicas de informatização que agilizam a capacidade

de informações e de operações na atividade. Como exemplos práticos de

sua importância, citamos a utilização de modernos sistemas de

transmissão de dados, os centros financeiros interligados, a atividade

bancárta eletrônica (assim como o desenvolvimento dos seus produtos aí

derivados: os ATM, "home banking", etc.).

Os Euromercados

o

franco desenvolvimento dos meios de informática e de comunicação

e o fim do tratado de Bretton Woods (em março de 1973) permitiu o

cescnvo: ... ilnento dos Inercados financeiros e transação em moedas fora

do país de origem, concepção dos Euromercados. O advento dos

Euromercados permitiu a viabilização de inúmeros fluxos vultosos de

capital, podendo citar como exemplo o movimento do capital das

multinacionais, os empréstimos aos países do Terceiro Mundo, os

programas de organização internacionais em escala global, etc.

Os Euromercados serviram bem para escapar das regulamentações e

(21)

das operações em moedas, os euromercados atuam nos setores de

concessão de créditos e lançamentos de títulos. O dólar, como moeda

mais aceita mundialmente, é o principal ícone de transação nestes

mercados, sendo denominado eurodólar na efetivação dessas transações. As transações dos Euromercados reforçam a liquidez internacional,

pela garantia que representam aos agentes econômicos. Isto se dá devido

à grande solidariedade entre os agentes do sistema, por via de sistemas

de compensação, conseguinde inclusive evitar a "quebra" de um banco.

Os Blocos Econômicos

o

processo de integração econômica entre as nações não pode ser

considerado como "modismo" ou qualquer tipo de descrição superficial,

por ser um processo irreversível. Ele é mais do que uma resposta ao

processo de globalização da economia, é uma tentativa de coordenar

conjuntamente os problemas existentes na sociedade contemporânea,

caracterizando-se pela busca do bem-estar social, a partir da ação

cooperativa.

Entretanto, este processo realiza-se de forma lenta e negociada passo

a passo. O prirneiro pressuposto é o de que os beneficios sejam maiores

que os custos, dentro de cada Estado envolvido na negociação. Os governos

dos estados-membros, refletindo os agentes econômicos e até mesmo a

população (em muitos casos referindo-se à adesão por meio de plebiscito)

optam e negociam o que, quando e como vai realizar-se o processo de

integração econômica.

As economias de integração seguem várias etapas para a concretização

(22)

Européia. estas etapas são caracterizadas por modelos descritos abaixo.

o Zonas de Livre Comércio -os estados-membros eliminam todas as

barreiras comerciais existentes entre si. mas conservam sua liberdade de

determinação de suas políticas frente ao exterior. Visa maiores níveis de

produção dado o crescimento de mercado.

o União Aduaneira - são iguais às Zonas de Livre Comércio. com a

diferença de adotar relações comerciais coml.ms para os países não-membros.

A intenção é um aumento de barganha na mesa de negociações comerciais.

o Mercados Comuns - são Uniões aduaneiras que permitem uma

completa liberdade de fatores através da eliminação de fronteiras entre

capitais. pessoas. serviços e bens no espaço comunitário. Visa

principalmente a redução dos preços dos fatores com a mobilidade

transfronteiriça e a redução dos custos.

o União Econômica -quando os mercados comuns tinham condições

para a unificação das políticas monetárias e fiscais. dentro de um regime

macro-econõmico comum. sustentado pelas autoridades governamentais

dos estados-membros. A moeda única entra nesta fase.

o Integração Econômica Completa ou União Política - quando os

estadoS-lnembros transformam-se em uma só nação. As autoridades

centrais controlam além das políticas macroeconômicas. e também são

responsáveis frente a um parlamento unificado.

O regionalismo e a organização em comunidades vizinhas é sem dÚvida

uma tendência mundial. Existem atualmente diversos blocos e acordos

comerciais. com o agrupamento de diversos países-membros. seja em

(23)

· União Européia (UE) - É o agrupamento mais avançado no mundo.

Composto por 15 países, a União Européia surgiu com o Tratado do Carvão

e do Aço entre 6 países, que foi estendido com o passar dos anos a outros

países e aprofundoll seu campo de atuação econôrnico e político. ~Ei.

permite a livre movinlcntação de bens, serviços, pessoas e capitais, e

caminha para a viabilização de uma moeda única.

Acordo de Livre Comércio Norte-Americano (NAFTA) -Composto pelos

Estados Unidos, Canadá e México. Permite uma União alfandegária entre

estes países e prepara o alargamento para outros países da América Latina.

Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) - Composto pelos maiores

países da América do Sul, desempenha um papel de livre-comércio entre

os países-membros. O aprofundamento de suas relações depende de uma

estabilidade macroeconômica.

Quanto à constituição de políticas públicas dentro dos blocos

econômicos, ela deverá obedecer os seguintes pressupostos: ser conduzida

por todos os estados-membros em comum acordo para que não haja

distorção nem favorecimento de alguma região, mesmo que

não-intencionalmente; aumentar o número de participantes no processo de

fonnulação e elaboração das políticas, respeitando-se os estados menlbros

e os grupos envolvidos; regulamentar as políticas por via de instrumentos

jurídicos que assegurem o compromisso dos estados-membros de

aprová-los; e garantir prazos para que estas políticas sejam executadas.7

As políticas a serem adotadas no campo da economia não devem ser

restritas ou demasiadamente regulamentadas. de modo que não se crie

uma desvantagem frente ao exterior. Também não podem permitir que

(24)

competitiva no momento. Este equilíbrio a ser alcançado é a chave para a

condução com sucesso da maximização vinda com a integração econômica.

Os atores na formulação da política pública de integração ainda são

os Estados Nacionais que, representados por seus técnicos, discutem

dentro de um fórum que abrtga a integração, os seus interesses, as relações

de causa-efeito nas medidas a serem adotadas e a negociação de uma

abertura de poder de soberania em prol do objetivo comum, na formação

do bloco econômico. Não se pode deixar de mencionar o papel dos agentes

econômicos privados, tais como exportadores, industriais e outras figuras

na economia ativa que intercedem junto a seus organismos de classe

(sindicatos, associações), tendo os seus interesses localizados face ao

problema que irá gerar a adoção de uma medida de caráter setorial. Veja

a força dos agricultores franceses dentro da União Européia, quanto à

Política Agrícola Comum (PAC) e os subsídios nela envolvidos.

Desta IOllna, podeIl1os assinalar que o prtncípio de uma etapa de

política pública, no que se refere à formulação das medidas, tem que ser

exaustivamente negociado com todos os setores envolvidos, de forma a

garantir o sucesso para ambas as partes. Qualquer desvio, erro ou conflito

não resolvido criado na etapa de formulação pode comprometer toda a

política em questão.

A aprovação das medidas é geralmente feita pelos chefes de governo

das nações envolvidas, por meio de tratados, nos quais eles se

comprometem a, até uma determinada data, adaptar as legislações locais

em prol da vigência do tratado. Os governos têm, de acordo com as suas

necessidades locais, prazos para o cumprimento das metas estabelecidas

no campo jurídico. Com a evolução do processo de integração, o fator

(25)

desempenho será também analisado, pois quanto maior a integração,

mais as economias dos paises têm de estar integradas ou de certa forma

dentro de padrões que tendem a amenizar a diferença.

Iv1ais uma vez voltando ao caso europeu, a integração foi feita por

etapas a serenl cumpridas, não só pela modificação pura e simples na

legislação, mas tambénl pelo desempenho específico de cada país. Uma

maior prova é o Sistema Monetário Europeu, onde é preciso que o país

esteja dentro de alguns parâmetros alinhavados previamente entre os

representantes, para que não comprometa o projeto.

A interdependência de economias já afirma o caráter de

irreversibilidade do processo de integração econômica. Isto não significa

que um recuo venha a ocorrer em alguma situação de crise mundial, pois

o tema é recente. Porém, o processo deve ser feito negociado e seguro das

intenções das nações envolvidas.

A necessidade de criação de órgãos neutros, supranacionais, ainda é

recente e só existe a experiência européia. Pode ser que, com a evolução

dos outros blocos, haja o desenvolvimento de modelos deste tipo, mas no

estágio de Zonas de Livre Comércio e Uniões Aduaneiras, a ausência destes

A avaliação, a supervisão e o controle são feitos pelos países de origem

ou pelos órgãos comunitários, diferentemente da matéria a ser envolvida

na questão. O controle exercido quanto às ações de política agricola é

efetuado no espaço comunitário, quanto aos subsídios dados aos

agricultores dos países. Entretanto, existem alguns casos, no que se refere

ao Sistema Financeiro, em que a fmalização exercida nos bancos é de

caráter nacional, como o princípio de controle do país rk origem e de

(26)

reconhecimento mútuo. Isto ocorre dada a multifacetação dos sistemas

europeus, com cada país apresentando uma caractenstica diferente e

legislação também no que diz respeito.

RUMO A UM ESPAÇO FINANCEIRO EUROPEU

A desregulamentação e a modernização dos mercados financeiros

levaram a uma redução do custo dos créditos, e com isto garantem um

acesso mais fácil ao capital. Contudo, este processo poderá favorecer o

desenvolvimento da especulação e causar instabilidade nos mercados. A

necessidade de elaboração de uma política pública para o setor financeiro

é vital para estabelecer uma relação entre o setor e o poder público.

Até as últimas décadas, com a limitada autonomia das políticas

econômicas nacionais em suprimir os efeitos perversos da globalização,

[' "1,.: -- ....,. •. -. ~ ..

,--'

de enfrentar estes problemas conjuntamente. Assim, foi montado um

modelo de integração econômica capaz de dar respostas aos desafios

enfrentados pela economia mundial.

Além das modificações ocorridas no âmbito econômico nos anos 80,

ven;'~::1S um? COilStituiçáo prGgres::.Jiva de Uúl espaço de políticas públicas,

ao nível dos blocos econômicos, pelos países integrantes da União

Européia. A convergência européia para englobar diversos estilos de

políticas públicas abrange a compreensão de três níveis básicos: a

transformação de uma agenda política européia; a constituição de

um espaço comunitário de representação de interesses e a

transformação dos modos de decisão.

(27)

o

processo de integração fmanceira na Europa tem suas oIigens em

meados da década de 60, onde o termo é refeIido pela pIimeira vez no

Programa de Ação da Comunidade. Um modelo de integração mais estruturado só é elaborado no R!f:latório Werner, nos anos 70. O

documento descrevia os caminhos a serem tomados em um processo

composto em três etapas. Como etapa inicial, o relatóIio propunha uma

realização de uma área de livre circulação entre bens, serviços, pessoas e

capitais. Os estados-membros teIiam que articular uma coordenação entre

políticas nacionais de forma a obter uma congruência entre países,

evitando assim desequilíbIios regionais internos à Comunidade. A partir

desta realização, o próximo caminho seIia o alcance de uma União

Monetária, com unla só moeda. A inviabilização deste projeto na década

de 70 foi dada pela cIise econômica mundial, com a cIise do petróleo, a

falência do tratado de Bretton Woods, e o posteIior fracasso das chamadas

"Serpentes Monetárias" no seio da Europa.

Em 1979, começa a funcionar o Sistema Monetário Europeu (SME) ,

que consiste na instituição de um regime cambial com faixas de vartação

das suas taxas na ordem de ± 2,25%. O Sistema Monetárto Europeu foi

inicialmente composto por oito países (França, Alemanha, Itália, Bélgica.

Holanda, Luxernhurc:o, IrLlJlctl e Dinmn:Lrca) sendo, posteriormente.

ampliado com a entrada da Espanha (1989), Grã-Bretanha (1990) e

Portugal (1992). A cIiação de uma moeda única européia, o ECU (European

Currency Unit), foi outra medida adotada pela Comunidade Européia,

apenas para a realização de contratos.

O Ato Único Europeu. em 1986, revisa os tratados da Comunidade e

torna-se mais objetivo quanto aos seus compromissos: a cIiação de um

(28)

espaço unificado onde pessoas, capitais, bens e serviços pudessem circular

com verdadeira liberdade, fIxando a realização deste mercado interno

comunitário em 1993. Para o cumprimento deste objetivo, os anos

compreendidos neste espaço foram destinados à implementação de uma

série de medidas que vão desde a harmonização fiscal até as diretivas no

setor de seguros.

O Relatório Delors constituiu um aprofundamento ainda maior

quanto ao processo de integração comunitária. A aprovação do Relatório

significava a transformação da Europa em uma só política, uma só moeda.

Foram estipulados prazos para a construção de uma União Européia. O

Tratado de Maastricht referendou o Relatório Delors, mesmo con1 as

resistências enfrentadas em cada estado-membro (os plebiscitos na

Dinamarca e na França; o euroceticismo britânico). Dentro da construção

da União Econômica Monetária encontram-se diferentes etapas a serem

desenvolvidas e é previsto que os países que consigam cumprir com os objetivos definidos em uma etapa, gradualmente passem a integrar outras

etapas. É o postulado da "Europa a duas velocidades H polêmico, pois

permite que os países mais adiantados aprofundem logo o processo de

integração, em vez de esperar que os resultados de todos os países que

compõem a União Européta sejam satisfatórios.

A construção da União Econômica e Monetária é subdividida em três

etapas que

membros.

gradativamente buscam a Integração entre os estadO~

(29)

1ª fase - Até dez/1993

Política Econômica

· reforça a coordenação de políticas nacionais

fortalecimento ela política orçamental e fiscal corrigindo possíveis

desequilíbrios

· Criação de um Conselho Europeu que determina os projetos de interesse

da Política da Comunidade.

Política Monetária

· livre circulação de capitais

· criação de um Comitê de Bancos Centrais

adesão de todos os países da União Européia ao SME, alcançando a

faixa de ± 2,250/0 da variação cambial (não alcançada até hoje) · controle do crédito do Estado por parte dos bancos centrais e fim do

acesso privilegiado às empresas estatais.

2ª fase -Até 1998

Política Econômica

. centrada no controle orçamentário

. fI - - 1 lt 1 50/- Pod· d <::> ~

-él In açao nao poc e 11 rapassar em ~, 10 a m.v·' la os 0 pmses com menor subida de preços

. fixa o limite para o déficit orçamentário em 30/0 do PIB, e para a dívida

pública em 60% do PIB

fmanciamento público com recursos em mercados de capitais como

qualquer agente econônlico

(30)

Política Monetária

· assegurar a independência legal e estatutária para os bancos centrais

· bancos centrais proibidos de conceder crédito a descoberto a organismos

comunitárIos ou entidades públicas nacionais

· criação do Instituto Monetário Europeu, que visa: reforçar a cooperação

entre os bancos centrais e coordenar as respectivas políticas

monetárias; supervisionar o mecanismo cambial do SME e gerir

mecanismos de créditos; e, por fim, gerir o sistema de criação de

ECU's e promover a sua utilização

fase -

Até 2002

Política Econômica

. controle ainda maior de déficits orçamentários sob o risco de punição

aos estados-membros

Política Monetária

. irrevogabilidade das taxas de câmbio entre as moedas pelo ECU

criação do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC), que irá,

conjuntamente com o Banco Central Europeu, ser responsável

por toàa a coordenação de políticas monetárias dos

Estados-membros e pelo controle de preços.

Com estas políticas públicas elaboradas no âmbito da União Européia,

os objetivos finais a serem alcançados são a realização do mercado único e

das novas regras orçamentárias; de uma união monetária baseada em um

(31)

competir com o dólar e o iene. O comportamento dos agentes econômicos

(empresas, sindicatos, consumidores, etc.) será baseado no modo de

implementação por parte, não só da União Européia, como dos estados

nacionais, e sua reação à nova ~strutura con1petitiva a ser elaborada.

Laranjeiro (1994) analisa as vantagens e desvantagens do Sistema

Monetário Europeu sob três aspectos: as vantagens e desvantagens

per-manentes, os efeitos transitórios e as perdas de soberania. Evidentemente,

as vantagens trazidas pelo SME são enormes, principalmente advindas

com a redução dos custos com a moeda única e a utilização de economias

de escala. Contudo, é importante observar que é necessário um esforço

por toda a Comunidade, de modo a evitar desequilíbrios regionais. Quanto

aos efeitos transitórios, a questão que o autor levanta é se o conjunto de

variáveis utilizado no período de transição rumo a uma convergência

nominal correspondem a uma convergência real, de qualidade de vida

das pessoas, de forma a não comprometer o processo de integração mais

adiante. Por fim, o conceito de soberania é levantado sobre a perda real

que os estados-membros terão em termos de políticas públicas em prol

da União Européia, que pode transformar-se em um problema em períodos

de dificuldades que cada estado-membro pode atravessar.

As MEDIDAS DA UNIÃO EUROPÉIA PARA O SETOR BANCÁRIO

A necessidade de padronização entre diversos sistemas financeiros

dentro de um Espaço Europeu insere-se nos objetivos da União Européia,

em busca de um mercado único. Com a adoção de diversas medidas

comuns a cada estado-membro, o resultado esperado é defmido por "um

conjunto de inidnfivas que desencadeiam um cOl1junto de relações

2C

(32)

interativas que produzem

os

efeitos necessários para a integração da

economia européia".

O Espaço Financeiro Europeu, proposto pelo Relatório Delors e

ratificado pelo Tratado de Maastricht consiste na criação de um mercado

único fundamentado em cinco premissas fundamentais: a liberdade de

estabelecimento de instituições fmanceiras; liberdade de prestação de

serviços; harmonização e reconhecimento mútuo das regulamentações

nacionais; a liberdade de circulação de capitais; e a União Monetária.

Liberdade

de

Estabelecimen to

O princípio da liberdade de estabelecimento consiste na liberdade de

qualquer instituição financeira européia em instalar -se em outro

estado-membro sem necessidade de requerer autoIização às autoridades do estado

acolhedor. Entretanto, existem limitações de legislações locais que possam

atingir as regras de concorrência, de modo a impedir a entrada de um

determinado estabelecimento de uma instituição financeira ou a aquisição

de uma outra instalada no país.

Livre prestação

de

serviços

A liberdade também é estendida quanto à prestação de serviços por

parte de qualquer instituição de crédito, com sede em algum dos

estados-membros, mesmo que não haja nenhuma sucursal ou qualquer outra

dependência. Elas obedecem, porém, as regulamentações e supervisões

(33)

Um exemplo, para melhor entender como é o funcionamento desta

premissa, é o fornecimento de um tipo de produto fmanceiro por um

banco espanhol para um residente na França, que poderá usufruir deste

serviço sem que haja uma só sucursal ou filial do banco na França. Porém,

o banco que presta este serviço está sujeito ao controle e regulamentação

do país onde tem sua sede, no caso a Espanha.

Harmonização e reconhecimento mútuo das regulamentações dos

estados-membros

Todas as instituições fmanceiras estão sujeitas à regulamentação do

estado-membro onde possui a sua sede, e não de acordo com as legislações

nacionais onde estiverem instaladas. Este procedirriento aplica-se também

às sucursais instaladas em outros países da União Européia. De modo a

evitar que se crie uma concorrência desleal por parte dos estados-membros

que possuam regras mais flexíveis, a União Européia aprovou diretivas e

recomendações que estabeleçam uma harmonização mínima das

regulamentações aplicadas às instituições financeiras.

Liberdade dos movimentos

de

capitais

Em um processo que desenvolveu -se de forma morosa, a liberação

dos movimentos de capitais foi fmalmente conseguida em 1993, com a

adesão de todos os estados-membros. Apesar de ser um avanço quanto

ao desenvolvimento do sistema financeiro a nível europeu, para os

estados-membros foi uma decisão difícil de aprovar, pois acarreta uma perda de

autonomia perante o controle dos movimentos de capitais entre países

(34)

dos estados-membros é clara e necessita ser mantida, visando colaborar

com a estabilidade do sistema, que seria de forma muito mais vulnerável

caso a descongruência de diversas políticas monetáIias se flzesse presente.

União Econômica

e

Monetária

Por fim, para completar todas as premissas feitas pela União Européia

para a reestruturação do sistema financeiro, o processo de união econômica

e monetária. Todas estas medidas não teriam razão de se implementar se

não houvesse o reforço de coordenação de políticas monetártas e econômicas

de diversos estados-membros em uma só política européia, uma só moeda.

A integração dos sistemas financeiros, além de ser um fenômeno mundial,

também é objeto de aprofundamento dos blocos econômicos.

Estas premissas serviram de suporte para a montagem de um Espaço

Financeiro Europeu. O que foi apresentado pela Comissão das

Comunidades Européias foi transfonnado em legislação comunitária

através de diversas diretivas, recomendações e resoluções. A primeira

vez em que se propôs um Espaço Financeiro foi no Tratado de Roma, que

j t. pl'cv_~a a liberdade de estabelecimento e a livre prestação de serviços

referentes apenas aos movimentos de capitais. A liberalização referente

aos serviços bancáIios e de seguros deveria "efetuar-se de harmonia com

a progressiva liberalização da circulação de capitais". , ~

Em 1973 surge a primeira diretiva referente aos serviços

banCáriOS~

que suprimia as restrições à liberdade de estabelecimento e à livre

prestação de serviços. Entretanto, tais medidas estavam restritas apenas

(35)

à discriminação entre os cidadãos dos estados-membros e os estrangeiros.

Na prática, as medidas se tornaram, em grande parte, inoperantes.

A primeira diretiva sobre coordenação bancária surge de fato em 1977,

com a aprovação das primeiras medidas rumo a um mercado comum no

setor. A diretiva já apontava a premissa do controle no país de origem,

além de estabelecer um sistema de autorização para as instituições

financeiras exercerem sua atividade dentro do espaço da União Européia.

Outros aspectos também importantes na direüva foram a eliminação da

maioria dos obstáculos à liberdade de estabelecimento e a introdução do

princípio básico de cooperação entre as entidades supervisoras de

diferentes estados-membros (criando o Comitê Assessor Bancário).

Em 1983, o Conselho das Comunidades Européias aprova uma cliretiva

relativa à fiscalização dos estabelecimentos de crédito numa base consolidada.

Esta diretiva foi atualizada em 1992, e além de reforçar o sistema de controle

padronizado dentro do espaço europeu, atua também no controle dos grupos

financeiros e suas ramificações dentro e fora da Europa.

O Livro Branco elaborado em 1985 levantou todas as dificuldades

existentes para a concretização do Mercado Único e propôs planos

concretos para o processo de integração européia. Entre as 300 decisões

propostas pelo documento, a parte a que se refere ao sistema financeiro

é a necessidade de uma nova política para o setor em três pilares: a

harmo-nização mínima das regulamentações nacionais, o reconhecimento mútuo

e o controle pelo país de origem. O Ato Único Europeu ratificou as

propos-tas do Livro Branco e definiu um prazo até 1992 para a supressão de

(36)

A partir daí, foi desenvolvida a segunda diretiva de coordenação

bancária, de modo a adaptar as medidas que o Livro Branco da Comissão

considerava indispensáveis para a criação de um mercado comum dos

serviços bancários. Esta diretiva modificou e complementou a primeira

diretiva de forma mais abrangente, para cumprir com os requisitos

descritos anteriormente (os três pilares da política do Livro Branco). A

segunda diretiva foi aprovada em 1989, composta por seis títulos e vinte

e cinco artigos. Ela aborda diversos temas, como o campo de aplicação, a

harmonização dos aspectos essenciais das regulamentações bancárias, a

aplicação de reconhecimento mútuo e, por fim, a delimitação dos poderes

de execução da comissão.

O critério utilizado para determinar as instituições financeiras que

podem usufruir do espaço financeiro europeu é o da instituição de crédito.

Já na primeira diretiva, a instituição de crédito foi o modelo escolhido,

caracterizando-se como "empresas cifja atividade consiste em receber do

público depósüos ou outros fundos reembolsáveis e em conceder crédüo por sua própria conta". A segunda diretiva não alterou o conceito de instituição de crédito, mas ampliou para determinadas instituições

financeiras o princípio do reconhecimento mútuo entre os

estados-memhros. As instituições financeiras que não cabern na definição de

instituição de crédito são todas aquelas cuja principal atividade consiste

em tomar participações ou exercer uma ou mais atividades financeiras

listadas pela Diretiva, e que não podem receber depósitos e outros fundos

reembolsáveis. Deste modo, a Comissão Européia evita as possíveis

vantagens comparativas de bancos universais pertencentes a países que

(37)

são inibidos pela legislação local de exercerem o controle direto de

atividades fmanceiras listadas pela diretiva.

A segunda Diretiva contempla a harmonização de regras básicas de

legislação bancária, que contribuem para o funcionamento do espaço

financeiro europeu em condições de pleno funcionamento da liberdade

de estabelecimento e da prestação de serviços pelas instituições de crédito.

A harmonização dos aspectos essenciais das regulamentações bancárias

subdivide-se em três títulos: condições de autorização, relações com países

terceiros e condições de exercício.

Condições

de

Autorização

- Capital inicial mínimo necessário para a constituição de uma

instituição de crédito: cinco milhões de ECU s; abrindo um precedente

para os estados-membros autorizarem instituições de crédito pertencentes

a categorias particulares (como cooperativas de crédito) mas nunca inferior

a um milhão de ECUs e que seja comunicado à Comissão da União

Européia, para publicação.

- Obrigatoriedade por parte da instituição de crédito em prestar

in[onnações aos estados-nlembros onde possui sua sede, revelando as

identidades dos principais acionistas e o montante de suas participações

desde que sejam iguais ou superiores a 10%.

- Exigência de uma autorização bancária única, ou seja, qualquer

instituição de crédito que esteja autorizada num estado-membro pode

exercer livremente a sua atividade em todos os outros estados-membros

(38)

Relações com países terceiros

- A necessidade de um tratamento de reciprocidade por parte de países

terceiros cujos bancos atuam na União Européia.

- Informação dos Estados-rnembros perante a Comissão no que diz

respeito às filiais de bancos de países que tenham problemas essenciais

em matéria de bancos com a União Européia.

- A Comissão tem poderes para impedir que uma instituição de crédito

estrangeiro possa usufnlir do mercado comum, se não for cumprido o

princípio de reciprocidade entre algum estado-membro.

Condições

de

exercício

da

atividade

- Os fundos próprios não podem ser inferiores ao montante exigido

para o capital inicial, de modo a ajudar os pequenos e médios bancos que

não possuem o mínimo de 5 milhões de ECUs, mas que funcionam

normalmente sem ter problemas.

- Controle dos principais acionistas, que devem informar às

autoridades dos estados-membros a tomada de participação quando seus

direitos de voto ultrapassem ou desçam nos patamares de 200/0, 30% ou

50?-0, e tarnbélTI as instituições de crédito devem prestar informações

anuais sobre a identidade dos principais acionistas.

- Limitação das participações, por parte das instituições de crédito,

em sociedades não-financeiras, correspondente a 150/0 dos fundos próprios

em uma só sociedade, e de 600/0 do total dos fundos em empresas

controladas não financeiras.

- Processo de contabilidade e de supervisão em base consolidada nas

participações no setor f1, i; nceiro

(39)

- Reforço do sigilo bancário delimitado nas informações intra e

extra-comunitárias

- Delegação de responsabilidade ao país de origem da instituição de

crédito na supervisão bancária. É a aplicação do princípio de controle no

país de origem.

A aplicação do reconhecimento mútuo estabelece também o procedimento

a ser adotado no caso de uma sucursal a ser estabelecida em outro

estado-rnembro; na livre prestação de seIViços e nas modalidades de exercício dos

poderes residuais das autoridades dos países de acolhimento.

Por fim, a segunda diretiva de coordenação bancária define os poderes

de execução da Comissão da União Européia, a qual àrticulada com o Comitê

Consultivo Bancário, regula a ação do sistema bancárto a nível europeu.

Foram também elaboradas outras diretivas na legislação comunitária,

que complementam a Segunda Diretiva de Coordenação Bancária, na

busca de uma harmonização mínima entre as instituições de crédito

européias e de uma maior flexibilidade na atuação de um mercado interno.

o Diretiva sobre fundos próprios -adotou um conceito comum entre

fundo~~ próprios, subdividindo-se en-: duas categorias: os fundos próprios

de base (capital, reservas, resultados transitados) e fundos próprios

complementares (reservas de reavaliação, confecções de valor, titulos de

duração indeterminada, etc.), não devendo os segundos ultrapassar o

valor dos primeiros, de forma a não comprometer o banco. Diretiva nº

92/16/CEE de 16/03/92.

o Diretiva sobre índice de solvabilidade - O índice de solvabilidade

(40)

ativo e extrapatrimoniais, ponderados em função do seu grau de risco. A

diretiva flxa um limite mínimo de 80/0, podendo os estados-membros

utilizarem um índice mais elevado para controle. Diretiva nº 89/647/

CEE de 18/12/89.

· Diretiva relativa à supervisão com base consolidada - prevê a

harmonização das práticas de supervisão aplicáveis a instituições de

crédito que detenham participações em outras instituições de crédito ou

financeiras. Diretiva nº 92/30/CEE de 08/04/92.

· Diretiva sobre supervisão e controle de operações de grande

risco das operações de crédito - Fixa um limite de 40% dos fundos

próprios para exposição a um único cliente e/ou grupo econômico, e um

limite de 8000/0 daqueles fundos para o total da exposição da instituição.

Diretiva nº 92/121/CEE de 21/12/92.

· Diretiva relativa aos sistemas de garantia de depósitos - Busca

reforçar a existência dos sistemas de garantia de depósitos nos

estados-membros, de modo a aurnentar a confiança dos depositantes. Diretiva nº

94/19/CEE de 30/05/94.

Este conjunto de diretivas procura atingir a cada um dos grupos de

i:ütsresses envolvidos no setor financeiro. Podemos descrever três

principais grupos, os quais desdobram-se em:

Governo - estados-membros e autoridades supranacionais

Entidades Financeiras - bancos e outras instituições de crédito

(41)

Sob o ponto de vista dos governos, a adoção das diretivas trouxe impactos

no fortalecimento dos mecanismos de supervisão e controle dos

estados-membros, mesmo com as leis mais flexíveis e menos exigentes no espaço

comunitário. Elas permitem que cada país autOIize uma "licença bancária"

de atuação no espaço europeu com base no reconhecimento mútuo. No plano

da União Européia, as diretivas comunitárias, se não puderam implementar

uma legislação única, conseguiram garantir a harmonização mínima de acesso

à atividade bancária. Além disto, a criação de um banco central europeu e de

um sistema de cooperação entre os estados-membros, previsto no Tratado

da União Européia, já é urna realidade.

Para o setor bancário, o conjunto de diretivas levou a um aumento de

concorrência. A criação de um espaço europeu acelerou o processo de

modernização administrativa e tecnológica dos bancos. Cabe a estes

apenas duas estratégias possíveis a serem adotadas: a primeira, uma

ação defensiva, restringindo-se a operações limitadas à zona de atividade

em que são mais fortes; e a segunda ofensiva, optando por competir num

mercado global, oferecendo todos os serviços possíveis a todo tipo de

clientes. Esta última estratégia levou à ocorrência de diversas fusões entre

instituições financeiras e de acordos de cooperação nos últimos anos.

POl' fira, a criação de urn espaço europeu permitiu para os particulares,

pequenas e médias empresas, um acesso melhor aos novos serviços e

produtos financeiros e variedade de esquemas de financiamento oferecidos

com o aumento da concorrência. Quanto às grandes empresas e

corpo-rações, elas já desfrutavam destes serviços com os Euromercados. Por

fim, os clientes foram protegidos por diretivas que garantem a coibição de

cláusulas abusivas nos contratos celebrados pelas instituições de crédito.

(42)

IV.

ANOS

90:

AJUSTES

ESTRUTURAIS NO SETOR

BANCÁRIO

A entrada de Portugal na União Européia trouxe ao país um penodo

de crescimento econômico. Incentivado pelos recursos dos fundos

comu-nitários, o PIB crescia à média de 5% ao ano, e a taxa inflacionária baixou

de 25% em 1984 para 70/0 em 1994. Em contrapartida, o país tornou-se praticamente dependente da economia européia, uma vez que a liberdade

de capitais, serviços e bens prevista no Tratado estreitou as relações

comerciais entre a Europa, inibindo as relações com o resto do mundo.

No que se refere ao sistema financeiro, o governo português, mesmo

antes de aderir à União Européia, já tinha aberto o setor à iniciativa

privada e já apontava a sua política de reduzir a capacidade de intervenção

direta dentro do modelo "menor Estado, melhor Estado" e

desregulamentação do setor. No período pós-UE, a política monetária

caracterizou-se pela liberalização das taxas de juros, no fim do controle

ele CI-{:cJÜO às instituições financeiras e numa maior independência do

seu Banco Central, o Banco de Portugal. Para o setor bancário, podemos

analisar três caractensticas que o setor atravessou face às novas diretrizes

da União Européia: uma nova legislação de caráter mais flexível para o

setor, o processo de reprivatizações e o ressurgimento dos grandes grupos

financeiros, com o processo de fusões.

(43)

MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO

De fato houve uma mudança significativa ao longo dos últimos 10

anos nas relações entre Estado e o setor bancário. A atuação direta estatal

reduziu-se de forma significativa, muito embora ainda aquém em

comparação com os seus parceiros comunitários. Com a criação do Espaço

Financeiro Europeu, as novas diretivas de coordenação bancária, o estado

reforçou a sua capacidade fiscalizadora de modo a cumprir e obter padrões

mínimos de supervisão para o funcionamento do mercado, garantindo os

agentes econõmicos do sistema. Esta política envolveu a mudança de

diversas leis e decretos que ditavam as regras de mercado.

A formulação de uma política para o Sistema Financeiro foi articulada

por um documento denominado Livro Branco para o Sistema Financeiro,

elaborado por uma comissão representativa de todos os agentes

econômicos que atuam no mercado em Portugal. O documento serviu de

base para as reformulações em diversas legislações que alteraram-se

devido à nova dinâmica do Sistema Financeiro com o Mercado Único.

Uma nova Lei Orgânica para o Banco de Portugal foi aprovada em

1990, na qual estabelece uma certa independência para com o Estado e

reforça a sua função de Bal1co Central asscgura...l1do o equilíbrio monetário

ini:eTno e a solvencia da moeda no exterior. Além disto, o Banco de Portugal

é responsável pelo prefeito funcionamento dos mercados monetário,

financeiro e cambial, e no controle do sistema frnanceiro, sendo cumprida

as exigências comunitárias do mercado único para o sistema financeiro.

Quanto aos mercados monetários foram criados novos títulos nos

últimos 10 anos que diversificaram a forma de captação de recursos do

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