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Prevenção da dengue: a informação em foco.

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Academic year: 2017

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Prevenção da dengue: a informação em foco

Dengue prevention: focus on information

Márcia de Freitas Lenzi

1

e Lea Camillo Coura

2

RESUMO

O Esta do do Rio de Ja n e iro vive u u m a gra n de e pide m ia de de n gu e c o m u m n ú m e ro e xpre ssivo de c a so s de Fe b re de De ngue He m o rrá gic a dura nte o prim e iro trim e stre do a no de 2002. Na o c a siã o , o po de r púb lic o c o nc la m o u a pa rtic ipa ç ã o da po pu la ç ã o n a s a ç õ e s de c o m b a te a o s fo c o s do m é stic o s do ve to r, n a te n ta tiva de c o n tro la r a situ a ç ã o . Pa ra e ssa m o b iliza ç ã o , u m a gra n de ga m a de in fo rm a ç õ e s so b re a do e n ç a fo i ve ic u la da c o m in tu ito de e sc la re c e r e o rie n ta r a so c ie da de . Ne ste tra b a lho , b u sc o u - se a n a lisa r o s c o n te ú do s in fo rm a tivo s do s m a te ria is pro du zido s pe la s c a m pa n ha s de e sc la re c im e n to , fo c a n do a a te n ç ã o n o s trê s fo lhe to s m a c iç a m e n te distrib u ído s à é po c a n o m u n ic ípio do Rio de Ja n e iro , c o n side ra n do q u e e ssa s in fo rm a ç õ e s c o n trib u e m pa ra a c o n stru ç ã o da re pre se n ta ç ã o so c ia l da do e n ç a e su a pre ve n ç ã o . Pô de - se c o n c lu ir q u e m e sm o já tã o re pe tida m e n te divu lga da s e ssa s in fo rm a ç õ e s pre c isa m se r re pe n sa da s.

Palavr as- chaves: In fo rm a ç ã o . De n gu e . Pre ve n ç ã o . Ca m pa n ha . Aedes aegypti. Co n tro le .

ABSTRACT

The first thre e m o n ths o f 2002 witn e sse d a de n gu e e pide m ic in the Sta te o f Rio de Ja n e iro . At tha t tim e , he a lth a u tho ritie s e n c o u ra ge d c o m m u n ity pa rtic ipa tio n in the e lim in a tio n o f ve c to r b re e din g site s. Fo r this c a m pa ign , a gre a t q u a n tity o f in fo rm a tio n a b o u t the dise a se wa s e xte n sive ly pu b lic ize d in o rde r to gu ide the po pu la tio n ’s pre ve n tive a c tio n . This pa pe r a n a lyze d the thre e pa m phle ts m o st wide ly distrib u te d a t tha t tim e in Rio de Ja n e iro c ity c o n side rin g tha t this in fo rm a tio n c o n trib u te d to the c o n stru c tio n o f dise a se re pre se n ta tio n a n d its pre ve n tio n . It wa s o b se rve d tha t e ve n tho u gh this in fo rm a tio n wa s pro vide d re pe a te dly it m u st b e re vise d.

Key- wo r ds: In fo rm a tio n . De n gu e . Pre ve n tio n . Ca m pa ign . Aedes aegypti. Co ntro l.

1 . Departamento de Ciênc ias So c iais da Esc o la Nac io nal de Saúde Públic a da Fundaç ão Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro , RJ. 2 . Instituto de Pesquisa Clínic a Evandro Chagas da Fundaç ão Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro , RJ.

En d e r e ço p a r a co r r e sp o n d ê n ci a: Dr a. Már c ia de Fr e itas Le nzi. De pto de Ciê nc ias So c iais/ENSP/FI OCRUZ. R. Le o po ldo B ulhõ e s 1 4 8 0 , Manguinho s,

2 1 0 4 1 - 2 1 0 Rio de J ane ir o , RJ . e-mail: mlenzi@ ensp.fio c ruz.br Rec ebido para public aç ão em 2 4 /4 /2 0 0 3 Ac eito em 8 /6 /2 0 0 4

SI T UAÇÃO DA DE NGUE NO R I O DE J ANE I R O: UMA BREVE RETROSPECTIVA

A ocorrência da dengue em forma epidêmica já não pode ser considerada uma singularidade no Brasil. Desde 1 9 8 6 , vários estados brasileiros já conviveram com epidemias de grandes proporções. O número de casos de dengue notificados no país representa c erc a de 8 0 % do total de c asos registrados nas

Américas1 5, e, de acordo com a Fundação Nacional de Saúde1 3,

a distribuiç ão da dengue pelo país, segundo os sorotipos circulantes até 2 0 0 1 se apresenta conforme a Figura 1 .

O Estado do Rio de Janeiro tem um papel importante no quadro epidemiológico da dengue no Brasil, pelo fato de ser o primeiro Estado do país a registrar a circulação concomitante de 3 tipos de vírus: 1 , 2 e 3 ( DEN-1 , DEN-2 e DEN-3 ) , tendo

consequentemente, uma alta taxa de incidência da doença e um grande número de casos registrados a cada epidemia ocorrida.

Numa breve retrospectiva, pode-se acompanhar a evolução das epidemias no estado desde 1986 a 2002, de acordo com os números oficiais divulgados: nos anos de 1 9 8 6 e 8 7 com a introdução do DEN-1, foram notificados 93.910 casos. Em 1990 a identificação do DEN-2 em Nova Iguaçu, desencadeou nova epidemia de grandes proporções, com o surgimento dos primeiros casos de dengue hemorrágica. No período de 1 9 9 0 /9 1 foram notificados 105.576 casos, sendo 1.316 de dengue hemorrágica

( 462 confirmados) e 8 óbitos9. Nos anos de 1995 e 1998, duas

outras epidemias de menores proporções ocorreram, com o registro de 35.240 e 32.382 casos, respectivamente.

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prevista pelas autoridades da saúde. Em mais uma tentativa de controlar a grave ameaça de uma nova epidemia a nível nacional, a Fundaç ão Nac ional de Saúde/FUNASA lanç ou o Plano de Intensificação do Combate à Dengue em 2 0 0 1 , repassando uma verba extraordinária de R$ 1 1 5 milhões aos estados para a capacitação de equipes e compra de equipamentos, além do lançamento de uma campanha de esclarecimento à população orçada em R$ 2 0 milhões1 1.

Entretanto, no início do ano de 2 0 0 2 o Estado do Rio foi aplacado com a mais grave epidemia desde então. Em apenas 3 meses foram notificados 1 6 6 .3 9 3 casos, sendo 1 .4 0 8 de dengue hemorrágic a e 5 3 óbitos, segundo boletim epidemiológic o

divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde à imprensa5.

Vale citar que o município do Rio de Janeiro, área mais afetada do Estado, teve registrados oficialmente no período 1986 a 2001, o total de 187.329 casos de dengue e 34 óbitos. Comparando-se esses números ao primeiro trimestre do ano de 2002, nota-se que a situação se agravou drasticamente com a circulação do novo sorotipo: foram 95.463 casos notificados no município ( 44% do

total acumulado) , sendo 571 de dengue hemorrágica e 31 mortes16

numa população de aproximadamente 5.500.000 pessoas as quais se sentem hoje ameaçadas por uma epidemia mais letal que as passadas. Cabe ressaltar que esses números são indicadores parciais, pois a não notificação dos casos é um fato que interfere diretamente nesse panorama.

Vários são os pontos críticos no controle dessa doença, tanto do ponto de vista biológic o, ambiental, quanto do soc ial e institucional.

Institucionalmente, por exemplo, os desafios são relacionados às atividades de vigilânc ia; saneamento básic o; inspeç ão e eliminaç ão de reservatórios; e de informaç ão, educ aç ão e comunicação ( IEC)1 8.

Pelo fato de grande parte dos reservatórios, infestados ou potenciais, se encontrarem no interior dos domicílios ou ao seu redor, as atividades de IEC têm cada vez mais responsabilidades tanto no engajamento da populaç ão no c ontrole dos foc os

do vetor, como no esclarecendo sobre o papel do poder público no combate à doença, permitindo que a população cobre intervenções eficazes neste sentido. O aumento do número de casos de dengue hemorrágica faz com que seja de fundamental importância a divulgação de sua sintomatologia de forma que contribua para o seu reconhecimento e pronto atendimento médico.

A INFORMAÇÃO COMO UM IMPORTANTE INSTRUMENTO EM DEFESA À SAÚDE PÚBLICA

Os materiais informativos produzidos e divulgados em uma campanha de saúde pública podem ter grande relevância no esclarecimento da população sobre a doença e sua prevenção, orientando sobre sintomas relativos a dengue c lássic a e a hemorrágica, além dos cuidados com focos domésticos, através da divulgação de informações científicas em linguagem popular, possibilitando a c ompreensão da etiologia, sintomatologia e medidas de controle.

Considerando a informação importante componente nos programas de promoção da saúde e prevenção de doenças, e que a dengue no país é um grave problema de saúde pública, mensagens informativas deveriam circular intensivamente durante todo o ano, evitando inclusive, a falsa idéia de que dengue só ocorre no verão.

Deve-se observar contudo, que campanhas de combate à dengue no Brasil não são de caráter permanente, tendo sua reto mada e intensific aç ão à épo c a do verão - perío do de

c resc imento populac ional do vetor. Já em 1 9 9 1 , Sabroza1 4

observou a redução das medidas de controle ocorrida após o pic o da epidemia daquele ano: À m e dida q ue dim inuiu a intensida de de tra nsm issã o da do ença , e essa fico u lim ita da à s á re a s pe rifé rica s, o nde a s a çõ e s de co ntro le sã o m e no re s, dim inuiu, ta m bém , a repercussã o da do ença na im prensa e a prio rida de de se u co ntro le.

Outro ponto negativo das campanhas contra a dengue que pode ser apontado ao se analisar os materiais impressos, é a limitaç ão de info rmaç õ es so bre a dengue c lássic a e seus sintomas, e a inexistência de qualquer esclarecimento sobre dengue hemorrágica - quadro grave da doença, apesar de terem ocorrido vários casos desse tipo em 1 9 9 1 .

A i n fo r m a ç ã o q u e m a i s s e o b s e r va n o s m a te r i a i s impressos se refere basic amente aos c uidados que se deve ter c om os reservatórios mais prováveis de c onter larvas do A. a e gypti. A título de ilustraç ão, a seguir está apresentado os material impresso elaborado pelo Ministério da Saúde no ano de 2 0 0 0 ( Figura 2 ) .

À essa época, o Estado do Rio de Janeiro estava vivendo um grande surto da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, “pa ra pre ve nir e co nte r a e vo luçã o do núm e ro de ca so s da do e nça e ra ne ce ssá rio m o b iliza r a po pula çã o a tra vé s da co m unica çã o ”; a campanha naquele ano, foi dirigida somente para a população do Estado do Rio de Janeiro.

No ano seguinte, em fevereiro de 2 0 0 1 , foi desenvolvido ta m b é m pe lo Min is té r io da Sa úde , um o utr o m a te r ia l informativo em mais uma tentativa de mobilizar a populaç ão

Figu ra 1 - Situ a ç ã o e pide m io ló gic a de de n gu e n o Bra sil.

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e conter a evolução do número de casos da doença. A campanha ressaltou “a im po rtâ ncia do pa pel da so cieda de em a juda r a a ca b a r co m o s fo co s do m o sq uito na sua ca sa to m a ndo cuida do s sim ples e efica zes”. Essa campanha foi dirigida à toda população das áreas afetadas àquela época ( Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Acre e São Paulo) .

Refletir sobre a importância e adequação das informações sobre dengue divulgadas pelo órgãos ofic iais junto à populaç ão é necessário, tendo em vista que essas informações podem contribuir para a defesa à saúde. Entretanto, reconhece-se que a relação entre co nhe ce r e a gir não é direta, condicionada e evidentemente decorrente. O indivíduo não é orientado exclusivamente pela lógica da e sc o lha r ac io nal r e sultante de info r maç õ e s so b r e comportamentos adequados que promoverão sua saúde. Seu agir é fruto de suas concepções, crenças e valores. Contudo, a não circulação de informações ou a circulação de informações de má qualidade podem levar à inação ou a ações ineficazes.

Apesar da partic ipaç ão da po pulaç ão ser c o nsiderada fundamental para o sucesso de qualquer campanha de saúde pública, é ainda muito pouco incentivada. Entretanto, em situações de maior gravidade, ela é convocada a agir. Um exemplo claro da necessidade da participação efetiva da população no combate à dengue ocorreu no início do ano de 2 0 0 2 , quando, devido a necessidade de se diminuir rapidamente a intensidade da epidemia que atingiu o Rio de Janeiro, foi programado pelo Ministério da Saúde em conjunto com as Secretarias de Saúde Estadual e Municipais, um evento para promover a mobilização de todos os setores da sociedade: o Dia D - o Rio co ntra a Dengue.

Para esse fim, foram utilizados todos recursos comunicacionais possíveis que pudessem orientar a população em suas ações contra o mosquito transmissor: TV, jornais, rádio, cartazes, faixas, o

ut-do o rs, peças teatrais, músicas e folhetos distribuíut-dos por toda a cidade, através de agentes de saúde, voluntários e carteiros da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Mutirões para a limpeza das ruas e casas visando a eliminação de focos também foram organizados. O programa de controle foi intensificado por soldados do exército e marinha treinados pela FUNASA -nas inspeções domiciliares.

Pode-se considerar que a campanha conseguiu a atenção e adesão da populaç ão, amedrontada c om a veloc idade do surgimento de casos graves e óbitos, mas, apesar do grande investimento, a população ainda mostrava ter muitas dúvidas sobre a doenç a e se sentia despreparada para enfrentar a epidemia. A desinformação foi percebida pairando sobre todas as classes sociais. Esse fato chegou até às páginas dos jornais, tornando ainda mais evidente a necessidade de reflexão sobre a qualidade do trabalho de esclarecimento realizado:

Figu ra 2 - Fo lhe to e la b o ra do e m ja n e iro de 2000 pe lo Min isté rio da Sa ú de . ( frente) .

Apesar da grande ênfase dada ao assunto pela mídia, a avalanche de informações sobre diferentes tipos de cuidados com criadouros do mosquito e a falta de precisão acerca dos condicionantes e sintomas da dengue clássica e hemorrágica, dific ultaram a orientaç ão da populaç ão. Cabe ressaltar que, existem também crenças acerca da doença e apropriações das informações circulantes, que interferem de diferentes maneiras nas ações de prevenção e controle que precisam ser estudadas e c onsideradas para o desenvolvimento de materiais mais próximos à realidade social.

ALGUNS EXEMPLOS DE MATERIAIS INFORMATIVOS ELABORADOS NA CAMPANHA “O RIO CONTRA A DENGUE”/ 2 0 0 2

A informação em saúde é uma estratégia de intervenção que ainda se encontra distante da realidade social definida pelas experiências cotidianas, representações e apropriações. Uma maior aproximação do campo científico ao senso comum se faz necessário para a interação entre essas formas de conhecimento, permitindo a construção de mensagens mais direcionadas e,

Desinformação agrava epidemia[ JBONLINE, 18/02/2002]7

Eliana Caruso, 51, critica o descaso com que a doença tem sido tratada. ‘’Até eu e meu irmão Edilberto, que somos professores, fomos vítimas da desinformação.’’ Edilberto de Oliveira, 60, estava com dengue quando morreu de infarto no Sábado.

Carioca ainda tem dúvidas sobre dengue [ JBONLINE, 25/MAR/2002]6

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possivelmente, de maior c ontribuiç ão ao esc larec imento da população.

Partindo desse pressuposto, a análise dos conteúdos das informações contidas nos materiais da campanha de combate à dengue aqui apresentada, deve ser entendida como uma tentativa neste sentido.

As info r maç õ e s se le c io nadas par a e ste e studo fo r am elaboradas pelos órgãos públicos de saúde, mais precisamente o Ministério da Saúde, Secretaria Estadual e Prefeitura.

Como em outras campanhas, uma maior ênfase foi dada aos tipos de reservatórios que servem à procriação do A. a egypti, devido à maior complexidade no que se refere à sua eliminação ou controle, já que a maioria deles se localiza no interior dos domicílios, ficando sujeitos aos cuidados de seus moradores, que foram convocados a entrar na “guerra contra a dengue”. Para esse fim ressaltou-se a necessidade da participação da população no cuidado com a casa, usando slogans do tipo: “Dengue: a ca be co m esse perigo na sua ca sa” ou “Dengue: o pro blem a é de to do s, a so luçã o ta m bém”.

A Fi gu r a 3 r e p r o du z a m e n s a ge m p r o du zi da p e l a Sec retaria Estadual de Saúde, distribuída em c artazes e o ut-do o rs pela c idade ut-do Rio.

Reforçando a campanha, várias reportagens foram divulgadas em rádios e jornais, com pareceres de especialistas enfatizando práticas preventivas alternativas como a utilização de velas de citronela e repelentes para evitar a aproximação do mosquito; borra de c afé, água sanitária, sal ou areia em lugares que acumulem água, principalmente, em pratos de planta.

Entre os materiais elaborados, os folhetos mereceram atenção especial neste estudo, devido a sua ampla distribuição e proposta de alcançar todos os grupos sociais independentemente do nível sócio-cultural, orientando a população quanto aos cuidados necessários à prevenção da doença.

Para fins de discussão, foram escolhidos para análise de c onteúdo os folhetos mais divulgados durante a c ampanha ( Figura 4 ) , apontando alguns aspectos positivos e negativos, visando uma futura avaliação desse material junto à população, principalmente a de baixa renda e escolaridade que representa um grande contingente nos grandes centros urbanos.

Figu ra 3 - Ca rta z “De n gu e : e n tre n e ssa gu e rra !”.

Figu ra 4 - Fo lhe to s distrib u ído s n a c ida de do Rio de Ja n e iro , 2002.

Fo lhe to 1: “Dia D 9 de Mar ço. O dia do Rio contr a a dengue. Par ticipe.”

Chec k-list e la b o ra da pe lo Ministé rio da Sa úde e m co njunto co m a Se cre ta ria Esta dua l e Pre fe itura s, co nsta e xclusiva m e nte de um a lista de pro ce dim e nto s q ue o rie nta m a inspe çã o , lim pe za e e lim ina çã o de po te ncia is fo co s do ve to r na s re sidê ncia s, se m a b o rda r a s q ue stõ e s so b re sinto m a to lo gia da de ngue clá ssica e he m o rrá gica e tra ta m e nto . As info rm a çõ e s nã o sã o a co m pa nha da s de ne nhum a ilustra çã o . Este fo lhe to fo i o m a is divulga do e ntre a po pula çã o , co m distrib uiçã o pe la Em pre sa Bra sile ira de Co rre io s e Te lé gra fo s e m to do o Esta do .

Fo lhe to 2: “Casa Agr adável, sala, quar to s, dependências co m vista par a a saúde.” Ela b o ra do e m pa rce ria pe la Funda çã o Na cio na l da Sa ú de /FUNASA e Se c re ta ria Esta du a l de Sa ú de e distrib u ído e m lo c a i s e stra té gi c o s, c o m o e sc o la s, c lu b e s, sho ppings e re d e s d e m e rc a do s. Na pa rte in te rn a , há ilu stra ç õ e s de trê s a m b ie n te s ( c a sa , q uinta l e b a irro ) a po nta ndo há b ito s ide a is pa ra e vita r a re pro duç ã o do m o sq uito , re ssa lta ndo a pa rtic ipa ç ã o de c a da m e m b ro da fa m ília n o c u ida do e m re la ç ã o a o s prin c ipa is fo c o s de A. aegypti. Na pa rte e xte rn a , há ta m b é m te xto s in fo rm a tivo s so b re o ve to r, sin to m a s do de n gu e c lá ssic a e tra ta m e n to .

Fo lhe to 3: “Muita gente esquece que o mo squito da dengue bo ta o vo s e m ca ix a s d´á gua , pne us, va so s, ga r r a fa s e tudo que acumule água. É aí que mo r a o per igo .”

Ela b o ra d o p e lo Mi n i sté ri o d a Sa ú d e e d i stri b u í d o d u ra n te a c a m pa n ha e m lu ga re s

de gra n de c o n c e n tra ç ã o de pe sso a s c o m o e sc o la s, c lu b e s, e sta ç õ e s ro do viá ria s e m e tro viá ria s. Em se u in te rio r e xiste m re pro du ç ã o a m plia da do ve to r, e xplic a ç õ e s so b re a lgu m a s m e dida s pre ve n tiva s re la ti va s a o s p ri n c i p a i s f o c o s d o m é sti c o s a c o m p a n h a d a s d e i lu stra ç õ e s, a lé m de u m a b re ve de sc ri ç ã o da si n to m a to lo gi a do de n gu e c lá ssic a .

CONSIDERAÇÕES SOBRE CONTEÚDO DAS MENSAGENS DIVULGADAS:

Relativos aos cuidados com os reservatórios. Observa-se que os três folhetos enfatizam as medidas preventivas voltadas ao s c uidado s c o m o s r eser vató r io s do méstic o s de maio r importância epidemiológica na reprodução do vetor.

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O mais adequado para esta situação seria o emprego do

verbo ve da r ou da expressão ta m pa r se m de ixa r ne nhum a

b re cha.

Ainda sobre esses tipos de reservatórios, o folheto 1 sugere como prática preventiva alternativa à tampa, o uso de tela tal como

foi feito na campanha de 1928/29 no Estado do Rio de Janeiro8.

Entretanto, não define o tipo de tela, que, para impedir a passagem do mosquito, necessita ter uma trama bem fechada. Para isso, a população teria que saber que o mosquito mede de 5 a 7mm, e esta informação não consta em nenhum dos materiais divulgados.

Em relação aos pratos de plantas que são freqüentemente enc ontrados c om ac úmulo de água e presenç a de larvas do A. a egypti, observa-se diferentes abordagens no tratamento desse recipiente nos folhetos analisados. O folheto 1 é o mais preciso quanto a forma mais adequada de evitar a procriação do vetor, orientando para a colocação de areia a té a bo rda do pra tinho. Já os folhetos 2 e 3 propõem a lavagem dos pratos com escova ou pano semanalmente, para mantê-los livres dos ovos de mosquito. Essa medida é menos prátic a, pois nec essita ser repetida com freqüência, podendo incorrer no esquecimento ou negligência.

No tocante aos recipientes de pequeno porte, como copos desc artáveis, latas, potes, ou quaisquer objetos que possam acumular água, recomenda-se no folheto 1 que se co lo que tudo em sa co plá stico , feche bem e jo gue no lixo, e ainda, Entulho s e lixo : nã o o s a cum ule. Ma ntenha o quinta l sem pre lim po; já o folheto 2 recomenda que a s la ta s devem ser fura da s a ntes de ser jo ga da s fo ra pa ra nã o a cum ula r á gua, e ainda, o lixo ca seiro deve esta r ensa ca do e po sto à dispo siçã o da lim peza urba na .

O cuidado com a limpeza da casa, não acumulando objetos que armazenem água principalmente em quintais, é ressaltado nos dois folhetos mais amplamente divulgados à população ( 1 e 2 ) . Entretanto, deve-se considerar que o conceito de limpeza assim c o mo a c lassific aç ão de lixo , são r elativo s, isto é,

dependentes da relação que se dá entre signo e significa do.

A definiç ão literária da palavra lixo é a q u ilo q u e se va rre da c a sa , do ja rdim , da ru a e se jo ga fo ra ; tu do o q u e

nã o pre sta e se jo ga fo ra ; co isa o u co isa s inúte is, ve lha s, se m va lo r ( Novo Dicionário da Língua Portuguesa) . Entretanto, para a po pulaç ão de b aixa r enda, as latas e po tes po dem ser c onsiderados úteis e até fonte de renda. Frente ao fato, é importante a existência de propostas alternativas quanto a formas de armazenar esses tipos de recipientes, se necessário, tais como furá-los, ou los em sacos plásticos fechados ou guardá-los virados para baixo.

Referindo-se às garrafas vazias, os folhetos 2 e 3 recomendam que aquelas r eapr o veitadas devam ser guar dadas vir adas para baixo; já o folheto 1 orienta apenas que jo gu e fo ra to da s a s q ue nã o usa r, não ac resc entando alternativas de armazenamento para aquelas não descartadas. Chama-se atenção para o fato que em nenhum dos três folhetos consta a orientação sobre a forma correta de armazenar as garrafas pet ( de plástico) - atualmente muito mais freqüentes que as de vidro - mantendo-as tampadmantendo-as para evitar acúmulo de água.

Deve-se salientar contudo que é de extrema importância que o serviço público de coleta de lixo seja regular para que, em consonância com as recomendações sobre tratamento do lixo doméstico, a solução para esse problema seja eficiente.

Constam também nos folhetos, instruç ões referentes ao tratamento de outros tipos de recipientes, como pneus, baldes, jarras de flores, bebedouros de animais, bromélias e outros. Dentre esses, as bromélias mereceram maior atenção nessa campanha, já que há algum tempo, vem-se notando a utilização freqüente dessa planta para fins decorativos em prédios e casas. Segundo

Forattini3, trata-se de um processo de domesticação resultando

conseqüentes problemas de saúde pública, sendo este mais um traço cultural adquirido pela população. Este reservatório natural

acumula água em seu interior ( denominado como ta nq ue) ,

possibilitando o desenvolvimento de formas imaturas do A. aegypti. Atualmente, as bromélias não são relevantes na multiplicação do vetor, porém a ênfase dada em relação aos cuidados com a planta e até mesmo à sua eliminação, pode ter como justificativa o desenvolvimento na década de 8 0 , do hábito de cultivar plantas

em água descrito por Lima e cols8 como um elemento que, ao se

generalizar, mudou a situaç ão dos foc os de A. a e gypti no Rio

de Janeiro.

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Dentre os materiais avaliados, somente o folheto 1 se refere aos c uidados c om as bromélias ou outras plantas que possam ac umular água, orientando para sua eliminaç ão ou, n o c a so d e m a n tê - la s, tra ta r c o m á gu a sa n i tá ri a n a pro po rç ã o de u m a c o lhe r de so pa pa ra u m litro de á gu a , re ga n d o , n o m í n i m o d u a s ve ze s p o r se m a n a , ti ra n d o se m pre a á gu a a c u m u la da n a s fo lha s.

Vale ressaltar que na maioria das vezes, essa planta é u ti l i za d a m a i s fr e q ü e n te m e n te e m j a r d i n s , p l a n ta d a dir e ta m e n te n a te r r a , dific ulta n do a r e tir a da da á gua a c um ula da n a s fo lh a s . R e c o m e n da - s e po r ta n to q ue a orientaç ão seja mais objetiva, voltada para o uso de produtos insetic idas ec ológic os já testados e aprovados c omo a melhor forma de agir quanto ao c ontrole de foc os.

Re la tivo s a o s sinto ma s de de ngue clá ssico e hemor r ágica. Outras informaç ões são tão relevantes quanto as que visam impedir a proc riaç ão do vetor e deveriam ser a m p l a m e n te d i vu l ga d a s , ta i s c o m o : o q u e é d e n gu e hemorrágic a; qual a sintomatologia; c omo proc eder no c aso de ado e c ime nto ; que fato r e s de r isc o c o lab o r am par a o agravamento do quadro c línic o ( idade, hipertensão arterial, e fis e m a pulm o n a r, dia b e te s , de n tr e o utr o s ) , e o utr a s in fo r m a ç õ e s q ue p o s s a m c o n tr ib uir p a r a a b us c a de atendimento médic o imediato.

Pode-se observar que a desc riç ão dos sintomas da dengue c lássic a não c onsta em todos os materiais informativos. Os folhetos 2 e 3 apresentam diferentes desc riç ões, transc ritas abaixo, enquanto o folheto 1 não aborda o assunto:

Folheto 2 : Do re s de c a b e ç a , n a s a rtic u la ç õ e s, fra q u e za , f a lta d e a p e ti te , f e b re e , e m a lgu n s c a so s, m a n c h a s a ve rm e lha da s n a pe le .

Fo l h e to 3 : Fi q u e a te n to a d o r e s d e c a b e ç a , n o s m ú sc u lo s, n a s ju n ta s, n o s o lho s, a lé m de fe b re a lta po r, n o m á xim o , u m a se m a n a e m a n c ha s ve rm e lha s po r to do o c o rpo . Ao m e n o r sin a l, pro c u re o rie n ta ç ã o e m u m po sto de sa ú de .

Sobre a manifestação da forma grave, o folheto 2 alerta:

“Ela ( a doenç a) po de se m a n ife sta r de fo rm a b ra n da o u gr a ve . Na f o r m a m a i s gr a ve , h á m a n i f e s t a ç õ e s he m o rrá gic a s in te n sa s q u e po de m le va r à m o rte .” ( grifo original) .

O folheto 3 destac a, em fundo vermelho:

“ Te m ge n te q ue a c h a q ue a de n gue é um a do e n ç a qualquer. Mas esse é um engano que pode ser fatal. A dengue hemorrágic a é muito grave e pode mesmo matar.”

Analisando o c onteúdo informativo, essas mensagens não tr aze m ne nhum a c o ntr ib uiç ão no se ntido de auxiliar a população no reconhecimento de sintomas básicos da dengue

hemorrágic a e da síndrome de c hoque da dengue. Ajudam, por outro lado, na formaç ão da representaç ão errônea de um quadro de hemorragia, c om perda de grande quantidade de sangue, prejudic ando a perc epç ão da populaç ão a c erc a dos sinais que alertam para a nec essidade de tratamento médic o urgente.

Com o aumento de número de casos de dengue hemorrágica, os materiais informativos necessitariam divulgar a sintomatologia de forma mais contundente, porém, durante a epidemia de 2 0 0 2 , esse esclarecimento ficou a cargo da mídia que divulgou pareceres de médicos e autoridades do campo da saúde, sem ter sido suficiente no esclarecimento da população.

Sugere-se que c onstem de todos os folhetos sobre dengue, de sc r iç õ e s c lar as c o m linguage m simple s, a e xe mplo da e la b o r a da pe lo Ce n tr o de I n fo r m a ç ã o e m Sa úde pa r a Viajantes/CIVES2.

“ É a b s o luta m e n te n e c e s s á r io e s ta r a te n to pa r a a s manifestaç õ es que po dem indic ar gr avidade, o que po de ac ontec er, geralmente, a partir do momento em que a febre c omeç a a c eder:

· do r c o nstante ab aixo das c o ste las, do lado dir e ito ( fígado) .

· s uo r e s fr io s po r te m po pr o lo n ga do , to n te ir a s o u desmaios ( pressão baixa) .

· pele fria e pegajosa por tempo prolongado ( pressão

muito baixa) .

· sangramentos que não param.

· fezes esc uras c omo borra de c afé ( sangramento

intestinal) .”

Relativos ao tr atamento. Não existe nenhum tratamento espec ífic o para dengue c lássic a. É rec omendável repouso e ingestão abundante de líquido. O tratamento é referente aos sintomas. Para dores e febre, deve-se evitar a ingestão de medic amentos c ompostos por ác ido ac etil salic ílic o ( AAS) , que têm aç ão antic oagulante.

Uma questão importante relativa ao tratamento dos sintomas da dengue é banalização do uso de paracetamol. Nenhum material divulga o perigo da ingestão de altas dosagens, que podem acarretar graves problemas de saúde. Muitos são os doentes que se tratam sem orientação médica, simplesmente por “já sa berem o que fa zer” sem conhecer o perigo da automedicação.

Os folhetos 2 e 3 rec omendam a populaç ão a proc urar um posto de saúde aos primeiros sintomas. Somente o folheto 2 alerta para o perigo de usar remédios à base de ác ido ac etil-salic ílic o “c o m o a Aspirin a , o AAS, e n tre o u tro s, po rq u e fa vo re c e o sa n gra m e n to ”, e rec omenda ao doente “fic a r e m re po u so , b e b e r m u ito líq u ido e só u sa r m e dic a m e n to s pa ra a livia r do re s e fe b re ”, sem menc ionar que a dosagem não deve ser maior que aquela rec omendada pelo médic o.

(7)

o vetor, desc revendo sua reproduç ão, c arac terístic as e forma de transmissão:

Pa ra su a re pro du ç ã o , a fê m e a se a lim e n ta de sa n gu e e é a tra vé s de su a pic a da q u e o víru s é tra n sm itido de u m a pe sso a c o n ta m in a da à o u tra . O m o sq u ito é pa re c ido c o m o pe rn ilo n go , m a s po ssu i listra s b ra n c a s e m se u c o rpo , pic a du ra n te o dia e c o lo c a se u s o vo s e m re c ipie n te s c o m á gu a li m p a e p a ra d a . Este s o vo s p o d e m , n o e n ta n to , re sistir a té a pro xim a da m e nte se is m e se s na s pa re de s se ca s do s re c ipie n te s, a té q u e te n ha c o n ta to c o m a á gu a e se tra n sfo rm e e m m o sq u ito . Po rta n to , pro c u re c u ida r pa ra q u e se u s a m b i e n te s ( c a sa , e sc o la , tra b a lh o , b a i rro ) e ste ja m se m pre sa u dá ve is e livre s do s m o sq u ito s.

É u m a do e n ç a tra n sm itida a pe n a s pe lo m o sq u ito A. a e gypti; n ã o é c o n ta gio sa de pe sso a pa ra pe sso a . Ela po de se m a n ife sta r de fo rm a b ra n da o u gra ve . Na fo rm a m a is gra ve , há m a nife sta çõ e s he m o rrá gica s inte nsa s q ue po de m le va r à m o rte.

Uma dúvida muito freqüente da populaç ão nessa última epidemia, foi relativa aos condicionantes da dengue hemorrágica. Nenhum folheto contém essas informações, entretanto, os meios de comunicação de massa divulgaram pareceres de autoridades em saúde, baseados, em sua maioria, na teoria imunológica de Halstead4, sem relacioná-la a outros fatores ( individuais e virais)

considerados de risco para o seu desenvolvimento.

A falta de informação gerou uma grande insegurança na populaç ão, que observou a oc orrênc ia da dengue na forma hemorrágica já na primeira infecção. É preciso que o acesso a essas informações também seja assegurado, de forma simples e clara para ser compreendida pelo maior número de pessoas possível, fato que pode contribuir para uma prevenção mais efetiva.

COMENTÁRIOS FINAIS

Em nível de planejamento, os componentes de informação, comunicação e educação ( IEC) precisam ser melhor utilizados a partir de uma horizontalização dessa ação, mudando o caráter campanhista que ainda predomina no campo da saúde. A inclusão de grupos sociais organizados na discussão de o qu ê e com o informar, acresceria na qualidade da campanha. É importante sempre levar em conta que muitos moradores de áreas carentes da cidade do Rio de Janeiro são semi analfabetos, e por isso têm grande dificuldade quanto a leitura de folhetos, principalmente aqueles sem nenhuma ilustração.

Quanto a periodicidade da divulgação das informações sobre dengue, é fundamental que esta se dê permanentemente, pondo fim ao hiato de tempo existente entre um e outro verão. Ao baixar os níveis de infestação do mosquito e, conseqüentemente, da taxa de incidência da dengue, a circulação de informações sobre a doença é interrompida, e o trabalho de controle de focos passa a assumir uma freqüênc ia e c obertura bem menores. Esse silêncio sazonal propicia um relaxamento quanto aos cuidados relativos aos reservatórios de importância epidemiológica.

Observa-se também, a necessidade de uma maior abrangência quanto aos tópicos abordados nas campanhas. Mesmo essas

informaç ões já tão repetidamente divulgadas prec isam ser repensadas, tanto no que concerne ao conteúdo quanto a forma de serem divulgadas.

Informações relacionadas à sintomatologia da dengue clássica e hemorrágica precisam constar em todos os materiais informativos de forma destacada e concisa, com linguagem simples e esclarecedora, com vistas a ajudar a população na procura imediata de auxílio médico, evitando agravamento do quadro e, até mesmo, óbitos.

Outro aspec to muito importante é relac ionado a auto-medicação, que leva em alguns casos, à ingestão de grandes doses de paracetamol devido ao grande desconforto causado pela doença. Não há informação sobre as conseqüências no caso de uma super dosagem em nenhum material de campanha.

Os materiais informativos têm uma grande responsabilidade na orientação das ações preventivas junto à população. Por isso, é importante que elas venham de enc ontro aos problemas cotidianos, e que nesses materiais se encontrem respostas às dúvidas mais freqüentes, de forma correta e precisa. Para tal, os termos empregados e orientações dadas têm que estar norteados por essa premissa, o que evitaria situações como àquelas relativas ao tipo de tela para cobrir reservatórios que armazenem água, ao termo ta m pa r as caixas d’água, dentre outras.

Seria importante que a dengue estivesse na pauta da mídia durante todo o ano como uma prestação de serviço à população, assim seria possível informar sobre práticas preventivas e também sobre c ondic ionantes e sintomatologia da dengue de forma gradual e pedagógica.

As instituições de ensino também têm grande contribuição a dar na formação de jovens com vistas à promoção da saúde, tornando-os agentes sociais importantes em suas comunidades. Doenças endêmicas e/ou epidêmicas precisam ser abordadas de maneira consistente, interdisciplinar, criativa e adequada às realidades locais.

É fundame ntal fr isar q ue a c ampanha de c o mb ate à dengue primeiramente requer a efetiva partic ipaç ão do setor públic o, responsável pelo saneamento básic o e abastec imento de água, pr inc ipalm e nte j unto às ár e as ur b anas m e no s favorec idas dando c ondiç ões mínimas à populaç ão para se prevenir c ontra várias doenç as.

Não é impossível c ontrolar os níveis de infestaç ão do A. a e gypti em nosso território, de forma a reduzir ao mínimo a c irc ulaç ão da dengue. Prec isamos para isso, que o governo faç a a sua parte e que a soc iedade seja, de fato, c onsiderada aliada, e para tal, prec isa ser respeitada e bem informada para que possa exerc er seu papel, c ontrolando e c olaborando c om o proc esso em toda a sua extensão.

AGRADECIMENTOS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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