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Diagnóstico e proposição de subsídios para a elaboração de plano de gestão ambiental: estudo de caso de um abatedouro avícola

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DIAGNÓSTICO E PROPOSIÇÃO DE SUBSÍDIOS

PARA A ELABORAÇÃO DE PLANO DE GESTÃO

AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO DE UM

ABATEDOURO AVÍCOLA

Monografia apresentada à Comissão do Trabalho de

Formatura do Curso de Graduação em Engenharia

Ambiental, Instituto de Geociências e Ciências Exatas

– Unesp, Campus de Rio Claro, como parte das

exigências para o cumprimento da disciplina Trabalho

de Formatura no ano letivo de 2008

Orientador: Prof. Dr. Marcus Cesar Avezum Alves de Castro.

(2)

DIAGNÓSTICO E PROPOSIÇÃO DE SUBSÍDIOS PARA A

ELABORAÇÃO DE PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL:

ESTUDO DE CASO DE UM ABATEDOURO AVÍCOLA

Orientador: Prof. Dr. Marcus Cesar Avezum Alves de Castro

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental.

RIO CLARO

(3)

Ao Prof. Dr. Marcus César Avezum Alves de Castro, pela orientação, incentivo, críticas, paciência e bom humor.

Ao Sr. Maurício Pereira pela oportunidade de desenvolvimento deste trabalho e incentivo.

Às minhas amigas e companheiras de república: Aline, Ana Paula, Roberta, Tatiana e Isabel pela paciência, compreensão, incentivo e diversão.

Aos meus queridos amigos e colegas de sala: Renato, Wagner, Pedro Henrique, Diego, Jorge, Mariela, Danilo e Maíla.

Aos meus pais e minhas irmãs pelo carinho e por compreenderem a minha ausência por longos períodos de tempo, devido à elaboração desse trabalho.

Às minhas amigas: Carina, Alessandra, Telma, Valéria, Verônica e Carla por me incentivarem e compreenderam minha ausência durante grande parte do ano.

(4)

Tendo em vista a preocupação ambiental atual e as exigências legais, este trabalho tem como objetivo realizar um diagnóstico e propor subsídios para elaboração de um plano de gestão ambiental em uma indústria. O setor considerado para o desenvolvimento desta pesquisa é o da avicultura, dada sua grande importância no Brasil e por apresentar impacto ambiental muito significativo, sendo um abatedouro avícola, localizado no município de Rio Claro - SP, como objeto de estudo.

A metodologia desenvolvida para identificação e análise da significância dos aspectos ambientais foi baseada nos conceitos de impacto ambiental e na ABNT NBR 14.001:2004.

(5)

In view of the current environmental concerns and legal requirements, this work aims to achieve a diagnosis and offer subsidies for development of an environmental management plan in an industry. The industry considered to be a subject of study of this research is the aviculture, considered its great importance in Brazil and to present a significant environmental impact. The unit of analysis is a chicken slaughterhouse, located in Rio Claro, SP.

The developed methodology for identification and analysis of environmental significative aspects were based in the concepts of environmental impact and in the ABNT NBR ISO 14.001:2004.

(6)

Página

Figura 1 - Principais razões para adoção de medidas gerenciais associadas à

gestão ambiental _____________________________________________16

Figura 2 - Investimentos do setor industrial na proteção do meio ambiente_________17

Figura 3 - Conceito do PDCA na filosofia da ISO 14.001 ______________________19

Figura 4 - Fluxograma do processo de identificação dos aspectos ambientais da

avícola______________________________________________________31

Figura 5 - Fluxograma do processo de seleção dos aspectos ambientais mais

significativos da avícola________________________________________36

Figura 6 - Insumos e rejeitos do processo de abate da avícola___________________38

Figura 7 - Captação de água da avícola estudada _____________________________41

Figura 8 - Fluxograma do tratamento e utilização da água no abatedouro __________42

Figura 9 - Consumo de água por atividade na avícola _________________________43

(7)

Página

Tabela 1- Produção mundial de carne de frango (mil toneladas)

– principais países ____________________________________________24

Tabela 2 - Produção brasileira por Estado___________________________________24

Tabela 3 - Produção brasileira de carne de frango (toneladas) ___________________25

Tabela 4 - Necessidade de água na indústria de abatimento e limpeza de aves ______28

Tabela 5 - Qualidade do efluente do abatedouro antes e após o tratamento_________46

Tabela 6 - Valores de resíduos sólidos gerados pela avícola ____________________51

Tabela 7 - Eficiência de remoção de alguns parâmetros pela ETE ________________51

(8)

Página

Quadro 1 - Dejetos e subprodutos do abate de frangos_________________________27

Quadro 2 - Normas, procedimentos e legislações aplicáveis à avícola_____________29

Quadro 3 - Classificação dos impactos associados aos aspectos ambientais ________35

Quadro 4 - Legislação e normas ambientais não atendidas pela avícola ___________50

Quadro 5 - Registros a serem elaborados pela avícola e seus respectivos conteúdos__54

Quadro 6 - Procedimentos operacionais a serem elaborados pela avícola e seus

(9)

ABEF Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frangos

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CADRI Certificado de Aprovação de Destinação de Resíduos Industriais

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CNI Confederação Nacional da Indústria

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica

DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio

DIPOA Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal

DQO Demanda Química de Oxigênio

EPA Environmental Protection Agency

ETE Estação de Tratamento de Efluentes

EUA Estados Unidos da América

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

ISO International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização)

ONG Organização Não - Governamental

ONU Organização das Nações Unidas

PDCA Plan, Do, Check and Act (Planejar, Fazer, Checar e Agir)

PGA Plano de Gestão Ambiental

PNMA Política Nacional do Meio Ambiente

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

SGA Sistema de Gestão Ambiental

(10)

para o Meio Ambiente)

UNESP Universidade Estadual Paulista

(11)

Página

1. INTRODUÇÃO ____________________________________________________12

2. OBJETIVOS _______________________________________________________14

2.1 Objetivo geral _____________________________________________________14

2.2 Objetivos específicos________________________________________________14

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ________________________________________14

3.1 Considerações gerais sobre questões ambientais no ambiente empresarial ___14

3.1.1 Um breve histórico ________________________________________________14

3.1.2 Gestão ambiental: ABNT NBR ISO 14.001: 2004 ________________________18

3.1.3 Indicadores ambientais como instrumentos de gestão______________________21

3.2 Setor avícola ______________________________________________________23

3.2.1 Produção mundial e brasileira ________________________________________23

3.2.2 Processo produtivo ________________________________________________25

3.2.3 Legislações e normas ______________________________________________29

4. MÉTODOS E ETAPAS DE TRABALHO_______________________________31

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ______________________________________37

5.1 Caracterização da empresa estudada __________________________________37

5.2 Descrição do processo industrial avícola _______________________________37

5.3 Identificação e análise dos aspectos e seus impactos ambiental _____________39

5.3.1 Caracterização do manejo dos aspectos ambientais selecionados_____________39

5.3.2 Seleção dos aspectos ambientais mais significativos ______________________49

(12)

elaboração de um plano de gestão ambiental_______________________________52

6. CONCLUSÕES_____________________________________________________60

7. RECOMENDAÇÕES________________________________________________61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ____________________________________62

APÊNDICE A: Identificação dos aspectos ambientais _______________________65

APÊNDICE B: Caracterização do manejo dos aspectos ambientais____________67

(13)

1. INTRODUÇÃO

Nas duas últimas décadas, as questões ambientais têm exercido uma grande influência nos custos econômicos e a proteção do meio ambiente passou a ocupar um lugar de destaque para governos, indústrias, grupos sociais e indivíduos. O impacto dos desastres ecológicos e a visível deterioração de muitos ecossistemas têm gerado uma consciência social coletiva. O efeito estufa e o aquecimento global, a diminuição da camada de ozônio, o aumento de lixos radioativos, a contaminação do solo e de cursos d’água, a perda de florestas tropicais e de biodiversidade em geral é, hoje, preocupação mundial. Governos, organizações não- governamentais (ONGs), opinião pública, organizações internacionais, e, agora, muitas indústrias reconhecem a necessidade de uma mudança fundamental no manejo e uso dos recursos naturais, de forma a compatibilizar as atividades econômicas com os princípios ecológicos.

O grande desafio é conciliar qualidade ambiental com crescimento industrial visando um desenvolvimento sustentável efetivo. Esse pensamento tornou-se mais conhecido e começou a se expandir após a realização da Rio - 92 - que se transformou em marco histórico, pois disseminou mundialmente a necessidade de vincular o desenvolvimento econômico às questões ambientais e sociais.

Essa crescente preocupação tem levado as indústrias brasileiras a buscarem alternativas tecnológicas mais limpas e matérias-primas menos tóxicas, a fim de reduzir o impacto e a degradação ambientais.

As pressões de mercados internos e externos, a maior conscientização do consumidor, as maiores exigências da legislação, a busca de melhores produtos e serviços, a educação ambiental nas escolas e, as oportunidades de receitas alternativas por meio do remanejamento de resíduos são os motivos pelos quais as empresas vêm adotando uma relação mais sustentável com o meio ambiente.

Assim, a indústria se vê obrigada a repensar, em profundidade, sua estratégia de produção industrial, sendo forçada a investir em modificações de processo, aperfeiçoamento de mão-de-obra, substituição de insumos, redução na geração de resíduos e racionalização de consumo de recursos naturais.

(14)

A definição mais conhecida e adotada de sistemas de gestão ambiental (SGA) é aquela proposta pela norma ABNT NBR ISO 14.001:2004

"a parte de um sistema da gestão de uma organização utilizada para desenvolver e implementar sua política ambiental e para gerenciar seus aspectos ambientais.”(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004 (b), p.2)

O SGA compreende o desenvolvimento de uma política de controle e monitoramento, prevenção, e de avaliação dos aspectos ambientais a fim de garantir o processo de melhoria contínua.

A base de um SGA está sedimentada em uma política de gestão ambiental que deve ser estabelecida pela alta administração da empresa. Esta é quem define os requisitos e os objetivos que posteriormente serão aprimorados em metas e ações, considerando os aspectos ambientais. Portanto, faz-se necessário analisar os impactos ambientais gerados pelos seus processos produtivos, promover o exame de todas suas operações e conseqüências, estabelecer prioridades e pesos, definir, quando for o caso, cenários de possíveis situações de emergência, além de estabelecer planos de contingência para os casos de ocorrência de acidentes.

A implantação de um sistema de gestão ambiental apresenta benefícios diretos às empresas, tais como menor custo do processo produtivo, receita decorrente da venda de resíduos, redução de insumos, aproveitamento de resíduos, novos produtos para novos mercados, aumento do valor das ações, aumento da produtividade, e a grande possibilidade de atingir o mercado externo.

Existem também os retornos indiretos, os quais sua mensuração é de difícil análise, sendo eles: imagem perante acionistas, sociedade e consumidores, redução dos riscos de pagamento de multas e outras penalidade por poluição ou outros danos de ordem ambiental, aumento da fatia do mercado por possuir “produtos verdes”, melhor relação com órgãos governamentais, sociedades e ONGs e obtenção na diminuição dos custos com seguros, dentre outros.

(15)

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral realizar um diagnóstico ambiental e fornecer aos abatedouros avícolas, e também às demais empresas, metodologia para a identificação de seus aspectos ambientais e elaboração do seu plano de gestão ambiental.

2.2 Objetivos Específicos

Buscando-se alcançar o objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

x Levantamento e identificação dos aspectos ambientais relacionados à atividade de

produção do abatedouro avícola;

x Desenvolvimento de metodologia para seleção dos aspectos ambientais mais

significativos;

x Proposição de indicadores para os aspectos ambientais;

x Propor subsídios para a formulação de um Plano de Gestão Ambiental (PGA).

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Considerações gerais sobre as questões ambientais no âmbito empresarial

3.1.1 Um breve histórico

Atualmente, muito se debate sobre preservação ambiental e desenvolvimento sustentável e muitos estudos vêm sendo realizados a fim de sanar a deficiência de informações que existiu sobre esse tema nas últimas décadas.

A preocupação ambiental teve início com a publicação do livro “Primavera Silenciosa”, do jornalista Rachel Carson, o qual trata sobre o uso e efeito dos produtos químicos sobre os recursos naturais (GUETHI, 2004, p. 8).

(16)

tais como a lei do ar puro, a lei da água pura, a lei do controle de substâncias tóxicas e a lei federal sobre inseticidas e fungicidas.

Nessa época muitos países defendiam o crescimento a qualquer custo, e a poluição ambiental provinda das indústrias era simplesmente algo inevitável. Foi desta forma que o Brasil se colocou na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, realizada em Estolcomo (1972). Esta conferência teve como resultado a criação do Programa das Nações Unidas para o meio ambiente (PNUMA), o qual tem como objetivos (GUETHI, 2004, p. 10-11):

x “Facilitar a cooperação internacional no campo do meio ambiente;

x Promover o desenvolvimento de conhecimentos nessa área;

x Monitorar o estado do ambiente global;

x Chamar a atenção dos governos para problemas ambientais emergentes de

importância internacional.”

De acordo com Bello (1998), na década de 80 a questão ambiental despertou grande interesse iniciando-se uma conscientização em toda a Europa devido aos acidentes ecológicos ocorridos nessa época: os desastres ambientais de Bhopal e Chernobyl, vazamento numa fábrica de pesticida na Índia e explosão de reator nuclear, na então União Soviética.

Ainda na década de 80, é lançado o conceito de desenvolvimento sustentável: “desenvolvimento que atende às necessidades presentes, sem comprometer os recursos disponíveis para as gerações futuras” (GUETHI, 2004).

A Comissão Brundtland, criada em 1983 pela assembléia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), apresentou esse conceito pela primeira vez no relatório Nosso Futuro Comum, colocando que as políticas a serem desenvolvidas, dentro do conceito de sustentabilidade, deveriam atender aos seguintes objetivos (GUETHI, 2004, p.12):

x Retomar o crescimento como condição necessária para erradicar a pobreza;

x Mudar a qualidade do crescimento para torná-lo mais justo, eqüitativo e menos

consumidor de matérias-primas e energia;

x Atender às necessidades humanas essenciais de emprego, alimentação, energia,

água e saneamento;

x Conservar e melhorar a base de recursos;

x Reorientar a tecnologia e administrar os riscos;

(17)

Na década de 90, foi realizada pela ONU a Conferência sobre meio ambiente, que ficou conhecida como “Cúpula da Terra”, no Rio de Janeiro em 1992.

De acordo com Bello (1998), após a realização da Rio-92, a questão ambiental passou a ter um papel mais importante nas discussões de âmbito político, social e até mesmo econômico. Na Rio-92, foram firmadas duas convenções (uma sobre clima e outra sobre biodiversidade), uma declaração de boas intenções e uma Agenda de Ação - a Agenda 21.

A partir daí, a consciência ambiental começou a crescer em todo o mundo e hoje muitos estudos são realizados a fim de ajudar os diversos setores da sociedade a atingir o desenvolvimento sustentável.

A Confederação Nacional da Indústria – CNI (2007) publicou em junho de 2007 a sondagem especial quanto à dificuldade enfrentada pelas indústrias em obter licenças ambientais. Neste estudo mostrou-se que a gestão ambiental está cada vez mais integrada ao planejamento empresarial, pois 75,5% das empresas pesquisadas adotaram procedimentos associados à gestão ambiental. A Figura 1 apresenta as principais razões para adoção de medidas gerenciais associadas à gestão ambiental, na qual o item atende as regulamentações ambientais encontra-se em primeiro lugar.

Principais razões para a adoção de medidas gerenciais associadas à gestão ambiental

0 10 20 30 40 50 60 70

Atender regulamentos ambientais Estar em conformidade com a política ambiental da empresa Atender exigências para licenciamento Atender o consumidor com preocupações ambientais Melhorar a imagem perante a sociedade Reduzir custos dos processos industriais Aumentar a qualidade dos produtos Atender reivindicações da comunidade Atender exigências de instituições financeiras Aumentar a competitividade de exportações Atender pressão de organização não governamental

ambientalista

outros

2007 2005

Fonte: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (2007)

(18)

Segundo a CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (2007), os setores de atividades que se destacaram com o maior número percentual de empresas que realizaram procedimentos gerenciais associados à gestão ambiental, em 2007, foram: Refino de Petróleo (100%), Química (84,1%), Indústria Extrativa (84,1%), Limpeza e Perfumaria (82,9%) e Alimentos (82,3%). O setor de Vestuário, ao contrário, foi o que apresentou o menor percentual (29,9%).

Embora o número de empresas que investem em meio ambiente seja significativo, a porcentagem investida ainda é pouca, demonstrando que a proteção ambiental ainda não se encontra como umas das prioridades de muitas delas, como mostra a Figura 2.

75 76 77 78 79 80

Empresas que investem em proteção ambiental (% )

2005 2006

2007 - previsão

0 5 10 15

Porcentagem de empresas que investem mais de 11% do seu orçamento

2005 2006

2007 - previsão

Fonte: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (2007)

Figura 2: Investimentos do setor industrial na proteção do meio ambiente

(19)

existe apenas uma unidade certificada no Brasil, o que pode explicar a relativa pequena quantidade de estudos em relação à implantação de SGA nessas unidades. Os estudos de tais impactos, posterior monitoramento e minimização dos mesmos assumem importância uma vez que, como não é possível a criação de barreiras tarifárias enquanto medida de proteção dos mercados locais, acredita-se que seja cada vez mais freqüente o uso de barreiras não-tarifárias e, nestas, incluem-se aspectos sanitários, ambientais e sociais.

3.1.2 Gestão ambiental:ABNT NBR ISO 14.001: 2004

Organizações de todos os tipos estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar seu desempenho ambiental correto, controlando o impacto da sua atividade e de seus produtos no meio ambiente. A fim de avaliar esse seu desempenho ambiental, muitas organizações têm realizado “análises” ou “auditorias” ambientais. No entanto tais procedimentos não são suficientes para garantir à organização de que os requisitos legais e a política ambiental da empresa estão sendo atendidos. Para que sejam eficazes, é necessário que sejam conduzidos dentro de um sistema de gestão estruturado e integrado ao conjunto das atividades de gestão.

São mostrados a seguir os principais benefícios e vantagens da implantação de um SGA:

x Demonstrar aos clientes o comprometimento com a gestão ambiental;

x Manter e/ou melhorar as relações com a comunidade de seu entorno;

x Facilitar o acesso a novos investimentos;

x Obter diminuição dos custos de seguro;

x Melhoria da imagem da empresa;

x Redução de custos via redução de desperdícios de fatores de produção;

x Redução e/ou eliminação de impactos negativos;

x Estar de acordo com a legislação ambiental aplicável.

A ABNT NBR ISO 14.001:2004, assim como outras normas internacionais de gestão ambiental, tem por objetivo prover às organizações os elementos de um sistema de gestão ambiental eficaz, passível de integração com outros requisitos de gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar seus objetivos ambientais e econômicos.

(20)

Os elementos-chave de um SGA baseado na norma ISO 14.001, são os seguintes: “1. Política Ambiental: aborda a política ambiental e os requisitos para atender a esta política, por meio de objetivos, metas e programas ambientais.

2. Planejamento: a análise dos aspectos ambientais das organizações, incluindo seus processos, produtos e serviços, assim como os bens e serviços usados pela organização.

3. Implementação e Operação: implementação e organização dos processos para controlar e melhorar atividades operacionais que são críticas do ponto de vista ambiental. Devem ser considerados os produtos e serviços da organização.

4. Verificação e Ação Corretiva: verificação e ação corretiva incluindo o monitoramento, medição e registro das características e atividades que podem ter um impacto significativo no ambiente.

5. Análise Crítica pela Administração: análise crítica do SGA pela administração para assegurar a contínua adequação e efetividade do sistema.

6. Melhoria Contínua: o conceito de melhoria contínua é um componente chave do SGA, pois através dele a NBR ISO 14.001:2004 pretende estimular a melhoria do desempenho. Este conceito completa o processo cíclico do PDCA (Plan, do, Check, Review and continually improve – planejamento, implementação, verificação, análise crítica e melhoria contínua)” (REIS, 2002, p. 26-27).

A Figura 3 demonstra claramente como a filosofia do PDCA está inserida no contexto da ABNT NBR ISO 14.001:2004.

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004b).

Figura 3: Conceito do PDCA na filosofia da ISO 14.001 Política

Ambiental

Planejamento

Implementação

Verificação / Ação corretiva Análise crítica

(21)

Esta norma especifica os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental, permitindo a uma organização desenvolver e implementar uma política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e outros requisitos por ela subscritos e informações referentes aos aspectos ambientais significativos. Aplica-se aos aspectos ambientais que a organização identifica como aqueles que possam controlar e aqueles que possa influenciar. Em si, esta norma não estabelece critérios específicos de desempenho ambiental.

Assim, segundo Reis (2002), a norma de gestão ambiental é um instrumento de gerenciamento o qual auxilia as organizações para a eficácia do seu sistema de gestão ambiental, passível de integração com os outros sistemas de gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar suas metas ambientais e econômicas.

A avaliação ambiental é recomendável pela ABNT NBR ISO 14.000, pois permite identificar pontos fortes e fracos da empresa, ameaças e tendências e oportunidades de melhoria e de mercado. Esta avaliação deve contemplar os seguintes aspectos (REIS,2002, p. 32):

x “Legislação e regulamentos aplicáveis;

x Impactos ambientais significativos;

x Estado da arte da gestão ambiental atual;

x Registros de acidentes, incidentes e infrações ambientais e solução dada.”

Reis (2002) também apresenta as etapas da avaliação ambiental inicial, listadas a seguir:

1. Revisão da legislação aplicável e licenças existentes;

2. Identificação das atividades e operações que causem impacto ao ambiente; 3. Realização de um balanço de massa;

4. Preparação de um croqui da unidade (eco – mapa); 5. Preparação de um diagrama de fluxo de processo; 6. Revisão dados e informações ambientais;

7. Realização de um completo reconhecimento da empresa ou áreas a serem avaliadas. 8. Entrevista com o pessoal operacional e gerentes;

9. Reunião com as autoridades oficiais fiscalizadoras do meio ambiente.

A identificação dos aspectos ambientais é uma etapa muito importante na avaliação ambiental. A ABNT NBR ISO 14.004 fornece diretrizes apropriadas para a execução desta atividade.

Assim:

(22)

ambientais e dos impactos ambientais significativos associados às suas atividades, produtos ou serviços. Isto pode assegurar que os impactos ambientais significativos associados a tais aspectos sejam levados em consideração quando do estabelecimento dos objetivos ambientais.

A identificação dos aspectos ambientais é um processo contínuo que determina o impacto (positivo ou negativo) passado, presente ou potencial das atividades de uma organização sobre o meio ambiente. Este processo também inclui a identificação da potencial exposição legal, regulamentar e comercial que podem afetar a organização. Pode, também, incluir a identificação dos impactos sobre a saúde e segurança e a avaliação de risco ambiental”.(REIS, 2002, p. 39)

Reis (2002) complementa que este processo pode ser dividido em quatro fases: 1. Identificação da atividade, produto ou serviço;

2. Identificação dos aspectos ambientais; 3. Identificação dos impactos ambientais; 4. Avaliação da significância do impacto.

Os impactos ambientais significativos são aqueles que: (i) resultem de uma emissão direta de substâncias tóxicas ou de difícil degradação, (ii) resultem do mal ou deficiente gerenciamento dos recursos, matérias-primas ou resíduos, (iii) provoquem dispêndio de recursos que poderiam ser evitados, (iv) sejam causadores de uma não-conformidade legal, (v) sejam significativos para as partes interessadas, (vi) impeçam o desenvolvimento estratégico da empresa e (vii) sejam causadores de grave prejuízo financeiro ou à imagem da empresa.

Cabe salientar que a avaliação ambiental inicial não é uma auditoria e sim um levantamento da situação existente e que serve como ferramenta para o planejamento da implantação de um SGA.

3.1.3 Indicadores ambientais como instrumentos de gestão

Os estudos relacionados à melhoria ambiental das indústrias buscam a sustentabilidade das mesmas por otimização dos processos, eficiência de tratamento de resíduos, conscientização, etc.

(23)

fechado), sabendo-se o que entra, os insumos utilizados, o que se faz, como se fabrica e o que sai, se obtém uma visão clara que possibilita analisar esta questão na empresa.

A partir daí, as metodologias utilizadas são diversas. Uma das que vem recebendo maior destaque é a chamada Produção mais Limpa, a qual tem como um dos seus objetivos as seguintes opções de implementação (UNEP, 2007):

x Mudanças nas matérias primas – redução ou eliminação na utilização de materiais

tóxicos no processo de produção com conseqüências positivas nos resíduos. Tais mudanças podem ocorrer por substituição de materiais ou por purificação dos mesmos;

x Mudanças tecnológicas – modificações em equipamentos e processos, visando à

redução de resíduos e emissões. Devem ser consideradas mudanças: no processo produtivo, de equipamentos, de lay out, de tubulações, no uso de automação e de condições do processo (exemplo: taxas de fluxo ou temperaturas);

x Boas práticas operacionais – medidas administrativas que minimizem resíduos e

emissões. Como práticas operacionais são consideradas: práticas de gestão, de recursos humanos, estocagem adequada, inventário de materiais, prevenção de perdas e segregação dos resíduos;

x Mudanças no produto – realizadas pelo fabricante com o objetivo de reduzir a

geração de resíduos e emissões resultantes do uso do produto. Incluem-se, aqui: mudanças nos padrões de qualidade, mudanças na composição dos produtos, durabilidade e substituição do produto;

x Reutilização e reciclagem na empresa – retorno do resíduo de um processo para o

início do mesmo ou sua utilização em outro processo produtivo.

A fim de proporcionar maior conhecimento e entendimento acerca da atuação das empresas, auxiliar o processo de decisão, mensurar o progresso em relação a metas estabelecidas, possibilitar comparação entre empresas e incrementar a comunicação com seus

stakeholders,vêm se utilizando indicadores ambientais para a análise ambiental da empresa. No uso de indicadores é importante verificar suas adequações aos objetivos, ou seja, se estão medindo faces relevantes e se são efetivos.

Segundo Fernandes (2004), alguns critérios utilizados na verificação podem ser exemplificados, clareza, pertinência, exeqüibilidade, acurácia, repetibilidade, confiança e relevância.

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de gestão que avaliam as medidas realizadas para reduzir os impactos e indicadores de condições ambientais que medem a qualidade ambiental

A possibilidade de comparação é a principal característica dos indicadores de desempenho ambiental, no entanto, torna-se de difícil manipulação devido à falta de padronização dos mesmos. Percebe-se que dentre as várias propostas há um número considerável de indicadores comuns. No entanto, como cada proposta é concebida em uma estrutura específica, há dificuldade de disseminar o uso de cada uma e de estabelecer posterior comparação entre as empresas, no entanto busca-se uma padronização desses indicadores.

Segundo Fernandes (2004, p. 38), “com o objetivo de visualizar o estágio em que as empresas se encontram, e considerando-se que o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade não é um processo estático, propõe uma estrutura de cinco níveis de indicadores. [...]

O nível 1 inclui indicadores que as empresas já utilizam no seu dia-a-dia, medem a conformidade da empresa com as legislações vigentes e com normas do setor.

O nível 2 inclui indicadores que estimam o uso eficaz de recursos, sendo chamados também de indicadores de desempenho. Também são utilizados pelas empresas, e cada uma delas tem seu próprio conjunto.

O nível 3 de indicadores já extrapola a unidade de produção, pois afere os potenciais efeitos da empresa, na localidade, em aspectos diversos, como: saúde pública e do trabalhador, meio ambiente, desenvolvimento da comunidade e viabilidade econômica.

O nível 4 vai além da unidade de produção de interesse, aquilatando, também a cadeia de produção, distribuição, uso do produto e seu descarte. Estes indicadores tentam cobrir o ciclo de vida do produto.

Como último nível tem-se o de número 5 que objetiva avaliar como uma empresa individual está inserida na sociedade e quais são seus efeitos sobre ela a longo prazo. A sociedade aqui considerada, não é mais a localidade situada próximo à unidade de produção, mas a sociedade global, com que ela transaciona produtos e/ou serviços”.

3.2 Setor avícola

3.2.1 Produção Mundial e Brasileira

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Tabela 1: Produção Mundial de Carne de Frango (Mil toneladas) – Principais Países

ANO EUA CHINA BRASIL MÉXICO MUNDO

1999 13.367 8.550 5.526 1.784 47.554 2000 13.703 9.269 5.977 1.936 50.097 2001 17.033 9.278 6.736 2.067 52.303 2002 14.467 9.558 7.517 2.157 54.155 2003 14.696 9.898 7.843 2.290 54.282 2004 15.286 9.998 8.494 2.389 55.952 2005 15.869 10.200 9.200 2.498 59.092 2006* 16.162 10.350 9.336 2.610 60.090 2007** 16.413 10.520 9.700 2.724 61.162

Fonte: Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango (2007)

De acordo com Fernandes (2004) a avicultura começou a se desenvolver, no Brasil a partir do final da década de 50, nos estados do Sudeste, principalmente, em São Paulo. Posteriormente, na década de 70, período em que houve profunda reorganização do complexo de carnes no Brasil, a atividade se deslocou para a região Sul. Segundo ABEF (2007) em 2005 a região Sul foi responsável por 54,35% de toda a produção nacional de carne de frango (Tabela 2).

Tabela 2: Produção Brasileira por Estado

ESTADOS CABEÇAS ABATIDAS COM SIF PARTICIPAÇÃO (%)

Paraná 1.010.640.211 22,83

Santa Catarina 741.940.758 16,76

Rio Grande do Sul 653.433.603 14,76

São Paulo 270.909.318 6,12

Minas Gerais 172.657.578 3,90

Mato Grosso do Sul 122.789.423 2,77

Mato Grosso 67.543.163 1,53

Distrito Federal 60.910.323 1,38

Bahia 44.862.466 1,01

Pernambuco 44.051.685 1,00

Subtotal 3.828.361.991 86,49

Outros com SIF 38.431.715 0,87

Total com SIF 3.866.793.706 87,36

Sem SIF 559.940.288 12,64

Total Geral 4.426.733.994 100

(26)

A produção brasileira de carne de frango vem aumentando, desde 1994, atingindo mais de 200% neste período (Tabela 3) o que mostra o crescimento do setor no país.

Tabela 3: Produção Brasileira de Carne de Frango (toneladas)

ANO MERCADO

INTERNO EXPORTAÇÃO TOTAL

1994 2.929.997 481.029 3.411.026

1995 3.616.705 428.988 4.050.449

1996 3.482.767 568.795 4.051.561

1997 3.811.569 649.347 4.460.925

1998 4.262.231 612.477 4.874.708

1999 4.755.492 770.551 5.526.044

2000 5.069.777 906.746 5.976.523

2001 5.486.408 1.249.288 6.735.696

2002 5.917.000 1.599.923 7.516.923

2003 5.920.908 1.922.042 7.842.950

2004 6.069.334 2.424.520 8.493.854

2005 6.535.185 2.761.966 9.297.151

2006 6.622.587 2.712.959 9.335.546

Fonte: Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango (2007)

3.2.2 Processo Produtivo

O processo de produção em abatedouro de aves resulta em grandes quantidades de dejetos líquidos, semi-sólidos e sólidos que são poluentes e, por isso, necessitam de uma adequada separação e tratamento, antes de serem descartados ao meio ambiente.

A produção desta atividade é dividida nas seguintes etapas segundo Fernandes (2004, p. 68-69):

x “Recepção: Nesta etapa, as aves são descarregadas dos caminhões, nos quais

vieram presas dentro de gaiolas. A quantidade dos dejetos dependerá do respectivo volume de defecação e de perda de penas. O consumo de água, elevado e imprescindível, ocorre na limpeza do local de recepção, das gaiolas e também dos caminhões. Um frigorífico médio utiliza em torno de 12.700 litros de água por dia.

x Sacrifício: Consiste em matar as aves. Antes da degola, utiliza-se o choque para

(27)

remoção do sangue diminui o total de dejetos produzidos na planta. Deve-se ter certeza de que as aves estejam mortas, a fim de seguirem para a próxima etapa, pois se estiverem vivas, ou ainda ofegantes, as carcaças ficarão vermelhas.

x Escalda e depenamento: Consiste esta etapa no aquecimento das aves para

posterior retirada das penas que representam cerca de 3-5 % do peso vivo dos frangos. Para tanto, utiliza-se água aquecida na escaldagem. Esta operação facilita a posterior retirada das penas. Acrescente-se ainda que a temperatura da água e o tempo de permanência dos frangos nos tanques é importante para a qualidade do produto. Esta etapa demanda muita atenção: é alto o consumo de água, de energia e uma boa retirada das penas influencia a qualidade final do produto. Outrossim, convém salientar que um dos principais pontos de ocorrência de contaminação cruzada por Salmonella sp. é no frigorífico.

x Evisceração: Compreende a retirada do coração, moela, fígado e seu posterior

transporte por meio de corrente de água para um depósito. Esta etapa é responsável por cerca de 1/3 da carga poluente gerada e este valor pode sofrer alterações, caso as eviscerações não sejam bem feitas, pois o rompimento dos intestinos resulta em aumento na quantidade de microrganismos presentes nos efluentes.

x Refrigeração: Neste estágio, realiza-se o resfriamento das aves, por meio de chillers (resfriadores), o que é muito importante para o retardamento do crescimento bacteriano no produto. Dado o risco de contaminação cruzada, deve-se ter bastantes cuidados com a qualidade e quantidade de água utilizada no pré-chiller echiller. A legislação da União Européia determina que se utilizem seis litros de água por ave nesta etapa.

x Classificação e empacotamento: Este momento compreende a classificação e o

empacotamento do produto. Mais uma vez utiliza-se água para limpeza do local.

x Limpeza da planta: Etapa importante, que é realizada ao final do dia, quando são

utilizados detergentes, todos eles biodegradáveis, para evitar problemas na estação de tratamento de efluentes.”

(28)

Quadro 1: Dejetos e Subprodutos do Abate de Frangos

Etapa do processamento Tipo de dejeto ou subproduto

Recepção Fezes, penas, água de limpeza

Sacrifício Sangue, água de limpeza

Escalda/ depenamento Penas, sangue/ gordura, água de limpeza

Evisceração Vísceras, sangue, gordura, pequenos pedaços de carne, água de limpeza

Resfriamento Sangue, gordura, pequenos pedaços de carne, água de limpeza

Classificação e empacotamento Água de limpeza

Limpeza da planta Água de limpeza

Fonte: Nascimento et al (2004, apud Fernandes)

Segundo Fernandes (2004, p. 70), “os seguintes procedimentos são realizados para a pendura e abate dos frangos nas etapas descritas anteriormente:

x Retirada das gaiolas dos caminhões;

x Higienização das gaiolas;

x Transporte das gaiolas;

x Pendura das aves na nora;

x Sangria;

x Transporte das gaiolas higienizadas;

x Higienização do ambiente;

Os seguintes procedimentos são realizados para a retirada das partes do frango que são comercializadas, é o caso de coxas, sobrecoxas e peito:

x Higienização da área;

x Corte em postas;

x Rependura de frangos;

x Espostejamento nos cones;

x Risca coxas;

x Refilamento de coxas;

x Refilamento de peito.

x Desossamento de coxa;

(29)

x Pesagem de bacia de peito;

x Colocação de coxas na bacia;

x Colocação de coxas nas bandejas;

x Colocação de bacia na seladora;

x Operação de embaladora;

x Intercalação de asas nas bacias;

x Pesagem de bacia de coxas;

x Pesagem de bandejas de coxas;

x Retirada de pele de sobrecoxas;

x Virada dos frangos com exposição de tórax.”

De acordo com Nascimento et al apud Fernandes (2004), o consumo médio de água nos frigoríficos de aves é 15 litros por ave no Brasil, enquanto que nos Estados Unidos este valor situa-se em torno de 26 litros por animal. A Tabela 4 mostra a necessidade de água na indústria de abatimento e limpeza de aves.

Tabela 4: Necessidade de Água na Indústria de Abatimento e Limpeza de Aves

Indústria/ Produto/ País Unidade de Produção

Necessidade de Água por Unidade de Produção

(litros)

Aves/ Canadá Tonelada 6.000 – 43.000

Frangos/ Israel Tonelada 33.000

Frangos/ Estados Unidos Por ave 25

Perus/ Estados Unidos Por ave 75

Fonte: Nascimento et al (2004, apud Fernandes)

De acordo com Matsumura (2007) o consumo de água por ave em um abatedouro avícola é uma função do processo, dependendo do tamanho da ave, técnica de abate, método de limpeza de carcaça e do grau de automação.

Segundo Mierzwa (2002) a distribuição de consumo de água em um abatedouro avícola é de 12% para resfriamento sem contato, 77% para processamento e afins e 11% para uso sanitário e outros.

(30)

Matsumura (2007), tais efluentes possuem concentração de contaminantes maior do que esgoto doméstico comparando-se quanto às concentrações de demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), sólidos solúveis totais (SST), nitrogênio e fósforo, podendo variar de indústria para indústria conforme as diferenças entre os processos e o consumo de água por frango abatido.

3.2.3 Legislações e Normas

O processo de abatimento de aves, assim como qualquer outro processo industrial, deve estar em conformidade com as legislações federais, estaduais e municipais. A empresa não se deve preocupar somente com as regulamentações relativo aos processos, mas também deve seguir legislações e normas referentes à captações e outorgas d’água, lançamento e tratamento de efluentes líquidos e gasosos e disposição e armazenamento de resíduos sólidos. O Quadro 2 apresenta o resultado do levantamento dessas regulamentações.

Quadro 2: Normas, procedimentos e legislações aplicáveis à avícola.

Norma, Procedimento, Lei, Decreto, Resolução,

Portaria

Âmbito Objeto de

Interesse Descrição

Decreto-Lei nº 1.413/1975 (BRASIL, 1975)

Federal Poluição Industrial

Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por

atividades industriais.

Decreto Estadual n° 8.468/1976 (SÃO PAULO, 1976)

Estadual Recursos Hídricos

Aprova o Regulamento da Lei n° 997/76, que dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição

do Meio Ambiente. Resolução CONAMA n°

001/1986 (BRASIL, 1986)

Federal Licenciamento Ambiental

Determina a realização do Estudo de Impacto Ambiental e elaboração de

Relatório de Impacto Ambiental Resolução CONAMA n°

003/1990 (BRASIL, 1990)

Federal Qualidade do

Ar Fixa padrões de qualidade do ar.

Resolução CONAMA n° 237/1997

(BRASIL, 1997a)

Federal Licenciamento Ambiental

(31)

Quadro 2: Normas, Procedimentos e legislações aplicáveis à avícola (continuação).

Norma, Procedimento, Lei, Decreto, Resolução,

Portaria

Âmbito Objeto de

Interesse Descrição

Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da

Saúde Portaria nº 326/1997 (BRASIL, 1997b)

Federal Segurança Alimentar

Regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de

boas práticas de fabricação para estabelecimentos produtores/ industrializadores de alimentos. Ministério da Agricultura

e do Abastecimento Portaria nº 210/1998

(BRASIL, 1998)

Federal Segurança Alimentar

Regulamento Técnico da Inspeção Tecnológica e Higiênico-Sanitária

de Carne de Aves.

Resolução CONAMA n° 251/1999

(BRASIL, 1999)

Federal Qualidade do Ar

Estabelecer os seguintes critérios, procedimentos e limites máximos de

opacidade da emissão de escapamento para avaliação do estado de manutenção dos veículos automotores do ciclo Diesel, em uso

no território nacional, e dá outras providências.

Lei Federal nº 10.165/2000 (BRASIL, 2000)

Federal Poluição Industrial

Institui a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental. Secretária de Vigilância

Sanitária do Ministério da Saúde Portaria n°

518/2004 (BRASIL, 2004)

Federal Potabilidade da Água

Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da

água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Resolução Conselho

Nacional de Recursos Hídricos n° 054/2005

(BRASIL, 2005b)

Federal Recursos Hídricos

Estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reuso direto não potável de água, e

dá outras providências. Resolução CONAMA nº

362/2005 (BRASIL, 2005a)

Federal Óleo lubrificante

(32)

Quadro 2: Normas, Procedimentos e legislações aplicáveis à avícola (continuação).

Norma, Procedimento, Lei, Decreto, Resolução,

Portaria

Âmbito Objeto de

Interesse Descrição

Resolução CONAMA n° 382/2006

(BRASIL, 2006b)

Federal Qualidade do Ar

Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos

para fontes fixas.

Resolução CONAMA n° 375/ 2006

(BRASIL, 2006a)

Federal Lodo

Define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário

ABNT NBR 10.004: 2004

(ABNT, 2004a) Federal

Resíduos

Sólidos Classificação de resíduos sólidos. ABNT NBR 12235/1992

(ABNT, 1992) Federal

Resíduos Perigosos

Armazenamento de resíduos perigosos – procedimento.

Portaria DAEE n° 717/1996 (SÃO PAULO, 1996)

Estadual Outorga

Dispõe sobre a outorga de concessões, autorizações e permissões para o uso de águas, bem

como lançamento de efluentes líquidos em casos de águas públicas do domínio do Estado de São Paulo,

pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). Lei Estadual nº

12.300/2006 (SÃO PAULO, 2006)

Estadual Resíduos Sólidos

Institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos e define princípios

e diretrizes.

4. MÉTODOS E ETAPAS DE TRABALHO

(33)

A primeira etapa da pesquisa consistiu na revisão bibliográfica de conceitos e definições e outros aspectos importantes para o trabalho, tais como gestão ambiental, certificação ambiental, o setor avícola. Compreendeu, também, a identificação dos requisitos legais relacionados ao setor avícola, tanto a nível federal, estadual e municipal foi realizada por meio de pesquisas em órgãos ambientais, na Secretaria de Estado do meio ambiente, e em associações do setor avícola.

Na segunda etapa foi realizado o levantamento de todos os insumos e rejeitos da empresa. Para a identificação dos insumos da empresa foi utilizada a lista de compras de produtos dos diversos setores do abatedouro (produção, manutenção, limpeza, segurança e transporte). Os rejeitos foram identificados por meio da análise de consumo dos insumos e de visitas à empresa objeto de estudo.

A partir dessa lista de insumos e dos rejeitos identificados, todos os itens foram agrupados e condensados de acordo com suas similaridades, de forma a não especificar as características de cada produto. A partir desses grupos foram identificados os aspectos ambientais da empresa. Apenas os produtos químicos foram especificados, visando o melhor detalhamento do produto para a sua classificação entre os critérios selecionadores.

Finalizada a identificação de todos os aspectos ambientais, a etapa seguinte foi o desenvolvimento de metodologia para a seleção dos aspectos ambientais mais significativos. A seleção dos aspectos levou em consideração os critérios apresentados a seguir.

1 – Potencial de periculosidade

Os itens foram analisados segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004a), a qual dispõe sobre a classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade.

A periculosidade é definida nesta norma como características físicas, químicas ou infecto-contagiosa que causam risco à saúde, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices e risco ao meio ambiente, quando gerenciado de forma inadequada. São considerados resíduos sólidos perigosos aqueles que apresentam periculosidade, ou uma das características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade, ou constem dos anexos “E” ou “F” da norma ABNT NBR 10004:2004.

2 – Importância do recurso natural relacionado ao aspecto ambiental

A fim de avaliar a importância do recurso envolvido no processo, foram considerados os seguintes critérios para a classificação dos mesmos:

2.1 O recurso é renovável ou não renovável?

(34)

naturalmente; ou não renovável, quando a natureza por si só não consegue regenerá-la no meio ambiente.

2.2 O uso privado do recurso inviabiliza o uso comum?

Este critério aplica-se apenas aos bens públicos, tais como água, ar. Neste caso, analisa-se se o uso privado deste recurso impede ou inviabiliza o uso comum do mesmo, seja pela escassez ou pela falta de qualidade.

2.3 Qual o grau de impacto do descarte do recurso?

Os itens podem possuir baixo, médio e alto grau de impacto de descarte. Estes graus estão relacionados à magnitude do impacto do descarte do recurso sem nenhum tipo de tratamento ou manejo, levando em conta o seu potencial de contaminação/poluição.

Para que qualquer item seja selecionado como um aspecto ambiental da empresa, o mesmo precisa atender no mínimo a dois dos critérios dispostos anteriormente. No caso do grau de impacto de descarte, só será considerado aquele que for classificado de grau elevado. A Figura 1 apresenta o fluxograma do processo de seleção dos aspectos ambientais da empresa.

Figura 4: Fluxograma do processo de identificação dos aspectos ambientais da avícola INSUMOS E REJEITOS

SIM ALTO

ASPECTO AMBIENTAL DA AVÍCOLA

Potencial de periculosidade?

Recurso não-renovável?

Uso privado inviabiliza

o uso comum?

(35)

A partir da identificação dos aspectos ambientais, realizou-se a identificação das aplicações e usos, sua forma de estocagem; armazenamento e sua disposição final. Esta caracterização do uso e manejo dos aspectos ambientais é importante no auxílio da seleção dos aspectos ambientais mais significativos. Esta etapa foi realizada com o auxílio da empresa pelo fornecimento dos dados necessários e, também, a partir de levantamentos de campo.

Considerando a caracterização proposta anteriormente, a fim de selecionar os aspectos ambientais mais significativos, foi realizada uma primeira triagem para a verificação do atendimento à legislação ambiental vigente. Como cada aspecto ambiental possui uma legislação específica que se lhe aplica, seja com relação ao seu armazenamento, disposição final ou ao seu uso, foram analisadas as legislações pertinentes, verificando se o manejo do aspecto ambiental atende ou não as mesmas. Aquele aspecto que não atendeu à legislação foi selecionado automaticamente como significativo.

A seleção definitiva dos aspectos significativos foi realizada a partir da classificação dos impactos ambientais associados.

Primeiramente, foi analisado se o impacto associado ao aspecto é real, ou seja, se ele existe, mesmo com o manejo atual; ou potencial, caso o impacto não exista ainda, mas que em função do mau funcionamento (falha) do empreendimento/equipamento pode vir a ocorrer. No caso de um aspecto ambiental classificado como “impacto potencial”, investigou-se a ocorrência de acidentes ou “não conformidades” a ele relacionado, bem como os procedimentos adotados para se evitar a reincidência, de maneira a se estimar a probabilidade de ocorrência.

O impacto potencial pode ser classificado como de alto ou baixo risco e o impacto real como de alta ou de baixa relevância. Essa classificação foi efetuada adotando-se os seguintes critérios (Quadro 1):

x Extensão: determina o raio de abrangência do impacto. Pode ser classificado em

local, regional ou global;

x Intensidade e importância: classifica o impacto quanto ao seu grau de alteração e

sua relevância em pequena, média e grande;

x Reversibilidade: é a capacidade de recuperação do ambiente impactado, podendo

ser reversível ou irreversível;

(36)

Quadro 3: Classificação dos impactos associados aos aspectos ambientais

Critérios Impacto Potencial Impacto Real

Baixo Risco Alto Risco Baixa Relevância

Alta Relevância

Extensão Local Regional ou

Global Local

Regional ou Global

Intensidade/

Importância Baixa Média ou Alta Baixa Média ou Alta

Reversibilidade Reversível Irreversível Reversível Irreversível

Ocorrência de

acidentes Não Sim - -

Assim, o aspecto ambiental que atendesse a pelo menos dois dos anteriores, foi considerado como significativo, sendo priorizado o seu estudo dentre os outros aspectos identificados.

(37)

Figura 5: Fluxograma do processo de seleção dos aspectos ambientais mais significativos da avícola.

Em seguida, foram propostos indicadores para os aspectos ambientais selecionados como mais significativos. A partir do que foi observado dentro da empresa, da caracterização do manejo dos aspectos ambientais e da verificação do atendimento a legislação ambiental vigente, foram propostas metas e ações relacionadas a todos os aspectos selecionados, fornecendo, assim, subsídios para a elaboração de um plano de gestão ambiental para a empresa.

ASPECTO AMBIENTAL

Análise do impacto ambiental

Impacto potencial de alto risco

Impacto real de alta relevância

ASPECTO AMBIENTAL SIGNIFICATIVO

SIM NÃO

(38)

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Caracterização da empresa estudada

A avícola, objeto de estudo, localiza-se no município de Rio Claro, no Estado de São Paulo. Hidrograficamente, pertence à sub-bacia do Rio Corumbataí, que integra a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

A planta industrial tem capacidade máxima de abate de cerca de 25.000 frangos/dia. Como produtos finais são fornecidos ao mercado consumidor o frango resfriado e congelado inteiro e partes do frango como coxas, sobrecoxas, peitos e miúdos.

A produção é realizada por 108 funcionários que trabalham em um único turno. No serviço administrativo e no escritório trabalham 20 funcionários, na manutenção e transporte somam 40 e na limpeza são 25, totalizando 193 funcionários.

A produção diária atual da avícola em média é 17.280 aves abatidas. Os frangos são provenientes da granja da própria empresa, a qual está localizada também no município de Rio Claro.

Como subproduto, tem-se a carne mecanicamente separada, a qual é obtida a partir de sobras presas às carcaças. A mesma é vendida a frigoríficos produtores de embutidos. Também é produzida farinha, sendo esta obtida a partir das penas, do sangue e de partes reprovadas pelo controle do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Essa farinha é utilizada como ração para as aves das granjas pertencentes à indústria. Também, como subproduto, tem-se o óleo extraído das aves, o qual é vendido para fábricas de cosméticos.

A empresa não possui um Sistema de Gestão Ambiental implantado, no entanto possui sua planta ambientalmente licenciada pela CETESB.

5.2 Descrição do processo industrial avícola

O processo de abate de aves da empresa segue as etapas tradicionais de um abatedouro, o qual foi descrito em detalhes no item 4.4.2.

(39)

A Figura 6 apresenta o fluxograma do processo de abate, indicando suas entradas de insumos e saídas de rejeitos.

Figura 6: Insumos e rejeitos do processo de abate da avícola Recepção das aves

Pendura, insensibilizador e sangria Escaldagem e depenamento Evisceração Resfriamento Embalagem Câmara fria Água Energia Efluente Caixas plásticas e gaiolas danificadas

Penas

Energia

Sangue in natura

Água Energia Vapor d’água Efluente Caixas plásticas danificadas Efluente

Caixas plásticas danificadas Água Energia Água Energia Água Energia Embalagem Aparas de embalagem Efluente Efluente

(40)

5.3 Identificação e Análise dos Aspectos e seus Impactos Ambientais

5.3.1 Caracterização do Manejo dos Aspectos Ambientais Selecionados

A partir da metodologia proposta no item 3, foi elaborada a Tabela constante no Apêndice A, a qual foi utilizada para a seleção dos aspectos ambientais. Com base na referida tabela, foram identificados os seguintes aspectos: resíduos plásticos e aparas plásticas, peças de gaiolas e caixas plásticas, produtos químicos, copos plásticos, lâmpadas, detergente, água, óleos, óleo diesel, graxas, raticidas/inseticidas, energia elétrica, lodo, gases poluentes, material particulado, efluente, bombonas e tambores.

A partir da identificação dos aspectos ambientais, foi realizado um estudo de caracterização do manejo de todos os aspectos ambientais da empresa com a finalidade de verificar os mais significativos.

Apresenta-se a sguir a descrição do manejo de cada aspecto ambiental:

Resíduos plásticos e aparas plásticas

Os resíduos plásticos são provenientes de todos os setores da empresa e as aparas plásticas de embalagem são resíduos do processo de embalagem do produto final. Ambos resíduos são coletados pelo serviço de limpeza da empresa e armazenados em sacos de lixo no pátio. Todos os dias este resíduo é enviado a catadores informais, os quais vendem o material para alguma empresa de reciclagem.

Segundo a Lei estadual n°12.300 de 2006 (SÃO PAULO, 2006), a empresa estudada por se tratar de uma empresa de abate, deveria possuir um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, o qual deveria conter toda a geração dos resíduos e sua adequada disposição final e/ou tratamento. Segundo essa mesma lei, as atividades de transporte devem ser projetadas, licenciadas, implantadas e operadas em conformidade com a legislação em vigor, devendo a movimentação de resíduos ser monitorada por meio de registros rastreáveis, de acordo com o projeto previamente aprovado pelos órgãos previstos em lei ou regulamentação específica. Cabe a empresa geradora do resíduo certificar a regularidade da empresa de reciclagem.

Peças de gaiolas e caixas plásticas

(41)

As caixas plásticas são usadas na produção e são retornáveis. Caso alguma se danifique, ela é armazenada no pátio juntamente com as peças de gaiolas quebradas e posteriormente enviada para reciclagem.

A empresa de reciclagem é devidamente licenciada para realizar o serviço.

Produtos químicos

Existem diversos produtos químicos utilizados pela empresa em seus diversos setores (estação de tratamento de efluentes industriais, tratamento de água, caldeira, limpeza, etc.). Muitos desses produtos químicos são considerados perigosos, segundo a ABNT NBR 10.004: 2004, sendo armazenados em uma sala especial para esse tipo de produto. A sala é de alvenaria, totalmente fechada, impermeabilizada e sinalizada, no entanto, não possui canaletas para eventuais derrames de resíduos. Apenas o querosene é armazenado na sala de tintas, a qual também é de alvenaria, totalmente fechada e impermeabilizada e também não possui sistema de drenagem de possíveis derrames.

Após o uso, todos esses produtos químicos são incorporados ao efluente industrial da empresa.

A avícola envia mensalmente à Polícia Federal um relatório de declaração de consumo/ aquisição de produtos químicos controlados por essa instituição.

Copo plástico

Os copos plásticos da empresa são utilizados pelos diversos setores. Esse resíduo é coletado pela limpeza e armazenado junto com as aparas e embalagens plásticas, sendo coletados diariamente por catadores informais, os quais vendem os mesmos para uma empresa de reciclagem. São gerados cerca de 800 copos descartáveis por semana.

Lâmpada

As lâmpadas utilizadas pela avícola são do tipo fluorescente. Essas lâmpadas descartadas são consideradas resíduos perigosos segundo a ABNT NBR 10.004:2004. O setor de manutenção é responsável pela troca de lâmpadas de todos os demais setores. As lâmpadas recolhidas são armazenadas em um tambor no pátio e coletadas pelo projeto municipal Desafio Jovem, projeto esse que recicla sucata e outros materiais. Não existe nenhum registro de lâmpadas quebradas e/ou de acidentes com as mesmas.

(42)

Detergente

Os detergentes são utilizados na empresa na lavagem de utensílios domésticos e na limpeza da empresa. Após a lavagem o resíduo é incorporado ao esgoto industrial da empresa e tratado na ETE.

Água

O sistema de abastecimento de água da empresa é composto por poços de água subterrânea e pela concessionária de água da cidade, correspondendo a 94,51% e 5,49%, respectivamente (Figura 7).

Figura 7: Captação de água da avícola estudada

Parte da água potável utilizada no abatedouro é oriunda do poço tubular localizado dentro da área do frigorífico. A água é bombeada do poço e encaminhada até o filtro de osmose reversa. Após o tratamento, a água é bombeada para reservatórios de armazenamento, nos quais na entrada passa por uma cloração inicial, objetivando atingir teores de 0.5 a 1 ppm. Dos reservatórios, parte da água segue para uma torre de resfriamento, onde é utilizada no

chiller e na fabricação de gelo. Esta água usada para o resfriamento por imersão é clorada novamente permitindo-se teores de até 5 ppm de cloro livre. Após a cloração, a água é conduzida por meio de dutos para vários pontos do processo produtivo. A água destinada à limpeza e higienização não passa pelo resfriador. A Figura 8 abaixo apresenta o percurso da água do poço na avícola.

(43)

A avícola possui 1 reservatório de 10.000 litros de água não tratada, o qual regula a vazão de água que entra no filtro de osmose reversa , 4 reservatórios de 150.000 litros de água filtrada e tratada e 2 reservatórios de 4.000 litros de água, um destinado ao lavador de autos e outro para o sistema de produção de gelo.

Figura 8: Fluxograma do tratamento e utilização da água no abatedouro.

Para o controle de cloro existe uma bomba dosadora na entrada da rede principal de água do abatedouro. Este controle é feito diariamente, no mínimo uma vez por hora, somente durante o período de abate (estes dados são registrados no controle diário de absorção total, teor de cloro e consumo de água que é encaminhado para o S.I.F. diariamente). Sempre que necessário, o reservatório da bomba dosadora é completado com hipoclorito de sódio.

Poço

tubular Reservatório

Filtro de osmose reversa

Reservatório

Cloro

Torre de resfriamento Limpeza de

caminhões

Limpeza/ higienização

Chiller Fabricação de gelo

(44)

Para a quantificação do aspecto ambiental água, primeiramente, foram analisados dados de consumo de água levantados pela própria empresa, entre os meses de janeiro de 2007 a fevereiro de 2008, excluídos os meses de março, abril e maio de 2007, devido à ausência de dados.

A partir da análise dos dados, estimou-se um consumo médio mensal de água de 6.859,55 m3, sendo que cerca de 4.670 m3 mensais são consumidos na produção, 1.630 m3 na limpeza e 559,55 m3 em outros setores da empresa. A limpeza da planta inclui limpeza da

área de produção, limpeza do pátio e lavagem de caminhões.

A Figura 9 apresenta as porcentagens de consumo de água por atividade na avícola.

Figura 9: Consumo de água por atividade na avícola

(45)

Óleos

Dentre os óleos utilizados pela empresa pode-se destacar o óleo lubrificante e óleo diesel. Os óleos são utilizados pelo setor de manutenção da empresa na frota de caminhões. Os óleos são armazenados na sala de tintas e seus resíduos são coletados e armazenados em um latão de 200 litros no pátio da fábrica. Esses latões são armazenados em parcialmente impermeabilizada, sem cobertura e sem canaletas de contenção. A empresa não cumpre as exigências de armazenamento de resíduos perigosos em contêineres e/ou tambores, previstos na ABNT NBR 12.235 de 1992.

De 3 em 3 meses o óleo é vendido para uma recicladora, a qual possui licença.

O óleo diesel é armazenado em um reservatório aéreo de 8.000 litros e são utilizados cerca de 6.000 litros por semana. Este óleo é comprado diretamente da distribuidora.

Graxas

As graxas são utilizadas pela manutenção, nos equipamentos da produção. A embalagem muitas vezes é reutilizada pela empresa ou enviada para o projeto municipal Desafio Jovem.

Energia elétrica

A energia utilizada pela avícola é proveniente da concessionária de energia elétrica da cidade. É consumido, em média, cerca de 141.094 Kw por mês.

Lodo

O lodo é gerado na estação de tratamento de efluentes industriais. São coletados dois caminhões de 5.000 L cada de lodo e enviado para as lagoas de tratamento da Graxaria e utilizado posteriormente como adubo. Conforme a Lei estadual n° 12.300 de 2006, nenhum resíduo industrial pode ser disposto no solo, apenas mediante a aprovação do órgão ambiental. No caso do lodo, a avícola não possui autorização para sua disposição.

Emissão de gases poluentes e particulados

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combustão externa de derivados da madeira. As emissões também são disciplinadas pelo Decreto estadual 8.468 de 1976.

Existem também os gases e material particulado provenientes da queima de combustível fóssil, no caso o diesel, pela frota de caminhões da empresa. Esta emissão deveria estar regida pela Resolução CONAMA nº252 de 1999, a qual estabelece critérios, procedimentos e limites máximos de opacidade da emissão de escapamento para avaliação do estado de manutenção dos veículos automotores do ciclo Diesel, em uso no território nacional. Quanto a estes gases gerados pelos caminhões da empresa, a cada seis meses é feita um análise de fumaça em todos os caminhões e é emitido um relatório de controle.

A avícola não possui nenhum equipamento para controle da poluição do ar, apenas possui um catafagulhas, o qual retém sólidos. No entanto, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) vem a cada 6 meses fazer medidas e monitorar a qualidade das emissões.

Efluente

A empresa possui 2 tipos de efluentes: os industriais e os sanitários. Os industriais são enviados à estação de tratamento de efluentes industriais (ETE) da avícola e depois enviados para o coletor de esgoto da cidade. Já o esgoto sanitário é enviado diretamente à rede coletora de esgoto.

O efluente industrial é composto pelo efluente de produção, lavagem de caminhão, degelo e parte do efluente pluvial da empresa. São tratados cerca de 28 m3/h na ETE.

Todo o efluente industrial coletado é enviado para a caixa n°1, chamada de caixa de recepção. Uma bomba transporta o efluente para a peneira, onde a sujeira grosseira, penas, fezes das aves e parte da gordura são retiradas.

Todo resíduo retirado da peneira é acondicionado em um tambor e depois enviado para a Graxaria, onde é misturado junto com as fezes da criação de aves, fermentado e utilizado posteriormente como biofertilizante.

Passado pela peneira, o efluente é enviado para a caixa n°2, onde é injetado ar comprimido para posterior flotação dos sólidos e gorduras. O material flotado é removido e disposto juntamente com o lodo.

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Por se tratar de um processo anaeróbio, ocorre a formação de grande quantidade de metano. O gás é coletado e enviado a uma caixa de recepção, onde é purificado (lavagem com água) e em seguida queimado.

O efluente tratado no reator passa por um sifão hidráulico para misturar o efluente e posteriormente é encaminhado ao decantador. O processo de decantação demora cerca de 8 horas.

A Figura 10 apresenta o fluxograma do tratamento de efluente da avícola.

Análises de qualidade do efluente foram realizadas pela empresa no ano de 2007. Foram amostrados 5 pontos diferentes: na entrada do efluente na ETE, após a peneira, após o flotador, após o reator e após o decantador.

A Tabela 5 apresenta a qualidade do efluente antes e após o tratamento, referente ao ano de 2007.

Tabela 5: Qualidade do efluente do abatedouro antes e após o tratamento

PARAMETROS Antes do

tratamento

Após o tratamento

Valor máximo permitido (Decreto Estadual nº 8.468 de 1976)

PH 5,98 6,10 5,0 a 9,0

DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg O2/L)

3680 174 Não especificado

DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg O2/L)

1512 56 até 60 mg/l

ÓLEOS E GRAXAS (mg/L) 71 < 2 Não especificado

SÓLIDOS

SEDIMENTÁVEIS (mL/L) 10,0 2,0 até 1,0 ml/l

NITROGÊNIO

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