C LASSIFICA�AO INTERNACIONAL DAS ATIVIDADES DE ENFERMAGEM:
U MA AMOSTRA DA REALIDADE BRASILEIRA
*
Magda Rojas Yoshioca**
Maria Alves Babosa* *
Nadia Zanon Narchi***
Isabel Cistina
F .da Cruz* *
Ana Lucia Queioz Bezerra* * *
Rose Meire Imanichi***
RESUMO:
0
estudo constituiu-se de levantamento bibliografico com objetivo de
identificar os termos referentes as atividades de enfermagem: diagnosticar, prescrever
e avaliar.
0
levantamento foi realizado em revistas, disserta:oes e teses da enferma
gem brasileira , do acevo da biblioteca da Escola de Enfermagem da Universidade de
Sao Pau lo e do catalogo de pesquisas e pesquisadores de enfermagem do Centro de
Estudos e Pesqu isas da Associaao Brasileira de Enfermagem, no periodo de 1 988 a
1 992. Oas 1 1 9 publicayoes encontradas identiicou-se que 53,5% referiam-se ao termo
prescricao de enfermagem, 39,0% ao diagnostico de enfermagem e 7,5% a avaliayao
da assistencia. Cad a um destes termos recebeu denomina:oes diferentes,
0que
denota a necessidade de padroniza:ao de linguagem.
ABSTRACT: The study was compounded by bibliography collecting with the objetive
of identiying terms referred to nursing activities: to diagnose, prescribe and evaluate.
The data colleting was done by making use of Brazilian nursing journals, dissertations
and the theses from nursing school's heap of Brazilian library belonging to Universidade
de Sao Paulo. Catalogues and nursing researches from the Research and Study
Center from Brazilian Nursing Association were used , for the period of time between
1 988 and 1 992. From 1 1 9 issues which were found it was shown that 53,5% referred
to a nursing prescription term, 39,0% was related to nusing diagnostic and 7,5% to
assistance evaluation. Each of these terms got diferent denominations which show the
patterned language necessity.
1 .
INTRODU�AO
padroes minimos de assistencia, pam que se imple
mente um sistema voltado paa a pritica e que ao
mesmo tempo garanta a sua retoalimenta:ao.
o prop6sito deste trabalho e contribuir nas dis
cussoes sobre a padroniza:ao da linguagem referente
as atividades de enfem1agem:
diagnoslico. prescri
:ao e avalia:ao do resli/tado
doassislencia.
Nesse
sentido
KlM+,presidente do ICN (Inteatioal
Council of Nusing), considera que deva existir rela
:ao entre nomenclatura, linguagem, classifica:ao e
o ICN sugere tambem, que os criterios pam a
elabora:ao da classifica:ao da pritica de enferma
gem, sejam os de atender aos multiplos prop6sitos dos
diferentes paises, ter linguagem acessivel e adequada,
possuir uma defii:ao conceitual que independa do
• •
Trabalho apresentado n o 45° Congresso Brsileiro d e Enfennagem. Recife - PE, 2 8 d e 110vembro a 3 d e dezembro d e 1 993 . Doutorandas da Escol a de Enfennagem da Universidade de Sao Paulo .
• • • Mestrandas da Escol a de Enfennagem da Universi dade de Sao Paulo.
+ K I M (Intemational Council of Nursing). Pesquisa e assistencia: panorama e tendencias mundiais. [ Conerencia proferida durante o Encontro Intemacional " Pesquisa em Enfennagcm: uma questao de saude ", S ao Paulo, 1 992]
eferencial tea ico e do modelo de assistencia, conter nueleo central ao qual se permita un processo conti nuo de desenvolvimento e aperfei;oamento, ser sen sivel
a
variedade cultural, reletir sistemas de valores comuns de enfermagem, como aqueles contidos no seu codigo para enfemeiros, e ser adotado ela Or ganiza;ao Mundial da Saude (OMS) para inclusao ou complementa;ao do Codigo Intenacional de Doen ;as (CD)(35).A classiica;ao das atividades de enfemagem, para ser sistematizada e universalmente ace ita, neces sita que os elementos basicos -
diagnostieo, preseri
yio
eavaliayio de e
n
f
er
m
age
m
- sejam c1aamenteexpliciados(5, 1 0,32,33).
Os pimeiros tabalhos que mostram a preocupa ;ao com a universaliza;ao de Iinguagem para a pnti ca da enfermagem, surgiram na dec ada de setenta entre enfenleiros ameicanos e canadenses, que pro pusen a cria;ao de modelos para c1assiica;ao il� temacional de diagnosticos de efermagem. Eles dl ferem entre si a concep;ao de abordagem da clien tela, mas tem como onto comum 0 estabelecimento de uma cientificidade que ossa estar contida na praxis dos enfermeios intenacionalmente conside ados.
Nesse senti do tambem existe a tentativa de enfer meiros americanos padronizarem prescri;oes de en fermagem baseadas na c1assifica;ao de diagnosti cos(32,33).
No B rasil existem esquisadores preocupados em estudar diagnosticos de enfermagem ( 1 1 . 1 2, 1 3, 1 4. 1 5, 16, 1 8, 20, 3 1, 34, 38). Esses estudos constituem os primeiros pass os em dire;ao
I
unionniza;ao de Iin guagem no pais, e deverao servir de subsidio paa a elaboa;ao de c1assifica;ao intemacional da prMica de enfemlagem contendo os elementos basicos -dignostieo, preseri;io e av
a
lia
yio
.o
pesente estudo tem or objetivo identifi .car a produ;ao de trabalhos da enfennagem brasIlelra quanta as atividades caracterizadas peJos itens:diag
nos/ieo, preseri;io
e ava/ia;io de eIllagem
-ataves de levantamento bibliograico do periodo de 1 98 8 a 1 99 2 .2. METODOLOGIA
Foram consultadas revistas, disserta;oes e teses de enfermagem do acevo da Escola de Enfennagem da U niversidade de Sao Paulo (EEUSP), e do catlogo sobre pesquisas e pesquisadoes do Centro de Estudos e Pesquisa em Enfennagem da Associa;ao Brasileira
de Enfermagem (ABEn).
Dessas eferencias, ex1raiam-se 1 1 9 publica;oes que constituem a popula;ao deste trabalho. A ilise dos tex10s apontou para a necessidade de se agupar os termos, segundo as semelha;as e 0 sentido, em
diagnostico, prescrf;io e avalia;io.
Os temos assim identiicados aparecem isoladamente ou em con junto nos tex1os, sendo sua ailise ealizada de foma se parada conforme 0 agupamento.Neste estudo, entende-se por
diagnostieo
0
julga mento clinico das respostas do individuo, fnilia ou comunidade ao problema de saude ou pocesso vital. Por prescri;io, compreende-se que sao as inter ven;oes realiadas ou delegadas elo enfermeiro, para resolu;ao do diagnostico de enfermagem ou nao, tendo em vista 0 esultado a ser alcan;ado.o
resultado proveniente das atividades do enfer meio, dirigidas para a esolu;ao de um determinado diagnostico de enfermagem, constitui-se nafi'alia
yio .
3. DISCUSSAO DOS RESULTADOS
A
Figura1 ,
a seguir, demonstra a totalidade das atividades de enfermagem - diagnostico, prescri;ao e avalia;ao - no ambito deste trabalho.Figura
1 :
Distiibui;;ao dos termos identiicados
como
DIAGNOSTI CO, PRESCRI:Aoe
AVALlA:Aonos
trabalhos referentes as atividades de engerma
gem, 1 988/1 992. Sao Paulo, 1 992.
Prescri;;ao 53,5%
Avalia;;ao
7,5%
Diagnostico 39,0%
Nesta figura, a prescri;ao de enfermagem apare ce com maior freqOencia (53,5%,) . Su6e-se que isto se deva
a
privativa do enfermeio e previstas a Lei do Exercicio Profissional de Enfermagem(3,4).Quanto ao diagnostico de enfenlagem, verifica se freqOencia de 7,5%. 0 que sugere ser esa uma area
incipiente de pesquisa.
A seir, os dados serao apresentados confone agupmento dos tenos:
diagnostico, prescri9io e
valia9io.
3.1 .
Diagn6stico de Enfermagem
o teno
diagnostico
ten origem grega e sigica coclusao ou julgamento resultante de un pocesso alitico.Segundo HORTA(27) 0 diagnostico constitui un dos elementos do pocesso de enfermagem, sendo deiido como: " . . . a identiicaeao das necessidades basicas do individuo (familia ou comunidade)
que
precisam de atendimento e a determinaeao, pela En fenagem, do grau de depedecia deste atendimento em atureza a extensao ".PAlM et al. (36) deinem diagoostico de enfenna gem como "a deteninaeao da de
e
ndencia que
0 paciente ten do enfenneiroem temlOS de necessida
des humaas afetadas e a patir dos poblemas de enfenagem extidos do istorico de enfennagem do paciente ".CAPEDELLI et al,<8) consideram como diag nostico de enfenagem as impress6es do examinador (0 enfemleiro) sobe seu cliente.
A
impessao do examinador confere caHer subjetivo ao dia
gn
ostic
o,enquanto que a
classificaeao sobre a terminologia, paa 0 iagno
stic
o,
gaante objetividadepara a
plti ca de enfennagem.No conjunto
das publicae6es sobe
0lema, er
cebe-se na obra de HORTA(27) a busca pela espccifi
cacao da essencia do diagnostico. Noa-se preocupacao da autora quanto a necessidade de existir visao de
conjunto dos dados coletados no historico e de nomea-los, ou seja, fazer diagnostico. A referida autora
proOs enIo,as Sindromes de Enfennagem. com
preendidas como fomla embriolria de se nomear as respostas do cliente ao seu problema de saude ou processo vital.Na Iiteatura
brasileia consultada, ve-se que a
sistematizacao das atividades de enfennagem inicia
se a pa
irda decada de
50com as pesquisas de
HORT
A(23, 24, 25, 26,27). Sua teoria influeciou
posi-tivamente aenfenagem brasileia, ois a partir de
seu trabalho, os proissioaiscom
eea
ama atuar
de fona sistematizada.0 MO
justamento as dificulda des iniciais existentes, quandose implementou
a nova metodologia, assim como 0MO aprofundamento ou
aperfeieoanlento pelos usuarios desuas popostas,
constituem limiae6es na utilizaeao des sa teoria. Embora 0 modele de sistematiaeao da assisten cia de HORTA seja adoado por algumas escolas e sevicos de enfenagem, constata-se por meio da literatura proissioal, que a implementaeao do mo delo
MO
obseva, por exemplo, a correla;ao enre as atividades:historico - diagnostico - prescri9io - ava
lia9io.
Desse modo, algumas das etapas do processo de enfennagem sao suprimidas, or serem considera das complexas.0
diagnostico de enfenagemMO e
implementado, sendo substituido por sinais, sinto mas, equipalentos, procedimentos e diagosticos medicos(8, 17,30).Enquanto atividade proissional, 0 di
a
gnos
tic
o deenfenagem nao esta contemplado de fomla explicita na legislaeao do exercicio de enfenagem(3,4). Toda
via, a
consulta
de enfennagem deve compeender asetapas do levantamento de dados,
diagnostico, pes
crieao e avaliaeao da assistencia
p
resta
da.
A partir da segunda metade da dec ada de 80, .0
conceito de diagnostico tem ressurgido entre os en
feneios brasileiros com um novo enfoque.
Naatual
fase, esse conceito aproxima-se do que foi operacio
nalmente definido pela
NorthAmerican Nursing
Diagnosis Association (NAND A) como "um
julga mento clinico das respostas do individuo,da f
lilia
ou da
comunidade aos
processos vitais ou aosproble
mas de saude atuais ou potenciais, os quais fomecem
a base paa a seleeao das prescrie6es de efennagem,
e para avaliacao da assistencia pela qual
0 enfemleiroe ep
ons
ave
l"(
39).
A classiicacao dos diagnosticos de enfenagem
poposa pela NADA comeca a ser utilizada' no
Basil, nas instituicoes assistenciais de ensino em Sao
Paulo, Rio de Janeiro e Paraiba.
Na Paaiba,
urganizou-se
0primeio Grupo de
Interesse em Diagnostico de Enfermagem (GIDE
PB)
eem Sao Paulo
0segundo Gruo (GIDE-SP),
ambos vinculados
a
Associaeao B rasileira de Enfer
magem (ABEn). D
os tabalhos desses gupos resultaram ate
0momento dois Simposios Nacionais sobe
Diagnoslico de Enfermagem (Sao Paulo,
1 99 1 ePa
ra
iba, 1 992).Durante
0 42"Congesso B asileiro de Enfemla
gem, em
1 990, 0GIDE-PB recomendou a criacao de
um Forum Nacional sobe Diagn6stico de Enfemla
gem. Em
1 99 1 ,foi criado
0 CoiteNacional de
Revisao dos Diagnosticos de Enfenagem, para coor
denar no Brasil os estudos relativos
a
tradueao da
T
axonom
ia
Ida NANDA. Ressalte-se que
variostabalhos sobe o tema têm sido apresentados em eventos nacioais e intenacionais.
A utiliação de diagnósticos de enfermagem no Brasil não é absolutamente uniforme, ois enconta se em algumas instituições o desenvolvimento de atividades de efemagem sistematiadas, incluindo í o diagnóstico de enfermagem segundo a Taxono mia I da NANDA e. em outras, a ausência de tais atividades.
A eXJressão "diagnóstico de enfermagem" 10 é a única utilizada para se eferir às respostas do cliente ao problema de saúde. Esta irmação ode ser claramente demonstrada atavés do que consta na Tabela 1. Nota-se nesta Tabela que o termo diagnós tico foi o mais empregado (34,2%) nos tabalhos, sendo seguido por poblemas (28,8%).
Analisando-se os estudos que empregam os ter mos identificados como iagnóstico, pode-se consa
tar que na maioria das vezes, eles não se constituiam
em pate integrante do processo de assistência siste
matiada de enfenlagem e, algumas vezes, foram utilizados juntamente com os outros elementos iden
tiicados como prescrião e avaliação, também de
forma não sistematizada.
Tabela 1 - Terminologia identiicada como
DIAGNÓSTICO em trabalhos referentes às ativi
dades de enfermagem -1988/1992. São Paulo, 1992.
TERMO F
Diagnóstico 25 34,2
Problema 21 28,8
Avaliaçâo 8 10,9
Alteraçâo 7 9,6
Parâmetro 2 2,7
Classificaçâo 2 2,7
Manifestaçâo 2 2,7
Indicador de deequilibrio 1 1,4
Limitaçâo 1 1 ,4
Comportamento esperado 1 1,4
Impressões do examinador 1 1,4
faxonomia das funções 1 1,4
Diagnóstico médico 1 1,4
TOTAL 73 100,0
o tenlO problema, identificado 21 vezes na pro
dução cientifica cosultada, [oi aplicado, na maioria das vezes, como poblema do paciente segundo pato logia ou situação à qual estava exposto. Isso pode ser parcialmente explicado, analisando-se a deinição de
diagnóstico de enfemagem enunciado por
HORTA(27), onde ele está identiicado como proble ma de enfermagem.
O problema do paciente e o problema de enfer magem são termos que estão intimamente relaciona
dos e muias vezes coundidos(21). Obsevou-se nes
te estudo que o termo problema foi empegado para designar problema do paciente.
Os outros termos encontrados com menor fre quência (avaliação, alteração, parâmetro, classiica ção, manifestação, indicador de desequilíbrio, limita ção, comportamento eserado, impressões do exami nador, taxonomia das funções, diagnóstico médico), mostram a diversidade de nomenclatua empregada para designar uma mesma atividade de enfemagem - diagnosticar.
Suõe-se que os esquisadores empegam alguns tenlOS (parâmetros, indicadores de desequilíbio e taxonomia das unções), movidos elas tendências do momento da ealização da pesquisa e utilizando ter minologias emergentes.
Em apenas um trabalho o enfenleiro admitiu que o seu diagnóstico era baseado no diagnóstico médico. Sabe-se porém que, pautados no modelo bio-médico, os enfermeiros, em geral, têm assumido ou adotado como parâmeto para seu diagnóstico, o diagnóstico de outo proissional, em paticular, o do médico.
Constatou-se que a terminologia identiicada
como diagnóstico de enfermagem aparece em diver
sas especialidades, tais como: saúde matemo-ifantil
(25), saúde do adulto (18), saúde do idoso (3), saúde da família (2), saúde mental ( I), práticas altenativas
(I), e outas em que não foi possível identificar a que
especialidade pertenciam ( 11).
A diversidade de teminologias empregadas nos
tabalhos analisados, para desigar diagnóstico de
enfer/llage/ll, demonsta a dificuldade e a conseqüen te necessidade de padronização de lingagem.
3.2 Prescrição de Enfermagem
A patir dos trabalhos de HORTA. outros foram surgindo e. desse modo, cada parte do processo de en[enlagem vem sendo estudada detalhadamente (6, 7,13,14.15,16.17.18,19.20.22,31, 34, 37, 38).
A prescrição de enfer/llagem é considerada como a tomada de decisão. paa indicar qual o tipo de cuidado que deve ser prestado numa determinada
situa930. Isto requer do enfermeio expeiencia e ca paciade de escolha entre uma ou outra pesci930 a
ser realiada.(37)
Prescu�io de enfermagem
e entendida tambem como a implementa9ao do plano assistencial pelo roteiro diaio, que coo-rdena a a9ao da equipe de efemagem, na execu9ao dos cuidados adequados ao atenimento das necessidades basicas e eseciicas do ser humano(27); ou, ainda, como 0 conjunto de condutas decididas ela enfenleira, que direciona e coordena a assistencia de enfermagem ao paciente de foma individualiada e continua( l ).E
importante comentar que 0 tenlOprescri�io
de enfermagem,
inicialmente proposto por diversosauto res e reconhecido pela Lei do Exercicio Pois sional a dec ada de 80, ganha uma nova sinonimia -inteVen9ao - caracterizada pcla deini9ao de GU TIEREZ(22).
A
autora ainna que a inteVen9ao se da quando se reconhecem as limit:190eS que 0 ser humano tem no atendimento de suas necessidades basicas que, apeSar de terem carater universal, variam quantoa
sua natueza para 0 ben estar individual em decoencia de multiplos fatores, como os bio logi�
os, os psicologicos e os sociais.A
teinologia identificada comoprescri�io de
enermagem
encontra-se na Tabela 2 . Est:1 tabelamostra que as mais utilizadas foam: a90es ( 1 4%)
oienta9ao ( 1 3 %), a90es educativas ( 1 1 %), inteven
�
9ao ( 1 0%), cuidados (8%). plano (7%), condutas(6%), atividades (5(o), assistencia (4%) e programa de orienta9ao (4%).
No Brasil, adotou-se legal mente 0 tenno
pres
cri�io de eIllagem
para caracterizar as inteVen-90eS em concordancia com a Lei do Exercicio Pofis sional, a qual garante 0 direito ao enfermeio de executa-Ia{3,4) Aesar disso, no presente estudo, em apenas tres dos artigos analisados, os autores denomi namprescri;oes
as inteVen90es realizadas ou dele gadas pclo enfenleiro para a rcsoiu9ao do diagnosti co de enfermagem.A
analise paraleia do material estudado pemlite ainnar que asprescri�oes,
assim como outras partes do processo de enfemlagem, estiveram ao iongo da historia da assistencia, baseadas no diagnostico e prescri9ao medicas, etratando com fidedignidade 0 modeio bio-medico, finnemente iigado ao pensamen to cartesiano.TabeJa 2
-Terminologia identificada como
PRESCRI;;Ao, em trabalhos referentes as ativi
dades de enfermagem
-1 988/1 992. Sao Paulo,
1 992.
TE
R
MO FAyOes 1 4 1 4
Orientaylo 1 3 1 3
Ay30 educativa 1 1 1 1
Inteveny30 1 0 1 0
Cuidados 08 08
Plano' 07 07
Condutas 06 06
Atividades 05 05
Assis!ncia 04 04
Programa de orientaylo 04 04
Prescriy30 03 03
Procedimentos 03 03
Programa educativ� 03 03
Atuay30 02 02
Procedimento sistematizado 02 02
de assistencia
Medidas gerais de assistencia 02 02
Pla nejamento da assistencia 01 01
Tera peutica de enfermagem 01 01
Tarefa 01 01
Medida terapeutica 01 01
Auto-cuidado 01 01
TOTAL 1 00 1 00
*
Como Plano foram agrupados plano assistencia l, plano de orientay30, plano de cuidados e plano terapeutico .Outra constata9ao deste estudo, foi a existencia de prescri90es de enfe rmagem fora do modelo alopa tico de assistencia. 0 que de certa fomla evidencia penlll1cios de mudan9as quanto as atitudes em rela-9ao ao fen6meno saude-doen9a, epesentando "un caminho para transcender os limites i mpostos pelo paradigma dominante "(29).
A tennino logia identiicada como
prescri�io de
el?j(mllagem
aparece nos trabalhos das areas de sallde materno-infantil (3 1 ) e na de saude do adulto (3 1 ),surgindo em menor frequencia nas de saude do idoso
(3). saude ment:11 (3), praticas altemativas (3), saude
da familia (2), saude do trabalhador ( 1 ) e em outras em que nao foi ossivel identiicar as areas de espe cialidades a que petenciam( 1 4).
A am\ lise dos textos utiliados neste trabalho permitiu identificar diversidade de terminologia em pcgada pelos enfemleiros quando se eferem as
pres
cri�oes de enfermagem.
Este fato nao penlite uso deli nguagem comum entre os proissionais. dificultan do a padroniza9ao de condutas.
3.3. Avalia�ao de Resultados
da Assistencia de Enfermagem
A
avaliario
constitui-se no resultado de processo de tabO previamente estabelecido atraves de ci teios ou objetivos da assistecia de enfemagem.o processo de trabalho de enfermagem, quer no modelo individual ou coletivo, compreende 0 objeto natual (clientela), 0 objeto do trabalho (corpos indi viduais), 0 pocesso propriamente dito (seus agentes e instumentos) e 0 produto que e 0 esultado do pocesso de trabalho da enfermagem; a
avalia:io
e que norteia a reformula�ao do processo.A
avaliario,
como uma das fases da assistencia de enfemagem, seve de "feedback" para reformu la�ao e ajuste do planej amento da assistecia e da prescri�ao de enfemagem.(28)Segundo recomeda�ao do Manual de Padroes Miimos de Assistencia de Enfermagem em Recue a�ao da Saude, do Miisterio da Saude, a
ava/ia:io
e a aalise quantitaiva e qualiativa da assistencia prestada ao paciente, de acordo com objetivos, metas, omas e padroes pre-esabelecidos(2).0
Manual contem criterios de avalia�ao que abrangem dados especiicos eferentes a diagnostico.o primeiro trabalho de enfemlagem no Brasil, que aborda a
fiJaliario dos resultados
da assistencia de enfermagem, foi 0 de HORTA(�
7), que emprega 0 termoprognostico de en
r
rmagem
como indicador das condi�Oes que 0 cliente atingim ap6s 0 tratamen to, icluindo i a avalia�ao do processo de cuidar de si, medindo todas as suas fases. Esta avalia�ao baseia se o grau de dependencia ou independencia que 0 cliente tet ap6s a assistencia.0
pognostico de en femagem estima a probabilidade e a capacidade do paciente alcan�ar sua independencia, em ateder suas necessidades basicas, e orientar a assistecia de en fermagem.( 19,36)DANIEU I 9) emprega 0 termo avalia:ao para "fazer un levanamento ou veriica�ao dos procedi mentos de enfermagem utiliados e dos resulldos obtidos no atedimento das nccessidades basicas da essoa humana ". Propoe meios de avaliar 0 resulta do, como por exemplo : obseva�ao sistematizada, estudo de cuvas indicadoras, avalia�ao baseada na evolu�ao de enfermagem.
PAIM(37) deine avalia�ao como uma linha de "feedback" que une continuamente as situa�oes en volvidas no pocesso, enquanto CAPEDELLI et l.(8) apresentam a avalia�ao como resposta do
a-ciente
s
a�oes de enfermagem, popondo que essa metodologia deva ser centada o auto-cuidado.CIANCIRULLO(9) ima que a sistematiza :ao das atividades deve ser compativel com as neces sidades do cliente, de sua familia e da comunidade. A sistematiza�ao pode resular num processo formal de avalia:ao da qualidade da assistencia de enfemagem. Paa que isto ocora, e necessario execer contole sobre 0 resultado das a:Oes. A autora considera que 0 contole de qualidade da assistencia visa assegur a manute:ao e a implementa�ao da sua excelencia.
Atraves do controle das componentes estrutuis do pocesso de enfermagem, e dos resultados apre sentados elo usuaio, e ossivel realiar as necessa rias altera:oes e implementayoes paa a melhoia da qualidade da assistencia de enfemagem.
Pelo levantamento bibliogico realizado neste estudo, pode-se perceber que a enfermagem brasilei ra, assim como a inteacional, esta dado os primei ros passos em busca de criterios ou elementos para subsidiar a avalia�ao dos resultados decoentes da assistencia.
Os termos encontados neste estudo como
ava
/ia:io de resultados
estao expessos na Tabela 3 que demonstra 0 termo avalia�ao (35,5%) como 0 mais empregado. Analisando-se os termos dessa abela percebe-se que ha rela�ao entre os meios de avalia�ao de resultado proosto por DANIEU I 9), como por exemplo: pece�ao como orienta�ao casual intuitiva, opiniao como obsevayao intelectual orientada, crite rios de avalia�ao como obsevayao sistematiaa, e monitoriza�ao como estudo de cuvas e indices indi cadoes.Tabela 3
-Terminologia identificada como
AVALlA;Ao
em trabalhos referentes as atividades
de enfermagem
-1 988/1 992. Sao Paulo, 1 992.
TERMO F %
Avaliayao
� I
35,S"Percepyao 1 4,4
Opiniao 1 4,4
Objetivos 2 1 4, 4
Criterios de avaliayao 1 7 , 1
Monitorizayao 1 7 , 1
Pro n6stico de enferma em 1 7 , 1
TOTAL 1 4 1 O,a
" aproximados para efeito de alculo
o termo prognostico parece ter sido empregado a partir dos trabalhos de HORTA(27), PAlM et al.(36)e DANIEU I 9).
Obsevou-se tambem, que a utilia:ao de lguns dos tenos apresentados na Tabela 3, possuem rela :ao com a avalia:ao enquanto resultado alcan:ado por uma determinada prescri:ao de efenagem.
Apesr a baixa freqiencia de estudos identiica dos como
avalia9io de resultados da assistencia,
as areas de esecialidades que empegam esta catego ria fomm as de saude matemo-infantil( 4), saude do adlto (7), saude mental ( 1 ) e oums sem especiica :ao (3).Os dados acerca da
valia9io dos resultados
da assistencia sao incipientes, poem demonstram peo cupa:ao de alguns pesquisadores a respeito do "feed back" da assistencia de efemlagem prestada.4.
CONCLUSAO
A litemtum evela que as atividades de enfena gem -
diagnostico, prescri9io e avalia9io
- tem sido nomeadas com tenos diferentes, de signiicados se melntes. Desse modo problemas, altem:oes, ativi dades ou mfesta:oes do cliente sao encontrados, nas eferencias analisads, comodiagnostico;
a:Oes, aividades, condutas, orienta:ao e inteven:ao como prescri9io; e, erce:ao, opiniao e prog6stico comom'alia9io
do resultado da assistencia de enfenagem.A diversidade dos tenos encontmdos neste le
vatmento bibliogico, sobe
0
so de terminologia comum pam as aividades universais de enfea gem, de nota a gravidade do poblea e revela a
ecessidade de estudos que ossam apofudar
0
assunto.
Em relaao ao objetivo proposto, considem-se
que ha produ:ao referente as atividades de enfena gem, e que os resultados odem efor:r a peocupa :ao do leN em padonizar linguagem uiversal pam estas atividades.
Quanto
a
metodologia utiliada neste estudo, en tende-se que foi apropriada para uma abordageminicil do tema. Faz-se necessario, orem, apontar algumas limita:Oes decorentes, por exemplo, do bre ve periodo de temo relacionado as publica:oes, e da utilia:ao do acevo de uma determinada area geogra ica, em detimento de outms.
As limita:Oes existentes, contudo, 030 compo metem a poposta deste trabalho, que e a de contribuir para a elexao e discus sao do tema em niveis nacio
l
e inteacional.Os dados obtidos demonstram que a diversidade de linguagem sugere uma confusao quanto aos refer enciais teoricos, proprios pam a enfeagem, com pometendo 0 desenvolvimento da proissao equan to ciencia e diicultando a constru:ao de um copo de conhecimentos.
:
interessante notar que, no decorrer deste estu do, fomm analisados alguns tmbalhos em que se percebe haver uma tendencia pam a utilia:ao do modelo poposto pela NANDA.Diante do qado tm:ado sobre as atividades de
enfenagem no Basil, com base a liteatura espe
cializada, ecomenda-se que sejam realiados esudos mais amplos, com outms metodologias, de modo que se possa determinar a adoniza:ao da linguagem referente as atividades de enfelagem quer em am bito acioal ou intemacional.
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