• Nenhum resultado encontrado

Escalas para avaliação da sobrecarga de cuidadores de pacientes com Acidente Vascular Encefálico.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Escalas para avaliação da sobrecarga de cuidadores de pacientes com Acidente Vascular Encefálico."

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Ana Railka de Souza Oliveira

I

, Alice Gabrielle de Sousa Costa

I

, Vanessa Emille Carvalho de Sousa

II

,

Thelma Leite de Araujo

III

, Viviane Martins da Silva

III

, Marcos Venícios de Oliveira Lopes

III

,

Maria Vera Lúcia Moreira Leitão Cardoso

III

I Universidade Federal do Ceará, Departamento de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

(Doutoranda). Fortaleza-CE, Brasil.

II Instituto Florence de Ensino Superior, Curso de Graduação em Enfermagem. São Luís-MA, Brasil III Universidade Federal do Ceará, Departamento de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.

Fortaleza-CE, Brasil.

Submissão: 20-04-2011 Aprovação: 22-10-2012

RESUMO

O objetivo do estudo foi avaliar as escalas disponíveis na literatura para medir a sobrecarga de cuidadores de pacientes acometidos por acidente vascular encefálico. Realizou-se uma revisão bibliográfica nas três bases de dados: LILACS, CINAHL e SCOPUS. Selecionaram-se 23 trabalhos e identificaram-se 24 diferentes escalas. Destas, as mais citadas foram o Caregiver Strain Index, a Caregiver Burden Scale, a Caregiver Reaction Assessment, o Sense of Competence Questionnaire, a Relatives Stress Scalee a Zarit Burden Interview. O uso de escalas para mensurar a sobrecarga é uma ferramenta importante para avaliar o contexto no qual está inserido o cuidador, entretanto é mais fidedigno quando associado a outros instrumentos de mensuração. Portanto, é fundamental pesquisas de validação de escalas para essa população.

Descritores: Acidente Vascular Cerebral; Cuidadores; Tecnologia; Escala.

ABSTRACT

The objective of the study was to evaluate the available productions in literature about scales to measure the overload of caregivers of patients with stroke. It was carried out a bibliographical revision in three databases: LILACS, CINAHL and SCOPUS. In 23 works, 24 different scales were identified, and the most cited were: the Caregiver Strain Index, the Caregiver Burden Scale, the Caregiver Reaction Assessment, the Sense of Competence Questionnaire, the Relatives Stress Scale and the Zarit Burden Interview. The use of scales to measure the overload is an important tool to evaluate the context in which the caregiver is inserted, but is more trustworthy to use more than one measure instrument than use only one. Therefore, the validation of scales becomes important for this population.

Key words: Stroke; Caregivers; Technology; Scales.

RESUMEN

El objetivo de esto estudio fue evaluar las escalas disponibles en literatura para evaluar la sobrecarga de cuidadores de pacientes acometidos por accidente vascular encefálico. Una revisión bibliográfica fue desarrollada en tres bases de datos: LILAS, CINAHL y SCOPUS. En 23 trabajos seleccionados, 24 diferentes escalas fueron identificadas, siendo las principales: el Caregiver Strain Index, la Caregiver Burden Scale, el Caregiver Reaction Assessment, el Sense of Competence Questionnaire, la Relatives Stress Scale y la Zarit Burden Interview. El uso de escalas para mensurar sobrecarga es una herramienta importante en el contexto donde se inserta el cuidador. Es más confiable utilizar más que uno instrumento de mensuración. Por esto, la validación de escalas es importante para esta población.

Palabras clave: Accidente Cerebro Vascular; Cuidadores; Tecnología; Escala.

Escalas para avaliação da sobrecarga de cuidadores de

pacientes com Acidente Vascular Encefálico

Scales for evaluation of the overload of caregivers of patients with Stroke

Escalas para evaluación de la sobrecarga de cuidadores de pacientes con Accidente Vascular Encefálico

Ana Railka de Souza Oliveira E-mail: railkaufc@yahoo.com.br

(2)

INTRODUÇÃO

A avaliação da sobrecarga dos cuidadores familiares de pacientes acometidos por acidente vascular encefálico (AVE) tornou-se necessária em virtude do maior envolvimento das famílias nos cuidados cotidianos a esses pacientes.

Trabalhos de revisão de literatura apontaram que a sobre-carga dos familiares resulta das tarefas advindas do papel de cuidador e das mudanças ocorridas em sua vida social e pro-fissional, pois eles priorizam as necessidades dos pacientes. Além disso, conforme esses estudos mostraram, a sobrecarga é agravada pela falta de informação a respeito da doença do paciente, do tratamento utilizado e das estratégias mais ade-quadas para lidar com os comportamentos problemáticos dos pacientes e para o manejo das situações de crise(1-2).

A sobrecarga do cuidador pode ser vista como um con-ceito vasto que abrange a esfera biopsicossocial e resulta da busca de um equilíbrio entre estas variáveis: tempo disponível para o cuidado, recursos financeiros, condições psicológicas, físicas e sociais, atribuições e distribuição de papéis(2-3). Logo,

exigem-se instrumentos de medida amplos para identificar os domínios mais afetados.

Em face desta situação, os profissionais de enfermagem de-vem começar a desenvolver instrumentos de medidas que são tecnologias apropriadas e com possibilidades emancipatórias, procurando se informar e divulgar as experiências vividas em seus locais de trabalho, para transformar a utilização empírica em uma abordagem científica(4).

Assim, a adoção de escalas como uma forma de tecnologia pode ser o resultado de processos concretizados a partir da experiência cotidiana e da pesquisa, para o desenvolvimento de um conjunto de conhecimento/saberes organizados, para o emprego no processo de concepção, elaboração, planeja-mento, execução/operacionalização e manutenção de servi-ços produzidos e controlados, com uma finalidade prática específica(4).

Diante desse cenário, o objetivo do presente estudo foi lo-calizar e avaliar as produções disponíveis na literatura sobre escalas para mensurar a sobrecarga de cuidadores de pacien-tes acometidos por acidente vascular encefálico.

METODOLOGIA

Com vistas à elaboração desta revisão narrativa da literatura percorreram-se as seguintes etapas: estabelecimento dos objeti-vos da revisão; estabelecimento de critérios de inclusão e exclu-são de artigos; definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados; análise dos resultados; discussão e apre-sentação dos resultados e, por fim, a apreapre-sentação da revisão(5).

Para nortear a revisão, formulou-se esta questão: quais es-calas têm sido utilizadas para avaliar a sobrecarga de cuidado-res de pacientes acometidos por acidente vascular encefálico? Para a seleção dos artigos usaram-se três bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saú-de (LILACS), Cumulative InSaú-dex to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Base de dados multidisciplinar (SCO-PUS). O acesso às bases de dados ocorreu por meio do portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pes-soal de Nível Superior (CAPES). Dessa forma, procurou-se ampliar o âmbito da pesquisa, minimizando possíveis vieses nessa etapa do processo de elaboração da revisão.

Os critérios de inclusão dos artigos definidos, inicialmen-te, para a presente revisão foram: artigos que mensurassem a sobrecarga de cuidadores de pacientes acometidos por AVE; artigos publicados em português, inglês e espanhol, com os resumos disponíveis nas bases de dados selecionadas e com texto na íntegra disponível eletronicamente e gratuitamente.

Apesar das características específicas para o acesso às bases de dados selecionadas, as estratégias adotadas para localizar os artigos foram semelhantes, tendo como eixo norteador a pergunta e os critérios de inclusão da revisão integrativa, pre-viamente estabelecidos, para manter a coerência na busca dos artigos e evitar possíveis vieses. As palavras-chave utilizadas foram sobrecarga do cuidador e acidente vascular cerebral ou caregiver burden and stroke para o LILACS e caregiver burden

and stroke para o CINAHL e a SCOPUS.

Na base de dados LILACS, encontrou-se um trabalho. Este, porém, não foi selecionado para o estudo por não utilizar es-calas para mensurar a sobrecarga dos cuidadores de pacientes após AVE, pois se tratava de uma pesquisa qualitativa.

No SCOPUS, foram encontrados 73 trabalhos, dos quais

Base de

dados Palavras chave Método de busca

Resultados obtidos

Quantidade de artigos

selecio-nados

Quantidade de artigos avaliados

CINAHL caregiver burden and stroke Busca utilizando operador booleano “and” entre as palavras 73 21 14

SCOPUS caregiver burden and stroke Busca utilizando operador booleano “and” entre as palavras 41 41 9

LILACS

caregiver burden and stroke Busca utilizando operador booleano “and” entre as palavras 1 0 0

sobrecarga cuidador e acidente vascular cerebral

Busca utilizando operador booleano

“and” entre as palavras 1 0 0

(3)

41 estavam na íntegra. Desses, foram selecionados e avaliados nove após a leitura do título e dos resumos disponíveis.

A consulta na base de dados do CINAHL forneceu 253 tra-balhos. Apenas 73 possuíam o trabalho na integra e 21 foram selecionados após a leitura do título e dos resumos disponí-veis. Contudo, quatro foram excluídos por estarem repetidos e três por não avaliar a sobrecarga. Restaram, pois, 14 artigos para avaliação. No Quadro 1, será apresentada uma síntese da busca nas bases de dados.

Para a coleta de dados dos trabalhos incluídos na revisão, elaborou-se um instrumento baseado no proposto para revisão integrativa(6). A apresentação dos resultados e a discussão dos

dados obtidos foram feitas de forma descritiva, por possibilitar a aplicabilidade da revisão elaborada e fornecer subsídios ao en-fermeiro na tomada de decisão quanto ao melhor instrumento a se usar no trabalho com cuidadores de pacientes com AVE.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Concluída a busca nas bases de dados, selecionaram-se 23 trabalhos, nos quais foram identificadas 24 diferentes escalas para mensurar a sobrecarga de cuidadores de pacientes com AVE, como mostra o Quadro 2. Como mais citadas, incluíram--se o Caregiver Strain Index (CSI)(7-17), a Caregiver Burden Scale

(CBS)(7-8,18-20), o Caregiver Reaction Assessment (CRA)(7,10,15,21),

o Sense of Competence Questionnaire (SCQ)(7-8,15), o Relatives

Stress Scale (RSS)(7-8,22) e o Zarit Burden Interview (ZBI)(8,23-24).

Escalas para mensurar a sobrecarga de cuidadores de pacientes com AVE

1. Caregiver Strain Index (CSI) (7-17) 2. Caregiver Burden scale (CBS) (7,8,18,19,20) 3. Caregiver Reaction Assessment (CRA) (7,10,15,21) 4. Sense of Competence Questionnaire (SCQ) (7,8,15) 5. Relatives Stress Scale (RSS)(7,8,23)

6. Zarit Burden Interview (ZBI) (8,24,25) 7. Bakas Caregiving Outcome Scale (BCOS) (7) 8. Braithwaite Burden Scale (7)

9. Burden Index: Personal Strain Index e Role Strain Index (29) 10. Burden Interview/Index (BI) (7)

11. Burnout Measurement (7)

12. Caregiver Burden Inventory (CBI) (12) 13. Caregiver Strain Scale (CSS) (7) 14. Caregiving Appraisal Scale (CAS) (30) 15. Caregiving Burden Scale (CB) (7) 16. Carer Assessment Scale(7) 17. Cost of Care Index (CCI) (31) 18. Objective Burden Scale (OBS) (28)

19. Philadelphia Geriatric Center Caregiving Appraisal Scale(7) 20. Physical Caregiving Responsibility Inventory (PCRI) (7) 21. Questionnaire on Resources and Stress (QRS) (7) 22. Self-Rated Burden (SRB) (21)

23. Strain Scale (7)

24. Subjective Burden Scale (SBS) (28)

Quadro 2 - Escalas para mensurar a sobrecarga de

cuidadores de pacientes com AVE.

Em relação ao tipo de revista na qual foram publicados os artigos incluídos, apenas quatro saíram em revista de enferma-gem geral enquanto os demais trabalhos foram publicados em revistas de outras áreas. Isso evidencia que estudar a proble-mática dos cuidadores de pacientes com AVE tem sido notório por parte de outros profissionais da saúde e que o enfermeiro ainda não despertou para a urgência de publicar sobre essa temática.

Quanto ao tipo de delineamento de pesquisa dos trabalhos avaliados, com exceção de três pesquisas longitudinais(9,16,25)

e duas revisões(7-8), tratava-se prioritariamente de estudos

transversais (10 pesquisas), seguidos por seis ensaios clínicos randomizados. Tais estudos usavam a medida da sobrecarga do cuidador para avaliar a eficácia das intervenções propos-tas, desempenhadas em casa ou em clínicas de reabilitação, com processo de amostragem por conveniência e sem cálculo amostral. Os locais de realização predominantes foram países como Noruega (5), Reino Unido (4) e China (3).

Apesar de não ter sido identificada a melhor escala, nove trabalhos utilizaram e apontaram o Caregiver Strain Index

como uma escala de fácil aplicação, por usar respostas dico-tômicas (sim/não), conter um número pequeno de itens (13 assertivas), embora ainda não se tenha um ponto de corte para mensurar os valores da sobrecarga, sendo necessárias novas pesquisas com tais aspectos. Entretanto, alguns estudos ressal-taram que uma pontuação igual ou acima de sete pode indicar estar o cuidador sobrecarregado(9-10).

Em determinado estudo no qual foi avaliada a reprodutibi-lidade da CSI, encontrou-se que o Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) que avalia a confiabilidade interavaliadores esteve entre 0,84 a 0,97 e a média foi de 0,93(10). Contudo,

ou-tra pesquisa apontou a necessidade de estudos longitudinais para mensurar a sobrecarga dos cuidadores de pacientes com AVE, pois dessa forma se poderia dizer com precisão quais aspectos estão interferindo mais(16).

Os aspectos mais citados pelos cuidadores foram o confi-namento, sentir-se oprimido, mudanças nos planos e desajus-tes familiares(11). Já estudos realizados com cuidadores durante

o período hospitalar mostraram que alguns pontos do CSI não são relevantes, como problemas financeiros e físicos(25).

Por-tanto, saber o valor da sobrecarga é importante para poder traçar intervenções(15).

(4)

apontaram a necessidade de se validar a escala para cada po-pulação por causa das diferenças culturais(19).

Mais uma escala mencionada foi o Caregiver Reaction As-sessment. Contém 24 itens e está dividida em cinco subesca-las. Enquanto quatro subescalas avaliam os aspectos negativos do cuidar, como planos interrompidos, problemas financei-ros, falta de apoio familiar e problemas de saúde, uma avalia possíveis aspectos positivos do cuidar, como a autoestima. Todas as pontuações da subescala são a média das contagens de item, variando de 1 a 5. Não há pontuação total. Utiliza--se a escala de Likert de cinco pontos, variando do discordo completamente até o concordo totalmente (14,21).

Outro estudo encontrou que a reprodutibilidade das subes-calas falta de apoio familiar e autoestima da CRA revelou-se insuficiente, pois a média do ICC foi de 0,67 e 0,58, respecti-vamente(10). Portanto, o uso de dois instrumentos é mais eficaz

para mensurar a sobrecarga(20).

Quanto ao Sense of Competence Questionnaire, abrange 27 itens divididos em três dimensões: satisfação com o re-ceptor de cuidados, satisfação com a sua performance como cuidador e consequência do cuidar para a sua vida. Utiliza a escala de Likert de cinco pontos, variando do discordo com-pletamente até o concordo totalmente. A pontuação total da escala pode variar de 27 a 108 pontos. Encontrou-se um alpha de Cronbach de 0,91 indicativo de alta consistência interna. Entretanto, a escala contém itens sensíveis que os cuidadores têm dificuldade para responder, logo pesquisas futuras são ne-cessárias para adequá-los a cada cultura(21).

A seguir, a Relatives Stress Scale, a qual avalia as atividades domésticas mais cansativas, os sentimentos negativos e angús-tia pessoal em relação ao paciente. Escores mais altos indicam maior estresse.

Enfim, a Zarit Burden Interview. Esta escala compreende 22 itens para mensurar a sobrecarga. Altos escores sugerem alta sobrecarga. Utiliza escala de Likert de cinco pontos, variável de nunca a sempre. Avalia os aspectos físico, psicológico, emo-cional, social e financeiro. No estudo para cuidadores de pa-cientes com AVE encontrou-se um ponto de corte de 25 que se mostrou acurado, ou seja, sensibilidade de 77% e especificida-de especificida-de 72%. Reconhecer o ponto especificida-de corte para o nível da sobre-carga permite estabelecer quando começar a implementar as intervenções. Uma vez que, alto valor de sobrecarga aumenta o risco para depressão(23). Outros estudos mostraram apenas o

ní-vel de sobrecarga de uma área restrita do oeste do Japão, sendo necessário aplicar a escala para outras populações(24).

Na presente revisão, 24 escalas foram identificadas para mensurar a sobrecarga do cuidador de pacientes com AVE. Destas, a CSI é a mais comum. Tal como nos outros trabalhos, foram mensurados aspectos de competência, sentimentos ne-gativos, saúde física e mental, relação social, problemas so-ciais e aspectos econômico, sendo mais comuns escalas para avaliar a subjetividade da sobrecarga.

Em estudo sobre comparação entre as escalas CSI, CRA e SCQ, identificou-se que o uso de três escalas com itens pa-recidos confundia os cuidadores. Portanto, indicou-se o uso da CSI para estudos transversais, pois os itens eram melhores compreendidos pelos cuidadores. Não obstante, reforçaram

ser indispensável pesquisa de validação de escala(14).

Outro estudo ao avaliar a reprodutibilidade da CSI e da CRA mostrou que a reprodutibilidade foi boa para CSI e mo-derada para o CRA. A resolutividade foi momo-derada para o CSI e insatisfatória para o CRA. Uma indicação foi utilizar o CRA sem as escalas de apoio familiar e autoestima, pois elas con-fundem as respostas dos cuidadores, por serem muito pesso-ais(10). Um ponto também limitador para o uso da CSI é não

saber dos valores da sobrecarga antes do evento do AVE(12).

Todavia, ao utilizar a Objective Burden Scale (OBS) e a

Subjective Burden Scale (SBS) observou-se novamente a asso-ciação entre a sobrecarga e a depressão. Entretanto, o estudo limitou-se, pois foram avaliados pacientes com bom nível fun-cional; pelo fato de estudos transversais não fornecer uma boa compreensão de quais aspectos estão envolvidos na sobrecar-ga; e por se restringir à população coreana(26).

Nos estudos de revisão encontrados, o CSI, o BI e a RSS foram as mais comuns para mensurar a sobrecarga. Todas as escalas mensuravam aspectos de competência, sentimentos negativos, saúde física e mental, relação social, problemas so-ciais e aspectos econômicos, mas não ficou clara a diferença de foco das escalas, pois é limitado o conhecimento sobre as propriedades psicométricas(7).

Na Bakas Caregiving Outcome Scale (BCOS), o CBS e o CSI enfatizavam as consequências do cuidado. No Burden Interview/Index (BI), RSS, SCQ e CRA avaliavam o aspecto negativo da sobrecarga, enquanto SCQ, BCOS, Caregiving Burden Scale (CB) e CRA eram instrumentos multidimen-sionais para avaliar a sobrecarga. O BI e o CSI eram escalas unidimensionais(7).

Ressalta-se que estudos longitudinais são importantes para avaliar a sobrecarga dos cuidadores, pois na grande maioria dos estudos a sobrecarga é vista apenas como um aspecto negativo(8).

CONCLUSÃO

A utilização de escalas para mensurar a sobrecarga de cui-dadores de pacientes com AVE é uma ferramenta importante para avaliar a eficácia de intervenções propostas para reduzir a tensão gerada ao desempenhar esse papel. Entretanto, ainda é escasso o conhecimento sobre as propriedades psicométri-cas das escalas. Portanto, torna-se essencial pesquisa de vali-dação de escalas para nossa população, uma vez que as dife-renças culturais existentes modificam os aspectos passíveis de interferir na sobrecarga dos cuidadores.

Como mencionado, a escala mais utilizada foi o Caregiver Strain Index, que é um instrumento já validado em diversos países e com alta consistência interna. Outras escalas bastante utilizadas foram o Caregiver Burden Scale, o Caregiver Re-action Assessment, o Sense of Competence Questionnaire, o

Relatives Stress Scale e o Zarit Burden Interview.

(5)

O estudo limitou-se, sobretudo, pelo fato dos artigos ava-liados nessa revisão não expor as recomendações ou dificul-dades para o uso das escalas e por não trazer os aspectos

psicométricos. Sugerem-se, pois, mais pesquisas para se iden-tificar qual escala melhor se adapta aos cuidadores de pacien-tes com AVE e que esteja validada para o Brasil.

REFERÊNCIAS

1. Hare R, Rogers H, Lester H, Mcmanus RJ, Mant J. What do stroke patients and their carers want from community services? Fam Pract 2006;23:131-6.

2. Gomes WD, Resck ZMR. A percepção dos cuidadores domiciliares no cuidado a clientes com sequelas neuroló-gicas. Rev Enferm UERJ 2009;17(4):496-501.

3. Pedreira LC, Lopes RLM. Cuidados domiciliares ao idoso que sofreu Acidente Vascular Cerebral. Rev Bras Enferm 2010;63(5):837-40.

4. Nietsche EA. Tecnologia emancipatória: possibilidade ou impossibilidade para a práxis de enfermagem? Flori-anópolis: UNJUÍ; 2000.

5. Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs 2005;52(5):546–53.

6. Ursi ES. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrative da literatura. São Paulo. Dissertação [Mestrado em Enfermagem]- Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2005. 7. Visser-Meily JMA, Post MWM, Riphagen II, Lindeman

E. Measures used to assess burden among caregivers of stroke patients: a review. Clin Rehabil 2004;18(6):601-23. 8. Greenwood N, Mackenzie A, Cloud GC, Wilson N. Infor-mal carers of stroke survivors – factors influencing carers: A systematic review of quantitative studies. Disabil Reha-bil 2008;30(18):1329-49.

9. Visser-Meily A, Post M, Van de Port I, Maas C, Forstberg-Warleby G, Lindeman E. Psychosocial functioning of spouses of patients with stroke from initial inpatient reha-bilitation to 3 years poststroke: course and relations with coping strategies. Stroke 2009;40:1399-404.

10. Post M, Festen H, Van de Port I, Visser-Meily J. Repro-ducibility of the caregiver strain index and the caregiver reaction assessment in partners of stroke patients living in the Dutch community. Clin Rehabil 2007;21(11):1050-5. 11. Ilse IB, Feys H, Wit L, Putman K, Weerdt W. Stroke care-givers’ strain: prevalence and determinants in the first six months after stroke. Disabil Rehabil 2008;30(7):523-30. 12. Tooth L, Mckenna K, Barnett A, Prescott C, Murphy

S. Caregiver burden, time spent caring and health sta-tus in the first 12 months following stroke. Brain Inj 2005;19(12):963-74.

13. Blake H, Wyller TB, Thommessen B, Sødring KM, Sveen U, Pettersen AM, et al. Emotional well-being of close rela-tives to stroke survivors. Clin Rehabil 2003;17(4):410-7. 14. Exel NJA, Reimer WJMS, Reimer WBF, van den Berg B,

Koopmanschap MA, van den Bos GAM. Instruments for assessing the burden of informal caregiving for stroke pa-tients in clinical practice: a comparison of CSI, CRA, SCQ and self-rated burden. Clin Rehabil 2004;18(2):203-14. 15. Heuvel ETP, Witte LP, Schure LM, Sanderman R,

Meyboom-de Jong B. Risk factors for burn-out in caregiv-ers of stroke patients, and possibilities for intervention. Clin Rehabil 2001;15(6):669-77.

16. Draper P, Brocklehurst H. The impact of stroke on the well-being of the patient’s spouse: an exploratory study. J Clin Nurs 2007;16(2):264-71.

17. Björkdahl A, Nilsson AL, Sunnerhagen KS. Can reha-bilitation in the home setting reduce the burden of care for the next-of-kin of stroke victims? J Rehabil Med 2007;39(1):27-32.

18. Kao HF. Institutionalization in Taiwan: the role of care-giver gender. J Gerontol Nurs 2003;29(10):12-21. 19. Kao HF, Acton GJ. Conceptualization and psychometric

properties of the caregiver burden scale in Taiwan. Issues Ment Health Nurs 2006;27(8):853-66.

20. Van Exel NJA, Brouwer WBF, van den Berg B, Koopmans-chap MA, van den Bos GAM. What really matters: an in-quiry into the relative importance of dimensions of infor-mal caregiver burden. Clin Rehabil 2004;18(6):683-93. 21. Mackenzie A, Perry L, Lockhart E, Cottee E, Cloud G,

Mann H. Family carers of stroke survivors: needs, knowl-edge, satisfaction and competence in caring. Disabil Re-habil 2007;29(2):111-21.

22. Draper B, Bowring G, Thompson C, van Heyst J, Con-roy P, Thompson J. Stress in caregivers of aphasic stroke patients: a randomized controlled trial. Clin Rehabil 2007;21(2):122-30.

23. Schreiner AS, Morimoto T, Arai Y, Zarit S. Assessing fam-ily caregiver’s mental health using a statistically derived cut-off score for the Zarit Burden Interview. Aging Ment Health 2006;10(2):107–11.

24. Morimoto T, Schreiner AS, Asano H. Caregiver burden and health-related quality of life among Japanese stroke caregivers. Age Ageing 2003;32(2):218–23.

25. Blake H, Lincoln NB, Clarke DD. Caregiver strain in spouses of stroke patients. Clin Rehabil 2003;17(3):312-7. 26. Suh M, Kim K, Kim I, Cho N, Choi H, Noh S. Caregiver’s

burden,depression and support as predictors of post-stroke depression: a cross-sectional survey. Int J Nurs Stud 2005;42(6):611-8.

27. Teng J, Mayo NE, Latimer E, Hanley J, Wood-Dauphinee S, Côté R, et al. Costs and caregiver consequences of early supported discharge for stroke patients. Stroke 2003;34(2):528-36.

28. Lee JH, Friedmann E, Picot SJ, Thomas SA, Kim CJ. Korean version of the revised caregiving appraisal scale: a transla-tion and validatransla-tion study. J Adv Nurs 2007;59(4):407-15. 29. Mak AKM, Mackenzie A, Lui MHL. Changing needs of

Referências

Documentos relacionados

a educação básica à maioria dos jovens da classe trabalhadora. A expansão apenas quantitativa do ensino fundamental pode ter forçado práticas

Com o intuito de aperfeic¸oar a realizac¸˜ao da pesquisa O/D, o objetivo do presente trabalho ´e criar um aplicativo para que os usu´arios do transporte p´ublico informem sua origem

Neste capítulo, será apresentada a Gestão Pública no município de Telêmaco Borba e a Instituição Privada de Ensino, onde será descrito como ocorre à relação entre

As AEJ também podem ser atribuídas de forma obrigatória (quando a jornada é inferior a 24 horas semanais, as aulas são em cargo vago e no mesmo conteúdo.. local de exercício e,

No capítulo seguinte será formulado o problema de programação não linear e serão apresentadas as técnicas de penalização para tratar os problemas com restrições gerais

Dentre as principais conclusões tiradas deste trabalho, destacam-se: a seqüência de mobilidade obtida para os metais pesados estudados: Mn2+>Zn2+>Cd2+>Cu2+>Pb2+>Cr3+; apesar dos

(2013 B) avaliaram a microbiota bucal de oito pacientes submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço através de pirosequenciamento e observaram alterações na

To identify a source of ligands able to activate Olfr692- expressing cells, we first exposed adult animals to bio- logically relevant stimuli and then labeled the activated neurons