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Avaliação de déficit de polinização em tomateiros (Lycopersicum esculentum Mill.)

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PAULA CAROLINA MONTAGNANA

AVALIAÇÃO DE DÉFICIT DE POLINIZAÇÃO EM

TOMATEIROS (Lycopersicum esculentum Mill.)

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AVALIAÇÃO DE DÉFICIT DE POLINIZAÇÃO EM TOMATEIROS

(Lycopersicum esculentum Mill.)

Orientador: Profa. Dra. Maria José de Oliveira Campos

Co-orientador: Gleiciani Burger Patricio

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de Ecólogo

ȱ

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(5)

Primeiramente agradeço aos meus pais por todo o apoio e incentivo durante os anos de

graduação e por compartilharem comigo o sonho de ser uma Ecóloga. Obrigada!

Agradeço também a minha orientadora Maria José de Oliveira Campos (Zezé!) pelos

ensinamentos, dedicação e principalmente a amizade e carinho.

A minha co-orientadora, mas principalmente amiga, Gleiciani obrigada pelos socorros

prestados para a realização de muitos campos, pela ajuda em muitos deles, orientação, risadas,

conversas furadas, enfim pela amizade.

Ao Senhor Liberato, proprietário do sítio, por ceder os pés de tomate e permitir que

esse trabalho fosse realizado, além da sua companhia sempre divertida.

A Elizandra pela ajuda com a confecção dos mapas e análises da paisagem, esse

trabalho ficou melhor graças a sua ajuda.

Aos GEECAS (Socó, Siri, Audrei, Emily) pelas ajudas em campo, idéias trocadas,

trabalhos feitos em feriados (lembram do 21 de abril?), pela amizade... Logo dominaremos a

Unesp...

A toda a Turma de Ecologia de 2006 por momentos inesquecíveis, campos

inesquecíveis, pelas risadas, pela amizade... Saibam que foram os responsáveis pela minha

permanência no curso e por haver uma bióloga a menos no mundo!!! Em especial as

queridíssimas amigas Milene e Clarissa por todos os momentos que passamos (e passaremos)

juntas, pelos almoços com muita salsicha, pelo acolhimento e amizade. A Amanda, Lívia e

Carol, obrigada também pela amizade de vocês, pela muitas risadas, momentos

divertidíssimos que eu nunca esquecerei. Adoro todos vocês!!

Obrigada a todos que de alguma forma contribuíram para a minha formação, tanto

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1 - INTRODUÇÃO ... 5

2 - OBJETIVOS ...14

3 - MATERIAIS E MÉTODOS... 15

3.1 – Caracterização da área de estudo...15

3.2 – Caracterização da cultura de tomate...18

3.3 – Duração das flores e período de receptividade dos estigmas e viabilidade dos grãos de pólen ... 18

3.4 – Avaliação da ocorrência de déficit de polinização ...19

3.5 – Caracterização da fauna de abelhas polinizadoras do cultivo de tomate... 21

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 22

4.1 – Duração das flores e período de receptividade dos estigmas e viabilidade dos grãos de pólen ... 22

4.2 –Verificação da ocorrência de déficit de polinização...23

4.3 – Caracterização da fauna de abelhas polinizadoras do cultivo de tomate... 28

5 - CONCLUSÃO ... 31

(7)

1 - INTRODUÇÃO

Estima-se que em todo o mundo existam entre 25.000 e 30.000 espécies de abelhas

(BUCHMANN e NABHAN, 1996 apud FAO, 2008) principais agentes polinizadores de

muitas espécies de plantas selvagens e de plantas cultivadas; para muitas espécies a

produtividade aumenta significativamente após as suas visitas. As abelhas também são

utilizadas de forma indireta pelo homem através da comercialização de pólen apícola, mel,

própolis, geléia real e cera, para fins alimentícios, cosméticos e medicinais. Na região do

médio Araguaia, 77,55% dos moradores utilizam os produtos de origem apícola para fins

medicinais e também na fabricação de utensílios – 6,12% (MODRO et al. 2009).

Em sistemas agrícolas a presença de agentes polinizadores é de fundamental

importância visto que 35% da produção agrícola mundial é afetada de alguma forma pela

visita de polinizadores como pássaros, morcegos e, principalmente abelhas, sendo que nos

continentes africano, asiático e latino americano aproximadamente 40% da área total

cultivada é hoje ocupada por cultivos que possuem algum grau de dependência de

polinizadores animais (FAO, 2008). Estima-se que em um cenário de ausência de

polinizadores, as culturas que dependem desses agentes podem sofrer uma perda na produção

total em torno de 5% nos países desenvolvidos a 8% nos países em desenvolvimento (AIZEN

et al., 2009), tendo Gallai et al. (2009) estimado a taxa de vulnerabilidade da produção

agrícola mundial em 9,5% frente ao mesmo cenário.

Somente no ano de 2005 o valor da produção total de 46 culturas diretamente

dependentes da polinização por insetos foi de 625 bilhões de euros, o que representa 39% do

valor da produção agrícola mundial, e 153 bilhões de euros foi o valor estimado da

polinização realizada por insetos (GALLAI et al., 2009). Dessa forma, as perdas econômicas

decorrentes do declínio de populações de polinizadores são enormes e algumas regiões do

mundo podem sofrer mais que outras, pois muitos países se especializaram em culturas

dependentes de polinizadores como, por exemplo, os países do Leste Asiático que chegaram a

ser responsáveis por 52% dos vegetais produzidos no mundo, porém para esse grupo de

cultivo a vulnerabilidade foi estimada em 15% nessa região, sendo que a taxa mundial é de

12% (GALLAI et al., 2009). Curiosamente, os cultivos com maior valor por unidade de

produção foram os que apresentaram maiores índices de vulnerabilidade à perda de

(8)

São diversas as culturas que se beneficiam da polinização realizada por abelhas,

benefício esse que resulta em frutos de melhor qualidade, maiores e com elevado teor de

nutrientes, o que agrega maior valor econômico ao produto. Em cultivos de berinjela a

presença de abelhas pode aumentar em 36% o número de frutos formados, podendo chegar a

50% de aumento na produção (MONTEMOR e SOUZA, 2009). Gemmill-Herren e Ochieng

(2008) encontraram resultados semelhantes em cultivos de berinjela no Quênia, África, onde a

polinização por abelhas aumentou significativamente o número de sementes, assim como o

peso dos frutos, principalmente das parcelas que se encontravam próximas de fragmentos de

vegetação nativa resultando em maiores índices de visitação por abelhas.

Em cultivos de pepino, a visita de abelhas às flores não é obrigatória para a formação

de frutos já que muitas das variedades são partenocárpicas, porém a polinização por abelhas

promove um aumento na frutificação de 19,2% na variedade Japonês em estufa, segundo

estudo realizado por Nicodemo (2008). O autor também avaliou a qualidade da produção,

pelo peso, comprimento e diâmetro dos frutos, não tendo encontrado diferença entre aqueles

oriundos de flores visitadas ou não por abelhas. Resultados diferentes foram encontrados por

Santos et al. (2008) em estudo também realizado em estufas, onde se pretendeu estudar a

efetividade de duas abelhas sem ferrão como polinizadoras de pepino. Os autores encontraram

que, além de uma maior quantidade de frutos formados, as estufas que continham colônias das

abelhas estudadas apresentaram uma menor proporção de frutos imperfeitos, além de frutos

maiores, mais pesados e com sementes, o que não ocorreu com os frutos das estufas que não

continham as colônias.

Os pomares de laranja (Citrus sinensis) também têm a sua produção aumentada ao

serem polinizados por abelhas, entre outros benefícios (GAMITO e MALERBO-SOUZA,

2006). Esses autores mostraram que as abelhas Apis mellifera e Trigona spinipes foram

observadas coletando principalmente néctar nas flores e apresentaram uma frequência de

visita de 77,8% e 33,3%, respectivamente. Como efeito da polinização, 40% dos botões

florais utilizados no experimento formaram frutos, o que significa um aumento de 140% na

produção de frutos em flores livremente visitadas, sendo que nas flores impedidas de serem

visitadas essa porcentagem foi de apenas 16,7%; os frutos também foram mais pesados, mais

doces e com maior quantidade de vitamina C, características que agregam maior valor à

produção. Outro estudo que também visou avaliar a influência da polinização sobre a

frutificação de variedades de laranja-doce foi realizado por Domingues e Neto (1999), que

(9)

aberta a agentes polinizadores; esse tratamento resultou em maior prendimento dos frutos para

68% das variedades estudadas.

Ao estudarem os requerimentos de polinização do meloeiro Souza et al. (2009)

concluíram que esse cultivo requer a visita de polinizadores bióticos para alcançarem altos

índices de vingamento inicial, além de grandes melhorias nos parâmetros de qualidade dos

frutos, como peso e número de sementes.

A preocupação com o declínio das populações de polinizadores é crescente em todo o

mundo, porém a preocupação com a perda de biodiversidade deve ir além da preocupação em

nível de espécies e incluir a preocupação com a perda de funções e nichos, uma vez que é

essencial manter uma certa redundância funcional dos ecossistemas. Dessa forma, a

conservação de ecossistema ou paisagem pode ser mais efetivo devido ao fato de que uma

maior diversidade de espécies e de estoques de genes pode ser salva (ODUM e BARRETT,

2008).

Diversos são os fatores que ameaçam a manutenção das populações de abelhas, entre

eles a intensificação da agricultura que causa, entre outras coisas, uma simplificação da

paisagem devido à supressão da vegetação nativa e a implantação de monocultura, reduzindo

a diversidade local de espécies. Segundo Odum e Barrett (2008), 30% da superfície terrestre

não coberta de gelo é hoje ocupada por alguma forma de agricultura, com cerca de 20% dessa

área dedicada à produção de animais e 10% dedicada a cultivos. Ainda segundo os autores, as

melhores terras, as facilmente cultiváveis por meio da tecnologia existente, estão atualmente

todas em uso. Sendo assim, a intensificação agrícola, que implica na expansão da área

cultivada e na crescente utilização de agrotóxicos, é a principal ameaça aos polinizadores, em

especial às abelhas.

Dados da FAO de 2009 contidos no documento “State of the world’s forests 2009”

mostram que a agricultura, em suas diferentes abrangências, é responsável por 66% das

causas de desmatamento na América Latina (Figura 1). De acordo com esse documento ainda,

a conversão direta da terra em áreas agrícolas permanentes de larga escala, principalmente a

agricultura comercial focada na exportação, que incluí a pecuária, a soja, os cultivos voltados

à produção de biocombustíveis, frutas, vegetais e flores decorativas, respondem por 47% das

causas diretas pelas mudanças na cobertura florestal. Em proporção menor, mas responsável

por 13% da destruição da cobertura florestal, está a conversão dessas áreas florestais em áreas

agrícolas permanentes em pequena escala (propriedades familiares e pequenas propriedades),

porém a viabilidade dessas áreas está diminuindo devido a sua incorporação pelas grandes

(10)

cultivos em geral sobre as áreas de outras variedades (4%) e ao deslocamento de áreas

agrícolas sobre áreas florestais intactas (2%) (Figura 1).

A homogeneização da paisagem ao longo de extensas áreas agrícolas contribui para

uma diminuição na riqueza de espécies pela perda de heterogeneidade espacial (BEGON,

TOWNSEND e HARPER, 2007). Tais mudanças na estrutura da paisagem interferem na

relação planta-polinizador em nível de indivíduo, população e comunidade, porque alteram a

distribuição espacial e temporal de recursos florais, principalmente néctar e pólen, e de sítios

de nidificação (KREMEN et al., 2007).

O aumento no uso de pesticidas também é um dos perigos decorrentes da expansão

agrícola e estima-se que nos próximos 50 anos esse aumento será mais de 150%, conforme

ilustra a Figura 2, adaptada de Begon, Townsend e Harper (2007). Em estudo realizado por

Baptista et al. (2009) foram avaliadas as toxicidades de inseticidas utilizados na cultura de

citros para Apis mellifera e os autores chegaram ao resultado de que o organofosforado

acefato é altamente tóxico para as operárias adultas quando pulverizado sobre os indivíduos,

quando alimento contaminado é ingerido (visto que há o acúmulo no néctar e no pólen) e

quando o inseto entra em contato com uma superfície contaminada. Skerl et al. (2009)

também avaliaram o nível de resíduos no pólen coletado por Apis mellifera carnica após a

aplicação dos inseticidas mais comumente utilizados em pomares de maçã, sendo eles o

Diazinon e Thiacloprid. Os resultados indicaram a presença de resíduos dos dois agentes no

pólen no primeiro dia após a aplicação no pomar e a concentração diminuiu somente entre o

6º e 10º dias. Tais produtos causam efeitos adversos em adultos e efeitos subletais causando

(11)

Figura 1 – Diferentes causas das mudanças de áreas florestais tropicais nos países da América Latina, 1990-2000. Modificado de FAO (2009).

Ganhos em áreas de floresta e cobertura de dossel

Conversão direta para agricultura permanente de grande escala

Intensificação agrícola sobre áreas cultivadas

Expansão agrícola sobre áreas de floresta

Conversão direta para agricultura permanente de pequena escala

(12)

Figura 2 - Aumento projetado no uso de pesticidas nos anos de 2020 (barra alaranjada) e 2050 (barra cinza). Modificado de Begon, Townsend e Harper (2007).

Valdovinos-Nunez et al. (2009) estudaram a toxicidade de pesticidas em três espécies

de abelhas Melipona beecheii, Trigona nigra e Nannotrigona perilampoides no México.

Segundo os autores, as abelhas estudadas se mostraram altamente suscetíveis aos compostos

se comparadas com Apis mellifera, sendo os químicos da classe nicotinode os mais tóxicos

com DL50 de apenas 0,001 μg no caso de N. perilampoides.

O desmatamento, intimamente relacionado com a intensificação agrícola, ameaça

também as Unidades de Conservação e dessa forma a presença de polinizadores nas áreas

adjacentes.

A abundância e a riqueza de espécies de Meliponini em áreas agrícolas estão

fortemente relacionadas com a cobertura florestal do entorno. Estudos realizados por Brosi

(2009) em uma paisagem fragmentada na Costa Rica e por Brown e Albrecht (2001) em

Rondonia mostraram que a abundância e a riqueza de espécies estão diretamente relacionadas

à porcentagem de cobertura de florestas primárias. Essa associação não é surpresa visto que

muitos meliponineos nidificam em cavidades de árvores presentes em florestas tropicais

(BLAUMGARTNER e ROUBIK, 1989).

Esses dados são preocupantes porque os meliponineos contribuem para a polinização

de mais de 60 cultivos tropicais, tais como o café, e são os polinizadores efetivos do abacate,

(13)

atividades de polinização é realizada por colônias selvagens estabelecidas em árvores de

grande porte em floresta primária (BROSI, 2009).

Outra conseqüência do desmatamento é o isolamento de fragmentos de vegetação

nativa circundados, muitas vezes, por uma matriz agrícola impermeável que pode reduzir ou

mesmo impedir a recolonização de outros fragmentos comprometendo, dessa forma, a

manutenção de sub-populações e de metapopulações, podendo levar a extinções locais tanto

de polinizadores como de plantas (KREMEN et al., 2007).

A introdução de espécies exóticas também se constitui um fator de risco para

polinizadores. Desde o momento em que o ser humano começou a domesticação de plantas e

animais há a introdução de diversas espécies ao longo de regiões onde elas naturalmente não

ocorriam, porém a partir do século XVI, período das grandes navegações, o transporte se deu

de forma mais rápida e em maior volume, aumentando desde então. No caso de introdução de

abelhas, sabe-se que a abelha do mel (Apis mellifera) foi domesticada pelo homem há 4.000

anos e tem sido introduzida em quase todos os países (GOULSON, 2003).

A introdução de espécies exóticas de abelhas, principalmente Apis mellifera, que

apresenta alta capacidade de ocupação de habitats e dieta muito diversificada não afeta apenas

as abelhas nativas, mas toda uma variedade de animais que se alimentam de néctar e/ou pólen

como pássaros, morcegos, mamíferos e outros insetos e de plantas com fecundação cruzada.

Goulson (2003) listou cinco possíveis efeitos indesejáveis da introdução de abelhas exóticas,

sendo (1) a competição com visitantes florais nativos por recursos alimentares, (2) a

competição com organismos nativos por locais de nidificação, (3) transmissão de parasitas ou

patógenos para os organismos nativos, (4) mudanças no padrão de produção de sementes de

plantas nativas (aumento ou diminuição) e (5) polinização de plantas daninhas exóticas.

A competição entre a abelha introduzida Apis mellifera e a abelha nativa Bombus

occidentalis foi estudada por Thomson (2004) no Estado da Califórnia, Estados Unidos. Os

resultados mostraram que a média de esforço de forrageamento de pólen, ou seja, a

quantidade de operárias de Bombus occidentalis que voltavam da viagem de forrageamento

com cargas de pólen nas corbículas, aumenta significativamente com a distância das colônias

de A. mellifera. Outro dado importante foi o aumento do sucesso reprodutivo observado em

colônias de Bombus, quanto mais distantes se encontravam de colônias de Apis.

Roubik e Villanueva-Gutiérrez (2009) avaliaram os efeitos da invasão de Apis

mellifera sobre as abelhas nativas na península de Yucatan, México, em um estudo com

duração de 20 anos onde foram utilizados ninhos armadilhas e amostragens de pólen para

(14)

comunidades de plantas e abelhas da península atribuída á invasão de A. mellifera,

principalmente no tocante a preferências florais, como o consumo de espécies de pólen

importantes para a reprodução das abelhas locais, porém, contraditoriamente, essa competição

não levou a um total declínio da população de abelhas nativas. Por isso, os autores

formularam as seguintes hipóteses: (1) as abelhas nativas ajustam seus comportamentos ou

sua fisiologia e alteram suas escolhas florais diante de uma nova espécie competidora e (2) as

abelhas melíferas, como polinizadoras, aumentam a disponibilidade de espécies de plantas

que seriam recursos básicos para as abelhas nativas devido ao seu comportamento generalista.

Déficit de polinização

O déficit de polinização pode ser entendido como uma série de eventos que limitam a

quantidade ou alteram a qualidade do pólen depositado sobre o estigma das flores

ocasionando em uma menor produção de frutos e sementes quando comparado com situações

onde há níveis adequados de recepção de pólen (KNIGHT et al., 2005). São vários os

distúrbios que podem causar uma limitação polínica, tais como a introdução de espécies

exóticas (tanto espécies de plantas como de polinizadores), fragmentação de habitats e

diminuição do tamanho populacional de plantas e de polinizadores (FREITAS et al., 2010). A

perda de polinizadores causa déficit na polinização, entre outros motivos, por diminuir o

índice de visitação às flores pelos insetos devido à abundância populacional e diversidade

diminuída, muitas vezes pelos fatores já citados anteriormente. Freitas et al. (2010)

apresentam uma revisão sobre a limitação polínica em plantas nativas da Mata Atlântica.

A ocorrência de déficit de polinização em plantas cultivadas pode ser devido a uma

recepção inadequada de pólen, de natureza tanto quantitativa (número insuficiente de visitas

recebidas por flor), o que resulta em uma baixa produção ou uma limitação qualitativa

(referentes a fatores como a qualidade, distribuição e/ou origem do pólen) o que afeta as

características do fruto ou das sementes, por exemplo. O déficit qualitativo da polinização

pode ser o resultado de condições como ausência de abelhas silvestres altamente eficientes

como polinizadores ou de uma baixa diversidade de polinizadores, acarretando em menores

níveis de polinização (VAISSIÈRE et al., 2009).

A condução de experimentos envolvendo suplementação de pólen permite a

verificação de ocorrência de déficit de polinização em uma população natural ou cultivada.

Nesses experimentos se compara o sucesso reprodutivo de plantas controle, ou seja, expostas

a polinização natural, com plantas que receberam suplemento de pólen. A suplementação de

(15)

como corre em áreas agrícolas, por meio de enriquecimento da área com polinizadores,

quando colméias são transportadas para os campos de cultivos (THOMSON, 2001). Se os

resultados indicarem uma maior produção de frutos ou sementes nas plantas suplementadas

quando comparadas com as plantas controle, concluí-se que há um déficit de polinização na

população estudada (KNIGHT et al., 2005). Siqueira et al. (2009) ao estudarem a ecologia da

polinização do maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) verificaram a

ocorrência de déficit na polinização ao compararem a qualidade dos frutos provenientes dos

testes de polinização cruzada manual e polinização natural. Os frutos apresentaram maior

número de sementes bem formadas, maior concentração de açúcares e maior espessura de

casca quando submetidos à polinização cruzada manual. Os autores observaram também o

florescimento de um número elevado de plantas na vegetação em torno dos cultivos no

período chuvoso e a grande atratividade dessas espécies sobre as abelhas e levantaram a

possibilidade de que esse poderia ser um fator adicional contribuindo para o déficit de

polinização.

A cultura do tomate

O tomate (Lycopersicum esculentum Mill) é a segunda hortaliça mais cultivada no

mundo em área plantada e a primeira em volume industrializado (FILHO et al., 1994).

Segundo dados do IBGE de 2002, no Brasil a cultura do tomate ocupou naquele ano uma área

de plantio de 62.647 ha, produzindo 3.652.923 toneladas e gerando um valor de R$

1.429.412. Somente no Estado de São Paulo a área plantada no ano de 2002 chegou a 11.930

ha que produziram 765.990 toneladas e totalizaram R$ 323.248. Originário da região andina

da América do Sul, o tomateiro é uma planta anual com uma inflorescência em forma de

cacho produzindo de 6 a 12 flores, sendo elas bissexuais com o tubo do cálice curto e coberto

de pelos. Em geral há 6 pétalas de cor amarela e recurvadas quando maduras, mesma cor das

anteras poricidas que estão dispostas ao redor do estilete provido de uma ponta alongada

estéril (NAIKA et al., 2006).

Por possuir anteras poricidas, o tomateiro possui como característica a associação a

melitofilia, especialmente por abelhas capazes de realizar polinização por vibração (VIANNA

et al., 2007), como exemplificado no experimento realizado por Greenleaf e Kremen (2006)

em plantações de tomate no Nordeste da Califórnia, onde constataram que os tomateiros do

grupo submetidos à polinização aberta, sendo visitados especialmente por abelhas silvestres,

produziram tomates maiores que as plantas dos demais grupos (grupo controle,

(16)

2 - OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivos:

• Verificar a existência de déficit de polinização em tomateiros cultivados em uma propriedade rural no município de Rio Claro/São Paulo e, em caso afirmativo, quais

fatores contribuem para isso, tais como:

- paisagem altamente modificada por uma agricultura intensiva;

- ausência de remanescentes florestais;

- ausência de vegetação ruderal no entorno dos canteiros cultivados com tomate;

- baixa frequência de visitas de abelhas nas flores.

• Caracterizar a fauna de abelhas polinizadoras do cultivo de tomate.

(17)

3 - MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 – Caracterização da área de estudo

O estudo foi realizado na propriedade “Bom Jesus” localizada no município de Rio

Claro/São Paulo (22º22’14.03”S e 47º29’8.88”O) situado ás margens da Rodovia Wilson

Finardi (SP 191) na altura do kilômetro 59, sentido Araras-Rio Claro (Figura 3). O sítio

possui aproximadamente 48 hectares, sendo classificado como pequena propriedade de acordo

com a Lei 8.629/93. A produção é voltada para o cultivo de hortaliças (verduras e legumes em

geral), incluindo o tomate. Nos arredores dos canteiros de tomate são cultivadas cana de

açúcar, árvores frutíferas e hortaliças diversas, como ilustra a Figura 4.

(18)

Figura 4 – Vista geral do entorno dos canteiros de tomate. (A) Áreas de solo exposto preparados para o plantio com os canteiros de tomate ao fundo, (B) Borda de cultivo de cana-de-açúcar, (C) Canteiros de tomate próximos à espécies arbóreas frutíferas e (D) Cultivo de hortaliças.

O clima da região é classificado como sendo do tipo “Cwa” segundo a classificação de

Koeppen, que caracteriza clima subtropical de inverno seco e frio e verão quente e úmido. As

médias de temperatura e precipitação nos meses de realização do estudo foram,

respectivamente, 17,9º C e 26,9 mm (julho), 19,7º C e 28,8 mm (agosto) e 21,2ºC e 66,8 mm

(setembro) (CEPAGRI). Porém, de acordo com o Boletim de Informações Climáticas do

CPTEC/INPE de 20 de agosto de 2010, o fenômeno La Nina se estabeleceu no período de

final de julho e início de agosto, o que ocasionou temperaturas acima da média e baixos

valores de umidade relativa do ar na região de estudo.

Tendo como objetivo descrever a paisagem em torno da área de estudo, para obter

subsídios para a discussão de aspectos relacionados a ocorrência de déficits de polinização,

foi feita uma caracterização do uso e ocupação do solo no entorno da área de estudo, para o

qual foram utilizadas imagens CBERS, adquiridas gratuitamente junto a catálogos online do

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As imagens CBERS utilizadas foram do

sensor CCD, órbita 155, com data de imageamento 09/12/2006.

Todas as etapas de processamento digital de imagem foram realizadas no aplicativo

SPRING (CÂMARA et al., 1996). Após o registro, as imagens CCD foram realçadas com a

aplicação de contraste, modelo linear, e segmentadas (BINS, 1996), sendo empregada a

B

A

(19)

composição R2G4B3 e os seguintes parâmetros: método crescimento de regiões e valor de

similaridade e área iguais a 20.

As imagens segmentadas foram classificadas com o uso do algoritmo de agrupamento não

supervisionado Isoseg, com limiar de aceitação de 95%. Os temas identificados, 48 no total,

foram agregados conforme as classes presentes na área de estudo, sendo transformadas em

imagem temática. A imagem classificada referente a cada classe de uso e ocupação do solo foi

exportada para o aplicativo Fragstat (McGARIGAL and MARKS 1995), onde foram

realizadas rotinas de cálculo da paisagem (Tabela 1) os quais foram analisados.

Tabela 1 - Métricas de Ecologia de Paisagem calculadas para a área de estudo Área Total da Classe (CA)

Porcentagem da Paisagem (PLAND)

Número de Fragmentos (NP)

Índice de formato da Paisagem (LSI) Métricas de Classe (CLASS)

Índice de coesão de Fragmentos

(COHESION)

As classes de uso e ocupação do solo presentes na área de estudo foram medidas em

uma paisagem com 5 kilômetros de raio a partir da propriedade onde se localizavam os

canteiros de tomate e tiveram as seguintes métricas de classe calculada: Área Total da Classe

(CA) que mede a composição da paisagem, sendo que a soma de todas as áreas de todos os

fragmentos de um tipo correspondente aproximando-se de zero quanto mais raro o fragmento

for na paisagem. Porcentagem da Paisagem (PLAND) é a porcentagem da paisagem composta

por um tipo específico de fragmento, ou seja, da classe. Número de Fragmentos (NP), como o

próprio nome diz, mede a quantidade de fragmentos existentes na paisagem referentes à classe

medida. Índice de Formato de Paisagem (LSI) é uma medida de agregação de classes, onde se

LSI é igual a 1 a paisagem consiste em um único quadrado de fragmentos, aumento sem

limites à medida que o tipo de fragmento torna-se menos agregado. Índice de Coesão de

Fragmentos (COHESION) mede a conectividade física de uma classe, aproximando-se de

zero à medida que a proporção da paisagem referente à classe focal diminui e torna-se mais

(20)

3.2 – Caracterização da cultura de tomate

O estudo foi realizado em tomateiros do cultivar “Perinha”. Os canteiros de tomate

foram formados pelo proprietário, sem a interferência do pesquisador, com aproximadamente

40 plantas na área de estudo.

3.3 – Duração das flores, período de receptividade dos estigmas e viabilidade dos grãos de pólen

Esse estudo foi conduzido para a identificação dos melhores períodos para a realização

dos testes de polinização e do levantamento da fauna de abelhas com potencial de polinização

das flores de tomateiro.

Para a determinação da duração média de uma flor de tomateiro foram marcados 5

botões com linha colorida e acompanhados desde a sua abertura até o murchamento.

Os períodos de receptividade do estigma e viabilidade do pólen foram avaliados pelo

acompanhamento de 50 botões marcados com linhas coloridas, que foram ensacados em fase

de pré-antese; a cada dia, 10 flores eram coletadas e levadas ao laboratório onde se realizavam

os testes para a determinação da receptividade estigmática e viabilidade de pólen. Esse

procedimento foi feito para a fase de botão, e para flores abertas, 24, 48, 72 e 96 horas após a

antese; o objetivo foi o de verificar qual o tempo de duração da flor, para posteriormente

realizar os testes de polinização.

Para a determinação da receptividade do estigma foi utilizado o corante Sudan IV, de

acordo com Dafni (1992), onde a receptividade é indicada pela mudança de cor do estigma,

que quando receptivo se colore de vermelho. A viabilidade dos grãos de pólen foi avaliada

com o emprego de carmim acético que colore os grãos de pólen viáveis de vermelho

permitindo assim a sua diferenciação dos grãos de pólen não viáveis (DAFNI, 1992). Para a

coloração por carmim acético as anteras das flores eram retiradas com o auxílio de uma pinça

e com uma espátula eram abertas de forma que os grãos de pólen fossem depositados sobre

uma lâmina que em seguida recebia duas gotas de carmim acético. Depois da colocação de

uma lamínula e após 5 minutos, as lâminas eram analisadas em microscópio óptico. A análise

da viabilidade dos grãos de pólen era feita através da contagem do número de grãos viáveis

em 100 grãos escolhidos aleatóriamente.

Os testes realizados mostraram um período de duração da flor de 3 dias, de forma que

(21)

suficiente para a flor completar o seu ciclo e ser exposta somente quando não houvesse a

possibilidade de receber pólen através de outras vias.

3.4 – Avaliação da ocorrência de déficit de polinização

Para a verificação da ocorrência de déficit de polinização foram realizados testes que

avaliaram a taxa de formação de frutos, o peso médio e o número médio de sementes por fruto

a partir de flores que receberam os seguintes tratamentos:

a) Exclusão de polinizadores:

Procurou-se com este teste avaliar os efeitos da ausência de visitas de abelhas

polinizadoras nas flores de tomate, e para isso foram marcados 40 botões com linhas na cor

laranja e estes tiveram a visita por polinizadores impedida usando-se sacos de papel

perfurados com agulha para evitar o acúmulo de umidade (Figura 5). Depois de uma semana

os sacos de papel foram retirados e as flores foram acompanhadas para verificação de

formação de frutos.

Figura 5 – Teste de exclusão de polinizadores. (A) Botão marcado com linha laranja indicando o tipo de teste, (B) Botão ensacado para impedir a visita de polinizadores.

b) Polinização manual cruzada:

O teste de polinização manual foi realizado de forma a simular uma polinização

“perfeita” onde a flor receberia uma grande quantidade de pólen proveniente de flores de

outros indivíduos. Assim, 40 botões em fase de pré antese foram marcados com linhas na cor

azul e ensacados com sacos de papel perfurados para impedir a visita por polinizadores ao

abrirem. No dia seguinte, depois de abertas, as flores foram emasculadas com o auxílio de

uma pinça, para impedir a autopolinização. A escolha de flores com até 24 horas pós antese

(22)

para a realização destes testes deve-se ao fato de que, embora os estigmas estejam receptivos

e os grãos de pólen viáveis em flores ainda em botão, as anteras estão fechadas até cerca de 48

horas após a antese. Dessa forma a autopolinização na fase de botão até 24 horas após a

antese fica impedida. As anteras extirpadas foram abertas e o pólen foi retirado e utilizado

para a polinização cruzada (xenogamia). O transporte do pólen até o estigma foi realizado

com o auxílio de um pincel. Depois de realizada a polinização cruzada, cada flor foi

novamente ensacada (Figura 6) e ao final de uma semana os sacos foram retirados e as flores

acompanhadas para a verificação de formação de frutos.

Figura 6 – Teste de polinização manual cruzada. (A) Botão marcado com linha azul indicando o tipo de teste, (B) Flor ensacada depois de emasculada e polinizada para impedir a visita de polinizadores.

c) Polinização aberta:

As flores utilizadas neste teste foram expostas a polinização por abelhas. Quarenta

botões foram marcados com linhas de cor rosa e acompanhados para a verificação de

formação de frutos (Figura 7).

Figura 7 – Teste de polinização aberta com botão marcado com linha rosa indicando o tipo de teste.

(23)

Para a comparação do peso médio e número médio de sementes por fruto formado a

partir de cada tratamento foi realizada análise de variância (ANOVA) ao nível de

significância de p<0,05.

3.5 – Caracterização da fauna de abelhas polinizadoras do cultivo de tomate

A coleta das abelhas foi realizada de forma a caracterizar a fauna visitante das flores

de tomate e registrar a sua presença na área de estudo. Esta etapa do estudo foi realizada em

setembro de 2010, período correspondente ao pico de florescimento dos tomateiros na área.

Foram coletados todos os indivíduos que pousavam nas flores no período das 7h às 17h, em

condições climáticas de dia ensolarado e pouco vento. O esforço amostral foi equivalente a

100 horas de coletas divididas entre 5 coletores que percorriam as linhas do cultivo durante os

primeiros 20 minutos de cada hora, coletando os indivíduos que pousavam nas flores de

(24)

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 – Duração das flores, período de receptividade dos estigmas e viabilidade dos grãos de pólen

Foi observado que a duração média de uma flor de tomateiro é de 3 dias, sendo que a

partir do 4º dia ocorre o murchamento das flores que apresentam então alteração da coloração

das pétalas e escurecimento do ápice das anteras e do estigma que se curvam para baixo. A

figura 8 apresenta uma seqüência de fases de desenvolvimento da flor de tomateiro, desde

botão até o início da formação de frutos.

Figura 8 – Ciclo de desenvolvimento da flor de tomate (Lycopersicum esculentum Mill.), de botão até o fruto formado. (A) Botão em pré-antese, (B) Botão a um dia da antese – fase em que eram ensacados para a realização dos testes, (C) Flor em início de antese, (D) Flor aberta, (E) Flor em senescência e (F) Início da formação do fruto.

O estigma manteve-se receptivo desde a fase de botão (a um dia da antese) até o

terceiro dia de duração da flor aberta, sendo que por volta do quarto dia quando a flor começa

a murchar o estigma perde a sua receptividade (Tabela 2).

A

B

C

(25)

Tabela 2 – Porcentagem média de botões e flores com estigmas receptivos e grãos de pólen viáveis em diferentes estágios de desenvolvimento.

Estágio de desenvolvimento

da flor

Porcentagem média de

flores com estigma receptivo

(N=50)

Porcentagem média de

grãos de pólen viáveis por

flor (N=50)

Botão em pré antese 100 91

Flor aberta há 24 horas 80 89,5

Flor aberta há 48 horas 90 94,8

Flor aberta há 72 horas 100 83,2

Flor aberta há 96 horas 20 81

É possível encontrar grãos de pólen viáveis durante todo o período de duração da flor,

com um leve aumento da proporção de grãos inviáveis na medida em que a flor se aproxima

da senescência. O mesmo acontece com a proporção de estigmas receptivos, mas a perda de

receptividade é mais marcante que a perda de viabilidade.

4.2 –Verificação da ocorrência de déficit de polinização

Para este estudo foram marcadas 120 botões (40 flores para cada tratamento) tendo

havido perda de 16 flores devido à predação por lagartas e ao manuseio do proprietário nos

cuidados com o cultivo. A Tabela 3 apresenta o número e a porcentagem de frutos formados a

partir de cada tratamento.

Tabela 3 – Produção de frutos formados a partir dos diferentes tipos de tratamentos

Tratamento Número de flores Número de frutos

formados

% de frutos formados

Exclusão de visitantes

florais

30 22 73,33

Polinização manual

cruzada

38 30 78,94

Polinização aberta 36 16 44,44

O tratamento “Polinização aberta” apresentou a menor porcentagem de frutos

(26)

um fruto. Stephenson (1981), em uma revisão sobre o assunto, afirma que há espécies de

plantas que adotam uma estratégia de reprodução onde são produzidas flores em excesso,

podendo ocorrer o aborto de frutos excedentes, ou seja, daqueles que a planta não conseguirá

nutrir. Frutos danificados também podem ser abortados como forma de realocação de recursos

para o amadurecimento de outros que contribuam para uma melhor formação das próximas

gerações, como também podem ocorrer abortos de frutos danificados como forma de evitar a

contaminação por patógenos.

Stephenson (1981) também relata a ocorrência de frutos abortados devido a fatores

ligados à polinização, como variações na quantidade de pólen depositado sobre o estigma que

também leva a uma variação no número de sementes formadas por fruto. Quando isso ocorre,

os frutos com menor quantidade de sementes tem maior probabilidade de sofrer aborto,

principalmente quando há a competição por recursos limitados. No caso das flores submetidas

ao tratamento de polinização aberta é possível que os frutos abortados tenham sido

polinizados inadequadamente pelas abelhas que ocorrem na região, podendo (1) o número de

visitas às flores ter sido insuficiente para levar uma quantidade adequada de pólen ao estigma

ou (2) a população local de abelhas não é em número suficiente para visitar todas as flores do

cultivo, podendo dessa forma sinalizar a existência de um déficit de polinização. O fato de

estes frutos terem ficado desprotegidos durante o período de estudo podem tê-los tornado

mais susceptíveis a pressão de predação, dessecamento e outras intempéries.

A tabela 4 mostra os resultados das métricas de classe aplicadas na área de estudo,

onde juntamente com as visitas ao local e através de imagens de satélite (ver Figura 3) foi

possível identificar a ocorrência de solo exposto, plantações de cana-de-açúcar, pastagem,

plantações de eucalipto, fragmentos florestais e corpos d’água. Através de uma análise da

paisagem podem ser obtidos indícios de que o entorno da área de estudo não seja propício

para o estabelecimento de populações de abelhas em tamanho suficiente para atuarem como

(27)

Tabela 4 – Valores obtidos para os diferentes parâmetros descritores da paisagem em torno da área de estudo. CA – Área Total da Classe, PLAND – Porcentagem da Paisagem, NP – Número de Fragmentos, LSI – Índice de Formato da Paisagem, COHESION – Índice de Coesão de Fragmentos.

ÁREA DE ESTUDO

TIPO CA PLAND NP LSI COHESION

Solo exposto 89,49 Km2 17,48% 276 5,58 99,05

Cana-de-açúcar

178,29 Km2 34,83% 362 23,87 99,71

Pastagem 68,69 Km2 13,42% 161 9,06 99,56

Eucalipto 7,17 Km2 1,40% 120 0,12 93,91

Fragmento

florestal

55,07 Km2 10,76% 161 3,63 98,59

Corpo d’água 2,95 Km2 0,57% 32 0,11 94,88

A cana-de-açúcar foi a classe que apresentou a maior área, aproximadamente 178,29

Km2 correspondendo a 34,83% da composição da paisagem, com 362 fragmentos

identificados e sendo a classe com maior índice de agregação. A segunda classe com maior

área foi a de solo exposto, provavelmente preparado para o plantio de cana, com

aproximadamente 89,49 Km2, cerca de 17,48% da composição da paisagem e 276 fragmentos.

Porém quando é analisado o LSI, a classe que possui o segundo maior índice de

agregação é a pastagem (LSI=9,06) e não o solo exposto (LSI=5,58). Dentro da classe

fragmento florestal as áreas mais representativas são a Mata São José e a Floresta Estadual

Edmundo Navarro de Andrade, que dentro da paisagem analisada são os maiores fragmentos

florestais remanescentes.

A tabela 4 e as figuras 3 e 4 mostram que a área de estudo está inserida em um

contexto de agricultura intensiva caracterizada, principalmente, pela atividade canavieira, com

grandes áreas de um cultivo que não oferece nenhum recurso para polinizadores e alguns

poucos fragmentos florestais. Uma paisagem fragmentada pode causar o rompimento de

interações planta-polinizador acarretando um declínio na reprodução das plantas nativas e/ou

cultivadas (WILCOCK e NEILAND, 2002). Em experimento que procurou demonstrar o

efeito do isolamento de habitats (o que ocorre em uma paisagem fragmentada), cultivos de

rabanete e mostarda (ambos auto-incompatíveis) foram cultivados a diferentes distâncias, de

campos ricos em espécies de polinizadores. Os resultados mostraram que à medida que o grau

(28)

abelhas às flores por hora era reduzido bem como a diversidade taxonômica dos visitantes e a

taxa de formação de frutos e número de sementes, indicando que o isolamento de habitats

também resulta em limitação da polinização e no fluxo de pólen (STEFFAN-DEWENTER e

TSCHARNTKE, 1999).

Espécies nativas de abelhas estão intimamente relacionadas à presença de áreas de

vegetação nativa, visto que muitas dessas espécies nidificam e se abrigam nessas áreas. Essa

relação foi encontrada por Greenleaf e Kremen (2006) em cultivos de tomate no norte da

Califórnia, Estados Unidos, onde os principais visitantes do cultivo foram abelhas nativas,

principalmente Bombus vosnesenskii, cuja taxa de visitação dependia da proximidade de

habitats naturais, ou seja, a espécie de Bombus foi mais abundante quanto mais perto o cultivo

se encontrava de vegetação nativa. A mesma relação foi encontrada por Klein et al. (2003) em

plantações de café na Indonésia, por Kremen et al. (2004) em cultivos de melancia nos

Estados Unidos e por Kim et al. (2006) em plantações de girassol nos Estados Unidos.

A comparação da qualidade de frutos formados (peso médio e número médio de

sementes por fruto) a partir dos diferentes tratamentos neste estudo permite discutir aspectos

adicionais sobre uma possível ocorrência de déficit de polinização. Os resultados obtidos a

partir dessa análise constam da tabela 5.

Tabela 5 – Peso médio e número médio de sementes de frutos de tomateiro (Lycopersicum esculentum Mill) formados a partir dos diferentes tratamentos.

Tratamento Número de frutos Peso médio (g)* Número médio de

sementes*

Exclusão de

polinizadores

22 14,43±6,27 a 36,5±15,64 a

Polinização manual

cruzada

30 7,98±3,82 b 26,3±16,30 a

Polinização aberta 16 14,96±7,85 a 50,12±16,47 b

*Coluna 3 e 4: Média±Desvio Padrão

Valores seguidos pelas mesmas letras na coluna não diferem entre si a P < 0,05, pelo teste de Tukey.

Os resultados mostram que em relação ao peso médio dos frutos não há diferenças

significativas entre os testes de exclusão de polinização e polinização aberta. Esses resultados

(29)

uma planta agrícola que vem sofrendo seleção artificial desde o início de século XVI, a

autogamia, forçada pela ausência de polinizadores, própria da região andina de onde esta

espécie se origina, conduziram a uma fixação rápida dos genes o que levou a um aumento da

uniformidade da espécie, de forma que uma das características que provavelmente se fixou foi

a autogamia (NUEZ, 1995).

Contudo, o tratamento “polinização aberta” resultou em um número de sementes

significativamente maior se comparado aos demais tratamentos indicando que, apesar de o

tomateiro ser autocompatível, a polinização por abelhas pode melhorar a qualidade dos frutos,

pela deposição de uma maior quantidades de grãos de pólen sobre o estigma, o que aumenta a

quantidade de sementes produzidas. Sabe-se que as sementes desempenham um papel

importante na produção de hormônios que atuam no desenvolvimento dos frutos

(STEPHENSON, 1981). Também foi observado no presente estudo que a polinização aberta

produziu frutos que possuíam a polpa mais consistente e avermelhada que os outros dois

tratamentos, por exemplo, os frutos da exclusão de polinizadores eram ocos, com poucas

sementes e com a polpa menos avermelhada. Macias-Macias et al. (2009) avaliaram a

contribuição das abelhas como polinizadoras de flores de tomate e encontraram resultados

similares. Segundo os autores, a qualidade dos frutos foi maior no tratamento com flores

polinizadas por abelhas do que nas flores não polinizadas, inclusive com a formação de um

maior número de sementes por fruto. Estudo realizado com tomates por Santos et al. (2009)

também comprovaram a eficiência das abelhas na melhora da qualidade dos frutos em estufas

que abrigavam colônias de Meliponini em relação àquelas sem colônias.

Souza et al. (2009) estudaram os requerimentos de polinização em culturas de

meloeiro cultivados em pomares a céu aberto aplicando quatro tratamentos, sendo (1)

polinização cruzada manual, (2) polinização aberta com a introdução de abelhas Apis

mellifera, (3) polinização livre e (4) restrição à visita de polinizadores. Em relação a todas as

variáveis analisadas (taxa de vingamento inicial de frutos – com até 7 dias de formação -,

produção de frutos, peso dos frutos e número de sementes nos frutos) o tratamento

“polinização manual cruzada” apresentou os melhores resultados comparado aos demais

tratamentos, provavelmente devido a uma maior quantidade de pólen depositado na região dos

estigmas nesse tratamento. Ao se analisar os resultados dos tratamentos polinização aberta

com a introdução de abelhas e polinização livre, com o primeiro obteve-se melhores

resultados em todas as variáveis se comparado ao segundo, pois com a introdução de colônias

(30)

A Tabela 6 apresenta os resultados de tratamentos de polinização aberta e exclusão de

polinizadores para diferentes cultivos em relação ao número médio de sementes por fruto.

Tabela 6 – Comparação do número médio de sementes de frutos formados a partir de polinização aberta e a partir da exclusão de visitantes florais em diferentes cultivos.

Espécie Referência Polinização aberta Exclusão de

polinizadores

Lycopersicum

esculentum (tomate)

Psidium guajava L.

(goiaba)

Capsicum frutescens

(pimenta)

Macias-Macias et al.,

2009

Freitas e Alves, 2008

Cruz, D. O. 2009

162,1±36,3 413,56±17,10 11,21±6,51 52,5±14,2 187,00±33,66 11,68±6,76

Cucumis melo L.

(melão)

Souza et al., 2009 545,0±31,6 500,4±59,8

Colunas 3 e 4: Média±Desvio Padrão

É importante salientar que alguns fatores referentes à metodologia empregada neste

estudo podem ter contribuído para os resultados encontrados. Como os experimentos de

polinização cruzada foram realizados em flores recém abertas (com 24 horas pós antese), que

foram ensacadas a seguir, pode-se sugerir que a quantidade de pólen depositado poderia ter

sido insuficiente para a fecundação de todos os óvulos. As flores abertas à visitação podem ter

recebido pólen por um período muito mais longo. Ao mesmo tempo, pode-se sugerir também

que uma grande quantidade de pólen depositada manualmente sobre o estigma pode ter

gerado uma competição entre os grãos para a formação do tubo polínico, comprometendo a

fecundação dos óvulos. Apesar de o estigma estar receptivo já no primeiro dia da flor aberta -

momento em que foi realizada a polinização manual cruzada -, não há dados na literatura que

mostrem que a taxa de polinização seja igual em todos os dias de duração da flor.

4.3 – Caracterização da fauna de abelhas polinizadoras do cultivo de tomate

A lista de espécies de abelhas coletadas em flores de tomateiro neste estudo está

apresentada na tabela 7. Foram coletadas abelhas pertencentes às famílias Halictidae, Apidae

(31)

gêneros Augochlora e Augochloropsis. Entre as abelhas da família Apidae três foram os

gêneros identificados, sendo eles Exomalopsis, Trigona e Apis. Psaenythia foi o único gênero

da família Andrenidae identificado.

Tabela 7 – Identificação em nível de gênero das abelhas coletadas nas flores de tomate (Lycopersicum esculentum Mill).

Família Subfamília Tribo Gênero Nº de indivíduos

coletados

Halictidae Halictinae Augochlorini Augochlora 19

Augochloropsis 8

Apidae Apinae Apini Exomalopsis 6

Trigona 6

Apis 2

Andrenidae Panurginae Protandrenini Psaenythia 1

As abelhas que podem ser consideradas polinizadoras efetivas das flores do tomate são

as que possuem a capacidade de vibrar as anteras poricidas para que haja a liberação dos

grãos de pólen. Entre as abelhas amostradas neste estudo esse comportamento é observado

entre espécies dos gêneros Augochlora, Augochloropsis, Exomalopsis e Psaenythia. Essas

espécies são frequentemente relatadas como visitantes florais e polinizadores importantes de

diversas espécies de Solanaceae como Solanum palinacantum (CARVALHO et al., 2001),

Solanum stramonifolium (BEZERRA e MACHADO, 2003), Solanum lycocarpum

(OLIVEIRA-FILHO e OLIVEIRA, 1988), Solanum paniculathum (FORNI-MARTINS et al.,

1998) e Solanum viarum (PATRICIO, 2007; MONTAGNANA et al., 2010). Psaenythia

(Andrenidae) foi registrada visitando as flores de Solanum rostratum, em estudo de Bowers

(1975). Abelhas do gênero Trigona e Apis mellifera, apesar de visitarem as flores do tomate

não possuem a capacidade de realizar a polinização por vibração, sendo consideradas abelhas

pilhadoras, ou seja, que coletam o pólen espalhado nas anteras e pétalas pela atividade de

outras abelhas (CARVALHO et al., 1998; BEZERRA e MACHADO, 2003). As abelhas

foram observadas visitando as flores do tomate entre às 8h e 16h, com pico das atividades

entre às 9h e 10h, principalmente as pertencentes a família Halictidae que consistiram nas

mais abundantes. A partir das 13h houve uma queda na frequência de visitas, cessando às 17h.

Padrão semelhante foi encontrado por Montagnana et al. (2010) em flores de juá (Solanum

(32)

As abelhas dos gêneros Augochlora e Augochloropsis prendem-se ao cone de anteras

utilizando tanto as pernas como as mandíbulas, em seguida curvavam o abdômen sobre o cone

e nessa postura realizam movimentos vibratórios para a liberação do pólen. Em seguida,

prendendo-se às anteras através das pernas medianas e posteriores, realizam a “limpeza” da

superfície ventral levando o pólen até as escopas (Figura 9). Comportamentos semelhantes

também foram observados por Forni-Martins et al. (1998) em Solanum paniculathum L. e por

Oliveira-Filho e Oliveira (1988) em Solanum lycocarpum.

Figura 9 – Abelha da família Halictidae na flor do tomate (Lycopersicum esculentum Mill). (A) Indivíduo com o abdômen curvado realizando vibração das anteras, (B) Realizando “limpeza” da superfície ventral do corpo.

Macias-Macias et al. (2009) ao estudarem a polinização de tomate no México, também

encontraram as abelhas da família Halictidae e gênero Exomalopsis (Apidae) como as abelhas

nativas mais comuns no cultivo. Os autores avaliaram a eficiência da polinização por

Augochloropsis, Exomalopsis e Apis mellifera através do aumento do peso dos frutos e do

número médio de sementes por fruto. Os resultados encontrados por esses autores mostraram

que as flores polinizadas por Augochloropsis e Exomalopsis produziram frutos de melhor

qualidade se comparadas as flores polinizadas por Apis mellifera. Assim, os autores concluem

que as abelhas solitárias (por exemplo, espécies da família Halictidae) são polinizadores mais

eficientes que as espécies sociais (por exemplo, Apis mellifera), mas os autores argumentam

que para uma polinização adequada dos cultivos é necessário que se mantenha comunidades

de abelhas diversificadas e populações abundantes, sendo para isso imprescindível a

preservação de habitats de nidificação e alimentação adequados para estas abelhas.

(33)

5 - CONCLUSÃO

A área de estudo está inserida numa paisagem completamente alterada devido,

principalmente, a atividade agrícola canavieira, o que resultou em uma paisagem homogênea

onde pouquíssimos foram os remanescentes de vegetação nativa encontrados. Uma paisagem

como a encontrada representa uma grande ameaça às populações locais de abelhas, uma vez

que grandes monoculturas ou extensas áreas de pastagens apresentam-se como barreiras ao

deslocamento desses indivíduos. Muitas espécies, notadamente aquelas da família Halictidae

apresentam raio de vôo restrito a poucas centenas de metros em torno de seus ninhos.

O cultivo de tomate estudado apresentou uma baixa porcentagem de frutos formados

por polinização aberta, quando comparado aos demais tratamentos, e as características da

paisagem de entorno, como a ausência de fragmentos florestais em maior quantidade e mais

próximos, são um dos motivos do déficit na polinização desse cultivo, corroborando com a

hipótese levantada. Mesmo em condições adversas, os resultados de qualidade dos frutos, que

nas flores sujeitas a polinização aberta foram maiores, formando frutos mais avermelhados,

com maior número de sementes e polpa mais consistente, indicando os benefícios que a

polinização por essas abelhas pode trazer ao cultivo.

É importante que estudos complementares sejam realizados em outros contextos de

paisagens, onde outros testes sejam empregados como, a suplementação de pólen e a

suplementação de polinizadores na área do cultivo, bem como estudos mais detalhados em

nível de paisagem, com caracterizações das abelhas encontradas nos fragmentos florestais,

(34)

6 - BIBLIOGRAFIA

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Imagem

Figura 1 – Diferentes causas das mudanças de áreas florestais tropicais nos países da  América Latina, 1990-2000
Figura 2 - Aumento projetado no uso de pesticidas nos anos de 2020 (barra alaranjada) e  2050 (barra cinza)
Figura 3 – Área de estudo localizada no município de Rio Claro/SP
Figura 4 – Vista geral do entorno dos canteiros de tomate. (A) Áreas de solo exposto  preparados para o plantio com os canteiros de tomate ao fundo, (B) Borda de cultivo de  cana-de-açúcar, (C) Canteiros de tomate próximos à espécies arbóreas frutíferas e
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