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Qualidade de vida no trabalho em uma central de regulação médica de um serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

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M óv e l de Ur gê n cia ( SAM U)

Q

UALIDADE DE

V

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Ke ly Cé sa r M a r t in s de Pa iv a* V a n e ssa Lu cia n a Lim a M e lo de Av e la r* *

Resumo

E

st e ar t igo descr eve e analisa os pr ofi ssionais de um a cent ral de r egulação m édica de um Ser viço de At endim ent o Móvel de Ur gência ( SAMU) quant o a var iáveis de qualidade de vida no t rabalho. Trat a- se de um a pesquisa descr it iva, de car át er quant it at ivo e qualit at ivo, baseada nos r efer enciais t eór icos de Walt on ( 1973) e Hackman e Oldham (1975). De um m odo geral, os r esult ados apont am para um nível sat isfat ór io de qualidade de vida no t rabalho, com m aior dest aque aos aspect os “ possibilidade de cr escim ent o”, “ pot encial m ot ivacional da t ar efa” e “ r elevância social” em poder aj udar, t ant o na for m a dir et a quant o indir et a, às pessoas que dem andam at endim ent o. Apesar dos r esult ados favor áveis, a fala dos suj eit os sinaliza para a necessidade de m elhor ias quant o aos aspect os de infra- est r ut ura, adequação de escalas e j ornadas de t rabalho com a realidade do m unicípio e volum e de at endim ent os, bem com o a int er-locução do SAMU com os ser viços hospit alar es e pr é- hospit alar es fi xos, além da conscient ização da população. Percebeu-se que a r et aguar da da super visão na r esolução desses pr oblem as e um a busca const ant e pela m elhor ia da qualidade de vida no t rabalho podem cont r ibuir para a m anut enção dos pr ofi ssionais em seus post os de t rabalho.

Pa la v r a s- ch a v e : Qualidade de vida no t rabalho. Cent ral de r egulação m édica. Ser viço de At en-dim ent o Móvel de Ur gência ( SAMU) .

Quality of Life at Work in a Medical Regulation Centre in a Mobile

Emergency Care Service (SAMU)

Abstract

T

his ar t icle descr ibes and analyzes t he qualit y of w or k life of pr ofessionals at a m edical r egulat ion cent r e of a Mobile Em er gency Car e Ser vice ( SAMU) . This is descr ipt ive, quant i-t ai-t ive and qualii-t ai-t ive r esear ch, based on i-t he i-t heor ei-t ical r efer ences of Wali-t on ( 1973) and Hackm an and Oldham ( 1975) . Overall, t he r esult s confi r m a sat isfact or y level of qualit y of w or king life, w it h an em phasis on aspect s of “ gr ow t h oppor t unit y”, “ m ot ivat ional pot ent ial of t he t ask” and “ social r elevance” t o help, eit her dir ect ly or indir ect ly people w ho r equir e car e. Despit e t he favorable r esult s, t he subj ect ’s discour se indicat es t he need for im pr ovem ent s in t he aspect s of infrast r uct ur e, adequacy of t im et ables and w or kdays w it h t he r ealit y of t he cit y, num ber of visit s, dialogue bet w een t he SAMU and hospit al and pr e- hospit al fi xed ser vices, as w ell as public awar eness. I t was not iced t hat t her e was m anager ial suppor t t o addr ess t hese pr oblem s and a const ant sear ch for im pr oved qualit y of w or k life can cont r ibut e t o t he m aint e-nance of pr ofessionals in t heir j obs.

Ke y w or ds: Qualit y of w or k life. Cent ral m edical r egulat ion. Mobile Em er gency Car e Ser vice ( SAMU) .

* Dout ora em Adm inist ração pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Professora Tit ular do Pro-gram a de Mest rado Acadêm ico da Faculdade Novos Horizont es - Unihorizont es - Belo Horizont e/ MG/ Brasil. Endereço: Rua Alvarenga Peixot o, 1270, Sant o Agost inho. Belo Horizont e/ MG. Cep: 30180- 121. E- m ail: kely.paiva@unihor izont es.br

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Introdução

A

ár ea da saúde que abrange os ser viços de ur gência t em sido considerada um a prioridade na esfera governam ent al brasileira. O cenário at ual revela um a m udan-ça no perfi l da m or bim or t alidade da população em função das cr escent es t axas de acident es e violências que é acom et ida. A ocor r ência de m or t es pr em at uras e o núm er o de sobr evivent es com seqüelas per m anent es pr eocupam e im pact am nossa sociedade t ant o do pont o de vist a econôm ico com o social. Um exem plo disso é a pr opor ção de óbit os por causas ext er nas em adolescent es e adult os j ovens que, em 2004, cont r ibuiu com 70,0% dos óbit os de pessoas do sexo m asculino, na faixa et ár ia de 15 a 29 anos ( BRASI L, 2006) .

Em respost a ao aum ent o da dem anda por serviços na área de Urgência e Em er-gência e da insufi cient e est rut uração e padronização da rede assist encial j á exist ent e no país, o Minist ério da Saúde ( MS) criou a Polít ica Nacional de At enção às Urgências, pela Port aria 2.048 de 05 de novem bro de 2002 ( BRASI L, 2004, p. 49) , e inst it uiu com o com ponent es do serviço pré- hospit alar m óvel a im plant ação de Serviços de At endim ent o Móvel de Urgência ( SAMU) , suas Cent rais de Regulação ( Cent ral SAMU- 192) e seus Nú-cleos de Educação em Urgência, em m unicípios e regiões de t odo o t errit ório brasileiro ( BRASI L, 2006, p. 34) . Est a port aria est abelece as principais diret rizes dos sist em as est aduais de urgência e em ergência e defi ne norm as e crit érios para seu funcionam ent o.

At ualm ent e, no Brasil, o SAMU responde pela m aior part e dos encam inham ent os aos ser viços de saúde e seu acesso é assegurado à população durant e as 24 horas do dia, pelo núm er o grat uit o 192, via Cent ral de Regulação Médica. Além do cidadão com um , a solicit ação de at endim ent o t am bém pode part ir de um profi ssional da saúde que necessit e t ransfer ir um pacient e para ser viços de m aior com plexidade. Em face dest e cont ext o, o SAMU pode ser considerado um a m odalidade est rat égica de at endi-m ent o e dest ina- se, aléendi-m das vít iendi-m as de agravos de nat ur eza t rauendi-m át ica, às vít iendi-m as de agravos clínicos, obst ét r icos e psiquiát r icos, que possam evoluir para “ sofr im ent o, seqüelas e at é m esm o à m or t e” ( BRASI L, 2004, p.83) .

Nesse sist em a de at endim ent o, a Cent ral de Regulação exer ce papel fundam en-t al: seus agenen-t es en-t êm subsídios que per m ien-t em or ganizar e qualifi car a r elação enen-t r e os vários serviços de saúde e direcionar o fl uxo de pacient es no sist em a, considerando- se as especifi cidades e capacidade de at endim ent o das unidades de pront o at endim ent o e hospit ais do Município. Em cont rapart ida, independent em ent e da cat egoria profi ssional, os ser vidor es lidam diar iam ent e com sit uações im pr evisíveis, sobr ecar ga de t rabalho t raduzida no núm ero de ligações, sit uações de sofrim ent o e m ort e. Eles sofrem pressão do t em po e da t ecnologia e encont ram - se subm er sos em um pr ocesso que envolve a vida de t er ceir os, fat o que, por sua vez, acar r et a diver sas r eper cussões na sua quali-dade de vida no t rabalho ( QVT) , podendo vir a int er fer ir inclusive no ser viço pr est ado.

Diant e da im por t ância do ser viço pr est ado à população, da for m a com o o pr o-cesso pr odut ivo est á or ganizado, acr escido das difer enças individuais e subj et ivas em t er m os de per cepção e r eação ao am bient e, dent r e out r os fat or es, o obj et ivo dest e est udo é descr ever e analisar com o se encont ram confi guradas as var iáveis de qua-lidade de vida no t rabalho na cent ral de r egulação m édica de um Ser viço de At endi-m ent o Móvel de Ur gência. Just ifi ca- se a pesquisa eendi-m função da escassez de est udos dessa nat ur eza no SAMU, da im por t ância do t em a diant e das const ant es m udanças que as or ganizações vêm passando – e o SAMU não foge à r egra – e em vir t ude da im por t ância social do ser viço r ealizado nessa or ganização. Per cebe- se, ainda, que os r esult ados obt idos nest a pesquisa podem subsidiar ações pr event ivas e cor r et ivas a serem adot adas pela organização no sent ido de cont ribuir para a m elhoria das condições de t rabalho, m ot ivação e m anut enção dos profi ssionais em seus post os, dent re out ros.

Aspectos Peculiares do Serviço de Atendimento Móvel

de Urgência e de suas Centrais de Regulação

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M óv e l de Ur gê n cia ( SAM U)

Médica ( CR) com o seu pont o est rat égico. Os pr ofi ssionais que t rabalham no SAMU, m ais especifi cam ent e dessa cent ral, não encont ram for m ação específi ca nos cur sos t écnicos, de graduação ou especialização que são exigidos quando de sua cont rat a-ção. As det er m inações legais para o funcionam ent o de um a Cent ral de Regulação, at r ibuições dos pr ofi ssionais e est r ut uração, encont ram - se especifi cadas na Por t ar ia GM/ MS nº 2.657, de 16 de dezem br o de 2004. Essa por t ar ia, t am bém , pr escr eve que o quant it at ivo de pr ofi ssionais envolvidos, o sist em a de t elefonia e a fr ot a de veículos do sist em a devem ser com pat íveis com as necessidades dem ogr áfi cas e indicador es de saúde da população alvo ( BRASI L, 2004) .

Out ra r ecom endação for m al é que cada post o de t rabalho ut ilize 2m2 de ár ea

e que o acesso aos pr ofi ssionais que nela t rabalham sej a r est r it o ( BRASI L, 2006) . O isolam ent o acúst ico, ilum inação e t em perat ura adequadas, t am bém , est ão pr evist os. Além disso, seu am bient e deve pr opiciar

a int egr idade da condut a pr ofi ssional, a im par cialidade no m anej o dos casos e sigilo ét ico- pr ofi ssional das infor m ações, núm er o de apar elhos t elefônicos e equipam ent os de fax adequados aos post os de t rabalho de m édicos e auxiliar es de r egulação ( BRA-SI L, 2006, p. 57) .

Um a das caract eríst icas específi cas da cent ral de regulação abordada nest e est u-do é que ela se encont ra dividida em u-dois níveis or ganizacionais: o pr im eir o dest ina- se ao at endim ent o de ligações or iginadas por pessoas da com unidade via t elefone 192; e o out r o cir cunscr eve- se a um ram al t elefônico r elacionado às solicit ações de at en-dim ent o or iginadas de pr ofi ssionais de saúde que t rabalham no Município. Por t ant o, t odas as solicit ações, com exceção dos t r ot es ident ifi cados e r equisição de or ient ações quant o ao ser viço, são r epassadas e avaliadas por um m édico r egulador.

Diant e da com plexidade do pr ocesso de t rabalho, convém esclar ecer as pr inci-pais at r ibuições dos pr ofi ssionais da cent ral de r egulação. Nest a, operam basicam ent e quat r o car gos, a saber : Técnico Auxiliar de Regulação Médica, conhecido com o t ele-digifonist a, Médico Regulador, Rádio- operador e Super visor. I nicialm ent e, um a escut a qualifi cada com acolhim ent o de t odos os cham ados é realizada pelo Técnico Auxiliar de Regulação Médica ( TARM) . Est e t em com o at r ibuições at ender as ligações, ident ifi car o solicit ant e e o local do event o, o m ot ivo do cham ado e r epassar t ais infor m ações ao m édico r egulador. A par t ir de ent ão, est e últ im o j ulga a gravidade da solicit ação e defi ne a condut a que pode ser t raduzida em t r ês m odalidades de at endim ent o: aconselham ent o sobr e sua doença, or ient ações de encam inham ent o à unidade hos-pit alar m ais pr óxim a por r ecur sos pr ópr ios ou liberação de um a unidade m óvel para pr est ar seu at endim ent o. Visando a garant ir acesso e r ecur so m ais adequado a cada necessidade, o Médico Regulador exer ce at ividades “ t écnicas, adm inist rat ivas, e de ger enciam ent o de confl it os e poder es” ( BRASI L, 2006, p.50) .

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raba-lhador es operam , sim ult aneam ent e, t er m inais de com put ador es e/ ou equipam ent os de r ádio com unicação e ut ilizam , além da t ecnologia, o saber e a exper iência com o inst r um ent os de t rabalho. O Conselho Federal de Medicina r egulam ent a o exer cício da t elem edicina a par t ir da Lei de n° .1.643/ 2002, cuj o Ar t . 1° r econhece “ a ut ilização de m et odologias int erat ivas de com unicação audiovisual e de dados com o obj et ivo de assist ência, educação e pesquisa em saúde” ( CFM, 2002, p.1) .

Vale r essalt ar que, além das at ividades de r egulação, o m édico par t icipa de r odízios de plant ão, exer cendo t am bém a função de m édico- int er vencionist a. Nest a at ribuição, ele t ripula as Unidades de Suport e Avançado de Vida ( USA) j unt am ent e com um enfer m eir o e um m ot or ist a- socor r ist a, “ sendo o r esponsável pelos pr ocedim ent os de r eanim ação e est abilização do pacient e, no local do event o e durant e o t ranspor t e” ( BRASI L, 2004, p. 86) .

Quant o à nat ur eza do pr ocesso de t rabalho, os aspect os dest a m odalidade im -põem cer t a pr essão e est r esse para as cat egor ias pr ofi ssionais envolvidas, at é m esm o quando at endem casos de m enor com plexidade. Obser ve- se que, m uit as vezes, a co-m oção social no local do at endico-m ent o pode difi cult ar a pr est ação de socor r o ( BRASI L, 2006, p. 49) . Quant o m enor o t em po exigido para o at endim ent o à solicit ação, m aior o grau de ur gência. Out r o pont o que m er ece dest aque é que est es pr ofi ssionais se deparam com sit uações em que o núm er o de am bulâncias disponíveis nem sem pr e é sufi cient e para at ender a população. Fr eqüent em ent e, a inconsist ência ent r e a de-m anda de pacient es e as por t as de ent rada para os hospit ais faz par t e de suas r ot inas.

Quant o à j or nada de t rabalho dos pr ofi ssionais, not e- se que, para assegurar at endim ent o nas 24 horas do dia, faz- se necessár io um r evezam ent o em t ur nos de plant ão. A elaboração das escalas de t rabalho considera um a car ga hor ár ia sem anal difer enciada por cat egor ia pr ofi ssional, funções e r espect ivos vínculos inst it ucionais. As escalas dos m édicos obedecem aos seguint es hor ár ios de t rabalho: 07: 00 às 19: 00 h, 19: 00 às 07: 00 h, 07: 00 às15: 00 h, 15: 00 às 23: 00 h e 23: 00 às 07: 00 h. Quant o às escalas dos TARM e r ádio- operador es, seguem a seguint e dist r ibuição: 06: 00 às 12: 00 h, 12: 00 às 18: 00 h, 18: 00 às 24: 00 h e 00: 00 às 06: 00 h.

Considerando- se a im por t ância do ser viço pr est ado à população, da expansão e am pliação dessas unidades em nível nacional, aliada aos papéis desem penhados pelos pr ofi ssionais no exer cício das funções, t or na- se inst igant e invest igar com o os envolvidos per cebem sua Qualidade de Vida no Trabalho.

Qualidade de Vida no Trabalho:

quadro teórico de referência

A valor ização do t rabalho envolve um a m udança de paradigm a quant o aos seus sent idos. No decor r er dos t em pos, a at ividade laboral passou a ser vist a não apenas sob o aspect o econôm ico - sat isfação da necessidade de subsist ência - , m as t am bém sob os aspect os sociais e psicológicos - possibilidade de se alcançar r econhecim ent o e pr est ígio social. Com o obser va Lim ongi- França ( 2004) , ao r ealizar um t rabalho, o indivíduo est á inser ido em um cont ext o social m ais am plo e a r epr esent ação social dessa at ividade causa im pact o t ant o na sua vida quant o no seu bem - est ar, podendo levá- lo a sit uações de m aior ou m enor desgast e ( LI MONGI - FRANÇA, 2004, p.35) . Sobr e t al aspect o, Mor gan ( 1996) acr escent a que os em pr egados são pessoas com necessidades com plexas que devem ser sat isfeit as para assegurar que desem penhem suas at ividades de m aneira efi caz e levem a vida de for m a saudável.

Para Ber ndt e Coim bra ( 1995) , a raiz da qualidade de vida envolve a concepção pluralist a do t rabalho. Ent r et ant o, m uit as vezes, devido à for m a com o o t rabalho se encont ra or ganizado, acaba- se pr ivilegiando razões de or dem t écnica que pr evalecem sobr e os aspect os subj et ivos de bem - est ar do em pr egado.

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M óv e l de Ur gê n cia ( SAM U)

West ley ( 1979) , Thér iault ( 1980) , Nadler e Law ler ( 1983) , Wer t her e Davis ( 1983) e Huse e Cum m ings ( 1985) , que abordam est e const rut o e suas respect ivas perspect ivas t eór icas, são am plam ent e cit ados na lit erat ura. Considerando- se as cat egor ias pr ofi s-sionais e as par t icular idades das at ividades desenvolvidas na or ganização est udada, opt ou- se por ut ilizar as abor dagens de QVT de Hackm an e Oldham ( 1975) e Walt on ( 1973) , det alhadas a seguir.

Walt on ( 1973, p.11) defi niu qualidade de vida no t rabalho com o “ um a expressão para caract er izar det er m inados valor es am bient ais e hum anos que foram supr im idos em função do avanço t ecnológico da produção indust rial e do crescim ent o econôm ico”. Diant e dessas per cepções, o aut or pr opôs um m odelo de QVT com binando oit o cat e-gor ias que abrangem desde as necessidades básicas do t rabalhador at é as condições da or ganização ( Quadr o 1) .

Qu a dr o 1 - M ode lo de QV T de W a lt on ( 1 9 7 3 )

CATEGORI AS D I M EN SÕES de QV T

1. Com pensação j ust a e adequada

1.1. Rem uneração adequada ao t rabalho 1.2 Equidade int er na e ext er na

1.3 Pr opor cionalidade ent r e salár ios 2. Condições de t rabalho

seguras e saudáveis

2.1 Jor nada de t rabalho

2.2 Am bient e físico segur o e saudável 2.3 Ausência de insalubr idade

3. Opor t unidade im ediat a para ut ilizar e desenvolver as capacidades hum anas

3.1 Aut onom ia

3.2 Signifi cado da t ar efa 3.3 I dent idade da t ar efa 3.4 Var iedade de habilidades 3.5 Feedback

4. Opor t unidade fut ura para cr escim ent o cont ínuo e segurança

4.1 Per spect iva de car r eira e aum ent o salar ial 4.2 Tr einam ent o e desenvolvim ent o pr ofi ssional 4.3 Segurança no em pr ego

5. I nt egração social na or ganização do t rabalho

5.1 I gualdade de opor t unidades e ausência de pr econceit os

5.2 Opor t unidade de convívio com diver sas pessoas 5.3 Senso com unit ár io

6. Const it ucionalism o 6.1 Respeit o às leis e dir eit os t rabalhist as 6.2 Pr ivacidade social

6.3 Liber dade de expr essão 6.4 Nor m as e r ot inas

6.5 Dir eit os de pr ot eção do t rabalhador 7. O t rabalho e sua

r elevância na vida do em pr egado

7.1 Papel balanceado do t rabalho 7.2 I nt er face fam ília, lazer e t rabalho 7.3 Est abilidade de hor ár ios

8. Relevância social do t rabalho

8.1 I m agem da inst it uição

8.2 Responsabilidade social pelos ser viços 8.3 Responsabilidade social pelos em pr egados

Font e: adapt ado de Walt on ( 1973) .

Dando ênfase à per cepção do suj eit o com r elação ao seu t rabalho, na abor da-gem de Hackm an e Oldham ( 1975) , a qualidade de vida no t rabalho est á r elacionada às at ividades exer cidas por seus agent es e envolvem t ant o caract er íst icas obj et ivas das t ar efas com o a avaliação que o indivíduo faz das m últ iplas det er m inações de seu cont ext o de t rabalho. Assim , consideram que a dim ensão da t ar efa infl uencia psico-logicam ent e o indivíduo e im pact a nos seus r esult ados pessoais e de t rabalho.

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para a execução de um t rabalho do início ao fi m , ou sej a, a ident idade da t ar efa ( I D) , signifi cado da t ar efa quant o ao grau em que afet a as out ras pessoas ( ST) , int er-r elacionam ent o ( I R) com pessoas ligadas int eer-r nam ent e e ext eer-r nam ent e à inst it uição, aut onom ia e int er dependência para sua r ealização ( AU) e feedback int r ínseco ( FI ) e ext r ínseco ( FE) . O “ Pot encial Mot ivacional da Tar efa” ( PMT) analisa o t rabalho consi-derando- se as dim ensões da t ar efa cit adas ant er ior m ent e. Já os “ est ados psicológicos cr ít icos” com pr eendem a signifi cância per cebida pelo t rabalho ( SPT) , a per cepção da r esponsabilidade pelos r esult ados ( PRR) e o conhecim ent o dos r esult ados do t rabalho ( CRT) . Paiva e Cout o ( 2008) sinalizam a im port ância do conhecim ent o de t ais variáveis, j ust ifi cando a possibilidade de se fazer infer ências de at é que pont o o t rabalhador t em conhecim ent o cr ít ico da im por t ância do seu t rabalho. Ainda sobr e est e aspect o acr escent am : “ Trabalhar com t ar efas im por t ant es t or na o pr ópr io execut or im por t an-t e, o que an-t am bém aum enan-t a sua r esponsabilidade na execução da pr ópr ia an-t ar efa ( ...) ” ( PAI VA; COUTO, 2008, p. 1204)

Quant o aos “ r esult ados pessoais e de t rabalho”, Hackm an e Oldham ( 1975) acr edit am que envolvem um diálogo com a sat isfação quant o ao salár io, apoio dos super ior es, possibilidade de cr escim ent o e segurança na or ganização, a r ealização de um t rabalho de qualidade, assim com o os r elacionam ent os int er pessoais.

Em face de t ais considerações, Hack m an e Oldham ( 1975) elaboraram um inst r um ent o que possibilit a analisar essas var iáveis, o Job Diagnost ic Sur vey ( JDS) . Moraes e Kilim nik ( 1994) suger iram um a adapt ação dest e m odelo, considerando- se a r ealidade brasileira em t er m os de difer enças individuais e da possibilidade do não at endim ent o das necessidades básicas a par t ir do t rabalho, da busca const ant e por m elhor es salár ios e segurança, dent r e out r os fat or es.

Par t indo do pr incípio de que a dim ensão “ necessidade individual de cr escim en-t o” inen-t er fer e em en-t odas as var iáveis deen-t er m inanen-t es da qualidade de vida no en-t rabalho, Moraes e Kilim nik ( 1994) deslocaram as “ sat isfações específi cas” do grupo “ result ados pessoais e de t rabalho” para j unt o da “ necessidade individual de cr escim ent o”. Est e m odelo adapt ado encont ra- se descr it o na Figura 1.

Figu r a 1 - M ode lo da s D im e n sõe s Bá sica s da Ta r e fa de H a ck m a n e Oldh a m ( 1 9 7 5 ) Ada pt a do por M or a e s e Kilim n ik ( 1 9 9 4 )

Dimensões da Tarefa

Estados Psicológicos

Necessidade Individual de Crescimento

Satisfações

Resultados Pessoais e de

Trabalho

Font e: Moraes e Kilim nik ( 1994) .

Segundo Walt on ( 1973) , o nível de sat isfação do t rabalhador é dir et am ent e pr opor cional à QVT e t êm um a int er- r elação com a sua pr odut ividade. Per cebe- se que as “ sat isfações específi cas” do m odelo de Hackm an e Oldham ( 1975) t êm pont os em com um com as cat egor ias com pensação j ust a e adequada, condições de t rabalho seguras e saudáveis e opor t unidade fut ura para cr escim ent o cont ínuo e segurança do m odelo de Walt on ( 1973) . De for m a sem elhant e, as “ dim ensões da t ar efa” t êm int er- r elações com opor t unidade im ediat a para ut ilizar e desenvolver as capacidades hum anas e com a int egração social na organização do t rabalho. Por últ im o, os “ est ados psicológicos crít icos” t êm denom inadores com uns com as cat egorias de Walt on ( 1973) , as quais dest acam a r elevância do t rabalho t ant o de for m a individual com o social.

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M óv e l de Ur gê n cia ( SAM U)

são cont em plados por Hackm an e Oldham ( 1975) . Daí, a opção m et odológica dest e est udo pela pr oposição conj unt a dos dois m odelos.

Conv ém , por fi m , r essalt ar que aut or es, com o Dourado e Car valho ( 2006, 2007) , per cebem , nas im plem ent ações de planos de ação volt ados para m elhor ias e m anut enção de qualidade de vida no t rabalho, a per pet uação de esquem as e est r u-t uras or ganizacionais que não conu-t r ibuem de fau-t o para a QVT de seus em pr egados e, em decor r ência de dem andas de m er cado, par ece não ir além de m ecanism os de cont r ole e de discur sos ideológicos j á ident ifi cados em out ras pesquisas, os quais visam m ediar confl it os int er nos e, assim , per pet uar seu m odo de operar ( DOURADO; CARVALHO, 2006; 2007) . Opt ando pela conj ugação dos m odelos t eór icos, confor m e explicit ado no par ágrafo ant er ior, e pela t r iangulação m et odológica descr it a a seguir na m et odologia, abr e- se espaço para se apr ofundar no sent ido discut ido pelas aut oras e avançar nesse cam po de est udo.

Metodologia

Para at ender o obj et ivo pr opost o, foi r ealizada um a pesquisa de cam po do t ipo est udo de caso ( YI N, 2001) , descrit iva e analít ica, com a art iculação de m ét odos quan-t iquan-t aquan-t ivos e qualiquan-t aquan-t ivos, confi gurando- se um a quan-t r iangulação enquan-t r e- m équan-t odos ( JI CK,1979) ou m et odológica ( COLLI S; HUSSEY, 2005) . As unidades de obser vação e análise da pesquisa coincidem e foram const it uídas pelos pr ofi ssionais que at uam na cent ral de r egulação invest igada, ou sej a, m édicos r egulador es, t écnicos auxiliar es de r egulação m édica ( TARM) , r ádio- operador es e super visor es.

A colet a de dados dividiu- se em duas fases. Na prim eira, aplicou- se um ques-t ionário com posques-t o de duas parques-t es: a prim eira de dados sócio- dem ográfi cos e funcionais ( sexo, faixa et ária, est ado civil, escolaridade, ocorrência de t abagism o e uso de bebidas alcoólicas, experiência profi ssional, nível hierárquico, form ação acadêm ica e t em po de experiência) ; e a segunda, baseado na versão adapt ada de Moraes e Kilim inik ( 1994) , do Job Diagnost ic Survey ( HACKMAN; OLDHAM, 1975) . Est e, com o j á explicit ado no referencial t eórico, engloba as variáveis das dim ensões básicas das t arefas realizadas no am bient e organizacional, bem com o os est ados psicológicos crít icos e result ados pessoais e de t rabalho. Essas dim ensões foram avaliadas a part ir de quest ões fechadas sobre as variáveis que as com põem , e as respost as indicadas consideraram um a escala do t ipo Likert de 1 a 6 que variaram de bast ant e inapropriada ( 1) a bast ant e apropriada ( 6) , de discordo plenam ent e ( 1) a concordo plenam ent e ( 6) e de fort em ent e insat is-feit o ( 1) a fort em ent e sat isis-feit o ( 6) . Tendo em vist a a com posição dos quest ionários e o t rat am ent o est at íst ico ( est at íst ica descrit iva univariada; m édias sim ples) , as m édias sit uadas ent re 1 at é 2,9 represent avam níveis pouco sat isfat órios, de 3,0 a 3,9, níveis m edianos e 4,0 a 6,0, níveis elevados de sat isfação a bast ant e favoráveis. A am ost ra-gem foi defi nida com o int uit o de incluir o m áxim o de funcionários possível de m odo a t er- se 95% de confi ança ( 5% de m argem de erro) . Para t ant o, o esforço de colet a considerou os horários dos profi ssionais envolvidos. Dos 103 profi ssionais lot ados na cent ral abordada, 97 devolveram o quest ionário preenchido. Todos os dados obt idos por m eio do quest ionários foram digit ados e t abulados com auxílio de planilhas elet rônicas ( Excel e St at ist ical Package for t he Social Sciences, SPSS, versão 13.0, 2004) .

Na segunda fase de colet a de dados, r efer ent e à par t e qualit at iva do est udo, foram r ealizadas ent r ev ist as com r ot eir o est r ut urado, cuj as quest ões for m uladas basearam - se no desdobram ent o das cat egor ias indicadas por Walt on ( 1973) . Foram r ealizadas 11 ent r evist as, sendo que t odas foram gravadas e t ranscr it as na ínt egra e os r elat os foram analisados pela t écnica de análise de cont eúdo ( BARDI N, 2004; FRANCO, 2008) . Pr ivilegiaram - se os aspect os de r elevância e r epet ição explicit ados pelos ent r evist ados ( BARDI N, 2004) , confor m e unidades de r egist r o por t em a abor-dado ( FRANCO, 2008) .

(8)

io-nár io e de concessão de ent r evist as, esclar eceu- se que se t rat ava de um inst r um ent o para a r ealização de um t rabalho est r it am ent e acadêm ico e que t odas as r espost as ser iam m ant idas em sigilo e anonim at o. Os aspect os cont idos na r esolução 196/ 96 ( BRASI L,1996) , sobre pesquisas envolvendo seres hum anos, foram respeit ados, t endo sido est a pesquisa pr eviam ent e apr ovada pelo Com it ê de Ét ica e Pesquisa ( Pr ot ocolo nº 053.2008) ao qual a inst it uição pesquisada se vincula.

Apresentação e Análise dos Dados

Os dados colet ados em am bas as fases da pesquisa realizada est ão apresent ados a seguir. Ressalt e- se que eles est ão m esclados, r espeit ando- se os pont os de t angên-cia e aspect os com plem ent ar es das abor dagens analít icas adot adas, ou sej a, as de Walt on ( 1973) e Hackm an e Oldham ( 1975) , com o obj et ivo de ilust rar e possibilit ar um a análise m ais asser t iva dos m esm os.

Dados sócio-demográficos e funcionais, por fase de coleta de dados

Na pr im eira fase de colet a de dados, quant o à cat egor ia pr ofi ssional dos r es-pondent es do quest ionár io aplicado nest a pr im eira fase, not e- se que 48,5% deles são m édicos, 39,2% são t écnicos auxiliar es de r egulação m édica ( TARM, t eledigifonist as) , 7,2% rádio- operadores e 5,2% supervisores dest as duas últ im as cat egorias. Quant o ao nível hierárquico, 96% dos suj eit os pesquisados são do nível operacional. Predom inam , na am ost ra, profi ssionais do sexo m asculino ( 66% ) . Em relação ao est ado civil, 44,3% são solt eir os, 38,1% casados, 9,3% possuem união est ável e 6,2% são divor ciados. No que diz r espeit o à faixa et ár ia, 52% das pessoas encont ram - se na faixa ent r e 26 a 35 anos. Em t er m os de escolar idade, 34% dos r espondent es t êm pós- graduação do t ipo especialização, 24% , ensino m édio com plet o, 18% , cur so super ior com plet o e 13 % possuem super ior incom plet o. At ent a- se para o fat o de que ent r e o gr upo de pr ofi ssionais não m édicos ( t ot al de 50 pr ofi ssionais) , 26% t êm cur so super ior incom -plet o e 16% , cur so super ior com -plet o.

Os t raços funcionais apr esent ados apont am que 66% dos r espondent es t raba-lham nessa inst it uição num per íodo com pr eendido ent r e 1 a 5 anos, 8% , de 11 a 15 anos e 6 % , ent r e 6 a 10 anos. Dent r e os pr ofi ssionais que t êm m enos de um ano de ser viço, a cat egor ia dos TARM é a que m ais se dest aca.

No que t ange à for m a de inser ção na inst it uição, 65% dos ent r evist ados t êm vínculo de t rabalho do t ipo cont rat o adm inist rat ivo e 45% são ser vidor es públicos ( vinculados por m eio de concur so público) . Ressalt e- se que no cont ext o da Cent ral de Regulação da inst it uição pesquisada, apenas a cat egor ia m édica t em a possibilidade de egr esso via concur so público. A r espeit o do pensam ent o em se desligar da inst i-t uição, 49% afi r m am que nunca pensaram nesi-t e assuni-t o, 34% pensam raram eni-t e, 10% pensam fr eqüent em ent e e 6% , m uit o fr eqüent em ent e.

Na segunda fase de coleta de dados, foram entrevistados sete m édicos reguladores, dois TARM e dois rádio- operadores. Dest es, set e ent revist ados eram do sexo m asculino. Quant o ao vínculo em pregat ício, set e dos ent revist ados referem dedicar seu t em po a m ais de um a at ividade ( E01, E03, E05, E06, E07, E09 e E10) e out ros dois fazem esse revezam ent o com os est udos ( E02, E08) . Apenas dois dos ent revist ados dedicam suas at ividades laborais exclusivam ent e ao SAMU ( E04, E11) . Quando pergunt ados acerca da sua j ornada sem anal de trabalho dentro e fora do SAMU, quatro dos entrevistados relatam 36 horas sem anais t rabalhadas, sendo seis horas por dia e um a folga por sem ana ( E02, E04, E08, E11) . Os dem ais regist ram m ais de 44 horas sem anais t rabalhadas.

Indicadores de qualidade de vida no trabalho,

segundo os pesquisados

(9)

M óv e l de Ur gê n cia ( SAM U)

de t rabalho, os quais possuem pont os de t angência ent r e as duas abor dagens adot a-das, seguidas do cont it ucionalism o, int egração social e r elevância social do t rabalho, abor dadas apenas por Walt on ( 1973) .

Ut ilizando- se com o r efer ência a cat egor ia Dim ensões da Tar efa do m odelo de Hackm an e Oldham ( 1975) , adapt ado por Moraes e Kilim nik ( 1994) , as seguint es var iáveis foram avaliadas: var iedade de habilidades ( VH) , ident idade da t ar efa ( I T) , signifi cado da t ar efa ( ST) , int er- r elacionam ent os ( I R) , aut onom ia ( AU) , feedback in-t r ínseco ( FI ) e feedback exin-t r ínseco ( FE) . Confor m e Tabela 1, per cebe- se que, para a m aior ia das cat egor ias pr ofi ssionais, os níveis de QVT são elevados, per cebidos com o sat isfat ór io, com m édias que var iam ent r e 4,0 e 6,0.

Ta be la 1 - M é dia s da s D im e n sõe s da Ta r e fa , por Ca t e gor ia s Pr ofi ssion a is

Ca t e gor ia s Pr ofi ssion a is V H I T ST I R AU FI FE PM T

Rádio- operador es 4,3 4,4 3,4 5,1 3,1 3,4 3,4 3,9

Médicos r egulador es 5,5 4,0 3,5 5,7 4,3 3,8 3,7 4,4

Super visor es 4,3 3,8 3,4 5,6 3,8 4,6 3,6 4,2

Técnicos auxiliar es 3,7 4,7 3,7 5,4 3,7 4,4 4,5 4,3

Tot a l 4 ,7 4 ,3 3 ,6 5 ,5 4 ,0 4 ,0 4 ,0 4 ,3

Font e: dados da pesquisa.

Quant o à variedade de habilidades ( VH) , os result ados do quest ionário m ost ram que para o exer cício das at ividades na Cent ral de Regulação, os indivíduos ut ilizam m uit as habilidades e t alent os, pr incipalm ent e na cat egor ia dos m édicos ( m édia 5,5) . No que t ange à per cepção quant o à ut ilização e ao desenvolvim ent o de suas capaci-dades, os ent r evist ados r efer em que o pr ofi ssional do SAMU deve ser dinâm ico ( E02, E06, E09, E11) , t er cont r ole em ocional ( E02, E07, E08, E10) , per ceber o que est á acont ecendo sem est ar vendo, sem est ar sent indo o pacient e ( E05, E10) , e ainda conseguir lidar e cont or nar as condições inadequadas de t rabalho ( bar ulho, t elefone r uim , r et irar infor m ações cor r et as de pessoas leigas e o est r esse do am bient e) ( E06) .

[ ...] a gent e desenvolve um feeling, um a per cepção, um ent endim ent o, a gent e con-segue per ceber com o que se a gent e est ivesse bem m ais pr óxim o do pacient e, do solicit ant e, ent ão é um a coisa assim m ais de Deus. Ele vai apr oxim ando a gent e lá, a gent e consegue per ceber a m ent ira, eu não sei se isso aí é achar que é supra sum o, m as às vezes a gent e consegue colocar o pacient e, você apr ende a colocar a per gunt a chave num a Regulação, para você conseguir per ceber a veracidade da infor m ação ou a m ent ira na infor m ação, por que a gent e t rabalha num sist em a m uit o aper t ado de poucas am bulâncias [ ...] . ( E05)

[ ...] a pessoa não pr ecisa ser t écnica, m as se um a pessoa t e liga falando a... est á babando, est á t r em endo você j á t em que t er um a noção que pode ser um a cr ise con-vulsiva, pelo m enos na m aior ia das vezes, você pode pelo m enos or ient ar para virar ele de lado, que é um a coisa que vai aj udar. ( E02)

Apesar de desem penhar em funções apar ent em ent e r epet it ivas e r ot ineiras, os depoim ent os dos TARM evidenciam a var iedade de habilidades que t am bém envolvem suas at ividades:

[ ...] o m eu car go aqui é t eledigifonist a. A gent e faz o at endim ent o às pessoas ext er-nas, r egulação, at endim ent o int er no, t ranspor t e sanit ár io, fazem os o acolhim ent o, das solicit ações dos cent r os de saúde para t ransfer ência dos pacient es para unidades m ais avançadas dependendo da necessidade desse pacient e. ( E11)

(10)

At ent a- se para os r esult ados obt idos por m eio dos quest ionár ios quant o ao

sig-nifi cado da t ar efa ( ST) , os quais apr esent am níveis m edianos ( ent r e 3,0 a 3,9) para

75% da am ost ra. Considerando- se a r elação que essa var iável t em com o grau em que a t ar efa afet a as out ras, acr escido das caract er íst icas int r ínsecas das at ividades desenvolvidas pela CR, o r esult ado apr esent a- se, inicialm ent e, de m odo um t ant o quant o curioso. Ent ret ant o, t al result ado pode aliar- se ao fat o de que, para o desem pe-nho de t ais at ividades, há necessidade de alt a int eração ent r e pessoas - indicando- se, aqui, o int er - r elacionam ent o ( I R) - , t ant o dent r o quant o fora da or ganização, com o de out r os fat or es que independem desses pr ofi ssionais. Quant o a isso, os r elat os das ent r evist as t ranscr it os abaixo são ilust rat ivos:

[ ...] a m aior r espost a que a pessoa quer quando ela liga para o SAMU é um a am bu-lância. Nem sem pr e exist e um a am bulância e nem sem pr e a t em po e na hora com o desej a a pessoa. ( E06)

[ ...] o ser viço não é aut ônom o, a gent e é dependent e, dependent e m uit o dos colegas do cor po de bom beir os, dos colegas da policia m ilit ar, dos colegas policiais r odovi-ár ios, das pessoas, assim às vezes você est a num a ocor r ência e vêm um a pessoa hum ildem ent e com um dado que ele na ignor ância dele acha que é im por t ant e para aj udar e você vê que não é valor izado aquele t ranseunt e que passou, que cor r eu, que foi at é você para poder passar um dado, ele não sabe se t em valor ou não. Por quê você não pára t r int a segundos para ouvir est a pessoa? Eu não gost o de falar que eu at é chor o [ ...] . ( E05)

Assim , depende da sit uação, o SAMU [ ...] é confi ável sim , na m aneira de agir e t udo, m as assim vai m uit o da sit uação, né? Por que às vezes a pessoa pede o SAMU, m as não sabe a gam a de acont ecim ent os que envolvem só aquela ligação que ela pediu, um m ont e de coisa que est á envolvendo, o m ont e de gent e que est á sendo envolvida e t udo [ ...] . Não depende só do sist em a SAMU, por que o sist em a SAMU é bom , é confi ável, e t udo, m as assim depende de pessoa que est á lá dent r o, da ét ica de cada um , se ele est á fazendo seu ser viço com am or, com ét ica, com ser iedade m esm o. Para est ar fazendo o ser viço cer t o, né? ( E08)

Paralelam ent e, nas r espost as dos quest ionár ios, a var iável aut onom ia ( AU) apresent a níveis m edianos ( ent re 3,0 a 3,9) para as cat egorias TARM, rádio- operadores e super visor es, sendo t ais r esult ados com pr eensíveis face às caract er íst icas das at ivi-dades desses pr ofi ssionais, as quais não per m it em liber dade nos pr ocedim ent os r eali-zados, dependendo das det er m inações do m édico r egulador e dos pr ópr ios cont eúdos t écnicos envolvidos, confor m e ver balizado na par t e da ent r evist a t ranscr it a abaixo:

Ent ão assim , às vezes, 192 [ TARM] você não precisa fi car ali ouvindo a pessoa, m esm o se ela t iver ner vosa. Você per gunt a o ender eço rapidinho e m anda para o m édico e o m édico vai r esolver o caso e t udo. Ent ão, você não t em t ant o vínculo, não t em t ant a coisa assim . ( E08)

O depoim ent o que se segue r evela que o despachant e esporadicam ent e pode r evezar suas funções com o TARM e vice- ver sa:

Tem dias que eu est ou no 192 que é um a sala onde fi ca seis pessoas. Aí at endendo as ligações de fora, aí r ecebe a ligação, avalia se não é t r ot e, se não é caso que você pode at ender ali m esm o ou infor m ação. Agora, se for pedido de am bulância, você pega o ender eço da pessoa, as r efer ências e encam inha para o m édico. Aí o m édico libera a am bulância se ele achar necessár io ou não. E o out r o ser viço m eu é depois desse per íodo que passa para o m édico liberar a am bulância. Aí eu fi co no despacho [ TARM] , que é assim , t em o r ádio com unicação, aí você em penha a am bulância para o ser viço que foi solicit ado para o m édico. Aí de acor do com cada am bulância, com cada r egião que ela est á at uando, você seleciona a am bulância que est á m ais pr óxim a da ocor r ência para chegar com m ais rapidez no local da cena. ( E08)

(11)

M óv e l de Ur gê n cia ( SAM U)

Eu j á fi quei sabendo de r egulações que eu fi z e não m andei am bulância, que um rapaz de 20 anos faleceu, cer t o? Mas t am bém eu não t inha am bulância! Fiquei t r ist e? Fiquei t r ist e! Consegui dor m ir a noit e? Consegui dor m ir ! Por que naquela r egulação eu dei o m eu m elhor ! Eu não t inha aj uda para poder m andar para aquele m enino; se eu não t inha aj uda? Eu dei o m eu m elhor ! I m plor ei, sim , im plor ei na r ealidade, ‘pelo am or de DEUS pega esse rapaz põe em um car r o e leva ele, pois eu não t enho com o aj udar, eu não t enho unidade de supor t e básica, eu não t enho unidade de supor t e avançado, eu não t enho nada’, o solicit ant e não obedeceu [ ...] . ( E05)

Para os TARM, cuj as at r ibuições envolvem o at endim ent o das ligações e r epasse das inform ações relat ivas à solicit ação para o m édico regulador, a m édia para a variável

ident idade da t ar efa ( I T) , obt ida por m eio dos quest ionár ios, r evela a possibilidade de

r ealização de um a at ividade do início ao fi m ( m édia 4,7) um pouco difer ent e da cat e-gor ia dos m édicos ( m édia 4,0) , cuj o r esult ado fi nal de sua int er venção nem sem pr e é conhecido por eles; considerando- se o at endim ent o int egral do pacient e, em si, de for m a m ais am pla que o r esgat e, est abilização e encam inham ent o para o hospit al. Obser vem - se os r elat os das ent r evist as abaixo:

[ ...] às vezes acont ece algum caso ext r em o, às vezes, assim , um a cr iança, acont eceu algum m al com aquela criança [ ...] e acident es absurdos, essas coisas assim ... Aí você fi ca m eio chocado com o que est á acont ecendo, né. Você fi ca im aginando a pessoa na r ua, aquela coisa t oda [ ...] . ( E08)

Apesar dos níveis m edianos apurados nos quest ionár ios dos r ádio- operador es e m édicos r egulador es para a var iável feedback int r ínseco ( FI ) ( escor es 3,4 e 3,8 r espect ivam ent e) , o r elat o de um ent r evist ado r evela um alt o nível de cobrança no desem penho de suas at ividades:

[ ...] você não pr ecisa acer t ar sem pr e, m as você t em que dar o seu m elhor, m esm o que o seu m elhor não sej a o m elhor, m as você t em que fazer o m elhor ! ( E05)

O feedback ext r ínseco ( FE) r et rat a o grau em que o indivíduo r ecebe infor m a-ções sobr e seu desem penho at ravés de t er ceir os, int er nos ou ext er nos à or ganização. Dent r e os quest ionár ios analisados, 58,8% apr esent am níveis sat isfat ór ios para essa var iável, com dest aque para a cat egor ia dos t écnicos auxiliar es de r egulação ( m édia 4,5) . Ent r et ant o, para as cat egor ias despachant es ( m édia de 3,4) , m édicos ( m édia de 3,7) e super visor es ( m édia de 3,6) , esse quesit o apr esent ou níveis m edianos de QVT. Sobr e t al aspect o, grande par t e dos ent r evist ados ( 9 deles, a saber : E01, E03, E04, E05, E06, E08, E09, E10, E11) r elat a um feedback negat ivo da população em r elação à falt a de infor m ações adequadas quant o ao funcionam ent o do ser viço, po-dendo incor r er, inclusive, em am eaças e ofensas. Obser ve- se:

[ ...] você t rabalhar em um lugar que você é sem pr e am eaçado, agr edido, xingado, isso um a vez ou out ra é br incadeira, m as o t em po t odo você est á sendo xingado [ ...] essa hist ór ia é cansat iva, a br incadeira passa a ser cansat iva. [ ...] E isso é que t om a, desgast a as pessoas por aqui e é onde as pessoas são xingadas, por t odos os palavrões que im aginar. Nest a época [ de det er m inado ano] eu cont abilizei isso, quant as vezes no m ês eu fui xingado, fui am eaçado [ ...] . ( E01)

[ ...] Mas, am eaçado a população sem pr e am eaça! Sem pr e exist iu a am eaça ver bal! ‘Se acont ecer algum a coisa com det er m inada pessoa, você é o culpado!’ I sso é o que a gent e ouve aí na m aior par t e das vezes, por cont a de quando é negada a am bu-lância. ( E09)

[ ...] Olha é... o SAMU às vezes não é vist o com bons olhos devido à população não conhecer de fat o a at uação do sist em a. É... e com o o at endim ent o é de urgência, não é caso selet ivo, às vezes, a população t em um a visão er rada do SAMU, não com pr eende o grande núm er o de solicit ação que a gent e t em e devido às vezes, né, a dem ora no at endim ent o. ( E11)

A análise geral das dim ensões da t ar efa, considerando- se a m édia de t odas as var iáv eis pesquisadas, no quest ionár io, nesse quesit o, denom inada pot encial

m ot ivacional par a a t ar efa ( PMT) , r evelou- se sat isfat ór ia para 72,2 % da am ost ra e

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Ta-bela 1 m ost ra que a t ar efa r ealizada, na per cepção da m aior ia dos t rabalhador es da cent ral de r egulação abor dada, possui elevado grau de m ot ivação, sendo, por t ant o, um r esult ado posit ivo para a qualidade de vida no t rabalho.

Analisando- se a dist r ibuição geral da am ost ra, por m eio do quest ionár io apli-cado, pelas sat isfações específi cas no cont ext o da cent ral de r egulação, obser va- se que, para 84, 5% dos r espondent es o am bient e social ( SAS) é sat isfat ór io. Essa var iável engloba quest ões r elat ivas às pessoas per t encent es ao local de t rabalho, à opor t unidade de se conhecer pessoas de out r os núcleos e à possibilidade de aj udar os out r os a par t ir da at ividade r ealizada. Apesar da “ com plexidade” cit ada por quat r o dos 11 ent r evist ados ( E02, E03, E06, E11) , o car át er posit ivo dos r elacionam ent os foi ver balizado por 10 deles ( E01, E03, E04, E05, E06, E07, E08, E09, E10, E11) , no m esm o sent ido do seguint e r elat o:

[ ...] quando você consegue fazer am izade nessa agit ação cont ínua que é o nosso ser-viço, ent ão é am izade m esm o, am izade ver dadeira por que você consegue ser am igo, o am igo sabendo que você fi ca est r essado, que você xinga, que você br iga, que você gr it a, e ele consegue ou ela consegue ser sua am iga ou ser seu am igo, ent ão é o am igo de ver dade apesar de você ser br igão, apesar de você ser gr it ador ; eu vej o, eu consigo ver as coisas boas que t êm , que t êm em você, ent ão eu acho que as am izades conseguidas aqui são ver dadeiras e são am izades que a gent e consegue ver o out r o lado da pessoa, por que você vê um colega aj udando o pr óxim o sem conhecer o pr ó-xim o e você sent e um desdobram ent o, você sent e o im por t ar. Ent ão, você consegue per ceber assim um pouco m elhor o seu colega do que num ser viço com um assim de um escr it ór io [ ...] . ( E05)

Os r esult ados refer ent es à variável am bient e social cont ribuíram para aum ent ar a sat isfação geral quant o ao cont ext o de t rabalho, cuj os valor es apurados por m eio dos quest ionár ios foram sat isfat ór ios para 47,4 % dos r espondent es, m ediano para 40,2% e insat isfat ór io para 12,4% da am ost ra ( Tabela 2) . De m odo sem elhant e, as var iáveis sat isfação com possibilidade de cr escim ent o ( SPC) , sat isfação com a super

-visão ( SSU) e com com pensação pelo t r abalho ( SC) apr esent aram níveis sat isfat ór ios

para a m aior ia dos r espondent es. Em cont rapar t ida, considerando- se a var iável que envolve segurança ( SS) do t rabalhador quant o a seu em prego e fut uro na organização, os result ados m ost ram que 38,1 % dos respondent es encont ram - se insat isfeit os, out ros 37,1% sat isfeit os e os 24,7% r est ant es apr esent am níveis m edianos de sat isfação. A cat egor ia pr ofi ssional dos r ádio- operador es é a que apr esent ou os m enor es escor es para as r espost as r elacionadas à var iável segurança ( escor e m édio de 2,7) . Esse fat o pode ser associado a dois fat or es: o pr ocesso de escolar ização a que t ais pr ofi ssionais vêm se suj eit ando, j á que possuem cur so super ior com plet o ou incom plet o, som ado à cont rat ação em regim e especial de direit o adm inist rat ivo ( REDA) , que im plica cont rat o de t rabalho por prazo det er m inado.

Ta be la 2 - M é dia s da s Sa t isfa çõe s Espe cífi ca s, por Ca t e gor ia s Pr ofi ssion a is

Ca t e gor ia s Pr ofi ssion a is SPC SSU SS SC SAS M SE

Rádio- operador es 4,1 3,9 2,7 3,8 4,0 3,7

Médicos r egulador es 4,1 3,7 3,2 3,4 4,9 3,9

Super visor es 4,5 5,1 3,5 4,4 4,9 4,5

Técnicos auxiliar es 4,1 4,0 3,2 4,5 4,3 4,0

Tot a l 4 ,1 3 ,9 3 ,2 3 ,9 4 ,6 3 ,9

Font e: dados da pesquisa.

O depoim ent o t ranscr it o a seguir se r efer e à possibilidade de cr escim ent o e desenvolvim ent o pessoal ( SPC) , bem com o com pensações ( SC) de se t rabalhar na Cent ral de Regulação:

(13)

M óv e l de Ur gê n cia ( SAM U)

m as m esm o assim o t rabalho aqui nos dá a possibilidade de cr escim ent o, não só cr escim ent o em car r eira, m as de r epent e, at é m esm o, eu sair do t ele, pois eu t enho a at uação, e sou t écnico de enfer m agem , para sair em um a am bulância, sabe? Algum dia! Mas com r elação ao cr escim ent o int elect ual, ao cr escim ent o pr ofi ssional [ ...] os m elhor es m édicos est ão aqui, os m elhor es enfer m eir os est ão aqui, são pessoas que t êm r ealm ent e capacidade, são pessoas que j á t êm um a bagagem de conhecim ent o m uit o grande e a gent e se int erando com essas pessoas a gent e acaba apr endendo m uit a coisa aqui, não é só por que eu sou t eledigifonist a que eu t enho que só fi car focada em digit ar, em falar, digit ar não, isso não t em que ser, eu não t enho que m e at er som ent e! ( E11)

Ainda em r elação à var iável sat isfação com a super visão ( SSU) , na pr im eira fase da pesquisa, const at ou- se que os super v isor es apr esent am elevado grau de sat isfação ( 5,1) , seguidos dos r ádio- operador es ( 3,9) , TARM ( 4,0) e, por últ im o, os m édicos- r egulador es ( 3,7) .

Analisando- se a dist r ibuição t ot al da am ost ra que r espondeu ao quest ionár io pelas variáveis da dim ensão est ados psicológicos crít icos ( MEPC) , const at a- se um nível elevado de favoralidade para t odos os quesit os avaliados. As var iáveis que envolvem a consciência da im por t ância do t rabalho, ou sej a, signifi cância per cebida pelo t r abalho

( SPT) desenvolvido, a r esponsabilidade par a com os r esult ados ( PRR) , bem com o

do conhecim ent o dest es r esult ados de t r abalho ( CRT) apr esent am escor es m édios de r espost as ent r e 4,0 a 6,0 ( TAB.3) .

Ta be la 3 - M é dia s dos Est a dos Psicológicos Cr ít icos, por Ca t e gor ia s Pr ofi ssion a is

Ca t e gor ia s Pr ofi ssion a is SPT PRR CRT M EPC

Rádio- operador es 4,9 4,6 5,0 4,8

Médicos r egulador es 5,0 5,3 4,0 4,7

Super visor es 5,6 4,9 4,1 4,9

Técnicos auxiliar es 5,2 5,0 4,8 5,0

Tot a l 5,1 5,1 4,4 4,9

Font e: dados da pesquisa.

Os t r echos das ent r ev ist as selecionados, a seguir, r efl et em t ais r esult ados quant it at ivos:

É, a qualidade de saúde, não t em leit o para pacient e, est á pr ecisando dela liberar r ápido e não consegue, aí você t em que se desdobrar ali, 21 ( vint e e um a) am bulân-cias, USB’S para você at ender a população que é quase 3 m ilhões de pessoas, você t em que t er um j ogo de cint ura. ( E04)

Eu sei que no SAMU t em pessoas de pr im eira qualidade, nós t em os condut or es exí-m ios, nós t eexí-m os t écnicos de enferexí-m ageexí-m coexí-m uexí-m conheciexí-m ent o assiexí-m grande, nossos enfer m eir os, eles são capacit ados t ecnicam ent e im bat íveis, nós t em os enfer m eir os de vár ias ár eas que at endem adult os, cr ianças [ ...] CTI , pr ont o at endim ent o, t em um conhecim ent o assim que é difícil encont rar fora daqui. E nós t em os m édicos, m uit o, m uit o bom , bons, os nossos despachant es eles t em um conhecim ent o grande da cida-de, eles sabem os t raj et os que as unidades t em que fazer para t er um deslocam ent o [ ...] eles fi cam est udando os m apas. Ent ão, eu vej o um envolvim ent o, t ant a ener gia volt ada para as coisas dar em cer t o, t êm que confi ar ! [ ...] As coisas não dão t ão cer t o quant o dever iam dar, m as assim as pessoas, não t odos, m as m uit os que se pr opõem a fi car aqui, eles t ent am se m elhorar, eles t ent am se em penhar. ( E05)

(14)

Ta be la 4 - M é dia s dos Re su lt a dos Pe ssoa is e de Tr a ba lh o, por Ca t e gor ia Pr ofi ssion a l

Ca t e gor ia s Pr ofi ssion a is SG

MI

MRPT

Rádio- operador es 4,8 5,3 5,0

Médicos r egulador es 3,6 5,2 4,4

Super visor es 4,9 5,3 5,1

Técnicos auxiliar es 4,8 5,1 4,9

Tot a l 4 ,2 5 ,2 4 ,7

Font e: dados da pesquisa.

O apr ofundam ent o dessa quest ão nas ent r evist as possibilit ou ver ifi car que a m aioria dos suj eit os abordados nessa fase de colet a de dados considera o serviço com o um a at ividade grat ifi cant e, pelo prazer de conseguir m udar o dest ino das pessoas at endidas ( E02, E07, E04, E06, E10, E11) . Quando quest ionados acerca do m ot ivo que os levou a ingr essar no SAMU, cinco ( E01, E02, E05, E09, E10) dos 11 ent r evist ados declaram pr efer ência pessoal pelo t ipo de ser viço ou pela condição de t rabalho, assim com o exper iência pr évia r elat iva à at ividade ( E02, E04, E06, E10, E11) . Not e- se que apenas t r ês dos ent r evist ados ( E02, E05) fi zeram r efer ência à m ot ivação fi nanceira.

[ ...] foi fr ut o aí de um gost o pela at ividade desenvolvida com at endim ent o pr é- hos-pit alar. Desde a época da faculdade eu m e int er essava m uit o por esse t ipo de ser viço e assim que eu conclui a m inha graduação, ent ão eu pr ocur ei saber quem que era o responsável, vam os dizer assim o chefe do serviço. Fui at rás dele m e apresent ei e falei que eu gost ava, e aí acabou que um belo dia fui convidado a ingr essar no sist em a e est ou at é hoj e no ser viço. ( E09)

A m ot ivação int er na ( MI ) para com o t rabalho foi r elacionada, pelos ent r evist a-dos, à possibilidade de aj udar pessoas em sit uações cr ít icas ( E02, E07, E04, E06, E10, E11) , à ident ifi cação para com os ser viços de ur gência ( E03, E09, E10) , à aquisição de exper iência e apr endizado pr ofi ssional ( E04, E05, E10) e, por fi m , à possibilidade de cont at o com pr ofi ssionais dir et am ent e ligados à ár ea da saúde ( E01, E08, E09) . Obser vem - se os depoim ent os que se seguem :

É, eu acho que ser ia o fat o assim de t rabalhar com um a ur gência ext r em a, o fat o de você poder at ender um caso grave e t er algum a r esolução, ent r e aspas aí ‘no caso’; você conseguir r ever t er um caso na r ua, um caso grave, ent ão é assim , é um caso [ ...] é o gost o, t rabalhando vam os dizer assim no lim it e, com aquela adr enalina, en-t ão isso que ser ia o que faz com que a genen-t e en-t enha m oen-t ivação para conen-t inuar nesse ser viço. ( E09)

[ ...] eu am o m uit o aqui, por que é [ ...] pra m im , isso é a r ealização de um sonho, na ver dade a m et ade de um sonho sabe? Por que o que eu quer o m esm o é o at endim ent o de r ua, m as enquant o eu est iver aqui eu vou dar o m eu m elhor para esse ser viço, eu t enho m uit o am or, m uit a vont ade de apr ender ; e aqui na r egulação, graças a Deus, as pessoas são pessoas que gost am de ensinar um a a out ra, pr incipalm ent e os m édicos eles são m uit o bacanas. A gent e per gunt a algum a coisa que a gent e não sabe e eles nos r espondem com a m aior boa vont ade. Eu gost o m uit o daqui. É um apr endizado pra m im único, sabe? ( E11)

No que diz respeit o à QVT de um m odo geral, observada por m eio dos quest io-nários, as m édias t ot ais por cat egoria profi ssional apresent am índices sat isfat órios e/ ou elevados ( ent re 4,0 e 6,0) , com exceção da cat egoria dos m édicos que se apresent a de form a m ediana ( 3,6) . No ent ant o, not e- se que a ausência de diálogo ( E02, E03, E07) , a infl exibilidade quant o à escala de t rabalho ( E02) e falt a de possibilidade de progres-são na carreira ( E02, E03, E04, E05, E06, E07) aparecem na fala dos ent revist ados, cont ribuindo para reduzir o nível de QVT. Observe- se o relat o ilust rat ivo que se segue:

(15)

M óv e l de Ur gê n cia ( SAM U)

plant ão, a gent e dobra, se eles pr ecisam de r eaj ust e, que passe um pouquinho do hor ár io, a gent e fi ca e não é r econhecido [ ...] quando a gent e dobra, pr incipalm ent e, por ser um ser viço cansat ivo [ ...] não cust ava nada dar a folga no dia, j á que a gent e est á aj udando o ser viço, dobrando, fi cando, para não fi car t um ult uado [ ...] ninguém r econhece nada, acha que é obr igação. ( E02)

Há de se considerar, ainda, que, a var iável const it ucionalism o pr opost a por Wal-t on ( 1973) , abordada especifi cam enWal-t e no esWal-t udo qualiWal-t aWal-t ivo, revelou que as condições er gonôm icas são pr ecár ias ou r uins ( E01, E02, E03, E04, E05, E06, E08, E07, E09, E10) , o quant it at ivo de profi ssionais é insufi cient e para a dem anda de cham ados desse SAMU ( E01, E03, E05, E07, E10) e o am bient e de t rabalho t em fácil acesso a pessoas que não t rabalham exclusivam ent e na Regulação, fer indo os pr incípios nor m at ivos de pr ivacidade pessoal quant o à condut a t om ada durant e a r egulação.

Não t em nada, não t em apoio de punho, pr ot eção de t ela para os com put ador es, t elefone agora que eles t iraram aqueles t elefones que fi cavam chiando na or elha da gent e, apit ando, dando int er fer ência j unt o com o r ádio, as cadeiras eles t r ocaram não t em nem dois m eses e m et ade j á est á quebrada; assim , na ver dade, foi um a eco-nom ia por ca, por que com praram t am bém um as cadeiras que eram um as por car ias, a ver dade é essa. Ent ão, assim eu acho a est r ut ura lá bem , bem pobr e, bem pobr e m esm o e deixa m uit o a desej ar, pr incipalm ent e por ser um ser viço que a gent e fi ca seis horas sent ado, prat icam ent e a gent e só levant a para beber água e ir ao banheir o, e no int er valo eu acho que dever ia ser um local que ofer ecesse m ais confor t o, a sala é pequena; m esm o com ar condicionado ou o ar condicionado faz m uit o bar ulho, ou ent ão se a gent e desliga a sala fi ca m uit o quent e, é m uit o abafado, ent ão, assim a est r ut ura de lá deixa m uit o a desej ar. ( E02)

É um lugar que assim para você t rabalhar, você t em que gost ar, você só t em t em po, hor ár io de chegada, não t em hor ár io de saída, não t em t em po para ir ao banheir o, não t em t em po para t om ar água, e não t em hor ár io de alm oço, e não t em um local para r elaxar em adequação, é m uit o ser viço, são poucas unidades, é est r essant e depen-dendo do t ipo de pacient e que a gent e at ende, é est r essant e pelos colegas que fi cam est r essados e com razão. Ent ão, é um ser viço que você t em que fazer por que você gost a, as qualidades m esm o não t êm , você faz pelo am or que você t em ao ser viço, por que é int er essant e, m ais assim , acom odação você sabe que não é boa, t em r iscos nas am bulâncias, os cint os de segurança das am bulâncias nem t odos funcionam , a gent e vive pedindo isso, nem t odos funcionam , a apar elhagem nem t oda é adequada, cer t o? Ent ão, além da sit uação ser est r essant e, a gent e vive sit uações de est r esse int er no. ( E05)

[ ...] a er gonom ia que nos é colocada hoj e ela é péssim a. Ent ão, isso aí, r ealm ent e, pr ecisava ser m elhorado, pr incipalm ent e para quem às vezes t rabalha aí, passa 12 ( doze) horas na Cent ral de Regulação do SAMU, a er gonom ia deixa m uit o a desej ar, isso foi m uit o bem lem brado, e a poluição sonora t am bém . ( E09)

[ ...] nas condições que são feit as, eu acho que j á ult rapassam o lim it e né, de t rabalho est r essant e, j á passa um a coisa sobr e- hum ana, por exem plo, dois ou t r ês m édicos na r egulação ali at endendo, cada m édico at endendo m ais de cem , cent o e cinqüent a cham adas um a at r ás da out ra, você acaba assim , você não t em t em po nem para sair. Na hora de alm oçar, você t em que alm oçar cor r endo, dez m inut os, às vezes você não consegue alm oçar, você t em que pegar um lanche e com er ; aí você não consegue dar um a r espirada. ( E10)

[ ...] às vezes at é das pequenas raivas, dos pequenos desr espeit os que a gent e r ecebe dos t rat am ent os inadequados, quant o por par t e dos solicit ant es com o por par t e da ger ência, né. Alim ent ação inadequada, é banheir o inadequado, condições de higiene péssim a, é... deixa eu ver que m ais, aloj am ent o inadequado, com ida r uim , o dia que não t em água para beber, o que j á acont eceu da gent e fazer vaquinha para poder com prar água m ineral. São assim , são pequenos det alhes que às vezes expõem a for m a de com o você é t rat ado ou considerado, isso é péssim o. ( E6)

(16)

E11) . Apesar disso, um t rat am ent o desigual para as pessoas que t rabalham na ins-t iins-t uição, pr incipalm enins-t e em r elação ao ins-t em po de insins-t iins-t uição, foi sinalizado por vár ios ent r evist ados ( E01, E02, E04, E05, E08, E09, E10, E11) , r eduzindo a per cepção dos m esm os quant o à sua QVT, confor m e ilust rado a seguir :

[ ...] as pessoas é... m ais exper ient es, m ais velhas de casa, vam os dizer com essas palavras, t êm suas pequenas r egalias, né. [ ...] a gent e t em isso, por exem plo, as pessoas m ais novas ent ram na par t e [ ...] m ais est r essant e para fi car em r egulação. Você acaba t rabalhando pelas pr ópr ias escalas e t udo, você t em um a car ga hor ár ia m aior, t rabalha num lugar que ninguém escolheria, né. Se pudesse escolher em out ros lugar es ou alt er nar a r egulação com out r os lugar es... ( E10)

Por últ im o, vale dest acar que a r elevância social do t r abalho se confi gura nas at ividades r ealizadas na Cent ral de Regulação com o o de m aior cobrança j unt o aos t rabalhador es do SAMU, pr incipalm ent e pela falt a de or ient ação da população quant o à cor r et a ut ilização do ser viço ( E01, E02, E03, E04, E05, E06, E08, E09, E10, E11) .

Muit as vezes a população usa m al o SAMU, ela m ent e, ela desconhece o que é o SAMU, ela desconhece a possibilidade de ut ilização do ser viço, desconhece o núm er o de pr ofi ssionais, o núm er o de am bulâncias. Ent ão, de um a for m a geral a gent e só ouve a r eclam ação cont ra o SAMU, raras às vezes você ouve um elogio né. Muit as vezes quem é m uit o bem at endido e quem est á m uit o sat isfeit o guar da o elogio para si, quem est á insat isfeit o expõem m uit o m ais. ( E06)

A par t ir de docum ent os int er nos da inst it uição, cont at ou- se que o núm er o de “ t r ot es” é signifi cat ivo. Nos m eses em que os dados foram colet ados, ent r e j aneir o a abr il de 2009, foram cont abilizadas 232.831 cham adas at endidas, sendo que dest as 116.010 ( 49,8% ) foram r elacionadas a t r ot es, solicit ações de infor m ações de out ra nat ur eza ou ligações int er r om pidas pelos solicit ant es. Esses núm er os r efl et em a m agnit ude do núm er o de ligações r epor t adas ao ser viço, bem com o do uso indevido e conseqüent e sobr ecar ga ao sist em a. Tal dado é am bíguo do pont o de vist a da QVT, pois ao m esm o t em po em que se r elaciona, posit ivam ent e, à per cepção dos suj eit os quant o à im por t ância social das funções que execut am , eles podem se sent ir pouco r econhecidos pela população na m esm a int ensidade, fat o que pode colocar em xeque at é a própria efet ividade do serviço, t endo em vist a seus prováveis refl exos em t erm os de ident ifi cação e com pr om et im ent o com o t rabalho.

Considerações Finais

Est e ar t igo descr eveu e analisou com o se encont ram confi guradas as var iáveis de qualidade de vida no t rabalho de pr ofi ssionais de um a Cent ral de Regulação Médica de um SAMU, considerando- se os r efer enciais t eór icos de Walt on ( 1973) e Hackm an e Oldham ( 1975) . Para t ant o, realizou- se um a pesquisa e cam po, descrit iva, nos m oldes de um est udo de caso ( YI N, 2001; VERGARA, 2003) . Mesclaram - se abor dagens quan-t iquan-t aquan-t iva e qualiquan-t aquan-t iva, confi gurando- se um a quan-t r iangulação enquan-t r e m équan-t odos ( JI CK, 1979) ou m et odológica ( COLLI S; HUSSEY, 2005) . Na pr im eira fase de colet a de dados, foi aplicado um quest ionár io, o qual foi r espondido por 97 dos 103 pr ofi ssionais que t ra-balham na Cent ral de Regulação abor dada. Na segunda fase, foram ent r evist ados 11 pr ofi ssionais com vist as a am pliar e apr ofundar as quest ões r elat ivas ao t em a cent ral pesquisado. Not e- se que a com plem ent ação do m ét odo quant it at ivo com a r ealização de ent r evist as est r ut uradas cont r ibuiu para levant ar aspect os específi cos e am pliar o escopo conceit ual delineado no quest ionár io.

(17)

M óv e l de Ur gê n cia ( SAM U)

envolvem as at ividades desses pr ofi ssionais dent r o e fora da or ganização, est e r e-sult ado pode est ar aliado ao alt o grau de int eração e r esponsabilização r elacionado à assist ência da população, dir et am ent e conect ados à possibilidade que os pr ofi ssionais t êm de m ost rar suas habilidades t écnicas e hum anas, as quais const it uem caract er ís-t icas inís-t r ínsecas m ar canís-t es dessa aís-t ividade na ár ea de saúde pública.

As condições pot encializadoras da QVT, referidas pelos profi ssionais ent revist ados, associam - se à ident ifi cação dos m esm os com serviços de urgências, à sat isfação em aj udar o próxim o e à int eração profi ssional no am bient e de t rabalho. Ao discorrer sobre condições laborais desgast ant es, referem à falt a de equipam ent os de prot eção para uso dos com put adores, poluição sonora no am bient e de t rabalho, falt a de privacidade, quant it at ivo insufi cient e de profi ssionais para o volum e de ligações diárias, aut onom ia relat iva no processo decisório de encam inham ent o do pacient e para unidade hospit alar específi ca, bem com o o relacionam ent o e apoio inst it ucional por part e da supervisão da unidade. A relevância social do t rabalho, t am bém , confi gura as at ividades realizadas na Cent ral de Regulação com o o de m aior cobrança j unt o aos t rabalhadores do SAMU, principalm ent e pela falt a de orient ação da população quant o à corret a ut ilização do serviço, t endo sido const at ada um a fort e presença de “ t rot es” t elefônicos.

Per cebe- se, por m eio das ent r evist as, que os pr ofi ssionais se desdobram para garant ir o recebim ent o e avaliação de t odas as solicit ações via núm ero 192. Const at ou-se que a r et aguar da da super visão na r esolução de pr oblem as e um a busca const ant e pela m elhor ia da qualidade de vida no t rabalho podem cont r ibuir pela m anut enção desses suj eit os em seus post os de t rabalho.

Do pont o de vist a acadêm ico, per cebeu- se que a delim it ação do est udo de caso em apenas um a Cent ral de Regulação const it uiu- se com o lim it ação do est udo. Diant e disso, cabe r essalt ar que os r esult ados obt idos nest a pesquisa podem cont r ibuir para est abelecer novas fr ent es e pr ior idades de invest igações sem elhant es, suger indo- se est ender- se a out ras cent rais de r egulação, inclusive de out r os m unicípios, com vis-t as a dar am plivis-t ude necessár ia ao desenvolvim envis-t o de pr ogram as invis-t er nos e ouvis-t ras polít icas públicas m ais am plas. Além de conect ar e apr ofundar as r elações ent r e o const r ut o QVT e out r os com o est r esse ocupacional, com pr om et im ent o, com pet ências pr ofi ssionais, r elações de poder e de t rabalho, os quais t angenciaram r elat os durant e as ent r evist as, per cebeu- se que essa agenda de pesquisa deve incor porar est udos longit udinais, pois est es podem ser út eis, t am bém , nesse sent ido, t endo em vist a a per cepção de var iações nos níveis de QVT ao longo da car r eira dos indivíduos.

Quant o às quest ões or ganizacionais, vale r essalt ar que um a r efor m ulação adm inist rat iva vem ocor r endo na inst it uição est udada e a am pliação dos post os de t rabalho j á vem sendo inst it uída desde o m ês de m aio de 2009. A par t ir dos r esul-t ados apr esenesul-t ados, suger e- se que um pr ogram a específi co de qualidade de vida sej a desenvolvido, considerando- se est rat égias que garant am não só a QVT de seus t rabalhador es, com o t am bém , em últ im a análise, a assist ência à população.

Por fi m , salient a- se que, apesar dos inúm er os est udos no país, a quest ão da QVT per m anece em aber t o, j á que a m aior ia das or ganizações per pet ua esquem as e est r ut uras de t rabalho que não cont r ibuem para a QVT de seus em pr egados; pelo cont r ár io, ut ilizam - se dessa nom enclat ura para cont r olar e conseguir ader ência ideo-lógica de seus em pr egados, m ediando confl it os e per pet uando o seu m odo de operar ( DOURADO; CARVALHO, 2006; 2007) . No caso est udado, obser vou- se que a quest ão social é cent ral para os t rabalhador es e que a for m a de pensar seu pr ópr io t rabalho vão, além disso, indicando um envolvim ent o peculiar e um a r esponsabilidade pelo t rabalho signifi cat ivam ent e ím par, pois t em com o cent r o a vida do out r o.

Desse m odo, t ant o a agenda de pesquisa sobr e QVT, com o as possibilidades de m elhor ias efet ivas a est e r espeit o no âm bit o or ganizacional per m anecem “ em aber t o”.

Referências

BARDI N, L. Análise de cont eúdo. 3 ed. Lisboa: Edições 70 Lda, 2004.

BERNDT, A.; COI MBRA, R. As or ganizações com o sist em as saudáveis. Revist a de

Imagem

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