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O que dizem a legislação e o controle social em saúde sobre a formação de recursos humanos e o papel dos gestores públicos, no Brasil.

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Academic year: 2017

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O que dizem a legislação e o controle social

em saúde sobre a formação de recursos humanos

e o papel dos gestores públicos, no Brasil

What says the law and the “social control” in health

on the production hum an resources and the role

of public m anagers, in Brazil

1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. Av. Ipiranga 6311, Partenon, 90610-001, Porto Alegre RS. esp@saude.rs.gov.br 2 Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. 3 Universidade Estadual do Rio Grande do Sul e Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Ricardo Burg Ceccim 1

Teresa Borgert Armani 2

Cristianne Famer Rocha 3

Abstract T his paper presents legal responsi-bilities and social obligations of those con-ducting policies in the health field, aim ing at assessing the achievements, omissions and fail-ures on the knowledge, planning and prom o-tion of educao-tion of health professionals in the context of SUS, in Brazil, considering the ac-tual production and developm ent of hum an resources in health.

Key wo rds Hum an resources in health, Pro-duction and developm ent of hum an resources in health, Education of health professionals, Workers of Brazilian Health System

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Este artigo foi montado com uma estrutura bas-tan te sin gu lar em bu sca da iden tificação das in tersecções Gestão em Saúde e Form ação de Pessoal para o SUS e se faz pela compilação de informações constantes na legislação do SUS (o que está consolidado legalmente) e nos fóruns participatórios em saúde (o que está legitim a-do ou pede legitim idade na sociedade). A sin-gularidade do artigo está em seu esforço dialó-gico: exposição dos prolegôm enos, engendra-m en to da in terlocução coengendra-m a lei e o con trole social e o fech am en to, qu e con for m am u m a apresen tação em prólogo, diálogo e epílogo.

Prólogo

Sem a preocupação de transcrição literal, uma vez que são recortes de textos cuja com preen-são supõe leitura completa dos documentos de or igem ( com preen der su a in scr ição con tex-tual), pinçam os do texto legal de ordenam en-to do Sistem a de Saúde no Brasil e dos relató-rios da prin cipal in stân cia n acion al de m an i-festação dos in teresses sociais e da cidadan ia na área da saúde, que é a Conferência Nacional de Saú de (con form e lei federal n º 8.142/90), aqueles aspectos que apon tam as respon sabi-lidades da gestão do Sistem a Ún ico de Saúde (SUS) para com o desenvolvimento e a forma-ção de recursos hum an os em saúde.

Destacam os que o desenvolvim en to se re-fere à edu cação de profission ais du r an te su a experiência de emprego no setor e aparece nos vários docum en tos citados sob diferen tes de-sign ações, t ais com o ed u cação con t ín u a ou continuada, educação permanente, reciclagem, capacitação, aperfeiçoam en to, trein am en to e m otivação; en qu an to a for m ação se refere à educação formal que gera uma certificação/ha-bilitação profission al específica, poden do es-tar voltada ao pessoal in serido n o ser viço ou n ão, aparecen do, geralm en te, sob esta m esm a designação ou sob a identificação dos progra-m as e cursos de educação profissional, educa-ção superior e educaeduca-ção pós-graduada.

Este recor te se deveu à bu sca da iden tifi-cação de respon sabilidades previstas em lei e imputadas pela sociedade ao exercício da con-dução legal e legítim a do setor saúde, perm i-tin do que se possa, n este par ticular, avaliar o atendimento, omissões e descumprimento da-quilo que já foi pensado, planejado e formula-do para a educação de profission ais de saúde no Brasil pelo próprio Sistema Único de Saúde.

Em cada recorte tecem os breves com entá-rios que perm item enfatizar as determ inações legais e a par ticipação social direta em com -prom eter os gestores do SUS com a educação dos recursos hum an os em saúde.

D iálogo

1 – Constituição Nacional de 1988

Artigo 200:Ao Sistema Único de Saúde com-pete, além de outras atribuições, nos term os da Lei:

III – ordenar a form ação de Recursos Hu-m anos na área da saúde;

V – increm entar em sua área de atuação o desenvolvim ento científico e tecnológico.

Note-se que aparece, tanto a ordenação da form ação de Recursos Hum anos quanto o de-senvolvim en to cien tífico e tecn ológico, p or con seguin te, tan to um a respon sabilidade pa-ra com a formação de pessoal de saúde de mo-do geral, quanto para a produção específica de conhecimento e tecnologia no âmbito do pró-prio Sistem a. Ao conceber a área de form ação com o a ação educativa de qualificação de pes-soal e a ação investigativa da pesqu isa e in o-vação, a lei p revê qu e os ór gãos gestores d o SUS estruturem m ecanism os de atuação edu-cacional, que dêem conta de ambas as funções.

2 – Lei Orgânica da Saúde de 1990

Artigo 6o:Estão incluídas no campo de

atua-ção do SUS:

III – a ordenação da form ação de recursos hum anos na área da saúde;

X – o increm ento, em sua área de atuação, do desenvolvim ento científico e tecnológico.

Art igo 14:Deverão ser criadas Com issões Perm anentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior.

Parágrafo único: Cada uma dessas Comissões terá por finalidade propor prioridades, m étodos e estratégias para a form ação e educação conti-nuada dos recursos hum anos do Sistem a Único de Saúde na esfera correspondente, assim com o em relação à pesquisa e à cooperação técnica en-tre essas instituições.

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-tes e podem absor ver as dem ais fren -tes de ca-pacitação requ er idas pelo SUS, su per an do a tradicion al e tão criticada fragm en tação/seg-m en tação da for tação/seg-m ação etação/seg-m saú de e qu e h oje ocorre en tre Saúde da Fam ília, Vigilân cia Sa-n itár ia, VigilâSa-n cia Epidem iológica, AteSa-n ção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância, Atenção às Urgências e Em ergências, Atenção à Gestação de Risco, en tre outras.

Artigo 15: A União, os Estados, o Distrito Fe-deral e os Municípios exercerão, em seu âm bito adm inistrativo, as seguintes atribuições:

IX – participação na form ulação e na exe-cução da política de form ação e desenvolvim en-to de recursos hum anos para a saúde;

XIX – realizar pesquisas e estudos na área da saúde.

A ação edu cacion al com o atr ibu ição dos órgãos de gestão do SUS fica explicitada com as demarcações deste Artigo: formulação e exe-cução da política de formação e desenvolvimen-to (form ulação e execução de program as que envolvam tanto a certificação/habilitação pro-fission al, qu an to a edu cação con tin u ada) de recursos hum anos para a saúde; realização de pesquisas e de estudos n a área da saúde (pro-dução de conhecim entos, inform ações e atua-lização técn ico-profission al, por suposto).

Art igo 27: A política de recursos hum anos na área da saúde será form alizada e executada articuladam ente pelas diferentes esferas de go-verno, em cum prim ento dos seguintes objetivos: I – organização de um sistem a de form ação de recursos hum anos em todos os níveis de ensi-no, inclusive de pós-graduação, além da elabo-ração de program as de perm anente aperfeiçoa-m ento de pessoal;

Parágrafo único: Os serviços públicos que in-tegram o SUS constituem cam po de prática pa-ra o ensino e pesquisa, m ediante norm as especí-ficas elaboradas conjuntam ente com o sistem a educacional.

Além de reafirm ar que os órgãos gestores

devem formalizar e executar uma política de

re-cursos hum anos em que um de seus objetivos seja a organização de um sistem a de form ação (todos os níveis, inclusive pós-graduação, além de program as de aperfeiçoam ento perm anen-te), o Artigo coloca os serviços de saúde com o campos para o ensino e a pesquisa, logo, locais de en sin oapren dizagem que expressam a in -dissociabilidade dos papéis de gestão e form a-ção n o âm bito direto do SUS.

Art igo 30:As especializações na form a de treinam ento em serviço sob supervisão serão

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gulam entadas por Com issão Nacional, [insti-tuída junto ao Conselho N acional de Saúde,] garantida a participação das entidades profis-sionais correspondentes.

A referên cia aos program as de residên cia coloca-os sob o domínio do Conselho Nacional de Saúde, à semelhança da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, que já regulamentou sua interação com comitês por serviço ou por base territorial (estaduais, por exemplo), asseguran-do sua inserção ético-política à gestão asseguran-do SUS.

3 – VIII Conferência Nacional de Saúde

(m arco para a in trodução do Sistem a Único de Saúde na Constituição Nacional, cuja cham ada foi a “Reform ulação do Sistem a Nacion al de Saúde”), 1986.

Para a reform ulação do Sistem a Nacion al de Saúde, tem a central da Conferência, foram su ger idos os segu in tes pr in cípios relacion a-dos com a política de recursos hum an os:

1) o novo Sistema deverá reger-se pelo princípio da capacitação e reciclagem permanentes de seus Recursos Hum anos;

2) a form ação dos profissionais de saúde deve estar integrada ao sistem a regionalizado e hie-rarquizado de atenção à saúde;

3) os currículos da área da saúde deverão ser integrados por conhecim entos das práticas te-rapêuticas alternativas.

Aparecem , a par tir da dem arcação da re-forma sanitária (reformulação do Sistema Na-cion al de Saúde), a educação perm an en te e a formação dos profissionais de saúde, destacan-do-se a adequação da educação dos profissio-nais à regionalização e à hierarquização do sis-tem a de saúde.

4 – IX Conferência Nacional de Saúde

(prim eira Con ferên cia após a criação do SUS n a Con stituição Nacion al, sua cham ada foi “Mun icipalização é o Cam in ho”), 1992.

Para a implementação do SUS, com relação à área de Recu rsos Hu m an os, a Con ferên cia en ten deu com o n ecessário:

1) assegurar um a Política de Form ação e Ca-pacitação de Recursos Hum anos que se articu-le com os órgãos form adores;

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3) garantir escolas de form ação de trabalhado-res de saúde nas Secretarias de Saúde ou atra-vés de articulação com Secretarias de Educação, Universidades e outras instituições públicas de ensino superior;

4) assegurar que as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde destinem recursos orçam en-tários para a capacitação e treinamento dos seus quadros de pessoal e criação de núcleos de re-cursos hum anos, com atividades de adm inistra-ção e desenvolvim ento;

5) garantir a m anutenção de program as de residência m édica pelas unidades do SUS e am -pliação do número de vagas, contemplando tam-bém as dem ais categorias profissionais da área da saúde. Os atuais programas de residência mé-dica e de outras categorias profissionais nos hos-pitais do Inam ps não deverão sofrer desconti-nuidade.

A pr im eir a Con ferên cia realizada após a ap rovação d a Lei O r gân ica d a Saú d e su gere que, para im plem entar o SUS, é necessário as-segu r ar políticas par a a capacitação (edu ca-ção continuada/desenvolvimento) e para a for-m ação (certificação/habilitação profissional). Enfatiza-se a reivindicação da regulam en-tação do artigo 200 da Constituição Nacional, qu an to à orden ação de recu rsos hu m an os, o que será retom ado n as dem ais Con ferên cias, lem bran do que este aspecto já correspon dera ao ar tigo 6º da Lei Orgân ica da Saúde – LOS. Esta Conferência reivindicou, também, que os gestores gar an tissem escolas de for m ação de trabalhadores em saúde em suas estruturas geren ciais ou em ar ticulação, prin cipalm en te com un iversidades públicas.

Surge, a par tir desta Con ferên cia, e se re-petirá nas seguintes, que os gestores devam ga-r an tiga-r ga-recu ga-rsos oga-rçam en tága-r ios paga-r a a edu ca-ção dos profission ais, bem com o devam criar núcleos de desenvolvim ento de trabalhadores junto à gestão de recursos hum anos. O desen-volvim en to de tr abalhadores, qu e deve estar inserido na gestão de recursos humanos, se re-fere aos programas e ações geridos em cada es-fer a de con tr atação de ser vidores par a a su a atualização e a m odernização de processos de trabalho, com o para a adesão e m otivação pa-ra o tpa-rabalho. Volta-se papa-ra o geren ciam en to do próprio trabalho, não se configurando co-m o o trabalho de escola, co-m as de educação pe-lo trabalho.

A IX Conferência destacou ainda a im por-tância da m anutenção dos program as de resi-dência, sua ampliação para o conjunto das

profissões da saúde e a n ão redução de vagas en -tre os program as de residên cia m édica ou de outras profissões em fun cion am en to n os ser-viços do Inam ps, no processo de transferência para o SUS.

5 – X Conferência Nacional de Saúde

(sua cham ada foi “On de dá SUS, dá cer to!”), 1996.

Quanto aos Recursos Hum anos em Saúde, no que se refere à administração dos trabalha-dores de saúde, aparece a qualificação dos tra-balhadores em saúde, assim proposta:

1) o Ministério da Saúde e as Secretarias Esta-duais e Municipais de Saúde devem prom over program as perm anentes de capacitação, form a-ção, educação continuada, reciclagem e m otiva-ção das Equipes de Trabalhadores em Saúde; 2) as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde das Capitais devem im plantar e m anter técnica e financeiram ente Centros Form adores de Trabalhadores em Saúde, autônom os, com atuação integrada com os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde e com as Secretarias de Educação e Universidades;

3) o Ministério da Saúde e as Secretarias Esta-duais e Municipais de Saúde devem estim ular e fom entar a capacitação em gerência de servi-ços para os Secretários e Dirigentes de Saúde, em parceria com o Conass, Conasem s, Cosem s, universidades e N úcleos de Saúde Coletiva; 4) o Ministério da Saúde e as Secretarias Esta-duais de Saúde devem m anter assessoria per-m anente aos Municípios para a realização de program as perm anentes de capacitação, form a-ção, educação continuada, reciclagem e m otiva-ção de trabalhadores em saúde.

Quan to à form ação e desenvolvim en to de Recu rsos Hu m an os em Saú de foi deliber ado que:

1) o Ministério da Saúde deve apresentar, após am pla discussão com as entidades representati-vas da área, um Plano de Ordenam ento da Ca-pacitação, Form ação, Educação Continuada e Reciclagem de Recursos Humanos em Saúde, pa-ra delibepa-ração do Conselho Nacional de Saúde, que seja articulado nacionalm ente, inclusive com previsão de repasses financeiros específicos para essas atividades, baseado nos seguintes princípios:

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ção, formação, educação continuada e reciclagem dos Recursos Hum anos em Saúde, a partir da ótica do SUS;

fortalecim ento dos vínculos com Universi-dades, prom ovendo articulações intersetoriais, para que a form ação dos profissionais seja m o-dificada, capacitando-os para atuar na Atenção Integral à Saúde, individual e coletiva; revisão imediata dos currículos mínimos dos cursos de nível superior, com a participação dos gestores do SUS e Conselhos de Saúde, adequan-do-os às realidades locais e regionais, aos avan-ços tecnológicos, às necessidades epidem iológi-cas e às dem andas quantitativas e qualitativas do Sistem a Único de Saúde;

estím ulo à utilização das unidades e servi-ços do SUS com o espaço prioritário para a for-m ação de trabalhadores efor-m saúde (sistefor-m a de saúde-escola), com a supervisão das unidades de ensino e de serviço, garantindo um intercâm-bio qualificado entre essas instituições e a forma-ção de profissionais com perfil m ais com patível com o SUS;

fom ento à integração das instituições de en-sino superior, particularm ente as universidades públicas (federais e estaduais), para a execução de programas de formação e desenvolvimento de trabalhadores em saúde de todos os níveis de es-colaridade;

estímulo à criação de Escolas de Saúde Públi-ca em todos os Estados da União;

criação de novos cursos de nível m édio e su-perior para a área da saúde de acordo com as necessidades do SUS, identificadas a partir de critérios epidem iológicos e da m anifestação dos Conselhos de Saúde;

organização de programas de ajuda financei-ra, condicionada à prestação de serviços em Uni-dades e Serviços de Saúde públicos por tem po equivalente aos recursos investidos, para estu-dantes dos cursos de interesse para o SUS; reestruturação dos Program as de Residência Médica e Estágios, com vistas a sua adequação às necessidades do SUS;

fomento à Educação Continuada, através do aum ento de vagas para a residência m édica e a criação de program as de residência e estágios de enfermagem, psicologia, nutrição, farmácia, ser-viço social, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e todas as profissões de nível supe-rior ligadas à saúde;

qualificação dos cursos profissionalizantes de nível m édio para a área da saúde, com fisca-lização rigorosa e fecham ento dos que não têm condições de funcionam ento.

2) os Ministérios da Saúde e da Educação de-vem estim ular a im plem entação de Program as de Especialização em Saúde Pública e em Geren-ciamento de Serviços de Saúde desenvolvidos pe-las universidades em parcerias com os governos Estaduais e/ou Municipais;

3) os Gestores do SUS e os órgãos de fom ento à pesquisa devem apoiar, valorizar e participar de projetos de avaliação das instituições form a-doras de recursos hum anos em saúde, com o os da Cinaem e da Rede Unida que buscam a inte-gração escolcom unidade e a form ação hum a-nística dos futuros profissionais.

A X Con ferên cia Nacion al de Saú de pro-pôs que as Secretarias Estaduais de Saúde e as Secretarias Mun icipais de Saúde das Capitais devessem im plantar e m anter técnica e finan-ceiram ente escolas de form ação, com autono-m ia e integradas aos respectivos Conselhos de Saúde, bem com o às respectivas Secretarias de Educação e às un iversidades, poden do-se su-por qu e pr ivilegiadam en te às Un iversidades Estaduais. O próprio Ministério da Saúde man-tém um a Escola Nacion al de Saúde Pública e um Cen tro de Saúde-Escola n o Rio Jan eiro.

A Con ferên cia destacou a im por tân cia da ligação da formação dos recursos humanos em saúde afeta aos Núcleos de Estudos e Pesquisas em Saúde Coletiva com as instâncias de represen tação dos gestores de saúde com o os Con -selhos Nacionais de Secretários Estaduais e de Secretár ios Mu n icipais de Saú de – Con ass e Con asem s e Con selhos Estaduais de Secretá-rios Municipais de Saúde – Cosem s, denotan-do o esforço de constituir um a política de de-senvolvim en to e for m ação qu e diga respeito às universidades e aos gestores em saúde e ve-nha fortalecer o Sistem a Único de Saúde. Esta integração ficou proposta inclusive para o de-safio de form ular program as perm an en tes de capacitação para os m un icípios.

Nesta Con ferên cia, n ão só foi n ovam en te solicitada a regulam en tação do ar tigo 200 da

Constituição Nacional ou artigo 6oda Lei

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de e o estím ulo à criação de Escolas de Saúde Pública em todos os estados da federação.

Atualm ente, existem Escolas de Saúde Pú-blica no Rio Grande do Sul (esta Escola estará oferecen d o cu r so d e gr ad u ação a p ar t ir d e 2001, pela cr iação da Un iversidade Estadu al do Rio Gran de do Sul), em Min as Gerais, n o Ceará, em Pern am buco, n o Mato Grosso e n o Mato Grosso do Su l com perfis m u ito sem e-lhantes, mais a Escola de Saúde Pública do Pa-raná, que não oferece cursos regulares de for-mação/habilitação profissional, apenas educa-ção continuada. Em São Paulo, há a Faculdade de Saúde Pública, da Universidade Estadual de São Paulo (USP), uma Escola Estadual no sen-tido am plo, m as que está in tegrada à estrutu-ra de um a un iversidade de gestrutu-ran de por te, ofe-rece cu rso de gr adu ação (n u tr ição) e possu i um program a con solidado de pós-graduação

stricto sensu. Nessa lógica, seria o caso de

con-siderar, no Rio de Janeiro, o Instituto de Medi-cin a Social da Un iversidade Estadu al do Rio de Janeiro (IMS/UERJ) um outro centro esta-d u al for m aesta-d or esta-d e recu r sos h u m an os p ar a a saúde pública, já que tam bém possui um

pro-gram a con solidado de stricto sensu, hoje

ofe-recen do u m m estr ado profission alizan te em Saúde Coletiva, e registra a história de ter con-duzido um im portante Program a de Residên-cia em Medicin a Preven tiva e SoResidên-cial. A Esco-la Nacional de Saúde Pública, ligada à Funda-ção Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), do Minis-tério da Saúde, tem a m esm a m issão das esco-las citadas, m as per ten ce à esfera federal. Esta escola está no Rio de Janeiro e conta com

pro-gr am a con solidado de pós-pro-gr adu ação stricto

sensu, oferecen do tam bém program a de m

es-trado profission alizan te.

Jun to ao govern o estadual de San ta Cata-rina, há a Escola de Formação em Saúde; do Es-pírito Santo, o Instituto Estadual de Saúde

Pú-blica; e da Bahia, a Escola de Form ação

Téc-n ica em Saú de, todas voltadas par a a edu ca-ção profissional do pessoal do nível médio. Em Goiás e em Alagoas, bem como no Rio Grande do Nor te e n a Paraíba existem os Cen tros de Formação de Recursos Humanos para a Saúde, também orientados exclusivamente para o en-sino técnico (escolaridade fundam ental, ensi-no de qualificação básica, ensiensi-no de habilitação profission al e en sin o técn ico especializado), integrando a Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS).

Foi estimado pela X Conferência que have-ria a n ecessidade, a ser aprofun dada jun to ao

controle social, da criação de novos cursos na área da saúde, tanto de nível médio, quanto su-perior, con form e docum en tado n o relatório. Nessa Conferência, os Program as de Residên-cia retornaram com a recomendação de que se-jam revisados para adequação ao SUS, tenham suas vagas am pliadas e sejam dim en sion ados par a todas as profissões de n ível su per ior li-gadas à saúde.

Foi proposta a priorização da im plantação de Programas de Especialização em Saúde Pú-blica e em Gerenciam ento de Serviços de Saú-de em parceria Saú-de universidaSaú-des, governos fe-deral, estaduais e m un icipais, o que tem sido observado apenas recentemente, passados quase dez an os da IX Con ferên cia. De igu al im -por tân cia, su rgiu a proposição de apoio aos sistemas de avaliação do ensino que valorizem a integração escola-comunidade e a form ação hum an ística.

Cabe destacar que a integração

ensino-ser-viço foi recuperada com a inclusão da “com

u-nidade”, a partir da importância que se passou a dar ao con trole social, perm itin do que fale-m os efale-m in tegr ação en sin o-ser viço-con t role social.

Além dos projetos citados, vem -se deba-ten do n o Brasil, por m eio da Com issão In te-rin stitucion al Nacion al de Avaliação do En si-n o Méd ico ( Cisi-n aem ) , sistem as d e avaliação in st it u cion al n o en sin o d e gr ad u ação; p or m eio da Rede Un ida de Desenvolvim ento dos Recu rsos Hu m an os em Saú de (Rede Un ida), sistemas de acompanhamento institucional de projetos de m udan ça cur r icular e in tegração com a sociedade e, por m eio da Fundação Os-wald o Cr u z e Associação Br asileir a d e Pós-Gr ad u ação em Saú d e Colet iva ( Abr asco) , o Projeto Nacion al de Acreditação Pedagógica da Form ação de Recursos Hum an os em Saú-de Pública, projeto que prevê a avaliação sob sistem a de acom pan ham en to in stitu cion al e com projeto coletivo de m elhoria da

qualida-de edu cacion al da pós-gr adu ação lato sensu

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6 – XI Conferência Nacional de Saúde

(sua cham ada foi “Efetivan do o SUS: qualidade e hum an ização n a aten ção à saúde, com con trole social”), 2000.

Foram aprovadas as seguintes proposições quan to ao Con trole Social:

1) articular a academ ia, os serviços de saúde, os Centros de Form ação de Recursos Hum anos das Secretarias de Saúde e os Pólos de Educação em Saúde para disponibilizar, periodicam ente, cursos de form ação para conselheiros de saúde e usuários do SUS em geral, com inclusão de te-m as gerais ( princípios do SUS, seu papel na atenção à saúde) e específicos (orçamento, legis-lação, controle e avaliação, contratos e convê-nios, planejam ento e program ação de serviços, sistema de informação, as Normas Operacionais Básicas do SUS, financiamento, encaminhamen-to de questões de caráter legal junencaminhamen-to ao Minis-tério Público...) , garantindo a em ergência de agentes sociais com form ação crítica (política, ideológica e sociológica) no sentido de sua insti-tuição com o sujeitos da transform ação da ideo-logia hegem ônica;

2) capacitar a Prom otoria de Justiça, por in-term édio dos prom otores da área da cidadania; 3) prom over a form ação dos m em bros do Mi-nistério Público sobre as questões relacionadas à saúde pública e os princípios e diretrizes legais dos SUS, enfatizando a legitimidade e represen-tatividade dos Conselhos de Saúde na delibera-ção da política de saúde em cada esfera de go-verno.

Quan to ao for talecim en to dos pr in cípios do SUS, seu caráter público, a integralidade, a eqüidade e a hum an ização, sugeriu-se que:

1) os novos trabalhadores do setor público de saúde deverão ter form ação adequada para o novo m odelo de atenção à saúde preconizado e aos antigos em atuação na rede deve ser assegu-rado um program a de educação continuada através de Escolas Técnicas e de Escolas de Saú-de Pública dos estados.

Quanto à Política Nacional de Recursos Hu-manos para o SUS, o desenvolvimento de traba-lhadores em saúde foi afirmado com sugestões à capacitação:

1) canalizar recursos financeiros para a forma-ção dos recursos hum anos para o SUS, definin-do o perfil profissional apropriadefinin-do a partir de ne-cessidades concretas locais;

2) assegurar a disponibilidade de recursos finan-ceiros para a viabilização de program as de ca-pacitação e qualificação perm anente dos

Recur-sos Hum anos nos m unicípios, no estado e na união;

3) assegurar recursos financeiros de no míni-mo 1% do orçamento da saúdepara qualificar a capacitação de recursos hum anos em cada es-fera de governo, com prioridades e program a aprovados pelo respectivo Conselho de Saúde; 4) a União, estados e m unicípios devem am -pliar a sua atuação na realização de cursos de es-pecialização e aperfeiçoam ento em saúde públi-ca, descentralizados por regionais de saúde; 5) form ar gerentes para o SUS com capacita-ção em adm inistracapacita-ção pública, envolvendo ges-tores, assessores e dirigentes do SUS;

6) garantir a realização de program as de capa-citação de gerentes para a gestão de recursos hu-m anos e elaboração de projetos técnicos quanto aos sistem as de inform ação e outros.

Quanto à formação de pessoal para a saúde:

1) regulamentar o Art. 200 da Constituição Na-cional;

2) incentivar técnica, financeira e politicamen-te a expansão da pós-graduação em saúde no Brasil;

3) estabelecer regras nacionais de articulação entre o M EC, as Sociedades de Especialistas e o CN S e passar ao SUS a decisão sobre especiali-dades a serem criadas ou extintas, bem com o a regulamentação da diversificação dos papéis das profissões de saúde e das oportunidades form a-tivas nos am bientes de trabalho da saúde; 4) redim ensionam ento do papel dos aparelhos formadores em saúde (universidades e escolas téc-nicas) no fortalecimento do SUS – revisão das es-truturas curriculares para que se enriqueçam pe-lo debate da política, legislação e trabalho no SUS; 5) articulação dos aparelhos form adores com os segm entos de controle social do SUS; 6) estabelecim ento de estruturas acadêm icas capazes de exercer o assessoramento permanente às com issões técnicas que debatem práticas, ro-tinas e m étodos na atenção à saúde;

7) todos os aparelhos form adores e instâncias de serviço que atuam em ensino, pesquisa e de-senvolvimento científico e/ou tecnológico devem propor sistem as de atualização do conhecim en-to para as diversas categorias profissionais.

Quanto à form ação de profissionais, regu-lação e papel da universidade, foram aprovadas as seguin tes recom en dações:

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cial de cada região, em cum prim ento à Lei no

8.080/90, Artigo 6º, Parágrafo III, que diz estar no cam po de atuação do SUS a ordenação da form ação de recursos hum anos na área de saú-de. Que a aprovação se dê com base em parece-res dos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacio-nal de Saúde, ouvidos os respectivos Conselhos de categoria. Recom endar a participação da co-munidade nos Conselhos Superiores das Univer-sidades com o form a de contribuir, acom panhar e fiscalizar a formação dos profissionais de acor-do com as necessidades sociais da população; 2) cumprir a resolução da X CN S, no que se re-fere a recursos humanos, onde diz: “revisão ime-diata dos currículos m ínim os dos cursos de ní-vel superior, com a participação dos gestores do SUS e Conselhos de Saúde, adequando-os às rea-lidades locais e regionais, aos avanços tecnoló-gicos, às necessidades epidem iológicas e às de-m andas quantitativas e qualitativas do SUS”. Im plem entar novas diretrizes curriculares para o ensino m édio e superior da área da saúde de m odo a possibilitar m odificação na form ação dos profissionais de saúde, de acordo com a política proposta pelo SUS, incluindo e/ ou am -pliando, no currículo de cursos de form ação dos profissionais da área da saúde, disciplinas sobre saúde coletiva;

3) articular m esas regionais e estaduais de dis-cussões entre gestores, conselhos e órgãos form dores sobre a necessidade de adequar a form a-ção profissional ao SUS, coordenada pelos Con-selhos Regionais e Estadual de Saúde;

4) integrar e articular as instituições públicas e filantrópicas de ensino com o SUS, fortalecen-do as parcerias Universidade-Sociedade de tal form a que as universidades e órgãos form ado-res em geral também se ado-responsabilizem pela ca-pacitação continuada dos profissionais de saú-de após a graduação e que tenham , com o parte de sua m issão institucional, o aperfeiçoam ento do SUS em sua região e a educação continuada dos profissionais da rede. Garantir um a escola integrada com o serviço de saúde com gestão de-m ocrática e horizontalizada, partilhada code-m o SUS, que problem atize as questões de saúde de sua região, seu país e seu m undo e que atue na proposição de m udanças com e para a socieda-de por m eio, por exem plo, da extensão. Garan-tir um a escola que seja orientada para o ser hu-m ano, que produza uhu-m profissional qualifica-do e crítico qualifica-do ponto de vista técnico-científico, humano e ético, atuante e comprometido social-m ente cosocial-m a luta pela saúde de seu povo. Ga-rantir um a escola que tam bém produza

conhe-cim ento (pesquisa) para o sistem a de saúde; 5) estabelecer parceria entre Conselho de Saú-de, gestores e o conjunto dos órgãos form adores, para definição de prioridades para as dem an-das de cursos, tanto de graduação com o de pós-graduação, para gestores e todos os trabalhado-res, estendendo o processo de residência à equi-pe m ultidisciplinar. Estim ular a viabilização de cam pos de estágio e atividades de extensão em m unicípios que trabalhem com diferentes for-m as de organização dos serviços, profor-m ovendo a discussão e proposição de um a nova lógica de atenção à saúde;

6) reorganizar os program as de residência e re-gulamentar o Programa de Residência Multipro-fissional em Saúde Coletiva junto ao M EC. Os estados e a União devem utilizar residentes das universidades públicas, m ediante pagam ento de bolsas, nos program as de saúde, inclusive nas equipes do Program a Saúde da Fam ília – PSF, com base na lei de Prestação do Serviço Civil; 7) efetivar a abertura de novos cursos de for-m ação de recursos hufor-m anos para a saúde; 8) am pliar o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área da Enferm agem – Pro-fae para outros cidadãos.

Quanto à educação continuada foi delibe-rado:

1) garantir aos recursos hum anos em saúde processos perm anentes de educação continua-da, nas três esferas de governo, inclusive sobre os princípios e diretrizes do SUS e conceitos bá-sicos em saúde pública. Que todo profissional de saúde tenha treinam ento de ingresso nos servi-ços e que os Governos Federal, Estaduais e Mu-nicipais assum am a sua parcela de responsabi-lidade com o financiam ento do SUS, de form a a facilitar o encam inham ento da necessária qua-lificação dos recursos hum anos para o sistem a; 2) descentralizar e regionalizar as ações das Es-colas de Saúde Pública para um a m elhor qua-lificação e educação continuada dos trabalha-dores da saúde.

A XI Conferência Nacional de Saúde trou-xe diversos elem entos para a consolidação da interface form ação-gestão, com o se pode no-tar, desde argumentos para o desenvolvimento de pessoal engajado no Controle Social em saú-de (con selheiros, prom otores pú blicos, pro-m otores do Ministério Público, população epro-m geral) até o for talecim en to dos prin cípios do SUS.

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Voltam com força os argum entos em favor do fin an ciam en to para as ações de desenvol-vim en to e form ação de recursos hum an os n o SUS. Note-se qu e até m esm o u m percen tu al foi su ger ido com o fixação à área (1% do or-çam en to setorial da saúde) em cada esfera de gover n o. Retor n ou t am bém a p ressão p elos cursos de especialização e de aperfeiçoam en -to em saúde pública, a serem apoiados técnica e fin an ceiram en te pelas três esferas de gover-no e conduzidos de modo interiorizado regio-n alm eregio-n te, valorizaregio-n do a cultura e regio-n ecessida-des locorregion ais e valorizan do a ecessida-descen tralização da gestão e a region atralização da aten -ção à saúde. Surge a capacita-ção específica em gestão de recursos hum an os, que atualm en te o Ministério da Saúde está atendendo em par-ceria com a Un iversidade de Brasília (Un B), e em elaboração de projetos técnicos quanto aos sistemas de informação, o que nos permite des-tacar a fundamental importância do Projeto Re-de Nacional Re-de Informações em SaúRe-de (RNIS), que precisaria do m aciço apoio do Ministério da Saúde n as capacitações para operar os sis-tem as de in form ações.

A regulam entação do artigo 200, da Cons-titu ição Nacion al, foi reiter ada n ovam en te e su r gir am recom en d ações p ar a in clu são n a m esm a: a form ulação de critérios rígidos pa-ra a aber tupa-ra e fecham en to de cursos n a área da saúde; a aprovação de abertura, fecham en-to e localização de cursos com base em pare-ceres dos Con selhos de Saúde; e a in clusão da par ticipação social n os Con selhos Superiores das Un iversidades, a fim de garan tir a relação en tre a form ação e as n ecessidades sociais de tratam en to e cuidado em saúde.

Foi defen dida a expan são da pós-gradua-ção em saúde e, pela prim eira vez, é referida a introdução das Sociedades de Especialistas no debate de regulação das especialidades e a de-corren te form ação de especialistas. A Con fe-rência estim ou a diversificação dos papéis das profissões em que as atuais prerrogativas ve-n ham a ser diluídas ou reguladas pela ética e n ão pelos códigos n orm ativo-prescritivos e a diversificação das opor tu n idades form ativas n os am bien tes de tr abalh o em saú de, abr in -do-se possibilidades para as residên cias m ul-tiprofission ais ou in terdisciplin ares.

A Conferência estabeleceu a ressalva de que os órgãos form adores em saúde devam ser en-riquecidos pelo debate das políticas de saúde, da legislação e do trabalho no SUS. A am arra-ção do controle social junto aos órgãos

forma-dores foi proposta m ais u m a vez. Da m esm a for m a qu e em todas as Con ferên cias citadas n este texto, a im ersão dos órgãos form adores na realidade do SUS foi proposta. Nessa Con-ferência, entretanto, aparece a proposição que o SUS deva se amparar nos pesquisadores aca-d êm icos p ar a ren ovar p rotocolos técn icos e aperfeiçoar condutas profissionais da assistência à saúde. Os par ticipan tes da XI Con ferên -cia afirm aram que deve ser garantida um a es-cola capaz de produzir informações e conheci-m en tos para o sisteconheci-m a de saúde.

A Con ferên cia, recon hecen do que in stân -cias de ser viço atuam em en sin o, recom en da que estas propon ham sistem as de atualização do conhecim ento, levando em conta as diver-sas categorias profission ais.

Du r an te a XI Con fer ên cia, h ou ve n ovm ente o debate sobre os currículos de forovm a-ção n a área da saúde e reafirm ou-se a delibe-ração da X Conferência de revisão do currícu-lo m ín im o com a par ticipação dos gestores e dos Con selhos de Saú de. Em 2001, o Con selh o Nacion al de Edu cação su bstitu iu o con -ceito de “currículo mínimo” para as profissões superiores pelo con ceito de “diretrizes curri-culares”, ten do sido aprovadas as n ovas dire-trizes para os cursos da área da saúde que leva-r am em con ta a LO S, o leva-relatóleva-r io fin al d a XI Con ferên cia Nacion al de Saúde, docum en tos d a O r gan ização Pan - Am er ican a d a Saú d e e Organização Mundial da Saúde e as recom en-dações da Rede Un ida. O parecer que aprova as novas diretrizes curriculares é claro ao afir-mar que o conceito de saúde da Saúde Coletiva e os princípios e diretrizes do SUS são elemen-tos fundam entais a serem enfatizados na arti-culação da política de educação superior com a política de gestão da saúde.

Apareceu, nessa Conferência, mais uma al-ternativa de integração: a formação em saúde-gestão setorial-controle social no SUS expressa com o m esas region ais e estadu ais de discu s-são a serem coorden adas por Con selhos Re-gionais e os Conselhos Estaduais de Saúde. No-ta-se o esforço de com prom eter a Universida-de com a con strução e con solidação do SUS e com a configuração de novos papéis profissio-n ais, m ais adequados às exigêprofissio-n cias sociais de qu alidade da aten ção em saú de. H á far ta in sistên cia n a in tegr ação en sin oser viçocon -trole social.

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cos da área da saúde. A Direção Executiva Na-cion al dos Estu dan tes de Medicin a (Den em ) vem propondo o estágio de vivência no SUS pa-ra adquirir fam iliarização com o tpa-rabalho on-de o SUS dá certo e poon-de gerar, por seu acolhi-m ento e interesse, aprendizageacolhi-m ético-profis-sion al.

A n ova atuação/n ovo papel dos trabalha-dores de saúde passa por seus espaços de for-m ação efor-m ser viço e as propostas sobre as re-sidências sem pre retornam , com ênfase, prin-cipalm ente porque constituem form ação pós-graduada na oportunidade de vivência no SUS e n a Equ ipe de Saú de. As residên cias m u ltiprofission ais ou in terdisciplin ares são defen -didas pela reivin dicação de reform ulação dos programas de residência, da mesma forma que se defende a regulam entação, junto à Secreta-ria de Ensino Superior do Ministério da Edu-cação, da Residência Multiprofissional em Saú-de Coletiva, capaz Saú-de absor ver as residên cias em saúde da fam ília e sim ilares.

Cum pre apontar que a Conferência adm i-te a efetivação da abertura de novos cursos de form ação para a saúde e propõe a n ecessida-de ecessida-de am pliar o Program a ecessida-de Profission alizção dos Tr abalh adores da Área de En fer m a-gem (Profae) para outras categorias de traba-lhadores do en sin o m édio. O m ovim en to da Con ferên cia eviden ciou a busca de profissio-nalização em outras áreas, tais como: em odon-tologia, com os Técnicos de Higiene Dental; em vigilân cia à saú de, com os Técn icos em Saú -de; em adm in ist r ação e in for m ação, com os Técnicos em Registros de Saúde; entre outros, além do Técn ico em En ferm agem , abran gido pelo Profae.

Para afirm ar a educação con tinuada/edu-cação perm an en te em saúde, os par ticipan tes da XI Con ferên cia Nacion al de Saúde ressal-tar am a n ecessidade de os gover n os Feder al, Estaduais e Mun icipais assum irem sua parce-la de respon sabilidade com a form ação e de-senvolvim ento de trabalhadores em saúde por m eio do financiam ento para a qualificação de pessoal n o cu steio do SUS. Ficou destacada, ainda, a necessidade de descentralizar e regio-n alizar os processos de for m ação. De u m la-do, pela capacidade/poten cialidade/opção de problematizar as questões de saúde das regiões onde se inserem os program as de ensino e, de ou tro lado, pelo desdobr am en to das Escolas d e Saú d e Pú blica às in st ân cias region ais d e coorden ação do SUS n os estados.

Epílogo

Esta com pilação n ão se preten deu exau stiva

ou minuciosa, simplesmente pinçou o que

sal-tava aos olhos na interface formação-gestão do

SUS. Esperam os ter con seguido reun ir dados para avaliar o que já foi feito e o que há por fa-zer em cada esfera de governo no tocante à for-m ação e ao desenvolvifor-m en to de tr abalhado-res em saú de, bem com o estim u lar a cr iação de Câmaras Técnicas de Educação e Desenvol-vim ento Científico, junto aos Conselhos Esta-duais de Saúde, junto às Escolas Técnicas e Es-colas de Saúde Pública; estimular a criação de cen tros form adores jun to às Secretar ias Mu -nicipais de Saúde; fortalecer as Escolas de Saú-de Pú blica e pleitear a gar an tia Saú-de fin an cia-m en to para a atribuição de en sin o, pesquisa, docu m en tação técn ico-cien tífica e exten são educativa nos âm bitos federal, estadual e mu-n icipal de saúde.

O u t r as recom en d ações im p or tan tes qu e saltam aos olhos ao fin al deste percurso são a n ecessidade de cr iar Nú cleos de Desenvolvi-m en to e Núcleos de AdDesenvolvi-m in istração de Traba-lhadores junto às Divisões de Recursos Huma-n os das Secretarias Estaduais e MuHuma-n icipais de Saúde e a aproximação dos gestores com os do-centes e pesquisadores universitários para a for-mulação de novos protocolos de atenção à saú-de, que aban don em a con duta program ático-n orm ativa para a atu alização técático-n ica e refle-xiva da prática assisten cial.

Apesar de discursivamente muitas propos-tas terem sido enfaticamente formuladas e defen didas n os vár ios relatór ios das Con ferên -cias, m u ito pou co se avan çou n a con str u ção de sistem as de avaliação do en sin o oferecido par a detectar su a adequ ação e adesão às n e-cessidades dos ser viços, dos usuários e do sis-tem a de saúde, bem com o seu ajustam ento ao con t role social n o SUS e ao aten d im en to às necessidades de aprendizagem de seus alunos. Os sistem as n acion ais gerados pela Cin aem e Rede Un ida jun to ao en sin o de graduação ou o sistema de Acreditação Pedagógica em cons-trução pela Fiocruz e Abrasco para a

pós-gra-duação lato sensu e o sistem a de avaliação de

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ra absorver maior diversidade de cursos e pro-gram as de form ação.

A avaliação per m an en te e a par ticipação efetiva do controle social junto à formação se-rão im por tan tes, tam bém , para se dim en sio-nar a adesão dos program as e projetos aos di-tam es ou n ecessidades dos próprios usuários do SUS.

Por fim e n ão m en os im por tan te, convém destacar a urgên cia em com por as Com issões

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Artigo apresentado em 9/4/2002 Versão final apresentada em 19/4/2002 Aprovado em 28/4/2002

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