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Aplicações da q-Álgebra em física da matéria condensada

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA TEÓRICA E EXPERIMENTAL

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM FÍSICA

TESE DE DOUTORADO

Aplicações da

q

-Álgebra em Física da Matéria Condensada

André Afonso Araujo Marinho

Natal - RN, Brasil

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-UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA TEÓRICA E EXPERIMENTAL

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM FÍSICA

TESE DE DOUTORADO

Aplicações da

q

-Álgebra em Física da Matéria Condensada

André Afonso Araujo Marinho

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Física do Departamento de Física Teórica e Experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obtenção do grau de doutor em Física.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Chesman de Araujo Feitosa

Co-orientador: Prof. Dr. Francisco de Assis de Brito

Natal - RN, Brasil

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AGRADECIMENTOS

• Primeiramente agradeço a Deus por chegar até aqui e por continuar;

• Acontecem muitas coisas durante 4 anos, e para conseguir chegar aqui, lembro todo

dia de uma conversa que tive com um grande amigo, que disse: “se perder o foco não

termina o doutorado, em 4 anos acontecem muitas coisas que contruibuem para isso”,

e realmente, muitos acontecimentos contribuiram para que eu não estivesse aqui. Se

não fosse por pessoas muitos especiais, eu teria realmente perdido o foco;

• Ao prof. Dr. Carlos Chesman de Araujo Feitosa (Chesman) responsável direto por

minha vinda para Natal em 2010, e ao prof. Dr. Francisco de Assis de Brito (Chico),

pelas orientações, sugestões, incentivos, estímulos, amizade, liberdade e competência

com que conduziram este trabalho;

• Aos Professores que contribuiram para minha formação e com ótimas discussões, em

especial os profs. Drs. Masdras Gandhi, Liacir Lucena, Felipe Bohn e Álvaro Ferraz;

• Aos colegas de pós-graduação, Bira, Edmilson, Manilo, Kennedy, Rodolfo, Vivian,

aos funcionários do DFTE em especial dona Celina, pela grata convivência, momentos

de estudo e descontração durante a minha permanência neste Departamento. Gostaria

de agradecer muito a Neymar que foi a primeira pessoa que conheci quando cheguei

(5)

e atencioso com todos, um grande amigo que ganhei aqui e tenho certeza que levarei

para o resto da vida;

• À CAPES e CNPq, pelo suporte financeiro;

• À minha familia meus pais José e Mariana, por todo carinho, apoio, incentivo,

li-berdade, confiança, dedicação e esforço para que hoje eu estivesse aqui, e às minhas

irmãs Ana Paula e Angela que mesmo longe não deixamos de torcer um pelos outros,

amo muito vocês. Eu teria que escrever um livro para descrever tudo o que meus

pais passaram para que nunca nos faltasse nada. Agradeço a Deus por esse rígido

alicerce em minha vida, sem vocês não estaria vivendo este momento, e partindo para

o próximo passo. Meus pais obrigado por tudo, amo muito vocês.

• À minha esposa Valquiria, que é de fundamental importância para que eu não

desis-tisse. Passamos por tantas provações nesse período de 3 anos de casados, que acho

que podia adicionar um capítulo à tese. Mas sempre esteve ao meu lado, incentivando,

com seu jeito carinhoso e amoroso, vejo em seus olhos todos os dias a confiança e

or-gulho que ela sente de mim, e isso não tem preço, e me dá forças para levantar todo

dia de manha e correr atrás do nosso futuro. Te amo muito minha gatona.

• Não podia deixar de agradecer aos meus bichinhos, Titinho e Amora, que mesmo

sem entender nada, em momentos conturbados, só querem passar carinho, amor, e um

pequeno afago em suas cabecinhas fazem esquecer todos os problemas.

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Lista de Trabalhos

(q1, q2)-deformed Landau diamagnetismD-dimensional. A.A. Marinho, F.A. Brito,

C. Chesman, (elab. 2014).

Thermal properties of a solid through Fibonacci oscillators. A.A. Marinho, F.A.

Brito, C. Chesman, (elab. 2014).

Fibonacci Oscillators in the Landau Diamagnetism problem. A.A. Marinho, F.A.

Brito, C. Chesman, arXiv:cond-mat.stat/ 1403.0272v1. - Submetido Physica A,

mar/2014.

Thermal properties of a solid throughq-deformed algebra. A.A. Marinho, F.A. Brito,

C. Chesman, Physica A 391, 3424-3434 (2012).

• q-deformed Landau diamagnetism problem embedded in D-dimensions. F.A. Brito,

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Resumo

Abordamos a generalização das quantidades termodinâmicas q-deformadas através da

q-álgebra que descreve uma álgebra generalizada para bósons e férmions. A motivação

para o nosso estudo surge do interesse de fortalecer nossas idéias iniciais, a fim de propor

uma possível aplicação experimental. Em nossa jornada, conhecemos uma generalização

recentemente proposta ao formalismo doq-cálculo, que é a aplicação de uma seqüência

ge-neralizada, descrita por dois parâmetros de deformação reais positivos e independentesq1 e

q2, conhecidos por osciladores de Fibonacci. Aplicamos ao conhecido problema do

diamag-netismo de Landau imerso em um espaçoD-dimensional, que ainda gera boas discussões

por sua natureza, e a dependência com o número de dimensões D, nos possibilita

futura-mente estendermos a sua aplicação para sistemas extra-dimensionais, tais como a

Cosmolo-gia Moderna, a Física de Partículas e Teoria de Cordas. Comparamos nossos resultados com

alguns obtidos experimentalmente, apresentando grande equivalência. Aplicamos ainda o

formalismo dos osciladores aos sólidos de Einstein e Debye, fortalecendo à interpretação da

q-deformação atuando como um fator de perturbação ou impureza, num determinado

sis-tema, modificando as propriedades do mesmo. Nossos resultados mostram que a inserção

de dois paramêtros de desordem, possibilitaram uma maior faixa de ajuste, ou seja,

possibi-litando alterar apenas a propriedade desejada, por exemplo, a condutividade térmica de um

elemento sem que o mesmo perca sua essência.

Palavras-chave: Mecânica Estatística; Matéria Condensada;q-Álgebra;q-Cálculo;

(8)

Abstract

We address the generalization of thermodynamic quantityq-deformed byq-algebra that

describes a general algebra for bosons and fermions . The motivation for our study stems

from an interest to strengthen our initial ideas, and a possible experimental application. On

our journey, we met a generalization of the recently proposed formalism of theq-calculus,

which is the application of a generalized sequence described by two parameters deformation

positive real independent andq1andq2, known for Fibonacci oscillators . We apply the well-known problem of Landau diamagnetism immersed in a space D-dimensional, which still

generates good discussions by its nature, and dependence with the number of dimensions

D, enables us future extend its application to systems extra-dimensional, such as Modern

Cosmology, Particle Physics and String Theory. We compare our results with some

experi-mentally obtained performing major equity. We also use the formalism of the oscillators to

Einstein and Debye solid, strengthening the interpretation of the q-deformation acting as a

factor of disturbance or impurity in a given system, modifying the properties of the same.

Our results show that the insertion of two parameters of disorder, allowed a wider range of

adjustment , i.e., enabling change only the desired property, e.g., the thermal conductivity

of a same element without the waste essence .

Keywords: Statistical Mechanics; Condensed Matter;q-algebra;q-calculus;

(9)

Índice

1 Introdução 1

2 q-Álgebra e aplicações 6

2.1 q-Álgebra de Heisenberg . . . 7

2.1.1 Algumas Propriedades daq-Álgebra . . . 7

2.1.2 Oscilador Harmônico Generalizado Deformado . . . 10

2.1.3 q-Bósons . . . 11

2.1.4 q-Férmions . . . 16

2.2 Álgebra quânticaq-deformada . . . 18

2.3 Álgebra dos Osciladores de Fibonacci . . . 26

3 Aplicação dos Osciladores de Fibonacci no Diamagnetismo de Landau em D -Dimensões 32 3.1 Aplicação dos Osciladores de Fibonacci . . . 33

3.1.1 Número de Partículas, Energia interna e Calor Específico . . . 36

3.1.2 Entropia, Magnetização e Susceptibilidade Magnética . . . 40

3.2 Aplicação das Derivadas de Jackson . . . 43

3.2.1 Número de partículas, Energia Interna e Calor Especifico . . . 46

3.2.2 Entropia, Magnetização e Susceptibilidade Magnética . . . 49

3.3 Gráficos não deformados para diferentes dimensõesD . . . 55

(10)

ÍNDICE ÍNDICE

4.1 Implementação daq-deformação . . . 59

4.1.1 Sólido de Einsteinq-deformado . . . 59

4.1.2 Sólido de Debyeq-deformado . . . 62

4.2 Aplicação dos Osciladores de Fibonacci . . . 69

4.2.1 Sólido de Einstein (q1, q2)-deformado . . . 69

4.2.2 Sólido de Debye (q1, q2)-deformado . . . 72

5 Conclusões e Perspectivas 77 A Diamagnetismo de Landau 80 A.1 Degenerescência . . . 83

B Sólido de Einstein 86

(11)

Lista de Figuras

3.1 Energia Interna em função do Campo Magnético H, Eq.(3.1.25). . . . 38 3.2 Calor Específico em função do campo magnético H, Eq.(3.1.32). . . . 38 3.3 Magnetização em função do campo magnético H, Eq.(3.1.45). . . . 42 3.4 Susceptibilidade Magnética em função do campo magnético H, Eq.(3.1.49). . . . 42 3.5 Energia Interna em função do campo magnético H, Eq.(3.2.74) . . . 48 3.6 Calor Específico em função do campo magnético H, Eq.(3.2.76) . . . 48 3.7 Magnetização em função do campo magnético H, Eq.(3.2.84) . . . 50 3.8 Magnetização para os parâmetros apropriados para um cristal sub-dopado. O

de-talhe mostra como a magnetização anómala está quase desaparecendo para T = 36.1Ke evolui para um regime de flutuação única emT = 37K[135]. . . 51 3.9 Curvas isotérmicas de magnetização doY N i2B2Cem função do campo magnético

H, para temperatura acima deT c(0) = 15.25±0.02K, [136]. . . 51 3.10 Magnetização doY bC6em função do campo magnético. Detalhe: a magnetização

versus temperatura medida de campoH= 1mT, com campo de resfriamento (FC) e campo zero de resfriamento (ZFC) [137]. . . 52 3.11 Magnetização dependente da temperatura FC e ZFC para amostras puras

(imacula-das) e hidrogenadas deCaC6em um campo magnético aplicado externo de100Oe.

Detalhe: (a) mostra a variação do comportamento diamagnético do supercondutor muito fraco para as amostras deCaC6 hidrogenizadas. (b) mostra a

(12)

LISTA DE FIGURAS LISTA DE FIGURAS

3.12 Magnetização dependente do campo magnético como uma função da temperatura para Ca-GIC (Composto intercalado de cálcio-grafite) [139]. . . 53 3.13 Magnetização em função do campo magnético de Ca-GIC puro e amonizados, em

diferentes pressões de absorção de amônia [139]. . . 53 3.14 Susceptibilidade Magnética em função do campo magnético H, Eq.(3.2.86) . . . . 53 3.15 ConstanteC1paraL−=2π−0.9(vermelho),L+=2π+ 0.9(azul), (esquerda) e

constanteC2paraL−=2π−0.9(preto),L+=2π+ 0.9(amarelo), (direita) em

função do número de dimensõesD(0,· · · ,13) ,λT = 1,Eq. (3.1.18). . . 56

3.16 Energia Interna em função do campo magnético H para dimensões D conforme legenda, e comL+=2π+ 0.9(esquerda) eL−=2π−0.9(direita),λT = 1,. . . . 56

3.17 Magnetização em função do campo magnético H para dimensõesDconforme

le-genda, e comL+=2π+ 0.9(esquerda) eL−=2π−0.9(direita),λT = 1. . . 57

3.18 Susceptilidade magnética em função do campo magnético H para dimensões D

conforme legenda, e comL+=2π+ 0.9(esquerda) eL−=2π−0.9(direita),λT = 1. 57

4.1 Entropia em função da Temperatura nos seguintes intervalos: (T=0,· · ·,10K)

(es-querda) e (T=0,· · · ,1000K) (direita) . . . 61 4.2 Calor Específico em função da Temperatura nos intervalos: (T=0,· · · ,1K)

(es-querda), (T=0,· · ·,10K) (centro) e (T=0,· · · ,1000K) (direita). . . . 61 4.3 Temperatura Debye θD do F e eCr em função da variação de q = 0.1 àq → 1

(esquerda); Calor EspecíficocV doF eeCrem função da variação deq = 0.1à

q 1(direita) . . . 67 4.4 Condutividade TérmicaκdoF eeCrem função da variação deq = 0.1àq 1. . 67 4.5 Condutividade elétricaσdoF eeCrem função da variação deq = 0.1àq1. . 68 4.6 Condutividade térmicaq-deformadaκqdoCrparaq→1eq = 0.1em função da

TemperaturaT, para:T = 0àT = 1600K. . . 68 4.7 Entropia em função da Temperatura nos seguintes intervalos: (T=0,· · ·,10K)

(13)

LISTA DE FIGURAS LISTA DE FIGURAS

4.8 Calor Específico em função da Temperatura nos intervalos: (T=0,· · · ,1K)

(es-querda), (T=0,· · ·,10K) (centro) e (T=0,· · · ,1000K) (direita). . . . 71 4.9 Temperatura de DebyeθDem função da variação deq2= 0.1,· · ·,1e comq1= 1. 73 4.10 Calor EspecíficocV em função da variação deq2 = 0.1,· · · ,1e comq1 = 1. . . 74 4.11 Condutividade Térmicaκem função da variação deq2= 0.1,· · ·,1e comq1= 1. 74 4.12 Condutividade Elétricaσem função da variação deq2 = 0.1,· · · ,1e comq1= 1. 75 4.13 Condutividade Térmicaκ do Fe em função da Temperatura no intervalo de T =

(14)

Capítulo 1

Introdução

O estudo dos grupos quânticos e álgebras quânticas tem atraído um grande interesse nos

últimos anos e estimulado intensa investigação nos vários domínios da física [1]-[6], tendo

em conta uma gama de aplicações, que abrange cosmologia e matéria condensada, por

exem-plo buracos negros, efeito Hall quântico fracionário e supercondutores de alta temperatura

[7], bem como teorias racionais de campo, geometria não-comutativa, teoria quântica das

super-álgebras e assim por diante [8]-[12]. Não há uma definição satisfatória universalmente

reconhecida do que seja um grupo quântico. Todas as propostas em vigor sugerem a idéia

de deformação de um objeto clássico, que pode ser, por exemplo, um grupo algébrico, ou

um grupo de Lie. Em todas as propostas os objetos deformados perdem as propriedades de

grupo. O que sempre se procura preservar nas deformações é o entendimento das diversas

representações que os objetos admitem [13]-[15].

Jackson introduziu em seus trabalhos a chamada álgebra q-deformada [16]-[19]. As

investigações realizadas em vários aspectos desempenharam um papel importante quanto

à sua compreensão e desenvolvimento. Uma realização concreta de tais atributos atenta

para o surgimento da deformação através de um de seus principais ingredientes o parâmetro

de deformação q, introduzido nas relações de comutação que definem a álgebra de Lie do

(15)

2

no limite q 1 [20]. Osq-osciladores usando as chamadas derivadas de Jackson (JD)

são considerados a fim de definir uma dinâmica generalizada q-deformada em um espaço

de fase q-comutativo [21]. Para esta finalidade fazemos uso dos operadores de criação e

aniquilação da mecânica quânticaq-deformada.

Um possível mecanismo capaz de gerar uma versão deformada da mecânica estatística

clássica consiste em substituir, a distribuição Boltzmann-Gibbs, pela sua versão deformada.

Nesse sentido postula-se uma forma de entropia deformada que implica numa teoria de

ter-modinâmica generalizada [22]-[29]. Desta forma, encontramos na literatura a generalização

da mecânica estatística [30]-[36]. Neste contexto, foi demonstrado em [37]-[46] que uma

realização natural da termodinâmicaq-deformada pode ser construída sobre o formalismo

deq-cálculos.

Outra discussão importante é sobre as principais razões para considerar dois

parâme-tros de deformação distintas em algumas aplicações físicas. Partindo da generalização de

números inteiros, procedimento básico naq-álgebra [16], Arik generaliza a seqüência de

Fi-bonacci [47], que como sabemos é uma combinação linear onde o terceiro número é a soma

dos dois antecessores e assim por diante, e engloba as progressões aritmética e geométrica,

que são formas bem conhecidas para descrever uma seqüência de números inteiros. Ele

propõe chamar os números dessa seqüência generalizada de osciladores de Fibonacci, onde

são introduzidos os parâmetrosq1 eq2, e são bem investigados por [48]-[56], eles oferecem

uma unificação dos osciladores quânticos com os grupos quânticos, tendo a propriedade

de degeneração do espectro invariante sob o grupo quântico, assim, a simetria do grupo é

preservada. A álgebra quântica com dois parâmetros de deformação pode ter uma maior

flexibilidade quando se trata de aplicações fenomenológicos aos modelos físicos concretos

[39, 40]. Surgindo interesse em aplicações físicas.

Realizamos aplicações da q-álgebra [57]-[59], e percebemos que a q-deformação está

ligada a fenômenos devidos a impurezas no material, ou fatores de desordem em um sistema

(16)

3

elétrica nula abaixo de certa temperatura critica (são diamagnéticos perfeitosχ= 1). Logo,

surgem as motivações de aplicarmos os parâmetros (q1, q2) no problema do Diamagnetismo de Landau e nos modelos dos sólidos de Einstein e Debye.

O termo diamagnetismo é utilizado para designar um comportamento característico de

determinados tipos de materiais (por exemplo, água, vidro, plástico e compostos orgânicos)

e que se caracteriza pelo fato de serem ligeiramente repelidos por campos magnéticos fortes.

Este comportamento justifica-se pelo fato dos elétrons terem uma tendência à se agruparem

em pares com spins orientados em direções opostas, pelo que cada par tem um spin total

nulo; consequentemente a maior parte dos átomos com número par de elétrons tem um spin

total nulo, originando uma oposição ao campo de indução magnética induzido com relação

ao campo externo que conduz à uma repulsão no campo externo. O campo magnético de

cada partícula causa movimento ciclotron, criando assim um momento magnético orbital,

regido pela Lei de Faraday-Lenz. Assim, o sistema exibe uma susceptibilidade magnética

negativa, marca característica do diamagnetismo.

O diamagnetismo pode ser utilizado como um fenômeno ilustrativo do papel essencial

da mecânica quântica na superfície, no perímetro, e na dissipação da mecânica estatística

do não-equilíbrio. O que é ainda mais notável é que a fronteira do meio como também

qualquer fronteira interna desempenha um papel crucial, a contribuição diamagnética no

momento angular anula a contribuição decorrente do assim chamado “salto de órbitas”,

des-ses elétrons, que batem na fronteira e buscam multiplicar e constituir o que se refletiu em

um efeito chamado “corrente de fronteira” [43]. Esse foi um grande triunfo da mecânica

quântica de Landau em 1930, quando revelou que a discretização de níveis de energia, e

consequentemente a degeneração de cada nível conduzia de uma maneira natural para

sus-ceptibilidade magnética [63].

A susceptibilidade magnética é uma característica intrínseca de cada material e sua

iden-tidade está relacionada com a estrutura atômica e molecular. Dayi [64] realiza o cálculo da

(17)

4

conduz ao diamagnetismo de Landau, aplicando uma estatística não extensiva [22], que é

uma forte candidata para a resolução de problemas onde a termodinâmica padrão não é

apli-cável. Özeren [65] também aplica a estatística de Tsallis, no mesmo problema, utilizando

um outro método. Obviamente, outras deformações não comutativas podem ser aplicadas,

por exemploq-deformação viaJD[57].

Sabemos que um sólido é constituído por um grande número de átomos ligados por

for-ças de coesão de vários tipos. Contudo num gás, as moléculas estão livres para percorrer

todo o recipiente, ou num líquido, em que as moléculas têm menos liberdade, porém ainda

percorrem distâncias consideráveis. O movimento dos átomos num sólido é muito restrito,

isso faz com que cada átomo se movimente apenas dentro de uma pequena vizinhança,

exe-cutando movimento vibratório em torno de seu ponto de equilíbrio. Num sólido cristalino,

os pontos de equilíbrio das vibrações atômicas formam uma estrutura espacial regular, uma

estrutura cúbica, por exemplo.

O estudo conduzido por Anderson, Lee e Elliot [60]-[62] mostrou que na presença de

defeitos ou impurezas num cristal modificam o potencial eletrostático em sua vizinhança,

quebrando a simetria translacional do potencial periódico. Esta perturbação pode produzir

funções de onda eletrônicas localizadas próximo da impureza, deixando de ser propagado

por todo o cristal.

A condutividade de semicondutores também pode ser dramaticamente alterada pela

pre-sença de impurezas, isto é, átomos diferentes partindo dos mesmos átomos que formam o

cristal puro. Esta propriedade permite a produção de uma variedade de dispositivos

ele-trônicos do mesmo material semicondutor. Esse processo de colocação de impurezas em

materiais semicondutores é chamada de dopagem.

Nesta tese, os assuntos estão dispostos da seguinte forma: No Cap.2, apresentamos uma

introdução daq-álgebra e dos osciladores de Fibonacci. Destacamos algumas propriedades,

suas possíveis aplicações, a sua origem partindo do princípio da incerteza de Heisenberg o

(18)

5

inserimos os paramêtros q1 e q2 no problema do diamagnetismo de Landau, por dois ca-minhos: através de uma função de partição generalizada; e da utilização das JD. Outras

discussões relacionadas a D-dimensões são consideradas. No Cap.4, aplicamos os

oscila-dores nos sólidos de Einstein e Debye e obtemos resultados (q1, q2)-deformados para as suas propriedades térmicas bem interessantes. E apresentamos nossas conclusões e perspectivas

(19)

Capítulo 2

q-Álgebra e aplicações

A construção de uma versão generalizada da álgebra dos operadores q-deformados, se

faz necessária. Principalmente através da inserção de um fator multiplicativo em um

ope-rador linear, que modificará suas caracterísitcas. Representações da álgebra de Heisenberg

q-deformada tem chamado muito a atenção na literatura [66], e sua conexão com oq-cálculo

baseado no número básico (definido logo a seguir) vem sendo investigado por vários autores

[9, 21][67]-[70].

Vários modelos utilizando aq-deformação foram desenvolvidos com o objetivo de

com-parar as propriedades algébricas e termostáticas dos sistemas decorrentes da álgebra do

os-ciladorq-deformado, que vão desde as interações entre férmions e bósons em física de

há-drons, estudo dos anions, quarks e antiquarks, teoria de campos, quebra de simetria chiral,

transição de fase entre condensados nucleônicos e piônicos, interações nucleares de muitos

corpos, entre outros estudos [13][49]-[53][71]-[84] .

Embora não esteja claramente estabelecido se a modificação da relação de incerteza

de Heisenberg nos conduz diretamente a álgebra quânticaq-deformada de bósons e

férmi-ons, as conseqüências estátisticas e termodinâmicas dos sistemas físicosq-deformados tem

sido intensamente investigadas [85]-[105]. As regras daq-álgebra são estruturadas no

(20)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 7

q-álgebra está intimamente conectada com a q-deformação da relação de Heisenberg. Por

outro lado, foi demonstrado em [53, 56, 85, 86, 96, 107] que os comportamentos de alta e

baixa temperatura dos grupos quânticos bosônicos e fermiônicos, dependem radicalmente

dos parâmetros reais de deformação.

O número básico é definido por

[α] q

αq−α

qq−1 , (2.0.1)

ondeqé um número real arbitrário,0< q <. Na formulação simétrica podemos limitar

a0< q <1ou1< q <. Esta notação [ ] apresenta as seguintes propriedades: i) quando

q 1, [α] α; ii)[0] = 0e [1] = 1; iii)[α] = [α]; é invariante sob a transformação

simétricaq q−1 [95, 96]. Vamos agora, demonstrar que oq-cálculo tem sua origem na relação da incerteza de Heisenbergq-deformada.

2.1

q

-Álgebra de Heisenberg

2.1.1

Algumas Propriedades da

q

-Álgebra

Em(1908)Jackson [17], introduziu oq-operador diferencial de Euler-Jackson

(Dqφ)(x) =

φ(x)φ(qx)

(1q)x , q∈C\[1]. (2.1.2)

No limite deqaproximando-se de1, temos a derivada usual de Leibniz,

lim

q→1(Dqφ)(x) =

dx, (2.1.3)

Podemos notar como essa derivada atua, através do exemplo:

Dq(xα) =

(qx)α

(1q)x =

(1qα)

x(1q) = [α]qx

α−1, α

∈C. (2.1.4)

(21)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 8

seguimos as fórmulas

D(x)f(x) = (x)Df(x) +D(x)f(x), (2.1.5)

Dq(u(x) +v(x)) =Dqu(x) +Dqv(x). (2.1.6)

Dq(u(x)v(x)) = Dqu(x)v(x) +u(qx)Dqv(x). (2.1.7)

Dq

u(x)

v(x)

= v(x)Dqu(x)−u(x)Dqv(x)

v(qx)v(x) , v(qx)v(x)6= 0. (2.1.8)

Aplicando Taylor [108], no lado direito de (2.1.2), obtemos a seguinte expressão para o

q-operador diferencial:

Dq(f(x)) =

X

k=0

(q1)k

(k+ 1)!x

kf(k+1)(x), (2.1.9)

desde quef seja analítica.

Se|q| >1, ou0<|q|<1e|z| <|1q|−1, temos uma funçãoq-exponencialE

q(z), e

aplicando aq-derivada,

Eq(z) =

X

n=0

1 [n]q!

zn, DqEq(az) =aEq(az). (2.1.10)

Assim, podemos tratarq-análogos das funções trigonométricas (sinecospor exemplo), da

forma

sinq(x) =

1

2i(Eq(ix)−Eq(−ix)), cosq(x) =

1

2(Eq(ix) +Eq(−ix)), (2.1.11)

aplicandoq-derivada, temos

(22)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 9

Podemos também verificar a seguinte identidade

cosq(x) cos1

q(x) + sinq(x) sin 1

q(x) = 1. (2.1.13)

Wolfgang Hahn [109] chamou [a]q de basische Zahlen, podemos traduzir como

nú-meros básicos, ou seja nosso número básico definido em (2.0.1). Podemos apresentar três

exemplos deq-análogos simétricos:

[a]q =

qaq−a

qq−1 , [a]q =

q2aq−2a

q2q−2 , [a]q=

qa2 −q− a 2

q12 −q−12

. (2.1.14)

Podemos ainda definir esses números pela relação [57, 78, 85, 97, 110, 111]

[a] = q

a1

q1, (2.1.15)

ondeqpode ser qualquer número real ou complexo. Veremos que os mesmos correspondem

à seqüência de números inteiros positivos,1,2,· · ·,n,· · ·. Temos a seqüência,

[1] = 1 (2.1.16)

[2] = 1 +q (2.1.17)

[3] = 1 +q+q2 (2.1.18)

· · · ·

[n] = 1 +q+q2+· · ·+qn−1 (2.1.19)

· · · ·

[n]! = [1][2][3]· · ·[n]. (2.1.20)

(23)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 10

2.1.2

Oscilador Harmônico Generalizado Deformado

Além dos osciladores que descreveremos a seguir, outros tipos deformados são apresentados

por Bonatsos em [113]. Todos são acomodados dentro da mesma estrutura matemática do

oscilador generalizado deformado, que é definida como álgebra gerada pelos operadores

de criação (a†), aniquilação (a), número (N) e a função estruturaΦ(x), que satisfazem as

relações,

[a, N] =a, [a†, N] =a, (2.1.21)

a†a = Φ(N) = [N], aa= Φ(N + 1) = [N + 1], (2.1.22)

ondeΦ(x)é uma função analitica positiva característica para o regime da deformação, com

Φ(0) = 0, e concluimos da Eq.(2.1.22), queN = Φ−1(aa), e as relações de comutação e

anticomutação são satisfeitas:

[a, a†] = [N + 1][N], {a, a}= [N + 1] + [N]. (2.1.23)

Podemos provar que a álgebra generalizada deformada possui um espaço de Fock de

autovetores|0i,|1i, . . . ,|ni. . ., do operador númeroN,

N|ni=n|ni, hn|mi=δnm, a|0i= 0, (2.1.24)

onde|0ié o estado de vácuo. Estes autovetores são gerados pela fórmula:

|ni= p1

[n]!(a

)n

|0i, [n]! =

n Y

k=1

[k] =

n Y

k=1

Φ(k), (2.1.25)

a|Ni= [N]12|N −1i, a†|Ni= [N+ 1] 1

2|N+ 1i. (2.1.26)

(24)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 11

com os respectivos autovalores de energia,

H = ~ω 2 aa

+aa, (2.1.27)

E(n) = ~ω

2 (Φ(n) + Φ(n+ 1)) =

~ω

2 ([n] + [n+ 1]). (2.1.28)

Obtemos os resultados para o oscilador harmônico ordinário quandoΦ(n) =n. E para,

Φ(n) = q

nq−n

qq−1 = [n]. (2.1.29)

Mostramos no trabalho [58] — ver os resultados obtidos na Sec.(4.1), um exemplo de

aplicação, partindo de uma das definições mostradas pela Eq.(2.1.14), e em particular para

qreal (q= expγ, [20, 21, 77, 80, 93, 98, 100, 102, 114]), onde obtivemos os autovalores de

energia,

Φ(n) = q

n 2 −q−

n 2

q12 −q− 1 2

= [n], E(n) = ~ω 2

"

sinh n+12γ2 sinh γ4

#

. (2.1.30)

Outros casos paraΦ(x)são apresentados por Bonatsos e Daskaloyannis [113], como por

exemplo: osciladores paraférmionicos, parabosônicos. No nosso caso, iremos trabalhar com

osq-bósons [1, 56, 85, 102], [115]-[117] eq-férmions [9, 59, 86],[118]-[121].

2.1.3

q

-Bósons

Consideramos o princípio da incerteza de Heisenbergq-deformado

qxppx=i~. (2.1.31)

Há pelo menos duas opções onde∆pode se manter preservado no (limite clássico) quando

q1. Uma possibilidade para que isso ocorra tem sido estudada por [70, 78], sendo∆ = 1.

(25)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 12

formulação que é simétrica emqq−1. Isso nos leva a introduzir um ansatz [92]

qxppx=i~q−N. (2.1.32)

Para q 6= 1, o momento p = i~x, tem que ser substituído pelo operador generalizado

p=i~D, de acordo com,

DxqxD=q−N. (2.1.33)

Buscamos a solução da Eq.(2.1.33) para o operadorD. Obteremos a solução partindo da

resolução dosq-osciladores. Assim,

[b, b†]

q=bb†−qb†b= ∆, H=

1 2(bb

+bb), (2.1.34)

ondeb,b†são os operadores de aniquilação e criação dos osciladores deq-bóson.

Expressaremos a Eq.(2.1.34), em termos deHe dos auto-estados|ni:

b|ni= [n]12|n−1i, b†|ni= [n+ 1]12|n+ 1i, (2.1.35)

H|ni= 1 2

[n] + [n+ 1], ∆|ni=q−n|ni. (2.1.36)

onde,

[n] = q

nq−n

qq−1 . (2.1.37)

Estabelecendo,

B =

 b

b†

. (2.1.38)

Assim a equação (2.1.34) pode ser escrita como segue

BtǫB=q−(n+12), onde, ǫ=

 0 q

−12

−q12 0

. (2.1.39)

(26)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 13

[1, 3, 14, 15]:

TtǫT =T ǫTt=ǫ. (2.1.40)

Portanto qualquer novo vetorXserá definido por

B=TX, satisfará XtǫX= ∆. (2.1.41)

A transformação de observáveis no espaço de Fock para o espaço de configuração é

rea-lizada definindo-seX. A partir da definição dada por [70], obtemos o princípio da incerteza

de Heisenbergq-deformado (2.1.31),

X =

 D

x

, (2.1.42)

inserindo o operador de dilataçãoθ(definido a seguir), chegamos a solução do operadorD

D= 1

x[θ]q =

1

x

q−θ

qq−1 . (2.1.43)

Isto também se processa na deformação da equação (2.1.32) original.

O número básico apresentado aqui, definido na equação (2.0.1) constitui a base da

álge-bra de osciladoresq-deformados [2]. Para provarmos utilizamos a propriedadex[N + 1]=

[N]x. Uma prova alternativa e instrutiva, consiste em mostrar primeiro que:

[N]x=x[N+ 1] =xq[N] +xq−N,

⇒ [N]xqx[N] =xq−N. (2.1.44)

Esta é a ligação fundamental entre o q-número básico e aq-deformação da relação de

incerteza, que nos leva automaticamente a derivada de Jackson (JD) através do número

básico. A fim de mostrar que a Eq.(2.1.43), é de fato a derivada generalizada, procedemos

(27)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 14

Primeiramente definimos o operador de dilatação

θx ∂

∂x, (2.1.45)

tal que satisfaçam as propriedades

θx=x(θ+ 1), θrx= (θ+ 1)r, φ(θ)x=xφ(θ+ 1), (2.1.46)

onder é um número qualquer eφ é um polinômio arbitrário. Podemos mostrar que isto é

verdade, estendendo a propriedade para qualquer monômio de uma variável realq, quando

qθx=xqθ+1. (2.1.47)

Continuando da Eq.(2.1.47), podemos estabelecer a propriedade adicional

θxr =rxr, (2.1.48)

para qualquer númeror, que pode ser estendido para um monômio,

θbxr =rbxr. (2.1.49)

Expandindo a série

qθ = 1 +θlnq+ θ

2

2!(lnq)

2+

· · · , (2.1.50)

obtemos o monômio,

qθxr =xrqr = (qx)r. (2.1.51)

Essa relação imediatamente generaliza-se para um polinômio e obtemos a Eq. (2.1.51), para

qualquer função polinomial. Temos agora de fazer a observação que existe na representação

holomórfica [21]

(28)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 15

ondeN é o operador número de bósonsq-deformado. A propriedade, (2.1.51), também é

válida para uma função arbitrária polinomial, ondeθ pode ser N ou [N]. Se escolhermos

θ =N, obtemos a propriedade

qNφ(x) = φ(qx), (2.1.53)

que pode ser estendido para o resultado

q−Nφ(x) =φ(q−1x). (2.1.54)

A partir disso e do resultado (2.1.43), podemos obter imediatamente um importante

resultado

Dφ(x) = 1

x

qN q−N

qq−1 φ(x) =

1

x

φ(qx)φ(q−1x)

qq−1 , (2.1.55)

que é reconhecido como a definição padrão [85, 106], na formulação simétrica da JD,

que é reduzida à derivada ordinária no limite q 1. Concluimos que, a introdução das

(JD)surge naturalmente a partir da relação de Heisenbergq-deformada através doq-número

básico.

Vamos agora considerar osq-bósons e aJDque obedece a relação (2.1.33). Se

escolher-mos a representaçãoDb,xb†, como em (2.1.52), então obteremos imediatamente

bb†qb†b=q−N. (2.1.56)

Assim, a álgebra dos operadores de criação e aniquilação dos osciladoresq-deformados

pode ser considerada como decorrente de uma representação de coordenadas e daJD.

Por-tanto, neste sentido, a álgebra de bósons q-deformados é uma conseqüência imediata da

deformação da álgebra de Heisenberg. Podemos então, concluir que:

qNb=bqN−1, [N]b =b[N

−1], [N + 1] =q[N] +q−N.

(29)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 16

2.1.4

q

-Férmions

Vamos agora voltar nossa atenção para a termodinâmica e a mecânica estatística dos

férmi-ons com base na álgebraq-deformada. Vamos considerar especificamente o número básico,

como definido na Eq.(2.0.1), enquanto os operadores de criação e aniquilação satisfazem

[86], a álgebra

f f†+q−1ff =q−N.

(2.1.58)

Esta equação, que conduz à determinação de muitas funções termodinâmicas de q

-férmions, mostra uma clara simetria desejável entre férmions e bósons e além disso, o

número básico utilizado para férmions é exatamente o mesmo que aquele utilizado para

bósons. Quando examinamos as álgebras descritas pelas Eqs.(2.0.1) e (2.1.58), juntamente

com a relação de Heisenberg (2.1.32), concluimos que as mesmas, não fornecem uma

re-presentação para a JD (2.1.43), para produzir a álgebra q-férmions (2.1.58). Em outras

palavras, não existe qualquer representação holomórfica útil deJD, como na Eq. (2.1.52),

tal quexf†,∂xf, que irá produzir a álgebra na Eq.(2.1.58).

Por outro lado devemos notar que aJDno caso deq-férmions ainda decorre da relação

Heisenbergq-deformada como foi mostrado anteriormente. Na teoria baseada nesta álgebra

deq-férmions, os autovalores do operador de númeroN pode assumir os valoresn= 0,1,

apenas, obedecendo a teoria do princípio da exclusão de Pauli, assim como no caso de

férmions não deformados. Além disso, podemos demonstrar que as álgebras apresentadas

acima podem ser transformadas para o caso de férmions normais, ou seja não deformados

[9, 115]. Existe uma outra representação interessante, resultando em uma álgebra de

fér-mionsq-deformada diferente que vamos investigar agora. Vamos introduzir a definição dos

números básicos de férmions dado por [9, 83, 91, 107, 109, 115]

[z]F =

q−z (1)zqz

q+q−1 , (2.1.59)

(30)

2.1. Q-ÁLGEBRA DE HEISENBERG 17

que é análogo à Eq.(2.1.33) para o caso do bóson,

F x+qxF =q−N, (2.1.60)

cuja solução é dada por F = x−1[N]

F. Isso pode ser verificado da seguinte forma:

Pri-meiro confirmamos que as propriedades apresentadas nas Eqs.(2.1.45)-(2.1.51) também são

válidas no caso dos férmions quando usamos os números básicos generalizados (2.1.59).

Precisamos de uma extensão dessas propriedades básicas. Ao escrevermos (q)n como

(exp (iπ)q)ne por meio da extensão da série para o exponencial, obtemos

(q)Nx=x(q)N+1. (2.1.61)

Convém salientar queN é um operador, e que a equação acima não está em conflito com

a Eq. (2.1.47). Consequentemente, teremos a representação holomórfica (1/x)[N]F ⇔ f,

xf†, o que leva a

f f†+qff =q−N (2.1.62)

Podemos fornecer uma prova direta para a solução da Eq. (2.1.62). A prova explícita começa

com a observação de que sugirá uma interpretação melhor para[N]Fx =x[N + 1]F, junto

com a propriedadeq[N] + [N+ 1] =q−N. Assim,

qx1

x[N]F +

1

x[N]Fx=q

−N, qx1

x[N]F +

1

xx[N + 1]F =q

−N. (2.1.63)

A partir da Eq.(2.1.62), faremos algumas observações, a seguir:

• A álgebra da Eq.(2.1.62) pode ser considerada como resultante da representação acima,

decorrente especialmente do número básico de férmions definido na Eq.(2.1.59), que

é uma introdução realizada por Chaichian et al [9];

• É notável que este número básico de férmions, nos fornece prontamente uma

(31)

2.2. ÁLGEBRA QUÂNTICAQ-DEFORMADA 18

para os q-férmions, ou seja, fornece uma justificativa fundamental para a definição

(2.1.59) em si;

• Observamos que esta álgebra de q-férmions não se baseia na relação q-Heisenberg.

A conexão com a relação de q-Heisenberg é válida somente para q-bósons. Apesar

das aparências, o operadorF que aparece na Eq.(2.1.60) não tem relação com aJD,

que tem a sua única conexão com osq-bósons; ele não tem qualquer semelhança com

as derivadas ordinárias no limite clássico. Finalmente, observamos que isto leva a

uma generalização dos férmions [9], no sentido de que esta álgebraq-deformada vai

além do princípio de exclusão de Pauli e os autovalores deN são arbitrários e não se

restringem aos valores0,1;

2.2

Álgebra quântica

q

-deformada

Com base no que foi estudado nas seções anteriores, por meio dessa estrutura e também

outros fatores que serão mostrados a seguir, formulamos umaq-álgebra onde engloba bósons

e férmions.

A simetria algébrica do oscilador quântico é definida pela álgebra de Heisenberg, em

termos dos operadores de aniquilação e criaçãoc,c†, respectivamente, e o operador número

N, por meio de [9, 86, 88, 90, 93, 105, 122, 123],

[c, c]K = [c†, c†]K = 0, cc†−Kqc†c=q−N (2.2.64)

[N, c†] =c, [N, c] =c, (2.2.65)

onde o parâmetro de deformaçãoqé real e[x, y]K =xy−Kyx, sendoK = 1paraq-bósons

com comutadores eK =1paraq-férmions com anti-comutadores. O valor observado do

número básico[x]tem que satisfazer a propriedade da não-aditividade

(32)

2.2. ÁLGEBRA QUÂNTICAQ-DEFORMADA 19

Os operadores obedecem as seguintes relações,

c†c= [N], cc†= [1 +KN], (2.2.67)

onde definimos nosso número básico como em [2, 9, 21, 75, 86, 94, 117, 120],

[x] = q

xq−x

qq−1 . (2.2.68)

A ortonormalização do auto-estado|nino espaçoq-Fock é construída de acordo com:

|ni= (c

)n p

[n]!|0i, c|0i= 0, (2.2.69)

As ações decec†sobre o estado|nino espaçoq-Fock são conhecidas por:

c†|ni= [n+ 1]1/2

|n+ 1i, (2.2.70)

c|ni= [n]1/2|n1i, (2.2.71)

N|ni=n|ni. (2.2.72)

A transformação do espaço de Fock para o espaço de configuração1existe segundo [21,

70]

c†=x, c=D(q)

x . (2.2.73)

Jackson em [19]p.255, introduziu operadorD(xq), conhecido por derivadas de Jackson

(JD)[16, 56, 57, 74, 86, 92, 105, 111, 117], que é diferente do operador usual de Leibniz

(∆)[106],

D(xq)f(x) = f(qx)−f(q−

1x)

x(qq−1) . (2.2.74)

(33)

2.2. ÁLGEBRA QUÂNTICAQ-DEFORMADA 20

No limite de q 1, o número básico[x]é reduzido ao número x, visto em (2.2.74).

Por-tanto,JDocorre naturalmente em estruturas quânticas deformadas.

Para calcularmos o número de ocupação ni (estatística q-deformada), partimos da

Ha-miltoniana dos osciladoresq-deformados não-interagentes (bósons ou férmions) [85, 97, 99,

102, 105, 110],

H=X

i

(ǫi−µ)Ni = X

i

(ǫi−µ)c†ici, (2.2.75)

ondeµé o potencial químico do sistema eǫi é a energia cinética no estadoiassociado com

o operador númeroNi. A Hamiltoniana é deformada e depende implicitamente deq, sendo

o operador número definido na Eq. (2.2.67). A média térmica de um observável(A)pode

ser calculada conforme,

hAi=tr(ρA), (2.2.76)

ondeρé o operador densidade. Definimos a função de partição grande canônicaΞcomo

ρ= exp(−βH)

Ξ , Ξ =tr(exp(−βH)), (2.2.77)

eβ = 1

κBT, ondeκB é a constante de Boltzmann. Determinaremos o número de ocupação médion(iq)2, e demonstraremos como chegamos as relações da JD trabalhando no limite de

altas temperaturasz 1(baixa densidade ou gás diluido).

[ni]≡ h[ni]i=tr

ρc†ici

= tr(exp(−βH)c

ici)

Ξ , limq→1h[ni]i=ni, (2.2.78)

a partir da Eq.(2.2.78) apresentamos duas formas distintas para resolução, no limiteq 1

ambas chegam ao mesmo resultado final. Contudo, veremos que na primeira resolução

chegaremos à equação de forma geral, por outro lado, a segunda resolução nos permite

escrever as derivadas de Jackson (JD). Os mesmos procedimentos ainda serão realizados na

2indice(q)é incluido para diferenciarmos do usual, uma vez que: lim

q→1n (q)

(34)

2.2. ÁLGEBRA QUÂNTICAQ-DEFORMADA 21

continuidade deste capitulo, até obtermos as relações para os osciladores de Fibonacci, que

ainda serão apresentados.

i)

[ni] = X

ni

expβ(ǫi−µ)ni

hni|c†ici|nii

X

ni

expβ(ǫi−µ)ni

=

X

ni

[ni]zexp(−βǫini)

X

ni

zexp(βǫini)

, (2.2.79)

ondez = exp(βµ)é a fugacidade. Com a definição dada pela Eq.(2.2.68),

[ni] =−

qzexp(βǫi)

zexp(βǫi)−1

zqexp(βǫi)

qzexp(βǫi)

, (2.2.80)

quandoq 1,

ni =−

z zexp(βǫi)

= 1

z−1exp (βǫ

i)−1

. (2.2.81)

Para[ni+ 1], temos das relações dos operadoresciec†i,

[1 +Kni] =Kq[ni] +q−ni, (2.2.82)

[1 +Kni]≡ h[1 +Kni]i= X

ni

expβ(ǫi−µ)ni

hni|cic†i|nii

X

ni

expβ(ǫi−µ)ni

,

[1 +Kni] = X

ni

[1 +Kni]zexp (−βǫini)

X

ni

zexp (βǫini)

,

[1 +Kni] =−

qexp(βǫi)

zexp(−βǫi)−1

Kqz−qz+exp(βǫi)

z−qexp(βǫi)

zq−exp(βǫi)

(35)

2.2. ÁLGEBRA QUÂNTICAQ-DEFORMADA 22

quandoq 1,

(1 +Kni) = −

zzKexp(βǫi)

zexp(βǫi)

= z

−1exp(βǫ

i)−1 +K

z−1exp(βǫ

i)−1

. (2.2.84)

Fazendo,

[ni]

[1 +Kni]

= 1

qK +z−1eβǫi−q,

ni

(1 +Kni)

= 1

z−1eβǫi−1 +K. (2.2.85)

Por outro lado, por exemplo, se estivermos em um sistema de bósons, ondeK = 1,

teremos

[ni]

[1 +ni]

= ni (1 +ni)

=zexp(βǫi). (2.2.86)

ii) Voltando a Eq.(2.2.78), aplicamos a propriedade ciclíca do traço [71, 74, 90, 95, 96,

97], obtemos,

tr expβX

nj

(ǫj−µ)njc†ici

!

=

= tr c†i expβX

nj

(ǫj−µ)(nj +δji)ci

!

=

= expβ(ǫi−µ)

tr expβX

nj

(ǫj −µ)njcic†i

!

, (2.2.87)

assim,

[ni] =

expβ(ǫi−µ)

tr expβX

nj

(ǫj−µ)njcic†i

!

tr expβX

nj

(ǫj −µ)nj

! , (2.2.88)

e pela definiçãocic†i = [1 +Kni],

[ni] = exp(−β(ǫi−µ))[1 +Kni] →

[ni]

[1 +Kni]

(36)

2.2. ÁLGEBRA QUÂNTICAQ-DEFORMADA 23

Resolvendo a Eq.(2.2.89),

[ni] =

zexp(βǫi)q−ni

1Kqzexp(βǫi)

= q

−ni

z−1exp(βǫ

i)−Kq

, (2.2.90)

com a definição do número básico (2.2.68) temos,

qni −q−ni

qq−1 =

q−ni

z−1exp(βǫ

i)−Kq

, (2.2.91)

(q)2ni = q−q

−1+z−1exp(βǫ

i)−Kq

z−1exp(βǫ

i)−Kq

, (2.2.92)

e assim, obtemos o número de ocupação médioq-deformadon(iq),

n(iq) = 1 2 ln(q)ln

qq−1+z−1exp(βǫ

i)−Kq

z−1exp(βǫ

i)−Kq

. (2.2.93)

Da álgebra do oscilador3q-deformado (por exemplo, no caso de bósons), temos que o

número de ocupação médio é dado por :

n(iq) = 1 2 ln(q)ln

z−1exp(βǫ

i)−q−1

z−1exp(βǫ

i)−q

. (2.2.94)

Por outro lado do oscilador quântico não-deformado temos que o número de ocupação

médio é dado por:

ni =

1

z−1exp(βǫ

i)−1

. (2.2.95)

Temos que,

N(q) =X

i

n(iq) e N =X

i

ni. (2.2.96)

(37)

2.2. ÁLGEBRA QUÂNTICAQ-DEFORMADA 24

Notamos queN pode ser obtido da função de partiçãoΞda forma:

ln Ξ =X

i

ln(1zexp(βǫi)). (2.2.97)

ComoN é definido por

N =z ∂

∂z ln Ξ, (2.2.98)

então,

N =X

i

zexp(βǫi)

1zexp(βǫi)

=X

i

1

z−1exp(βǫ

i)−1

, (2.2.99)

ou seja,

N =X

i

ni. (2.2.100)

No limitez 1(altas temperaturas), é fácil estabelecer uma relação entreN(q) eN viaD(zq) e∂z. Note que nesse limite temos:

n(iq)= q−q−

1

2 lnq zexp(−βǫi) e ni =zexp(−βǫi), (2.2.101)

logo,

n(iq) = q−q

−1

2 lnq ni, (2.2.102)

ou seja,

X

i

n(iq) = q−q−

1

2 lnq

X

i

ni ⇒ N(q) =

qq−1

2 lnq N. (2.2.103)

Usando (2.2.95) e (2.2.98) temos:

zDz(q)ln Ξ = q−q

−1

2 lnq z ∂

∂z ln Ξ, (2.2.104)

tal que,

D(zq) = q−q−

1

2 lnq ∂

(38)

2.2. ÁLGEBRA QUÂNTICAQ-DEFORMADA 25

As energias médiasU(q) eU são, portanto, também relacionadas. Note que:

U(q)=X

i

ǫin(iq) e U = X

i

ǫini. (2.2.106)

Usando (2.2.102) vemos que:

U(q)= q−q−

1

2 lnq U. (2.2.107)

Podemos escrever,

U(q) =

∂β ln Ξ =− ∂yi

∂β ∂ ∂yi

ln Ξ. (2.2.108)

Como ∂y

i é similar a

∂z, poisz = exp(βµ)eyi = exp(βǫi), generalizamos

∂ ∂yi →

Dy(qi), (2.2.109)

logo,

U(q) = ∂yi

∂βD

(q)

yi ln Ξ. (2.2.110)

Para,

Dy(qi) = q−q−

1

2 lnq ∂ ∂yi

, (2.2.111)

temos,

U(q)=∂yi

∂β

qq−1

2 lnq ∂ ∂yi

ln Ξ, (2.2.112)

ou seja,

U(q) = q−q

−1

2 lnq U. (2.2.113)

Basicamente a aplicação daJDresume-se em:

∂z →D

(q)

z ou

∂ ∂yi →

D(q)

(39)

2.3. ÁLGEBRA DOS OSCILADORES DE FIBONACCI 26

onde vemos a conexão entre Dz(q) e a derivada usual definida por Leibinz∂z ou (∆)

na Eq.(2.2.105).

2.3

Álgebra dos Osciladores de Fibonacci

É de conhecimento que a generalização de números inteiros de modo geral é dado por uma

seqüência. Duas formas conhecidas para descrever uma seqüência são as progressões

arit-méticas e geométricas. Uma simples generalização que engloba ambas é a seqüência

Fi-bonacci [47]-[56], que como sabemos é uma combinação linear onde o terceiro número

é a soma dos dois antecessores e assim por diante. As definições dos números básicos,

apresentadas neste capitulo são seqüências Fibonacci generalizadas, portanto, o número

ge-neralizado do espectro pode ser dado por número inteiro de Fibonacci.

Com o intuito de estabelecermos uma estatística do sistema em função dos parâmetros de

deformação (q1, q2) permitindo assim, calcularmos as funções termostatísticas no limite de baixas e altas temperaturas. Continuaremos descrevendo através da inserção do paramêtro

Kuma álgebra para (q1, q2)-bósons e (q1, q2)-férmions, usando o formalismo que generaliza

o cálculo de Fibonacci, recentemente proposto ao formalismo doq-cálculo.

Primeiramente, descreveremos a distribuição estátistica partindo de uma das definições

do número básico simetrizada apresentada na Eq.(2.1.14) [9, 71]. Mesmo não sendo

ob-jeto principal de investigação, essa nova definição, assim como a dada pela Eq.(2.2.68),

são de fundamental importância para a compreensão dos procedimentos realizados para

descrevermos a partir do número báscio de Fibonacci, as maneiras de aplicarmos a (q1, q2

)-deformação. Assim,

[xi,q] =

q2xi−q−2xi

q2q−2 , (2.3.115)

cic†i −Kq2c†ici =q−2Ni, [1 +Kxi,q] =q2[xi,q] +Kq−2Ni. (2.3.116)

(40)

encontra-2.3. ÁLGEBRA DOS OSCILADORES DE FIBONACCI 27

remos os seguintes resultados:

i)

[ni,q] = X

ni

[ni,q]zexp

(βǫi)ni

X

ni

zexp(βǫi)ni

[ni,q] =−

q2zexp(βǫ

i)

zexp(βǫi)−1

zq2exp(βǫ

i)

q2zexp(βǫ

i)

, (2.3.117)

quandoq 1,

ni =

1

z−1exp (βǫ

i)−1

. (2.3.118)

Agora,

[1 +Kni,q] = X

ni

[1 +Kni,q]zexp

(βǫi)ni

X

ni

zexp(βǫi)ni

[1 +Kni,q] = −

q2eβǫi ze−βǫi1 Kq2zq2z+eβǫi

(zq2eβǫi) (zq2−eβǫi) , (2.3.119)

quandoq 1,

(1 +Kni) =

z−1exp(βǫ

i)−1 +K

z−1exp(βǫ

i)−1

. (2.3.120)

Fazendo,

[ni,q]

[1 +Kni,q]

= 1

q2K+z−1eβǫi −q2,

ni

(1 +Kni)

= 1

z−1eβǫi−1 +K.(2.3.121)

Para um sistema de bósons, ondeK = 1, teremos,

[ni,q]

[1 +ni,q]

= ni (1 +ni)

=zexp(βǫi). (2.3.122)

(41)

2.3. ÁLGEBRA DOS OSCILADORES DE FIBONACCI 28

de ocupação médioq-deformadoni,q,

ni,q =

1 4 ln(q)ln

q2q−2+z−1exp(βǫ

i)−Kq2

z−1exp(βǫ

i)−Kq2

. (2.3.123)

SeK = 1,

ni,q =

1 4 ln(q)ln

z−1exp(βǫ

i)−q−2

z−1exp(βǫ

i)−q2

. (2.3.124)

Expandindo em z 1, temos a relação para JD, e como demonstrado

anterior-mente pela Eq.(2.2.105), também chegamos a JD para a definição do número básico

(2.3.115),

ni,q =

q2 q−2

4 ln(q) zexp(−βǫi), ni,q =

q2q−2

4 ln(q) ni. (2.3.125)

D(zq) = q

2q−2

4 ln(q) ∂z. (2.3.126)

Com base nos procedimentos anteriores, serão introduzidos os parâmetrosq1eq2(chamados por Arik de osciladores de Fibonacci [47]), e são bem investigados por [48]-[56]. Definindo

o número básico de Fibonacci,

[xi,q1,q2] =c †

ici =

q2xi 2 −q

2xi 1

q2 2 −q12

, (2.3.127)

cic†i −Kq12ci†ci =q22Ni, e cic†i −Kq22ci†ci =q12Ni, (2.3.128)

[1+Kxi,q1,q2] =Kq 2

1[xi,q1,q2]+q 2Ni

2 , ou [1+Kxi,q1,q2] =Kq 2

2[xi,q1,q2]+q 2Ni

1 . (2.3.129)

Temos a Hamiltoniana dada por,

Hq1,q2 =

X

i

(ǫi−µq1,q2)Ni, (2.3.130)

(42)

Hamil-2.3. ÁLGEBRA DOS OSCILADORES DE FIBONACCI 29

toniana é deformada e depende implicitamente deq1eq2 sendo o operador número definido na Eq.(2.3.127). Obtemos, o número de ocupação médio deformado para os parâmetrosq1 eq2, por meio de:

i)

[ni,q1,q2] =

X

ni

[ni,q1,q2]zq1,q2exp

(βǫi)ni

X

ni

zq1,q2exp

(βǫi)ni

(2.3.131)

ondezq1,q2 = exp(βµq1,q2)é a fugacidade do sistema, utilizaremos a notaçãozq1,q2 =

z′, assim,

[ni,q1,q2] =

z′(exp(βǫ

i)−z′)

(exp(βǫi)−q22z′) (exp(βǫi)−q12z′)

, (2.3.132)

quandoq1 =q2 = 1,

ni =

1

z−1exp (βǫ

i)−1

. (2.3.133)

Agora,

[1 +Kni,q1,q2] =

X

ni

[1 +Kni,q1,q2]z′exp

(βǫi)ni

X

ni

z′exp(βǫ

i)ni

=

= 1 + K(exp(βǫi)−z′)

q2 1 −q22

1 (q2

2z′ −exp(βǫi))

+ 1

(exp(βǫi)−q12z′)

,(2.3.134)

quandoq1 =q2 = 1,

(1 +Kni) =

z−1exp(βǫ

i)−1 +K

z−1exp(βǫ

i)−1

(43)

2.3. ÁLGEBRA DOS OSCILADORES DE FIBONACCI 30

Fazendo,

[ni,q1,q2]

[1 +Kni,q1,q2]

= 1

Kq2

2+z′−1exp(βǫi)−q22

, (2.3.136)

ni

(1 +Kni)

= 1

z−1eβǫi−1 +K. (2.3.137)

ParaK = 1, teremos,

[ni,q1,q2]

[1 +ni,q1,q2]

= ni (1 +ni)

=zexp(βǫi). (2.3.138)

ii) Agora pela Eq.(2.2.87), e com a definição dada pela Eq.(2.3.127),

ni,q1,q2 =

1

lnq21

q2 2

ln

q2

1 −q22+z′−1exp(βǫi)−Kq12

z′−1exp(βǫ

i)−Kq21

!

. (2.3.139)

ComK = 1,

ni,q1,q2 =

1 lnq12

q2 2

ln z

′−1exp(βǫ

i)−q22

z′−1exp(βǫ

i)−q21

!

. (2.3.140)

Expandindo a Eq.(2.3.139) emz′ 1, temos a relação para JD,

ni,q1,q2 =

q2 1−q22

lnq21

q2 2

z′exp(−βǫi), ni,q1,q2 =

q2 1−q22

lnq21

q2 2

ni. (2.3.141)

D(q1,q2)

z =

q2 1 −q22

lnq21

q2 2

∂z(q1,q2), (2.3.142)

Dz =∂z, quandoq1 = 1,q2 →1. (2.3.143)

Aplicaremos os osciladores de Fibonacci, nos capitulos a seguir, e obteremos resultados

(44)

2.3. ÁLGEBRA DOS OSCILADORES DE FIBONACCI 31

calor específico, condutividade térmica, etc. Trabalharemos nos regimes de baixas (z 1)

e altas temperaturas (z 1), e quando q1 = 1 e q2 → 1 e vice-versa, todos os resulta-dos obtiresulta-dos retornam aos encontraresulta-dos na literatura [124]-[127], pois as JD viram derivadas

(45)

Capítulo 3

Aplicação dos Osciladores de Fibonacci

no Diamagnetismo de Landau em

D

-Dimensões

O problema do diamagnetismo resolvido por Landau continua a levantar questões que

têm forte relevância ainda hoje [128, 129]. Estas questões dizem respeito à natureza quântica

inerente do problema, o papel de limites de fronteira e de dissipação, o significado dos

limites termodinâmicos e acima de tudo, mescla mecânicas clássica e quântica ocasionada

pelo ambiente decoerência induzido.

Para explicarmos o fenômeno do diamagnetismo, temos que levar em conta a interação

entre o campo magnético externo e o movimento orbital dos elétrons. Descartando o termo

de spin, o hamiltoniano de uma partícula na presença de um campo magnético H, é dado

pela expressão [124]

H= 1

2m

pe cA

2

, (3.0.1)

onde m e e são a massa e a carga do elétron respectivamente, A é o potencial vetor associado

ao campo magnético H e c é a velocidade da luz, em unidades (CGS). No contexto da

(46)

[124]-3.1. APLICAÇÃO DOS OSCILADORES DE FIBONACCI 33

[127]. Para ver isto, basta escrevermos a função de partição no espaço de fase clássico,

Ξcl = Z

d3r

Z

d3pexp (βH), (3.0.2)

Ξcl = Z

d3r

Z

d3pexp

2βmp e cA

2

. (3.0.3)

Note que podemos eliminar a dependência deΞcl com o campo magnético, ao realizarmos

uma mudança de variávelp′ p(ec)A, tal que

Ξcl = Z

d3r

Z

d3pexp

−βp′

2

2m

. (3.0.4)

Podemos fazer uma generalização paraD-dimensões, mudando a dimensão do espaço de

coordenadas e de momento de3paraDdimensões. O problema original em(D= 3)pode

ser visto de maneira detalhada a partir da equação (3.0.4) no Apêndice A, onde mostramos

que o diamagnetismo de Landau é um fenômeno puramente quântico. Neste caso, obtemos

a degenerescência g e também calculamos a frequência clássica de rotação definida por

ω = eH mc.

3.1

Aplicação dos Osciladores de Fibonacci

Inserimos os osciladores de Fibonacciq1eq2, através da Eq.(2.3.132), baseados nos desen-volvimentos realizados nas Secs.(2.2) e (2.3). Partiremos da(q1, q2)-função de partição no

ensemble grande canônico,

ln Ξ =K

g X δ=1 X k ∞ X n

{ln [1Kexp[β(ǫµ)]q1,q2]}

1, (3.1.5)

ondeK =±1, para bósons e férmions respectivamente (definido na Sec.(2.2)).

1ln [1

−Kexp[−β(ǫ−µ)]q1,q2] =

ln[1−Kz′q2

1exp(−βǫ)](q− 2

1 −1)+ln[1−Kz′q 2

2exp(−βǫ)](1−q− 2 2 )]

(47)

3.1. APLICAÇÃO DOS OSCILADORES DE FIBONACCI 34

Realizamos os somatórios, primeiramente considerando o limite contínuo,

X

k

f(k) L

w

(2π)w

Z ∞

−∞

dwkzfn(kz), (3.1.6)

ondew= (D2), ek2

z =k12+k22+· · ·+k2w eL(D) =V(hiper-volume). Devemos notar

que aumentamos apenas o número de dimensões para(D2)dimensões extras. O sistema

continua, em sua essência, um problema planar imerso em D dimensões. Substituindo a

Eq.(3.1.6) na Eq.(3.1.5), realizando uma expansão da forma,ln(1x) = x+x22 +· · ·, e trabalhando num limite de altas temperaturas ou de gás diluído(z 1), chegamos em

ln Ξ = KgL

w

(2π)w

X

n=0

Z ∞

−∞

dwkz

z′Ke(−βǫ)+ z

′2K2e(−2βǫ)(q2

1 +q22−1)

2

, (3.1.7)

Definimos o fator de degenerescênciage a energiaǫ, e

g = 2L

2eH

hc , ǫ=

~2k2

z

2m +~ω

n+1 2

. (3.1.8)

ln Ξ = K(22gLπ)wwz′

" Z ∞

−∞

dwkzexp

−β~

2k2

z

2m

| {z }

I1 ∞ X n=0 exp

−β~ω

n+ 1 2

| {z }

S1

#

+

+K3gLwz′2(q21+q22−1) 2(2π)w

" Z

−∞

dwkzexp

−β~

2k2

z

m

| {z }

I2 ∞ X n=0 exp

−2β~ω

n+1 2

| {z }

S2

#

.(3.1.9)

Observamos que as integrais I1 eI2 são gaussianas. A resolução de uma integral

gaus-siana é dada por:

Z ∞

−∞

exp(ax2)dx=π

a

(1 2)

. (3.1.10)

Logo chegamos aos respectivos resultados,

Z ∞

−∞

exp

−β~

2k2

z

2m

dwkz =

2πm β~2

(w 2)

(48)

3.1. APLICAÇÃO DOS OSCILADORES DE FIBONACCI 35

Z ∞

−∞

exp

−β~

2k2

z

m

dwkz =

1 2

(w

2)2πm

β~2

(w 2)

. (3.1.12)

Lembrando queβ = κ1

BT, ondeκB é a constante de Boltzmann, temos

2πmκBT

~2 (w 2) = 1 λw T , (3.1.13)

onde,λT é o comprimento de onda térmico de De Broglie. Por outro lado, os resultados dos

somatóriosS1 eS2da Eq.(3.1.9), são respectivamente

X

n=0

exp

−β~ω

n+1 2

= 1

2 sinh(βµBH)

, (3.1.14) ∞ X n=0 exp

−2β~ω

n+1 2

= 1

2 sinh(2βµBH)

, (3.1.15)

ondeµB = 2emc~ é o magneton de Bohr, e chamando(βµBH) =γ.

Com os resultado obtidos nas Eqs.(3.1.11-3.1.15) e o valor deg, podemos reescrever a

Eq.(3.1.9),

ln Ξ = z

K22L2e

2hc

L

(2π)λT

w

1 sinh(γ) +

z′K

2(w2)

(q2

1 +q22−1)

2 sinh(2γ)

, (3.1.16)

ln Ξ = z

K2LDeH

hc

1 (2π)λT

w

1 sinh(γ)+

z′K

2(w2)

(q2

1 +q22−1)

2 sinh(2γ)

. (3.1.17)

Podemos ainda definir dois fatores

C1 =

L(D)e

hc(λT(2π))w

, C2 =

L(D)e

hcλT(2π)2(

1 2)

w, (3.1.18)

e chamaremos(q2

Imagem

Figura 3.2: Calor Específico em função do campo magnético H, Eq.(3.1.32).
Figura 3.4: Susceptibilidade Magnética em função do campo magnético H, Eq.(3.1.49).
Figura 3.6: Calor Específico em função do campo magnético H, Eq.(3.2.76)
Figura 3.9: Curvas isotérmicas de magnetização do Y N i 2 B 2 C em função do campo magnético H, para temperatura acima de T c (0) = 15.25 ± 0.02K, [136].
+7

Referências

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