I
t
~---~/
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS,
LEILA JULIETTE KALO
. SUPERVISÃO ESCOLAR: EXPECTATIVAS E PERCEPÇÕES DO
.
,
SUPERVISOR ESCOLAR, DO COORDENADOR DE AREA E DO
PROFESSOR, QUANTO AO DESEMPENHO DAS FUNÇÕES DO
SUPERVISOR ESCOLAR
TIIESAE
K14s
- ESTUDO DE
CASO
-Rio de Janeiro, 1980
•
SUPERVISAo ESCOLAR: EXPECTATIVAS E PERCEP COES DO SUPERVISOR ESCOLAR, DO COORDENA
-DOR DE AREA E DO PROFESSOR. QUANTO AO DE
"
-SEMPENHO DAS FUNÇOES DO SUPERVISOR ESCOLAR ESTUDO DE 'CASO
-Laila Juliette Kaló
•
•
• . ", ;', ,#, .
SUPERVIS~O
ESCOLAR: EXPECTATIVAS E PERCEPÇOES DO SUPERVISOR ESCOLAR,
DO COORDENADOR DE
~REAE DO PROFESSOR, QUANTO AO DESEMPENHO DAS
FUNÇOES DO SUPERVISOR ESCOLAR
- ESTUDO DE
CASO-Leila Juliette Kalõ
Dissertação apresentada como requisito
. .parcial para obtenção do grau de
Mestre em Educação
Julia Azevedo
Professora Orientadora
Rio de Janeiro
Fundação Getúl io Vargas
Instituto de Estudos Avançados em Educação·
Departamento de Administração de Sistemas Educacionais
";.""l", 4' .... _ li
=-~ ~ ... ,..
A
Renêe, Tere, Nãdia, Lina,
Samir e Michel.
À Professora Julia Azevedo pela orientação
À Professora Ethel Bauzer de
Medeiros pelo acompanhamento e ajuda prestimosa
estatístico
no tratamento
Aos professores, Coordenadores
de Area. Supervisores Escolares e seus auxiliares, das escolas
municipais de Curitiba que se
dispuseram a colaborar, respon-dendo aos instrumentos utiliza-dos
A todos que, de alguma forma,
contribuiram para a realização
deste trabalho.
I
N O
r c
E
Lista de Anexos . • • • • • . . . • • • • • • . . . • . . • . . . VII
Lista de Tabelas
...
VIrILista
de
Quadros ••••••••••••••••••••...•..••••••••• XLista de Gráficos . . . • . • • • . . . XI
CAPITULO I - INTROOuçAo
CAPITULO II
• SUPERVISAo ESCOLAR EM SUA EVOLUçAo HISTORICA
2.1 - Origens e desenvolvimento ••.••••• ..•.• ••••• 5 2.2 - Supervisão escolar no Brasil
2.3 - Consideraç6es Complementares
CAPITULO III
...
• SUBS!OIOS PARA CARACTERIZAÇAo DA SUPERVISAo ESCOLAR
7
10
3.1 - Expectativas e percepçoes .•• ..•••••. .•. .•.• 13 3.2 - Contribuição da pesquisa
qualitativos 3.2.1 - em termos
3.2.2 - em termos 3.3 - Funções
quantitativos ••••.•..••••
3.3.1 - apontadas por especialistas 3.3.2 - preconizadas por projeto de
CAPITULO IV
1 e i .0 ...
• ESTUDO DE CASO: EXPECTATIVAS E PERCEPÇOES SOBRE A SUPERVISA O ESCOLAR NO MUNIC!PIO DE CURITIBA
15
18
21 24
4.1 - M e t o d o l o g i a . . . 26 4.1.1 - Caracterização do município
4.1.1.1 - Administração do sistema escolar 27 4.1.1.2 - Escolarização ••• .•••••••• .•.••••• 29 4.1.1.3 - Funcionamento do Serviço de
Super-visão Escolar . · 1 • • • • • • • • • • • • • • • • • • 30
4.1.4 - Indicação de técnicas de coleta •••• 37 4.1.5 - Escolha do instrumento a u t i l i z a r . . 38 4.1.6 - Aplicação do instrumento
...
39 4.1.7 - Caracterização adicional dosinfor-mantes • • • • • • . • • • • • • • . • • • • • • • • • • • • • • 40
4.1.8 - Tratamento estatístico dos
resulta-dos ••••••••••••••••••••••••••••••••
4~2 - Resumo e discussão dos resultados
4.2.1 - Pesquisa realizada em Curitiba 47 4.2.1.1 - Comparação de expectativas com pe~
cepções dos Supervisores Escolares. Coordenadores de Area e
professo-res . . . 48
4.2.1.2 - Comparação entre expectativas dos Supervisores Escolares. Coordenad~
res de Area e professores. .••• ••• 51 4.2.1.3 - Comparação entre percepções dos S~
pervisores Escolares.
Coordenado-res de Area e professoCoordenado-res... ••••• 58 4.2.2 - Confronto com os resultados obtidos
mediante pesquisas realizadas em mu-nicípios diferentes
4.2.2.1 - Comparação entre expectativas de professores de 5a. a 8a. séries de
Curitiba e do Rio de Janeiro ••••• 63 4.2.2.2 - Comparação entre percepções de pr~
fessores de 5a. a 8a. séries de Cu
ritiba e do Rio de Janeiro ••••••• 64
CAPtTULO
V -
CONCLUSOES E RECriMENDAÇOES...
67BIBLIOGRAFIA • • • • • • • • • • • • • • • • • I, • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 72
ANEXOS
...
80LISTA DE ANEXOS
I - Projeto de lei que propoe regulamentação
da profissão do SE • • TI • • • • • • • • • • • • • • • • • •
11 - Instrumento utilizado na coleta de dados
111 - Localização geográfica das 6 escolas pa~
ticipantes da pesquisa de campo ••••••••
IV
Tabelas relativas ao índice deescolari-~ação no Município de Curitiba
...
V -
Organograma do Departamento de Educaçãoda Prefeitura Municipal de Curitiba ••••
VI -
Tentativa de categorização dasativida-des do SE das escolas do ensino de 19
g r a u •••••••••••••••••••••••••••••••••••
VIr -
Diretrizes Gerais da Supervisão Pedagóg! ca da, Prefeitura Municipal de Curitiba-atribuiç5es do Supervisor •••••••••••••• ,
VII
81
88
98
J
100
104
107
1 - Número de docentes, supervisores escolares e
coordenadores de área por escola, de 5a. e
ae.
séries, do Sistema Municipal de Curitiba.2 - Caracterização adicional dos informantes
formação profissional
...
3 - Caracterização adicional dos informantes
tempo de serviço no cargo •.•••.•.••••••••••
4 - Caracterização adicional dos informantes
n9 de turmas sob sua orientação
...
5 - Caracterização adicional dos informantes
n9 de turmas sob orientação do professor .••
6 - Caracterização adicional dos informantes
n9 de docentes sob sua orientação .•••••••••
7 - Caracterização adicional dos informantes
faixa etária . . . • • . . .
a -
Valores do qUi-quadrado referentes ~ diferença entre as medianas de expectativas e
per-cepções dos Supervisores Escolares, Coorden~
dores de Area e professores ••••••••••••••••
9 - Teste dos sinais sobre as médias das expect~
tivas e percepçoes . . . .
10 - Médias globais de expectativas e percepçoes
da Supervisores Escolares, Coordenadore5 de
Area e professores . . . .
VIII
36
41
42
43
44
44
45
48
49
11 - Valores do qUi-quadrado referentes a diferen ça entre as medianas de expectativas dos gr~
pos de Supervisores Escolares. Coordenadores de Area e professores ••••••••••••••••••••••
12 - Teste dos sinais sobre as médias das expect~
tivas
...
13 - Médias globais de expectativas dos Supervis~
res Escolares, Coordenadores de Area e
pro-fessores . . . .
14 - Valores do qui-quadrado referentes a diferen ·ça entre as medianas de percepçoes dos Supe~
visores Escolares. Coordenadores de Area e
:profes so re 5 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
15 - Teste dos sinais sobre as médias das
percep-ç o e 5 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
16 - Médias globais de percepçao dos Supervisores Escolares, Coordenadores de Area e
professo-r e 5 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
l7 - Médias globais de expectativas dos professo-res de 5a. a 8a. séries do 19 grau do
Insti-tuto de Educação do Rio de Janeiro e do Sis-tema Municipal de Curitiba, quanto ao desem-penbo do Supervisor Escolar
18 - Médias globais de percepçao dos professores de Se. e Se. s~ries do Instituto de Educaç~o
do Rio de Janeiro e do Sistema Municipal de Curitiba. quanto ao desempenho do Supervisor
Escolar
...
IX
53
54
55
59
59
60
64
e testagem do instrumento . ..•.••.••••••.•
x
LISTA DE GRAFICOS
I - Médias das expectativas e percepçoes dos Su
pervisores Escolares, referentes ao desemp~
nho de suas funçõe s •••••••••••..••••••••••
11 - Médias das expectativas e percepçoes dos Co
ordena dores de Area, referentes ao
desempe-nho das funções do Supervisor Escolar .••••
111 - Médias das expectativas e percepçoes dos
professores, referentes ao desempenho das
funções do Supervisor Escolar : ..•••••••..•
IV - Média de expectativas por atividade do
Su-pervisor Escolar, extraídas das opiniões dos
Supervisores Escolares, Coordenadores de
Ares e professores . . . .
v -
Médias de percepçao por atividade doSuper-visor Escolar, extraídas das opiniões dos
Supervisores Escolares, Coordenadores de
Area e professores . . . .
XI
52
52
52
57
ANPAE
CADES
CFE DEF DNE FE gl IE INEP MEC DE PAMP PUC RJ SE SP
UFRGS UFRJ
- Associação Nacional de Profissionais de Adminis tração Educacional
- Coordenador de Area
- Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário
- Conselho Federal de Educação
- Departamento de Ensino Fundamental - Departamento Nacional de Educação - Faculdade de Educação
- grau de liberdade - Instituto de Educação
- Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos - Ministério de Educação e Cultura
- Orientador Educacional
- Programa de Aperfeiçoamento do Magistério - Pontifícia Universidade Católica
- Rio de Janeiro - Supervisor Escolar - são Paulo
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Universidade Federal do Rio de Janeiro
S UMA R I O
Este estudo pretendeu mostrar que o desempenho do Supervisor Escolar está aquem do desejado por profissiE.
nais que atuam na area. e que. em torno de tal desempenh~
há expectativas e percepções significantemente diferencia das entre aqueles profissionais.
Para tal efeito estabeleceu-se um referencial teó rico. fundamentado em pesquisa d6~umental. que apreciou o problema da Supervisão Escolar em sua evolução histórica. destacando elementos para caracterizar as funções do Supe~
visar Escolar. Promoveu-se um estudo de caso apoiado ba sicamente em dados primários. para verificar como se dese~
volve a atuação do Supervisor Escolar em um município br~
sileiro (no caso. o Município de Curitiba) e de que modo tal atuação é percebida por ele próprio e por outros pr~
f i s s i o n a i s (C o o r d e n a d o r e s d e A r e a e p r o f e s s o r e s) . Ve ri fi cp ~
-se. ainda. o que esses profissionais esperam da atuação do Supervisor Escolar (frente às atividades arroladas no instrumento de coleta de dados).
Utilizaram-se como instrumentos de coleta de da dos escalas do tipo Likert. acrescentando-se questionário sobre dados pessoais. Submeteram-se os dados a dois tes tes não paramétricas (da Mediana e dos Sinais) e a um tes te paramétrica (t'). por razoes que se especificam no de correr deste trabalho. Representaram-se também. grafic~
mente. os resultados obtidos.
Com base na fundamentação teórica e na pesquisa de campo. que estudam expectativas e percepções em torno do desempenho das funções do Supervisor Escolar. concluiu -se Rela necessidade da definição de uma política para o tratamento da matéria e formularam-se algumas recomendações.
This study aims to show that the performanc~ of the School Supervisor is beIow the desired professional
levels.and aIso that expectations and perceptions such performances vary significantly even among supervisors themselveso
ab out the
Documental research was underta:~en in order to: establish the needed theoretidâl frame Df reference;folmw the historical gen8sis Df School Supervision;and identify
GÍi;·'.'-3cteristic functions Df such supervisiono
A case study was completed in Curitiba (the whole M U fi í. (; i P a 1 i t Y ) so as to find out: how the School Superv~sor
rloe~ his work; how his performance is perceived both ~y
jli.iiL'~;81f and other related professionals (Area Coordinators
ano teachers), and what professionals expect from school supervision (in what relates to the
l i s t-t:; d i n o u r da t a c o 11 e c t i o n t o Dl) o
activities
Data were collected with Likert-type scales and ona personal data questionnaireo Data were submited to two non-parametric tests (Median and Signs) as well as to a parametric one (t) for reasons discussed in
me t h o do 1 o g Y c h a p t e r o D b t ai n e d graphicaIly representedo
results were as
the well
On the bases of theoretical foundations and Df our field study, tmat study expectations and perceptions about the School Supervisor's performance, the need to define a policy for school supervision was concluded and a few recommendations were madeo
CAPITULO I
INTRODUÇÃO
A Supervisão Escolar. caracterizada como processo e função. nasceu da inspeção escolar e esta da inspeção industrial. No Brasil. entretanto. sua formalização data da década de 60. com o Parecer
n
9 252/69 do Conselho Federal de Educação.
Em nosso país as pesquisas nessa area têm sido es cassas. resultando em progresso lento. o que não permitiu ainda a definição do perfil profissional do supervisor es colar.
A falta de consenso. entre os próprios elementos que atuam na escola. sobre as funções da Supervisão Esco-lar tem contribuído para a ausência de definição de linhas mestras para a atuação do SE. em torno das quais divergem
expectativas e percepções~ muitas vezes até por
desconhe-cimento do que representam as funções da Supervisão Esco-lar. Resulta disso. talvez. a designação imprópria de Su pervisores Escolares para funções que nada têm de técnic~
-pedagógica ou mesmo uma atitude pouco reflexiva do SE. a cerca dessa designação imprópria. deixando-se envolver por atividades puramente de controle.
Tais imp~opriedades redundam em prejuízo sério pa ra o sistema escolar. provocando quase sempre desarticul~
çoes e algumas vezes até conflitos. Acontecem esforços paralelos. direcionamentos divergentes ou. o que e
omissões.
pior.
Diante desses fatos tem-se um círculo vicioso. Não há delineamento claro de funções. falta o perfil pro-f i s SI i o n a I doS E • f i c a d i f i c u I t a d a a e s t r u t u r a ç ã o deu m c u ~
Quanto ao problema, R. Lenhard adverte:
"Convêm que .6e del.im.item cla.llamente,
no
.6.i.6:tema.
educa.c.iona.l, a..6
6un~õe.6de .6upellv.i.6ão,
.6u~.6Ilela.-~õe.6
com Ou:tIla..6
6un~õe.6e 0.6 de.6empenho.6
bã.6.ico.6
que lhe .6ão pell:t.inen:te.6,
.6em o que não .6ellã PO.6.6Z
vel detellm.ina.1l pa.dllõe.6 de
qua.l.i6.ica.~ãode.6.6e.6
e.6-pec.ia.l.i.6:ta..6,
nem cll.i:têll.io.6 pa.lla. Ilecllu:ta.mento e .6!
le~ão
do.6 ma..i.6
ca.pa.ze.6"
(c.i:ta.do pOIl
AIla.~jo,7976,p. 35).
Outros especialistas também alertam para o problema,
brando que:
1em-"a. .6upellv.i.6ão educ.a.c.iona.l quell
.6ell um .in.6:tllumen:to
e6.ica.z de
.inova~ãopeda.gôg.ica.
e .6Ô a.t.ing.illã
.6ua.
6.ina.l.ida.de
.6e :todo.6 0.6 pIl06.i.6.6.iona..i.6
envolv.ido.6
no
plloce.6.6o en:tendellem a. .6ua. na.:tulleza. e
6un~ão,e
t0.6
.6upellv.i.6olle.6 60llem pIl06.i.6.6.iona..i.6 a.dequa.da.men:te
60Ilma.do.6"
tCandau, 1976, p. 16).Essas advertências ganham maior sentido se se con
siderar a escola como um conjunto sistêmico, requerendo,
portanto, que cada subconjunto conheça suas atribuições e
as implicações frente à sua área e à dos demais.
O Ministério da Educação e Cultura, através do
Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos tINEP}, vem
fi-nanciando pesquisas sobre a Supervisão Escolar. O tema vem
sendo, ainda, objeto de análise em dissertações de
mestra-do. Preocupa, também, a área legislativa, onde há
proje-to de lei tramitando para regulamentar o exercício
profis-sional do SE (cf. p.19-20 e Anexo I p.81-8).
Especialistas da área de Supervisão Escolar se
reuniram, no "Encontro Nacional", realizado em Curitiba,
U9791, pleiteando a formalização de Associações profissi~
nais aos nfveis: nacional e estadual.
3.
Era propósito inicial deste trabalho efetuar uma
"r~plica" de pesquisa de A. Reis. no que se refere ~ op! nião de professores de Sa. a 8a. séries sobre o desempenho
do SE. Ampliou-se. entretanto a pesquisa.
entendendo-se útil conhecer também a opinião de outros profissionais que atuam na área da Supervisão Escolar.
Assim. as expectativas e percepçoes aqui registr~
das envolvem a opinião não só de p~ofessores. como também de Coordenadores de Área e dos próprios Supervisores Esc~
lares. Com isto pretendeu-se obter conjunto mais represen tativo de informações e:
(i) verificar se ocorrem diferenças significantes de expectativas e percepções dos profissionais de educação em relação ao desempenho do SE;
(ii) comparar os resultados de pesquisas sobre SE
realizadas entre dois municípios de Estados
diferentes (Curitiba e Rio de Janeiro);
( i i i ) sugerir providências com base nos estudos re alizados.
Para tal efeito formulou-se a seguinte de trabalho:
hipótese
As expectativas e as percepções dos Coordenadores de Área (CA). dos professores e dos Supervisores Escolares C.SE). em relação às funções desse últi mo apresentam diferenças significativas.
Essa hipótese geral foi a seguir desdobrada em ou t ra s c i n c o .
o
estudo está estruturado em 5 partes. Feita aINTRODUÇÃO da matéria. segue-se no CAPITULO 2 comentário
sobre a evolução histórica da Supervisão Escolar. desde a
sua origem até o presente. momento. particularmente em
nos-so pais. No CAPITULO 3 examinam-se elementos para a carac
terização do desempenho do SE. a saber: expectativas e pe~
cepçõesJ principais funções do SE na opinião de especialis
,
-tas em Supervisão EscolarJ contribuições. acerca da
neces-sidade de delimitação do perfil profissional do SE. extrai
das de pesquisas realizadas na áreaJ e funções
preconiza-das em lei. A discussão e o resumo da pesquisa de campo
sao apresentados no CAPITULO IV. CONCLUSOES E REOOMENOA
ÇOES, umas genéricas e outras específicas. constituem a
úl-tima parte deste trabalho. todas. porém procurando
ressal-tar a necessidade e a importância de uma açao articulada.
para a melhoria do desempenho do SE. no campo da
5 •
CAPITULO II
SUPERVISAo ESCOLAR EM SUA EVOLUçAO HISTORICA
2.1 - Origens e desenvolvimento
A Supervis;o. na sua forma instituciona1izada. nas ceu com a empresa capitalista. da necessidade de melhorar as técnicas da indústria e do comércio. aperfeiçoando-se. cada vez mais. com a revoluç;o industrial. Ao supervisor. então chamado de inspetor. cabia fiscalizar as tarefas dos operários da indústria.
Nos sistemas escolares. a função do inspetor re-vestiu características semelhantes às do inspetor da indús tria - desenvolvendo-se essencialmente autoritária e fisca 1izadora e usando a coerção como principal recurso. Cor-respondia a uma atuação mais de natureza administrativa. em que o SE era uma espécie de "vigilante" das tarefas do-centes. incumbido de verificar. por exemplo. freqOência e pontualidade dos professores e alunos. Voltava-se. porta~
to, para a disciplina e nao para o processo ensino/aprend! zagem, que deveria ser seu objeto de preocupação maior.de acordo com especialistas em Supervisão Escolar.
são muito antigas. ~ntretanto. as origens da Su-pervisão. Quem o afirma é Nãjera (1969). em resenha histõ rica sobre a inspeção escolar:
- no~ povo~ da antigüidade, como na índia, Pe~~ia, China
e
no Egito, a vigilância da~ in~tituicõe~educativa~ e~tava a ca~go
de
~ep~e~entante~ da~ ca~ta~ ~ace~dotai~e
da nob~eza;na G~eci~
e em
Roma,jã
exi~tiam pe~~oa~,com
ca~go~
e
nuncõe~ deninido~, enca~~egada~de
-- na
epo~ado
6eudali~mo, ~on6iava-~ea
bi~po~a
vigilân~ia
de
atividade~ edu~a~ionai~e
po~te~io~ente
a
out~a~ pe~~oa~, e~~olhida~pela au
to~idade e~le~iã~ti~a;
~om
o
~apitali~mo ~u~giua
in~peção e~~ola~,a-b~angendo
a
edu~ação 6o~malem
todo~ o~ ~eu~nl
vei~;
- o
~egime ~o~iali~talevou
o~ pal~e~ ~oviêti~o~a
o~ganiza~em vigo~o~o~ hi~tema~ edu~ativo~,em
que a
in~peção eh~ola~, inhtitu~ionalizada,tem
6inalidadeh
e
~a~a~te~lhti~ahbem
de6inida~,de
a~o~do ~om a~ pe~ulia~idade~ lo~ai~;no
Mêxi~o (pa~de
o~igemdo
auto~l,ah
ta~e6a~de
vigilân~ia pe~mane~e~ama
~a~go da~ ~la~~e~ dominante~ du~antelongo
pe~lodo,não
exi~tindoum
~i~temade
in~peçãobem de6inido;
tal
~oveio a
o~o~~e~no
no~~o ~ê~ulo,jã no
pe~lododa
~evolução mexi~ana.Com o aparecimento das escolas normais,na França, e que se inicia a preocupação de fazer a supervisão atuar sobre a orientação e a formação do professor, buscando um ensino melhor. Mesmo assim, ainda permanece o caráter fis calizador da Supervisão.
7 •
Embora no inIcio de nosso século. já houvesse um número expressivo de escolas e de organização de sistemas escolares. somente no período de 1930 a 1940 é que esse a~
menta se dá no Brasil. Em conseqOência desse aumento e dos estudos de relações humanas passou-se a exigir ainda mais a presença do SE e, agora, não mais em caráter direcional e impositivo mas, ao contrário. numa linha de esforço coo-perativo.
De 1940 a 1960 dá-se ênfase a Supervisão como es-timulo à pesquisa, levando os professores a raciocinar com base em situações-problema.
dessas situações.
orientando-os para a solução
"A.tua.lmen..te
a.
SupeJl.vi~ão
E~c.ola.Jr.
bu~c.a. .toJr.n.a.Jr. o
pJr.o6e~~oJr.,
c.a.da.
vez
ma.i~ c.on~c.ien..te,e6ic.ien..te e
Jr.e~pon.~ãv el "
(
N é r i c i . 1 9 7 6 • p. 3 11 .
A trajetória percorrida pela Supervisão Escolar a conduziu da forma nitidamente fiscalizadora para a orienta dora. ultimamente. assumindo o caráter assistencial. com papel renovador e inovador. conforme salienta Wi1es. cita-do por Lourenço l19741:
"O
pa.pel do
~upeJr.vi~oJr. .tOJr.n.ou-~eo
de a.p O
ia.Jr. ,
a.~~i~.tiJr.
e
pa.Jr..tic.ipa.Jr.,
a.n.te~que diJr.igiJr..
A
a.u.toJr.i
da.de da.
po~içãode
~upeJr.vi~oJr.não
~eJr.eduziu,
ma.~ pa.~~oua.
~eJr. u~a.da.de ou.tJr.o modo.
~ u~a.da.pa.Jr.a.
pJr.omoveJr.
c.Jr.e~c..<..men.to a..tJr.a.vê~do exeJr.c.lc.io da.
Jr.e~ pon.~a.bilida.dee da. c.Jr.ia..tivida.de
a.n..te~que da.
de-pen.d~n.c.ia.
e
c.on6oJr.mida.de"
Cp.
27).2.2 - Supervisão Escolar no Brasil
A Supervisão Escolar. também. no Brasil aparece com características fiscalizadoras. numa experiência que estigmatizou suas origens. Surgiu da Inspeção Escolar es-tabelecida na década de 30. apos a criaçãodo Ministério da Educação e Saúde LDecreto n9 19.402, de 14/11/19301 e da
Nesse periodo a estruturação inicial do curso de Pedagogia la~semelbada a dos cursos de magistério que
sur
-giram nos anos 30) previa a preparação de Bacharéis em três anos. a que se acrescentava um ano de estudos de didã tica. para a formação de Licenciados.
quema que se convencionou chamar "3+1"
Estruturou-se o es-sem a preocupaçao de aliar "o que~ ensinar ao "como" ~nsinar consagrando-se.
• - 1
assim. uma dicotomia entre o conteudo e sua aplicaçao. Nesse quadro. o desempenho das funções da Supervi sao Escolar não correspondia. ainda. a uma habilitação es-pecifica: ficava a cargo de professores com prática em ati vidades docentes. não necessariamente formados em Pedago-gia •. Suas funções permaneciam estritamente de vigilãncia. mantendo as mesmas características anteriormente desenvol-vidas na inspeção escolar.
Somente. em 1942. tentou-se dirigir a inspeção no sentido de orientação pedagógica - iniciativa que nao al-cançou resultados expressivos. isto é. permanecia voltada para os aspectos administrativos. tais como: controle de freqOência de professores. de alunos. cobrança de relató-rios e outros.
A preocupação de fazer da inspeção um instrumento para a melhoria do ensino foi formalizada na década de 50 (Portaria n9 318 de 1954 da Diretoria do Ensino
Secundá-riol. Posteriormente. várias denominações lhe foram atri-buídas. predominando as de Orientação Pedagógica e de Ori-entação Escolar. Não obstante. tais denominações (que dei xam transparecer influência européia. particularmente fra~
cesal. a inspeção permaneceu com caráter fiscalizador. cor respondendo a açoes pré-determinadas. A partir dessa cen-tralização. um tipo de acomodação se foi cristalizando. Por outro lado.no "CU~hO
de
Pedagogia
een~~adoem
gene~alidadeh edueaeionaih,
hem
eon~eüdohque
lheh he4vihhem
de
ba
he,
Oh
heuh
alunoh não ehegavam a
he~ p406ehho~eheomo
Oh
demaih.
No
exe~eZeio p~o6ihhional, en~~e~anto, deve~iam9 .
ou
avalia~uma
e4eolaque de4eonheeiam
e di~igi~ou
eoo~deYl.a~ me4t~e.4
d04 quai4
em ~go~não
e~am pa~e.4".(V. Cha2
gas. 1976. p. 60).
Com a vigência da Lei de Diretrizes e Bases.a bus ca de maior especificação para os cursos de Pedagogia. em esquemas de formação diferenciados a partir de uma base comum (Parecer CFE 251/62). permitiu o estabelecimento de currículo mínimo próprio.porém ainda bastante genérico na própria opinião do relator (V. Chagas). :Apesar de o Pare-cer CFE 292/62 extinguir a dicotomização de tratamento.que caracterizava o estudo dos conteúdos e o dos métodos sep~
radamenteCconcedendo em correspondência dois diplomas.o de B a c h a r e 1 e o d e L i c e n c i a do). o p r o b 1 e ma d a c o r r e s p o n dê n c ia entre o estudo dos conteúdos com o dos métodos não fi cou resolvido: o Colégio de Aplicação.caracterizado pelo mesmo Parecer como "centro de experimentação e demonstração"-não atingiu sua função uma vez que "a~ opo~tunidade~
de
p~~t~ea e6etiva que
4e o6e~eeiama eada Lieeneiando não
alean
çavam uma dezena
de
ho~a~ao longo
de toda a
~ua 6o~mação"(ap. p. 59). Além disso. sua existência era facultativa. Diante dessas dificuldades, o Departamento Nacio nal de Educaç~o - DNE - passou a promover. a partir de 1963. a realização de cursos de "Formação de Professor-Supervisor". sob orientação do INEP. A duração correspo~
dente era de 8 a 10 meses. totalizando. no mínimo. 960 ho ras e no máximo 1.440
dirigido. Como se vê.
horas. sempre acrescidas de estudo
- 3
praticamente um curso de graduaçao. A preocupaçao expressa de "criar. definitivamente.
a f~gura do professor - supervisor" aparece no Plano Tri~
na1 do Governo FedeJrélll. cuja execução. prevista para o p~
ríodo 1963/65. nao chegou a se efetivar. interrompida que foi pelo movimento revolucionário de 1964.
,I~"
do pelo INEP1, Pierre Vaast (perito da UNESCO) e Stella da C. Santos (técnica de educação do INEP) arrolaram atribui-ções do "professor-supervisor" extra!das de relatório, el~
borado por egressos do curso de "Formação de Professor-Su-pervisor" anteriormente referido. O elenco de atribuições é difuso, abrangendo uma variação imensa de tarefas, algu-mas das quais inteiramente desvi~culadas da area. Incluem se, entre elas, desde a construção de fossas secas e aqui-sição de material permanente e de consumo até a escritura-çao escolar além da orientação do ensino.
Somente através do Decreto-lei n9 53/66 surgiu a
preocupaçao com o preparo de especialistas em educação (art. 39 , parágrafo único) - eXigência que viria a ser formaliza da com a vigência da lei n9 5.540/68. A partir de então,
modificou-se significativamente a sistemática que vinha sendo adotada desde os anos 3D, exigindo-se agora, a forma ção de especialistas em administração, inspeção, supervi-são, orientação e magistério em cursos superiores de gra-duação.
Embora, como se ve, a origem formal da Supervisão Escolar date do inicio da década de 60, somente no final dessa, com a lei 5.540/68 e o Parecer 252/69 é que a Supe~
visão Escolar se institucionalizou como habilitação entre aquelas definidas para o curso de Pedagogia.
2.3 - Considerações Complementares
A evolução histórica da Supervisão Escolar em ge-ral e, em especial, no Brasil, leva a perceber que alguns fatores concorreram para a dificuldade· que ainda vem mar-cando a atuação do SE, na delimitação do seu campo de tra-balho e na definição do seu perfil profissional. Entre os referidos fatores, podem-se destacar os seguintes:
(i) as caracteristicas de fiscalizadora que lhe estigmatizaram a origem, ligada a
Escolar;
11.
(ii) a própria estrutura do curso de Pedagogia à época do seu surgimento. contribuindo para a formação inadequada do PedagogoJ quer por manter separados o estudo dos conteúdos e o dos métodos, quer por apresentar conteúdos embasados em "generalidades educacionais"; (iii) falta'de consenso entre os profissionais
que a~uam no Setor de Supervis~o Escolar.em relação às atribuições do SE;
(iv) utilização de termos múltiplos. tanto para definição do setor (Orientaç~o Pedagógica.
Coordenaç~o Pedagógica. Supervisão Educaci~
nal. Supervisão de Ensino. Supervisão Esco-larl. quanto para a do profissional - (Pro-fessor-Supervisor. Orientador Pedagógico. Coordenador Pedagógico. Assistente Pedagóg! co. Supervisor Educacional. Supervisor de Educação. Supervisor Escolar).
E
flagrante, asiim, a necessidade de seremreava-liados os cursos superiores de educação e, entre eles, o
de SE, tanto no aspecto quantitativo como no qualitativo,
para que não continue a crescer o número de especialistas
o c i,o s os, em S iJ p e r v i são E s c o 1 a r •
Tlal po~il1.ção foi defendida. também, pelos
conferencis-tas do 29 Encontro Nacional de Supervisores de Educação
[realizado em Curitiba em out./791, que pleitearam a
rede-finição dos cursos de Pedagogia, considerando-os estrita
mente acadêmicos e distanciados da realidade e advertindo
quanto à Supervisão Escolar:
"~5
a
pa~~i~da
p~i~ica ~e encon~~a~io o~cami-nho~ ve~dadei~o~
que
iden~i6ica~ioo
con~eüdoda
Supe~vi~ão
com a
e6iciência da açio
~ocial, po~~lvel e~paço
que hoje
~e ab~e pa~aaquela
me~ma p~ã.~ica" lO. Atta, 1979, p. 121.Também as especialistas Eurides Brito da Silva e
Anna Bernardes Rocna l19731 reafirmaram a importãncia de
ser repensada a função do supervisor. declarando:
"Hã.
ne-ce~~idade, po~êm,
que
~e~~al~a,na
a~ualidadeeducacional:
an~~
de
pen~a~-~eem
amplia~ o~ quad~o~de
~upe~vi~o~e~lou
o~ien~ado~e~ pedag5gico~1, ~e~ã. nece~~ã.~io de~envolve~-~e ve~dadei~o p~oce~~o
de avaliação do
de~empenho. do~~~ul~ado~
da
~upe~vi~ão e~cola~e
~ede6ini~-~e ~eu ~~abalho e
~uaóunção.
Ap5~ ~al ~evi~ãoê
que
a~ unive~~idade~deveAão
p~omove~ o~ cu~~o~de
6o~mação de~~e~ e~peciali~13.
CAPITULO III
SUBS!OIOS PARA A CARACTERIZAÇAo OA AçAo SUPERVISORA
Considera-se importante, para a atuação de qual-quer profissional, ~ conhecimento de expectativas e percep çoes em torno de seu desempenho, das funções que lhe cabe
desenvolver e do perfil profissional correspondente. Por
isso este capItulo aborda tais aspectos.
3.1 - Expectativas e percepçoes
"O
~i~~ema ~ocial ~de6inido
po~ ~ua~ÇÕ~i
cada
in~~i~uição po~ ~eu~ pap~i~ con~tituinte~ica-da pape.l
pela~ expec~a~iva~ ligada~a
e.le"
LA. Reis, 1977,p. 131.
"Quando um indivIduo
i
de.~ignado pa~aa
o~ganização
e~cola~,e.le.
a~~ume.uma ide.ntidade
po~icional:
~upe.~intende.n~e, di~e~o~de
e~cola, p~06e.~~o~, e~tudan~e.
São
~oda~ e.~~a~ iden~idade~que.,
no
~i~~ema ~ocial ~e.lativame.n~e pe~maYLe.n~ee
60~mal
c~iadoda
e~cola, ~~azem COYL~igo ce.~~a~ima-geYL~ ge~alme.YL~e ace.i~a~ po~ todo~" CSergiovani e Carven, 1976, p. 202L
"Pa~a
cada
po~ição ~econhecida exi~te.uma
expe.c-ta~iva, amplame.n~e
aceita
pe.lo~ memb~o~da com uni
dade.,
quan~oao
compo~tame.n~oque
de.ve
~e~ ap~e.~eYL~ado pela~ pe~~oa~
que ocupam
e~~a po~ição~Aquilo que
~e e~pe~aque um
ocupan~etIpico
de.
uma
po~ição6aça,
con~~ituio papel
a~~ociado'a
e~ ~
a
po
~i ç
ã
o "
(K r e c b e t. a 1 i i , 1 9 6 9 , v. 2, p. 3 6 OOh papêih haO de6inidoh
em
~e~mOhde
va~,
em
c.o~~ehpondênc.iac.om
"c.e~~oh di~ei~ohe
expec.~a~i
deve~eh
no~ma~i.voh" (Getzels. Liphan e Campbell. citados por
Ser-giovani É3 Carven. 1976. p. 202).
o
disciplinamento de papéis regula as relações en tre as pessoas. principalmente. em posiçõ~ próximas.já que permite a cada pessoa determinar seu comportamento com re-'lação ao de outra. Esse processo faz com que se reduzamos conflitos de papéis. facilitando o relacionamento inter-pessoal.
Para que realmente ocorra um funcionamento inter-pessoal eficiente. há necessidade de que os papéis sejam definidos e delimitados com clareza. Caso contr.ário. po-dem ocorrer conTlitos entre papéis. ou até mesmo
tivas contraditórias.
expecta-Numa atuação conjugada. conforme deve ocorrer es-pecialmente no Sistema Escolar. é importante a formação de consciência de expectativas comuns e predisposição para reagir a essas expectativas.
Paralelamente.
"Se
uma pehhoa que oc.upa uma
de~e~minadapOhiçio
pe~c.ebe
que quahe
~odahah pehhoah
~êmah
mehmah
expec.~a~ivah,
ou
expec.~a~ivah mui~o hemelhan~eh,quan~o
ã
manei~apela qual
deve
c.ompo~~a~-heem
heu papel,
~emOhum c.aho de
c.ompa~ibi.lidadede
pap~.
Ve
ou~~olado,
he he
pe~c.ebeque ah expec.
~a~ivah
e exigênc.iah dOh
OU~~Ohhão
c.on~~adi.~õ-~iah, ~emoh
um c.ahO de
inc.ompa~ibilidade"et. alii. 1969. p. 568).
(Krech
No caso de SE. supoe-se que diferentes expectati-vas conduzam a comportamentos diferentes em resposta aos mesmos atos.
15.
em que descobre como seus comportamentos estão sendo perc~
bidos pelas pessoas sob sua influência. poderá reduzir a incompatibilidade dos papéis adquirindo. assim. condições ;para minimizar conflitos e divergências.
~ preciso observar que. assim como os individuos podem diferir na maneira de desempenhar seus papéis ttendo em vista as características próprias de cada um). podem v~
riar. também,:-as percepçoes desses indivíduos em relação ao desempenho de papéis realizados por outrem. Mesmo
por-que
"o
pe~cebido ~ in~luenciado po~ expe~i~ncia conc~etap~~via" CHilgard. 1972. v.2. p. 400).
Cria-se. assim. em torno do comportamento do SE. uma série de expectativas, sendo que
"a
manei~a pa~ticula~
como uma pe440a
v~a 4ituação num ambiente pode
4e~con4ide~ada
o
compo~tamento-pe~cepção" (Alfonso et. alii.1975. p. 212).
3.2 - Contribuição da pesquisa
A ação Supervisora. como tema de pesquisa. nao che gou ainda a sensibilizar devidamente a comunidade cientifi ca brasileira. quer se aprecie do ponto de vista qualitat1 vo ou do quantitativo.
3.2.1 - Em termos qualitativos
Resultados de pesquisas específicas. apreciados em conjunto. indicam que os integrantes do sistema escolar nem sempre vêem sob a mesma óptica o desempenho do SE. Apontam com insistência a necessidade de definição do per-f i l desse proper-fissional e de delimitação de seu campo de atuação.
Pesquisando a realidade brasileira. o Centro de Recursos Humanos "João Pinheiro" do MEC/OEF em 1973. con-cluiu que: não há linha geral em relação às funções do
admi-nistradorJ hi falta de consenso quanto is funç6es do supeE
visorJ nao hi qualificação adequada do profissional, em de
corrência da indeterminação de suas funç6esJ a supervisão
ressente-se de precisa conceituação e de definição de
li-nhas mestras de funcionamento.
No que se refere is finalidades da Supervisão
Es-colar, uma diferença significativa é apontada no mesmo
es-tu do, c o n s i d e r a n d o i n f o r:m a ç õ e s c o 1 h i das j u n t o a 27 uni d a
-das federa-das. : Mais da metade (56%), situa a supervisão
com finalidades exclusivamente de ordem técnico-pedagógicaJ
44% com finalidades técnico-pedagógica e administrativa.
Embora haja supervisores em número escasso exercendo ativi
dades exclusivamente administrativa.
Quanto ao tipo de atuação. a grande maioria dos
supervisores C74%l esti envolvida com assistência pedagóg~
cal 25,3% com assistência pedagógica e administrativaJ nao
chegando a 1% (0,7%) o contingente dos que prestam
assis-tência exclusivamente administrativa.
No que se refere às atividades que interferem na
autonomia dos professores, bem como is relacionadas a
con-trole e avaliação, ficou demonstrado, pela pesquisa de Cas
tro (976), que hi diferenças significativas de percepção,
quando confrontadas as opiniões do grupo de SE com a dos'
professores - o que levou a autora a enfatizar a
importân-cia de uma definição clara das atividades dos supervisores,
recomendando a realização de estudos para avaliar o
desem-penho de suas funç6es.
Bisset, na pesquie intitulada Efeitos de um
pro-grama de treinamento - 1969, Ccitada por Castro - 1976
tamb~m pela pesquisa promovida pelo Ministério da Educação
e Cu~~ura/Departamento de Ensino Fundamental em 1974 l, ex~
min~ os resultados da ação de supervisão sobre professores
leigos, observando que nao havia diferença significativa no
rendimento escolar dos alunos que pertenciam àsescolas com
serviço de supervisão, daqueles que, em seu
17.
Tendo em vista esse registro, vale salientar a p~
sição defendida por Paterson, de que não se justifica a
existência de serviços, a nao ser que atenda aos objetivos
propostos. Para ele
"uma pIL06L611Õ.O IIe dellenvolve paILa aten
deI{. necellll1.dadu IIoc1.aL6"
C-citado por Castro, 1976, p. 3}.Também, Abu-Merhy C-19671 citando Gwynn, acolhe o mesmo
po-i - "
sic on amen to, a firma ndo q'u e os servi ço s de s up ervi s ao,
quan
do, nõ.o
pILoduz~mod1.61.caçõell no IIent1.do de melholL1.a de
en-41.11.0, qualquelL que IIeja IIua
oILgan1.za~õ.o,IIeILõ.o 1.núte1.II, IIe
nõ.o ati
peILtuILbadolLe~" Cp. 231.Os resultados da pesquisa de Bisset(196!3J, citado por
CastrGl -1976-; levam a supor a l1lão consecução dos objetivos dos
progra-mes'de supervisão e ressalt& a importã~~ia de o~servar-se qual a visão
dos elementos da escola em relação as funções do SE. Para
o autor, isto não significa que o melhor caminho seja
eli-minar o serviço, porém reexaeli-minar sua maneira de existir e
atuar.
C. Turra, 1979, ao indicar a
CaILacteIL1.zaçõ.o
da
SupVLv1.IIÕ.O Educac1.onal no atual contexto",
durante o 29 Encontro Nacional de Supervisores de Educação, insistiu na
neces.sidade da
"bullca contlnua de
1.dent1.61.ca~õ.odali peILce'p'
ç.õu e expectat1.vall dOll paILt1.c1.pantell da ellcola",
em relaçao ao desempenho das funções do SE.
~m são Paulo, pesquisa realizada, em 1974, por
Gatti e outros autores, çom 4 grupos vinculados à
Supervi-são Escolar (diretor, assistente pedagógico, orientadored~
cacional e com alunos do 49 ano do curso de Pedagogia, que
preferiram a habilitação de SE) demonstrou que os grupos
percebiam de maneira diferente as atividades desempenhadas
'~pelo Assistente Pedagógico (aqui denominado SE), além de
valorizá-las, também, com significativa diferenciação. O
Também, no Rio Grande do Sul, em 1977, os resulta
dos da pesquisa realizada por Arme1ini, em 27 municípios
no meio rural, ofereceram dados para conclusão semelhante,
pois demonstraram que os supervisores e os professores do
ensino de 19 grau tim diferentes percepç5es quanto ao
de-sempenho do SE.
~ conclusão análoga chegou A. Reis no mesmo ano,
analisando médias de expectativas e percepçoes dos
profes-sores do 19 e 2~ graus do Instituto de Educação do Rio de
Janeiro, relativamente às funções do SE (no trabalho
iden-tificado como Orientador Pedagógico), recomendando repetir
o estudo.
Todas essas referincias e mais a palestra
pronun-ciada por B. Sander durante o 29 "Encontro Nacional de
Su-pervisores de Educação". !lg}'~. levam a insistir na definição do
perfil profissional não só do SE como do Orientador Educa
cional e do Administrador Escolar. Aliás, quanto a esse
último, já há prOVidências em curso: - a Universidade de
Brasflia, em seminário promovido em maio de 1978, procurou
definir-lhe as funções, a formação profissional e o
merca-do de trabalho no Brasil. A ANPAE, no mesmo ano, realizou
simpósio sobre o papel da Administração Escolar e a espec!
ficidade de suas funç5es, tema retomado em julho de 1979,
pela mesma entidade. No que se refere à Orientação
Educa-cional, há legislação especifica.
3.2.2 - Em termos quantitativos
De acordo com levantamento de dados
bibliográfi-cos apresentado por Goldberg no "11 Encontro Nacional de
19.
(a) com relação a projetos de pesquisa, financia
dos pelo INEP/MEC, no período de 1972 a 197~
a autora cita 18 trabalhos de Supervisão Es
colar, entre os 143 projetos desenvolvidos.
Ainda assim, o percentual (que corresponder~
12.5%) não quer significar, necessariamente,
trabaihos sobre Supervis~o Escolar, tendo em
vista os ·títulos incluídos.5
(b) no que se refere a estudos e pesquisas publi
cados é a seguinte a situação da Supervisão
Escolar:
1 - de 261 títulos, incluídos em bibliogr!:
fia analítica sobre Recursos Humanos, co
brindo o período de 1962 a 1976, somente
3 se referem a Supervisão Escolar,corres
pondendo assim a 1,1%;
2 - de 377 títulos listados em mapeamento b!
bliográfico sobre inovação educacional.
correspondendo ao períOdO de 1970 a 197~
apenas 1 é de Supervisão Escolar, i.é.
0.26%;
3 - dos 173 artigos publicados nos Cadernos
de Pesquisa da Fundação Carlos Chagas.e~
tre 1971 e 1979, 4 se preocupam com a
Supervisão Escolar. correspondendo a
2. 3%.
(c) considerando-se as Comunicações feitas em Con
gre sso,
das 657 comunicações, compreendendo o p~
ríodo de 1970 a 1979, pronunciadas na Soci
edade Brasileira para o Progresso da
Ciên-cia - SBPC. somente 3 (0,45%) pertencem a
área de Supervisão Escolar. (Goldberg ex
plica ter tomado a SBPC, por ser entidade
de ãmbito nacionat e por abrigar o maior nú
(d) quanto a dissertações~~ mestrado, examinado
o período de janeiro de 1978 ao final de a
gosto de 1979, registram-se as seguintes in
formações:
- de 286 dissertações concluídas, 11 tratam
de problemas da Supervisão Escolar, corres
pondendo. a 3,8%;
- de 466 dissertações em andamento, 32 tra
tam de Supervisão Escolar, não atingindo
7% (6,8%1.
A partir desses dados estatísticos, algumas ob
servaçoes podem ser extraídas:
(i) - o percentual de atendimento mais elevado
(12,5%) é representado por iniciativa ofi
cial, a cargo do Instituto Nacional de Es
tudos Pedagógicos - INEP;
(ii) - os temas relacionados, como títulos de dis
sertações em andamento, ocupam o 29 lugar
(6,8%), nesse quadro levantado. Embora in
diquem,simultaneamente,um esforço individ~
alizado e uma tendência de maior aprofund~
menta de estudos na área de Supervisão Es
colar o registro não chega a corresponder
a uma segurança de que tal fato ocorra: p~
de ocorrer mudança de tema ou mesmo
deser-ção de curso;
(iii)- do confronto entre o esforço já realizado
(traduzido por trabalhos publicados e comu
nicações em congresso, abrangendo o perí~
do de 1962 a .1979), e o que está sendo pr~
movido (dissertações de mestrado, nos anos
de 1978 e 1979,nesse último até agosto),
percebe-se que o assunto vem merecendo mai
· 21.
(iv) - segundo o quadro apresentado nao se regis
trava. ainda, a presença de instituições
de ensino (Faculdades de Educação) exami
nando o p rob lema.
3.3 - Funções
3.3.1 - Apontadas por especialistas
D professor é considerado o elemento central de
preocupação para a Supervisão Escolar, uma vez que repr~
senta o veIculo mais expressivo para alcançar o aprimor~
menta do processo ensino/aprendizagem.
Por isso, entre as várias posições defendidas por
especialistas da área sobre a atuação do SE, aparece sem
p re em de s ta que a f u n ç ã o d e a j u d a r os p r o f e s s o r e s a me
-lhorarem a qualidade de ensino, embora variem os enfo
ques propostos: ora se dá ênfase ao aperfeiçoamento; ora
ã assistência ou, ainda, ao incentivo ã capacidade
cria-dora.
Desde o princípio do século até recentemente,des
tacou-se como função do SE ajudar o professor por meio de
seu aperfeiçoamento. Defenderam essa posição Elliot (1914),
Briggs e Justman (1952), Lemus (1954), Mosher e Purpel
(1972), Comissão de Técnicas da "National Defense Curriculum
Laboratory",da Cornell University (1974), e Andrade(19761.
D desenvolvimento profissional dos mestres por
meio do aperfeiçoamento surge como tarefa do SE a quem c~
be ensinar como se deve ensinar, respgitando as diferen
ças individuais, suprindo as deficiências da formação
A ajuda do SE ao professor, direcionada para as sistência e orientação, aparece um pouco mais tarde e permanece ainda entre as preocupações presentes. Estão nessa linha as opiniões de: Cuberl~y(1929), Wiles (1950/ 1955), Mirror (1961). Crosby (1966), Gwynn (citado por Abu-Merhy, 1967, p.23), Feyereisen (1970), e Nirici(197ffi.
Esses especialistas prevêem desde "serviço para ajudar os professores a desempenharem melhor as suas ta refas", atê o auxilio na seleção de mêtodos e processos e ajuda na avaliação da aprendizagem.
o
incentivo à capacidade criadora do professor e ressaltada como uma das funções importantes do SE. a paE t i r das duas últimas dêcadas. Abu-Merhy (1967), Sperb (1967J, Feyereisen (1970). e Nêrici (1976),entre outros, fazem referência a esse tipo de função.~ nítida a preocupação desses especialistas qua~
do recomendam ao SE estimular o professor no sentido de que haja aproveitamento máximo de sua capacidade de ra ciocínio e de sua potência criadora e de imaginação.
Aliás. Nêrici (1976) apoiado em vários autores resume em três grupos as funções da Supervisão Escolar
(preventiva, construtiva, e criativa):
(i) -
,Fun~ão p~even~iva- que
"con~i~~eem
p~ocu~a~ con~~a~a~ po~~Zvei~ 6a!ha~
no
6uncion~ men~opedagógico da
e~co!a,a 6im de
p~ev~ni-!a~ an~e~
que venham a
p~oduzi~ ~e~u!~ado~ nega~ivo~. A~~im, e~~a 6un~ão vi~a
a
an~ecipa~-~e,
quando
nece~~ã~io,com
medi-da~ co~~e~va~
que venham a
evi~a~ po~~Z-vei~ 6a!ha~
de
en~ino, p~ejudiciai~ã
edu
23.
(ii) - Função c.on.6ttr.utiva - "te.m potr. 6im auxiliatr.
o ptr.o6e..6.6oJt a .6upeJtaJt .6ua.6 c;Li..6ic.uldade.6 ou
de6ic.iênc.ia.6,
demaneiJta
pO.6itiva,c.oopeJta-tiva, não-punitiva nem avaliadoJta.
Re.pJt~.6enta um tJtabalho c.oopeJtati\Jo, amigo,
de.6inteJte.6.6ado,
dec.oopeJtação
e.apoio
c.om o pJto6e.6.6oJt. PJtoc.uJta le.vaJt o
.6OJt a tett c.onóiança
e.m.6i" (p.
50);paJta
pJto6e~
( iii) -
Fu
nção c.Jti ati va - "vi.6 a a
e.6tim ulaJt a
i ni
c.iativa do pJtoóe.6.6oJt, bem c.omo a
c.on.ótan
te
me.lhoJtia da .óua atuação magi.óteJtial.
Ptr.oc.utr.a otr.ientatr.
o ptr.oó~.6otr.a bU.6c.aJt
no
vo.ó c.aminho.ó, a pe.óqui.óaJt
e a c.JtiaJt
Jte.c.uJt
.60.ó
de. en.óino, vi.óando .6e.mpJte.
ã
me.lhoJtia
no de..ó e.mpe.nho da do c.ênc.ia. Vi.ó a, e.nóim,
a
um c.tr.e..óc.ime.nto pJt06i.6.6ional do
ptr.oóe..ó.óotr."
(p. 51)
Portanto. as funções do SE recebem ênfases das conforme as situações se vão modificando.
varia
As transformações constantes no campo da educação exigem. pois. do SE uma atuação flexível. A ele cumpre e~
tar atento a cada papel. em cada momento. para melhor rendimento do trabalho individual e entrosamento do con junto. de acordo com o que alerta R.Le.n=hercl- (l973>L gendn as-sim- é indispensável que ele tenha visão nítida da escola como
sistema social. conheça as funç6es de cada profissional e sinta a instituição como um todo orgãnico.
Por outro lado. induz ao entendimento de que pro fessores e SE devem atuar por tal forma identificados que apresentem expectativas e percepções assemelhadas. em relação ã Supervisão Escolar.
todo o processo educativo. que objetiva melhorar a qual!
dade do ensino. envolvendo todos os part-icipantes do pr.~
cesso num esforço cooperativo. Representa mecanismo auxi
liar. ajudando os professores a desempenharem suas tare
fas eficientemente. fornecendo-lhes assistência contínua.
Pressupõe colaboração. orientação. coordenação e controle
das atividades de natureza pedagógica.
3.3.2 - Funções preconizadas em projeto de lei
Tendências mais recentes em relação ao tratamento
que se pretende para a Supervisão Escolar podem ser ex
traídas -do projeto de lei (ANEXO 1) que propõe regulame~
tação da profissão. - matéria que já tramita em âmbito do Ministério da Educação e Cultura. tendo sido objeto de apreciação
no II Encontro Nacional de Supervisão Escolar,
em Curi):iba, em out./79.
realizado
Nesse projeto de lei se declara, expressamente, co
mo atribuições do SE o "a~~e~~o~amen~o ao~ demai~
elemen
~o~ da e~~~u~u~a pedagõgica-admini~~~a~iva,
em
~ua a~eade
compe~incia". Indica-se como área de ação o currículoe o processo ensino-aprendizagem. desenvolvidos em âmbito
de "~i~~ema educacional
e de
unidade~ e~cola~e~." Refere-se
à
Supervisão Escolar como destinada ao planejamento.coordenação e avaliação do processo pedagógico (art. 19 ).
A nível de sistema. o projeto de decreto que pr~
poe a regulamentação da profissão do SE considera atribu!
ções desse profissional as de "de6ini~
e
de~envolve~ umapol1~ca
de
Supe~vi~ão; e~~4U~U4a~ ou con~olida~ o ~i~~e made
Supe~vi~ãoem
nlvelcen~~al, ~egional ou in~e~medi~~o
e de
unidade e~cola~; in~~~umen~a~ o~ ~ecu~~o~ humano~ nece~~ã~io~ a conc~e~ização da poll~ca
de
Supe~vi~ã~planeja~, coo~dena~
e
avalia~ p~og~ama~, plano~e
p~~25.
do
~i~temaeducacional;
coo~dena~ ~ acompanha~o
p~oce~~oeducacional;
coo~dena~ e avalia~ o Si~tema de Supe~vi~io"( a r t . l l l .
Quanto a unidades escolares, dá-se como competênc~
privativa do SE: estruturar o Serviço de Supervisão; pl~
nejar, coordenar e avaliar o processo ensino-aprendizagem (curiosamente trazendo em ítem separado, o planejamento, a coordenação e a avaliação do processo curricular);impl~
mentar, acompanhar e avaliar o currículo; treinar, em ser viço, o pessoal docente (art.lOJ.
o
projeto arrola como competência, também,da Supe! visão Escolar (art.llJ, algumas outras atribuições: a) de senvolver atitudes integradas com os demais especialistas que atuam no campo educacional; bJ assessorar os orgaos superiores nas decisões educacionais; c) participar de a tividades junto a empresas e Instituições Sociais que vi sem a integrar o sistema e a Escola no meio-ambiente; d) prestar cooperação técnica na área de Supervisão a orgaos nacionais, estaduais ou municipais; e) desenvolver ativi-dades profissionais em outras instituições públicas ou pa! ticulares; f) realizar estudos e pesquisas na área de Su pervisão Escolar.Como se vê, a proposta do legislativo pretende p~
ra o SE um desempenho mais ambicioso do que aquele prete~
dido pelos especialistas, incluíndo entre suas atribuições desde o planejamento, implementação, coordenação e avalia ção do processo ensino-aprendizagem até a estruturação dos serviços, o assessoramento no processo decisório e a
rea-lização de estudos e pesquisas.
Se tais tendências vierem a se cOAcretizer. poss!
velmente~correrá um distanciamento ainda maior entre a for
CAPITULO IV
ESTUDO DE CASO: EXPECTATIVAS E PERCEPÇOES SOBRE
A SUPERVISAO ESCOLAR NO MUNICípIO DE CURITIBA
D entendimento de que expectativas e percepçoes
sao elementos básicos para definir as funções de qual
q~er profissional; a preocupação com a inexistência de
perfil profissional do SE; o desempenho funcional da mes
tranda no Setor de Superv~são Escolar do Município de
Curitiba. motivaram a escolha do tema e do município p~
ra este estudo de caso.
A pesquisa de campQ em que se apoiou o estudo
(desenvolvida nos períodos: maio a junho de 1979 e na se
gunda quinzena de setembro do mesmo ano) utilizou o ins
trumento (ANEXO 11) elaborado e aplicado por A.Reis em
trabalho similar. intitulado "Expectativas e percepçoes
de professores do 19 e 29 Graus do Instituto de Educação
do Rio de Janeiro. relativas ao papel e às funções do O
rientador Pedag6gico" e apresentada na UFRJ para obten
çao do título de mestre. Ocorrência, aliás. que explica
por que se optou pelo confronto de resultados com o muni
cípio do Rio de Janeiro.
Adotou-se procedimento metodo16gico que cobre de e~
tudos preliminares a estudos específicos e,na discussão
dos resultados,procurou-se salientar a comparação entre ex
pectativas e percepções dos SE. CA e professores em rela
ção às funções do SE.
4.1 - Metodologia
A metodologia adotada corresponde aos seguintes
27.
(il Estudo do Município
( iU For.mulação de hipóte·ses de tràbalho ( iiU Definição do universo da pesquisa (i v) Indicação de técnicas de coleta (v) Escolha do instrumento a utilizar ( vil Ap 1 i ca ç ão do instrumento
( viil Caracterização adicional dos informantes ( viii) Tratamento estatístico
4.1.1 - Caracterização do Município
A apreciação é feita ressaltando três
cs
maior interesse para este trabalho:(i) Administração do Sistema Escolar (ii) Escolarização
aspectos
(iii) Funcionamento do Serviço de Supervisão Es-colar.
4.1.1.1-Administração do Sistema Escolar
Em 1967. o município possuía. sob sua responsab! 1idade. apenas duas escolas - uma de la. a 4a séries e outra de 5a. a Sa. séries. Porém~ em 1973.passou a admi nistrar 15 escolas. Já. em 1979. a rede municipal e repr~
sentada por um total de 59 unidades. das quais. apenas 6 alcançaram o ensino de 5a. a Sa. séries - sendo essas seis r~
faridas objeto depesquisa no presente trabalho.(ANEXO III) Até julho de 1979. a administração competia ao chamado Departamento do Bem Estar Social (constituída, em 1959, pelo Decreto 722 de 10 de julho). o qual foi i sendo adaptado. conforme indica exame da legislação respectlv~