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Fatores socioeconômicos e demográficos determinantes de anemia infantil.

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Academic year: 2017

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www.jped.com.br

ARTIGO

ORIGINAL

Socio-economic

and

demographic

determinants

of

childhood

anemia

Sankar

Goswmai

a,

e

Kishore

K.

Das

b

aDepartamentodeEstatística,GurucharamCollege,Silchar,Índia

bDepartamentodeEstatística,GauhatiUniversity,Guwahati,Índia

Recebidoem17defevereirode2014;aceitoem2dedezembrode2014

KEYWORDS

India; Child; Anemia; Riskfactors

Abstract

Objective: Toevaluatesocio-economicanddemographicdeterminantsofanemiaamongIndian childrenaged6to59months.

Methods: Statisticalanalysiswasperformedonthecross-sectionalweightedsampleof40,885 childrenfrom2005-2006NationalFamilyHealthSurveybyusingmultinomiallogisticregression toassessthesignificanceofsomeriskfactorsindifferentdegreesofchildanemia.Anemiawas diagnosedbyWorldHealthOrganization(WHO)cut-offpointsonhemoglobinlevel.Pearson’s chi-squaredtestwasappliedtojustifytheassociationsofanemiawithdifferentcategoriesof thestudypopulation.

Results: Theprevalenceofanemiawas69.5%;26.2%mild,40.4%moderate,and2.9%severe anemia.Overallprevalencerate,alongwithmildandmoderatecases,showedanincreasing trendupto2yearsofageandthendecreased.Ruralchildrenhadahigherprevalencerate.Of 28Indianstatesinthestudy,tenstatesshowedveryhighprevalence,thehighestbeingBihar (77.9%).Higherbirthorder,highindexofpoverty,lowlevelofmaternaleducation,mother’s anemia,non-intakeofironsupplementsduringpregnancy,andvegetarianmotherincreasedthe risksofalltypesofanemiaamongchildren(p<0.05).Christianpopulationwasatlowerrisk; andScheduledCaste,ScheduledTribe,andOtherBackwardClasscategorieswereathigherrisk ofanemia.

Conclusion: Theresultssuggestaneedforproperplanningandimplementationofpreventive measures tocombat childanemia.Economicallyunder-privilegedgroups,maternalnutrition andeducation,andbirthcontrolmeasuresshouldbeprioritiesintheprograms.

©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.09.009

Comocitaresteartigo:GoswmaiS,DasKK. Socio-economicanddemographicdeterminantsofchildhoodanemia. JPediatr (RioJ).

2015;91:471---7.

Autorparacorrespondência.

E-mail:sankargoswami@yahoo.com(S.Goswmai).

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PALAVRAS-CHAVE

Índia; Crianc¸a; Anemia; Fatoresderisco

Fatoressocioeconômicosedemográficosdeterminantesdeanemiainfantil

Resumo

Objetivo: Avaliar os fatores socioeconômicos e demográficos determinantes de anemia em crianc¸asindianasdeseisa59meses.

Métodos: Aanáliseestatísticafoifeitanaamostratransversalponderadade40.885crianc¸as daPesquisaNacionaldeSaúdedaFamíliade2005-2006,GovernodaÍndia,comatécnicade regressãologística multimodalpara avaliararelevânciadealgunsfatoresderiscoem dife-rentesgrausdeanemiainfantil.Aanemiafoidiagnosticadapelospontosdecortedenívelde hemoglobinasdaOMS.Otestequi-quadradodePearsonfoiusadoparajustificarasassociac¸ões daanemiacomdiferentescategoriasdepopulac¸ãoestudada.

Resultados: A prevalênciadeanemia foide69,5%,26,2% deanemialeve, 40,4%de anemia moderadae2,9%deanemiagrave.Ataxadeprevalênciageral,juntamentecomadeanemia leveemoderada,mostrouumatendênciadeaumentoatéosdoisanosedepoisdissodequeda. Ascrianc¸asdazonaruraltêmmaiortaxadeprevalência.Dos28estadosindianosdoestudo,10 apresentaramprevalênciamuitoalta.Biharfoiomaiordeles(77,9%).Aordemdenascimento elevada,oaltoíndicedepobreza,obaixoníveldeescolaridadematerna,aanemiamaterna,a nãoingestãodesuplementosdeferroduranteagravidezeovegetarianismomaterno aumen-taramosriscosdetodosostiposdeanemiaentrecrianc¸as(p<0,05).Apopulac¸ãocristãtinha omenorrisco;eascategoriascastareconhecida,triboreconhecidaeoutrasclassesatrasadas tinhamomaiorriscodeanemia.

Conclusão: Osresultadossugeremanecessidadedeplanejamentoeimplantac¸ãoadequadosde medidaspreventivascontraaanemiainfantil.Gruposeconomicamentecarentes,anutric¸ãoe aescolaridadematernaseocontroledanatalidadedevemserprioridadesnosprogramas. ©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitos reservados.

Introduc

¸ão

Aanemiainfantiléumadasprincipaisdoenc¸asdedeficiência nomundoeestáassociadaaanomaliasfuncionaisde linfó-citoseneutrófilos,incluindooaumentodamortalidade.1,2

A doenc¸a leva à falta de oxigênio em órgãos e tecidos e pessoascomanemianormalmentesesentemcansadas, fra-cas, comfrio e falta dear. Em todo o mundo, 47,4% das crianc¸as com menos de cinco anos são anêmicas, com a cargamaiorempaísesdebaixaemédiarenda.3,4Deacordo

como Fundo das Nac¸ões Unidaspara a Infância (Unicef), 90% de todos os tipos de anemia no mundo são devidos àdeficiência de ferro,umproblema que contribui parao baixopesoaonascer,areduc¸ãodaresistênciaainfecc¸ões eamenorcapacidadedetrabalho.Crianc¸asmaisnovassão maisvulneráveisaessadoenc¸adevidoaseurápido cresci-mentoe ànecessidadedeelevadaquantidadedeferro.A anemiafalciforme, associadaaepisódiosdedoenc¸aaguda e dano progressivo dos órgãos, também está se tornando umadoenc¸aherdadacomumnomundo.5Osfatoresderisco

daanemiamaisfrequentemente citados na literatura são abaixa renda familiar e o baixo nívelde escolaridade da mãe,afaltadeacessoaosservic¸osdeassistênciamédica, ascondic¸õessanitáriasinadequadaseumadietacombaixas quantidadesdeferro.6,7Adoenc¸atambémestásetornando

comumentreapopulac¸ãodetribosreconhecidas(ST), cas-tasreconhecidas(SC)e outrasclasses atrasadas(OBC)em algumas partes da Índia.8,9 Em virtude da magnitude e

dasgravesconsequênciasdaanemia,paramelhor planeja-mentodemedidaspreventivas,oestudovisaaidentificaros

fatoressocioeconômicosedemográficosderisco significati-vosdaanemiaemcrianc¸asindianasdeseisa59mesespor meiodeumamodelagemestatística.

Métodos

Asinformac¸õesrelevantessobrecrianc¸asdeseisa59meses examinadasparaverificarosníveis dehemoglobina retira-das da Pesquisa Nacional de Saúde da Família (NFHS) de 2005-2006, do Ministério da Saúde e Bem-Estar da Famí-lia, Governo daÍndia,10 foram analisadascom o software

SPSS15.0(SPSSInc.Released2007.SPSSforWindows, Ver-são15.0.Chicago,EUA).OestudofoiaprovadopeloComitê deÉticadaUniversidadeGauhatinaÍndia.Onúmerode refe-rênciadacartadeaprovac¸ãoéGU/ACA/Ethics/2014/4044, datadade25denovembrode2014.

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selecionado.Mulheresentre15-49anosdasfamílias seleci-onadasforamentrevistadasparaobtenc¸ãodeinformac¸ões acerca deseus filhos.A concentrac¸ão dehemoglobina de mãesefilhosfoimedidaporamostrasdesanguedodedocom um analisador portátil Hemocue® Hb201+(B-Hemoglobin PhotometerHemocueAB; Ängelholm,Suécia).Oscritérios declassificac¸ãodaOMSforamusadosparadiagnosticar ane-miainfantilcomoníveldeconcentrac¸ão:10,0-10,9g/dL ---anemia leve; 7,0-9,9g/dL --- anemia moderada;<7g/dL ---anemiagrave.11Aanemiamaternafoidiagnosticadacomo:

paranãográvidas,concentrac¸ãoabaixode12,0g/dLepara grávidas,abaixo de11,0g/dL.Osdadosforamponderados paralevaremconsiderac¸ãoadiferenc¸anasproporc¸õesde amostragementreosestadoseforamnormalizadosemtoda aamostra.Otestequi-quadradodePearsonfoiusadopara avaliararelevânciadeassociac¸ãodaanemiacom diferen-tescategoriasdepopulac¸ãoestudada.Aregressãologística multimodal12foiajustadaparaexplorarpossíveisfatoresde

riscoassociadosadiferentesgrausdeanemia.Avariávelde respostafoidesignadacomoo‘‘níveldeanemia’’politômico (inexistência de anemia, anemia leve, anemia moderada e anemia grave); e os preditores como idade da crianc¸a

(inferior a 1, 1-2, 2-3, 3-4 e 4-5), ordem de nascimento (numérica),localderesidência(áreaurbana,rural),religião (hindu,muc¸ulmano,cristãoeoutros),castaoutribo(SC,ST, OBCe outras),índice deriqueza(miséria,pobreza,classe média,ricoe abastado), nívelanêmicodamãe(não anê-mica,anêmica),escolaridadedamãe(seminstruc¸ão,ensino fundamental,médioe superior),escolaridadedopai(sem instruc¸ão,ensinofundamental,médioesuperior),idadeda mãeno primeiro parto (numérica), suplementos de ferro paraamãeduranteagravidez(não,sim)ehábitos alimen-taresda mãe(vegetariana,nãovegetariana). OÍndice de Riquezafoiusadocomoumindicadordacondic¸ãoeconômica dasfamíliasedesenvolvidocomrelac¸ãoàsdesigualdadesna rendafamiliar,aousodeservic¸osdesaúdeeaosresultados dasaúde.13 Aindependênciados preditoresfoijustificada

pelosFatoresdeInflac¸ãodaVariância(VIF)notestede mul-ticolinearidade.

Resultados

Napopulac¸ãoestudada,conformeapresentadonatabela1, 75,7%dascrianc¸aseramdeárearurale24,3%eramdeárea

Tabela1 Característicasbásicasdapopulac¸ãoestudada

Subgrupodapopulac¸ão n(%) Taxasdeprevalênciadaanemiainfantil(%) pa

Leve Moderada Grave NA

Idade(anos)

Menosde1 4196(10,3) 27,5 51,1 2,0 19,4 <0,001

1-2 9101(22,3) 23,8 54,7 4,6 16,9

2-3 9027(22,1) 26,7 44,1 3,8 25,4

3-4 9338(22,8) 27,0 33,1 2,6 37,2

4-5 9222(22,6) 26,9 25,0 1,2 46,9

Sexo

Masculino 21654(53,0) 25,6 40,4 3,2 30,8 <0,001 Feminino 19231(47,0) 27,1 40,3 2,6 30,0

Localderesidência

Urbano 9941(24,3) 25,5 34,5 3,1 36,9 <0,001

Rural 30944(75,7) 26,5 42,2 2,9 28,4

Religião

Hindu 32227(78,8) 26,0 40,9 3,0 30,1 <0,001 Muc¸ulmano 6734(16,5) 28,4 38,6 2,7 30,3

Cristão 764(1,9) 24,9 33,4 2,0 39,7

Outros 1127(2,8) 21,7 42,0 3,6 32,7

Castaoutribo

SC 8515(21,5) 24,7 43,9 3,8 27,6 <0,001

ST 3858(9,7) 26,0 47,9 3,2 22,9

OBC 16744(42,3) 26,5 40,6 3,0 29,9

Outra 10486(26,5) 27,0 35,0 2,1 35,9

Índicederiqueza

Miséria 10402(25,4) 27,7 45,9 3,0 23,4 <0,001

Pobre 9197(22,5) 26,7 43,7 3,3 26,3

ClasseMédia 8130(19,9) 26,0 40,0 3,4 30,6

Rico 7437(18,2) 24,8 37,4 2,6 35,2

Abastado 5718(14,0) 25,0 29,6 2,0 43,4

Todasascrianc¸as 40885 26,2 40,4 2,9 30,5

NA,nãoanêmico;SC,castareconhecida;ST,triboreconhecida;OBC,outrasclassesatrasadas.

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29,0

27,0

25,0 25,6 24,1 24,2

29,4 23,2 29,0 24,9 28,4 21,7 29,4 32,0 26,8 22,2

27,7 28,9 29,5

25,9 26,3 28,8 25,5 25,9

23,5 23,3 25,8

19,4

47,3

43,6

45,4 42,8 46,0

43,1 38,4 40,8 39,5 41,4 38,5 38,1 34,5 32,0 34,0 39,3

34,6 30,6 30,0

30,7 31,6

28,8

30,9

26,5

20,5 20,9 15,7

16,7 1,6 3,4 3,6 4,1 2,0 3,6 3,0 6,7 2,0 3,7 2,2 6,4 1,5 0,8 2,7 1,9 0,8 2,3 1,5

2,4 0,0 0,0 0,8

2,1 0,5 0,0 0,0 2,8 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Bihar Madhya Prades h Uttar Prades h Haryana Chhattisgar h

Andhra Pr Karnatak

a Rajasthan Jharkhand Gujara t Assa m Punjab Orissa Meghalay a

Tamil Nadu Maharastra

Tripur

a

Uttaranchal West Bengal

Jammu & Kashmir

Sikkim Arunachal Prades h Delh i Himachal Prades h Kerela Mizora m Manipur Go a

% de anemia

Estados da Índia

Anemia leve Anemia moderada Anemia grave

Figura1 Prevalênciadeanemialeve,moderada,graveegeralnosestadosdaÍndia.

urbana(tabela1).Oíndicedesexomasculino/femininofoi dequase1,0:0,9.Demodogeral,69,5%dascrianc¸asestavam anêmicas(26,2%anemialeve,40,%anemiamoderadae2,9% anemia grave) com concentrac¸ão média de hemoglobina 10,097±1,565g/dL.Em âmbitonacional, 25,4%relataram famíliascomíndicederiquezamiséria,22,5%pobres,19,9% classe média, 18,2% ricos e 14.0% abastados.As crianc¸as quevivememárearuralestavammaisanêmicasdoqueas crianc¸as quevivemem áreaurbanae o sexomasculino e ofemininoestavamquaseigualmenteanêmicos.Ataxade prevalênciageralmostrouumaumentonatendênciadeaté doisanos(83,1para1-2)eentãoapresentouquedalinear. A anemia leve foi a mais comum entre as crianc¸as com menosdeumano(27,5%);aopassoqueasanemias mode-radaegraveforammaisprevalentesentre1-2anos(54,7% e4,6%);eentãoapresentaramumatendênciadequeda.A populac¸ão das categorias SC, ST e OBC apresentou maior prevalênciaemcomparac¸ãoaoutrascategorias.Emtermos religiosos, crianc¸as cristãs apresentaram menor prevalên-ciadeanemiamoderada,graveegeraldoqueascrianc¸as hinduse muc¸ulmanas. Além disso, todosos tipos de ane-miamostraram-se altamentedominantesdentro dogrupo

miséria e pobre. Osvalores dep mostrarama associac¸ão significativade diferentesníveis deanemia comas várias categoriasdepopulac¸ãoestudada.

Foi observado que, como mostra a figura 1, 10 esta-dosultrapassaram ataxadeprevalêncianacional (69,5%); amaiorfoiemBihar(77,9%),seguidodeMadhyaPradeshe UttarPradesh,Haryana,Chhattisgarh,AndhraPradeshe Kar-nataka,Rajastão,JharkhandeGujarate,respectivamente. Ademais, esses estados apresentaram alta prevalência de todosostiposdeanemia,istoé,leve,moderadaegrave.

(5)

Tabela2 Fatoresderiscodeanemialeve,moderadaegrave

Preditores Anemialeve Anemiamoderada Anemiagrave

RC ICde95% RC ICde95% RC ICde95%

Idadedacrianc¸a(anos)

Menosde1 2,572a 2,45-3,13 4,926a 5,25-6,68 4,009a 2,76-5,83

1-2 2,690a 2,42-2,99 6,273a 6,55-8,08 9,398a 7,61-12,20

2-3 1,861a 1,77-2,18 3,923a 3,53-4,36 5,471a 3,97-7,54

3-4 1,345a 1,21-1,50 1,765a 1,58-1,97 2,442a 1,73-3,45

4-5 - - -

-Sexodacrianc¸a

Masculino 0,932 0,88-1,09 1,032 0,98-1,12 1,237b 1,15-1,56

Feminino - - -

-Ordemdenascimento 1,069b 1,01-1,09 1,046 1,00-1,08 1,156b 1,01-1,18

IMPP 0,949b 0,90-0,98 0,929a 0,89-0,97 0,903 0,98-1,03

Localderesidência

Urbano 0,923 0,90-1,08 0,958 0,88-1,04 1,398a 1,23-1,82

Rural - - -

-Religião

Hindu 1,277a 1,16-1,46 1,059 0,70-1,03 0,752 0,49-1,15

Muc¸ulmano 1,315a 1,18-1,68 0,993 0,81-1,23 0,942 0,58-1,53

Cristão 0,927 0,74-1,21 0,665a 0,52-0,83 0,408b 0,37-0,71

Outros - - -

-Castaoutribo

SC 1,191b 1,11-1,28 1,532a 1,38-1,66 2,370a 1,88-2,80

ST 1,418a 1,24-1,57 2,007a 1,89-2,36 2,381a 1,67-3,02

OBC 1,177b 1,12-1,29 1,339a 1,15-1,44 1,642a 1,33-2,03

Outra - - -

-Índicederiqueza

Miséria 2,033a 1,71-2,22 2,493a 2,16-2,65 2,462a 2,37-2,82

Pobre 1,416a 1,24-1,58 2,272a 2,08-2,50 1,969a 1,54-2,25

ClasseMédia 1,315a 1,07-1,39 1,687a 1,42-1,77 1,625a 1,43-2,16

Rico 1,183a 1,14-1,32 1,339a 1,20-1,51 1,222b 1,18-1,64

Abastado - - -

-NAM

Nãoanêmica 0,714a 0,62-0,79 0,521a 0,48-0,60 0,311a 0,26-0,38

Anêmica - - -

-EM

Seminstruc¸ão 1,926a 1,58-2,12 2,367a 2,23-2,76 3,524a 3,32-3,77

Fundamental 1,588a 1,24-1,76 1,815a 1,77-1,98 1,843b 1,62-2,39

Médio 1,333a 1,13-1,57 1,202b 1,03-1,40 1,196b 1,10-1,86

Superior - - -

-EP

Seminstruc¸ão 1,417b 1,27-1,68 1,817a 1,66-1,91 3,202a 3,07-3,43

Fundamental 1,164 0,96-1,28 1,433b 1,38-1,62 1,412b 1,36-1,71

Médio 1,126 0,98-1,33 1,112 0,95-1,22 1,570b 1,44-2,26

Superior - - -

-SFG

Não 3,099b 2,72-3,20 3,193a 2,62-3,28 4,093a 3,63-4,18

Sim - - -

-HAM

Vegetariano 1,126b 1,04-1,22 1,318a 1,23-1,42 3,348a 2,92-3,66

Nãovegetariano - - -

-RC,razãodechances;IC,intervalodeconfianc¸a;IMPP:idadematernanoprimeiroparto;SC:castareconhecida;ST:triboreconhecida; OBC:outrasclassesatrasadas;NAM:nívelanêmicomaterno;EM:escolaridadedamãe;EP:escolaridadedopai;SFG:suplementode ferroduranteagravidez;HAM:hábitosalimentaresdamãe.

(6)

unidade, o risco de anemia grave aumentava pelo fator 1,156.Além disso, na medida em que a idadeda mãeno primeiro parto aumentava em umano,o risco deanemia leveemoderadadiminuíapelosfatores0,949e0,929, res-pectivamente.Ascrianc¸asdazonaurbanatinham1,398mais chancesdeteranemiagravedoquecrianc¸asdazonarural;e crianc¸ascristãstinham0,665e0,408menoschancesdeter anemialeveemoderada,respectivamente.Riscosdetodos ostiposdeanemiaforammaisdetectadosentreapopulac¸ão SC,STeOBC,emcomparac¸ãocomooutrogrupo.Conforme apresentado,ascrianc¸asnafaixadamisériaerammais vul-neráveis atodos ostipos de anemiaem comparac¸ão com asabastadas;quantomaisaumentavaoíndicederiqueza, menores os riscos. Crianc¸as de mães não anêmicas eram menospropensasatodosostiposdeanemia.Aescolaridade dospaisteveinfluênciasignificativasobreaanemiainfantil; eosriscoscaíamconformeaumentavaonívelde escolari-dade.Asuplementac¸ãocomferroparaasmãesdurantea gravidezreduziuosriscosdetodosostiposdeanemiapara seusfilhos.Osachadostambémmostraramqueosriscosde anemialeve,moderadaegraveforammaioresentrefilhos demãesvegetarianas.

Discussão

A detecc¸ão dos fatores de risco é fundamental para o planejamentoe a implantac¸ão de programaspara erradi-car a anemia infantil,principalmente nos grupos em que a prevalência é muito elevada. Na populac¸ão estudada, quase sete de 10 crianc¸as estavam anêmicas. Apesar de acondic¸ãogeral daanemia nãoter apresentado variac¸ão significativaemtermosdesexo,osmeninosforammais afe-tados por anemia grave do que as meninas. Isso ocorreu devido,provavelmente, ao fato de amaior taxa de cres-cimentoentreosmeninos,duranteocrescimento,resultar emumamaiorprevalênciadaanemia,poisseuscorpos exi-gemmaiorquantidadedeferro,quenãopodeserfornecida pelaalimentac¸ão.14Aidadedacrianc¸aeonívelanêmicoda

mãeforampreditivosdeanemia na infância;isso estáde acordocomosachadosdealgunsoutrosestudosfeitosem Burma,Benin e Mali.15,16 Neste estudo,umatendênciade

quedanosriscosenaprevalênciadaanemiafoiobservada após osdois anos. Uma possível explicac¸ão paraa queda daprevalênciadaanemiacomaidadeéqueasingestõesde ferroprovavelmenteaumentamcomaidadecomoresultado deuma alimentac¸ão mais variada, incluindo a introduc¸ão decarnes e outros alimentosque contêm hemoglobina.17

Observou-sequeoíndicederiquezadasfamíliaseonívelde escolaridadedospaissãoimportantesfatores socioeconômi-cosindicativosdeanemiainfantil;issosedeveàassociac¸ão donívelsocialelevadocomoaumentodaschancesdeter umtrabalhoerendae,consequentemente,acessomaisfácil aalimentosricosemferro.Oníveldeescolaridadedamãe, porsuavez,influenciaaspráticasrelacionadasaocuidado desaúdedacrianc¸a.18

Mães vegetarianas apresentaram mais chances de ter filhosanêmicos;devido,provavelmente,aofatodeas die-tasvegetarianas incluírempouco ferrobiológico nocorpo em comparac¸ão com dietas não vegetarianas e, conse-quentemente,a deficiênciana mãeleva abaixasreservas fisiológicas de ferro no feto. Observou-se também que,

em várias situac¸ões, filhos demães vegetarianas também eramvegetarianos,oquepoderáseroutromotivode mai-ores chancesde anemia.Naamostraestudada, 98,6% das mulherescristãsnãoeramvegetarianaseosachados reve-laram menor probabilidade de anemia em seus filhos. A suplementac¸ão com ferro para mulheres grávidas reduziu a probabilidade de anemia infantil. Infelizmente, muitas mulheres iniciam a gravidez semreservas de ferro sufici-entesparaatenderaoaumentodasdemandasdeseucorpo, principalmente nosegundoe terceirotrimestres;e, como resultado, a anemia por deficiência de ferro em crianc¸as jovenssetornouumgrandeproblemaemtodoomundo.

Uma limitac¸ão do estudo foi que o efeito da suplementac¸ão com ferro e dos hábitos alimentares das crianc¸assobreaanemianãofoianalisadodevidoàfaltade dados.Alémdisso,aconcentrac¸ãodehemoglobinasemum dosestadosindianos,Nagaland,nãofoimedida.Apesardea populac¸ãodeNagalandsermuitopequenaemcomparac¸ão comapopulac¸ãototaldopaís,osdadosincompletospodem ter levado a algumas estimativas enviesadas. Além disso, como a populac¸ão do paísera muito grande, foi adotado um modelo de estudo transversal e houve uma possibili-dadedeefeitosconfundidos.Contudo,aindependênciados preditoresfoijustificadapelotestedemulticolinearidade.

Pode-seconcluir que a taxa de prevalênciade anemia infantilémuitoaltanaÍndiaeacondic¸ãoeconômicapobre das famílias, o baixo nível de escolaridade dos pais, a elevadaordemdenascimentodascrianc¸as,aprática vege-tarianadasmães,a anemiadasmãesea nãoingestãode suplementos de ferro durante a gravidez são fatores que aumentamoriscodeanemiainfantil.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

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Tabela 1 Características básicas da populac ¸ão estudada
Figura 1 Prevalência de anemia leve, moderada, grave e geral nos estados da Índia.
Tabela 2 Fatores de risco de anemia leve, moderada e grave

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