CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO
UMA ALTERNATIVA DE ANÁLISE DE
VIABILIDADE PARA AS
SIDERÚRGICAS BRASILEIRAS
DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
KIYOSHI KOMAMURA
CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO
E
TÍTULO
UMA ALTERNATIVA DE ANÁLISE DE VIABILIDADE
P ARA AS SIDERÚRGICAS BRASILEIRAS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR:
KIYOSHI KOMAMURA
APROV ADO EM
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2
OI))SSÃO EXAMINADORA
É CARLOS FRANCO DE ABREU FILHO OUTOR EM ENGENHARIA DA PRODUÇÃO
Dedico este trabalho a Atsuko, minha mulher, pela compreensão e incentivo e em especial aos
AGRADECIMENTOS
Os meus sinceros agradecimentos ao meu orientador, professor José Carlos Franco de Abreu
Filho, pela oportunidade de conhecer um novo horizonte de conhecimentos. Ao mesmo tempo,
reitero o meu profundo respeito pelo seu acompanhamento permanente, sugestões e críticas,
sempre oportunas e construtivas. Os agradecimentos são estendidos aos membros da banca
examinadora, professores Istvan Karoly Kasznar e Rogério Sobreira, pelos apoios inestimáveis
que a mim foram oferecidos no desenvolvimento da dissertação.
Os agradecimentos são também estendidos aos meus colegas do setor siderúrgico, pelas sugestões
e suportes que me ofereceram durante a pesquisa e elaboração da dissertação.
Um especial agradecimento ao Fumio Sudo e Tetsuo Yamamoto pelo inestimável incentivo, o
qual sem este, a concretização desta dissertação não seria possível.
Não poderia deixar de agradecer aos meus colegas do curso de mestrado, em especial ao Gustavo
Guberman de Andrade e ao Rogério de Mattos Dias, pela confiança, lealdade e motivação que
sempre me transmitiram no decorrer do curso.
Por fim, a Atsuko minha mulher e aos meus filhos Yuka e Takaaki, pela paciência, compreensão,
Sumário
Lista de figuras, tabelas e quadros ... vi
1- INRODUÇÃO ... 1
2- CARACTERÍSTICAS DO SETOR SIDERÚRGICO ... 5
o
que é siderurgia ... 5As características do investimento em instalações siderúrgicas ... 8
Fatores a considerar na análise de viabilidade de um investimento siderúrgico ... 9
3- PRINCÍPIOS E CRITÉRIOS DO VPL (tradicional) E TOR ... !! Valor Presente Líquido (VPL) ... 11
Teoria das Opções Reais (TOR) ... 12
A idéia Básica ... 12
Avaliação dos Ativos Derivados pela TOR. ... 15
A Fórmula de Black e Scholes para Precificação de Opções ... 16
A Fórmula Binomial para Precificaçãode Opções ... 17
Exemplo Numérico: Modelo Binomial e Modelo Black e Scholes ... .21
Pontos Chaves da Escolha do Método ... .22
4-DESENVOL VIMENTO DO MODELO (TOR) ... .24
Linha Básica ... 24
Modelo para o valor da opção de compra ... .26
Modelo com a opção de abandono ... 27
5- EXEMPLOS NÚMERICOS DA APLICAÇÃO DO TOR EM PROJETOS SIDERÚRUGICOS ... 28
As Situações ... 28
Valor da Opção de Compra ... 46
Modelo Binomial com Abandono de Projeto ... .47
Valor Próprio do Projeto ... 48
Estudo de Sensibilidade com o TOR ... 51
Estudo através do Método FCD (VPL tradicional) ... 53
Notas e Conclusões do Exemplo Numérico ... 54
6- CONCLUSÕES ... 56
FIGURAS
2.1: Fluxo do processo siderúrgico ... 6
3.1: Ilustrativo sobre o conceito de VPL expandido ... 13
3.2: A influência do valor de opção real na avaliação de um projeto ... 14
3.3: Relação de incerteza com o valor do proj eto ... 14
3.4: A oscilação do preço das ações no intervalo ~t em um modelo binomial.. ... 17
5.1: Resultados da análise de sensibilidade ... 51
TABELAS
2.1: Investimento de instalações em usinas siderúrgicas integradas ... 83.1: Comparativo entre o Modelo Binomial e o Modelo Black e Scholes ... 22
5.1: Resumo dos resultados de cálculos através da aplicação da TOR. ... 29
QUADROS
5.1: Aplicação da TOR para a Situação 1.. ... 305.2: Aplicação da TOR para a Situação 2 ... .34
5.3: Aplicação da TOR para a Situação 3 ... .38
5.4: Aplicação da TOR para a Situação 4 ... .42
RESUMO
Este estudo tem por objetivo demonstrar a eficácia da aplicação da Teoria das Opções Reais
em empresas siderúrgicas brasileiras. Para tal fim, os seguintes itens são introduzidos e
discutidos nesta dissertação:
(a) Princípios e critérios da Teoria das Opções Reais e do tradicional método de análise por
Fluxo de Caixa Descontados.
(b) Características de um investimento siderúrgico.
(c) Desenvolvimento do modelo binomial para a aplicação da Teoria das Opções Reais.
(d) Exemplos numéricos demonstrando o potencial da Teoria das Opções Reais.
o
estudo conclui que a Teoria das Opções Reais é perfeitamente aplicável em casos desiderurgia, e que este método amplia e flexibiliza as decisões administrativas em comparação ao
ABSTRACT
This study analysies the efficience of Real Options Theory application on Brazilian steel
making companies. For this end, the items below are introduced and discussed in this
dissertation:
(a) PrincipIes and criterions ofthe Real Options Theory and ofthe tradicional Descounted Cash
Flow method.
(b) Characteristics of steel making investments.
(c) Development ofbinomial model for Real Options Theory's applications.
(d) Numeric examples introducing the potential ofReal Options Theory.
This study concludes that the Real Options Theory is perfect1y applicables for steel
making investment analysies. And, from this method, the flexibility and ampliation on
administration decision is obtained when compared with traditional Descounted Cash Flow
1 -
Introdução
Esta dissertação visa oferecer uma alternativa de análise de avaliação da viabilidade de
projetos siderúrgicos no Brasil, no sentido de atender o setor que se encontra em um novo cenário
de investimentos.
Em geral, para análise de projetos siderúrgicos no Brasil, tradicionalmente são utilizados
o método VPL com algumas improvisações de simulação. Ao mesmo tempo, como descrito por
Germano Mendes de Paula no jornal Valor, os investimentos futuros da siderurgia brasileira são
vultosos para ampliar, dobrar ou triplicar a escala de produção e não mais ganhos marginais
oriundos dos programas de modernização tecnológica (Valor, Especial Siderurgia: 2001).
Considerando o setor siderúrgico brasileiro, dentro destes dez anos após o início da sua
privatização, os investimentos até hoje realizados estão mais concentrados na modernização para
o aumento de competitividade e valor agregado de seus produtos (IBS, 2001: 1). Isto é, os
resultados dos investimentos realizados não recebem grandes influências das incertezas como
num caso de ampliação de suas capacidades e conquista de novos mercados . Pois, como a base é
meramente as melhorias de custos e valores agregados de produtos, a análise pelo método do
Valor Presente Líquido (VPL) tradicional corresponderia às necessidades para a avaliação ou
decisão de um projeto.
Entretanto, concretizado a modernização das siderúrgicas brasileiras, o próximo passo
natural seria a sua expansão. Cabe discutir para o momento, para este novo intuito, se o método
tradicional atende suficientemente uma análise e tomada de decisão de um projeto. Em outras
palavras, o próximo passo visado pelas siderúrgicas brasileiras requer ampliação de capacidades
e conquistas de mercados, onde as incertezas que envolvem a análise de projeto são
consideravelmente amplas em relação aos projetos anteriores. Cabe discutir, qUaiS senam as
alternativas de análise, para atender de modo efetivo, à avaliação da viabilidade de um projeto
siderúrgico no Brasil neste novo cenário que ele se encontra.
Em resumo, fica a questão: Não existe uma alternativa de avaliação da viabilidade de um
Para responder a esta questão, antes devemos entender que para uma avaliação de um
investimento, em princípio podemos diferenciar os métodos avaliação em dois tipos: avaliação
através de valores relativos e valores específicos. A avaliação através de valores relativos seria
um comparativo com os investimentos similares existentes para "sondar" o valor apropriado.
Neste caso, seriam necessários indicadores padrões como taxa de ganho por ação, valor do
mercado, etc. A avaliação através de valores específicos, baseado em um cenário futuro, projeta o
fluxo de caixa que o investimento deve adquirir. E com o Valor Presente (VP) deste fluxo de
caixa identifica o valor do investimento. São os casos de VPL tradicional e Teoria das Opções
Reais (TOR).
Ressalta-se que em uma avaliação de projeto através de valores específicos, um ponto
chave é como introduzir informações qualitativas na execução desta. Isto é, tentar na medida do
possível, o máximo para refletir diretamente na avaliação as perspectivas de mudança do fluxos
de caixa no decorrer do tempo. Para projetos que não possuem exemplos históricos, onde se
possa fazer um comparativo ou um estudo de relação, a avaliação através de valores específicos
exibe o seu potencial. No que se toca a melhorar a confiabilidade neste tipo de método de
avaliação, dois pontos são básicos: o primeiro é planificação do cenário, o segundo é a escolha da
ferramenta adequada para a analisar a viabilidade. Vale ressaltar que quanto mais incertezas tiver
o futuro do projeto, cresce a necessidade de introduzir as análise no aspecto da "probabilidade de
tendência" e dispersão.
O setor siderúrgico brasileiro, caso opte para os caminhos de investimentos onde se
convergem para a expansão de capacidade e conquista de mercados, necessitará a ele reavaliar os
seus métodos de avaliação de viabilidade de projetos que até então tem utilizado. Fatores que até
então não possuíam um peso considerável na avaliação, entram em cena com influências que não
podem ser desprezados. Portanto, com as mudanças das premissas, é natural que se reavalie as
regras ou métodos utilizados até o presente momento.
Com estas mudanças de premissas, é requerido o melhor modelo para avaliar um projeto
dentro da realidade do mercado. Para este fim, nasce a necessidade de fazer um estudo sobre os
métodos hoje existentes e reconhecidos no mercado internacional, e ajusta-las no contexto que
Este propósito não só proporciona a melhor alternativa de avaliação para os empresários
das siderúrgicas, mas também, proporciona ao mesmo tempo, um instrumento que é convincente
e aceito pela comunidade financeira (já que na maiorias dos investimentos requer
financiamentos).
A Teoria das Opções Reais apresenta-se como um instrumento de avaliação que enfatiza a
incerteza, focando a sua natureza e implicações. Dixit e Pindyck (1994: 4), enfatizam três
características básicas na avaliação de um investimento segundo o modelo de opções reais como
seguem:
-+
Irreversibilidade-+
Timing-+
IncertezaAo contrário do VPL tradicional, onde as decisões gerenciais são consideradas estáticas, sem
possibilidades de flexibilidade gerencial e onde o cenário futuro é assumida como fixo (a taxa de
desconto é assumida como conhecida e constante ao longo do tempo), estas características levam
a Teoria das Opções Reais introduzir as flexibilidades administrativas nas decisões. Neste
sentido, a utilização das Teoria das Opções Reais , comparada à técnica do VPL tradicional ,
permite ampliar o campo de análise de viabilidade de investimentos. E essa ampliação no campo
da análise possibilita ao administrador obter opções de flexibilidades operacionais e financeiras,
assim sendo ter os direitos de decisão, sem obrigações correspondentes, visando melhores
resultados futuros.
Para analisar o potencial da aplicação da Teoria das Opções Reais, a estrutura da
dissertação segue a seguinte seqüência:
Apresentação das principais características do setor siderúrgico
• Identificação dos princípios e critérios do TOR
• Desenvolvimento do modelo de TOR para aplicação em projetos siderúrgicos no
• Exemplo numérico da aplicação do TOR em um projeto siderúrgico
•
(Analise dos efeitos das diferenças de resultados entre VPL (tradicional) e TOR e os
seus reflexos nas decisões)
2 - CARACTERÍSTICAS DO SETOR SIDERÚRGICO
o
que é siderurgiaA siderurgia é um meio de transfonnação industrial que parte do minério de ferro e se
finaliza na obtenção de produtos de aço. A fabricação do aço compreende o aproveitamento do
ferro, contido nesse minério, o qual é liquidificado para a eliminação dos elementos químicos
indesejáveis e para a adição de elementos químicos que tomam possíveis a obtenção das
propriedades desejadas no produto. Basicamente, os elementos químicos do aço são definidas
antes da solidificação. Após a solidificação, o aço é trabalhado mecânica e ténnicamente para
dimensionar na fonna requerida. Adquirida a sua forma, dependendo do produto são feitos os
revestimentos superficiais necessários para atender certas características específicas.
A figura 2.1 ilustra os componentes de uma usina siderúrgica integrada (a coque) para
produção de produtos planos. De um modo geral, como ilustrado na figura 2.1, o processo de
produção de aço pode ser dividido nas seguintes etapas:
(a) Preparação do minério de ferro e carvão
Pátio de minério de ferro e carvão: Local onde são estocados os fino e os granulados de
minério de ferro e carvão. Os quais posterionnente são manuseadas para a sinterização e
coqueificação.
Sinterização: Os finos de minério de ferro misturados aos fundentes e aos finos de coque são
aquecidos por um fomo provocando uma fusão incipiente. Neste processo são obtidos o
aglomeramentos dos finos de minério de ferro.
Coqueria: O carvão é depositado nos fomos de coque para o aquecimento e através deste
processo se destila e evapora os componentes voláteis do carvão. Como resultado se obtêm
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Aciaria
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Fomo de ReaquecimentoLaminação a Frio
Coqueria Aço líquido Bobinas a Frio
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Alto-Fomo Lingotamento ContínuoLaminação a Quente
Fig. 2.1: O fluxo do processo siderúrgico
(b) Redução do minério de ferro
Alto-Fomo: É a unidade que produz o ferro-guza, a partir do minério de ferro (granulado), do
sínter, do coque e do carvão pulverizado. O coque e o carvão são as fontes de calor para a
liquefação e redução do minério de ferro. Ainda neste estágio, o produto do alto-fomo que é
denominado ferro-guza, contém um teor elevado de carbono, silício, enxofre e fósforo, etc.,
o que o deixa distante de apresentar qualidades mais importantes que universalizaram o uso
do aço.
(c) Refino e lingotamento
Aciaria: O ferro-gusa líquido é levado para a aciaria para ser convertido em aço, mediante a
redução de teores excessivos de impurezas e adição de elementos de ligas para obtenção das
propriedades desejadas.
Lingotamento contínuo: Nesta unidade o aço líquido proveniente da aciaria é transformado
em placas sólidas de aço, em dimensões apropriadas para o subseqüente processo de
conformação mecânica.
(d) Conformação mecânica
Laminação a quente: As placas de aço são aquecidas em um fomo para uma temperatura onde
o material se encontra mais plástico e portanto mais fácil de ser conformado. Após o
aquecimento, através da compressão de cilindros, a placa de aço é para redução da sua
espessura e ajustamento da sua largura. Neste processo o aço já se encontra em forma de
chapas.
Laminação a frio: Os mesmos princípios da laminação a quente são aplicados nesta unidade,
exceto pelo fato de que a conformação mecânica das chapas através dos cilindros se faz a
das chapas laminadas a quente, e ao mesmo tempo, conferir melhor qualidade superficial e
propriedades mecânicas adequadas ao seu melhor uso.
(e) Revestimento de superficie
Linha de revestimento: Após a laminação (em geral para laminados a frio), dependendo do
uso específico do aço, as chapas podem ser revestidas com camadas metálicas como zinco,
cromo e estanho.
Ressalta-se que nos processos de lingotamento contínuo, laminação a quente, laminação a
frio e revestimento temos seqüencialmente como produto: placas, bobinas e chapas a quente,
bobinas e chapas finas a frio, bobinas e folhas revestidas.
As características do investimento em instalações siderúrgicas
Em geral, um projeto de instalações em usinas siderúrgicas integradas requer escala de
produção. Como mostrado na tabela 2.1, em conseqüência da capacidade de produção exigida, o
valor do investimento fica em uma escala de centenas de milhões de dólares.
Tab. 2.1: Investimentos de instalações em usinas siderúrgicas integradas
(Análise Setorial: 1998), (CST: site)
Companhia Tipo de Instalação Capacidade
(xl000 tonlaa)
CSN Linha de Galvanização 350
USIMINAS Linha de Galvanização 400
USIMINAS Laminação a Frio 600
CST Alto-Fomo, Ling. Cont., 1200
Fabr. de Oxigênio, RH
CST Laminação a Quente 2000
Valor do Investimento
(US$ milhão)
250
200
500
913
As construções destas instalações duram em geral entre 2 a 3 anos, e possuem como perfil básico
de seqüências as seguintes etapas:
(a) Estudo e Planejamento tecnológico e financeiro
(b) Contratação de fornecedores e detalhamento do projeto
(c) Obras civis e metálicas
(d) Instalação de equipamentos mecânicos
(e) Instalação de equipamentos elétricos e instrumentação
(f) Teste
(g) Início das operações
Fatores a considerar na análise de viabilidade de um investimento siderúrgico
Em uma usina siderúrgica integrada, se não houver nenhuma mudança drástica nos custos
fixos, por exemplo como uma introdução de uma nova tecnologia ou projeto, a margem de lucro
na venda dos produtos siderúrgicos está relacionada diretamente com os preços de venda dos
produtos e com os custos das matéria-prima.
Entretanto, no caso de uma mudança drástica é necessário verificar toda a sinergia que
este provoca nos custos fixos. Isto é, para as análises de fluxo de caixa livre, recomenda-se não
estudar isoladamente a introdução de uma nova tecnologia ou projeto. A prática nos recomenda
obter as informações através da diferença de fluxo de caixa livre total da empresa (entre não
executar e executar a introdução). Esta forma, além de nos dar o valor da empresa com as
mudanças, engloba toda a sinergia que uma nova tecnologia ou projeto pode provocar na usina. A
fórmula simplificada seria como segue:
Fp=Fm-Fo
Fp: Fluxo de caixa livre da introdução de uma nova tecnologia ou projeto
Fo: Fluxo de caixa livre da empresa sem nenhuma mudança (status quo)
Definida as características do setor siderúrgico, cabe discutir as "ferramentas" para à
análise de um investimento no setor. Como descrito na introdução, o cenário futuro para as
siderúrgicas brasileiras requer uma reavaliação dos métodos para análise de viabilidade dos
investimentos. Para este fim, serão discutidos nos capítulos seguintes, uma alternativa de método
3 -
PRINCÍPIOS E CRITÉRIOS DO VPL (tradicional) E TOR
Valor Presente Líquido (VPL)
É o método de análise mais popular para estimar o valor de um projeto. Também
conhecido como método Fluxos de Caixa Descontado (FCD), consiste em obter o valor presente
(VP) de um projeto através da aplicação do desconto do custo de capital (taxa de desconto) dos
fluxos de caixa livre (FCL) estimada para cada ano do projeto. A viabilidade de um projeto é
analisado em comparação com o valor do investimento. Isto é, através do valor presente líquido
(VPL) do projeto. Se o VPL for positivo o projeto é economicamente viável, e se for negativo ela
é economicamente inviável. (Globis, 1999:103), (Dixit e Pindyck, 1994:4)
Quando o método do VPL é aplicado a projetos, realizam-se as seguintes suposições:
(a) Os fluxos de caixas incertos podem ser substituídos pelos seus valores esperados, que é
estimado no início da vida útil do projeto. Considera-se que a empresa terá uma gerência
passiva, e que não irá rever suas decisões estratégicas. As decisões gerenciais são
consideradas estáticas, sem possibilidades de flexibilidade gerencial. (Minardi, 1996: 1-1)
(b) A taxa de desconto é assumida como conhecida e constante ao longo do tempo, e depende
exclusivamente do risco do projeto, que é assumido constante no decorrer do tempo.
(Minardi, 1996: 1-2)
O método VPL é praticável para a análise onde as taxas de incertezas são baixas, onde os
fluxos de caixa estimados teriam maior confiabilidade. Cujo, mesmo com uma única projeção de
fluxos de caixa, a probabilidade de cometer um grande erro de decisão é consideravelmente
baixa. Para projetos em campos já amadurecidos ou protegidas por regulamentações, o método
VPL é viável para à avaliação. Na prática, alguns cenários possíveis são projetados e se calcula o
VPL para cada uma destas. A avaliação final é feita através de uma média ponderada das
o
problema do método VPL consiste basicamente em dois itens:(a) Não é possível considerar as flexibilidades administrativas: Para considerar as flexibilidades é
necessário estimar a taxa de desconto corretamente para este fim. Entretanto, para uma
inclusão desta estimação da flexibilidade sempre se declina para um campo mais intuitivo do
que quantitativo.
(b) O cenário futuro é fixo: É possível considerar algumas incertezas fazendo projeções de cenários. Entretanto, é insuficiente para cobrir as necessidades. Por exemplo, por mais que se
projete cenários, se ocorrer, na semana posterior, uma mudança drástica no câmbio, no preço
da matéria-prima etc. Certamente será necessário fazer a correção dos cenários projetados.
Não é realístico corrigir os cenários cada vez que se tem uma mudança no ambiente que cerca
o projeto.
Teoria das Opções Reais (TOR)
A Idéia Básica
A flexibilidade administrativa consiste em um conjunto de opções reais tais como:
• Postergar um projeto
• Expandir ou contrair a escala de produção
• Abandonar temporária ou definitivamente um projeto
• Alterar as matérias primas ou produto de um projeto
• Realizar investimentos subseqüentes
Na verdade a flexibilidade administrativa é uma possibilidade, mas não uma obrigação de
alterar um projeto em diferentes etapas de sua vida útil operacional.
A Teoria de Opções Reais oferece a abordagem para se avaliar projetos que possuam
opções operacionais e estratégicas significativas, alegando que ela consegue integrar estratégia e
(a) Considera as flexibilidades administrativas na avaliação.
(b) A taxa de desconto não é determinada de acordo com o risco do projeto, pois trabalha em um
ambiente neutro de risco.
As opções consistem em um direito contingente, ou seja, seu valor depende do valor de outro
ativo, chamado ativo-objeto. Um projeto é visto como um conjunto de opções reais, que tem
como ativo-objeto o valor do projeto. Estas opções reais são análogas a opções financeiras.
Segundo Dixt e Pindyck (1994: 7), opções são oportunidades, ou direitos de exploração de
resultados ou de tomar certas medidas no futuro. Dessa forma, investimentos em Marketing, em
P&D, em projetos ativos-objetos, podem ser considerados opções. Pode ser ilustrado da seguinte
forma, conforme Trigeorgis (1995: 152):
VPL expandido = VPL estático
+
OpçãoPodemos entender que: O VPL estático é o VPL tradicional calculado pelo FCD. Onde o valor
do projeto é calculado com a premissa de que o cenário projetado não se modifica mesmo com a
possibilidade de ocorrência de situações não previstas durante a execução do projeto. O VPL
expandido é o VPL calculado pela TOR. Onde se inclui o valor dos direitos de opção do
investidor na ocorrência de mudança de cenários. Portanto, o valor do projeto avaliado pela TOR
é maior que o valor calculado pelo tradicional FCD como ilustrado na figura 3.1.
Valor da Opção Real (Calculado por TOR)
Valor do Projeto
VPL estático do Projeto (Calculado porFCD)
Fig. 3.1: Ilustrativo sobre o conceito do VPL expandido
Portanto o valor do projeto pode ser expressada na seguinte fonna:
Valor do Projeto = Valor calculado por FCD
+
Valor da Opção RealA equação sugere que dependendo da dimensão do valor da opção, um projeto avaliado
inviável pela metodologia do FCD, pode na realidade ser um projeto totalmente viável. O
quadro se ilustra como segue na figura 3.2.
Valor da Opção Real
Valor do Projeto
Valor pelo FCD A+B
o
... , AI
Fig. 3.2: A influência do valor da opção real na avaliação do valor do projeto
Da mesma fonna, este conceito é ilustrado por Copeland (2002) na figura 3.3. E acrescenta
que o aumento da incerteza diminui o valor do projeto calculado pela metodologia FCD, mas por
outro lado aumenta o valor pela metodologia das opções.
100%
Percentual do Valor
Valor da Flexibilidade
VPL tradicional
0% ~ ______________________ __
Baixo Incerteza Alto
As opções ou flexibilidades para tratar as incertezas futuras é que leva a metodologia das
Opções Reais ser mais adequado a analisar a viabilidade do projeto. Por outro lado, para um
projeto sem incertezas (sem opções ou flexibilidades), os resultados de análise via metodologia
do FCD e Opções Reais seriam os mesmos.
Avaliação dos Ativos Derivativos pelo TOR
Todo ativo derivativo cujo valor dependa do valor de um outro ativo-objeto cujo preço evolua
estocásticamente ao longo do tempo tem uma equação diferencial parcial associada (EDP). A
avaliação dos ativos derivativos segue o princípio básico apresentado por Black e Scholes (1973)
para avaliação de derivativos negociados no mercado de capitais. A avaliação de ativos reais
pela metodologia da TOR pressupõe mudarmos hipótese e condições de contorno, em relação ao
modelo básico de Black e Scholes. Onde, é identificado as mudanças a cada alteração e o quanto
nos aproximamos do mundo real ao fazer as alterações.
Segundo Abreu Filho (2002: 31), para determinação de uma EDP associada a um ativo
derivado deve-se fazer a modelagem estocástica da variável base, e para isto deve-se
primeiramente identificar o processo que rege seu comportamento ao longo do tempo. Os
principais processos estocásticos utilizados são os processos de Markov. De acordo com Dixit e
Pindyck (1994: 59), há dois tipos de abordagens em otimização dinâmica com incertezas (opções
ou flexibilidades) :
(a) Análise dos direitos de contingências (Contingency Claim Analysis)
(b) Técnicas de programação dinâmica
Estas duas abordagens conduzem a uma equação diferencial parcial estocástica. Se EDP obtida
tiver solução fechada conhecida, podemos determinar uma fórmula analítica e obter uma solução
exata. Black e Scholes (1973) expôs pela primeira vez uma solução fechada para o preço de
equilíbrio de uma opção de compra para condições específicas. Abreu Filho (2002: 32)
demonstra que os processos de Markov que podem modelar os ativos financeiros são movimentos
podem ser representadas por Random Walk (representação binomial) em tempo discreto. E o
modelo binomial possui o potencial, como limite, para aproximar de um EDP de solução fechada
corno o modelo de Black e Sholes .
A Fórmula de Black e Scholes para Precificação de Opções
A fórmula de Black e Scholes permite calcular os preços de opções de compra e venda
européias de ações sem dividendos que é a seguinte:
Co = So N (di) - Xe-rT N (dz )
So: Preço do ativo subjacente (o preço atual da ação)
N(dl ): Probabilidade normal acumulada de uma unidade normal da variável di
N( dz): Probabilidade normal acumulada de uma unidade normal da variável dz
X: Preço do exercício
T: Prazo de vencimento
r: Taxa neutra ao risco
e: Base dos logaritmos naturais, 2,1728 ...
cr: Volatilidade
In (So/X)
+
rTcr -VT
Esta fórmula permite calcular o valor da opção em uma condição onde as mudança de valor da
ação é observada em um processo contínuo. Entretanto, este modelo é para um uso em condições
específicas. Pois ele é baseado nas seguintes premissas (Copeland; 108):
(a) A opção só pode ser exercida no vencimento - é uma opção européia.
(b) Só há uma fonte de incerteza - supõe-se que a taxa de juros seja constante.
(c) A opção está embasada em um único ativo sbjacente sujeito a risco; portanto, as opções
(d) O ativo subjacente não paga dividendos.
(e) O preço do mercado corrente e o processo estocástico seguido pelo ativo subjacentes são
conhecidos (observáveis).
(f) A variância do retomo sobre o ativo subjacente é constante ao longo do tempo.
(g) O preço de exercício é conhecido e constante.
Em síntese, para a análise em outras condições, como em opções americanas, o modelo de Black
e Scholes necessita ser modficado ou não é aplicavel.
A Fórmula Binomial para Precificação de Opções
Podemos representar um movimento geométrico Browiniano através de uma representação
binomial, no qual dividimos a vida da opção em número maior de pequenos intervalos de tempo
de extensão L1t. Conforme a figura 3.4, a cada intervalo de tempo, o preço da ação do seu valor
inicial, S, para um ou dois novos valores, Su e Sd. Se u> 1 e d<l, a mudança de S para Su é um
movimento ascendente (onde u: multiplicador de ascendência) e para Sd um movimento descendente (onde d: multiplicador de descendência ). A probabilidade da ocorrência do Su é p e
a probabilidade para Sd é l-p.
T
S
T + L1t Su
Sd
Fig. 3.4: A oscilação do preço das ações no intervalo L1t em um modelo binomial
Avaliação de uma opção Cal!:
o
valor da Call no tempo igual a T-1t = T-1 t=T
/
CT- 1
~
(l-p) CT-=
max{ST- - X, D}=
max{dST-1 - X, D}Como expressado na binomial, o valor da Call é o maior valor entre [ST - X ]e O.
A Avaliação de uma Opção:
Para encontrarmos o valor da opção CT-1, podemos considerar a montagem de um portifolio
composto de N partes do ativo base Sei parte de ativo sem risco B.
Para o tempo T-l; Valor do portifolio (t = T-I) = NT-1 S
+
BT-lSe igualarmos o valor do portifolio ao valor da opção no tempo T -1, seu valor será:
CT-1 = N T-1 ST-l
+
BT-1o
valor deste portifolio no tempo T devera então ser:C/ = NT-1 ST+
+
BT-l rou CT - = NT-l ST-
+
BT-l r Onde r é (1 +NR)Substituindo NT-1 ST+ por u N T-1 ST-h substituindo NT-I ST- por d NT-I ST-I, podemos desenhar o
próximo diagrama. Por simplicidade representaremos os valores de N e B para o tempo T -1 como
sendo simplesmente N e B.
c/
= u N ST-l+ B rCT-1 = N ST-I
+
BPodemos determinar os valores de N e B dado que no tempo t = T temos 2 equações e 2
incógrIitas. Uma vez determinados N e B, podemos determinar CT-I. pois já conhecemos o valor
de ST-I
B
N =
{dC/ - uCT-}/ [d-u]r
[CT - - CT+] / [d-u] ST_1
Com N e B escolhidos desta forma podemos afirmar que este portfolio esta "hedgeado".
Podemos determinar o valor da opção CT-1
CT-1 = N ST-l
+
BCT.1={(r-u) CT-
+
(d-r)C/}/ [d-u]rPodemos simplificar definindo "p" como sendo
p = (r - d) / (u - d)
(l-p) = (u - r) / (u - d)
Podemos também dizer que "p" é a probabilidade neutra ao risco.
Podemos então rescrever o valor de CT-1
A argumentação aqui utilizada esta fundamentada em que Ativos com mesmo risco e que
proporcionem ao investidor fluxos de caixa iguais devem ter o mesmo valor. Tendo portanto o
portfolio, fluxos de caixa iguais aos da Cal!, e tendo o portfolio como única fonte de risco o ativo
base, S, posto que B é livre de risco, a qual é a mesma fonte de risco da opção Cal!, o valor do
portfolio deve então ser igual ao valor da opção Cal!.
Escolhendo N e B de acordo com as formulas acima o portfolio terá o mesmo fluxo de caixa da
opção em qualquer estado (ascendente ou descendente). O risco do portfolio é o risco do ativo S,
que é o mesmo risco da Cal!, pois o outro ativo do portfolio (B) é neutra ao risco. Desta forma o
valor de equilíbrio da opção em t = T -1 não pode ser mais nem menos do que o valor do portfolio.
o
valor da Cal! a qualquer tempo:Desenvolvendo o raciocínio acima para 2 períodos:
o
preço do ativo base : t = T-2 t = T-l t=To
valor da OpçãoSo
~
~uso~
---. dSo
~
~
t=T-2 t= T-l
u u So
udSo
dd So
t=T
So: Preço do ativo base
u: Multiplicador de ascendência
d: Multiplicador de descendência
C: Valor da Opção
X: Preço de exercício
aLlOTECA MAHIU HtNRIQUE SIMONSE.
c/
= {p C/++
(l-p) C/ - } / r Cr -= {p Cr +-+
(l-p) Cr--} / rCr-2 = {p Cr+
+
(l-p) Cr-} / rPodemos usar o mesmo raciocínio e encontrar o valor de Cr-3 ;
C
r-
3 = {pcr-t
+
(l-p) Cr -2 -} / rGeneralizando para qualquer tempo anterior teremos:
Cr-n = {Lj=On (n! / j! (n-j)!) ~ (l_p)"i max[O,
J
dn-j Sr-n - X] } / r n (Cox e Mark, 1979: 229-263)n = numero de períodos até expiração
j = numero de possíveis movimentos ascendência
Logicamente n - j = numero de movimentos descendência
Exemplo Numérico: Modelo Binomial e Modelo Black e Scholes
Um comparativo de cálculo da opção pelo modelo binomial e modelo Black e Scholes é
apresentado nas condições que seguem (Brealey e Myers, 2002: VoI- 2: 57):
Valor inicial do projeto: US$12 milhões
Valor do put do projeto: US$10 milhões
Volatilidade do preço do ativo: 40.6%
M 1 · l' d d U ttp lca or e ascen encla: u dA' = e 0";"'1
Multiplicador de descendência: d = l/u
Taxa da quantidade de intervalo de análise até o exercício da opção: ~t
Supondo que o exercício da opção será feita a 1 ano, os valores da opção são como
Tab. 3.1: Comparativo entre o Modelo Binomial e o Modelo Black e Scholes
Quantidade de interva- Taxa de variação por quantidade de análise (%) Valor da opção
los de análise em 1 ano Direção ascendente Direção descendente (US$ milhões)
1 +50,0 -33,3 1,03
2 +33,3 -25,0 0,87
3 +26,4 -20,9 0,74
4 +22,5 -18,4 0,84
12 +12,4 -11,4 0,77
52 +5,8 -5,5 0,77
Cálculo pelo modelo Black e Scholes=O,76
Pelo cálculo do modelo Black e Scho1es, o valor da opção do projeto e US$ 0,76 milhões.
Notamos que ao diminuirmos o intervalo de tempo no modelo Binomial, o resultado deste se
aproxima do resultado do modelo Black e Scholes. Isto é, quanto menor o intervalo de tempo
(ôt---+zero) tivermos na Binomial, o resultado mais se aproxima do resultado do modelo de Black
e Scholes. Justamente por ser um modelo de solução fechada (tempo contínuo), o modelo de
Black e Scholes tem a vantagem de ser exata e o cálculo é menos trabalhoso.
Todavia, o modelo de Black e Scholes somente propõe solução para equação de uma Cal!
européia sobre condições. Ela é utilizável somente em cálculos de opções específicas que sejam
simples, de tempo determinado e proprietário. Para casos compostos, perpétuo e compartilhada,
isto é, para casos generalizados o modelo Binomial é o mais aplicável. Entretanto, se deve
ressaltar que mesmo o modelo Binomial apresenta as suas limitações no que tange ao critério
para o cálculo do valor residual (idêntico ao VPL tradicional) e na influência da escolha das
premissas para à análise.
Pontos Chaves da Escolha do Método
o
método à ser aplicado para avaliar um projeto deve ser compatível com ascaracterísticas que este apresenta. Basicamente as características que devem ser observado apriori
•
•
•
•
•
•
•
•
Grau de incertezas do projeto
Custo e tempo para o desenvolvimento do projeto
Opções administrativas (opção de abandono, opção da execução por etapas, etc.)
Situação da chance de investimento (existência da monopolização da chance ou não)
A forma do negócio (em forma de contratos ou não)
Processo de desenvolvimento
Volume de dados do setor em questão
Grau de atividade comercial do ativo em questão no mercado
Por exemplo, para um projeto de exploração de recursos naturais teríamos:
~ __ ll1rrllito grau de incerteza& ___ _
•
•
•
•
•
Um custo alto para o desenvolvimento do projeto
Opção para executar por etapas, opção para reduzir o escopo, opção de abandono
Monopolização da chance de investimento
Negócio sobre a forma de contrato (direito de exploração)
Processo de desenvolvimento gradativo
Considerável volume de dados do setor
Um alto grau de atividade comercial do ativo no mercado
Neste caso, podemos concluir que para um projeto de exploração de recursos naturais, a Teoria
4 -
DESENVOLVIMENTO DO MODELO (TOR)
Linha Básica
o
modelo desenvolvido aqui assume como base as características de um projeto de instalação siderúrgica. Onde são consideradas as seguintes situações:(a) Status quo
(b) Expandir a produção do produto atual
( c) Mudar o seu mix de produto
(d) Combinação de (b)
+
(c)Baseando em que o valor dos ativos é o valor presente de seus esperados fluxos de caixa
futuros projetados, faz-se a análise do retomo esperado e do valor da opção de abandono em
cada intervalo de tempo através de uma análise binomial. A análise binomial é feito pelas
abordagens ajustadas ao risco e neutras em relação ao risco, a fim de possibilitar a visualização as
diferenças de probabilidades de retomo e valores a cada intervalo de tempo para as duas
abordagens.
O modelo da binomial utilizado é como segue:
t=O t=1
Onde:
S: Valor inicial do fluxo de caixa
q: Probabilidade de ocorrência
u: Multiplicador de ascendência
d: Multiplicador de descendência
t=2
...
...
...
... ...
...
...
.... > . ...
o
Fluxo de Caixa e o Valor Presente são calculados como seguem:t=Q t=l t=2
FC: S q uS + (l-q) dS
VP: S [q uS + (l-q) dS] / (l+K)
Onde K é a taxa de desconto
Para a abordagem da análise neutra ao risco, utilizamos o pseudo probabilidade neutra ao
risco "p" de tal fonna que:
VP do fluxo de caixa do t= I e t=2
[q uS + (l-q) dS] / (I+K) = [p uS + (l-p) dS] / (l+NR)
[q2 u2S + 2(I-q)q duS + (l_q)2 d2So]/(1+K)2= [p2 u2S + 2(I-p)p duS + (l-pi d2So]/(l+NR/
Onde, NR é a taxa neutra de risco
Podemos assumir esta igualdade, pois o Valor Presente esperado do fluxo de caixa é igual para
abordagens ajustadas ao risco e neutras em relação ao risco. Em caso da abordagem neutra ao
risco utilizamos a taxa NR, já que não precisamos da taxa K que é apropriada ao risco.
Pela equação:
VP(FC;t=l)= [p uS + (l-p) dS] / (I+NR)
Podemos encontrar o pseudo probabilidade "p":
p = [VP(l +NR)-dS]/(uS-Sd)
Refazendo os cálculos para os outros períodos encontramos o mesmo valor para a pseudo
Portanto, o modelo da binomial com o uso da taxa NR e da pseudo probabilidade fica como
segue:
t=O t=l t=2
2 U2 S
~
...~uS
S
P(I~
udS < ...;;'--dS <!:P)P
(1-
pi
d2 S ':::::::: ....
...
...
...
... ...
... ::.
...
Este desenvolvimento permite-nos calcular o valor presente através do fluxo de caixa, sem o
conhecimento da taxa de desconto K. Já que se trabalha em um "mundo" neutro ao risco.
Modelo Binomial para o Valor da Opção de Compra
Supondo que temos uma opção de compra ativo-objeto com um preço de X. Podemos
obter pelo método do portfolio replicado os valores das opções de compra em cada nó. Se o valor
da opção de compra for maior que o valor da opção de compra caso exercida, decide-se manter a
opção. A avaliação das opções (para dois períodos por exemplo) são como segue:
t=O t=l
Co
~max[uS-X,CU]
A
B
- - - . max [dS - X,Cd]
C
t=2
[ 2 2
max U S - X, O]=CU
D
max[ duS - X, O]=Cud
~
E~
max [d2S - X, O]=Cd2F
Para o cálculo do valor da opção de compra, com o uso da taxa NR e da pseudo probabilidade
"p", também é possível calcular sem o conhecimento da taxa de desconto K como segue:
Co= pCu+( 1-p )Cd 1+NR
Cu= pCu
2
+(1-p )Cud
1+NR
Cd= pCud+( 1-p )Cd 2
1+NR
Modelo Binomial com Abandono de Projeto
Pode-se calcular o valor de um projeto incluindo o abandono (em t=1, por exemplo) com
valor X de liquidação. Neste caso, o modelo binomial com o valor do abandono é evoluída na
forma que se segue:
t=O t=l t=2
...
2 u2 S
~
~uS
S p ( I P udS
<::::: ... .
...
... :::::::::>
...
. < ... .
~dS+X
......
...
Onde, justamente por projeto não mais existir, a partir do abandono não existe mais a evolução de
5- Exemplo numérico da aplicação do TOR em um projeto siderúrgico
As Situações
Uma companhia siderúrgica possui as seguintes opções no que se toca ao seu volume de
produção e produtos:
(a) Situação 1 : Continuar a operação siderúrgica sem nenhuma alteração (satatus quo; situação
base).
(b) Situação 2 : Expandir a sua produção de placas em 30% para exportação (Opção 1).
(c) Situação 3 : Alterar o mix de produto, substituindo em parte a venda de placas por bobinas a
quente no mercado interno (Opção 2).
(d) Situação 4: Execução simultânea das Situação 2 e Situação 3 .
As premissas para as situações são como segue:
(a) Para a Situação 1, a empresa tem um fluxo de caixa livre de US$ 200 milhões/ano. E esta
opção supõe se que ocorrerá um protecionismo mundial e limitará as exportações para o
mercado internacional.
(b) Situação 2: Se o setor siderúrgico dos países desenvolvidos abandonar parcialmente a
produção de placas, a empresa poderá expandir a sua produção de placas e aumentar o seu
fluxo de caixa livre anual em 35% após o ano 3. Entretanto, a empresa terá de investir US$
300 milhões para a sua expansão no início do primeiro período (ano O)
(c) Situação 3: Se o consumo nacional de aços planos ampliar, a empresa poderá produzir
bobinas a quente em substituição a venda das placa e aumentar o seu fluxo de caixa livre
anual em 40% após o ano 2. Para a diversificação dos produtos a empresa deverá investir US$
575 milhões no início do primeiro período (ano O).
(d) Situação 4: Os cenários das Situação 2 e Situação 3 ocorrem simultaneamente.
( e) A definição da ocorrência ou não dos itens (b), (c) e (d) só se saberá a partir do anos 2.
(f) K= 9%, NR= 6% , q= 50% (q: probabilidade de ocorrência na direção ascendente), u=I,2 (u:
Resultados dos Cálculos
Os detalhes dos cálculos são demostrados em seqüência de situações nas páginas que
seguem (nos quadros) e o resumo é apresentado na tabela 5.1
Tab.5.1: Resumo dos resultados de cálculos através da aplicação da TOR
RF K u/d Probab.* Aum.FC VP Invest. VPL
Situação 1 6% 9% 1,2/0,8 50% 1,00 1812 O 1812
Situação 2 6% 9% 1,2/0,8 50% x1,35 (ano3) 2253 -300 1953
Situação 3 6% 9% 1,2/0,8 50% x1,40 (ano2) 2384 -575 1809
Situação 4 6% 9% 1,2/0,8 50% x1,40 (ano2) 2825 -875 1950
x1,25 (ano3)
Unidade de VP, Investimento, VPL: US$ milhão * Probabilidade de ascendência
Os resultados nos mostram que a Situação 2 é a o que melhor valoriza a empresa. Ao mesmo
tempo podemos dizer que a Situação 3 (diversificação do mix de produto) não traz beneficios
para aumentar o valor da empresa, já que o valor da empresa é menor que a Situação 1 (Situação
base). Pelos detalhes de dados das planilhas de cálculos, podemos ainda desenvolver e extrair as
Quadro 5.1: Aplicação do TOR para a Situação 1 Fatores NR K Feto 6% 9% 200
Situação (1) Mundo de Risco
Fluxo de Caixa
O 1
Multiplicador FC 1
u 1,2 1,2
d 0,8 0,8
Verificação do VP sem o Residual:
1.448 1 1.307
965
2 3 1 1 1,2 1,2 0,8 0,8
1.690 1.580 1.127 1.053 751 702 501
4 5 6 7
1 1 1 1
1,2 1,2 1,2 1,2 0,8 0,8 0,8 0,8
8601 1.374
1.648 5731
1.757 f 916
1.758 1.098 3821
1.172 611
1.172 732 255l
781 407
781 488 170 I
521 271
521 325 113 I
347 181
347 217 751
231 121
145 501
80
Probabilidades
Ano O Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
50% 50% 50% 50%
Calculo de p:
p = 43%
1 - P = 57%
Verificação do VPL:
2.180 1.999
I 1.812 1.653 1.516 1.302 50% 50% 2.344 1.781 1.405 1.155 50% 50% 2.471 1.885 1.495 1.234 1.060 50% 50% 2.535 1.949 1.558 1.298 1.124 1.009 50% 50% 2.495 1.946 1.580 1.335 1.173 1.064 992 50% 50% 2.298 1.840 1.534 1.331 1.195 1.104 1.044 1.004
Ano 7 Ano 8
50%
1.8671 1.580 I 1.389 I 1.261 1 1.176 1 1.120 I 1.0821 1.0571 1.040 I
Situação (1) Mundo Neutro ao Risco
Fluxo de Caixa
O 1 2 3 4 5 6 7 8
Multiplicador FC 1 1 1 1 1 1 1
u 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2
d 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8
Verificação do VP sem o Residual: 8601
1.374
1.648 5731
1.757 916
1.758 1.098 3821
1.690 1.172 611
1.580 1.172 732 2551
1.448 1.127 781 407
1 1.307 1.053 781 488 1701
965 751 521 271
702 521 325 113l
501 347 181
347 217 751
231 121
145 50l
80
Probabilidades
Ano O Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Verificação
P
1-p
do VPL:
1 1.812
43% 43% 57% 57%
2.147 1.983 1.621 1.501 1.270 43% 57% 2.291 1.728 1.353 1.102 43% 57% 2.396 1.810 1.419 1.159 985 43% 57% 2.433 1.847 1.457 1.197 1.023 907 43% 57% 2.364 1.815 1.449 1.205 1.042 933 861 I 43% 57% 2.134 1.676 1.370 1.167 1.031 940 880 840
Ano 7 Ano 8
43% 43% 57% .--_--:~
1.6651 1.378 J
Quadro 5.2: Aplicação do TOR para a Situação 2 Fatores NR K Feto 6% 9% 200
Situação (2) Mundo de Risco
Fluxo de Caixa
O 1
Multiplicador FC 1 1
u 1,2 1,2
d 0,8 0,8
Verificação do VP sem o Residual:
1.794
I 1.571
1.196
2 3 1 1,35 1,2 1,2 0,8 0,8
2.281 2.032 1.521 1.355 1.014 903 676
4 5 6 7 8
1 1 1 1 1
1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 0,8 0,8 0,8 0,8
1.161 1 1.855
2.224 7741
2.372 I 1.237
2.374 1.483 5161
1.582 824
1.582 989 3441
1.054 550
1.055 659 229 I
703 366
703 439 1531
469 244
469 293 102 I
312 163
195 68 I
109
Verificação
Probabilidades
Ano O Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
q
1-q
50% 50%
50% 50%
Calculo de p:
p= 43%
1 - P
=
57%doVPL:
2.842 2.537
l 1.953 2.165
1.939 1.713 50% 50% 3.165 2.404 1.897 1.559 50% 50% 3.336 2.545 2.018 1.666 1.432 50% 50% 3.422 2.631 2.104 1.752 1.518 1.362 50% 50% 3.368 2.627 2.132 1.803 1.583 1.437 1.339 50% 50% 3.102 2.483 2.071 1.796 1.613 1.491 1.410 1.355 50% 50%
2.520 I
2.1331 1.875J 1.703J
1.588 I
1.512 I
1.461
J
1.427
J
Situação (2) Mundo Neutro ao Risco
Fluxo de Caixa
O 1 2 3 4 5 6 7 8
Multiplicador FC 1 1 1 1,35 1 1 1 1 1
u 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2
d 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8
Verificação do VP sem o Residual: 1.161 I
1.855
2.224 7741
2.372 1.237
2.374 1.483 516 I
2.281 1.582 824
2.032 1.582 989 3441
1.794 1.521 1.054 550
I 1.571 1.355 1.055 659 229 I
1.196 1.014 703 366
903 703 439 153 1
676 469 244
469 293 102 I
312 163
195 681
109
Verificação
Probabilidades
Ano O Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
P
1-p
do VPL:
1 1.953
43% 43% 57% 57%
2.798 2.517 2.121 1.919 1.669 43% 57% 3.094 2.333 1.826 1.488 43% 57% 3.235 2.443 1.916 1.564 1.330 43% 57% 3.285 2.494 1.967 1.616 1.381 1.225 43% 57% 3.192 2.450 1.956 1.627 1.407 1.260 1.163 43% 57% 2.881 2.262 1.850 1.575 1.392 1.270 1.188 1.134 43% 57%
2.248 I 1.861 I 1.603 1 1.431 1 1.316J 1.240j 1.189 I 1.1551 1.132 1
Quadro 5.3: Aplicação do rOR para a Siuação 3 Fatores NR K Feto 6% 9% 200
Situação (3) Mundo de Risco
Fluxo de Caixa
O 1
Multiplicador FC 1 1
u 1,2 1.2
P 0,8 0,8
Verificação do VP sem o Residual:
1.931
I 1.676
1.287
2 3
1,4 1 1,2 1,2 0,8 0,8
2.366 2.212 1.577 1.475 1.051 983 701
4 5 6 7 8
1 1 1 1
1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 0,8 0,8 0,8 0,8
1.204 1 1.924
2.307 803 1 2.460 1.282
2.462 1.538 5351
1.640 855
1.641 1.025 357 1
1.093 570
1.094 684 238 I
729 380
729 456 159 1
486 253
486 304 106 I
324 169
203 70 I
113
Probabilidades
Ano O Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
Verificação q
1-q
50% 50% 50% 50%
Calculo de p:
p= 43%
1 - P = 57%
do VPL:
3.052 2.702
I 1.809 2.315 2.058 1.823 50% 50% 3.282 2.493 1.967 1.617 50% 50% 3.460 2.639 2.092 1.728 1.485 50% 50% 3.549 2.728 2.182 1.817 1.574 1.412 50% 50% 3.493 2.724 2.211 1.870 1.642 1.490 1.389 50% 50% r-3.217 2.575 2.148 1.863 1.673 1.546 1.462 1.405
50% 50% 50%
r---=-:~
Situação (3) Mundo Neutro ao Risco
Fluxo de Caixa
O 1 2 3 4 5 6 7 8
Multiplicador FC 1 1 1,4 1 1 1 1 1 1
u 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2
P 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8
Verificação do VP sem o Residual: 1.204 I
1.924
2.307 803 I 2.460 1.282
2.462 1.538 5351
2.366 1.640 855
2.212 1.641 1.025 3571
1.931 1.577 1.093 570
I 1.676 1.475 1.094 684 2381
1.287 1.051 729 380
983 729 456 1591
701 486 253
486 304 106 I
324 169
203 70 I
113
Probabilidades
Ano O Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
P
1-p
1
Verificação do VPL:
1 1.809 43% 57% 100% 2.681 2.038 43% 57% 43% 57% 3.007 2.270 1.778 43% 57% 19% 49% 32% 3.209 2.420 1.894 1.544 43% 57% 8% 32% 42% 18% 3.355 2.535 1.988 1.623 1.380 43% 57% 3% 18% 36% 32% 10% 3.407 2.587 2.041 1.676 1.433 1.271 I 43% 57% 1% 10% 26% 34% 23% 6% 3.311 2.542 2.029 1.687 1.460 1.308 1.206 43% 57% 1% 5% 17% 30% 29% 15% 3% 2.988 2.347 1.919 1.634 1.444 1.317 1.233 1.177 43% 57% 0% 3% 10% 22% 29% 23% 10% 2% 2.3321 1.9311
1.663 I
1.485 I
1.366 I
1.287 I
1.234 I
1.198 1
1.175
J
Quadro 5.4: Aplicação do lOR para a Situação 4 Fatores NR K Feto 6% 9% 200
Situação (4) Mundo de Risco
Fluxo de Caixa
O 1
Multiplicador FC 1 1
u 1,2 1,2
d 0,8 0,8
Verificação do VP sem o Residual:
2.277 1 1.941
1.518
2 3
1,4 1,25
1,2 1,2 0,8 0,8
2.957 2.664 1.972 1.776 1.314 1.184 876
4 5 6 7 8
1 1 1 1
1,2 1,2 1,2 1,2 0,8 M 0,8 0,8
1.505 I 2.405
2.884 1.003 I 3.075 1.603
3.077 1.922 669 I
2.050 1.069
2.051 1.282 4461
1.367 712
1.368 854 297 1
911 475
912 570 198 1
607 317
608 380 132 I
405 211
253 881
141
Probabilidades
Ano O Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
Verificação q
1-q
50% 50% 50% 50%
Calculo de p: p = 43%
1 - P = 57% do VPl:
3.714 3.240
I 1.950 2.826 2.481 2.234 50% 50% 4.102 3.116 2.459 2.021 50% 50% 4.325 3.299 2.615 2.160 1.856 50% 50% 4.436 3.411 2.727 2.271 1.968 1.765 50% 50% 4.366 3.405 2.764 2.337 2.052 1.862 1.736 50% 50% 4.021 3.219 2.685 2.329 2.091 1.933 1.827 1.757 50%
50% .---=--:....:..::.,
3.266J 2.765J 2.430 I 2.207 !
Situação (4) Mundo Neutro ao Risco
Fluxo de Caixa
O 1 2 3 4 5 6 7 8
Multiplicador FC 1 1 1,4 1,25 1 1 1 1 1
u 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2
d 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8
Verificação do VP sem o Residual: 1.505 J
2.405
2.884 1.003 J 3.075 1.603
3.077 1.922 669
2.957 2.050 1.069
2.664 2.051 1.282 4461
2.277 1.972 1.367 712
1 1.941 1.776 1.368 854 2971
1.518 1.314 911 475
1.184 912 570 198 /
876 607 317
608 380 132 1
405 211
253 88/
141
Probabilidades
Ano O Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
P
1-p
1
Verificação doVPL:
I 1.950
43% 57% 100% 3.214 2.455 43% 57% 43% 57% 3.657 2.769 2.177 43% 57% 19% 49% 32% 4.010 3.024 2.367 1.929 43% 57% 8% 32% 42% 18% 4.193 3.167 2.484 2.028 1.724 43% 57% 3% 18% 36% 32% 10% 4.258 3.233 2.550 2.094 1.791 1.588 43% 57% 1% 10% 26% 34% 23% 6% 4.138 3.176 2.536 2.108 1.824 1.634 1.507 43% 57% 1% 5% 17% 30% 29% 15% 3% 3.734 2.932 2.398 2.042 1.804 1.646 1.540 1.470 43% 57% 0% 3% 10% 22% 29% 23% 10% 2%
2.914 I
2.4121
2.078 I
1.855 I
1.706 I
1.607 I
1.541 1
1.497 I
Valor da Opção de Compra
Através da evolução do Fluxo de Caixa Livre no modelo Binomial, se calcula o VP da
empresa a cada intervalo de tempo. Isto é, a cada intervalo de tempo, a cada dada condição de
probabilidade de ocorrência, possuímos o VP da empresa.
Essa informação pode ser utilizada da seguinte maneira, para o cálculo do valor da opção
de compra, por exemplo na Situação 1:
t=O t=1 t=2
~
2147 D Binomial de VP da Situação 1·~1983~
,US$ milhões
1812 A B 1621 E
---"1501
~
C~
1270 FSupondo que temos uma opção de compra da empresa com um preço de exercício de
US$1600 milhões (X). A avaliação das opções são como segue:
t=O t=1
~MaX[383, 473,6] =473,6
391,2 A B
---..Max[-91,18,1] = 18,1
C
Sendo que para cada nó se sugere:
B: Segurar a Opção
C: Segurar a Opção
t=2
~
Max[547, O] =547~
DMax[21, O]
~
=21E
~
Max [ -330, O]D: Exercer a Opção
E: Exercer a Opção
F: Não Exercer a Opção
o
mesmo conceito de desenvolvimento do modelo Binomial para valor da opção de compra,pode ser aplicado para outros intervalos de tempo e Situações.
Modelo Binomial com Abandono de Projeto
O cálculo do valor da empresa incluindo o abandono (em t=l, por exemplo) de um
projeto na Situação 3, com valor US$300 milhões para liquidação é como segue:
Situação 3 Fluxo de Caixa (Neutro ao Risco) original:
Multiplicador FC
u
o
1 1,2
0,8
1 1 1,2
0,8
2
1,4 1,2
0,8
3
1 1,2
0,8
4
1 1,2
0,8
5 1 1,2
0,8
6
1 1,2
0,8
7
1 1,2
8
1
Situação 3 Fluxo de Caixa (Neutro ao Risco) com abandono:
o
1 2 3 4 5 6 7 8Mu Itiplicador FC 1 1 1,4 1 1 1 1 1
u
d
1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2
0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8
Notamos que a Situação 3 com o abandono aumenta o valor da empresa do que a Situação 3
original. Ao mesmo tempo, podemos dizer que a Situação 3 (diversificação do mix de produto) com abandono, ao contrário da Situação 3 original, traz beneficios para aumentar o valor da
empresa, já que o valor da empresa é maior que a Situação 1 (Situação base).
Valor Próprio do Projeto
Até aqui, as análises foram desenvolvidas através do valor da empresa. Para analisar o
valor do projeto em si, podemos obter o fluxo de caixa pela seguinte forma:
Fo: Situação onde não se exerce nenhuma opção, status quo.
Fx: Situação em que exerce algum tipo de opção, onde se introduz mudanças no fluxo de caixa
em relação ao Fo.
Para o nosso caso em estudo temos:
Fo: Fluxo de caixa da Situação 1 (Situação Base)
Fx: Fluxo de caixa da Situação 2 ou 3 ou 4.
Os valores dos projetos para cada Situação são como segue:
Valor do Projeto da Situação 3 (Diversificação do mix de produto)
Estudo de Sensibilidade com o TOR
As condições e amplitude adotadas para a análise de sensibilidade são como segue:
(a) Verificação da influência do K no VPL: 6% - 12%
(b) Verificação da influência do u (multiplicativo de ascendência) & d (multiplicativo de
descendência) no VPL: u/d: 1,0/1,0 - 1,4/0,6
(c) Verificação da influência da probabilidade no VPL: p: 40% - 60%
(d) Verificação da influência da taxa de aumento do fluxo de caixa livre no VPL:
Expansão da capacidade de produção de placas: 25% - 45%
Diversificação do mix de produto: 30% - 50%
A figura 5.1 mostra os resultados da análise de sensibilidade e a evolução dos fatores em
estudo foram como segue:
1- - - Sit.1 - - -Sit.2 --Sit.3 --Sit.41 2000
...J 11. > 2600 2400 2200 2000 1800 1600 1400 1200 1000 2800 2600 2400 2200
...J 2000
g;
1800 1600 1400 12006 7 8 9 10 11 12
TAXA K (%)
I
- - -
--Sit.3 Sit.1 --Sit.4 - - - Sit.2I
-~
~-1000 L-~~ _ _ ~~ _ _ ~~ _ _ ~~~~
40 45 50 55 60
Probabilidade q (%)
Sit.2 1950
Sit.4 1900
...J 11. 1850
> Sit.1
1800 Sit.3
1750 1700
1,0 1,1 1,2 1,3 1,4
u
Influência do fluxo de caixa livre das opções IVPL: US$ milhões)
Aum. FC VPL Aum. FC VPL
Sit.1 1--_ _ -+ __ --tSit. 3 X1,30 1666
X1,35 1737
Ii::i.t~,;:Xl.~ ;;;·,1;::;;1809
X1,45 1880
X1,50 1951
Si!. 2 X1,25 1827 Sit. 4 X1 ,30;X1 ,25 1681
X1,30 1890 X1 ,35;X1 ,30 1815
.;>~H(1.a5 :: c/,t{:ff953 XtM;XJ;$P :;~ .. <: 195(1
X1,40 2016 X1,45;X1,40 2084
X1,45 2097 X1,50;X1,45 2219