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Epidemiologia da doença de Chagas no Ceará VIII - estudo da infecção de animais por T. cruzi no município de Morada Nova.

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EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA DE CHAGAS NO CEARA

VIII - ESTUDO DA INFECÇÃO DE ANIMAIS POR

T. CRUZI

NO MUNICÍPIO

DE MORADA NOVA*

J. E. Al e n c a r , * * e L. M . Fr e i t as, * * *

F o ra m e x a m in a d o s 1 .3 6 8 m a m ífe r o s e m e c ó to p o s n a tu r a is o u a r t if ic ia is : 4 4 3 c ie s c o m 2 ,5 % p o s itiv o s ; 6 0 5 g a to s c o m 0 ,7 % , 6 5 ro e d o re s d o m é s tic o s c o m 4 ,6 % , 6 c o e lh o s e 1 0 c o b a ia s n e g a tiv o s . D e n tr e o s a n im a is s ilv e s tre s , fo r a m e x a m in a d o s 1 1 5 p reás (G a le a s. s p ix ii) c o m 2 ,3 % p o s itiv o s , 1 2 "c a s s a c o s " ( D id e lp h is a za ra e ) d o s q u a is 9 p o s itiv o s ; 5 q u ir ô p ta r o s , 5 p u n á r e s ( C e rc o m y s c . la u r e n tiu s ) e 3 p e b a s (D a s y p u s s e x c in c tu s ) n e g a tiv o s . A a m o s tr a a p re s e n ta d a é s u fic ie n t e p a ra c o n s id e r a r a e x is tê n c ia d e c ic lo s d o m é s tic o e s ilv e s tr e d e T. c r u z i n a á re a e s tu d a d a e c o n s id e ra d a e n d ê m ic a d a D o e n ç a d e Chagas.

I N T RO D U Ç Ã O

Di ver sos est ud os f or am r eal izados no Est ado do Ceará em áreas endêm icas de Doen ça de Chagas para esclarecer o s pr obl em as de t r ans­

m i ssão dessa endem ia em r elação aos possíveis r eser vat ór ios ani m ais. Essas invest igações r evela­ r am o papel de diver sos ani m ai s d om ést ic os e sil vest r es em Mu n i c íp i o s d o Val e do Jaguar ibe, da r e gi l o d o Càr i r i e da Ser r a de Bat u- r i t é1 > 2 ' 3 - 4 > s c om o se apr esent a a seguir:

* T r a b a l h o r e al i zad o c o m r e c u r so s d o Co n v ê n i o PG E- 0 8 / 7 4 - D N O C S/ U F C e c o m a c o l ab o r aç ão d a SU C A M — Mi n i st é r i o da Saú d e .

‘ * Pr o f e sso r A d j u n t o d o De p a r t am e n t o de Pa t o l o gi a e Me d i c i n a Legal d o Ce n t r o d e Ci ê n c i as d a Sa ú d e da U FC.

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20

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

Vol. XI - N? 1

Espécies de _

. Dat a

An i m ai s

Cães 1962/ 4

Cães 1 9 73

D O M ÉS­ Gat os 1962/ 4 T ICO S Gat os 1 9 73 Roed or es 1962/ 4 Roed or es 1 9 73

Ex am i - Co m nad os T. c r u zi

i

72 2 2 8

6 7 4 9 9 14, 7

2 4 4 4 1, 6

2 6 8 65 24, 3

6 3 5 49 7, 7

10 4

Mar sup i ai s 1962/ 4 130 37 28, 5 SI L ­ Mar sup i ai s 1973 3 1

V E S­ Roed or es 1962/ 4 2 3 4 7 3, 0

T R ES Roed or es 1973 13 0 —

Qui r óp t er os 1 97 3 141 9 6, 3

Um a r eunição de invest igador es O PS/ O M S6 el abor ou um d ocu m e n t o q ue insist e ná neces­ sidade de se d i sp or de inf or m ações baseadas em invest igações adequadam ent e r eal i zadas sobr e a pat ol ogi a geogr áf ica da doença.

O XI Congr esso da Soci ed ad e Br asil eir a de Medi cina Tr opical , r eal i zado no Ri o de Janeir o de 2 3 a 28 de f ever eir o de 19 7 5 r ecom end ou, t am bém , o est udo d o papel d as diver sas espécies de anim ai s r eser vat ór ios e o D N O CS m anif est ou int er esse em esclarecer pr ob l e m as de t r ansm i s­ são da Doença de Chagas em áreas de seus pr oj et os de ir rigação, f i r m an d o para ist o Con vê ­ nio com a Univer sid ade Feder al d o Ceará.

Em f ace d os r esul t ad os at é agor a o b t i d o s e às r ecom endações al ud idas, p r ocu r am os or ganizar pr oj et os de invest igação para ob t er inf or m ações adequadas ao escl ar ecim ent o da Hist ór i a Nat u ­ ral da Doença de Chagas no Ceará.

PL A N O DE T R A B A L H O

Dent r e onze m u n i c íp i o s de ár eas de ir r igação do DN O CS, sobr essaiu-se por ser aquel e em que m aior núm er o de inf ecções f or am det ect adas em inquér it o sor ol ógi co pela r eação de Gue r ­ reir o e Machad o, o Mu n i c íp i o de Mor ad a Nova, área escolhida para o t r abal ho.

Dever íam os exam inar o s ani m ai s d om é st ic os das r esidencias das 106 pessoas q ue apr esent a­ r am RFC posit ivos, cor r esp ondent es a 71 l ocal i­ dades que, para f aci l id ad e de t r ab al h o f or am agr upados em 10 zonas (m apa 1). Tam b ém dever iam ser exam i nad os os ani m ai s sil vest res que pudessem ser cap t ur ad os em t o r n o das habit ações ref eridas.

M ÉT O D O E T É C N I C A S

O m ét od o ut i l i zad o f oi o d o xenod iagnós- t i co, ut i l i zando-se 10 ninf as de R h o d n iu s p r o -lix u s . Os x e n os f or am l i d os em l ab or at ór i o 30 a 4 0 d ias após, ut i l izando- se o con t eú d o int est inal de cada ninf a ent re l âm ina e l am in u l a para ver i f icação de f or m as de T. c r u z i.

R E SU L T A D O S

Das 11 4 l ocal idad es est udad as no Mu n i c íp i o de Mor ad a Nova, em 71 f or am r eal izadas x e n od i agn óst i cos para ver if icar a inf ecção por T. c r u z i. No t ot al f or am e x am i n ad os 1. 368 m am íf e r os en cont r ad os em e cót op o s nat ur ais ou ar t if iciais, dent r o e f or a d as habit ações.

X e n o d ia g n ó s tic o s e m a n im a is d o m é s tic o s — ap r esent am os na Tabel a a seguir o s r esul t ados d o exam e desses anim ais, per t encent es às espé­ cies ref eridas.

Os r esul t ad os o b t i d o s não se assem el ham aos que f or am ob ser vad os em out r as áreas invest iga­ das no Est ado; em Russas, por exem pl o, as t axas de inf ecção f or am bast ant e elevadas (14, 7 para os cães e 24, 3 para o s gat os).

Ver if ic am os, ent ão, q ue na r eal idade não é elevada a inf ecção de ani m ai s d ent r o da casa, p od em os af ir m ar que é m ai or a pr evalência que a da inf ecção hum ana q ue é r el at ivam ent e baixa. Se t i véssem os t r abal hado com a reação de f ix ação d o com p l e m ent o, m ét od o ut i l izad o para o est udo da inf ecção hum ana, cer t am ent e ob t e r íam os ci f r as dez vezes m aior es.

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Jan.-Fev., 1977

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

21

Espécie Ex a m i ­ n ad os

Posit i­

vos %

a) C an is f a m ilia r is (cão) 4 4 3 11 2, 5

b) FeH x d o m e s tic u s (gat o) 6 0 6 4 0, 7

c) f ía ttu s r a tt u s fr u g iv o r u s

(rat o dom ést i co) 58 3 5, 2

d) R a ttu s r a t t u s r a tt u s (guab ir ú) 05 0

-e) M u s m u s c u lu s (cat it a) 01 0 —

f ) C u n ic u lu s o r ic tila g u s (co e I h o ) 0 6 0

-g) Cavia a pe re a (cobaia) 10 0 —

em cont a a vida m édia desses anim ai s, vem os que a pr ob abil i dad e de inf ect ar t r i at o m ín e o s é elevada. Ent r e n ós o cão vive cerca de 7 anos. É possível que um cão com T. c r u z i viva m enos em f ace de l esões q ue p ossam ocor r er e um a lesão car díaca pod e ser um a causa bem f r e q ü en ­ te, d i m i n u i n d o a p r ob ab il i d ad e de q ue ele sej a reser vat ór io para inf ecção de t r i at om ín eos. A mesma ar gum ent ação p od em os desenvol ver em relação ao gat o.

No q ue d iz r espei t o ao r oed or d om ést ico, mesmo q ue eles apr esent em um a t axa de inf ecção m ais elevada, a sua vida m édia é bem menor e p or t ant o ele t erá r el at ivam ent e um valor igual ao cão e ao gat o.

0 mapa 1 m ost r a o n d e se sit uam , d o p on t o de vist a geogr áf ico, os ani m ai s encont r ad os inf ect ados, e n os of er ece um a visão de c on j u n ­ t o, poi s m ost r a r eunid as t od as as inf or m ações quant o a r eser vat ór i os da doença. Ob ser vam os ent ão q ue há um car át er f ocal , o q ue n os per mit e incl uir a Doen ça de Chagas d ent r o d o gr upo de doenças c om as car act er íst i cas d escr i ­ t as na d ou t r i n a de Pavl ow ski, d o n i c ho nat ur al. Xe n od i agn óst i c o em ani m ai s sil vest r es — Os r esul t ados d o s exam es r eal i zados em 2 4 0 an i ­ mais silvest res, f or ne ce r am - nos o s r esul t ad os que a seguir ap r esent am os:

a) G a lea s p i x i i s p ix ii (preá) — 215, com 5 posit ivos ( 2, 3%) ;

b) D id e lp h /s a z a ra e (cassaco) — 12, com 9 posit ivos (2, 2%) ;

c) Q u ir o p te r o s (m or cegos) — 5, com 0 posit ivos ( 3, 3%) ;

d) C e r c o m y s c u n ic u la r iu s la u r e n tiu s (puna- ré) - 5, com 0 p osit ivo ( 3, 3%) ;

e) D a s y p u s s e x c in c tu s (peba) — 3, com 0 posit ivo (3, 3%) .

Vem os, assim , q ue é m ai s elevada e bast ant e signif icat iva a t axa de inf ecção de ani m ai s

silvest res. Foi pequena a am ost r a de m ar supiais, não nos p er m it i n d o consid er ar a t axa de in­ f ecção. Ent r et ant o, devem os decl ar ar que sem ­ pre esses m am íf e r os apar ecem com elevadas t axas de inf ecção on d e quer q ue se o s exam ine. No m u n i c íp i o de São Gon çal o recent em ent e e x am i n am os al guns exem pl ar es desses anim ais e t am b ém a í encont r am os elevada t axa de in­ f ecção.

Out r as espécies de ani m ai s sil vest res não p uder am ser capt ur ad os, em vist a de inadeq ua­ d o m at erial u t i l i zad o e d o p ouco t em p o d i sp o ­ nível para o t r abal ho.

De q ual q uer m od o a am ost r a ora apr esen­ t ada é o suf icient e para nos levar a consi der ar a exist ência d o ci cl o sil vest re d o T. c r u z i na área est udada.

C O N C L U SÕ ES

São b ai xas as t axas de inf ecção de anim ai s dom ést icos, especial m ent e as q ue se ref er em a gat os; é, ent r et ant o, m ai or que a t axa de inf ecção hum ana.

Os ani m ai s sil vest r es r eser vat ór ios são o preá, t am b ém em t axas r eal t ivam ent e baixos, e o cassaco. Dest a úl t i m a espécie não f oi exam i­ nado u m núm er o de exem pl ar es q ue per mit a est abelecer o seu papel . Am b o s al i m ent am os ni chos nat ur ais d o T. c r u z i na região.

(4)

in-22

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

Vol. XI - N9 1

I

COMVENIO PaC OI - M

OÜOCI / UMIVEMSIOADE

MAPA «•

í

ESTUDO

soalte

* EPIDCMIOIOVA

DOENÇA DE CN««â<

MUNICÍPIO DE MORADA MOMA

— lI MI T ( Ot

(5)

Vol

. XI - N9 1

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

23

f ect ados. Ser iam assim , 1. 283 f on t e s inf ect art - t es domést icas. Ist o cor r esp ond e a 1 f on t e inf ect ant e em cada 9 casas no Mu n i c íp i o .

Em r el ação às f ont es sil vest r es de inf ecção

não se p od e chegar a um a concl usão pois, al ém de pequena a am ost r a de ani m ai s exam inados, não se t em um a idéia precisa da sua dist r ib uição ecol ógica e de seus hábit os.

SU M M A R V

In th e c o u n t r y o f M o ra d a N o v a , S ta te o f C eará, 1 .3 6 8 M a m m a l's w h e re se a rch e d f o r T. c r u z i a n d h a v e s h o w n th e f o ilo w in g r e s u lts : 4 4 3 d o g s w it h 2 ,5 % p o s itiv e s ; 6 0 5 c a ts w it h 0 ,7 % 6 5 d o m e s tic r o d e n ts w it h 4 ,6 % , 6 r a b b it s a n d 1 0 g uine a p ig s n e g a tiv e s. A m o n g th e s y iv a t ic a n im a is , 2 1 5 r o d e n ts " p r e á s " (G a le a s. s p ix ii) h a v e s h o w n 2 ,3 % p o s itiv e s , 1 2 m a r s u p ia is ( D i d e lp h is a za rae ) w it h 9 p o s itiv e , 5 bats, 5 r o d e n ts k n o w n as " p u n a r é " (C e rc o m y s c. ia u r e n tiu s ) a n d 3 a rm a d iiio s (D a syp u s n o v e n c in c tu s ) n e g a tiv e . T he ra te s s h o w n a re s u f f ic ie n t t o c o n s id e r th e re g io n s u rv e y e d as e n d e m ic f o r C hagas disease a n d t o s h o w th e c ir c u la t io n o f T. c r u z i i n t o d o m e s t i c a n d s y iv a t ic c icie s .

R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

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5. A L E N C A R , J. E. , A L M E I D A , V. M. , F REI- i ( T A S, L. M. & SA N T O S, A. R. - Est uclós

Referências

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