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REVISTA
BRASILEIRA
DE
REUMATOLOGIA
Artigo
de
revisão
Hormônio
anti-Mülleriano
como
preditor
de
reserva
ovariana
em
pacientes
lúpicas:
uma
revisão
夽
Andrese
Aline
Gasparin
a,∗,
Rafael
Mendonc¸a
da
Silva
Chakr
a,
Claiton
Viegas
Brenol
b,
Penélope
Ester
Palominos
a,
Ricardo
Machado
Xavier
b,
Lucian
Souza
c,
João
Carlos
Tavares
Brenol
be
Odirlei
André
Monticielo
baDepartamentodeReumatologia,HospitaldeClínicas,PortoAlegre,RS,Brasil
bDepartamentodeReumatologia,UniversidadeFederaldoRioGrandedoSul,PortoAlegre,RS,Brasil
cFaculdadedeMedicina,UniversidadeFederaldoRioGrandedoSul,PortoAlegre,RS,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem29dejaneirode2014 Aceitoem2demaiode2014
On-lineem26denovembrode2014
Palavras-chave:
Hormônioanti-Mülleriano Reservaovariana
Lúpuseritematososistêmico
r
e
s
u
m
o
Ohormônioanti-Mülleriano(HAM)ésecretadoapartirdascélulasdagranulosados folícu-losovarianosemcrescimentoepareceseromelhormarcadorendócrinocapazdeestimar areservaovariana.Olúpuseritematososistêmico(LES)éumadoenc¸aautoimuneque aco-metepredominantementemulheresemidadereprodutivaepodeafetarnegativamentesua fertilidadepelaatividadedadoenc¸a,bemcomopelostratamentosusados.Conheceroreal impactodoLESedeseutratamentonafertilidadevemsendooobjetivodeestudosrecentes, osquaistêmusadooHAMparaessefim.
©2014ElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
Anti-Müllerian
hormone
levels
as
a
predictor
of
ovarian
reserve
in
systemic
lupus
erythematosus
patients:
a
review
Keywords:
Anti-Müllerianhormone Ovarianreserve
Systemiclupuserythematosus
a
b
s
t
r
a
c
t
Theanti-Müllerianhormone(AMH)issecretedfromgranulosacellsofgrowingovarian fol-liclesandappearstobethebestendocrinemarkercapableofestimatingovarianreserve. Systemiclupuserythematosus(SLE)isanautoimmunediseasethatpredominantlyaffects womenofreproductiveageandmaynegativelyaffecttheirfertilityduetodiseaseactivity andthetreatmentsused.Recently,severalstudiesassessedAMHlevelstounderstandthe realimpactofSLEanditstreatmentonfertility.
©2014ElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
夽
DepartamentodeReumatologiadoHospitaldeClínicasdePortoAlegre.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:andresegasparin@gmail.com(A.A.Gasparin).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2014.05.008
Introduc¸ão
As melhores condic¸ões de tratamento e o manejo das infecc¸ões,alémdecontribuirparaoaumentodasobrevidadas pacienteslúpicas, proporcionammelhorqualidade devida. Demodoque,hoje,grandeparte dessaspacientes écapaz dedesempenharsuasfunc¸õeslaboraisnormalmente.Como aumentodaparticipac¸ão das mulheresno mercadode tra-balho,omomentoemqueelasdecidemteroprimeirofilho vemsendocadavezmaispostergado.Afertilidadefeminina comec¸aadeclinarnoiníciodaterceiradécadadevidaepode aindaserprejudicadanaspacienteslúpicaspelaatividadeda doenc¸aepelosmedicamentosusadosnoseutratamento.Isso fazcomqueosproblemasreferentesàfertilidadenessas paci-entesganhemcadavezmaisimportânciaehánecessidade dedispormosdemarcadoreseficazesparapredizerareserva ovariana.
O
hormônio
anti-Mülleriano
como
marcador
de
reserva
ovariana
Onúmerodeovócitosatingeomáximodeseisasetemilhões por volta da 20a
semana de gestac¸ão e, por um processo contínuodeatresia/apoptose,apenasumadoismilhõesde folículos alcanc¸am o período neonatal.1 Apenas as
ovogô-niasqueentramemmeiosesobreviverãoàatresianoovário fetalantesdonascimento.Namenarca,cercade300milsão viáveis. Amulher usará cerca de 500 folículosprimordiais duranteosanosreprodutivos.Naépocadamenopausa,o ová-rioseráformadoporestromadensoerarosovócitosdispersos remanescentes.2
Ocrescimentofolicularéiniciadonofetoemumpadrão contínuo e está relacionado com a massa total de folícu-losecomfatoresliberadosporfolículosatrésicos.Ciclosde crescimentofolicularesubsequenteatresiainiciamantesdo nascimentoecontinuamatravésdosanosreprodutivos.A via-bilidadedoovócitodeclinanamulhermaisvelhaemidade reprodutivaantesqueelatenhaqualquerdecréscimo men-surávelnaconcentrac¸ãohormonalséricaouintrafolicular.3
A menopausa é associada com um marcado declínio no número de ovócitos que é atribuído à atresia progressiva dopooldeovócitosoriginal.Contudo,aevidênciadadeplec¸ão absolutadeovócitosatualmenteélimitada.3
Ohormônioanti-Mülleriano(HAM),tambémchamadode “substânciaanti-Mülleriana”,éumpolipeptídio membroda famíliadofatortransformadordocrescimentobeta(TGF). Estáenvolvidonadiferenciac¸ãosexualdoembriãomasculino einduz aregressãodoductoMülleriano,precursor embrio-lógicodotratoreprodutivofeminino.4Emindivíduosdosexo
feminino,comec¸aaserexpressonoováriofetalapós a36a
semanadegestac¸ão.Ésecretadoapenaspelascélulasda gra-nulosa dos folículos ovarianos emcrescimento: primários, secundários,pré-antraiseantraispequenoseproduzidoem maiornívelpelosdoisúltimos.5 Temdoisprincipais
meca-nismosdeac¸ãonoovário:inibe orecrutamento inicialdos folículosprimáriosapartirdosfolículosprimordiaise, secun-dariamente, inibe a sensibilidade dos folículos antrais ao hormôniofolículo-estimulante(FSH)duranteorecrutamento
Pré-ovulatório
Primordial
Secundário Pré-antral Primário
HAM
FSH
Antral pequeno
Figura1–Hormônioanti-Mülleriano(HAM)e
foliculogênese.OHAMésecretadopelosfolículos
emcrescimentoesuasecrec¸ãoaumentaaolongodo
desenvolvimentofolicular.Osníveismaisaltossão
secretadospelosfolículospré-antraiseantraispequenos.
OHAMinibeorecrutamentoinicialdosfolículosprimários
apartirdopooldefolículosprimordiaisereduza
sensibilidadedosfolículosantraisaohormônio
folículos-estimulantes(FSH)duranteorecrutamento.
cíclico (fig. 1). O HAM previne a deplec¸ão prematura dos folículos.6Apesardoprefixo“anti”’,oHAMnãotempapelna
produc¸ãodeanticorpos.
Otermo“reservaovariana”descreveonúmeroea quali-dadedosovócitosremanescentesnosovários.Aquantidade defolículosprimordiaisremanescentesparecese correlacio-narcomonúmerodefolículosqueentramemcrescimento. Como apenasosfolículosemcrescimentoproduzemHAM, seusníveisplasmáticosrefletemaquantidadedefolículos pri-mordiaisremanescentes.7Estudosemratos8eemmacacos9
têmmostradofortecorrelac¸ãoentreníveisdeHAMeonúmero defolículosprimordiais.
Outros testes atuais para estimar a reserva ovariana incluemmarcadoreshormonais(FSH,estradiol,inibinaB)e marcadoresultrassonográficos(contagemdefolículosantrais emedida dovolumeovariano). Esses testesrefletem direta ou indiretamente a quantidade de folículos antrais rema-nescentes. A contagem de folículos antrais éuma medida ultrassonográfica direta. Na fase folicular inicial, os níveis de inibina B e de estradiol são consideradosdependentes donúmero defolículosantrais.Os níveisdeFSHsão regu-lados por feedback negativo dessesdois produtos da célula granulosa. Por isso, refletem mais indiretamente o pool de folículos antrais. O declínio associado à idade no número de ovócitoslevaàreduc¸ãodosníveisdeestradioleinibina Be,consequentemente,aoaumentodoFSH.10Comparados
comessesmarcadoreshormonais,osníveisplasmáticosdo HAMparecemassociar-semelhorcomodeclínio longitudi-naldosovócitos/folículosaolongodotempo,mesmoantes da ocorrênciade ciclos irregulares.11 Emcontraste com as
relativamentepoucoporcondic¸ões que suprimemos está-giostardiosdodesenvolvimentofoliculardependentedeFSH, como agestac¸ão,12 o usode contraceptivos hormonais13 e
o tratamento com agonistasdoGnRH. Além disso, o HAM nãopareceserafetadopeloíndicedemassacorporal(IMC)e pelo tabagismo.14 O valor preditivo do HAM para estimar
a reservaovariana ainda é incerto. Diversos estudos pros-pectivos longitudinais que envolvem mais de 11 anos de seguimento de mulheres normo-ovulatórias têm mostrado queoHAMéomelhormarcadorendócrinonaavaliac¸ãodo envelhecimentoovarianoequeosníveisplasmáticosdoHAM, comacuráciarazoável,podempreveroiníciodamenopausa.15
OHAMpareceserumindicadorprecoce,confiáveledireto dodeclínioda func¸ãoovariana. Contudo, nãoháconsenso noquedizrespeitoaosvaloreslimiaresapropriados.Dados daliteraturamostraramgrandedispersãodasconcentrac¸ões séricasdoHAMempopulac¸õescomparáveisobtidaspormeio dosdoisdiferentesimunoensaiosultrassensíveisdisponíveis nomercado–AMHBeckmanCoulterElisaeAMH Diagnos-ticSystemLaboratories(DSL)Elisa.Estudoprévioencontrou níveisdeHAM4,6vezesmenorescomokitDSLquemostravam queopontodecortevariadeacordocomoensaiousado.16
Emestudosqueavaliaramtaxa desucessocomfertilizac¸ão
invitro,níveisséricosdeHAMmenoresdoque0,5ng/mL suge-riramfortementedeplec¸ãofolicular,enquantoníveisséricos
≥ 1,26 ng/mL foram consistentes com uma boa reserva
ovariana.15,17
Como
o
lúpus
eritematoso
sistêmico
pode
prejudicar
a
fertilidade?
Infertilidade é definida como a falha em conceber após 12mesesdeintercursosexualregulardesprotegido.A autoi-munidadepodeinterferiremdiversosaspectosassociadosà fertilidadeecausar,porexemplo,alterac¸õesdafunc¸ãotubária, falênciaovariana,falhadeimplantac¸ãoembrionáriaeperda gestacional.
Umestudode caso controle feitoem2009naFinlândia avaliou ahistória reprodutiva de mulhereslúpicas compa-radascomcontrolessaudáveis.Osautoresnãoencontraram diferenc¸a na média de idade por ocasião da menarca e frequênciadeinfertilidade,porémamenopausaocorreumais precocementeentreaspacienteslúpicas.18
Cercade10%-30%dasmulherescomfalênciaovariana pre-matura(FOP) têm umadoenc¸a autoimune concomitante.19
Reac¸õesautoimunescontraosováriospodemsergeraisou parciaiselevaraumcursoflutuantedeFOP.Aevidênciade baseautoimuneparaFOPédadapelapresenc¸ade autoanticor-poscontracélulasprodutorasdeesteroidesemcercade80% daspacienteseooforitecominfiltradodelinfócitosTCD4+e CD8+.20
Sugere-se que a fertilidade possa estar reduzida em algumas pacientes por causa de irregularidades menstru-aiseciclos anovulatóriosdurante atividade da doenc¸a e a administrac¸ãodeelevadasdosesdecorticoide.21Algumgrau
de irregularidademenstrualestá presente ematé 53% das pacienteslúpicasabaixode40anosepacientescommaior ati-vidadededoenc¸aapresentammaiorfrequênciadealterac¸ões menstruais.22 A func¸ão ovariana pode ser reduzida pela
ooforite autoimune no LESe levar à FOP, enquanto que a reduc¸ãodareservaovarianaestáassociadaareduzidosníveis deHAM.23Nefritelúpicapoderesultaremdoenc¸arenal
ter-minal e amenorreiajuntamente com hiperprolactinemia.24
Cercadeumterc¸odasmulherescomLESapresenta anticor-posantifosfolipídios,oquepodeexplicaraassociac¸ãoentre LESeperdasgestacionais.25
Os tratamentos medicamentosos usados no LESpodem prejudicarafertilidade,comoéocasodosesteroidesemdoses altas,Aineseciclofosfamida,que,emparticular,têm influên-cia na func¸ão ovariana, principalmente em idades mais avanc¸adas.Umtrabalhopublicadoem2006encontrou39%de prevalênciadefalênciaovarianaempacientestratadascom ciclofosfamidacomidadeinferiora30anose59%em pacien-tesde30a40anos.26Umestudodecoortefeitoentresetembro
de2010ejulhode2011nosEstadosUnidos,quecomparoua históriareprodutivademulheresjovensportadorasdedoenc¸a reumatológicacomousemexposic¸ãopréviaàciclofosfamida, concluiuquemaismulherescomexposic¸ãopréviaà ciclofos-famidativeramamenorreia,nuliparidadeeinfertilidade.27
Avaliac¸ão
da
reserva
ovariana
em
pacientes
lúpicas
pré-menopáusicas
por
meio
do
hormônio
anti-Mülleriano
–
estado
da
arte
PoucosestudosqueusaramoHAMnaavaliac¸ãodereserva ovarianaempacienteslúpicasforamfeitosatéomomento. Umestudodecaso-controlefeitonaAlemanha,entre feve-reiro de 2009emaiode2010, analisouainfluênciadoLES na reserva ovariana elevou emconsiderac¸ão atividade de doenc¸aetempodedurac¸ão.Areservaovarianafoi determi-nadapormeiodadosagemdoHAMem33pacienteslúpicas pré-menopáusicas, semexposic¸ão prévia à ciclofosfamida, eem33pacientes controlespareadaspelaidade. Osníveis deHAMnaspacienteslúpicasforamsignificativamentemais baixosdoquenoscontrolessaudáveis.Nãoforam encontra-das diferenc¸assignificativasentreosgrupos emrelac¸ão ao número defilhos eabortosenãohouve correlac¸ãoentreo níveldeHAMeotempodedurac¸ãodadoenc¸aouoSledai comoindicadordeatividadededoenc¸a.Apesarde apresen-tarleveatividadededoenc¸a,aspacienteslúpicasmostraram reservaovarianasignificativamentemenordoqueos contro-lessaudáveispareadosporidade.28
Uma coortede216 pacienteslúpicas chinesas, acompa-nhada entre junho de 2009e outubro de 2009, estudou o níveldeHAMesuarelac¸ãocomaidadeeaexposic¸ão pré-via à ciclofosfamida. Encontrou-se que o nível médio de HAM foisignificativamente maisbaixoempacientes previ-amente expostas àciclofosfamida, ajustadas para aidade. Porém,nãohouvediferenc¸asignificativanessamédiaquando comparadasusuáriasou nãodeoutrosimunossupressores, como micofenolatode mofetila,azatioprinaeinibidoresdo calcineurin.29
Tabela1–Resumodeartigospublicados
Estudo Delineamento Seguimento Resultadosprincipais
LawrenzBetal.28 Caso-controle
(33pacientesemcada grupo)
Fevereirode2009amaio 2010,Alemanha
OsníveisdeHAMnaspacienteslúpicasforam significativamentemaisbaixosdoquenoscontroles saudáveis.
MokCCetal.29 Coorte,216pacientes
lúpicas
Junhode2009aoutubro de2009,China
OnívelmédiodeHAMfoisignificativamentemaisbaixo empacientespreviamenteexpostasàciclofosfamida. MorelNetal.30 Caso-controle
(56pacientesemcada grupo)
2012,Franc¸a NíveisbaixosdeHAMempacienteslúpicas,com decréscimosignificativoassociadoàidadeeaousoprévio deciclofosfamida.
MalheiroOBetal.31 Caso-controle
(27pacientesemcada grupo)
Brasil Valoresmédiosdereservaovarianasemelhantesnosdois grupos.Aspacienteslúpicasapresentarammaisampla distribuic¸ãodevaloresdoHAM.
Outroestudodecaso-controle,essecomnúmeroreduzido depacientes (27 emcada grupo),feitono Brasilencontrou valoresmédiosdereservaovarianasemelhantesnosdois gru-pos,porém aspacientes lúpicasapresentarammaisampla distribuic¸ãodevaloresdoHAM.Afunc¸ãoovarianafoimais comprometidaempacientescommaiordosecumulativade ciclofosfamidaecommaioresescoresdedanodadoenc¸a.31
Oresumodosprincipaisartigospublicados atéomomento podeservistonatabela1.
Conclusão
OHAMvemganhandoespac¸ocomomarcador fidedignoda reservaovariana.Estábemestabelecidoopapelda ciclofos-famida como causadora deinfertilidade, evidenciadopelas dosagens maisbaixas de HAM nas pacientes previamente expostaspareadaspelaidade.Contudo,sãonecessáriosmais estudos, com número maior de pacientes, para verificar se há diferenc¸as na reserva ovariana de pacientes lúpicas quandocomparadascomcontroles,bemcomoasimplicac¸ões da atividade da doenc¸a na fertilidade dessas pacientes. Medicamentoscom menortoxicidadeovarianapoderãoser oferecidosàspacientescomHAMreduzidoequedesejarem gestar.
Financiamento
FundodeIncentivoàPesquisaeEventos(Fipe/HCPA).
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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s
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