• Nenhum resultado encontrado

Terapeutica de enfermagem nos casos de prolapso uterino.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Terapeutica de enfermagem nos casos de prolapso uterino."

Copied!
3
0
0

Texto

(1)

TERAPE UTICA D E E N F E R MAG E M N O S CASOS D E P R O lAPSO UTE R I NO*

Ene Blanco Rodrigues

**

Sndra Mra Roles Fones CÔrtes

**

RESUMO

-

Trabalho rea l i z ado no H o s pital U n i v e rsitário " P e d ro E rne sto"

-U E RJ . Comenta a s açõe s d e enfermagem n a a s s i s tê n c i a a pacientes portadoras

de p ro l apso uterino. A p resenta c o n s i d e rações s o b re o p rob lema e i l u stra a p ro­

posta terapê utica d e e nfermagem com a d e s c rição de t rês casos.

ABSTRACT

-

This work was d o n s at H o s pital U n i v e rs itário " P e d ro E rn esto" and

it comments the n u rs i n g actio n s i n treat m e n t of wome n with u re r i n e p ro l a p s e . I t

p resents s o m e c o n s i d e ratio n s a b o u t t h i s p roblem a n d s how b y the d e s c ription o f

. t h re e c a s e s t h e n u rs i n g c a re f o r t h e s e patie nts.

1

I NTRODUÇÃO

Dentre "s problemas gincol6gicos que afetm esecialmente a mulher mulipára elou idosa, aparece como um dos mportantes o polapso uterino, princi- · palmente elo fato de que algumas mulheres ortado­ rs mesmo com as limitações de vida e riscos imostos pela patologia, levam às vezes muitos nos para pro­ curar assistência. Faz-se necessário, or isso, o conhe­ cimento destes fatores e implicações esecíicas, para que a enfemagem possa adotar s ções teaêuticas e prevenivas pertinentes.

P ROLAPSO UTER I NO

DeÍmição

-é a protusão do útero pelo introito vaginal devido ao enfraqucimento ou adelgaçamento ds estruturas de sustentação do 6rgão.

Classiicação

-"o grau do prolapo uterino está em relação direta com o grau de separação ou enfra­ qucimento de suas estruturas suortes" (BENSON,

1976).

O prolapso pode er classiicado em:

A - Polapso de primeiro grau - o útero dece a um ponto onde a cérvie ica visível no in­ tr6ito vaginl;

B - Prolapso de segundo grau - nos casos em que a cérvice projeta-e através do intróito vaginal; e

C - Polapso de terceiro grau - pocidêcia total, quando o útero inteiro projeta-se através do intróito vaginal (JEFFREY · ).

Etioloia

-o prolapso uterino em geral ocorre em pacienes com traumatismo de prto, muliparida­ de, p6s-menopausa (devido à bixa nos níveis de es­ tr6genos), afecções que produzam aumento da presão ntra-abdoinal (tosse crÔnica, constipação, levanta­ mento de eo, tumores, scite, gravidez obesidade) (MACKAY " ).

Snas e Sistems

-as queixs mis frequentes

nos csos de polapso uterino, prncipalmente de e­ gundo e terceiro graus, são sensação, de peso ou "re­ puxmento" da região lombar inferior, elve ou re­ gies nguinis, assciada à presença de "masa" na vagina. Em mulhees pré-menopáusics apace a leu­ coéia ou a menometrorragia em vtude da con­ gestão uterina. No prolapso de terceiro grau o útero exosto ode tonar-se inflamado ou infctado. Apa­ recem inda a dificuldade em esvaziar o intestino

ter-minl, distúrbios da micção, secreção sanguinolenta e obstrução uretral.

Diagn6stico

-"rarmente existe qulquer difi­ culdade no diagn6stico do prolapso uterino" (MAC­ K A Y

5

)

- Deve ser feita uma diferenciação dos casos de alongamentos cervicais hipertr6icos ou dos tumo­ res de cérvice ou do útero, da cistceli, da retocele, inversão uterina, do fecaloma ou de um grande clculo vesicl. Aesar das diversas possibilidades, a amamne­ se e os dados fsicos são tão caracterísicos que o diagn6stico não constitui problema. (BENSON

1

)

.

Tratmento

-a conduta a ser adotada no trata­ mento do prolapso uterino deve considerar os seguin­ tes fatores: idade da paciente, condições cluicas ge­ rais, desejo de procriação futura, grau do prolapso, compromeimento de outras estruturs.

O trataento cínico via de regra consiste no uso de pessários e tmponamento vaginal como medids conservadoras para os casos de prolapso de menor grau em pacientes de lto risco para grande cirurgia. O tratmento conervador cirúrgico empresa em geral as cirurgias de Manchester, Shirodkar e Le Fort. As cirurgis radicis são as histerectomias vaginl e ab­ dominal. (BENSON " JEFFREY .. MACKA Y 5,

M ONTEIRO 6).

2.

CASOS I LUSTRAT I VOS

Caso I:

CMA,

53

anos, intenada na Unidade de Gineco­ logia da HUPE, queixndo-se de eso na vagina, vi­ suaação e plpação do útero. Foi diagnosicado pro­ lapso uteno de segundo grau. Refere anda epis6dios de retenção e nconnência uináia, screção e pro­ tusão do útero. Gesta VII, Pra 111 sendo um parto doiciar, e quatro abortos espontâneos. Começou atividade sexual aos

15

anos e pimero pto aos

23

anos. Relata ter trabalhado sempre caregndo peso nclusive durnte as gestaçes. Mostra-se muito po­ cupada com problemas faires pois tem marido al­ coólatra. Demonstra grande ansiedade com relação à vida sexul após a crurgia, pois segundo as infor­ mações que receeu "deixaria de ser mulher se eti­ rasse o útero". Deverá ser submetida à cirurgia de Manchester. .

* rabalho ealado na Disciplina Est. Sup. Enfemlagem Gincológica I, cOm a colaoração da Enfeneia Marie Dominique Hod (HUPE) e do Pofesor Octavio Muniz da Cosa Vrges (Fc. Enf. E).

** Ines do curso de Gaduação em Enfenagem a UEJ, no Hospital Univesiio "Po Eneso" -EJ.

(2)

Esta pciente teve durnte todo o eu eríodo de

intenção picipação aiva nos gruos de orienação

que e reazm na unidde, ms custou muito a com- .

preender e deenvolver os cuidados pessois volados

para a peservação de seu estado geral pré-oerat6rio.

Cso

11:

RF A,

89

nos, intenada na unidde de ciruria

gerl do HUPE,

a

ramento de

ie

bir. Ao .

exme fsico foi detctado polapso ueno de teceio

grau. Relata ter esse problema há qurenta anos,

quando pariu seu úlmo lho. Teve dez gestações e

quatro prtos e desde o último parto vem apresenn­

do problemas de retenção e inconnência. Informou

que em toda sua vida trablhou caregando eso, in­

clusive na lavoura. iniciou vida sexul aos 33 anos.

Mostra-e bsne envergonhada com sua dença e

vem rejeitando a cirurga or medo da anestesia. De­

verá ser submetida

à

cirurga de

e

Fot.

Importante obervr que esta pciene muito

provávelmente ela vergonha de sua dença, confor­

me nos relatou, demorou

0

anos pra pocurr aten­

dimento, e esmo assim or foça de outro agravo à

sua saúde.

Cso 111:

CAZ,

62

anos, intenada na Unidade de Gineco­

logia do HUPE, oea, queixando-se de "peso na va­

gina" que e acentuou com o decoer dos nos. Refe­

re que há mis ou menos quatro mees apeceu a ex­

teriorzação do útero. Foi diagnosticado prolapso ute­

rino de teceiro grau. Iniciou atividade sexul aos

27

anos tendo uma única gestação aos

32

anos com parto

noml. Estão presentes a nconinência e a reenção

urináa. elata ter empe trablhado submetendo-se a

esforços sicos e caregando eso. Mostra-se bstante

pocupada quanto

à

cirurgia por deconhecê-la, e as

reercusses sobre o próprio coro. Demonstra muita

ineguança quanto

s

aividades que poderá desen­

volver a6s o tratmento, principalmente sobre sua

vida sexul. Deverá ser submetida

à

Histerctomia

To. or via vaginal.

3

PROPOSTA TERAPÊUTICA

D E E N FE R MA G E M

A eraêuica de enfemagem tem como princípio

básico a busca de soluçes para os problemas de pa­

cientes de modo a toná-los cda vez mais indeen­

dentes e aptos

a

o autcuidado . Sendo ssim, a

aviação do pciente do onto de vista da enfema­

gem inclui, lém da avlição de poblema de natureza

cnica, a idenicação ds divers interfeências que

estes terão na vida e no comortaento da pciente,

na sua elação consigo mesma e com seu grupo scl

e flir.

As pcienes que escolheos paa ilustar esta

.

proposta resumem o quadro mis frequentemente en­

contrado, qul eja: a 6s-menopausa ssciada ou não

a traumatismos obstétricos e a ncessidde de tata­

mento cirúrgico. Todas s queixs, procupções e n­

siedades elatadas elas pacients aontam paa uma

teraêutica de enfenagem centrada em dois cmos

fundamenis: a recueração sica 6s-oerat6ia e a

situação emocionl enfcando, principente, a se­

xulidde.

No cmpo da recueração fsica, prcurmos tra­

tar agravos já existentes no pré-operat6rio. Neste

perído descm-e a higiene essol e o tratmento

ds les. Imediamene a6s a cirurgia inicimos s

ações que vm fundmentlmene prevenir infcção

e a tensão na linha de sutura, orientr quanto à higiene

da genilia a6s cada micção e/ou evacução, reco­

mendr os exercícios perineais para fortalecmento da

muculatura. Nos casos de retenção (em micção até

seis hors ap6s a cirurgia) fazer um cateterimo de í­

vio. Em lguns , csos deixa-se o catéter por até

72

hors, fzendo-e a reeducação nas últas

24

hors.

No campo emocionl, a enfemagem deve estar

sempre atenta para identiicar os problemas, suas in­

terferências na rcueração da crurgia e planejar as­

sim suas ações. Pudemos observar que a flta de

orientções básicas, geris, quer seja or desconheci­

mento do pr6prio coro, quer seja sobre a cirurgia,

por medo ou mesmo vergonha, são os spectos mais

imortntes a serem conversados com as pacientes.

Manter a pciene e sua fia infomadas do que se

está pasando é aividade mortnte pra grnr o

sucesso do tratamento e a reintegração da paciente

à

sua vida noml, com um mnimo de liiações. Esti­

mular a participação da paciente no seu pr6prio trata­

mento mostrou eaultados mportanes.

De um modo gerl as essos bseim-e em

múltiplas exeriências ja vividas, de sote que as doen­

çs e tratmentos graves inerferem no conceito que

as essoas fzem de si mesms.

A

dapação

s

mu­

dnças mposs por doenças ode ainir o senmen­

to de idenidade da pessoa, levando algumas a acha­

rem-se "leijads" o que enfaiza a incapacidade e

afeta a auto-imagem.

O

primeio psso para a compeensão do controle

de magem corporal é tonar-se mis conciente das

próprias aitudes a reseito de saúde, enferidade,

muilação e lterções no funcionmento do copo.

Ansiedde, aversão, repugnância e piedade são, em

gerl, resoss automáics e a nomidades na

aparência e funcionmento do corpo da paciene. Para

ajudar a estas pcienes o enfermeio deve er capz

de controlar seus próprios enmentos, além de en­

tender que estas lteraçes na paciente implicam em

adção de medidas teraêutics individuads, dei­

nr quais dests medids devem ser pioizads.3

4 .

CONCLUSÃO

Este tablho foi de grande mporânca pos,

através das entevistas ezads e dos cuiddos pres­

tados com bse na deição de prioriddes dos pro�

blems ideniicdos, pudemos desenvolver nossa

apendizagem.

Ao mplemenmos o traamento de enfermagem

através de orientações, com uso de meios-sus,

através do aoio emocional prestado

s

pcientes, es­

tas most

m

-e, dentro de eus ites, muito mais

coniantes na equie e paricipantes em seu traen­

to.

(3)

R EF E R Ê N C IAS B I B L IOG R Á FICAS

1 BENSON, R.C. Manual de Obstefca e Giecooga. 5 ed.

Rio de Janeo: Gaba Koogan. 1976, p. 482-489.

2 BRUNNER, L.S. & SUDDAR f H, D. Enfeagm Médi­ co-Cúrgica. 3 ed. Rio de Janeio: Ineamericana,

1977, p. 750-753.

3 • Traado de Enfeagem Médco-Cúr-gca. 5 ed. Rio de Janeiro: Ineameiana. 1 985, p. 170- 177.

4 JEFFREY, W.E. & BECKMAN, C.R.B. Manual de Gine­ cooga. Rio de Janeiro: Prenice Hall do Bsil, 1986.

5 MACKA Y, E. V. et alii. Tatado de Gnecooga lsraa.

Rio de Janeiro: Interamericana. 1985, p. 303-320.

6 MON fEIRO, A. Ginecoogia: dagnóscos e protocoos de tratento. 2 :. Rio de Janeio: Cultura Médica, 198 1 . p. 2 1 9-223.

7 fOURRIS , H .D. Manal de Ginecooga e Obstefca. Rio de Janeiro: Masson do Brasil. 1 979, p. 208-215.

Referências

Documentos relacionados

Embora os resultados demonstrem que os profissionais estudados apresentam boas condições emocionais (dedicação), a redução observada nas dimensões vigor, absorção e escore

(1983) verificaram que a seleção aos cinco anos foi tão eficiente quanto aos 20 anos para os caracteres de crescimento em P. taeda, principalmente para altura, que foi usada

A assistência da equipe de enfermagem para a pessoa portadora de Diabetes Mellitus deve ser desenvolvida para um processo de educação em saúde que contribua para que a

O estudo identificou que as legislações vigentes sobre gerenciamento de risco se relacionam, se complementam e harmonizam entre si, possibilitando a identificação

For additional support to design options the structural analysis of the Vila Fria bridge was carried out using a 3D structural numerical model using the finite element method by

Depois da abordagem teórica e empírica à problemática da utilização das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação em contexto de sala de aula, pelos professores do

Este trabalho busca reconhecer as fragilidades e potencialidades do uso de produtos de sensoriamento remoto derivados do Satélite de Recursos Terrestres Sino-Brasileiro