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Variações circadianas diárias nos óbitos de um hospital geral.

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Academic year: 2017

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VARIAÇÕES C1RCADIANAS DIÁRIAS NOS ÓBITOS DE UM HOSPITAL

GERAL

1

DAILY CIRCADIAN JARIATIONÇ OF DEATHÇ AT A GENERAL HOÇPITAL

Cesar Emanuel Rodrigues 2 Javier Lazo 3

Marcus Aurelho Lima 4

R ES U M O : Objetivo - Determinar a existência de variações circadianas diórias nos óbitos de um hospital gera l . Método - Fora m a n a l isados a hora da morte e o período do dia em q u e ocarrera m 502 mortes naturais em hospita l gera l . Em pregara m-se testes estatísticos para determinar as diferenças entre proporções e médias. Resu l tados - Não se observou relação e ntre mortalidade e a hora ou período de ocorrência n o dia, a pesar do a u m ento n o n LJmero d e óbito n o período das 1 2 às 1 8 horas. Conc l u são - Os resultados observados sugerem que a morte natural não tem padrão circadiano, a pesar da m a ior freqüência no período vespertin o .

U N ITERMOS: Variação circadiana - Hospital g eral - Morte natura l .

A BSTRACT: This work aims at determining t h e incidence o f circadian daily variations of natura l death a t a general hospita l . Methods: We have a nalyzed time of death in 502 individuais with natura l death . Statistical a n a lyses have been applied to determine the difference sig n ifica nce between proportions a n d averages. As a result, we have fou n d out that the occurrence of n atura l death was similar i n different periods of the day. However, val ues indicate a n excess of lethality at 6 a.m . a n d from noon to 6 p .m . . We have concl uded that the observed results suggested that the natural death does n o t have a circadian pattern , despite the vespertine pea k .

K EYWO R DS : Circadian variations - General h ospita l - N atural death .

1 Trabalho apresentado na 4ª Jornada Cientifica de Enfermagem da Faculdade de Medicina do

Triângulo Mineiro (FMTM), em 1995.

2 Acadêmico de Enfermagem e Técnico de Anatomia e Necropsia do Hospital- Escola da FMTM .

3 Médico, Aluno do Curso de Pós-Graduação em nível de Doutorado em Patologia Humana da

FMTM .

4 Médico Patologista, Professor Adjunto de Patologia Especial da FMTM .

(2)

I�ODRrGlIES, Cl'�ar EI1lGlllll'i f alii

INTRODUÇÃO E OBJ ETIVO

o ritmo ci rcad iano ocorre em m u itos fenômenos b iológ icos, incl u i ndo secreção de hormôn ios e atividades do sistema nervoso a utônomo e , recentemente , tem s i d o tam bém n otado ocorrer nas i ncidências de cetas doenças card íacas e cerebrovasculares 3.8 . O reconhecimento de variações

ci rcad ianas (VC ) n o estudo das doenças é de utilidade pela contribu ição que pode trazer ao melhor con h ecimento da patogênese , fisiopatolog i a , profi laxia e terapêutica das enfe rm idades . Desse modo , basea ndo-se em picos de maior freq üência de óbitos em dete rm inados horários do dia, os profissionais de saúde

.

podem ter parâmetros e u m a maior, vig ilâ ncia na i m plementação de cu idados a determ inados pacientes. E m vista d i sso , procu ramos observa r a possi b i l idade de tendências nas VC diárias das mortes natu rais s ú bitas e não súbitas de um Hospita l Gera l .

MATERIAL E MÉTODOS

Foram estudados 502 óbitos por mortes natu rais ocorridas no Hospita l­ Escola da Faculdade de Medicina do Triâ n g u lo M i n e i ro , U be raba , M G , d u rante o ano de 1 994 . A hora do óbito foi obtida através do reg istro de entrada n o Setor de N ecropsia do Serviço de Patologia Cirúrg ica deste Hospita l . Os casos foram d istribu ídos seg u ndo a hora e o período do d ia em q u e o óbito ocorreu . Para esta distribu ição , as 24 horas foram d ivididas em horas e em 4 períodos ig uais. Não foram estabelecidas restrições em relação á idade o u ao sexo .

Pa r! anál ise estatística , foi util izado o teste do q u i q u a d rado para determ i n a r o s ig n ificado das d iferenças entre proporções de óbitos em cada periodo.

Consideram-se sig n ificativas d iferenças ao n ível de 5%.

RESULTADOS

As VC d iárias em que ocorreram as motes nos 502 casos estão i n d icadas nas F ig u ras I e 2 . O estudo estatístico não mostrou relação entre morta l idade e hora o u período de ocorrência no d i a , apesar da elevação no período das 1 2 às 1 8 horas ( F ig u ra I ) . Os 502 casos estão d istribu ídos d u rante o d i a , conforme se observa na F ig u ra 2, evidenciando maior n úmero de óbitos às 6 horas da m a n h ã .

(3)

Va r i ll ç il' S C i r C ll d i tl ll tl S D i á r i a s I I O S Ó h i t o s . . .

FIGURA 1 - PERíODO DO DIA EM QUE OCORRERAM OS ÓBITOS, DE 6 EM 6

HORAS.

N. de motes (%) 28 2 7 , 7 0

0 00 0 1 -06:00

27 H 06 0 1 - 1 2 00

1 1 2 0 1 - 1 8 00

26

3 1 8 : 0 1 -24 00

25

n = 5 0 2

2 3 , 90 24

23

22

Período do

2 1 dia (Horas)

FIGURA 2 - VARIAÇÕES CIRCADIANAS DIÁRIAS DAS MORTES NATURAIS

SÚBITAS E NÃO-SÚBITAS.

n = 5 0 2

5.98

N . DE 6 , 0 0

CASOS

(% : 5.SR

5 , 50 5.38

5. 1 8 5.' g

4,98 4.98

5 , 00

4 . 50 4.1S

.� . 1 8

1.38 3.'8

4,00 3.-S 3.'8

3 , 50 1 , 39 3.39

3 , 0 0

2 , 50

2 , 00

H

2.59

I

2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 14 1 5 16 1 7 1 8 1 9 20 2 1 22 23 24

R Bras. Enferm. , Brasília, v. 50 , n . 3, p. 339-344 , j u l . lset . , 1 997

HORA DA MORTE

(4)

RODRIGUES, Cesar Emanuel et alii

DISCUSSÃO

Apesar dos dados da literatu ra mostrarem picos diários de mortes por episódios cardiovasculares agudos e também uma tendência circadiana em mortes por doenças cerebrovasculares6 e na morte súbita da doença de Chagas 3, os nossos resultados não mostram qualquer VC estatisticamente significativa em relação a períodos do dia em que ocorreu o óbito nos 502 casos analisados de mote natural súbita e não súbita . Estes resu ltado$ podem ser explicados pela diluição, entre os óbitos de um modo geral, de doenças que possuem mortalidade relacionada com o ciclo circadiano. Uma destas doenças, o infato agudo do m iocárdio, tem o período da manhã (7 às 9 horas) com maior incidência de episódios1,2,4,5,9, Esta i ncidência decorre, ao que parece, da

elevação da atividade simpática pelo acréscimo dos n íveis de

catecolaminas 4,7,9,10 e cortisol (pico às 6 horas), a umento do débito card íaco e pela diminuição da atividade fibrinolítica nesse período do dia6, além do que a pressão sangü ínea4,7,9, o tôn u s coronarian04,7 e a ag regação plaquetária encontrarem-se mais acentuados também nesse períod04,6 O seg u ndo pico d iário por morte súbita isquêmica , entre 1 8 e 24 horas, engloba menor n úmero de pacientes que o pico matutino e é formado por mulheres fumantes, maiores que 70 anos e com insuficiência card íaca 1,2 ,

O n úmero de óbitos por nós analisados nestes dois períodos, 6 às 1 2 e 1 8 às 24 horas, não foi muito d iferente dos demais. Houve, entretanto, d iscreta elevação, apesar de não ser estatisticamente significativa , no período das 1 2 às 1 8 horas. A elevação neste período coi ncide com o excesso de letal idade estatisticamente sig n ificativo verificado no estudo sobre morte súbita da doença de Chagas realizado na nossa regiã03 Esse trabalh03 utiliza óbitos por morte natu ral não-sú bita como controle e não obseva qualquer tendência circadiana no horário destas motes.

CONCLUSÃO

Os resu ltados sugerem que as mortes naturais, de um modo geral, tendem a ocorrer de modo u niforme d u rante o dia, com maior freqüência no período vespertino, sem caracterizar um padrão circadiano.

(5)

Va r i a ç õe s C i r c a d i a n a s D iá r i a s n o s Ó b i t o s . . .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RODRIGUES, Cesar Emallucl et alií

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FIGURA  1  - PERíODO  DO  DIA  EM  QUE  OCORRERAM  OS  ÓBITOS,  DE  6  EM  6  HORAS.  N

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