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Efeitos da ciclosporina, fenitoína e nifedipina sobre a síntese e degradação de colágeno da gengiva de macacos-prego (Cebus apella): estudo histoquímico e através de RT-PCR

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Academic year: 2017

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Kanno, Cláudia Misue

K16e Efeitos da ciclosporina, fenitoína e nifedipina sobre a síntese e degradação de colágeno da gengiva de macacos0prego ( !: estudo histoquímico e através de RT0PCR / Cláudia Misue Kanno. 0 Araçatuba : [s.n.], 2006

75 f. : il. ; tab.

Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia, Araçatuba, 2006

Orientador: Prof. Dr. Alvimar Lima de Castro

1. Crescimento excessivo da gengiva – Induzido quimicamente Ciclosporina 3. Fenitoína. 4. Colágeno tipo I. 5. MMP01. 6. MMP02 não hidrossolúveis

(4)

signifique errar. Nunca me aconselharam a ser perfeita, a ser a melhor, apenas a

ser feliz, mas que a felicidade só é plena quando calcada em valores éticos. Não

só me amaram; me aceitaram apesar de todas as minhas imperfeições e erros.

Aprendi com o Professor Alvimar que o Tempo que gastamos

fazendo o que gostamos nunca é “tempo perdido”. O Tempo é um aliado valioso

no nosso processo de crescimento, pois é ele que traz novas experiências,

amadurece idéias, permite que pessoas com novos pensamentos entrem em

nosso caminho.

Aprendi com o Professor Américo que, se queremos colher bons

frutos, devemos plantar boas sementes. Crescer é uma arte, devemos exercê0la

com esmero, superando dificuldades que nunca devem ser motivo de

desencanto, e sim, um estímulo para um salto a um patamar mais alto.

Aprendi com os Professores Fernando, Caris, Sílvia, Renato, e

Marcelo que crescer sozinho é muito chato. Crescemos muito mais rápido

quando estamos organizados como um grupo em que a palavra “juntos” é a mola

mestre.

Aprendi com os Professores Cláudio, Ana Maria, Edílson e

Buratini que conhecimento é algo que deve ser partilhado. Um cérebro cheio de

conhecimentos não tem valor se não houver um coração cheio de generosidade.

Aprendi

com o

Junqueira

e o

Arnaldo

que

ética

em

experimentação também se exerce quando damos carinho ao animal.

Aprendi com a To, o Sérgio, o Gustavo, a Luciana, o Juliano, a

Val e a Érica que crescimento, muitas vezes, é sinônimo de sonho, algo valioso

pelo qual devemos lutar com toda nossa garra.

(5)

,

e à minha irmã,

úcia,

(6)

Professor Doutor José Fernando Garcia; Professora Doutora Caris Maroni Nunes ;

Professora Doutora Silvia Helena Venturoli Perri Professor Doutor Renato Sundfeld;

Professor Doutor Marcelo Macedo Crivelini; Professor Doutor Cláudio Aparecido Casatti; Professor Doutor Edílson Ervolino;

Professor Doutor José Buratini Junior;

Professora Dorutora Ana Maria Pires Soubhia Professor Doutor Wilson Roberto Poi;

Sr. José Ari Gualberto Junqueira; Sr. Arnaldo César dos Santos;

Doutora Célia Tomiko Matida Hamata Saito; Doutor Sérgio Moraes Aoki;

Doutor Gustavo Avelar Arbex; Doutora Luciana Simonato

Srta. Valquíria Rissato Gazoli: Dra. Érica de Souza Ribeiro;

Sr. Juliano Rodrigues Sangalli; Sr. José Fernando Zanon;

Sra. Elaine Cristina Francischini Ferreira Sr. José Marcelo Tramarin

Sr. Pedro Luís Florindo;

Sra. Luzia Maria de Oliveira Francischini Sra. Ana Cláudia M. Grieger Manzatti

(7)

KANNO, C. M.

!" #$! 2006. 75f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2006.

RESUMO

%&"!'()*+', As alterações em gengiva induzidas por medicamentos têm sido

pouco estudadas quanto à expressão dos genes das metoloproteinases

(MMPs). O objetivo do presente trabalho foi avaliar o padrão histológico de distribuição de fibras colágenas após a administração de ciclosporina, nifedipina ou fenitoína e correlacionar com a expressão dos genes do colágeno do tipo I, MMP:1 e MMP2.

-." !%./ -0"'(',Amostras da gengiva da área de canino superior direito

foram obtidas de doze macacos prego ( ) machos. A extremidade mesial

de cada amostra foi imediatamente congelada em nitrogênio líquido enquanto que a distal foi processada para inclusão em parafina. Após uma semana, os animais foram divididos em três grupos que receberam doses diárias de ciclosporina, fenitoína ou nifedipina, durante 120 dias. Procedeu:se à remoção de amostras da gengiva da área do canino superior esquerdo de dois animais de cada grupo aos 52 e 120 dias. Os cortes histológicos foram corados pelas técnicas da hematoxilina e eosina, vermelho picrosirius, além da marcação imunoistoquímica para colágeno do tipo IV. O RT:PCR semiquantitativo foi realizado para se determinar os níveis de mRNA.

! 1)/".('1, No grupo controle, houve o predomínio de fibras colágenas maduras, evidenciadas com a cor vermelha em cortes corados pela técnica do vermelho picrosirius analisados com microscópio de luz polarizada. Observou:se nos grupos tratados aos 52 e 120 dias um aumento da porcentagem de áreas ocupadas por fibras imaturas, em todos os grupos, independentemente da idade do animal. No entanto, não foram observadas diferenças morfológicas entre os grupos controle e tratado nos cortes corados pela hematoxilina e eosina. Houve uma tendência a valores médios mais baixos de expressão da MMP:1 em todos os grupos, aos 52 dias. Contudo, as expressões da MMP:2 e colágeno do tipo I parecem estar sujeitas a mudanças fásicas e dependentes do medicamento.

$'&$/)1+', Os resultados permitiram concluir que a ciclosporina, fenitoína e nifedipina ocasionam padrões diferentes de expressão genética, resultando em metabolismo de colágeno alterado, independentemente da idade do animal e ausência de sinais clínicos evidentes de crescimento gengival. As alterações não ocorrem de forma uniforme ao longo do corte histológico.

# : Crescimento excessivo da gengiva : induzido quimicamente.

(8)

KANNO, C. M. E 2 2 2

3 2 4 --# 5 --# 6

2 % 7 2 2006. 75f. Tese (Doutorado) – Faculdade de

Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2006.

ABSTRACT

: Few studies have focused on the expression of matrix

metalloproteinase (MMP) genes in gingival changes induced by drugs. The aim of the present study was to evaluate the histological pattern of collagen fiber distribution after phenytoin, cyclosporine or nifedipine medication and correlate with collagen

type 1, MMP:1 and MMP:2 gene expression levels. ! Gingival samples were

obtained from superior right canine area of twelve male capuchin monkeys ( ). The mesial part of the biopsy specimens was immediately frozen in liquid nitrogen, while the distal one was processed for paraffin inclusion. One week after the control biopsy, the animals were divided in three groups that received daily doses of cyclosporine, phenytoin or nifedipine during 120 days. Gingival samples were

obtained from left superior canine area on 52nd and 120th day of treatment (two

animal of each experimental group). Histologic sections were subjected to hematoxylin and eosin, picrosirius red stainings, and to immunohistochemical reaction for collagen type IV. MMP:1, MMP:2 and collagen type I mRNA levels were determined by RT:PCR.

" : Predominance of mature collagen fibers was observed in the control group

after picrosirius red staining, visualized as red fibers under polarized microscope. Increased percentage of areas occupied by immature collagen fibers was observed on 52 and 120 experimental periods, in all groups, despite the animal age. However, no morphological differences between treated and control groups were observed on hematoxilin and eosin stained sections. There was a trend to lower levels of MMP:1 expression on 52:day samples. However, MMP:2 and collagen type I gene expressions seemed to be phased and drug:related.

" # ! The results allowed the conclusion that cyclosporine, phenytoin and

nifedipin lead to different gene expression patterns, resulting in impaired collagen metabolism, despite animal age and lack of overt clinical signs. Histologic changes were not uniform all over each section.

8 29 : Gingival overgrowth – chemically induced. Cyclosporine. Phenytoin.

(9)

/%1". ( :%;)!.1

FIGURA 1 Aspectos clínicos e respectivas fotomicrografias de gengiva de

macacos. Cortes transversais corados com vermelho picrosirius. (A) Animal 3, adulto jovem, antes do tratamento com ciclosporina. (B) Fotomicrografia de biópsia gengival no animal da figura A : predomínio de fibras vermelhas e alaranjadas. Aumento original de 200x. (C) Crescimento gengival observado no animal 3, após 120 dias de tratamento com ciclosporina. (D) Fotomicrografia de biópsia gengival no animal da figura C : predomínio de fibras verdes e amarelas. Aumento original de 200x. (E) Animal 10, adulto, antes do tratamento com fenitoína. (F) Fotomicrografia de biópsia gengival no animal da figura E : predomínio de fibras vermelhas e alaranjadas. Indicação das camadas TCO, TCI e TCS. Aumento original de 100x.

34

FIGURA 2 Aspectos clínicos e respectivas fotomicrografias de gengiva de

macacos. Cortes transversais corados com vermelho picrosirius. (A) Animal 10, após 52 dias de tratamento com fenitoína. Ausência de sinais clínicos de crescimento gengival. (B) Fotomicrografia de biópsia gengival no animal da figura A : predomínio de fibras verdes e amarelas. Aumento original de 100x. (C) Animal 12, adulto jovem, antes do tratamento com nifedipina. (D) Fotomicrografia de biópsia gengival no animal da figura C : predomínio de fibras vermelhas e alaranjadas. Aumento original de 100x. (E) Crescimento gengival observado no animal 12, após 52 dias de tratamento com nifedipina (F) Fotomicrografia de biópsia gengival no animal da figura E : predomínio de fibras amarelas e verdes. Aumento original de 100x.

35

FIGURA 3 Fotomicrografias de cortes transversais de gengiva de macacos. (A)

Fotomicrografia de biópsia gengival no animal 12, antes do tratamento com nifedipina. Marcação imunoistoquímica para colágeno IV. Aumento original de 100x. (B) Fotomicrografia de biópsia gengival no animal 12, após 52 dias de tratamento com nifedipina. Marcação imunoistoquímica para colágeno IV. Aumento original de 100x. (C) Animal 8, antes do tratamento com fenitoína. HE. Aumento original de 100x. (D) Fotomicrografia da mesma amostra da figura C, corada pela técnica do vermelho picrosirius. Predomínio de fibras vermelhas e alaranjadas. Aumento original de 100x. (E) Animal 8, após 52 dias de tratamento com fenitoína. HE. Aumento original de 100x. (F) Fotomicrografia da mesma amostra da figura E corada pela técnica do vermelho picrosirius. Predomínio de fibras amarelas e verdes. Aumento original de 100x.

36

FIGURA 4 Distribuição das porcentagens das áreas ocupadas pelas diferentes

cores após a coloração pelo vermelho picrosirius. Grupo tratado com Ciclosporina (A), Fenitoína (B) e Nifedipina (C). TCO= Tecido conjuntivo associado ao epitélio oral; TCI= Tecido conjuntivo localizado na camada profunda da lâmina própria; TCS= Tecido conjuntivo associado ao epitélio sulcular

(10)

FIGURA 5 Efeito da Ciclosporina (A), Fenitoína (B) e Nifedipina (C) sobre a expressão dos genes do colágeno do tipo 1, MMP:1 e MMP:2. Valores relativos médios de mRNA (Média+ Desvio Padrão).

38

FIGURA 6 Validação do número de ciclos. Colágeno – 29 (A), MMP:2 – 27 (B),

(11)

/%1". ( ".< /.1

Tabela 1: Características dos oligonucleotídeos iniciadores utilizados para a

amplificação dos genes da MMP:1, MMP:2, Col1α1 e betaglobina.

27

Tabela 2 Características dos animais e doses individuais dos

medicamentos, a partir do oitavo dia de tratamento.

(12)

/%1". ( .<! =%.")!.1

MMP= do inglês Matrix Metaloproteinase

RT:PCR= do inglês Reverse Trasncriptase Polimerase Chain Reaction

DNA= do inglês Deoxyribonucleic Acid

mRNA= do inglês messenger Ribonucleic Acid

cDNA= do inglês complementary DNA

TCO= Tecido conjuntivo associado ao epitélio oral

TCI= Tecido conjuntivo localizado na camada profunda da lâmina própria

TCS= Tecido conjuntivo associado ao epitélio sulcular

dNTP= do inglês Deoxyribonucleotide triphosphate

DEPC= Dietilpirocarbonato

TBE= Tris, ácido bórico e EDTA

Col1α1= Colágeno do tipo I, cadeiaα

TGF:β= do inglês Transforming Growth Factor – beta

(13)

1)->!%'

5 %&"!'()*+' 7

1.1 MATRIZ EXTRACELULAR 11

1.2 CRESCIMENTO EXCESSIVO DA GENGIVA INDUZIDO POR

MEDICAMENTOS

15

1.3 ALTERAÇÕES DA MATRIZ EXTRACELULAR 18

1.4 ALTERAÇÕES CELULARES 21

6 -." !%./ -0"'(' 23

2.1 PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO 24

2.2 RT:PCR 25

? ! 1)/".('1 29

3.1 OBSERVAÇÕES CLÍNICAS 29

3.2 GRUPO CONTROLE 29

3.3 52 DIAS 30

3.4 120 DIAS 31

3.5 SEQÜENCIAMENTO DOS PRODUTOS DO RT:PCR 33

@ (%1$)11+' 39

A $'&$/)1+' 47

! : !B&$%.1 48

(14)

5 %&"!'()*+'

O crescimento excessivo da gengiva induzido por medicamentos foi

inicialmente descrito em pacientes sob tratamento anticonvulsivo com a fenitoína.

Posteriormente, outras drogas também foram identificadas como causadoras de

crescimentos gengivais, como o imunossupressor ciclosporina e bloqueadores de

canais de cálcio. Dentre as últimas drogas, pode:se citar o diltiazem, felodipina,

nitrendipina, verapamil, amilopiridina, bepridil, bleomicina, isradipina, nicardipina,

nimodipina, nisoldipina, oxidipina. Entretanto, a nifedipina é a que induz

crescimentos gengivais com maior freqüência (MARSHALL; BARTOLD, 1999;

NEVILLE et al., 2004).

As características clínicas e histológicas dos crescimentos excessivos

da gengiva são semelhantes, independentemente do medicamento usado. As lesões

são caracterizadas por aumentos das papilas gengivais e gengiva inserida, que podem

se desenvolver a ponto de recobrir as coroas dentárias e/ou interferir na oclusão

dental (NEVILLE et al., 2004). A higienização adequada pode se tornar difícil,

ocasionando o acúmulo de irritantes que, por sua vez, agravam o quadro clínico.

Histologicamente, observam:se alongamentos epiteliais em direção

ao tecido conjuntivo. A matriz extracelular apresenta feixes espessos de fibras

colágenas dispostos irregularmente (ROMANOS et al., 1993b).

O colágeno é a principal proteína fibrosa insolúvel presente na matriz

extracelular e nos tecidos conjuntivos (LODISH et al., 2000) e por isso, tem sido o

foco de vários estudos sobre crescimento gengival. Apesar do aumento evidente da

matriz extracelular, foi constatado que há uma diminuição na síntese de colágeno

(15)

NISHIKAWA et al., 1991), ciclosporina (MARIOTTI et al., 1998) e fenitoína (KATO et

al., 2005; SALO et al., 1990). Esses dados levaram os autores a concluírem que o

acúmulo de fibras colágenas é causado por uma diminuição de sua degradação ao

invés de um aumento de sua síntese.

A degradação do colágeno pode ocorrer através de fagocitose

(KATAOKA et al., 2001) ou pela ação de enzimas extracelulares (BIRKEDAL:

HANSEN, 1993). A degradação intracelular de fibras colágenas representa um

mecanismo de controle na manutenção do tecido conjuntivo altamente seletivo e

preciso, embora seus fatores indutores não sejam ainda bem definidos. A degradação

extracelular é menos precisa e é realizada através de um grupo de enzimas

denominadas metaloproteinases de matriz (MMP). Essas enzimas são altamente

específicas e essenciais para o início da degradação do colágeno (MONTES;

JUNQUEIRA, 1991).

Zebrowski et al. (1988) compararam a produção de colagenase por

fibroblastos de gengiva humana mantidos em cultura com a adição de ciclosporina,

nifedipina e fenitoína. Os autores observaram um aumento na atividade enzimática

induzida pela nifedipina e diminuição no grupo da fenitoína. O grupo da ciclosporina

não apresentou alterações. Dentro das condições do estudo, os autores concluíram

que a colagenase não exerce um papel significativo no desenvolvimento do

crescimento gengival. No entanto, uma diminuição da expressão de genes

responsáveis pela transcrição de MMPs foi descrita com a ciclosporina (BOLZANI et

al., 2000; COTRIN et al., 2002, HYLAND et al., 2003) e fenitoína (KATO et al.,

2005).

Os mecanismos biológicos envolvidos na patogênese do crescimento

(16)

autores. Algumas dificuldades devem ser consideradas, como a possibilidade de

condições diferentes de cultura e de linhagens celulares gerarem resultados

contraditórios (JAMES et al., 1998). Além do mais, o desenvolvimento da lesão

parece ocorrer em fases (HASSEL et al., 1982; SPOLIDORIO et al., 2004), nas quais

há a participação de fatores indutores em uma cascata de eventos cronologicamente

específica para cada tipo de medicamento (UZEL et al., 2001).

Acredita:se, por outro lado, que estudos com análises em

tempos padronizados após o início da terapêutica com drogas que interfiram no

metabolismo gengival, poderão trazer novos conhecimentos.

Desta forma, o propósito do presente trabalho é analisar

histologicamente a quantidade de colágeno em crescimentos gengivais induzidos em

macacos pela ciclosporina, nifedipina ou fenitoína e correlacioná:los com a expressão

(17)

5 5 -."!%D C"!.$ /)/.!

As células são circundadas por uma rede intricada de proteínas e

polissacarídeos denominada matriz extracelular. A quantidade relativa de seus

componentes e a forma como se organizam determinam as propriedades físicas do

tecido conjuntivo, além de ter um papel importante na diferenciação e migração

seletiva de células, disponibilização de enzimas e de fatores de crescimento, através

do confinamento de moléculas secretadas pelas células (ALBERTS et al., 2002).

Os componentes da matriz extracelular podem ser divididos em três

classes: proteínas fibrilares (colágeno, elastina), glicosaminoglicanas e proteínas

multiadesivas da matriz (LODISH et al., 2000).

Há pelo menos dezesseis tipos de colágeno descritos, cada um

expresso por um gene diferente, embora cerca de 80 a 90% do colágeno encontrado

no organismo humano sejam classificados em tipos I, II e III (LODISH et al., 2000).

As diferentes distribuições, organizações espaciais e combinações dos tipos de

colágeno possibilitam uma variedade de graus de resistência à força tensiva, de

acordo com a demanda funcional de cada tecido. Os colágenos dos tipos I, II, III, V e

XV têm um arranjo em fibras, enquanto que os do tipo IV e VII têm uma disposição

semelhante à do feltro. Os colágenos dos tipos IX e XII ocorrem associados aos tipos

fibrilares e participam da organização do arranjo espacial das fibras na matriz

extracelular (ALBERTS et al., 2002).

O colágeno do tipo I é considerado a proteína mais abundante dos

tecidos conjuntivos. Suas fibrilas se arranjam em feixes paralelos com bandas que se

repetem a cada 67 nm, o que gera birrefringência e estriação quando analisadas em

(18)

Na gengiva, há uma predominância evidente de fibras colágenas na

matriz extracelular. Dentre estas, acredita:se que as constituídas pelo tipo I sejam as

mais abundantes. Essas fibras estão dispostas em feixes que apresentam uma

distribuição uniforme, ordenada e orientada de forma a permitir uma inserção firme

da gengiva ao cemento, periósteo e outras áreas gengivais, o que confere uma forte

resistência ao tracionamento (NARAYANAN et al., 1985).

O colágeno do tipo III se apresenta como uma rede delicada de

fibrilas e tem sido correlacionado com as fases iniciais do processo de regeneração

tecidual (CHAVRIER et al., 1984; MILLER et al., 2002; SCULEAN et al., 2002;

WERFULLY et al., 2002). Em tecido gengival, o colágeno do tipo III pode ser

observado principalmente próximo ao epitélio (NARAYANAN et al., 1985) na forma

de fibras delgadas (CHO et al., 1984).

Diversas técnicas de imunoistoquímica e histoquímica têm

possibilitado o estudo da distribuição e organização dos vários tipos de colágeno nos

diversos tecidos. Dentre as técnicas histoquímicas, podem ser destacadas as do

tricrômico de Masson, van Gienson, Mallory e vermelho picrosirius. A técnica de

coloração pelo vermelho picrosirius tem se apresentado como a mais adequada e

específica para o estudo de fibras colágenas, por ser simples, confiável, sensível e

barata. Através dessa técnica, grupos sulfônicos ácidos do vermelho sirius interagem

fortemente com moléculas de colágeno, que são ricas em aminoácidos básicos. Esta

reação ocasiona o aumento da birrefringência das fibras colágenas (MONTES;

JUNQUEIRA, 1991).

As fibras colágenas coradas com a técnica do vermelho picrosirius e

analisadas com o uso de microscópio de luz polarizada adquirem cores que variam do

(19)

amarela, laranja e vermelha representam o aumento gradativo da espessura das

fibras colágenas (DAYAN et al., 1989). Montes e Junqueira (1991) afirmam que a cor

verde evidencia as fibras colágenas do tipo III, as quais são mais delgadas e

fracamente birrefringentes. Já Rich e Whittaker (2005) acreditam que todas as

variações de cor são decorrentes da maturação e espessamento progressivos das

fibras colágenas do tipo I.

Sabe:se que as proteínas fibrilares ficam imersas em um gel

composto por glicosaminoglicanas. Por serem altamente hidratadas, essas

macromoléculas são as principais responsáveis pelo volume da matriz extracelular e

pela resistência às forças de compressão do tecido. As glicosaminoglicanas formam

um gel poroso que permite a difusão rápida de nutrientes, metabólitos e hormônios

entre a circulação sangüínea e as células (ALBERTS et al., 2002).

As proteínas multiadesivas da matriz têm a função principal de

mediar a adesão das células à matriz extracelular, o que regula a migração e a

morfologia celular (LODISH et al., 2000). Dentre as proteínas multiadesivas da

matriz, pode:se citar a fibronectina, uma glicoproteína que possibilita a adesão de

células aos tipos fibrilares de colágeno, o que a torna essencial para a migração e

diferenciação de muitos tipos celulares durante a embriogênese. A fibronectina

também facilita a migração de macrófagos e de outras células do sistema imunológico

durante o processo de reparo de feridas (LODISH et al., 2000). Em gengiva, forma

uma rede fibrilar espessa e amplamente distribuída (NARAYANAN et al., 1985), com

uma alta concentração na região mais coronária de papilas gengivais (CHO et al.,

1984; 1985; ROMANOS et al., 1993b). Seus feixes formam uma conexão entre fibras

colágenas e uma variedade de células, tais como fibroblastos, linfócitos, células

(20)

A exposição de sítios promigratórios dos diversos componentes da

matriz extracelular é uma etapa que precede a sua interação com a célula. Para que

esse fenômeno ocorra, é necessária a participação de enzimas que promovem a

proteólise específica de macromoléculas da matriz extracelular (NAGASE;

WOESSNER JUNIOR, 1999). Desta forma, as MMPs modulam a interação entre a

célula e a matriz extracelular. No entanto, a principal função dessas endopeptidases é

a degradação do tecido durante processos fisiológicos de remodelação ou mesmo

patológicos, como a invasão tecidual por células malignas.

Até a presente data, foram descritas 21 MMPs em humanos, divididas

em subgrupos de acordo com sua estrutura e especificidade de substrato

(REUNANEN; KÄHÄRI, 2003). Em conjunto, podem degradar todos os

componentes da matriz extracelular (BIRKEDAL:HANSEN, 1993; LODISH et al.,

2000). A regulação da atividade das MMPs pode ocorrer em quatro níveis: controle

da transcrição de seus genes através de fatores de crescimento e citocinas; ativação

dos seus precursores; especificidade do substrato; e por fim, sua inibição através de

α:macroglobulinas e inibidores teciduais (BIRKEDAL:HANSEN, 1993).

A MMP:1 pode ser encontrada em áreas em desenvolvimento, de

reparo tecidual ou de infiltração de células malignas. Em gengiva, pode ser observada

em áreas em fase de remodelação ou associadas à infiltração de células inflamatórias

(MEIKLE et al., 1994; WOOLLEY; DAVIES, 1981). A MMP:1 degrada os colágenos

dos tipos II, III, VII, VIII, X (BIRKEDAL:HANSEN, 1993; 1995; REUNANEN;

KÄHÄRI, 2003), mas principalmente o do tipo I (MILLER et al., 2002). A MMP:2

tem com substratos a fibronectina, elastina, colágeno dos tipos I, IV, V, VII, X,

(21)

A degradação do colágeno também pode ocorrer através de fagocitose

(KATAOKA et al., 2001), que é mais precisa que a proporcionada pelas MMPs. A

fagocitose representa um mecanismo altamente seletivo e preciso de controle de

manutenção do tecido conjuntivo, embora seus fatores indutores não sejam ainda

bem definidos. Em condições normais há um equilíbrio entre a síntese e a degradação

de matriz extracelular, o que mantém o volume e a integridade do tecido conjuntivo.

5 6 $! 1$%- &"' C$ 11%=' (. ; &;%=. %&()D%(' #'!

- (%$.- &"'1

O aumento do tecido gengival pode ser idiopático, hereditário ou

induzido por medicamentos. Dentre os medicamentos que induzem ao crescimento

gengival, destacam:se a fenitoína, a nifedipina e a ciclosporina.

A fenitoína tem sido usada há mais de seis décadas para o controle de

crises convulsivas, neuralgias e arritmias ventriculares. A dose terapêutica diária

varia de 300 a 600 mg, de acordo com as características individuais do caso. A

fenitoína é absorvida de forma lenta e variável no intestino e cerca de 90% se liga às

proteínas plasmáticas (MARSHALL; BARTOLD, 1999). Há indícios de que um nível

plasmático mínimo de fenitoína seja necessário para dar início aos processos

biológicos que promovem o crescimento gengival (STAPLE et al., 1977). Acima deste

nível foi descrita uma correlação positiva de dose:dependência e severidade da lesão

(ADDY et al., 1983; STAPLE et al., 1977). No entanto, esta correlação não foi

observada por Brunet et al. (2001). A concentração da fenitoína na saliva é

proporcional à dos níveis plasmáticos (MORISAKI et al., 1990; STAPLE et al., 1977).

Pacientes mais jovens parecem ser mais suscetíveis ao crescimento gengival induzido

(22)

O crescimento gengival induzido pela ciclosporina foi inicialmente

descrito por Calne et al. em 1981, e tem efeito mais severo que o induzido pela

fenitoína (SPOLIDORIO et al., 2002) e nifedipina (NISHIKAWA et al., 1996). A

ciclosporina tem sido usada como imunossupressor, em doses terapêuticas diárias

que variam de 300 a 920 mg, em pacientes portadores de órgão transplantado ou de

doenças auto:imunes. Acredita:se que esse medicamento tenha uma melhor absorção

na forma de microemulsão (Neoral), o que tornaria sua biodisponibilidade e pico de

concentração plasmática mais constantes (MARSHALL; BARTOLD, 1999).

Há evidências de que seja necessária uma concentração plasmática

mínima de ciclosporina e/ou de seus metabólitos para induzir algum crescimento

gengival. Entretanto, ainda não está bem estabelecida uma correlação entre dosagem

e severidade da lesão em concentrações maiores, já que outras variáveis relacionadas

aos pacientes e às condições locais parecem concorrer para o seu desenvolvimento.

Não há diferenças nos níveis plasmáticos de ciclosporina entre pacientes portadores

ou não de lesão gengival (MCGAW et al., 1987). No entanto, em um estudo realizado

por Daley et al. (1986), todos os pacientes que receberam doses acima de 700 mg por

dia apresentaram algum grau de crescimento gengival. Esse dado é condizente com

estudos nos quais foi observada a indução à lesão ou de seus mecanismos,

diretamente proporcionais à dose utilizada (COTRIM et al., 2002; FU et al., 1995;

MELLER et al., 2002). Por outro lado, podem ser encontrados outros trabalhos cujos

resultados não confirmam os dos autores acima (DALEY et al., 1986; WYSOCKI et al.,

1983).

Um dos metabólitos da ciclosporina, a hidroxiciclosporina, também

induz a respostas biológicas condizentes com crescimento gengival (MARIOTTI et al.,

(23)

podendo ser adsorvida na placa bacteriana, que pode assim atuar como um

reservatório (McGAW et al., 1987). Daley et al. (1986) e Nishikawa et al. (1996)

relataram que indivíduos jovens e do sexo masculino têm uma maior suscetibilidade

ao crescimento gengival induzido pela ciclosporina, dados estes que não foram

confirmados por McGaw et al. (1987) e por Redlich et al. (1997).

A nifedipina atua como bloqueadora de canais de cálcio e tem sido

prescrita para o controle de doenças cardiovasculares, principalmente a hipertensão.

Estudos experimentais demonstraram que ela induz ao crescimento gengival desde

que uma concentração plasmática mínima seja atingida (ISHIDA et al., 1995). Porém

não foi observada uma correlação de dose:dependência em relação à severidade do

crescimento gengival (MIRANDA et al., 2001; MORISAKI et al., 1993). A dose

necessária para a indução ao crescimento gengival em ratos é proporcionalmente alta

quando comparada à usada em humanos, mas próxima àquela que lhes proporciona

um efeito anti:hipertensivo (NISHIKAWA et al., 1996). O sexo masculino parece ser

mais propenso ao crescimento gengival induzido pela nifedipina (ELLIS et al., 1999;

ISHIDA et al., 1995, NISHIKAWA et al., 1996), assim como os jovens (DALEY et al.,

1986, ISHIDA et al., 1995). A presença de placa bacteriana, embora não seja

imprescindível ao crescimento gengival, aumenta sua severidade (MORISAKI et al.,

1993; THOMASON et al., 1993,).

A semelhança de características histológicas entre os crescimentos

gengivais induzidos por diversas drogas levou à pesquisa de uma base comum dos

efeitos farmacológicos da nifedipina, fenitoína e ciclosporina. Acredita:se que a

alteração no metabolismo do cálcio, comum entre os três medicamentos citados, seja

o fator desencadeante do crescimento gengival (HALLMON; ROSSMANN, 1999;

(24)

e Porter (1988) acreditam que o cálcio seja particularmente importante na promoção

da fagocitose. Por outro lado, Marshall e Bartold (1999) acreditam que eventos

moleculares diferentes podem resultar em modificações teciduais e celulares

semelhantes.

5 ? ./" !.*E 1 (. -."!%D C"!.$ /)/.!

As alterações da matriz extracelular induzidas por medicamentos têm

sido estudadas extensamente. No entanto, tais pesquisas têm gerado resultados

conflitantes, de forma que os mecanismos envolvidos ainda não são claramente

compreendidos.

A manutenção da matriz extracelular depende de um balanço entre a

síntese e a degradação de seus diversos componentes. Não há um consenso se o

crescimento gengival induzido por medicamentos é causado por um aumento na

síntese de colágeno ou de glicosaminoglicanas, ou se há uma diminuição na

degradação desses componentes.

Os eventos moleculares que levam ao crescimento gengival podem

ocorrer em diversos níveis: expressão dos genes relacionados à síntese de proteínas

da matriz extracelular ou das enzimas que as degradam; tempo de atividade dos

mRNAs que traduzem as proteínas da matriz; ou mesmo através de mecanismos

extracelulares de controle de ativação e inibição de enzimas.

Estudos mostraram uma menor quantidade de colágeno e um

aumento de proteoglicanas e glicosaminoglicanas em crescimentos gengivais

induzidos pela fenitoína (DAHLLÖF et al., 1986; HALL; SQUIER, 1982). a

(25)

KATO et al., 2005; YAMADA et al., 2000;), induz à diminuição na síntese de

colágeno do tipo I (SALO et al., 1990) e III (KATO et al., 2005), além de inibir a

endocitose de colágeno por fibroblastos de gengiva (KATO et al., 2005).

Fujii et al. (1994) observaram, , um aumento da síntese de

colágeno induzido pela nifedipina, o qual era mais evidente nas culturas de

fibroblastos provenientes de pacientes portadores de crescimento gengival.

Entretanto, esses dados não foram confirmados por McKevitt e Irwin (1995). ,

a nifedipina induziu à diminuição da expressão do gene do colágeno do tipo I, ao

mesmo tempo em que, , ocasionou uma redução da capacidade de fagocitose

dos fibroblastos (KATAOKA et al., 2001). Romanos et al (1993b) observaram um

aumento de fibras colágenas dos tipos I e III em crescimentos gengivais causados

pela nifedipina. O aumento de glicosaminoglicanas sulfatadas e de ácido hialurônico

não parece fazer parte das alterações induzidas pela nifedipina (MARTINS et al.,

2003).

O crescimento gengival induzido pela ciclosporina tem sido atribuído

ao acúmulo de fibras colágenas, mas há pesquisas que mostram ocorrer às custas de

uma maior quantidade de substância fundamental amorfa (MARIANI et al., 1993;

1996; PISANTY et al., 1988; ZEBROWSKI et al., 1994). Não há realmente um

consenso entre os pesquisadores, pois há relatos de aumento da síntese de colágeno

(SCHINCAGLIA et al., 1992), de diminuição (MARIOTTI et al., 1998) e mesmo, de

nenhuma alteração (REDLICH et al., 1997, GAGLIANO et al., 2004). Por outro lado,

James et al. (1998) observaram que pode ocorrer aumento ou diminuição na síntese

de colágeno dos tipos I e III, de acordo com as condições de cultura e de linhagens

(26)

Estudos mostraram que o mecanismo de ação principal da

ciclosporina no processo de acúmulo de componentes da matriz extracelular está

associado à diminuição na síntese de metaloproteinases (HYLAND et al., 2003;

THOMASON et al., 1998), juntamente com uma diminuição na atividade fagocitária

de fibroblastos (McGAW; PORTER, 1988). Já foram descritas diminuições na síntese

ou na expressão do gene da MMP:1 (BOLZANI et al., 2000; HYLAND et al., 2003;

THOMASON et al., 1998), MMP:2 (BOLZANI et al., 2000; COTRIM et al., 2002) e

MMP:3 (BOLZANI et al., 2000).

Apesar da semelhança morfológica dos crescimentos gengivais

induzidos pelos diferentes medicamentos, há padrões característicos de distribuição e

composição da matriz extracelular, o que se comprovou através de técnicas

imunoistoquímicas (BONNAURE:MALLET et al., 1995; ROMANOS et al., 1992;

UZEL et al., 2001).

Romanos et al. (1992) observaram que a nifedipina, a ciclosporina e a

difenilhidantoína ocasionam distribuições características de fibronectina, o que

poderia diferenciar as lesões induzidas por cada medicamento. O padrão de

distribuição de colágenos dos tipos IV, V e VI também foi peculiar a cada tipo de

droga indutora (ROMANOS et al., 1993a). Bonnaure:Mallet et al. (1995) descreveram

quantidades diferentes de vários tipos de colágeno, além de diferenças na distribuição

de fibronectina, fibras elásticas, vasos sangüíneos e fibroblastos, em crescimentos

gengivais induzidos pela ciclosporina, nifedipina e hidantoína. Os autores aventaram

a hipótese de que cada medicamento tem uma ação específica na indução do

crescimento gengival. Uzel et al. (2001) verificaram diferenças de distribuição do

(27)

que a fenitoína era a droga indutora de uma maior fibrose quando comparada com a

ciclosporina e nifedipina.

5 @ ./" !.*E 1 $ /)/.! 1

Os fibroblastos exercem um papel central no desenvolvimento do

crescimento gengival por serem as células responsáveis pela síntese e degradação das

proteínas da matriz extracelular, além da produção de fatores de crescimento.

Durante muito tempo, o crescimento gengival induzido pela fenitoína

foi denominado hiperplasia gengival dilantínica, até que estudos morfológicos

concluíssem que não há hipertrofia nem hiperplasia celular (HASSELL et al., 1978,

KATO et al., 2005; MARIANI et al., 1993; McGAW; PORTER, 1988; MORISAKI et

al., 1993). No entanto, Hassell et al. (1982) observaram um aumento inicial e

transitório no número de fibroblastos induzido pela fenitoína, após o qual, a relação

matriz extracelular/ número de células voltou ao normal.

Um aumento no número de fibroblastos também foi observado em

crescimentos gengivais induzidos pela ciclosporina (SPOLIDORIO et al., 2001) e que

estava correlacionado com um aumento e posterior diminuição dos níveis de TGFβ1

(SPOLIDORIO et al., 2005).

O fato do crescimento gengival não ser induzido em todos os

pacientes gerou a teoria de que há subpopulações de fibroblastos que respondem ou

não aos medicamentos (HASSELL et al., 1982). Segundo essa teoria, pacientes que

não desenvolvem o crescimento gengival não teriam a subpopulação responsável

pelas modificações teciduais induzidas pelos medicamentos (McGAW; PORTER,

(28)

fibroblastos provenientes de gengiva normal e de crescimentos gengivais (JAMES et

al., 1998; HYLAND et al., 2003; McKEVITT; IRWIN, 1995).

A quantidade de células inflamatórias está intimamente relacionada à

presença de fatores irritantes. A observação clínica de que o crescimento gengival

desenvolve inicialmente e/ou é mais severo em áreas de acúmulo de placa bacteriana

levou à crença de que a inflamação gengival seria essencial para o desenvolvimento

da lesão (STAPLE et al., 1978). Embora a placa bacteriana aumente sua severidade, o

crescimento gengival induzido pela ciclosporina também se desenvolve em pacientes

cujo grau de higiene parece ser adequado (DALEY et al., 1986, PILATTI; SAMPAIO,

1997; PISANTY et al., 1988) e nos quais os aspectos histológicos não mostraram

sinais de infiltração de células inflamatórias (MARIANI et al., 1993). Da mesma

forma, a placa bacteriana aumenta a severidade do crescimento gengival induzido

pela fenitoína, mas não é um requisito para seu desenvolvimento (MORISAKI et al.,

1990). A qualidade do agente irritante da gengiva, mais que a sua quantidade, parece

(29)

6 -." !%./

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O presente trabalho foi analisado e aprovado pela Comissão de Ética

na Experimentação Animal da Faculdade de Odontologia do Campus de Araçatuba –

UNESP (Protocolo 41/03 – Anexo I). Foram utilizados doze macacos:prego (

) machos, provenientes do Núcleo de Procriação de Macacos:Prego da

Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Os animais foram mantidos em

gaiolas individuais, alimentados com frutas, ração, legumes cozidos, iogurte, ovos e

água à vontade, com ventilação e luz naturais durante o dia e aquecimento noturno

durante o inverno.

O grupo controle foi constituído por amostras de gengiva inserida

obtidas da área de canino superior direito. Para tanto, os animais foram sedados com

éter e pesados para a posterior anestesia intraperitoneal com Thionembutal na dose

de 30 mg/kg de peso corporal. Após a anti:sepsia com solução aquosa de clorexidina

a 0,12%, a gengiva da área da biópsia foi avaliada e classificada quanto ao

sangramento de sulco gengival, segundo os critérios de MÜHLEMANN & MAZOR, e

índice gengival de LÖE & SILNESS (Anexo II). Em seguida, foi realizada uma

anestesia terminal infiltrativa com mepivacaína a 2% associada a epinefrina a

1:100.000 (DFL®). A região cirúrgica foi delimitada por incisões verticais que

abrangiam as papilas gengivais mesial e distal da gengiva vestibular até o limite

muco:gengival. A parte mesial da gengiva foi imediatamente congelada em nitrogênio

líquido, enquanto que a distal foi fixada em solução tamponada de formol a 10%. A

área operada foi protegida com cimento cirúrgico sem eugenol.

Após o período de uma semana, os animais foram divididos em três

(30)

etária seguiu os critérios de Gilmore (FREESE; OPPENHEIMER, 1981). Os animais

do primeiro grupo receberam ciclosporina na forma de xarope (Sandimmun Neoral)

na dose de 5 mg/kg de peso corporal. O segundo grupo recebeu fenitoína na dose de

7,5 mg/kg. Após o período de uma semana, tanto a dose de ciclosporina quanto da

fenitoína passaram para 15 mg/kg. O terceiro grupo recebeu nifedipina na dose de 40

mg/kg durante todo o período experimental (Anexo IX). Todos os medicamentos

foram administrados por via oral, em dose única diária.

Após 52 dias, dois animais de cada grupo foram sedados com éter e

anestesiados com cloridrato de cetamina (Cristália) na dose de 10 mg/kg para a

obtenção de amostras de gengiva inserida da área de canino superior esquerdo. O

período experimental foi concluído aos 120 dias, com a obtenção de amostras de

gengiva inserida da área de caninos superiores do lado esquerdo dos animais não

submetidos à biópsia aos 52 dias. Todos os procedimentos cirúrgicos descritos para a

biópsia inicial foram realizados aos 52 e 120 dias.

6 5 #!'$ 11.- &"' 4%1"'/F;%$'

As peças fixadas em solução tamponada de formol a 10% foram

processadas para a inclusão em parafina. Os cortes foram obtidos no sentido

transversal vestíbulo:lingual, com 6 cm de espessura e submetidos à coloração com

hematoxilina e eosina. Para análise de fibras colágenas, procedeu:se à técnica do

vermelho picrosirius (Anexo IV). A reação imunoistoquímica para evidenciação de

colágeno do tipo IV foi realizada em cortes com 3 cm de espessura (ANEXO III).

Os cortes corados pela técnica do vermelho picrosirius foram

(31)

áreas distintas de tecido conjuntivo: subjacente ao epitélio sulcular (TCS); associada

ao epitélio oral (TCO), e a terceira mais profunda, denominada de intermediária

(TCI) (Figura 2D). Imagens obtidas com um aumento de 200x foram digitalizadas

para permitir a análise da área ocupada por fibras verdes, amarelas, alaranjadas e

vermelhas, com o uso do programa QWin (Leica). Para tanto, foram delineadas

áreas de 600.000 m2. Os dados foram transformados em valores porcentuais .

6 6 !" #$!

As peças cirúrgicas congeladas foram maceradas imersas em

nitrogênio líquido para a extração de mRNA total (ANEXO V), com o uso de TRIzol

(Invitrogen Life TechnologiesTM, Carlsbad, CA, EUA). No final desta fase, realizou:se

tratamento com DNAase com o intuito de controlar uma eventual contaminação com

DNA genômico. A transcrição reversa para a obtenção de cDNA foi realizada com o

uso do kit Superscript II (Invitrogen Life TechnologiesTM, Carlsbad, CA, EUA),

conforme as instruções do fabricante, a partir de 750 ng de mRNA de cada amostra

(ANEXO VI). Para tanto, as amostras obtidas foram quantificadas em

espectrofotômetro (NanoDrop® ND:1000 UV:Vis).

Os oligonucleotídeos iniciadores utilizados para a amplificação da

MMP:1, MMP:2, colágeno do tipo I (Col1α1) e betaglobina (Invitrogen Life

TechnologiesTM, Carlsbad, CA, EUA) foram desenhados com o auxílio dos programas

Primer3 (Whitehead Institute for Biomedical Research) e ClustalW (European

Bioinformatics Institute), priorizando:se seqüências conservadas entre as espécies de

(32)

betaglobina, considerado constitutivo, foi utilizada como controle interno das reações

de forma a permitir a análise semiquantitativa.

As validações do PCR semiquantitativo para a MMP:2 e colágeno do

tipo I foram realizadas com a amplificação simultânea do gene alvo e o constitutivo

betaglobina. O oligonucleotídeo iniciador para MMP:1 mostrou:se incompatível com

a amplificação simultânea com o do gene constitutivo, motivo pelo qual foi

amplificado separadamente. O número de ciclos ideal para a amplificação de cada

gene alvo foi definido como aquele em que ocorria aumento linear de expressão

gênica (ANEXO VII). A mistura de amplificação foi composta por 500 ng de cDNA, 2

mM de MgCl2(Invitrogen Life Technologies, Carlsbad, CA, EUA), 1,9 mM de dNTP

(deoxyribonucleoside 5’: triophosphates – dATP, dCTP, dGTPe dTTP – Amershan

Biosciences, Pisctaway, NJ, EUA), 2,5 l de tampão PCR 10x (10 mM de Tris:HCl pH

8, e 50 mM de KCl : Invitrogen Life Technologies, Carlsbad, CA, EUA), 1U de Taq

DNA polimerase (Invitrogen Life Technologies, Brasil) em reações duplex e 0,5 U

em reações simplex, água ultrapura qsp (Invitrogen Life TechnologiesTM, Carlsbad,

CA, EUA) para um volume final de 25 l. O controle negativo foi composto por

mistura de amplificação e água ultrapura. As características e quantidade de cada

oligonucleotídeo iniciador adicionado à solução de amplificação são mostradas na

Tabela 1.

Os ciclos de amplificação consistiram de uma fase inicial de

desnaturação (5 minutos a 94ºC), seguida por ciclos de desnaturação (45 segundos a

94ºC), anelamento (40 segundos) e extensão (40 segundos a 72ºC), seguidos por 7

minutos a 72ºC para extensão final. A temperatura de anelamento e o número de

(33)

Tabela 1: Características dos oligonucleotídeos iniciadores utilizados para a

amplificação dos genes da MMP:1, MMP:2, Col1α1 e betaglobina.

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209 1,5 pmol 60ºC 29

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130

220

3 pmol 60ºC 29

S= , A= , pb= pares de bases

Todas as reações em cadeia da polimerase (PCR) foram realizadas em

duplicata, em eventos separados, com ensaios que incluíram os grupos tratados e

controle. Os seus produtos foram submetidos à eletroforese em gel de poliacrilamida

a 8% durante três horas, sob voltagem constante de 100 volts. A evidenciação das

bandas foi realizada em solução de SYBR Green 1/10000 de tampão TBE. As imagens

dos géis foram capturadas em triplicata com o uso do programa Kodak Digital

Science 1D, que também permitiu a análise da intensidade média das bandas. O valor

referente à intensidade da banda do gene alvo foi dividido pelo do gene constitutivo.

Para a análise dos resultados, calculou:se a média dos dados obtidos.

Os produtos do PCR foram seqüenciados para confirmação da

natureza dos fragmentos amplificados. Para tanto, utilizou:se o kit Dynamic ET®

(34)

seqüências foram produzidas em equipamento MegaBace 1000 (GE: Healthcare: UK

Limited) e submetidas à análise.

Testes estatísticos não foram aplicados devido ao número reduzido

de animais em cada grupo. Os valores numéricos das médias dos grupos estão

(35)

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O período experimental transcorreu sem complicações. A grande

maioria dos animais manteve o peso. Em alguns, houve o aumento ou a diminuição,

sem, no entanto, haver um padrão que pudesse ser atribuído ao medicamento

administrado. Não foram observadas alterações comportamentais atribuíveis à

administração dos medicamentos ou possíveis efeitos colaterais.

Clinicamente, constatou:se aumento gengival em todos os animais

subadultos, em graus variados de severidade (Figuras 1C e 2E). Não foram

observados padrões de severidade que pudessem ser correlacionados aos diferentes

medicamentos ou à presença de cálculo periodontal e placa bacteriana. Nos animais

adultos, a faixa de gengiva inserida era mais delgada quando comparada com a dos

mais jovens e as alterações induzidas pelos medicamentos não foram clinicamente

perceptíveis (Figuras 1E e 2F). As alterações em todos animais foram mais evidentes

na gengiva dos dentes anteriores.

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HEMATOXILINA E EOSINA, COLÁGENO TIPO IV

Subjacente ao tecido conjuntivo frouxo da camada papilar da lâmina

própria da gengiva, observou:se uma faixa ampla de tecido conjuntivo denso, cujos

feixes de fibras colágenas estavam dispostos em direções variáveis (TCO). A camada

mais profunda da lâmina própria (TCI) era constituída por tecido conjuntivo frouxo,

(36)

evidente nas amostras de maior volume. O tecido conjuntivo subjacente ao epitélio

sulcular (TCS) apresentava graus variáveis de infiltração inflamatória do tipo crônico,

associado a um número maior de vasos sangüíneos.

VERMELHO PICROSIRIUS, RT:PCR

A coloração pela técnica de vermelho picrosirius permitiu evidenciar

um predomínio de fibras colágenas maduras, distribuídas na forma de feixes de

diâmetros variáveis (Figuras 1B, 1F e 2D). No entanto, os feixes de fibras colágenas

eram mais espessos na camada TCO. A camada intermediária era composta por feixes

dispostos de forma mais esparsa em relação à camada TCO. Nos animais mais velhos,

essa diferença não era discernível (Figura 1F). Quando presentes, as fibras com a cor

verde eram delgadas, com predomínio nas camadas TCI e TCS.

A expressão do gene da MMP:1 mostrou variação interindividual, não

correlacionada aos índices de MÜHLEMANN & MAZOR e de LÖE & SILNESS, em

nenhum tempo experimental. Em algumas imagens digitalizadas, a banda

correspondente à expressão desse gene não foi detectada, a despeito da expressão do

gene constitutivo.

As expressões dos genes da MMP:2 e do Col1α1 foram mais

uniformes entre as amostras e, de forma semelhante ao da MMP:1, não

correlacionadas com os índices gengivais.

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HEMATOXILINA E EOSINA, COLÁGENO TIPO IV

Não foram observadas alterações no padrão de distribuição de fibras

(37)

concentração central de vasos mais calibrosos não era tão nítida como no grupo

controle (Figura 3B). Havia uma maior distribuição de vasos nas áreas TCO, TCI e

TCS em todos os animais.

VERMELHO PICROSIRIUS, RT:PCR

Os animais do grupo da ciclosporina e da fenitoína apresentaram

aumento de fibras verdes, que apesar de terem uma distribuição mais difusa, estavam

em maior quantidade nas áreas TCI e TCS. As fibras da camada TCI eram delgadas,

ao contrário daquelas da camada TCO. Houve predomínio de fibras amarelas e

verdes, tanto nos animais jovens quanto nos mais velhos (Figura 2B, 5A e 5B). As

alterações descritas foram acompanhadas por uma tendência à diminuição da

expressão dos genes do colágeno, MMP:1 e MMP:2 (Figura 6A).

No grupo da nifedipina, além do predomínio de fibras novas,

observou:se um aumento da densidade de fibras (Figura 2F). Paralelamente,

verificou:se uma tendência ao aumento da expressão do gene da MMP:2, enquanto

que a do Col1α1 permaneceu constante (Figura 5C).

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HEMATOXILINA E EOSINA, COLÁGENO TIPO IV

No grupo da fenitoína se observou uma trama de tecido conjuntivo

denso composto por fibras colágenas espessas e células com núcleo condensado.

Algumas células inflamatórias crônicas foram observadas de forma esparsa no tecido

e, em alguns espécimes, concentradas na camada TCS. A distinção entre as camadas

(38)

No grupo da cliclosporina, a distinção entre a camada TCO e TCI

também não era nítida em nenhum espécime. Células com núcleo condensado

tinham uma distribuição ampla e uniforme e em quantidade variável entre as

amostras.

A lâmina própria era composta por tecido conjuntivo denso no grupo

da nifedipina. Células com núcleo condensado eram distribuídas de forma uniforme e

em grande número. Não foi possível a distinção entre as camadas TCO e TCI.

O padrão de distribuição de vasos sanguíneos foi semelhante em

todos os grupos, sem qualquer característica peculiar que pudesse ser atribuída ao

medicamento. Pequenos vasos sanguíneos foram observados na lâmina própria,

enquanto que os de maior calibre encontravam:se principalmente na área central da

lâmina própria. Em alguns espécimes observou:se um maior número de vasos

sanguíneos na região TCS.

VERMELHO PICROSIRIUS, RT:PCR

Os cortes pertencentes ao grupo da fenitoína mostraram um

predomínio de fibras amarelas espessas, distribuídas de forma uniforme nas três

áreas analisadas. Em um espécime foi possível a distinção entre a camadas TCO e

TCI, que mantinham características de distribuição de fibras semelhantes às do grupo

controle. Os dados obtidos do RT:PCR sugeriram que ocorreu um aumento da

expressão de todos os genes analisados em relação ao período de 52 dias.

No grupo da ciclosporina observou:se um aumento da espessura das

fibras, o que tornava difícil a distinção entre as camadas TCO e TCI (Figura 1D). A

expressão dos genes do colágeno e da MMP:2 permaneceu nos mesmos níveis do

(39)

As mesmas características histológicas do grupo da ciclosporina

foram observadas nos espécimes pertencentes ao grupo da nifedipina. No entanto, os

dados obtidos da expressão do Col1α1 e da MMP:2 sugerem uma diminuição em

relação ao período anterior, e um aumento da MMP:1.

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O seqüenciamento dos produtos do RT:PCR confirmou a natureza

dos fragmentos do Col1α1, MMP:1 e MMP:2. A análise comparativa das seqüências

de mRNA de humanos e de macacos:prego, tanto da MMP:1 quanto da MMP:2,

mostrou homologia de 96%. Os oligonucleotídeos iniciadores da MMP:1 também

foram usados para amplificar DNA humano e desse macaco. Os produtos resultantes

apresentaram homologia de 99%. O mRNA do Col1α1 do macaco:prego apresentou

91% de homologia em relação à seqüência do humano. A análise de homologia das

(40)
(41)
(42)
(43)

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Figura 4. Distribuição das porcentagens das áreas ocupadas pelas diferentes cores após a coloração pelo vermelho picrosirius. Grupo tratado com Ciclosporina (A), Fenitoína (B) e Nifedipina (C).

TCO= Tecido conjuntivo associado ao epitélio oral; TCI= Tecido conjuntivo localizado na camada profunda da lâmina própria; TCS= Tecido conjuntivo associado ao epitélio sulcular

A

B

(44)

Figura 5. Efeito da Ciclosporina (A), Fenitoína (B) e Nifedipina (C) sobre a expressão do gene do colágeno do tipo 1, MMP:1 e MMP:2. Valores relativos médios de mRNA (Média+ Desvio Padrão).

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C

B

A

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(45)

@ (%1$)11+'

Nos trabalhos descritos na literatura consultada, constata:se que há

ampla variação no percentual de prevalência do crescimento excessivo da gengiva

induzido por medicamentos. Essa prevalência varia de 13 a 81% para os casos

induzidos pela ciclosporina, enquanto que pela nifedipina e fenitoína, há uma

variação de 14,7 a 83% e 0 a 100%, respectivamente (MARSHALL; BARTOLD, 1999).

A ausência de alterações clínicas em alguns indivíduos gerou o conceito de pacientes

não suscetíveis. Segundo essa teoria, existem subpopulações de fibroblastos que

respondem de forma heterogênea às drogas que induzem crescimento excessivo da

gengiva (MCKEVITT; IRWIN, 1995; THOMASON et al., 1998). Acredita:se que

pacientes que não desenvolvem a lesão não possuem a subpopulação de fibroblastos

sensíveis aos medicamentos.

A dificuldade em se estabelecer parâmetros objetivos que orientem o

diagnóstico clínico pode ser apontada como uma das principais causas das diferenças

nos índices de prevalência do crescimento gengival induzido por medicamentos.

Associada à subjetividade do diagnóstico, as alterações morfológicas não são

evidentes quando os cortes histológicos são corados apenas com hematoxilina e

eosina (Figura 3C e 3E). No entanto, os dados obtidos com a metodologia empregada

no presente trabalho indicaram que os medicamentos estudados sempre ocasionam

modificações na matriz extracelular (Figura 3D e 3F). Provavelmente a diferença

entre pacientes suscetíveis e não suscetíveis seja apenas uma questão de graus

diferentes de intensidade em eventos moleculares que ocorrem em todos os casos. A

dose necessária para o desenvolvimento da lesão é outro fator a ser considerado. É

(46)

partir de uma certa dose do medicamento, já que Daley et al. (1986) observaram que

todos os que tomaram doses de ciclosporina acima de 700 mg por dia desenvolveram

a lesão em algum grau. Entretanto, os três medicamentos estudados nos macacos são

prescritos para os pacientes por um período muito longo, mas dificilmente mantidos

em doses altas.

A idade é um outro fator modificante de importância a ser

considerado (ADDY et al, 1983; DALEY et al., 1986; ISHIDA et al, 1995; NISHIKAWA

et al., 1996). Tal assertiva foi comprovada, uma vez que os macacos adultos não

apresentaram evidências clínicas de crescimento gengival, a despeito das alterações

dos aspectos histológicos evidenciados pelo vermelho picrosirius (Figura 2A e 2B).

A técnica de coloração pelo vermelho picrosirius tem sido sugerida

para o estudo de alterações temporais da organização de fibras colágenas. Sabe:se

que sua espessura aumenta com o tempo, a demanda funcional e a idade (RICH;

WHITTAKER, 2005). Esse aumento na espessura das fibras determina uma variação

do verde para o amarelo, alaranjado e vermelho quando coradas com vermelho

picrosirius e analisadas em microscópio de luz polarizada (DAYAN et al., 1989;

MONTES; JUNQUEIRA, 1991; RICH; WHITTAKER, 2005). Não há um consenso,

entretanto, se a cor verde representa formas imaturas de colágeno do tipo I ou fibras

de colágeno do tipo III. Alguns autores consideram o tipo III como uma forma

imatura de colágeno e correlacionam sua presença a uma maior capacidade de

remodelação tecidual. (CHAVRIER et al., 1984; MILLER et al., 2002; SCULEAN et

al. 2002; WERFULLY et al. 2002). Desta forma, independente da natureza do

colágeno evidenciado com a cor verde, parece ser lícito associá:lo a áreas de reparo

(47)

A análise dos resultados obtidos evidenciou um aumento de fibras

colágenas imaturas, induzido por todos os medicamentos estudados, à semelhança

dos dados obtidos por Dayan et al. (1993) em crescimento gengival associado à

ingestão de oxidipina. No entanto, as modificações teciduais não ocorreram de forma

uniforme na gengiva dos macacos. A região central do tecido conjuntivo parece ser o

principal foco das alterações, já que foi a que apresentou percentagens maiores de

área ocupada por fibras evidenciadas com a cor verde pelo vermelho picrosirius aos

52 e 120 dias, com exceção, entretanto, do grupo da nifedipina (Figura 4). Em

condições de normalidade, essa região foi descrita como sendo uma área de maior

concentração de metaloproteinases (MEIKLE et al., 1994) e de monócitos em

processos de maturação e diferenciação (NURMENNIEMI et al., 2002). Uzel et al.

(2001) descreveram distribuições diferentes de marcação imunoistoquímica para o

TGF:β, células endoteliais e fator de crescimento de tecido conjuntivo, em amostras

de gengiva com crescimentos excessivos induzidos por ciclosporina, nifedipina e

fenitoína. Os autores observaram uma marcação mais forte para TGF:β, considerado

um iniciador do processo de reparo tecidual, na área central das amostras dos grupos

da nifedipina e fenitoína.

Embora as áreas próximas ao epitélio também tenham sido descritas

como sendo sedes de reparo tecidual, quer seja pela maior concentração de colágeno

do tipo III (CHAVRIER et al., 1984; CHO et al., 1984; NARAYANAN et al., 1985), de

metaloproteinases (MEIKLE et al., 1994; WOOLEY; DAVIES, 1981,) ou de células de

reparo (NARES et al., 1996; NURMENNIEMI et al., 2002; PERNU; KNUUTTILA,

2001; PLEMONS et al., 1996), não foram observadas características morfológicas

(48)

Romanos et al. (1993a) observaram que a nifedipina, ciclosporina e a

difenilidantoína ocasionam distribuições características de colágeno dos tipos IV, V e

VI. O colágeno do tipo IV é encontrado nas membranas basal e endotelial e pode

servir como um indicador da proliferação epitelial e vascular. Apesar das mudanças

na distribuição de vasos sangüíneos e da hiperplasia epitelial observadas no presente

experimento, não foi possível detectar padrões característicos a cada medicamento

através da metodologia empregada.

Não há um consenso se o crescimento gengival induzido por

medicamentos ocorre às custas do aumento de fibras colágenas ou de

glicosaminoglicanas. Esse aumento pode ocorrer tanto às custas de síntese

aumentada ou pela diminuição de sua degradação. É interessante observar que

também tem sido descrita a diminuição na expressão dos genes de várias enzimas da

família das metaloproteinases. Considerando que as metaloproteinases, em conjunto,

podem degradar todos os componentes da matriz extracelular (BIRKEDAL:

HANSEN, 1993; LODISH et al., 2000), pode:se inferir que o metabolismo não só das

fibras colágenas e das glicosaminoglicanas pode sofrer alterações em crescimentos

gengivais induzidos por medicamentos, mas também todos os substratos de outras

metaloproteinases.

O fibroblasto tem sido o principal foco de estudos sobre crescimento

excessivo de gengiva induzido por medicamentos, principalmente através de

pesquisas com cultura de células. No entanto, já foi demonstrado que a fenitoína

(IACOPINO et al., 1997), a nifedipina (PERNU, KNUUTTILA, 2001) e a ciclosporina

(NARES et al., 1996; PLEMONS et al., 1996; NURMENNIEMI et al., 2002) também

induzem a modificações nas respostas biológicas de macrófagos. Essas células têm

(49)

tecidual (NURMENNIEMI et al., 2002). Estes dados indicam que os mecanismos de

indução ao crescimento gengival são complexos, envolvem interações de vários

fatores de crescimento e citocinas, os quais modulam eventos biológicos de diferentes

tipos celulares. A conseqüente reação em cascata cria um microambiente favorável às

modificações características do crescimento gengival. Desta forma, padrões de

expressão genética observados podem diferir substancialmente daqueles

observados Além do mais, há relatos de heterogeneidade na resposta

aos medicamentos sob as mesmas condições de estudo (JAMES et al., 1998; TIPTON;

DABBOUS, 1986). Metaloproteinases expressas por muitas células em cultura podem

ter uma expressão limitada (BIRKEDAL:HANSEN, 1995). A alteração da

produção de enzimas pode ser um reflexo da exposição das células a um novo

ambiente, indução a uma forma de reparo após a colocação das células em cultura ou

perda de componentes tissulares normais (WOOLLEY & DAVIES, 1981). Talvez esses

dados expliquem os resultados obtidos por Yamada et al. (2000), que não

observaram uma menor marcação imunoistoquímica para MMP:1 em amostras de

gengiva com crescimentos excessivos induzidos pela fenitoína, embora constatassem

uma diminuição da expressão dessa enzima. Por outro lado, outros fatores

modificantes da expressão genética das MMPs devem ser considerados nos trabalhos

, como a presença de inflamação em diferentes graus.

A MMP:1 tem sido correlacionada à destruição tecidual causada pela

doença periodontal (GAGLIANO et al., 2004; KUBOTA et al., 1996). O controle de

placa bacteriana não foi realizado devido às dificuldades impostas pelo manejo do

modelo experimental. Para eliminar a interferência da inflamação e variações

individuais na resposta aos fatores irritantes, optou:se por um estudo longitudinal,

(50)

condições, não foi observada uma correlação entre os parâmetros clínicos de

avaliação do grau de inflamação gengival e a expressão da MMP:1 e da MMP:2.

Gagliano et al. (2004) atribuíram a variação interindividual nos

níveis das metaloproteinases à diversidade de fenótipos entre subgrupos de

fibroblastos. Hyland et al. (2003) sugerem que as diferenças fenotípicas entre as

diversas subpopulações de fibroblastos podem ser atribuídas ao polimorfismo da

região promotora do gene que expressa a MMP:1. Segundo esses últimos autores, a

ciclosporina poderia estimular a proliferação seletiva de fibroblastos que produzem

uma menor quantidade de MMP:1, resultando em uma população fenotipicamente

diferente daquela de gengiva normal. Da mesma forma, a nifedipina também parece

selecionar uma subpopulação de fibroblastos (MCKEVITT; IRWIN, 1995). Esses

dados estão de acordo com os obtidos por Thomason et al. (1998), que observaram

uma maior quantidade de fibroblastos não positivos para a MMP:1 em crescimentos

gengivais em relação ao grupo controle, através de técnicas imunoistoquímicas.

Os dados ora obtidos indicam que a idade também deve ser

considerada um fator modificante, já que animais mais velhos apresentaram uma

menor expressão do gene da MMP:1. Os genes das metaloproteinases são pouco

expressos em tecidos normais de indivíduos adultos, embora seus níveis possam

aumentar durante o reparo tecidual, inflamação, invasão tumoral e metástases

(BIRKEDAL:HANSEN, 1995).

Uma grande variabilidade na expressão do gene da MMP:1 foi

observada entre as amostras deste experimento. Os valores obtidos aos 52 dias

sugerem que ocorreu uma diminuição da expressão do gene da MMP:1 em todos os

grupos, enquanto que aos 120 dias, um aumento desses valores. Esse aumento

(51)

observou histologicamente. Se a expressão do gene da MMP:1 realmente estiver

correlacionada com o reparo de tecidos periodontais, conforme afirmaram Romanelli

et al. (1999), pode:se inferir que o desenvolvimento do crescimento gengival induzido

por medicamentos deve envolver mecanismos semelhantes aos de remodelação ou

reparo tecidual.

As expressões dos genes da MMP:2 e do colágeno do tipo I não

mostraram um padrão de expressão uniforme entre os medicamentos estudados

(Figura 5). No entanto, os dados obtidos no grupo da fenitoína sugerem um aumento

diferenciado em torno de 36% aos 120 dias em relação ao período anterior.

Histologicamente, a fenitoína foi o medicamento que induziu uma maior fibrose.

Esses dados são condizentes com os obtidos por Uzel et al. (2001), que atribuíram

este fato à maior concentração do Fator de Crescimento de Tecido Conjuntivo no

grupo da fenitoína, quando comparada com a ciclosporina e nifedipina

Cabe ressaltar que apenas uma diminuição na degradação das fibras

colágenas do tipo I, ocasionada pela diminuição da expressão das MMPs, não seria

suficiente para ocasionar o crescimento gengival observado. Para tanto, seria

necessário que a expressão do colágeno se mantivesse em níveis próximos aos

normais ou mesmo, em níveis mais altos.

Não foi possível estabelecer uma correlação entre os níveis de

expressão dos genes da MMP:2 e do colágeno e as modificações observadas

histologicamente. É provável que o quadro histológico seja o resultado de um padrão

de expressão genética que ocorreu na gengiva em uma fase anterior. De qualquer

forma, a alteração na expressão dos genes analisados através dos níveis de mRNA,

(52)

expressão do gene até a presença da proteína no meio extracelular, há vários

mecanismos controladores que definem o resultado final.

Os padrões de expressão dos genes ora observados indicam que o

crescimento gengival induzido por medicamentos apresenta fases diferentes e

parecem justificar os dados contraditórios encontrados na literatura. Dessa forma é

possível obter como resultado um aumento ou diminuição da expressão dos genes da

MMP:1, MMP:2 ou do colágeno do tipo I, de acordo com a fase de desenvolvimento

da lesão. Essas modificações fásicas da expressão genética seriam resultantes da

expressão transitória de fatores de crescimento, em uma cascata de eventos

cronologicamente característica para cada medicamento (UZEL et al., 2001).

Similarmente, os aspectos histológicos modificam em função do estágio do

desenvolvimento da lesão, havendo inclusive, relatos de proliferação transitória de

fibroblastos (HASSEL et al., 1982; SPOLIDORIO et al., 2004). Em longo prazo, há

uma tendência de retorno aos valores normais, mesmo com a manutenção dos

medicamentos (SPOLIDORIO et al., 2004). Neste experimento uma tendência à

normalidade não pôde ser comprovada, entretanto, através das análises histológica e

do RT:PCR. Talvez um período maior de experimentação fosse necessário para

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