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O turismo no estado de Minas Gerais : uma visão critico-prospectiva

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FUNDAÇ~O GETÚLIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇ~O PÚBLICA

MARIO FERNANDO GONÇALVES NOGUEIRA

O TURISMO NO ESTADO DE MINAS GERAIS.

UMA VISÃO CRÍTICO-PROSPECTIVA.

~IO DE JANEIRO, 1986

MONOGRAFIA APRESENTADA À ESCOLA

BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇ~O Pg

BLICA PARA A OBTa~çÃO DO GRAU

DE MESTRE EM ADMINISTRAÇÃO pQ

(2)

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇ~O PÚBLICA

CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇ~O PÚBLICA

E

O TURISMO NO ESTADO DE MINAS GERAIS.

UMA VIS~O CRÍTICO-PROSPECTIVA.

MONOGRAFIA DE MESTRADO APRESENTADA POR

MÁRIO FERNANDO GONÇALVES NOGUEIRA

198606 755

T/EBAP N778t

11111 111111111111111111111111

1000048024

APROVADA EM 10 DE ABRIL DE 1986

(3)

O tema em análise envolve o estudo do relacionamento

~ntre o governo estadual, representado pelos órgãos públicos

~/ou empresas vinculadas criadas para cuidar do turismo no Es

:ado, e os setores público e privado ligados ao turismo, na me

iida em que os interesses políticos, econômicos, sociais e cul

:urais de todos os segmentos da Sociedade são afetados pela cen

:ralização das decisões em matéria de política pública do turis

no, e pelos seus impactos.

O estudo do turismo no Estado de Minas Gerais,devido

l multiplicidade de fatores determinantes do desenvolvimento tu

rístico, implica em (1) levantamento do potencial turístico do

~stado, (2) crítica da formulação de políticas públicas e da

lção do Estado no setor do turismo, e (3) proposição de uma es

trutura de poder e relação com o ambiente que permita a açao

sinérgica dos órgãos operacionais do turismo, contando com a

?articipação dos agentes do setor turístico na tomada de

deci-sao.

Sendo o levantamento do potencial turístico uma tar~

Ea permanente a cargo do Estado devido aos vultosos recursos

1ue exige, optou-se por apenas elucidar o leitor sobre as carac

terísticas geográfico-econômicas relevantes para a compreensao

io texto, tais como os principais itens do patrimônio natural,

listórico e cultural, a infraestrutura básica, o equipamento e

~onscientização dos núcleos receptores, e a tradição turística

(4)

Quanto à crítica dos aspectos político-institucionais,

por envolver a interação entre governo, empresas e trabalhado

-res, impôs-se o conhecimento da forma organizacional adotada p~

lo setor público, e da concepção de política que vem sendo decla

rada para o turismo mineiro. Por isso, com base na bibliografia

consultada e na pesquisa operacional realizada, foi analizado o

papel das entidades públicas e privadas do setor na formulação

da política pública do turismo, e assinalados os principais

fa-tores restritivos do desenvolvimento turístico existente na

es-trutura orgãnica, no patrimônio turístico, no planejamento, no

financiamento estatal, na educação para o turismo, na

comercia-lização, na interiorização, e na tornada de decisão.

Os elementos conseguidos informam urna proposta

conten-do corno condiçôes necessárias ao desenvolvimento conten-do turismo em

Minas Gerais, (1) os principais critérios e funçôes próprias do

Estado, e (2) um novo modelo institucional definidor da atribui

çáo de cada órgão estatal e indicador dos seus programas

essen-ciais.

Ao concluir, sublinha-se a necessidade de (1) formular

urna Política Estadual de Turismo legítima e efetiva, (2)

expli-citar e difundir um Plano Estadual de Turismo, e (3) traçar os

novos rumos do turismo mineiro para a formação profissional, o

regionalismo, a interiorização, e o turismo social, tendo corno

alvo a contribuição para o desenvolvimento econômico, social e

cultural integrado de Minas Gerais.

(5)

Ao Professor Diogo Lordello de Mello,

meu Mestre,

e meu Guia nesta Iniciação

(6)

Dentre as muitas pessoas que de algum modo contribuiram para a

execução desta monografia, quero registrar um agradecimento muito esp~

cial à bacharel em turismo Maria Lúcia Azevedo Tanure que me assistiu na

fase final do trabalho, e que comigo dividiu a ansiedade dos prazos.

Devo também agradecer a atenção interessada com que as person~

lidades entrevistadas sempre se prontificaram em debater as idéias adian

te expostas.

Aos Drs. Antonio Augusto Coutinho, Breno Lombardi, Ênio Fonseca, Mário

Belfort, Newton Drumond, Raymundo Nonato de Castro e Vera Fonseca, o meu

particular agradecimento.

Finalmente, agradeço aos membros da Comissão Julgadora desta m~

nografia pelo estímulo sempre renovado, pelo extremado cuidado na crítica

da versão preliminar, e pela confiança na minha capacidade.

Aos Professores Diogo Lordello de Mello, José Eduardo Coelho Messeder e

Rossi Augusta Alves Corrêa, a minha dívida de gratidão.

(7)

Página

RESUMO ... i

DEDICATÓRIA ... i i i

AGRADECIMENTOS ... i v

LISTA DE ANEXOS,·FIGURAS E QUADROS

Capítulo

l. INTRODUçAO

Natureza do Problema

vii

1

11. METODOLOGIA ... 7

Alcance do Estudo

Tipos de Pesquisa Adotados Revisão da Literatura

Resumo dos demais Capítulos

111. POTENCIAL TURÍSTICO DO ESTADO

Características Locacionais e Fisiográficas Dados Estatísticos

Patrimônio Natural, Histórico e Cultural Infraestrura

Tradição Turística Núcleos Receptores Mercados

IV. AVALIAÇAO DA AçAO DO GOVERNO ESTADUAL NO SETOR DO

34

TURISMO ... 55

Estrutura Orgânica Polí tica Pública Processo Decisório Ações e Distorções

(8)

V. PROPOSIÇÃO DE UM MODELO INSTITUCIONAL PARA O

DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DO ESTADO

Funções do Estado Objetivos

Planejamento Participação

Modelo Institucional

79

VI. CONCLUSÕES ... 121

BIBLIOGRAFIA ... 126

ANEXOS 130

(9)

Anexo

1. Mapa Turístico do Estado de Minas Gerais ... .

Figura

1. Matriz Simplificada de Dye ... .

Quadro

1. Participação dos Agentes no Processo de Formulação de

Políticas do Setor do Turismo

vii

Página

131

24

(10)

INTRODUÇÃO

(11)

"O Turismo é uma atividade essencial à vida das naçôes por

causa dos seus efeitos diretos nos setores social, cultural ,

educacional e econômico das sociedades nacionais e em suas

relaçôes internacionais".

(12)

Natureza do Problema

o

peso econômico da atividade turística é tão evidente que já

se tornou lugar comum citar a Organização Mundial do Turismo - OMT

(1981):

"as receitas internacionais de turismo excedem a despesa com

armamentos, ... sendo que dessas, 80% são geradas por movimen

tos de turismo doméstico" (p.4 e 8).

Atento.s para a importância crescente do turismo no mundo, os lí

deres políticos mineiros começaram a se preocupar publicamente

setor.

com o

Tancredo Neves, quando Governador do Estado de Minas Gerais, en

viou Mensagem à Assembleia Legislativa do Estado, em que se lê:

"O turismo é, no mundo moderno, preciosa fonte de receitas, a

tal ponto que tem sido chamado de indústria sem chaminés. Há

países que, como é sabido, recolhem da atividade turística os

recursos financeiros mais substanciais de seus orçamentos e

de sua economia. Minas Gerais, principalmente pelos sítios

históricos e pelas estâncias hidrominerais que possui, dispõe

. de condições especialíssimas para converter-se no maior cen

tro turístico brasileiro. O setor, por isso mesmo, está a

pedir a reformulação da política que o orienta, em busca de

novas e rrais arplas p2rsça::tiV'aS" (Estado cE Miras Gerais, 1983, p.2).

Em consequência, o turismo mineiro foi elevado ao nível de Secretaria

de Estado, e o seu primeiro titular, Leopoldo Bessone (1984 a) falando

para o empresariado mineiro, observou:

(13)

gerados, o turismo cresceu tanto nas últimas d~cadas que ass~

miu o posto de baluarte da economia do século XX, movimentan

do, somente em 1982, 111 bilhões de dólares. Em 1983,

Brasil arrecadou mais de um bilhão e 480 milhões de dólares"

(p.2).

E mais adiante, continuou:

o

"E

evidente que Minas Gerais teria que ajustar-se a essa nova

ordem, como precursora do turismo interno nacional,

sob o influxo das estâncias hidrominerais.

nascido

A criação da Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo vem a

ser mais um gesto de estadista do governador Tancredo Neves.

A expressividade do ato, no entanto, não repousa apenas na

constatação de que o turismo deve ser objeto de ênfase por sua

significação como setor de alto poder germinativo na econo

mia ... mas também porque ... se trata de função destinada a

prover carências básicas da sociedade" (p.3).

Como se vê, os impactos sociais do turismo já tomavam forma, mesmo que

embutidos na preocupação econômica. Em outra declaração pública, disse

Bessone (1984 b) :

"No contexto nacional, ainda se cristalizou a consciência das

vantagens efetivas do turismo, como negócio que apresenta ta

xa de retorno social quase que incomparável no confronto com

oportunidades alternativas de investimentos ... e que ... ocupa

uma singular e imbatível posição como atividade geradora de

(14)

regular do contingente de brasileiros que anualmente amplia a

população economicamente ativa" (p.7 e 8).

Com efeito, não é possíveJ ~egar o peso econômico da ativida

de turística, tanto nos negócios internacionais Ollanto nos seus efei

tos dentro dos limites de um estado, mesmo porque a Conferência de

Manila (1980) lembra que,em cada país, o turismo doméstico contribui p~

ra o aumento do equilíbrio da economia nacional através da redistribui

ção da renda nacional.

Todavia, por maiores e mais significativos que sejam os efeitos econômi

cos do turismo, não podem ser considerados como o único critério para

justificar o envolvimento do governo nesta atividade.

Os valores políticos, sociais, culturais e ecológicos impõem, também,

aos estados, a responsabilidade de organizar, planejar e fomentar o tu

rismo, tendo em vista o direito do cidadão a conhecer o ambiente em que

vive, a compreender sua identidade nacional e os elos de solidariedade

para com os seus compatriotas, e a desenvolver o sentido de pertencer a

uma cultura, através do acesso às férias pagas e às viagens, quer no

plano externo quer no interno.

Em face destas considerações, uma questão fundamental se le

vanta:

O que compete ao Governo do Estado fazer, e como deve atuar,

para desenvolver o turismo em Minas Gerais?

(15)

que faça o diagnostico das potencialidades do turismo do Estado e apr~

sente um prognóstico que conduza à explicitação de um plano estadual de

turismo, e à consequente formação de uma sólida estrutura organizaci~

nal, de modo a contribuir para o desenvolvimento sócio-econômico.

Por isso, em uma hora de mudança nos rumos da política brasileira, ain

da que a Nova República não tenha tido tempo de declarar a política na

cional para o setor do turismo, considera-se da maior relevância o es

forço de identificação da política pública de turismo em um dos princ!

pais estados da federação - o Estado de Minas Gerais.

(16)

METODOLOGIA

(17)

I.Alcance do Estudo

o

esforço de elaboração deste trabalho tem a tripla utilidade

pessoal de (1) aperfeiçoar a capacidade de crítica e de sistematização,

(2) exercitar a originalidade de pensamento, e (3) representar uma opo~

tunidade de desenvolvimento profissional.

Ademais, a análise do problema proposto pode vir a ser atil como contri

buição para a compreensão e solução deste caso e de outros semelhantes.

O tema em análise envolve o estudo do relacionamento entre o g~

verno estadual, representado pelos órgãos pablicos e/ou empresas pablicas

criadas para cuidai do turismo no Estado, e os setores pablico e privado

ligados ao turismo, na medida em que os interesses políticos, econômicos,

sociais e culturais de todos os segmentos da Sociedade são efetados pela

centralização das decisões em matéria de política pablica do turismo, e

pelos seus impactos.

Objetivando propôr um instrumental que, promovendo o turismo e~

tadual, possa contribuir para o desenvolvimento econômico, social e cultu

ral do Estado de Minas Gerais, o presente trabalho busca:

l.conhecer a organização e direção estadual do turismo;

2.avaliar a política pablica de turismo do Estado;

3.debater a interação da iniciativa privada com o setor pabl!

co do turismo do Estado;

4.identificar pontos de estrangulamento no processo decisório

(18)

5.verificar impactos econômicos e sociais da política estadual de

turismo; e

6.discutir critérios a usar para a implementação de um plano estadu

(19)

2.Tipos de Pesquisa Adotados

A base do estudo do problema proposto está no conhecimento do p~

tencial turístico do Estado, e na forma como o setor está organizado e é

dirigido.

Procedeu-se, por isso, a uma pesquisa bibliográfica que levantou toda a

documentação, legislação e regulamentação pertinentes ao turismo estadual,

inclusive os relatórios de atividade das entidades vinculadas, para o

que foram consultadas fontes secundárias existentes nas bibliotecas da Se

cretaria de Estado de Esportes, Lazer e Turismo de Minas Gerais, e da Em

presa Mineira de Turismo - TURMINAS. As normas de âmbito federal já se en

contravam na biblioteca particular do Autor, e foram acrescidas de infor

mações turísticas mineiras na forma de folhetos e press releases, reuni

dos ao longo do ano.

Em seguida, se procedeu ao levantamento de outras fontes secundárias di

zendo respeito à formulação e avaliação de políticas públicas. Esta foi a

atividade mais simples do trabalho, na medida em que o Autor já dispunha

de vasto material devidamente adaptado ao contexto brasileiro, que fora

objeto de, estudo durante o curso de mestrado, facilitando assim a seleção

do referencial teórico pertinente.

Além da revisão da literatura nacional , o estudo foi enriquecido com os

mais recentes trabalhos internacionais sobre turismo, nomeadamente os edi

tados pela Organização Mundial do Turismo - OMT.

As publicações consultadas e citadas, vêm indicadas na bibliografia.

(20)

mediante:

a)uma abordagem de pesquisa-ação, por ser ela um modo de investigação

mais compatível com as perspectivas organizacionais, em que o

sador pode contribuir com o conhecimento teórico e a experiência no pr~

cesso de resolução de problemas, especialmente a decorrente de mais de

um ano de atividade no órgão estadual cabeça do sistema do turismo mi

meiro, e os pesquisados puderam participar com o conhecimento pático ad

quirido no trato quotidiano do turismo do. Estado; e

b)um diagnóstico com base em entrevistas com diretores de órgãos públicos.

empresas privadas e associações de classe do setor do turismo,

membros do Conselho Estadual de Turismo - CET.

e com

Nesta coleta de dados empíricos , personalidades como o superintendente

de turismo da Secretaria de Estado de Esportes, Lazer e Turismo de Minas

Gerais, o presidente da Empresa Mineira de Turismo - TURMINAS, o preside~

te da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - ABIH/MG, o preside~

te da Associação Brasileira de Agentes de Viagens - ABAV/MG, o presidente

da Associação dos Guias de Turismo do Brasil - AGTURB/MG, o presidente da

Comissão Permallente de Turismo da Associação Comercial de Minas, e o dir~

tor executivo do Intituto Estadual do Patrimonio Histórico e Artístico

debateram.pública ou particularmente com o Autor a problemática do turi~

mo em Minas Gerais; contribuindo decisivamente para a formação e fundamen

tação das idéias defendidas.

Ao se analisar e interpretar os dados obtidos, verificaram-se im

plicações políticas, econômicas e sociais da atual política de turismo do

Estado, -que provocaram a crítica do seu processo de formulação, e levaram

à sugestão de critérios e de um modelo institucionai capazes de impleme~

(21)

.Revisão da Literatura

A Conferência de Minnowbrook (1968) deu irício à "Nova Adminis

t:ra;ã:l" cx:m CÍJCfct:ro da p:llítica ort.cxbxa e ênfase na relevâl:::ia (tv'arini, 1971).

Nessa Conferência os "jovens administradores públicos", acadêmicos e po

líticos, concluiram que havia uma grande insatisfação sobre o estágio

das disciplinas, da moral, da ética e de valores tais como equidade soci

aI, ponto de vista da clientela e coerção.

A antiga preocupação com "eficiência e economia" cedeu lugar à

relevância, antipositivismo, moralidade pessoal, inovação, clientela e

filosofia antiburocrática.

A preocupação passou, então, a ser menos com a resolução de pr~

blemas e mais com os valores a observar nas estratégias da Administração

Pública em tempos de turbulência, e com o papel do administrador público

como agente de mudança.

Com o novo enfoque, destaque especial foi dado à relevância fi

cando claramente entendido que a inovação em Administração Pública não

se constitui somente em um problema de mudança'de padrões de racionalid~

de administrativa (estruturas, processo ou comportamento gerencial).

Trata-se essencialmente de estabelecer condições organizacionais mais

adequadas ao atendimento das demandas ambientais e elaborar o melhor pr~

duto final da organização.

O novo enfoque é sobre mudança ambiental planejada e, com ele, a antiga

idéia de "eficiência e economia" cede vez à da eficiência, eficácia e

(22)

Conceituação de política pública

Para Vaison (1973) uma política seria pública quando emanasse

de um governo legitimado, um organismo definido arbitrariamente como

"público", e tivesse capacidade de obrigar.

Todavia, Vaison observou que quantidade considerável de decisões pÚbl!

cas vitais não são tomadas pelo governo, e que toda a grande empresa tem

uma política pública ao menos nas áreas de seu maior interesse. De fato,

o governo atua apenas nas áreas de interesse sócio-econômico em que não

estejam implicados os interesses das empresas, ou naquelas em que os in

teresses empresariais permitem a atuação governamental.

Assim, as decisões empresariais não contrariadas por decisões superiores,

e as decisões de outras organizações privadas, desde que a fetando o públ!

co para além dos membros dessas organizações, se tornariam políticas P~

blicas tal qual as sentenças e acórdãos dos tribunais, as regras, regul§

mentos ou normas emitidas por qualquer nível de órgão do governo, e as

leis baixadas pelo poder legislativo.

Com esse raciocínio, qualquer decisão ou normi investida de "autoridade

social" que obrigasse ou afetasse de modo marcante os membros da socieda

de que se encontram fora dos limites da organização específica de onde

emanou a política, seria uma política pública.

As características da política pública seriam pois o seu alcance, os

seus efeitos, e a sua possibilicB::E de evasão, e uma política seria pública

(23)

Ou seja, uma política seria pública de acordo com a-sua natureza e o seu

efeito.

Conside~ando a atuação significativa do governo mesmo em áreas

de política para as quais não se identifica um curso de ação deliberado,

e que qualquer pOlítica encerra algo de proposital por parte dos seus

formuladores, King (1975) descreveu política como"um curso de ação ou

inação conscientemente escolhido e orientado para um

(p.301).

determinado fim"

Na realidade, a fronteira entre política e não-política ou "qu~

se-política" não é tão abrupta assim, conforme nota Monteiro (1982).

Para ele, "não atuar" é uma decisão de consequências próprias, e como

tal, constitui-se em uma política, com todas as características de qua!

quer outro comportamento mais ativo.

A superposição entre o conjunto das decisões governamentais e o conjunto

das decisões de outras organizações, que Monteiro denomina de "áreas cin

zentas", seria caracterizada por três tipos de vinculações:

a)as decisões de governo podendo eliminar, ou adicionar, decisões no con

junto de escolhas de outras organizações, como no caso do planejamento

governamental atuando como sinalizador de opàrtunidades abertas à de

cisão privada;

b)a política governamental podendo concorrer para atribuir pesos difere~

ciados aos pontos do conjunto de escolha das demais organizações, atre

lando incentivos ou punições às consequências dessas escolhas, e por

isso eliminando ou limitando a capacidade de escolha do condicionado ;

(24)

c)a atuação do governo influindo nas preferências dos agentes de decisão

do setor privado através de propaganda e persuasão.

Como diz Monteiro, "política é algo diretamente associado à observação e

ao monitoramento de eventos, à recepção e à emissão, ao processamento e

à análise de informações e à tomada de decisão, ou seja, é uma atividade

de controle, independente da ocorrência de produção ou çonsumo de bens e

serviços~p.5).

Concordando com Monteiro, concluimos que quando existem difere~

tes perspectivas de análise de políticas, todo o esforço em estabelecer

uma conceituação de política pública deve ser avaliado por seus eventu

ais benefícios, e.a expressão reservada para caracterizar conjuntos de

(25)

Formulação de políticas públicas

As decisões em pOlítica pública, vinham sendo tradicionalme~

te explicadas em termos de interesses nacionais. Pressupunha-se que as

ações realizadas pelas organizações tinham base em cáculos racionais

visando o bem público, essencialmente, e a segurança da Nação.

Allison (1972) defendeu a tese de que a política não reflete apenas

interesses nacionais, mas também as guinadas e rivalidades das organiz~

ções responsáveis pela política pública. Em seu terceiro modelo concee

tual 1,0 autor sustentou que divergências de poder e rivalidade entre os

altos funcionários executivos da Administração influenciam significat!

vamente as decisões do governo, e evidenciou que as decisões políticas

emergem da barganha e dos compromissos entre os líderes organizacionais.

Com efeito, para Simon (1963) as idéias de racionalidade abso

luta e neutralidade das políticas públicas não convenciam mais porque o

"homem administrati vol

' r)ão é capaz de conhecer todas as p:JSSíveis aI ternati

vas para resolver um certo problema, como também ignora as consequê~

cias totais da escolha de alguma alternativa preferida. Sua racional ida

de é, portanto, limitada, passando os julgamentos de valor a desemp~

nhar a função que deveria ser atribuida a fatos ou premissas neles emba

sados em um modelo econômico abstrato.

Além da não total racionalidade e não neutralidade no processo de formu

lação de políticas públicas, vários autores e administradores estão

conscientes da grande diferença que existe entre o, modo como os indi

víduos e instituições formulam políticas e ~ conhecimento existente de

como formulá-las melhor. Tal descompasso entre o conhecimento e a prática

1. Allison, em seu primeiro modelo explica o comportamento da pOlítica

através da análise dos fins em foco, e no seu segundo modelo defende que as rotinas e processos das organizações moldam a sua forma' de

(26)

poderá aumentar aceleradamente, a menos que algumas mudanças radicais se

jam feitas nos métodos de formulação de políticas, nas organizações for

muladoras, e na qualificação dos formuladores.

Analisando o assunto, Lyden, Shipman e Kroll (1969), viram como necessá

rio dar alguma ordem de tratamento ao processo de tomada de decisões, o

que poderia ser feito com o desenvolvimento de um instrumental analítico

sistemático que o evidenciasse e com a utilização dos achados na pesqu~

sa empírica, sempre que a provisão de instrumentos analíticos servisse

como guia para a aplicação da tomada de decisões na estrutura.

O fato de o processo de tomada de decisões não ser linear e sim

circular já tinha sido notado por Pfiffner (1960) que. o as

semelhou a uma constelação ou galáxia formada por numerosas decisões

individuais, algumas das quais evidentes, enquanto que outras difíceis

de identificar, fazendo com que na prática exista um continuum de mode

los de decisões que variam da racionalidade clássica, em um polo, até a

intuição extrema, no outro.

Ao realizar uma pesquisa empírica objetivando sugerir uma estru

tura básica para descrever os processos de decisão estratégicas desestr~

turados, Mintzberg,Raisinghani e Théorêt (1976) ,observaram que o proce~

so de decisão estratégica é caracterizado pela novidade, pela complexid~

de e por ser infinito, uma vez que a organização usualmente começa por

ter entendimento reduzido da situação de decisão que enfrenta ou do cami

nho para a sua concretização, tendo apenas uma vaga idéia de qual possa

ser a solução e de como poderia ela vir a ser avaliada, quando desenvol

(27)

S6 ao longo de um período de tempo considerável e através de um" tortuoso

processo, envolvendo muitos passos difíceis e uma diversidade de fato

res dinâmicos, se poderia chegar a uma escolha final. Seria uma decisão

tomada sob ambiguidade, onde quase nada seria predeterminado ou facilmen

te determinável.

Assim, as decisões poderiam ser categorizadas:

a)pelo estímulo que as houvesse provocado, onde as decisões de

oportunidade e as de crise poderiam ser consideradas como os

dois extremos de um continuum, tendo entre eles vários graus de

decisões de problema;

b)pelas soluções adotadas, que poderiam estar disponíveis no amb~

ente, ser formuladas sob medida, ou ser uma s:ombinação das duas; ou

c)pelo processo usado para chegar à decisão final.

Considerando lógico o delineamento de fases distintas do processo de d~

cisão estratégica, mas não a existência de uma simples relação sequenc~

aI entre elas, Mintzberg e outros desenvolveram um modelo geral do pr~

cesso de decisão estratégico, de acordo "com o "qual existiriam três fases:

a) identi ficação - com as rotinas centrais de reconhecimento da si tua

ção e de diagnóstico;

b)desenvolvimento -.com as rotinas centrais de busca e de desenho;

c) seleção csm - as rotinas centrais de peneiramento, de

avaliação-escolha e de autorização.

Existiriam também três rotinas de suporte: a de controle da decisão, a

de comunicação, e a de políticas - barganha, persuasão e cooptação.

(28)

atrasos para retroalimentação, atrasos e acelerações esporádicos, ciclos

de compreensão, e reciclagens devIdas a falhas - ajudariam a explicar a

relação entre as rotinas centrais e as de suporte. Os 12 elementos bás!

cos de um processo de decisão estratégica seriam assim constituídos pelo

(29)

Modelos de análise de políticas públicas

Em seu estudo de política pública Dye (1978) colocou as segui~

tes perspectivas:

A-do institucionalismo (políticas como atividade institucional)

Uma política s6 se tornaria pública quando fosse estabelecida

implementada e imposta pelas instituições governamentais que lhe

conferissem as características de legitimidade, universalidade e

coerção.

8-da teoria dos grupos (políticas como equilíbrio de grupos)

A integração de grupos seria o fato mais importantes da política.

Os indivíduos com interesses comuns unir-se-iam formal ou infor

malmente, para apresentarem suas demandas (pressões) ao governo

porque as pessoas s6 seriam importantes na política quando inte

grassem ou agissem em grupos de interesse.

Nesta perspectiva a política seria uma luta entre grupos para in

fluenciar a política pública, e a tarefa do sistema político se

ria a de controlar os conflitos grupais- mediante:

o estabelecimento das regras do jogo;

o estabelecimento de acordos e do equilíbrio de interesses;

a legalização de acordos em forma de política pública; e

a obrigatoriedade de fazer cumprir esses acordos.

C-da teoria das elites (políticas como preferência da elite)

(30)

expressariam a opinião das massas, donae as políticas traduziri

am as preferências das elites. As políticas fluiriam das elites

para as massas, e se poderia pressupôr que:

apenas poucas pessoas determinam valores para a sociedade;

a ascenção ao elitismo é lenta, gradual e só para quem aceitar

as bases elitistas;

as elites têm um consenso de valores preservadores do

(mesmo que inovadores);

sistema

as mudanças na pOlítica pública são incrementais e refletem valo

res predominantes na elite;

as elites ativas são pouco influenciáveis; elas influenciam mais

do que são influenciadas;

as reformas são para preservar o sistema e o papel das elites

dentro dele;

a competição entre elites é limitada a poucos assuntos, e a con

cordância prevalece; e que

as instituições democráticas, eleições e partidos, ajudam a pre~

der as massas ao sistema.

O-do racionalismo (políticas como alcance eficiente de objetivos

Uma política seria racional quando fosse mais eficiente, isto é,

se a proporção entre os valores que ela alcançasse e os que ela

sacrificasse fosse positiva e mais alta que qualquer outra alter

nativa política. A eficiência englobaria os valores políticos,

sociais e econômicos e para selecionar uma política racional, os

(31)

conhecer. as preferências da sociedade e os seus pesos relativos

em todos os grupos;

conhecer as alternativas pOlíticas disponíveis (o que requer in

formação) ;

conhecer cada consequência de todas as alternativas (capacidade

preditiva);

conhecer, para cada alternativa, a relação entre valores alcan

çados e sacrificados; e

selecionar a alternativa mais eficiente (sistema de tomada de

decisão) .

Todavia, Dye notou alguns obstáculos importantes à formulação

racional de políticas públicas, tais como:

na sociedade não existem valores consensuais;

as pressões fazem com que os formuladores não vejam ou não

possam considerar valores que não têm defensores ativos ou

poderosos;

os formuladores tentarem maximizar suas

(reeleição, etc);

pr6prias recompensas

os formuladores apenas satisfazem as demandas, não procurando

a melhor solução, mas adotando a primeira que possa funcio

nar;

as decisões anteriores e os investimentos já efetuados impedem

a reconsideração de novas alternativas (custo de mudança);

existem inumeráveis barreiras à coleta de informações necessá

(32)

ser impredizível a extensão total das consequências de cada aI

ternativa;

a complexidade não permite avaliar acuradamente a relação cus

to-benefício (nem com computadores) quando um grande número

de diferentes valores está em jogo;

as necessidades pessoais, restrições e defeitos dos formuladores,

os impedem de ter um desempenho altamente racional;

a incerteza inibe a inovação por possibilitar distúrbios e con

sequências imprevisíveis; e

a dificuldade na coordenação da formulação.

E-do incrementalismo (políticas como variações do passado)

Em um clima de incerteza, os formuladores dão continuidade às p~

líticas anteriores, quer elas tenham ou não provocado sua eficá

cia, mesmo porque os investimentos existentes desaconselham qua~

quer mudança muito radical, e as organizações desenvolvem roti

nas difíceis de serem modificadas.

Também uma política completamente racional pode tornar-se inefi

ciente se a gama de recursos necessários para a desenvolver for

excessiva.

Sendo pequena a possibilidade de formular pOlíticas absoluta

mente racionais, e sendo aceita a legitimidade dos programas já

em execução, a atenção dos formuladores pode ser concentrada em

acréscimo ou decréscimo às decisões anteriores, e também em no

vos programas.

Por isso, as políticas que causam pequenas mudanças podem ser

(33)

o

incrementalismo é importante na diminuição dos conflitos, na

manutenção do equilíbrio, e na preservação do próprio sistema

político, porque a concordância se torna mais fácil.

F-da teoria dos jogos (políticas como escolha racional em situa

ções competitivas)

Importam não só as habilidades do formulador mas também as

suas expectativas sobre o comportamento dos outros, donde a me

lhor escolha depender daquilo que os outros fazem.

É uma estratégia conservadora, exposta na seguinte matriz sim

pli ficada:

Figura 1

Matriz Simplificada de Dye

alternativa

H 8

1 o "O co (J) o

.~ alternativa

8 2

Fonte: Dye (1978)

jogador A

alternativa alternativa

A1 ~

conseq lência

X y

conseq Jência

Z W

G-da teoria de sistemas (políticas como produto do sistema)

o

conceito de sistema implicaria em um conjunto identificável

de instituições e atividades da sociedade que funcionariam de

modo a transformar demandas em decisões autoritárias requerendo

(34)

Assim, a política plJblica seria um produto do sistema político e

o sistema se manteria mediante:

a)a produção de resultados razoalmente satisfatórios;

b)a confiança na ação, profundamente arraigada ao próprio sistema;

e

c)o uso, ou ameaça de uso da força. .

Já na perspectiva de Monteiro (1982) a evidência factual se

interliga com três ângulos

de

análise de políticas públicas, dos quais

se poderia partir para uma infinidade de híbridos:

l-o modelo do formulador

no qual a política seria uma escolha racional de um agente de d~

cisão por processo decisório individual, em função de utilidade

própria, e que é o ângulo de análise típico dos economistas;

2-0 modelo organizacional

no qual a política pública seria vista como um resultado da org~

nização, geralmente governamental, e que é a perspectiva prefer!

da pelos administradores pela sua articulação com as teorias de

organização e comportamental; e

3-0 modelo político

no qual a política pública seria uma resultante da barganha polf

tica, atendendo à representatividade, interesses e ações de gr~

pos, e variando conforme as arenas políticas, e que é o cenário

típico das análises desenvolvidas por sociólogos e cientistas p~

(35)

Racionalidade econômico-social

o

planejamento governamental pode ser considerado como uma ten

tativa de alocar recursos escassos (1) a diferentes atividades produt!

vas, determinando a taxa de crescimento dos bens e serviços consumidos

na economia, (2) a grupos sociais definidos espacialmente e/ou pela re~

da, atendendo a critérios de equidade e justiça social, e (3) no espaço

e no tempo, segundo critérios de localização de atividades produtivas e

de urgência no recebimento dos benefícios decorrentes da sua implement~

ção (Nogueira, 1982 a).

Esta é uma tentativa de conceituação que incorpora objetivos múltiplos

de eficiência econômica e equidade.

O objetivo de eficiência econômica é alocar recursos escassos entre usos

alternativos maximizando o consumo agregado. Para isso, a teoria econôm!

ca clássica recomenda que a alocação dos recursos seja feita através do

mercado utilizando-se o sistema de preços. Acontece que esta teoria só

funcionaria em condições de mercado perfeito. Ora, o mercado tem muitas

imperfeições que provocam (1) a indivisibilidade do consumo de certos

bens, (2) a interdependência no consumo e na produção de bens, geradora

de externaI idades., (3) a incerteza e a imobilidade de recursos, e (4) di

ferentes tecnologias, economias de escala, e condições de demanda, que

resultam em custos decrescentes e mais imperfeições.

Hicks (1979) notou que "do ponto de vista coletivo, o preço do produto

(36)

que passam a onerar os seus vizinhos" (p.24). Por isso se faria necessá

ria a intervenção governamental para corrigir as imperfeições do mercado.

Com efeito, na análise financeira, os custos externos decorrentes da pr~

dução de um bem não são considerados, sendo apenas analisado se a rela

ção entre receita e custos é positiva. Já a análise econômico-social se

preocupa com o impacto das externalidades na coletividade.

O sistema de preços teria então, de ser substituído por um processo polf

tico que propiciasse a revelação das preferências coletivas.

Assim, a alocação de recursos públicos não deveria ser decidida por uma

análise industrial de projeto, não s6 pelas razões expostas, mas também

porque a posse dos recursos é da Nação e não de algum grupo social em

(37)

Incentivos fiscais

Qualquer incentivo é muitas vezes visto como um favor.

Tradicionalmente, um pouco por todo o mundo, certas classes ou pessoas

vêm gozando de privilégios concedidos pelos governos a título de estím~

lo à iniciativa privada. Estes se constituem em benefícios econômicos

fiscais ou jurídicos, aqueles que correspondem a uma diretriz de polít!

ca econômica do Estado. Ávila (citado por Melo Filho, 1976) conceitua

que "incentivos fiscais correspondem a medidas legislativas de redução

do ônus tributário, caracterizando-se por sua atuação com o objetivo de

canalizar, para certas atividades produtivas ou determinadas regiões ge~

gráficas ou mesmo setores econômicos ainda não devidamente explorados

recursos externos à economia própria das empresas, setores econômicos ou

regiões geográficas visadas" (p.154).

Existe, portanto, uma correlação entre incentivos fiscais, planejamento

e desenvolvimento, que fica evidente quando o Estado consegue dirigir e

estimular a iniciativa privada a investir em um setor ou uma região cujo

desenvolvimento foi planejado a nível governamental (Nogueira, 1982 b).

Os incentivos regionais e setoriais objetivam corrigir descompassos eco

nomico-sociais entre setores e regiões atraindo os investimentos para

aplicações que favorecem o desenvolvimento.

Como tal,os incentivos fiscais vêm representando o maior esforço legisl~

tivo que muitos países vêm tentando com o fim de canalizar capitais, e

(38)

objetivos econômicos como o crescimento econômico, o pleno emprego, a es

tabilidade de preços, a melhoria da alocação de recursos, e o equilíbrio

do balanço de pagamentos, (2) objetivos sociais como a redistribuição

da renda, a desconcentração da riqueza, e a eliminação das formas de p~

breza, e (3) objetivos pOlíticos como a paz social interna, e a diminu~

ção da dependência externa. Porisso, nos países em desenvolvimento, o t~

po de economia desejado pelo governo se expressa em uma estratégia geral

para o desenvolvimento que, segundo Heller e Kauffman (1972) se relacio

na com:

a)o planejamento

atendendo à escassez geral de recursos e à isuficiência do mercado de

·capitais existente para cuidar das necessidades financeiras da inicia

tiva privada, tornando necessário recorrer a empréstimos no estrange~

ro e a financiamento deficitário, o que, por sua vez, exige a interven

ção do setor público;

b)a natureza do engajamento do governo

variando entre planejamento com participação do governo e planejamento

com isenção de impostos, em algum grau, uma vez que não podendo o se

tor público falhar, a isenção fiscal deve ser concedida como medida de

controle do setor privado;

c)o papel do capital estrangeiro

evitando ambiguidades relativamente à participação que se deseja que

tenha no desenvolvimento, compensando as vantagens do influxo de cap~

tal, tecnologia e competência administrativa com as desvantagens da de

(39)

d)a ênfase setorial

como forma de concentração de recursos e esforços;

elo equilíbrio do balanço de pagamentos

visando a corrigir o seu déficit pela via do aumento das exportações

da redução das importações, ou de um influxo maior de capitais; e

g)as economias internas e externas

facilitando economias de escala, e procurando atingir as empresas su

pridoras de bens e serviços às empresas beneficiárias, o que auto-esti

mularia o processo de desenvolvimento.

Quanto às formas, os incentivos fiscais podem apresentar-se co

mo (1) isenções parciais ou totais, (2) depreciação acelerada, (3)

reduções do imposto devido, (4) abatimentos e deduções, e (5) créditos

fiscais, súbsídios e financiamentos.

Todas estas formas, isoladamente ou em conjunto, pretendem ser um fator

de influência na decisão de investir. A sua escolha exige uma compree~

são profunda da relação entre incentivo e investimento, e a aceitação do

fato de que o maior problema dos investidores, nos países em desenvolvi

mento, é encontrar os fundos suficientes para cobrir os custos iniciais

dos projetos. Isto justificaria o incentivo ao turismo através de subven

ções diretas, isenção de impostos, e outros mecanismos similares, e desta

ca a indlspensabilidade de financiamentos e de baixas taxas de juros.

O reverso da medalha, é que os incentivos fiscais reduzem a arr~

cadação, introduzem diferenças na distribuição de ônus entre contribuin

tes com a mesma renda e impõem novos custos administrativos.

(40)

tipos de legislação de incentivo fiscal com diferentes consequências:

l)legislação de aplicação automática

caracterizada pela automaticidade do privilégio, não necessitando de

decisão administrativa a não ser de rotina normal, e cuja maior desvan

tagem é conceder o privilégio indistintamente a todo o contribuinte

que preencha as condições legais; e

2)legislação seletiva

caracterizada por a decisão administrativa desempenhar importante p~

pel na determinação de quem pode se beneficiar e em que medida.

Este segundo tipo tem como grande vantagem a sua flexibilidade de aplic~

ção, proporcionando racionalidade na alocação dos recursos, mas exige a

criação de um sistema administrativo especializado que concentre em uma

s6 autoridade a concessão do incentivo, a supervisão do programa, e a

fiscalização do beneficiário, o que supõe neutralidade e competência de

cis6ria dos administradores públicos.

Fazem-se assim necessários critérios de seleção dos beneficiários que v~

nham expressos na pr6pria lei de incentivo fiscal, na sua regulamentação,

e em resoluções e deliberações administrativas. Esses critérios, qualquer

que seja o seu suporte jurídico, devem (1) descrever as atividades que se

pretende encorajar, (2) fixar níveis mínimos de desempenho e preceitos

que as empresas b.eneficiárias devem observar, (3) definir o requisito Gle

novidade ou de reinvestimento, e (4) informar os processos e rotinas ad

ministrativas que as empresas devem obedecer para requerer inscrição e

manter-se em operação~

-"Para favorecer as chances de sucesso, entretanto, a legislação deve ser

cuidadosamente elaborada e conscienciosamente im~lementada"

Kauffman, 1972,. p.6).

(41)

5.Resumo dos demais Côpítulos

Sumariamente, o conteúdo dos capítulos substantivos obedece à

sequência lógica de (1) levantamento do potencial turístico do Estado,

(2) avaliação do uso que vem sendo feito desse potencial, (3) proposição

de um modelo que maximize o seu uso, e (4) apresentação de recomendações

finais.

Assim, o Capítulo 111 descreve Minas Gerais sob uma ótica turís

tica, começando por dar as características físicas do Estado, localizan

do-o geograficamente, e fornecendo alguns dados estatísticos que possam

elucidar o leitor sobre seus aspectos econômicos e político-administrat~

vos relevantes para este trabalho.

Segue introduzindo um esboço de inventário turístico constituído dos

principais itens do patrimônio natural, histórico e cultural que confoE

mam o patrimônio turístico mineiro, e fazendo uma breve revisão da infra

estrutura básica .

Completa-se com uma menção histórica da tradição turística de Minas Ge

rais, uma nota sobre o equipamento, patrimônio e conscientização dos nú

cleos receptores, e a constatação da existência de mercados compradores

do produto turístico mineiro.

O Capítulo IV examina a ação governamental no setor do turismo de

Minas Gerais, colocando o leitor a par da forma organizacional adotada

pelo setor público do turismo mineiro, e indicando a concepção de polít~

(42)

Analiza o papel"das entidades públicas e privadas do setor na formula

ção da política pública do turismo, à luz da teoria selecionada na revi

sãJ d3 literatura, e ~:res8lta alg..rras disfLrçCes ff'CO'ltrad3s 8ltre a teoria e a praxis.

Por sua vez, o Capítulo V estabelece os principais critérios

que o governo deve adotar para desenvolver o turismo em Minas Gerais,

quais os objetivos a perseguir, e indica o instrumental que deve ser uti

lizado no planejamento da ação governamental.

Juntando os fins e os meios, propõe uma estrutura de poder e relação com

o ambiente que permita a ação sinérgica dos órgãos operacionais do turi~

mo, contando com a participação dos agentes do setor turístico na tomada

de decisão.

Terminando o trabalho, o Capítulo VI reune as conclusões

do estudo, e marca os novos rumos do turismo mineiro tendo como alvo

a contribuição para o desenvolvimento econômico, social e cultural inte

(43)

POTENCIAL TURÍSTICO DO ESTADO

(44)

1.Características Locacionais e Fisiográficas

Localização

o

Estado de Minas Gerais, conforme mostra o Anexo 1, situa-se

entre os paralelos de 14° 13' 57" e 22° 55' 22" de latitude sul e os me

ridianos de 39° 51' 23" e 51° 02' 45" a oeste de Greenwich. Limita-se ao

norte e nordeste com a Bahia numa extensão. de 1 182 km; a leste com o Es

pírito Santo em 570 km1 a sudeste com o Rio de Janeiro em 425 km, ao sul

e sudeste com São Paulo em 1 300 km; a oeste com o Mato Grosso do Sul em

76 km, e a noroeste com Goiás e o Distrito Federól em 1 145 km e 2 km,

respectivamente, perfazendo a linha divisória um perímetro total de

4 727 km. A distância linear entre pontos extremos é de 986 km na dire

ção norte-sul, e de 1 248 km na direção leste-oeste.

Altitude

No conjunto das unidades da Federação, Minas Gerais apresenta

as mais expressivas elevações geográficas, sendo constituido de cerca de

18% de terras altas (acima de 900 m) e somente 8% de terras baixas (abai

xo de 300 m). Os municípios de aititude extrema localizam-se às margens

do Rio São Domingos na Zona da Mata e à margem direita do Rio Doce na

Serra dos Aimorés (fronteira com o Estado do Espírito Santo): são Laj~

(45)

do mar. No conjunto, os 722 municípios formam uma altitude média esta

dual em torno dos 700 metros.

Orografia

o

!elevo do território mineiro mostra-se bastante acidentado,

justificando a grande proporção de terras altas. O sistema orográfico é

composto de expressivas elevações, das quais são consideradas mais impo~

tantes:

a Serra da Mantiqueira, divisa natural com os estados de São Paulo e

Rio de Janeiro, cujo ponto mais alto é o Pico das Agulhas Negras, com

2 782 m, no município de Bocaina de Minas;

a Serra do Caparaó, fazendo divisa a leste com o Estado do Espírito Sa~

to, acolhe o Pico da Bandeira, ponto culminante do Estado com 2 897m;

a Serra do Espinhaço, cortando o Estado na direção norte-sul, inicia-se

entre Conselheiro Lafaiete e Ouro Preto, com uma altitude média de

J.OOO m e possui uma ramificação importante, a Serra do Cabral,

os dois rios das Velhas e Jequitaí; e

entre

a Serra da Canastra e a Serra da Mata da Corda~ nas microrregiões do AI

to Paranaíba e do Alto São Franciso.

Clima

Dada a posição, latitude, vegetação e não-uniformidade na forma

(46)

variado, cuja classificação pode ser expressa da seguinte maneira:

tropical semi-árido, ao norte;

tropical semi-~mido, ao centro-sul;

tropical de altitude,nas regiões mais altas.

Cada tipo climático revela particularidades que vão de secas prolongadas

no tropical semi-árido, a baixa temperaturas do tropic~l de altitude,

passando, ainda, pelos verões chuvosos do tropical-~mido.

Reunindo a maioria dos tipos climáticos do Brasil, o clima mineiro pode

ser considerado bom, congregando uma temperatura média oscilante entre

18°e 28° C e uma pluviosidade que atinge o máximo no verão e o mínimo no

inverno.

Vegetação

No que concerne a cobertura vegetal, são identificados em Minas

Gerais, os seguintes tipos:

floresta ~mida costeira, na parte oriental;

floresta seca, que ocupa uma posição intermediária entre a floresta cos

teira e as formações arbustivas do interior;

floresta subtropical mista, que aparece em determinados trechos elevados

da Serra da Mantiqueiraj

cerrado, que reflete um clima quente semi-~mido, com estações seca e chu

vos a bem marcadas, apresenta capões de matas, às vezes densas, mas ten

do como elementos predominantes os arbustos e a vegetação rasteira;

(47)

getação herbácea em que os arbustos são escassos e as árvores raras e

isoladas, e é encontrado nos pontos mais elevados das serras da Manti

queira, Espinhaço e Canastra; e

caatinga ou catinga, encontrada em trechos do norte, constituindo forma

ções vegetais de difícil caracterização que às vezes se assemelham a

matas de pequenas árvores tortuosas e de folhas caducas, e outras a

formação arbustivas.

Recursos Minerais

Grande parte do patrimônio natural do Estado abriga-se, de fa

to; sob a superfície, em forma de minerais e pedras preciosas. Desde os

primórdios da colonização brasileira, corria por todos os cantos notí

cia da existência dessas riquezas em proporções avantajadas. Se lendas

exorbitavam o potencial dos recursos, a realidade viria confirmar a sua

existência em volumes realmente expressivos, tanto para utilização no

mercado interno, como no internacional. Assim é que a história mineira,

de há muito, está vivamente influenciada pela atividade mineradora, em

suas mais diferentes modalidades. Da suposiçãu quanto à existência de es

meraldas, passou-se à constatação de ouro e diamante, cuja exploração

conseguiu gerar o.esplendor de que se tem notícia no século XVIII. Além'

destes, também outras pedras foram e continuam sendo exploradas em gra~

des quantidades.

Mas é com a exploração dos minerais metálicos e não-metálicos que se con

centra a maior atenção, dada, inclusive, a.dependência de economias in

(48)

Recursos hidrográficos

Apesar do relevo altamente acidentado e das grandes altitudes,

conta o Estado com grandes bacias hidrográficas constituindo-se em um e~

traordinário potencial de geração de energia elétrica. Duas bacias ju~

tificam mençãn especial, em primeiro lugar, por banharem quase 67% do

territ6rio e,em segundo, por razôes hist6ricas e de localização. São as

bacias dos rios São Francisco e Paraná:

a bacia do São Francisco, com uma área de 234 347 km2

, percorre o centro

em direção ao norte, com o Rio São Francisco que nasce no município

de São Roque de-Minas, na Serra da Canastra, rasgando o territ6rio mi

neiro e praticamente ligando São Paulo ao Nordeste Brasileiro, e os

seus principais afluentes, os rios das Velhas e Paracatu que ficaram

registrados na hist6ria da descoberta do ouro;

a bacia do Paraná abrange uma área de 157 529 km2

, banha parte do Oeste,

o Triângulo Mineiro e o Sul de Minas e é composta das sub-bacias dos

rios Paranaíba e Grande.

Outra bacia importante é a do Leste, cujos componentes são os rios Doce,

Jequitinhonha, Mucuri, Pardo e os afluentes da margem esquerda do paraí

ba do Sul.

Todavia, o rio São Francisco é o único navegável, e apenas no trecho en

tre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), porque os demais, devido a terem so

frido acidentes eco16gicos ou por estarem interrompidos por cachoeiras ,

(49)

Preservação ambiental

Atualmente, há em Minas Gerais 133 054 ha de área com uma gra~

de quantidade de árvores imunes ao corte e destinada a refúgio de anima

is nativos.

Existem ainda 9 225 ha de reservas biológicas e 2 126 ha de municipais.

Os parques florestais federais abrangem 418 082 ha, os estaduais 29 555

ha, e os municipais 2 771 ha.

Por lei estadual, 31 352 ha constituem área de preservação permanente, e

por lei municipal. mais 5 642 ha.

Apesar da proteção institucional e do combate sistemático ao processo

predatório generalizado, apenas 10% da área total do Estado ainda possui

vegetação natural, principalmente devido ao acelerado rítmo de desmata

mento para aproveitamento de madeiras, e a queimadas para formação de

(50)

2.Dados Estatísticos

Segundo o Anuário Estatístico de Minas Gerais (1983/1984), o E~

tado tem 587 172 km2 de superfície, sendo 582 586 km2 de área terrestre

e 4 586 km2 de águas internas, e uma população de 14,3 milhões de habi

tantes, com uma densidade demográfica de 22,96 hab/km2

, e uma distribui

ção espacial bastante irregular. O grau de urbanização é de 72,23%, com

uma taxa de participação de 34,44% no setor agropecuário.

Sua população economicamente ativa é de 4 915 996 pessoas que se encon

tram distribuídas pelos 722 municípios, dedicando-se à agropecuária

1 350 340, à indústria de transformação 547 472, à mineração 55 338, aos

serviços industriais de utilidade pública 49 957, ao comércio de merca

dor ias 406 930, à construção civil 412 114, aos transportes, comunicação

e armazenagem 204 722, e a outros serviços,

1 733 252.

inclusive o turismo

A capital político-administrativa é Belo Horizonte, com uma população de

2 milhões de habitantes na capital, e 3 milhões na sua região metropol!

tana.

O vasto território de Minas Gerais se encontra subdividido em 46 micror

regiões homogêneas, mostradas no Anexo 2, que por sua vez estão agrup§

dos em 15 zonas geográficas, conforme o Anexo 3, e para fim de planej~

mento reunidas em 8 macrorregiões, pela ordem:

Metalúrgica e Campo das Vertentes, Zona da Mata, Sul de Minas, Triângulo

(51)

Patrimônio Natural, Histórico e Cultural

o

território mineiro dispõe de vastos recursos naturais.

Aproveitando a sua geografia montanhosa Minas Gerais possui seis parques

e uma floresta, verdadeiras reservas da fauna e da flora, protetoras e

conservadoras das belezas naturais, indicadas no Anexo 1:

a)o Parque Florestal Estadual do Rio Doce, com cerca de 35 000 ha,

a 248 km da capital, é a maior reserva florestal do leste brasileiro,

remanescente da mata atlântica, habitat natural de alguns animais amea

çados de extinção, e tem 40 lagoas piscosas, um hotal e um restaurante

panorâmico;

b)o Parque de Ibitipoca, na Serra da Mantiqueira, a 350 km de Belo Hori

zonte, com uma área de 1 448 ha, tem belas paisagens, catarata, grutas,

e uma área de camping;

c)o Parque da Serra do Cipó, na serra do Espinhaço, a 100 km da capital,

é entrecortado por rios de cachoeiras, tem extraordinária beleza céni

ca e riqueza ecológica, e é servido por um hotel e um parque de campi~

mo;

d)o Parque Nacional da Serra da Canastra, a sudoeste do Estado, tem

71 000 ha, abriga as nascentes do Rio São Francisco e oferece o deslum

brante espetáculo da cachoeira Casca D'Anta, sendo servido por um cam

ping e uma pensão;

e)o Parque Nacional do Caparaó, na divisa com o Espírito Santo, abrange

(52)

com 3 parques de campismo e um hotel, e nele se situa o Pico da Bandei

ra;

f)o Parque Natural do Caraça, a 120 km de Belo Horizonte, com 11 233 ha,

ocupa uma área de transição cerrado/mata atlântica, e nele está local i

zado o Colégio Caraça hoje funcionando como hospedaria; e

g)a Floresta Nacional de Passa Quatro, abrangendo uma reserva florestal

de 348 ha, que fica nas faldas da Mantiqueira no sul de Minas, e tem

lago, cachoeira e uma área de camping.

Os primeiros homens que habitaram o território hoje mineiro, fi

zeram das grutas seus abrigos naturais nelas deixando seus vestígios e

pinturas. Dentre as muitas cavernas e grutas descobertas por Peter Lund

e mais recentemente por diversos espeleólogos, ressaltam as grutas da L~

pinha, no município de Lagoa Santa, e a de Maquiné, em Cordisburgo,ambas

abertas à visitação e dotadas de serviço de restaurante.

Dos grandes rios de Minas Gerais dois se destacam:

a)o Rio São Francisco, navegável de Pirapora a Sobradinho, é represado

em Três Marias, formando o Lago de Três Marias, com seus 1 260 km2 de

espelho de água ainda virgem em termos de turismo; e

b)o Rio Grande, que por uma extensão de 240 km de represamento forma o

Lago de Furnas, estendido por mais 170 km do Rio Sapucaí, e onde já co

meçam a despontar modernos empreendimentos turísticos.

Destes, o Rio São Francisco se destaca como patrimônio cultural minei

ro pelas lendas e estórias da gente ribeirinha, pelo seu papel de via de

integração e interiorização) de hidrovia de carga e passageiros, gerador

(53)

Similarmente, o Rio Jequitinhonha, forma o Vale do Jequitinh~

nha, região de marcada cultur3 própria, originada nas grandes bandeiras

do século XVII, na época do ouro e do povoamento, e na era do diamante,

região que embora econômicamente pobre se evidencia nos aspectos cultu

rais.

Outro importante recurso natural reside nas qualidades terapê~

ticas das águas das fontes localizadas do sul do Estado, no chamado Cir

cuito das Águas: onde se situam as estâncias hidrominerais, e ainda na

beleza da pôisagem serrana típica da Mantiqueira, onde se localizam as

estâncias climáticas.

A história e a cultura, de mãos dadas, patenteiam o mais impo~

tante testemunho da colonização portuguesa quer na pedra lavrada por

Aleijadinho, quer pelo brilho das tintas de Ataíde, quer pelo estro ilu

minado de Gonzaga. A cultura mineira é uma simbiose do legado dos ante

passados, da melodia das serenatas, da riqueza do folclore e do artesana

to, da literatura, da música e dança, do teatro, das artes plásticas e

das manifestações populares nos seus aspectos lúdicos e religiosos.

A culinária em Minas Gerais sofreu a influência das culturas

portuguesa, africana e indígena, e se firmou como um todo cultural esp~

cífico que denominamos de cozinha típica mineira.

O artesanato, seja utilitário ou decorativo, é trabalhado com

emprego de material próprio do lugar, e vai desde a prataria, a pedra-s§

bão, a cestaria, a renda e a tecelagem , as cerâmicas e esculturas de

barro, até aos trabalhos em madeira e em couro, com a melhor qualidade

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