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Diagnósticos de enfermagem em pacientes no pós-operatório imediato de prostatectomia de um Hospital Universitário de Natal-RN

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

ELISANDRA DE ARAÚJO SALDANHA

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE PROSTATECTOMIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE

NATAL-RN

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ELISANDRA DE ARAÚJO SALDANHA

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE PROSTATECTOMIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE

NATAL/RN

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, área de concentração Enfermagem na Atenção à Saúde, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Enfermagem.

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento tecnológico em saúde e enfermagem

Orientadora: Profa. Dra. Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira

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CATALOGAÇÃO NA FONTE

S162d

Saldanha, Elisandra de Araújo

Diagnósticos de enfermagem em paciente no pós-operatório imediato de prostatectomia de um hospital universitário de Natal/RN / Elisandra de Araújo Saldanha. – Natal/RN, 2011.

97f.: il.

Orientadora: Profª Drª Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde.

1. Prostatectomia – Dissertação. 2. Processo de enfermagem –

Dissertação. 3. Diagnóstico de enfermagem – Dissertação. I. Lira, Ana Luisa Brandão de Carvalho. II. Título.

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ELISANDRA DE ARAÚJO SALDANHA

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE PROSTATECTOMIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE

NATAL-RN

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PGENF-UFRN), área de concentração Assistência à saúde, linha de pesquisa Desenvolvimento tecnológico em saúde e enfermagem, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Enfermagem.

Aprovada em: 04 / 11 /2011

___________________________________________________ Profa. Dra. Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira

Orientadora

Departamento de Enfermagem da UFRN

_________________________________________________ Profa. Dra. Bertha Cruz Enders

Avaliadora Interna

Departamento de Enfermagem da UFRN

_________________________________________________ Prof. Dr. Gilson de Vasconcelos Torres

Avaliador Interna

Departamento de Enfermagem da UFRN

_________________________________________________ Profa. Dra. Viviane Martins da Silva

Avaliadora Externa

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DEDICATÓRIA

À Deus,

Pelo seu amor e pelo dom da minha vida. Pois ―tudo posso NAQUELE que me fortalece‖ Felipenses 4:13

À minha querida mãe Lindalva,

pelo seu amor incondicional que jamais poupou esforços para me ver chegar até aqui.

Ao meu amado filho João Pedro, razão da minha vida.

À minha orientadora professora Ana Luísa,

pela compreensão, disponibilidade e encorajamento determinantes na trajetória deste estudo, me fortalecendo nos momentos de incerteza e desânimo.

À minha família,

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por sempre está ao meu lado e por tudo que tenho e sou.

À minha mãe e ao meu filho, por ter vivenciado de perto minhas angústias e suportarem por

tanto tempo essa estranha condição de ―presença-ausente‖, na qual nos tornamos

indisponíveis para os outros, absorvidos num trabalho que parece eterno. No entanto eterno é o meu amor por vocês.

À minha orientadora professora Ana Luísa, por tudo que ela representa para mim.

Aos meus irmãos Ednalva e Marcondes, pelo amor e incentivo.

Aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade em contribuir para a melhoria deste trabalho, em especial aos professores Bertha e Gilson, que mesmo em um período tão curto e cheio de atividades conturbadas, concordaram em participar da banca.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ao Departamento de Enfermagem, por ter me proporcionado o conhecimento necessário através de ótimos professores, responsável por minha formação profissional.

Aos componentes da banca de qualificação, pelas críticas e sugestões.

À Direção Geral do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), pelo consentimento para a realização da coleta de dados.

Ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pela autorização deste estudo.

À diretoria de enfermagem, representada pela enfermeira Neuma e Fátima Olivar, pela compreensão e apoio.

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Aos meus colegas de pós-graduação, por tudo que vivenciamos juntos, pelas discussões e reflexões nas aulas, e compartilharem comigo aprendizados que com certeza levarei para o resto da vida em especial a Hênia, Magna e Fernando.

À família da professora Ana Luísa, que me acolheu com tanto carinho em sua casa no momento de reta final da orientação.

Às alunas de iniciação científica que ajudaram na coleta de dados e na inferência diagnóstica, em especial Fernanda, Jéssica, Daniele, Bianca, Ingrid, Izadora, Raíssa, Isadora, Camila e Marina.

Ao Professor Marco Venícios, pela análise estatística dos resultados.

À professora Aline Fortes pela realização do ―abstract‖.

À Professora Sônia Argollo, pela revisão textual do português.

Aos homens que se dispuseram a participar deste estudo, minha eterna gratidão.

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SALDANHA, E. A. Diagnósticos de enfermagem em pacientes no pós-operatório imediato de prostatectomia de um hospital universitário de Natal-RN. 2011. 74 fls. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós- Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2011.

RESUMO

O estabelecimento dos diagnósticos de enfermagem em pacientes prostatectomizados é de extrema importância, pois proporciona uma linguagem própria da profissão, facilitando a comunicação entre os profissionais e o paciente. Objetivou-se nesse estudo analisar os diagnósticos de enfermagem presentes em pacientes no pós-operatório imediato de prostatectomia. Estudo do tipo transversal, de caráter descritivo, realizado na clínica cirúrgica do Hospital Universitário Onofre Lopes, localizado no município de Natal-RN. A amostra do estudo foi composta por 50 pacientes, que atenderam aos seguintes critérios de inclusão, a saber: ter diagnóstico médico de hiperplasia prostática benigna ou neoplasia prostática; ter realizado cirurgia de próstata no serviço; encontrar-se no pós-operatório imediato no momento da coleta de dados. Os critérios de exclusão foram: não estar em condições físicas e mentais adequadas para participar da pesquisa; doença vascular encefálica, pulmonar, hepática avançada, cardiopatia, coronariopatia ou doença periférica extensa. Os instrumentos de coleta de dados foram: o roteiro de entrevista e o de exame físico. O período de coleta deu-se entre os períodos de novembro de 2010 a abril de 2011. Os dados foram organizados em duas etapas: o processo diagnóstico e a construção do banco. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os resultados mostraram que a maioria dos homens era proveniente do interior do estado, vivia com companheiras, tinha uma média de 67,78 anos, era aposentada, com baixa escolaridade, católica e não realizava exames de prevenção da próstata. Os pacientes apresentaram uma média de 9,48 diagnósticos de enfermagem, 21,70 características definidoras e 20,72 fatores relacionados por paciente. Foram identificados 30 diagnósticos de enfermagem, dos quais 7 encontravam-se acima do percentil 75, são eles: Risco de quedas, Deambulação prejudicada, Risco de infecção, Déficit no autocuidado para banho, higiene íntima e vestir-se e Risco de volume de líquidos deficiente. Os seis primeiros diagnósticos de enfermagem presentes nos pacientes entrevistados estavam presentes em todos os prostatectomizados, não sendo possível aplicar nenhum teste estatístico. Os demais apresentaram associação com suas respectivas características definidoras e fatores relacionados ou de risco. Conclui-se que os diagnósticos identificados nesse estudo contribuem para o delineamento da assistência de enfermagem aos pacientes prostatectomizados no pós-operatório, permitindo a implementações de ações de enfermagem eficazes para a resolução dos problemas identificados.

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ABSTRACT

The characterization of the nursing diagnoses in prostatectomized patients is important to provide an unique nursing language, facilitating the communication between professionals and patients. The objective of this study was to analyze the nursing diagnoses of patients in the immediate prostatectomy postoperative period. This is a cross-sectional and descriptive study, developed at the surgical-clinic of Onofre Lopes University Hospital, in the Natal City

–RN - Brazil. The sample was composed of 50 patients included by the criteria: have presented a diagnosis of a benign prostatic hyperplasia or a prostate cancer, have been subjected to a prostate surgery at the mentioned hospital, and have been in the immediate postoperative period at the moment of the data collection. The exclusion criteria were: haven’t

been in an appropriate physical and mental condition, have presented a brain vascular disease, a lung disease, an advanced liver disease, a heart disease or a extensive coronary artery disease. The data collection instruments were: the script of an interview and physical examination. The data collection period was between November 2010 and April 2011. The data were organized in two phases: the diagnostic process and the construction of the database. The project was approved by the Ethics Committee of the Federal University of Rio Grande do NorteThe results showed that most patients came from the countryside, was living with partners, had an average of 67.78 years, was pensionerthose with low schooling, Catholic and often did not perform preventive examinations of prostatic disease. The patients showed an average of 9.48 nursing diagnoses, defining characteristics 21.70 and 20.72 related or risk factors per patient. We identified 30 nursing diagnoses, of which 7 were above the 75 percentile: Risk of falls, Impaired ambulation, Risk of infection, Self-care deficit bath / hygiene and dress up and Risk for deficient fluid volume. The top six nursing diagnoses were in all patients, and therefore could not apply any statistical test. The others ND were associated with their defining characteristics and related or risk factors. We conclude that the nursing diagnoses identified in this study contribute to the progress of the nursing care to the prostatectomized patients in post-surgery period, allowing the deployment of nursing actions for the effective resolution of identified problems.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados segundo dados sociodemográficos. Natal, 2011... 36 Tabela 2 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados segundo hábitos de etilismo

e tabagismo, realização de exame periódico e ano de diagnóstico. Natal, 2011... 37 Tabela 3 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados segundo a presença ou

ausência dos sinais e sintomas antes da cirurgia. Natal, 2011. ... 38 Tabela 4 - Distribuição dos grupos de medicamentos segundo a presencia ou

ausência do uso em pacientes prostatectomizados. Natal, 2011. ... 38 Tabela 5 - Medidas de tendência central e de dispersão dos diagnósticos de

enfermagem, características definidoras e fatores relacionados identificados em pacientes prostatectomizados. Natal, 2011. ... 39 Tabela 6 - Distribuição dos diagnósticos de enfermagem presentes em pacientes

prostatectomizados. Natal, 2011. ... 40 Tabela 7 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo fatores de riscos,

em função do diagnóstico de enfermagem Risco de quedas. Natal, 2011.... 41 Tabela 8 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características

definidoras e fatores relacionados, em função do diagnóstico de enfermagem Deambulação prejudicada. Natal, 2011. ... 43 Tabela 9 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo fatores de riscos,

em função do diagnóstico de enfermagem Risco de infecção. Natal, 2011.. 44 Tabela 10 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características

definidoras e fatores relacionados, em função do diagnóstico de enfermagem Déficit no autocuidado para banho. Natal, 2011. ... 45 Tabela 11 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características

definidoras e fatores relacionados, em função do diagnóstico de enfermagem Déficit no autocuidado para higiene íntima. Natal, 2011. ... 46 Tabela 12 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características

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Tabela 13 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo fatores de riscos, em função do diagnóstico de enfermagem Risco de volume de líquidos deficientes. Natal, 2011... 49

Tabela 14 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características definidoras e fatores relacionados, em função do diagnóstico de enfermagem Dor aguda. Natal, 2011. ... 50 Tabela 15 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características

definidoras e fatores relacionados, em função do diagnóstico de enfermagem Percepção sensorial visual perturbada. Natal, 2011. ... 51 Tabela 16 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características

definidoras e fatores relacionados, em função do diagnóstico de enfermagem Percepção sensorial auditiva perturbada. Natal, 2011. ... 52 Tabela 17 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características

definidoras e fatores relacionados, em função do diagnóstico de enfermagem Insônia. Natal, 2011...

54

Tabela 18 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características definidoras e fatores relacionados, em função do diagnóstico de enfermagem Conhecimento deficiente. Natal, 2011. ...

55

Tabela 19 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características definidoras e fatores relacionados, em função do diagnóstico de enfermagem Dentição prejudicada. Natal, 2011. ...

57

Tabela 20 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados, segundo características definidoras e fatores relacionados, em função do diagnóstico de enfermagem Constipação. Natal, 2011. ...

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Variáveis de caracterização sócio-econômicas. Natal, 2011... 34 Quadro 02 - Variáveis de hábitos de etilismo e tabagismo, exame preventivo, anos

de diagnóstico médico, teste diagnóstico e tipo de cirurgia. Natal, 2011... 34 Quadro 03 - Variáveis de sinais e sintomas antes da cirurgia. Natal, 2011... 34 Quadro 04 - Variáveis dos diagnósticos de enfermagem, características definidoras

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...13

2 OBJETIVOS...19

2.1 GERAL...19

2.2 ESPECÍFICOS...19

3 REVISÃO DE LITERATURA...20

4 MATERIAL E MÉTODO... 29

4.1 NATUREZA DO ESTUDO...29

4.2 LOCAL DO ESTUDO...29

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA...29

4.4 PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS...31

4.5 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS...32

4.6 VARIÁVEIS...33

4.7 ASPECTOS ÉTICOS...35

5 RESULTADOS...36

6 DISCUSSÃO...62

7 CONCLUSÕES...72

REFERÊNCIAS...75

APÊNDICES...83

(14)

1 INTRODUÇÃO

O cuidado é considerado como resultado da interação entre dois ou mais indivíduos a fim de aliviar um sofrimento ou alcançar um bem-estar, mediado por saberes especificamente voltados para essa finalidade, tendo, pois, uma forte relação com a prática em saúde. Destarte, o conceito de cuidado pode ser visto de uma forma muito mais ampla, filosófica, não se restringindo apenas a um conjunto de recursos e procedimentos tecnicamente orientados para determinado efeito terapêutico (AYRES, 2004).

Analisado sob essa ótica, o cuidar em saúde é mais do que a realização de um procedimento, compreende um momento de atenção e desvelo, retrata, pois, uma atitude de responsabilização e de afeiçoamento ao outro (BOFF, 2004). Isso significa levar em conta: a escuta; o acolhimento; a ética; a autonomia; o resgate da cidadania; a subjetivação, o respeito, a liberdade, a inclusão social, dentre outros (BARROS; OLIVEIRA; SILVA, 2007).

Entretanto, existem situações nas quais o ser humano não é observado em todas as suas dimensões, tornando o cuidado bastante limitado. Isso acontece no modelo biomédico, no qual a visão do ser humano é descontextualizada socialmente e culturalmente, e a atenção à saúde é dirigida a sujeitos individuais, supervalorizando suas unidades morfológicas em detrimento da visão ampliada (COELHO; FONSECA, 2005).

Partindo da realidade prática, observa-se que a enfermagem – que traz como característica intrínseca o cuidar – ainda é fortemente influenciada pela ciência positivista e pelos padrões da biomedicina, de modo que, no âmbito do trabalho em saúde, a enfermagem tem tido pouca força para se contrapor ou diferenciar-se do modelo hegemônico (PIRES, 2009).

Diante desse contexto, o Processo de Enfermagem (PE) é considerado um instrumento de que o enfermeiro dispõe para a organização desse cuidado, diferenciando sua prática dos demais profissionais de saúde. Esse dispositivo exerce influência na qualidade do cuidado, visto que, executado de modo sistemático e deliberado, define as necessidades do paciente, orienta a assistência e documenta os resultados obtidos com a intervenção executada. Além de contribuir para evidenciar a participação da enfermagem na atenção à saúde da população, na visibilidade e no reconhecimento profissional (GARCIA; NÓBREGA, 2009).

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atitudes e, assim, participar de forma mais ativa no tratamento do paciente. Contribui ainda para a organização do trabalho do enfermeiro e para o aumento da qualidade e da credibilidade dos serviços prestados, permitindo que a assistência seja planejada por meio de fundamentação científica e não aleatória, facilitando o aprendizado prático no cuidar do ser humano nas diversas áreas do saber da enfermagem (SILVA, 2001).

Dentre as diferentes áreas de atuação da enfermagem, destaca-se a urologia. Neste âmbito, o enfermeiro exerce atividades fundamentais para que sejam alcançados os melhores resultados junto aos pacientes. A atuação do enfermeiro no cuidado a essa clientela é peculiar, pois o paciente em tratamento urológico apresenta, muitas vezes, demandas biopsicossociais.

A literatura (LIMA, 2010; MONTURO et al., 2001; THORNTON; PEREZ;

MEYEROWITZ, 2004) ressalta que os homens representam uma importante parcela da clientela atendida nessa especialidade médica. Esses indivíduos, principalmente a partir dos 50 anos de idade, apresentam doenças relacionadas à próstata, sendo a hiperplasia benigna de próstata (HBP) e o câncer as doenças mais comuns nesse órgão.

A HBP está entre as três doenças que mais contribuempara as despesas de saúde nos países industrializados. De cada 100 mil homens, 30 morrem por causa dessa doença (SANTOS et al., 2007). Suas manifestações clínicas ocasionam sintomas urinários, afetando a

qualidade de vida do paciente. Aproximadamente 30% dos homens irão tratar os sintomas decorrentes da HBP e 10% irão se submeter à cirurgia (LIMA, 2010).

Por outro lado, o câncer de próstata é o sexto tipo de câncer mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de casos de câncer. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. No Brasil, estima-se que no ano de 2010 existam mais de 52.000 casos novos desse tipo de câncer (BRASIL, 2009).

As doenças da próstata tornaram-se um problema de saúde pública, pois, à medida que aumenta a expectativa de vida da população, também aumenta a prevalência desses problemas. Cerca de três quartos dos casos de câncer de próstata no mundo ocorrem a partir dos 65 anos, evidenciando-se, assim, uma forte relação entre esse tipo de câncer e a idade do indivíduo (BRASIL, 2009).

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doença já está instalada. Portanto, seu prognóstico depende da fase em que a doença é descoberta, sendo necessários exames periódicos para sua detecção precoce.

O tratamento para ambas as doenças depende do quadro clínico do paciente. As opções vão desde a conduta conservadora, como a observação e o tratamento medicamentoso, até os procedimentos cirúrgicos e todas suas implicações (SMELTZER; BARE, 2005). Conforme Rhoden e Souto (2004), o procedimento cirúrgico é um tratamento freqüente escolhido, levando em consideração o estadiamento da doença e a existência ou não de complicações.

Tanagho e McAninch (2007) afirmam que, dos diferentes tipos de cirurgias que podem ser realizadas na próstata, destacam-se as endoscópicas e as que necessitam de incisão cirúrgica. A técnica cirúrgica utilizada dependerá da experiência do cirurgião, do estadiamento da doença, da faixa etária, condições clínicas e da preferência do paciente.

Dentre os procedimentos considerados fechados, ressaltam-se a Ressecção Transuretral da próstata (RTUP) e a Incisão Transuretral da Próstata (ITUP); enquanto que, entre os procedimentos que necessitam de incisão, e, portanto são considerados abertos, destacam-se os diferentes tipos de prostatectomia, como a suprapúbica, a perineal e a retropúbica (TANAGHO; McANINCH, 2007).

Em relação às complicações após a cirurgia, as mesmas dependem do tipo de prostatectomia realizada e podem incluir hemorragia, infecção, formação de coágulo, obstrução da sonda e disfunção sexual (SMELTZER; BARE, 2005). Essas complicações comprometem severamente a qualidade de vida do paciente, causando constrangimento, perda da autoestima e isolamento social (LIATSIKOS; ASSIMAKOPOULOS; STOLZENBURG, 2008; STEINECK et al., 2002).

Dessa forma, o enfermeiro, durante o pré-operatório, deverá fazer uma avaliação prévia do paciente, a fim de identificar crenças, valores e expectativas com relação aos fatores que poderão alterar a sua qualidade de vida, bem como fornecer informações claras e precisas, centradas nas necessidades de cada paciente (RONDORF-KLYM; COLLING, 2003).

(17)

No cuidado ao paciente prostatectomizado, a enfermagem assume papel fundamental em todas as fases da cirurgia, desenvolvendo atividades que variam desde a avaliação pré-operatória, até as orientações quanto aos cuidados domiciliares após a cirurgia. O enfermeiro deve trabalhar juntamente com o paciente e a família, para assegurar a compreensão das orientações de cuidados pós-prostatectomia, considerando os aspectos físicos, psicológicos, sociais, culturais e espirituais, a fim de prestar um cuidado individualizado a essa clientela (SMELTZER; BARE, 2005).

Portanto, torna-se fundamental que os enfermeiros se preocupem em criar estratégias compostas de ações planejadas para assegurar ao paciente um cuidado amplo. É preciso cuidar dos seres humanos em sua individualidade, em suas diversas dimensões (PIRES, 2009). Assim, o processo de enfermagem (PE) apresenta-se como um instrumento utilizado na organização e implementação do cuidado holístico ao paciente, seja ele indivíduo, família ou comunidade.

A partir dessa problemática e da minha vivência com esses pacientes em tratamento urológico, surgiu o interesse em desenvolver um estudo no sentido de responder os seguintes questionamentos: Quais são os diagnósticos de enfermagem presentes em pacientes prostatectomizados? Existe associação dos diagnósticos de enfermagem com as características definidoras, os fatores relacionados e os fatores de risco identificados em pacientes prostatectomizados?

O interesse por essa temática surgiu a partir da minha experiência como enfermeira de um hospital universitário de referência no tratamento desses pacientes. Na unidade cirúrgica, convivi com vários indivíduos com problemas de próstata e percebi que no pós-operatório de prostatectomia o paciente, muitas vezes, manifesta inúmeras complicações que exigem do enfermeiro uma assistência direta, humanizada e holística. Entretanto, percebi certa dificuldade do enfermeiro e de toda sua equipe em organizar, padronizar e manter um cuidado de enfermagem de qualidade e voltado para as reais necessidades do paciente. Essa foi a minha maior motivação para a realização deste estudo, além da necessidade de aperfeiçoar os meus conhecimentos em diagnósticos de enfermagem. Outro motivo para a escolha dessa temática deu-se pelo fato do elevado número de cirurgias de próstata que acontecem no Hospital Universitário, local onde os dados foram coletados, e pela necessidade de colaborar com a assistência de enfermagem nessa instituição.

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FILHO, 2009; SMELTZER; BARE, 2005) identificaram os seguintes diagnósticos de enfermagem nesses pacientes: Ansiedade; Conhecimento deficiente; Controle ineficaz do regime terapêutico; Disfunção sexual; Dor aguda; Eliminação urinária prejudicada; Padrões da sexualidade ineficazes; Pesar; Risco de volume de líquido deficiente; Risco de infecção; Risco de lesão; Integridade tissular prejudicada; Risco de baixa autoestima situacional; Disposição para bem-estar espiritual aumentado; Mobilidade física prejudicada; Recuperação cirúrgica retardada; Risco de sentimento de impotência; Risco de integridade da pele prejudicada.

Destaca-se a importância de conhecer o perfil dos diagnósticos de enfermagem nesses pacientes, pois isto contribui para o planejamento de intervenções mais adequadas e para uma assistência de enfermagem mais bem organizada e direcionada especificamente às necessidades dessa clientela.

Segundo Lopes (2000), o uso dos diagnósticos de enfermagem (DE) pode trazer benefícios não só para o profissional e o paciente, como também para a instituição, enquanto que para a enfermagem o uso desse dispositivo irá possibilitar uma assistência que atenda às necessidades do paciente. Para a instituição, o uso de DE irá permitir a prestação de um serviço efetivo e eficiente. Dessa forma, o uso dos diagnósticos de enfermagem beneficia a todos, porque direciona a assistência de enfermagem para as reais necessidades do paciente, facilitando a escolha de intervenções mais adequadas.

Sendo assim, acredita-se que este estudo oferecerá importantes contribuições, tanto no âmbito do ensino, da pesquisa e principalmente da assistência, visto que, segundo Guimarães, Barros e Gutierrez (2000) e NANDA-I (2010), é por meio da identificação das características definidoras (sinais e sintomas) mais relevantes que o enfermeiro estabelece hipóteses diagnósticas que o auxiliam na inferência do diagnóstico de enfermagem prioritário. Destaca-se ainda o valor da identificação dos fatores relacionados mais importantes, para que estes se tornem focos da intervenção da enfermagem. Assim, a identificação dos diagnósticos de enfermagem serve para orientar a escolha das intervenções mais adequadas a fim de alcançar os resultados esperados no contexto do cuidado sistematizado e de qualidade.

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2 OBJETIVOS

2.1 GERAL:

- Analisar os diagnósticos de enfermagem presentes em pacientes no pós-operatório imediato de prostatectomia.

2.2 ESPECÍFICOS:

- Identificar os diagnósticos de enfermagem apresentados por pacientes prostatectomizados.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

Neste item do estudo, são abordados os aspectos sobre a metodologia utilizada na organização e implementação do cuidado ao paciente, família e comunidade denominado Processo de Enfermagem (PE). São abordadas também as etapas do PE, com ênfase na segunda etapa, o diagnóstico de enfermagem, bem como a assistência de enfermagem ao paciente prostatectomizado.

3.1 PROCESSO DE ENFERMAGEM

Os termos Processo de Enfermagem (PE), Metodologia da Assistência e Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) apresentam-se, muitas vezes, como sinônimos na literatura. No entanto, esses termos têm definições distintas, que frequentemente têm gerado conflitos no vocabulário e dificuldades de entendimento sobre a prática profissional da enfermagem (FULY; LEITE; LIMA, 2008).

A SAE assume um sentido de organização das atividades de enfermagem, interferindo diretamente na implantação e implementação do processo de enfermagem. Este, por sua vez, é único, se ajustando conforme o referencial proposto pela teoria que lhe dá subsídio (FULY; LEITE; LIMA, 2008). De acordo com Tannure e Gonçalves (2008), o PE é um método para se implantar, na prática profissional, uma teoria de enfermagem.

O PE é um instrumento tecnológico usado pelo enfermeiro para realizar e organizar as condições necessárias para a prática do cuidado e para documentar a prática profissional (GARCIA; NOBREGA, 2009).

De modo operacional, o processo de enfermagem se organiza em fases, e estas variam na literatura no que diz respeito ao número e à terminologia utilizada. Esta divergência de opiniões consiste na questão de considerar a etapa de diagnóstico como uma etapa distinta ou considerá-la incluída na primeira etapa do PE. Com efeito, essa divisão em etapas é útil para fins didáticos, sendo que, na prática, o processo de enfermagem deve ser integrado, com suas etapas inter-relacionadas (ANDRADE; VIEIRA, 2005).

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A primeira fase do PE consiste na coleta e na análise sistemática e ordenada de dados sobre o estado de saúde do paciente, da família ou da comunidade. A principal finalidade dessa etapa é identificar, baseada numa teoria de enfermagem, as necessidades, os problemas e as reações humanas do paciente (TANNURE; GONÇALVES, 2008).

A segunda etapa do PE é o diagnóstico de enfermagem. Segundo Alfaro-LeFevre (2005), o enfermeiro, nessa fase, analisa os dados coletados na fase anterior e identifica problemas reais e potenciais que servem como base para a implantação de um plano de cuidados.

O planejamento é a terceira fase do PE. Essa etapa consiste no estabelecimento de prioridades para os problemas diagnósticos; e na definição dos resultados esperados, com o intuito de corrigir, minimizar ou evitar esses problemas; consiste ainda em determinar as intervenções e o planejamento de cuidados individualizados, a fim de alcançar metas pré-estabelecidas (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

A quarta etapa do processo é a implementação, na qual é realizada a prescrição de enfermagem, onde o planejamento feito na fase anterior é posto em ação. Segundo Alfaro-LeFevre (2005), essa fase é considerada como a real prestação de cuidados de enfermagem, envolve também a comunicação do plano de cuidados a todos os participantes que atendem ao paciente.

A última fase do PE é denominada de avaliação, que consiste em analisar se os resultados almejados foram obtidos e se as intervenções foram efetivas. Nessa etapa é realizada uma avaliação criteriosa, deliberada e detalhada dos aspectos relacionados ao cuidado do paciente, indicando a necessidade, ou não, de modificações no plano de cuidados (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

Dessa forma, as fases do PE são sistematizadas, dinâmicas e inter-relacionadas, para prestar uma melhor assistência ao ser humano (HORTA, 1979). De acordo com George (2000), o PE é a essência e o instrumento da prática, auxiliando a tomada de decisão, prevenindo e avaliando as consequências, funcionando como uma abordagem ordenada e sistemática da prática que procede de uma atividade intelectual deliberada.

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3.1.1 Histórico do Processo de Enfermagem

Na enfermagem, a preocupação com a questão teórica nasceu desde Florence Nightingale, quando ela afirmava que deveria existir um corpo de conhecimento próprio da profissão. Florence idealizou uma enfermagem embasada em reflexões e questionamentos, tendo por objetivo edificá-la sob um arcabouço de conhecimentos científicos diferentes do modelo biomédico (TANNURE; GONÇALVES, 2008).

A introdução formal do conceito de Processo de Enfermagem na linguagem profissional dos enfermeiros ocorreu por volta dos anos 1950. Essa introdução sofreu forte influência do método científico de observação, baseado na mensuração e análise de dados, bem como da ênfase baseada na resolução de problema (GARCIA; NÓBREGA; CARVALHO, 2004).

Pesut e Herman (1999) identificaram três gerações distintas no PE, sendo que cada uma delas é influenciada pelo estado de desenvolvimento do conhecimento e pelas forças que o determinam de acordo com cada época. As três gerações foram definidas: Problemas e Processo, que compreende os anos entre 1950 e 1970; Diagnóstico e Raciocínio Diagnóstico, que vai desde 1970 a 1990; e Especificação e Teste de Resultados, que compreende desde 1990 até a presente data.

A primeira geração do PE (1950-1970) foi marcada pela ênfase na identificação de problemas do paciente. A proposta do PE, então inédita, provia uma estrutura para organizar o pensamento, no sentido de compreender os problemas dos pacientes e solucioná-los (PESUT; HERMAN, 1999).

O termo ―processo‖ foi mencionado pela primeira vez em 1955, por Lynda Hall. No entanto, apenas em 1961, em uma publicação de Orlando, o processo de enfermagem foi descrito como uma proposta para melhorar a qualidade do cuidado prestado através do relacionamento dinâmico enfermeiro-paciente (TANNURE; GONÇALVES, 2008).

Algumas teóricas, como Peplau, Virgínia Henderson, Abdellah e Dorothea Johnson, preocuparam-se em definir o papel dos enfermeiros quanto às necessidades do paciente, já sugerindo que os diagnósticos de enfermagem fossem diferentes dos diagnósticos médicos (TANNURE; GONÇALVES, 2008).

(24)

a decisão sobre as ações de enfermagem a serem implementadas para a solução desse problema (CARVALHO; GARCIA, 2002).

Entretanto, apenas no final da década de 60, um pequeno grupo de enfermeiras classificou e padronizou os problemas que requeriam cuidados de enfermagem. Esses trabalhos de classificação foram importantes para inserir a fase do diagnóstico no PE, que até então era descrito em quatro fases. A primeira Conferência de Diagnósticos de Enfermagem ocorreu em 1973, em Saint Louis, nos Estados Unidos. Essa conferência foi considerada um marco na inclusão da etapa diagnóstica no PE (GAIDZINSKI et al., 2008).

No Brasil, na segunda metade da década de 60, Wanda de Aguiar Horta, com base em sua teoria, apresentou um modelo de processo de enfermagem com os seguintes passos: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, plano assistencial, plano de cuidados ou prescrição de enfermagem e o prognóstico de enfermagem (HORTA, 1979).

Dessa forma, pode-se afirmar que o movimento de identificação e classificação dos diagnósticos de enfermagem marcou o começo de uma nova geração do Processo de Enfermagem e, acima de tudo, o início de uma nova era para a Enfermagem, que avança, progressivamente, desde então, para sua estruturação definitiva como ciência (GARCIA; NÓBREGA; CARVALHO, 2004).

Na segunda geração, Diagnóstico e Raciocínio Diagnóstico (1970 a 1990), o processo de enfermagem passou a ser descrito em cinco etapas: coleta de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. Fato que ocorreu em virtude da forte influência do movimento de identificação e classificação dos diagnósticos de enfermagem. Em 1973, a Associação Norte-Americana de Enfermagem (American Nurses Association – ANA)

publicou os Padrões da Prática de Enfermagem, estabelecendo o DE como padrão para o cuidado de enfermagem (CARVALHO; GARCIA, 2002).

Segundo Pesut e Herman (1999), o Processo de Enfermagem, nessa geração, deixou de ter um enfoque na identificação e solução de problemas, até então predominante, para um novo redirecionamento, fundamentado, agora, no raciocínio diagnóstico e no pensamento crítico.

Portanto, nessa época, houve uma preocupação maior, tanto no âmbito acadêmico, quanto assistencial, em procurar entender como se processava o julgamento clínico, bem como de aumentar a habilidade do enfermeiro em estabelecer diagnósticos de enfermagem (GARCIA; NÓBREGA, 2009).

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enfatizar os problemas de enfermagem do paciente, e não somente os fatores fisiopatológicos relacionados à sua doença (GARCIA; NÓBREGA; CARVALHO, 2004).

No final da década de 80, nos Estados Unidos da América, o PE passou por uma nova transformação no seu modo de pensar. Essas mudanças foram influenciadas pela evolução contínua dos sistemas de classificação e pelas crescentes pesquisas sobre julgamento clínico. O PE passou a focalizar a especificação e avaliação dos resultados dos cuidados de enfermagem. Diante disso, definia-se o cenário para a terceira geração do processo de enfermagem (PESUT; HERMAN, 1999).

Segundo Garcia, Nóbrega e Carvalho (2004), o desenvolvimento dos sistemas de classificação relacionados aos diagnósticos de enfermagem, e, em seguida, às intervenções e os resultados de enfermagem, é considerado o ponto chave para a transição ocorrida no modo de pensar, de falar e de atuar da profissão.

Dessa forma, surge a terceira geração do PE (de 1990 até a presente data), que foi marcada pela revisão do estatuto social da ANA em 1995. De acordo com essa revisão, a ênfase deixou de ser dada aos problemas e diagnósticos de enfermagem, e passou a dar lugar a um novo enfoque com o objetivo de priorizar os resultados dos cuidados (GAIDZINSKI et al., 2008). A terceira geração do PE passou a focalizar a especificação e o teste, na prática, de

resultados do paciente que sejam sensíveis à intervenção profissional.

3.2 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM

O tema do diagnóstico de enfermagem será abordado de forma mais aprofundada por ser foco principal deste estudo.

Em 1973, foi criada a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA),

organização responsável pela classificação e padronização dos diagnósticos de enfermagem. Essa criação impulsionou o desenvolvimento dos diagnósticos de enfermagem como uma taxonomia padrão para a descrição dos conhecimentos de enfermagem, bem como para identificar as necessidades reais e potenciais do paciente, da família e da comunidade, e para nortear as ações dos enfermeiros (CARPENITO-MOYET, 2005).

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Desde a criação da NANDA, várias conferências foram realizadas e muitos avanços aconteceram no sentido de definir melhor quais os diagnósticos a serem identificados e como validá-los na prática clínica. Em 1989, a NANDA publicou a Taxonomia I, que era organizada em nove categorias chamadas de Padrões de Respostas Humanas. Essa classificação foi bastante criticada e, com base em diversas avaliações, a NANDA publicou, em 2001, a Taxonomia II, baseada nos Padrões Funcionais de Gordon. Essa Taxonomia é composta por 155 diagnósticos de enfermagem (BRAGA; CRUZ, 2003).

Em 2002, a NANDA passou a ser denominada NANDA Internacional (NANDA-I), considerando a difusão de sua taxonomia em diversos países. Atualmente, a Taxonomia II possui 13 domínios, 47 classes e 201 diagnósticos de enfermagem (NANDA, 2010).

Para Carvalho e Garcia (2002), diagnosticar respostas humanas é um processo complexo que requer conhecimento teórico, experiência prática e habilidade intelectual, técnica e de interação interpessoal, aplicados à observação, avaliação e interpretação do comportamento da clientela relacionado à saúde e, portanto, à vida.

O diagnóstico de enfermagem é um julgamento clínico das respostas do individuo, da família ou da comunidade aos problemas de saúde/processos vitais reais ou potenciais. O diagnóstico de enfermagem proporciona a base para a seleção das intervenções de enfermagem, visando alcançar resultados pelos quais o enfermeiro é responsável (NANDA, 2010).

Os componentes dos diagnósticos de enfermagem da NANDA-I são título, definição, características definidoras e fatores relacionados. O título estabelece um nome para o diagnóstico, se caracteriza como um termo conciso que representa um padrão de indícios relacionados. A definição oferece uma descrição clara e precisa, delineando seu significado, e ajudando a diferenciá-lo dos demais diagnósticos similares. Com relação às características definidoras, estas podem ser entendidas como indícios clínicos que se agrupam como manifestações de um diagnóstico de enfermagem. Já os fatores relacionados são fatores que aparecem para mostrar algum tipo de relação padronizada com o diagnóstico de enfermagem (NANDA, 2010).

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Com relação aos diagnósticos de enfermagem de risco, estes descrevem as respostas humanas a determinadas condições de saúde/processos vitais que existem em um indivíduo, uma família ou uma comunidade vulneráveis. São sustentados por fatores de risco que contribuem para uma vulnerabilidade aumentada (NANDA, 2010).

Caso o diagnóstico de enfermagem seja classificado como de risco, ele possuirá fatores de risco e não fatores relacionados. Os fatores de risco são fatores ambientais e elementos fisiológicos, psicológicos, genéticos ou químicos que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, uma família ou uma comunidade a um evento insalubre (NANDA, 2010).

Os diagnósticos de enfermagem de promoção da saúde são julgamentos clínicos da motivação e do desejo de uma pessoa, família ou comunidade de aumentar o bem-estar e concretizar o potencial de saúde humana, conforme manifestado em sua disposição para melhorar comportamentos específicos de saúde, como a alimentação e o exercício (NANDA, 2010).

Os diagnósticos de enfermagem de bem-estar referem-se à qualidade ou estado de estar saudável, servindo para descrever respostas humanas a níveis de bem estar do indivíduo, família ou comunidade (NANDA, 2010).

Os diagnósticos de enfermagem de síndrome são agrupamentos de diagnósticos atuais ou de risco que se prevê em decorrência de um determinado evento ou situação. Portanto, descrevem condições clínicas que geralmente estão presentes em determinados fenômenos (NANDA, 2010).

O diagnóstico de enfermagem é a base para a seleção das intervenções com as quais se objetiva alcançar determinados resultados. A sua precisão é um aspecto fundamental a ser considerado, visto que, dependendo do grau de exatidão em que o diagnóstico foi estabelecido, pode-se aumentar a possibilidade de sucesso ou pôr em risco o cuidado de enfermagem. Portanto, a habilidade de raciocínio e julgamento clínico está diretamente relacionada com o maior ou menor grau de exatidão do diagnóstico que estabelecemos (GARCIA; NÓBREGA; CARVALHO, 2004).

As etapas do processo diagnóstico são a coleta de informações, iniciada com a anamnese e o exame físico; a interpretação de informações, que consiste na análise dos sinais presentes no paciente; o agrupamento de sinais e sintomas, definidor da categoria diagnóstica; e a denominação do agrupamento, que consiste na identificação do problema de saúde (GORDON, 1994).

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enfermagem tem responsabilidade profissional, além de aprimorar a qualidade da assistência, servindo como veículo de mudança e transformação da prática. O diagnóstico serve, ainda, para nortear o ensino e a pesquisa em enfermagem (NANDA, 2010).

3.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUBMETIDO À PROSTATECTOMIA

O papel da enfermagem na assistência ao paciente prostatectomizado é fundamentado pelo conceito de que o cuidado, essência da profissão, pertence a duas esferas: uma objetiva, referente ao desenvolvimento de técnicas e procedimentos, e outra subjetiva, relacionada à sensibilidade, criatividade e intuição para cuidar de outro ser. Logo, para ter um cuidado diferenciado, a enfermagem dispõe de algumas ferramentas: a sensibilidade, intuição, cooperação, disponibilidade, participação, amor, interação, respeito, visão do outro como único, toque delicado e calor humano (SOUZA et al., 2005).

Assim sendo, a enfermagem atua tanto no aspecto físico quanto no psicológico dos indivíduos submetidos a esse tipo de cirurgia. No que se refere ao âmbito psicológico, o enfermeiro, em seu papel de provedor do cuidado, lida com consequências psicológicas advindas das expectativas geradas pelo paciente diante da oportunidade de curar-se de uma doença grave. Tais expectativas, quando não totalmente alcançadas, podem causar grandes frustrações, consequência da falta de conhecimento por parte desses pacientes com relação à gravidade dos efeitos colaterais que geralmente acontecem (BURT et al., 2005).

Relativo aos aspectos físicos, a prostatectomia, de modo geral traz complicações tais como incontinência urinária, disfunção erétil, hemorragia, obstrução do cateter, dentre outras. Frequentemente esses efeitos colaterais, sobretudo os dois primeiros, provocam nos indivíduos sentimentos de inutilidade e falta de controle sobre suas vidas (BURT et al., 2005).

A maioria desses pacientes apresenta sentimentos de raiva e frustração devido à presença do cateter vesical, os espasmos da bexiga, a dor e a vulnerabilidade a infecções, dentre outros. Esses fatores necessitam de tratamento e atenção diferenciada da equipe de enfermagem(BURT et al., 2005).

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Em face do crescente número de indivíduos submetidos à prostatectomia, da necessidade de tratamento, da assistência peculiar, torna-se fundamental o aprofundamento do conhecimento acerca dos cuidados de enfermagem aos pacientes no pós-operatório desse tipo de cirurgia, identificando os diagnósticos de enfermagem nessa clientela e atendendo às reais necessidades dessa população em um período que demanda atenção tão singular.

(30)

4 MATERIAL E MÉTODO

4.1 NATUREZA DO ESTUDO

Trata-se de um estudo quantitativo, do tipo transversal, de caráter descritivo, cujo objetivo principal foi analisar os diagnósticos de enfermagem presentes em pacientes no pós-operatório imediato de prostatectomia.

Os estudos transversais, de acordo com Polit, Beck e Hungler (2004), envolvem a coleta de dados em um ponto do tempo. As pesquisas transversais são especialmente aprovadas para narrar a situação, o status do fenômeno ou a relação entre os fenômenos em

um ponto fixo do tempo. Para Marconi e Lakatos (2008), as investigações descritivas têm a finalidade de delinear ou analisar as características de fatos ou fenômenos, avaliar programas, isolar variáveis principais ou chave.

4.2 LOCAL DO ESTUDO

A pesquisa foi realizada no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), localizado no Município de Natal/RN. O referido hospital pertence ao complexo de saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Caracteriza-se como instituição de ensino universitário de médio porte, inserido no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo referência terciária para todo o estado. Comporta 185 leitos, distribuídos nos setores de UTI, transplante e enfermarias. A unidade de clínica cirúrgica é composta por nove enfermarias (primeira, segunda, terceira, sétima, oitava, nona, décima, décima nona e vigésima enfermarias) distribuídas nos setores térreo e misto.

Este estudo foi realizado na clínica cirúrgica do HUOL, especificamente na enfermaria de urologia que comporta leitos masculinos (segunda enfermaria), e em enfermarias onde porventura existissem pacientes submetidos à prostatectomia internados.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

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fórmula desenvolvida para estudos com populações finitas e que leva em consideração o coeficiente de confiança, o erro amostral e o tamanho da população (REA; PARKER, 2002).

A fórmula foi a seguinte:

t21% * P * Q * N

e2 (N-1)+ t21% * P * Q

Onde:

n = tamanho da amostra;

t1% = valor tabelado da distribuição t de Student ao nível de significância de 1%;

e = erro amostral absoluto; N = tamanho da população;

Q = porcentagem complementar (100-p); P = prevalência da doença.

Foram considerados como parâmetros: coeficiente de confiança do estudo 95%, o erro amostral de 10% e a população de 102 pacientes. Definiu-se a prevalência em termos de diagnósticos de enfermagem em prostatectomizados. Por não se ter encontrado um estudo que estimasse a prevalência de diagnósticos de enfermagem em pacientes prostatectomizados, considerou-se um valor conservador de 50%. A partir da aplicação da fórmula, encontrou-se um tamanho amostral de 50 indivíduos.

Os critérios de inclusão no estudo foram:

- ter diagnóstico médico de hiperplasia prostática benigna ou neoplasia prostática; - ter realizado cirurgia de próstata no serviço;

- encontrar-se no pós-operatório imediato (considerado neste estudo como o período de até 48 horas após a cirurgia) no momento da coleta de dados.

Os critérios de exclusão foram:

- não estar em condições físicas e mentais adequadas para participar da pesquisa; - paciente prostatectomizado com doença cardíaca avançada, doença pulmonar avançada, doença hepática progressiva ou doença vascular encefálica, coronariana ou periférica extensa.

Assim, a amostra foi composta por 50 pacientes que atenderam aos critérios de inclusão. Os participantes foram selecionados por conveniência de forma consecutiva. Segundo Hulley et al. (2003), a amostra por conveniência de forma consecutiva ocorre

quando resulta no arrolamento de todos os indivíduos acessíveis no período de tempo determinado no estudo.

(32)

4.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

O procedimento de coleta dos dados constou de várias etapas. Inicialmente foi enviado um ofício ao Diretor Geral do Hospital (APÊNDICE A), informando sobre o estudo e solicitando sua autorização para a realização da pesquisa, assim como para a utilização formal do nome da instituição no relatório final. Após a autorização, o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Depois da aprovação do referido Comitê de Ética, foi aplicado o pré-teste do instrumento com 10% da população a ser estudada (cinco pacientes), com a finalidade de avaliar sua aplicabilidade e necessidade de alterações. Não houve necessidade de alteração do instrumento. Dessa forma, os participantes do pré-teste foram incluídos na amostra deste estudo.

Os instrumentos de coleta dos dados foram os roteiros de entrevista (APÊNDICE D) e de exame físico (APÊNDICE E), os quais foram aplicados pela mestranda e nove colaboradores. O roteiro de entrevista apresentou perguntas abertas e fechadas, subdivididas nos 12 domínios (Promoção da saúde, Nutrição, Eliminação e Troca, Atividade/Repouso, Percepção/Cognição, Autopercepção, Papéis e Relacionamentos, Sexualidade, Enfrentamento/Tolerância ao estresse, Princípios de vida, Segurança/Proteção e Conforto) presentes na taxonomia II da NANDA-I. O mesmo foi construído com base no roteiro de Santana (2004) e de Lira (2005). Salienta-se que os instrumentos dessas duas autoras não foram validados quanto ao conteúdo por especialistas. O roteiro do exame físico foi construído baseado no instrumento de coleta de dados elaborado pelo Grupo de Estudos sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem do Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo, citado por Barros (2002).

(33)

primeiros dois encontros, houve uma aula teórica sobre assistência de enfermagem ao paciente prostatectomizado. Nos terceiro e quarto encontros, houve explanação do exame físico completo do adulto. E nos dois últimos encontros, houve atividades práticas de avaliação clínica.

Esse curso foi cadastrado como uma ação de extensão, do tipo curso, do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), embora não tenha sido objetivo deste trabalho, considerando-se pertinente ressaltar. Os discentes receberam um certificado de 30 horas fornecido pela Pró-Reitoria de Extensão da UFRN. Os dados foram coletados nos meses de novembro de 2010 a abril de 2011.

Destaca-se que, à medida que problemas eram identificados nos pacientes, as autoras realizavam intervenções específicas. Exemplificando: no momento da entrevista, se foi identificado que os pacientes apresentavam conhecimento deficiente quanto à cirurgia, dessa forma, os mesmos recebiam orientação sobre a doença, formas de tratamento e autocuidado pelas autoras.

4.5 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram organizados em duas etapas. A primeira constitui o processo diagnóstico segundo Helland (1995). Para essa autora, o processo diagnóstico é composto por duas fases: análise (categorização dos dados e identificação de lacunas) e síntese (agrupamento, comparação, identificação e relação dos fatores etiológicos). A inferência diagnóstica (composta pela categorização dos sinais e sintomas levantados na anamnese e no exame físico, identificação de lacunas nos roteiros de entrevista e exame físico, agrupamento dos sinais e sintomas identificados em cada paciente, comparação desses sinais e sintomas com a literatura, e, por fim, identificação dos diagnósticos de enfermagem, características definidoras e fatores relacionados de acordo coma NANDA-I) foi realizada inicialmente pela mestranda e discutida posteriormente por um grupo composto por duas docentes e nove alunas de graduação que trabalhavam com a temática da sistematização da assistência de enfermagem. A segunda etapa foi a construção de um banco de dados no Microsoft Excel, no qual foram registrados os dados socioeconômicos, dados da cirurgia, os diagnósticos de enfermagem, os fatores relacionados, os fatores de risco e as características definidoras identificadas.

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foram apresentadas nas variáveis numéricas. De acordo com Bisquerra, Sarriera, Martínez (2004), o teste de Kolmogorov-Smirnov é aplicado para verificar a normalidade dos dados numéricos, sendo o mesmo utilizado neste trabalho. Com o objetivo de ordenar e verificar as variáveis mais frequentes, foram calculados os percentis em três tabelas: Tabela 3, sobre os sinais e sintomas antes da cirurgia; Tabela 4, sobre a distribuição dos grupos de medicamentos; e a Tabela 6, com os diagnósticos de enfermagem. Os percentis foram calculados pela fórmula n.k/100 (DORIA FILHO, 1999), onde n é a quantidade de variáveis e k é o percentil a ser calculado.

Na análise de associação dos dados nominais foram utilizados dois testes estatísticos: o Qui-quadrado de Pearson, na ocorrência de frequências esperadas superiores a cinco na tabela 2x2, e o Teste Exato de Fisher, quando as frequências esperadas eram inferiores a cinco (DORIA FILHO, 1999; BISQUERRA; SARRIERA; MARTÍNEZ, 2004; VIEIRA, 2004). Os testes de associação foram aplicados somente para os diagnósticos de enfermagem que estavam acima do Percentil 50, pois os mesmos apresentaram maiores frequências.

A análise foi baseada na leitura das estatísticas descritivas, bem como na análise do valor p encontrado, com seus respectivos comentários. Para significância estatística adotou-se um nível de 5%.

4.6 VARIÁVEIS

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Variáveis de caracterização socioeconômicas:

Quadro 1- Variáveis de caracterização socioeconômicas. Natal, 2011

Variáveis Valores/ Códigos

Sexo 1- Masculino/ 2- Feminino

Idade Em anos

Estado Civil 1- Com companheiro/ 2- Sem companheiro

Numero de filhos 1- 0 a 3/ 2- 4 a 6/ 3- 7 a 11

Procedência 1- Capital/ 2- Interior

Renda familiar Em salário mínimo

Ocupação 1- Desempregado/ 2- Aposentado/ 3- Profissão

Anos de estudos Em anos

Religião 1- Católico/ 2- Não católico

As variáveis de hábitos de etilismo e tabagismo, exame preventivo, anos de diagnóstico médico:

Quadro 2- Variáveis de hábitos de etilismo e tabagismo, exame preventivo, anos de diagnóstico médico, teste diagnóstico e tipo de cirurgia. Natal, 2011

Variáveis Valores/ Códigos

Etilismo 1- Sim/ 2- Não

Tabagismo 1- Sim/ 2- Não

Exame periódico preventivo 1- Sim/ 2- Não

Ano de diagnóstico da doença Em anos

As variáveis de sinais e sintomas antes da cirurgia:

Quadro 3- Variáveis de sinais e sintomas antes da cirurgia. Natal, 2011

Variáveis Valores/ Códigos

Nenhum 1- Sim / 2- Não

Obstrução Urinária 1- Sim / 2- Não

Nictúria 1- Sim / 2- Não

Sensação de esvaziamento incompleto da

bexiga 1- Sim / 2- Não

Disúria 1- Sim / 2- Não

Dificuldade em iniciar a micção 1- Sim / 2- Não Aumento da frequência urinária 1- Sim / 2- Não

Urgência urinária 1- Sim / 2- Não

Jato urinário fraco ou interrompido 1- Sim / 2- Não

Hematúria 1- Sim / 2- Não

Dor óssea 1- Sim / 2- Não

Perda de peso 1- Sim / 2- Não

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As variáveis dos diagnósticos de enfermagem, características definidoras e fatores relacionados:

Quadro 4- Variáveis dos diagnósticos de enfermagem, características definidoras e fatores relacionados. Natal, 2011

Variáveis Valores/ Códigos

Diagnósticos de enfermagem 1- Presente/ 2- Ausente Características definidoras 1- Presente/ 2- Ausente

Fatores relacionados 1- Presente/ 2- Ausente

4.7 ASPECTOS ÉTICOS

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5 RESULTADOS

Para apresentação dos resultados, mostra-se, inicialmente, na Tabela 1, os dados de caracterização sociodemográfica dos pacientes submetidos à prostatectomia.

TABELA 1 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados segundo dados sociodemográfica. Natal, 2011

Variáveis No % Estatísticas

Faixa etária 45|—| 59 60|—| 74 75|—| 89

Total 6 35 9 50 12,0 70,0 18,0 100,0

Média = 67,78 DP = 8,286 Mediana = 66,50 Estado civil Com companheiro Sem companheiro Total 40 10 50 80,0 20,0 100,0 Número de filhos

0|—| 4 5|—| 9 10|—|14

Total 28 14 8 50 56,0 28,0 16,0 100,0

Média = 5,04 DP = 3,458 Mediana = 4,00 Procedência Capital Interior/ Estado Total 5 45 50 10,0 90,0 100,0 Renda familiar

0|—| 4 5|—| 8 Total 47 3 50 94,0 6,0 100,0

Média = 2,280 DP = 1,3331 Mediana = 2,00 Ocupação Aposentado Outros Agricultor Total 30 13 7 50 60,0 26,0 14,0 100,0 Escolaridade Analfabeto Fundamental incompleto Fundamental completo Médio incompleto Médio completo

Ensino superior completo

Total 22 20 4 1 2 1 50 44,0 40,0 8,0 2,0 4,0 2,0 100,0 Religião Católica Não católica Total 39 11 50 78,0 22,0 100,0 DP- Desvio padrão.

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Quanto à procedência, 90% dos pacientes eram de cidades do interior do Estado. A renda familiar variou de zero a oito salários mínimos, sendo o salário mínimo de R$ 545,00 reais no período. A maioria (94%) dos pacientes encontravam-se na faixa de zero a quatro salários mínimos, com mediana de 2 salários.

Os pacientes pós prostatectomia eram, em sua maioria, aposentados (60%). Quanto à escolaridade, 44% eram analfabetos e 40% tinham o ensino fundamental incompleto. Quanto à religião, a maioria dos pacientes (78%) eram católicos.

A Tabela 2 mostra a distribuição dos pacientes segundo hábitos de etilismo e tabagismo, realização de exame periódico e ano do diagnóstico médico.

TABELA 2 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados segundo hábitos de etilismo e tabagismo, realização de exame periódico e ano de diagnóstico. Natal, 2011

Variáveis No %

Etilismo Sim Não

Total

15 35 50

30,0 70,0 100,0 Tabagismo

Sim Não

Total

9 41 50

18,0 82,0 100,0 Realização de exame periódico

Realizava Não realizava

Total

10 40 50

20,0 80,0 100,0 Ano do diagnóstico médico

Antes de 2009 2010

2011

Total

13 34 3 50

26,0 68,0 6,0 100,0

Os indivíduos, em sua maioria, não bebiam (70%) e não fumavam (82%). Com relação à realização do exame periódico para detectar problemas da próstata, observou-se que 80% desses homens não os realizavam periodicamente. O ano do diagnóstico médico do problema na próstata da maioria (68%) foi 2010.

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TABELA 3 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados segundo a presença ou ausência dos sinais e sintomas antes da cirurgia. Natal, 2011

Sinais e sintomas antes da cirurgia Presença Ausência

No % No %

Nictúria 35 70,0 15 30,0

Jato urinário fraco ou interrompido 35 70,0 15 30,0

Sensação de esvaziamento incompleto 30 60,0 20 40,0 P75

Disúria 29 58,0 21 42,0

Dificuldade em iniciar a micção 28 56,0 22 44,0

Aumento da frequência urinária 23 46,0 27 54,0 P50

Obstrução urinária 22 44,0 28 56,0

Urgência urinária 21 42,0 29 58,0

Hematúria 18 36,0 32 64,0 P25

Dor óssea 15 30,0 35 70,0

Perda de peso 13 26,0 37 74,0

Outros 5 10,0 45 90,0

Nenhum 3 6,0 47 94,0

P75- Percentil 75; P50- Percentil 50; P25- Percentil 25.

Entre os sinais e sintomas presentes nos indivíduos ante s da realização da cirurgia de próstata, observam-se a nictúria (70%), jato urinário fraco ou interrompido (70%), sensação de esvaziamento incompleto (60%), disúria (58%), dificuldade em iniciar a micção (56%), aumento da frequência urinária (46%), estando os três primeiros acima do percentil 75.

Na Tabela 4, consta a distribuição dos grupos de medicamentos utilizados ou não pelos participantes do estudo.

TABELA 4 - Distribuição dos grupos de medicamentos segundo a presença ou ausência do uso em pacientes prostatectomizado. Natal, 2011

Grupos de medicamentos Presença Ausência

No % No %

Analgésico/Antitérmico 49 98,0 1 2,0

Antiemético 48 96,0 2 4,0

Anti-hipertensivo 44 88,0 6 12,0

Antiulceroso 36 72,0 14 28,0 P75

Antibiótico 15 30,0 35 70,0

Anticoagulante/Antifibrinolítico 6 12,0 44 88,0

Antifisético intestinal 5 10,0 45 90,0 P50

Laxativo 3 6,0 47 94,0

Diurético 3 6,0 47 94,0

Antianginoso/Antiarrítmico 2 4,0 48 96,0

Hipoglicêmico 1 2,0 49 98,0 P25

Antipsicótico 1 2,0 49 98,0

Anti-inflamatório 1 2,0 49 98,0

Antineoplásico 1 2,0 49 98,0

Antiandrógeno 1 2,0 49 98,0

P75- Percentil 75; P50- Percentil 50; P25- Percentil 25.

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acima do percentil 75. Acima do percentil 50, encontraram: os antibióticos (30%), os anticoagulantes/ antifibrinolíticos (12%) e os antifiséticos intestinais (10%).

A Tabela 5 retrata as medidas de tendência central e de dispersão dos diagnósticos de enfermagem, características definidoras e fatores relacionados presentes nos pacientes entrevistados.

TABELA 5 - Medidas de tendência central e de dispersão dos diagnósticos de enfermagem, características definidoras e fatores relacionados identificados em pacientes prostatectomizados. Natal, 2011

Variáveis Média Mediana

Desvio-padrão

P25 P75 K-S (valor p)

Diagnósticos de enfermagem 9,48 9,00 1,930 8,00 11,00 0,003 Características definidoras 21,70 20,00 5,733 17,00 26,00 0,002 Fatores relacionados 20,72 18,00 7,365 16,00 23,25 0,000 P25- Percentil 25; P75- Percentil 75; K-S- Teste de Kolmogorov-Smirnov.

O teste de Kolmogorov-Smirnov evidenciou distribuição assimétrica (anormal) entre os valores dos diagnósticos de enfermagem, características definidoras e fatores relacionados.

A mediana dos diagnósticos de enfermagem identificados em pacientes prostatectomizados foi de 9,00. Do total, 25% dos pacientes apresentaram até oito diagnósticos e 75% até 11 diagnósticos de enfermagem.

A mediana das características definidoras foi de 20,00. Do total, 25% dos pacientes apresentaram até 17 características definidoras e 75% até 26 características definidoras.

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TABELA 6 - Distribuição dos diagnósticos de enfermagem presentes em pacientes prostatectomizados. Natal, 2011

Diagnósticos de enfermagem No %

1. Risco de quedas 50 100,0

2. Deambulação prejudicada 50 100,0

3. Risco de infecção 50 100,0

4. Déficit no autocuidado para banho 50 100,0

5. Déficit no autocuidado para higiene íntima 50 100,0 6. Déficit no autocuidado para vestir-se 50 100,0

7. Risco de volume de líquidos deficiente 47 94,0 P75

8. Dor aguda 18 36,0

9. Percepção sensorial visual perturbada 15 30,0

10. Percepção sensorial auditiva perturbada 14 28,0

11. Insônia 13 26,0

12. Conhecimento deficiente 10 20,0

13. Dentição prejudicada 9 18,0

14. Constipação 8 16,0

15. Padrão de sono prejudicado 8 16,0 P50

16. Conforto prejudicado 5 10,0

17. Motilidade gastrintestinal disfuncional 3 6,0

18. Integridade da pele prejudicada 3 6,0

19. Deglutição prejudicada 3 6,0

20. Risco de constipação 3 6,0

21. Volume de líquido excessivo 2 4,0

22. Distúrbio na imagem corporal 2 4,0 P25

23. Fadiga 2 4,0

24. Hipertermia 2 4,0

25. Interação social prejudicada 1 2,0

26. Risco de solidão 1 2,0

27. Risco de glicemia instável 1 2,0

28. Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais 1 2,0

29. Baixa autoestima situacional 1 2,0

30. Confusão aguda 1 2,0

P75- Percentil 75; P50- Percentil 50; P25- Percentil 25.

Foram identificados 30 diagnósticos de enfermagem nos pacientes entrevistados. Sete diagnósticos encontravam-se acima do percentil 75, entre esses, os diagnósticos Risco de queda e Risco de infecção pertencem ao domínio segurança/proteção e à classe lesão física e infecção, respectivamente. Os três diagnósticos de Déficit no autocuidado (banho, higiene íntima e vestir-se) pertencem ao domínio atividade/repouso e à classe autocuidado; o diagnóstico Risco de volume de líquidos deficiente pertence ao domínio nutrição e à classe hidratação. Dos sete diagnósticos acima do percentil 75, somente Risco de volume de líquidos deficientes (94,0%) não estava presente em todos os pacientes.

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TABELA 1 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados segundo dados sociodemográfica
TABELA 2 - Distribuição dos pacientes prostatectomizados segundo hábitos de etilismo e tabagismo, realização
TABELA  3  -  Distribuição  dos  pacientes  prostatectomizados  segundo  a  presença  ou  ausência  dos  sinais  e
TABELA  5  -  Medidas  de  tendência  central  e  de  dispersão  dos  diagnósticos  de  enfermagem,  características
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