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Extrusão e peletização de ração completa: efeitos no desempenho, na digestibilidade e no desenvolvimento das câmaras gástricas de cabritos Saanen

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EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO

COMPLETA: EFEITOS NO DESEMPENHO, NA

DIGESTIBILIDADE E NO DESENVOLVIMENTO DAS

CÂMARAS GÁSTRICAS DE CABRITOS SAANEN

Cecília Maria Costa do Amaral

Zootecnista

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FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CÂMPUS DE JABOTICABAL

EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA:

EFEITOS NO DESEMPENHO, NA DIGESTIBILIDADE E NO

DESENVOLVIMENTO DAS CÂMARAS GÁSTRICAS DE

CABRITOS SAANEN

Cecília Maria Costa do Amaral

Orientador: Prof. Dr. Atushi Sugohara

Co-orientador: Prof. Dr. Kleber Tomás de Resende

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias do Câmpus de Jaboticabal - Unesp, para obtenção do título de Mestre em Zootecnia Área de concentração em Produção Animal

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

CECÍLIA MARIA COSTA DO AMARAL - nascida na cidade de São Paulo,

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"Aquele que obtém uma vitória sobre os outros é forte, mas o que obtém uma vitória sobre si mesmo, é todo-poderoso".

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Ofereço

" in memorian"

À minha mãe, Maria Cecília !

Diante dos inúmeros mistérios existentes entre o céu e a Terra, a única certeza que tenho, é que você sempre esteve ao meu lado durante essa longa jornada e cito duas palavras relacionadas a sua pessoa: INIGUALÁVEL E INSUBSTITUÍVEL, portanto,

ÉS ÚNICA !

Dedico

Ao meu pai, Roberto !

Dedico esta dissertação realmente a sua pessoa, que durante todos esses anos foi muito além de pai, fazendo com que uma dupla,

realmente significasse muito mais que UMA FAMÍLIA ! Muito Obrigada por TUDO !

Agradeço

Ao meu namorado, Daniel !

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AGRADECIMENTOS

A Deus.

À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Unesp, pela oportunidade em realizar o curso de mestrado.

À FAPESP pela liberação dos recursos financeiros e a CAPES pela concessão da bolsa de estudos.

Ao Prof. Dr. Atushi Sugohara, que além de orientador revelou-se um grande amigo. Muito Obrigada!

Ao Prof. Dr. Kleber Tomás de Resende, pela co-orientação, pelo apoio e por gentilmente disponibilizar o Setor de Caprinocultura para condução do experimento.

À Profa. Dra. Márcia R. F. Machado pela intensa participação durante todas as fases da pesquisa, pelo entusiasmo e dedicação constante.

Ao Doutorando Claudinei Cruz por todos ensinamentos de Morfologia e pelo intenso trabalho realizado dia-a-dia no Laboratório de Técnicas Morfológicas.

Aos Profs. Drs. Silvio Doria de Almeida Ribeiro, Paulo de Figueiredo Vieira e Mauro Dal Secco de Oliveira pelas sugestões apresentadas na defesa e no exame geral de qualificação.

Aos amigos que trabalharam com muita atenção e disposição durante os abates: Morais, Angela, Isabele, Fábio, Ivan, Oba, Bete, Andréa, Fátima, Karina, Timba e Camila.

Ao Doutorando Enrique Yáñez pelo auxílio nas correções do trabalho, nos abates e por toda atenção dispensada durante o experimento.

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Aos amigos: Rose, Carol, Nívea, Eliana, Marcelo, Luciana, Kléber Augusto, Djalma, Ana Paula, Gonzaga, Flavião, Rodrigão, Teco, Fabrício e Daniela, pela satisfação de poder conviver com vocês.

Aos familiares e "velhos amigos": Maria Augusta F. Lefosse, Célia do Amaral Megna, Família Ferreira, Maria Luiza l. G. Siqueira, Márcia e Marisa Trevizoli, Maria Alice Campos, Janete Ricetto, Cristiane C. A. Dias, Sarita M. Bruschi, Ariana Kassauara, Érika C. Kato e Andréia Brindolan pelo carinho e incentivo constantes.

Ao Dr. Paulo Cordeiro, Prof. Dr. Marcelo Teixeira Rodrigues, Sr. Luis Fernando Cardoso e Sr. José Vicente Bonzanini, que disponibilizaram os animais para realização do experimento.

À Profa. Dra. Telma Terezinha Berchielli Moreno, em nome da pós-graduação e aos Professores e funcionários do Depto. de Zootecnia e Anatomia, pelo incentivo.

Ao Prof. Dr. Américo G. Silva Sobrinho, por ter disponibilizado os equipamentos do Setor de Ovinocultura durante realização dos abates.

Aos funcionários da fábrica de ração, Sandra, Sr. Osvaldo e Fernando pelo auxílio no processamento das dietas e aos funcionários do Depto. de Anatomia, D. Marilda, "Cobrinha" e Iara, pela colaboração.

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SUMÁRIO

Página

RESUMO...XIV ABSTRAT...XV

CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS... 1

Referências bibliográficas...6

CAPÍTULO 2 - EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS NO DESEMPENHO DE CABRITOS SAANEN Resumo...11

Introdução...12

Material e Métodos...13

Resultados e Discussão...15

Conclusões...18

Referências Bibliográficas...18

CAPÍTULO 3 - EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS NA DIGESTIBILIDADE APARENTE EM CABRITOS SAANEN Resumo...21

Introdução...22

Material e Métodos...23

Resultados e Discussão...25

Conclusões...26

(9)

Página

CAPÍTULO 4 - CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DAS

CÂMARAS GÁSTRICAS DE CABRITOS SAANEN DE DIVERSAS IDADES, ALIMENTADOS COM RAÇÃO COMPLETA FARELADA, PELETIZADA E EXTRUSADA

Resumo...29

Introdução... 30

Material e Métodos...32

Resultados e Discussão...34

1. Aspectos macroscópicos...34

2. Aspectos microscópicos...39

2.1 Rúmen...40

2.1.1 Região dorsal do rúmen...40

2.1.2 Região média do rúmen...45

2.1.3 Região ventral do rúmen...48

2.2 Retículo...50

Conclusões...53

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LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 01- Composição bromatológica (%MS) das rações

completas farelada (RCF), peletizada (RCP) e extrusada (RCE) ...14

Tabela 02 - Consumo de matéria seca, ganho de peso, conversão alimentar e rendimento de carcaça dos animais que receberam rações

completas farelada (RCF), peletizada (RCP) e extrusada (RCE) ...16

Tabela 03 - Composição bromatológica (%MS) das rações

completas farelada (RCF), peletizada (RCP) e extrusada (RCE) ...23

Tabela 04 - Consumo de matéria seca e ganho de peso de animais que receberam rações completas farelada (RCF), peletizada (RCP) e extrusada (RCE)... ...25

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LISTA DE FIGURAS

Página

FIGURA 1. Fotografia do rúmen (Ru) e retículo (Re), abertos de um cabrito de quarenta e cinco dias de idade, alimentado com ração completa extrusada, evidenciando o saco dorsal do rúmen (D), o saco ventral (V), os pilares ruminais (pi), parte do saco cego dorsal (Sd) e o saco cego ventral (SV)... 34

FIGURA 2. Representação gráfica do percentual de desenvolvimento do abomaso em relação ao estômago em cabritos com cinco, quinze, trinta, quarenta e cinco e sessenta dias de idade que receberam ração completa farelada (RCF); ração completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE)... 35

FIGURA 3. Representação gráfica do desenvolvimento do rúmen em relação ao estômago de cabritos, em função da idade, alimentados com ração completa farelada (RCF); ração

completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE)... 36

FIGURA 4. Análise de regressão expressando o desenvolvimento do rúmen em relação ao estômago de cabritos, em função da idade, alimentados com ração completa farelada (RCF); ração completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE)... 37

FIGURA 5. Fotografia do rúmen de um cabrito de trinta dias de idade onde já se observa a presença de papilas pouco definidas em sua mucosa (→)... 38

(12)

FIGURA 7. Fotografia do retículo e do omaso de um cabrito de trinta dias de idade, alimentado com ração completa peletizada, indicando o menor tamanho do omaso (B) em relação ao retículo (A)... 39

FIGURA 8. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabrito com cinco dias de idade (A) e 15 dias de idade (B). Em (A) observa-se as papilas ruminais (P) pouco desenvolvidas, apresentando

pequena quantidade de queratina em seu epitélio (→), também

se evidencia a camada submucosa (S) e a camada muscular circular interna (M). Em (B) a papila ruminal (P) apresenta-se um

pouco mais desenvolvida, embora a presença de queratina (→)

em seu epitélio ainda é escassa. Paraplast, P.A.S., 100X ... 41

FIGURA 9. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabrito com trinta dias de idade que recebeu ração completa peletizada, evidenciando a presença de queratina no epitélio de sua papila ruminal (→) Paraplast, P.A.S., 400X... 42

FIGURA 10. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabritos com trinta dias de idade que receberam ração completa farelada (A); ração completa peletizada (B) e ração completa extrusada (C)., destacando nesta idade, aumento na dimensão das papilas (P) e uma maior queratinização do epitélio das papilas ruminais dos animais que receberam ração completa peletizada e extrusada (→). (A): Paraplast, H.E., 100X; (B): Paraplast, H.S., 100X; (C): Paraplast, P.A S., 100X... 43

(13)

FIGURA 12. Fotomicrografia da região dorsal do rúmen de cabritos com sessenta dias de idade que receberam ração completa farelada (A), ração completa peletizada (B) e ração completa extrusada (C), observou-se papilas ruminais mais desenvolvidas em (B); papilas de tamanho intermediário em (C) e papilas menos desenvolvidas em (A). Em (A) pode-se observar a estrutura histológica da região, onde se evidencia uma papila ruminal revestida por epitélio estratificado

pavimentoso (E) queratinizado (→); a lâmina própria da

mucosa (L), a camada submucosa com tecido conjuntivo (C), no qual se verifica a camada muscular (M). Paraplast, H.S, 100X...

46

FIGURA 13. Fotomicrografia da região média do rúmen de cabritos com trinta dias de idade que receberam ração completa farelada (A), ração completa peletizada (B) e ração completa extrusada (C), observou-se papilas ruminais mais desenvolvidas em (B); papilas de tamanho intermediário em (C) e papilas menos desenvolvidas em (A). Nota-se a presença de queratina recobrindo o epitélio (→). (A): Paraplast, P.A.S., 100X; (B): Paraplast, H.S., 100X; (C): Paraplast, H.E. 100X... 47

FIGURA 14. Fotomicrografia da região média do rúmen de cabritos com trinta (A) e quarenta e cinco (B) dias de idade que receberam ração completa peletizada, salientando as semelhanças na altura das papilas e na quantidade de queratina recobrindo o epitélio (→). Em (A) pode ser observada a camada circular interna da túnica muscular (M). Paraplast, H.S, 100X... 50

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FIGURA 16. Fotomicrografia da região média do retículo de cabrito com trinta e sessenta dias de idade (A) e (B) que receberam ração completa processada. Em (A) se observa a presença de

pregas já queratinizadas (→) .Em (B) as pregas estão bem

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EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS NO DESEMPENHO, NA DIGESTIBILIDADE E NO DESENVOLVIMENTO DAS

CÂMARAS GÁSTRICAS DE CABRITOS SAANEN

RESUMO - O objetivo do experimento foi avaliar o efeito do processamento de ração completa no desempenho, na digestibilidade e no desenvolvimento das câmaras gástricas de cabritos Saanen. Para o ensaio de desempenho e digestibilidade, foram utilizados quinze cabritos, distribuídos em três tratamentos (ração completa farelada, peletizada e extrusada). O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado. Valores de rendimento de carcaça, conversão alimentar (CA) e digestibilidade da MS, PB, EE e energia não diferiram (P>0,05), entretanto, quanto a CA pós-desaleitamento, ganho de peso e consumo de matéria seca, o tratamento peletizado proporcionou melhores resultados (P<0,05). Coeficientes de digestibilidade de FDN e FDA diferiram (P<0,05) entre os tratamentos. Para realização das análises microscópicas, foram abatidos três animais (e para as análises macroscópicas, quatro animais) com cinco, quinze, trinta, quarenta e cinco e sessenta dias de idade, de cada tratamento e colhidas amostras da região dorsal, média e ventral do rúmen e retículo, onde se observou que em animais que ingeriram ração completa peletizada e extrusada, o desenvolvimento ruminoreticular foi melhor em relação aos animais que foram alimentados com ração completa farelada e dentre os três tratamentos testados, a peletização promoveu melhores resultados. Com relação as análises de desempenho, a ração completa peletizada promoveu melhores resultados na performance dos animais e quanto ao ensaio de digestibilidade, os processamentos afetaram os valores dos coeficientes de digestibilidade das frações FDN e FDA.

(16)

EXTRUSION AND PELLETING OF THE TOTAL RATION: EFFECTS ON PERFORMANCE, ON DIGESTIBILITY AND ON GASTRIC CAMERAS

DEVELOPMENT IN SAANEN KIDS

ABSTRACT - The aim of the study was to evaluate the ration total

processing on performance, on digestibility and gastric cameras development of goat kids Saanen at differents ages. It were used fifteen goat kids distributed in three treatments (total ration ground, extruded and pelleted). The experimental design was the completly randomized. Dressing percentage, conversion of feed and DM, CP, EE and energy digestibility were nonsignificant (P>0,05) among treatments, but the conversion of feed after weaning, weight gain and intake dry matter, were higher (P<0,05) on the pelleted ration. NDF and ADF digestibility, were significants (P<0,05) among the treatments. To the histology analysis, were slaughtered three animals each treatment and the samples were collect on the dorsal, medium and ventral rumen region and the reticulum and the results showed that in animals intaking pelleted and extruded ration, the rumen-reticulum development was higher (P<0,05) than on ground total ration, but the best treatment was the pelleted total ration. To the performance analysis, the pelleted ration showed better results in the animal performance and on digestibility the processings changed NDF and ADF digestibility.

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CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

O estudo de alimentos na nutrição de cabritos torna-se imprescindível dentro de um sistema de produção. Para melhorar a utilização de uma dieta é necessário estudar detalhadamente as propriedades nutricionais e o efeito das mesmas no processo metabólico do animal.

Diversos tratamentos químicos e físicos (tais como extrusão e peletização) são utilizados no processamento de rações, com o objetivo de incrementar a eficiência de sua utilização, aproveitando melhor o potencial do animal.

Extrusão é um processo de cozimento à alta pressão, umidade e temperatura, em curto espaço de tempo. Este conjunto de fatores distinguem a extrusão de outros tratamentos utilizados no processamento de dietas (O’CONNOR, 1987) tais como peletização, floculação ou tostagem.

Segundo ANDRIGUETO et al. (1981), as rações e matérias-primas extrusadas promoveram aumento de peso e eficiência alimentar em animais e, em alguns casos, melhoraram significativamente a palatabilidade dos ingredientes ou rações.

O amido é o principal componente energético dos grãos de cereais (55 a 77%) e no processo de extrusão, devido a suas características, contribui na expansão e coesão do produto final, além de ser gelatinizado (HARMANN e

HARPER, 1974) a uma temperatura de 50 a 80°C, quando o amido torna-se

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As barreiras físicas para a digestão do amido incluem a cutícula da semente, a matriz proteica que envolve os grânulos de amido e a baixa solubilidade do amido, por si só. Alguns processos como a trituração, por exemplo, rompem a cutícula mas, normalmente, têm pouco efeito sobre a matriz proteica que envolve o amido ou sobre sua solubilidade. A utilização mais completa do amido requer um maior grau de rompimento do grânulo de amido, que pode ser obtido através do processamento à vapor apropriado. Os tratamentos que envolvem umidade, calor e pressão causam o rompimento da matriz proteica que recobre e encapsula o grânulo de amido e aumentam a sua eficiência de utilização (OWENS, 1986).

Segundo THOMAS et al. (1998), o principal fator que contribui para mudanças do amido é o vapor. Aumentando-se a pressão de vapor, aumenta-se o grau de gelatinização do amido e, com tempo maior de permanência da mistura no canhão, ocasiona-se melhor absorção da umidade e aumento no tamanho da partícula do amido, devido à dilatação pela hidratação.

Durante o processo de extrusão, ocorre desnaturação proteica, um conjunto de alterações na conformação da molécula, provocando modificações relacionadas à tecnologia de alimentos (GOMES e AGUILERA, 1984; NETO, 1992; ARAÚJO, 1999). A proteína desnaturada é mais sensível à hidrólise pelas enzimas proteolíticas e, em muitos casos à sua digestibilidade e utilização aumentam (ARAÚJO, 1999). Esse processo é benéfico para os alimentos, quando provoca uma desnaturação parcial na molécula protéica.

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Complexos de lipídios com amilose podem ser formados durante o processamento de alimentos, incluindo a extrusão (BHATNAGAR e HANNA, 1994). A formação do complexo amilose-lipídio reduz a extração de lipídios por éter de materiais extrusados, e vários autores têm reportado decréscimo na extração de gordura após a extrusão. DELORT-LAVAL e MECIER (1976) encontraram que somente 40-55% dos lipídios presentes em materiais fibrosos puderam ser extraídos com éter dietílico após a extrusão.

NIERLE (1980), usando diferentes solventes, obteve em média 40% de extração da gordura original do milho extrusado. BJÖRCK (1984) e ASP e BJÖRCK (1984) reportaram baixo conteúdo de gordura aparente após extração com hexano, mas a recuperação total em ingredientes fibrosos, deu-se quando a hidrólise ácida precedeu a extração de gordura. MAGA (1978) por outro lado, recuperou 15% a menos em relação ao conteúdo de gordura original do alimento extrusado, após a hidrólise ácida.

Os efeitos da peletização em alimentos volumosos são: aumento da aceitabilidade pelo animal promovendo aumento de consumo e diminuição na digestibilidade (Minson, 1962 citado por GREENHALGH e REID, 1973).

A peletização torna o alimento mais denso (apresentando facilidades para o transporte), reduz a seletividade e segregação dos ingredientes, destrói organismos patogênicos e torna o alimento mais palatável, reduzindo partículas de pó presentes no mesmo, facilitando a ingestão (BEHNKE, 1996).

DOZIER (2001), citou como vantagens da peletização a redução da seletividade entre ingredientes da ração, menor energia dispendida para o consumo de alimentos, redução de perdas e facilidade quanto ao manejo.

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Assim, para que ocorra taxa de crescimento máximo e desenvolvimento precoce das funções ruminais, é necessário um programa de desmama eficiente (LU e POTCHOIBA, 1988).

A desmama precoce aos trinta e cinco dias de idade, quando os animais estão ingerindo pelo menos trinta gramas de matéria seca diariamente, tem obtido sucesso na criação de cabritos. Então, o choque da desmama será reduzido e ocorrerá um desenvolvimento precoce do rúmen-retículo como resultado da ingestão de sólidos (MORAND-FEHR, 1981).

Animais desmamados com sete semanas de idade apresentaram um leve decréscimo no crescimento, quando comparados com aqueles desmamados com três semanas de idade, os quais demonstraram um severo choque neste período (MORAND-FEHR e SAUVANT, 1976). Cabritos podem ser desmamados com quatro semanas de idade, mas TEH et al. (1984), indicaram que desmama com oito semanas foi considerada ótima. Opstvedt (1969), citado por LU e POTCHOIBA (1988), verificaram que animais desmamados com quatro a seis semanas exibiram ganho de peso semelhante após cinco meses de idade. O choque na desmama foi mais severo com quatro semanas, entretanto, o crescimento compensatório recuperou essa perda de peso temporária da desmama.

RAMOS et al. (2001), avaliando três idades de desaleitamento (56, 70 e 84 dias), obtiveram que os animais desaleitados aos cinqüenta e seis dias de idade apresentaram maior percentual volumétrico e de peso para o rúmen e menor para o abomaso, bem como maior desenvolvimento das papilas e da camada muscular do epitélio ruminal do que os animais desaleitados mais tardiamente, ressaltando a importância da ingestão de alimentos sólidos para estimular o desenvolvimento do estômago, papilas e da mucosa.

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tem aumentado nas duas últimas décadas em razão do menor preço das proteínas alternativas (ROY, 1980; TOULLEC, 1980; SISSONS, 1982).

A nutrição abrange reações químicas e processos fisiológicos que transformam os alimentos em atividades e tecidos orgânicos. Ela engloba a ingestão e absorção de nutrientes diversos, seu transporte a todas a células do organismo e a remoção de produtos não utilizáveis pelo organismo (MAYNARD et al., 1984).

Morfologicamente, o estômago de ruminantes é composto por quatro câmaras distintas: rúmen, retículo, omaso e abomaso. As primeiras três câmaras são coletivamente denominadas pré-estômagos, os quais estão revestidos por epitélio pavimentoso estratificado e aglandular. A quarta câmara, o abomaso, é a parte glandular deste estômago e assemelha-se ao estômago simples das demais espécies domésticas (FRANDSON, 1979; HABEL, 1981; DELLMANN e BROWN, 1982; CHURCH, 1993; BANKS, 1992).

O estudo do metabolismo do epitélio ruminal pode facilitar a criação de estratégias alimentares para animais pré-ruminantes, pois, compreendendo o efeito da forma física e composição do alimento, neste, é possível explorar dietas que obtenham respostas benéficas aos tecidos, proporcionando vantagens relacionadas ao desempenho animal (BALDWIN, 1998). Tal epitélio é responsável por funções fisiologicamente importantes tais como: absorção, metabolismo dos AGVs e proteção (DELLMANN e BROWN, 1982; GÁLFI et al., 1991).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS NO DESEMPENHO DE CABRITOS SAANEN

RESUMO - O trabalho foi realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias - Unesp/Jaboticabal, S.P., com o objetivo de avaliar o efeito do processamento de rações no desempenho de ruminantes. Foram utilizados quinze cabritos Saanen, recém-nascidos, distribuídos num delineamento inteiramente casualizado, com três tratamentos (ração completa farelada, peletizada e extrusada) e cinco repetições. Os animais receberam sucedâneo à base de soro de leite, lipídeos de origem animal e vegetal e proteínas isoladas de soja e trigo e foram desaleitados com quarenta e seis dias de idade. As rações começaram a ser oferecidas aos animais com quinze dias de idade e foram compostas de 40% volumoso e 60 % concentrado. O abate foi realizado quando os animais atingiram sessenta dias de idade. Foram analisados ganho de peso (GP), consumo de matéria seca (CMS), conversão alimentar (CA) e rendimento de carcaça (RC). Os resultados de CA no período de aleitamento não diferiram (P>0,05) entre os três tratamentos, entretanto, quanto a CA pós-desaleitamento, o ganho de peso e o consumo de matéria seca, o tratamento peletizado proporcionou melhores resultados (P<0,05). O melhor desempenho foi obtido com o processo de peletização, principalmente quanto ao peso final dos animais.

Palavras-Chave: caprinos, conversão alimentar, ganho de peso,

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CAPÍTULO 2 - EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS NO DESEMPENHO DE CABRITOS SAANEN

Introdução

Com a otimização dos sistemas de produção, além da obtenção do lucro mediante a venda do leite, uma opção de renda adicional para o produtor, é a comercialização de cabritos jovens para o abate. Para que esse sistema apresente resultados positivos, os animais devem ser abatidos precocemente (BUENO et al.,1997), pois, segundo COLOMER-ROCHER (1987) a produção eficiente de carne caprina é fundamentada no sistema em que animais, em curto espaço de tempo e pequeno custo, produzam carcaças que possam ser comercializadas a preços elevados.

Diversos tratamentos químicos e físicos (tais como extrusão e peletização) são utilizados no processamento de rações, com o objetivo de incrementar a eficiência de utilização de uma dieta, aproveitando melhor o potencial do animal.

A alimentação em sistemas intensivos de produção representa 55 até 75% dos custos totais de produção (HADJIPANAYIOTOU, 1987) e para obter crescimento rápido para atingir a fase reprodutiva, o cabrito necessita de ganho médio diário de 120 g nos primeiros cinco meses.

O fornecimento de rações completas aos animais favorece uma relação volumoso:concentrado mais adequada, evitando que o animal estabeleça proporção indesejada entre os alimentos. Observações experimentais indicaram que a utilização de ração total aumentou em até 20% o consumo voluntário e, consequentemente, o ganho de peso corporal em vacas em lactação (FARIA, 1993).

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trabalho foi avaliar o efeito do processamento de rações, sobre o consumo e desempenho de cabritos jovens.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Unesp/Jaboticabal, SP.

Foram utilizados quinze cabritos inteiros da raça Saanen, com peso médio de 3,5±0,5 kg, os quais foram distribuídos nos seguintes tratamentos: ração completa farelada (RCF), ração completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE). Os animais permaneceram no experimento até sessenta dias de idade, sendo abatidos nesta idade.

Os cabritos foram separados das mães imediatamente após o parto e receberam colostro de vaca à vontade até o terceiro dia de vida. A partir do quarto dia, foi oferecido sucedâneo de leite 1 (96,5% matéria seca, 21% proteína bruta, 15,5% extrato etéreo, 47% lactose e 9,7% matéria mineral) à base de soro de leite, lipídeos de origem animal e vegetal e proteínas isoladas de soja e trigo, aquecido e fornecido em mamadeiras, duas vezes ao dia, perfazendo um total de 1,5 litros por dia, até trinta dias de idade. Do 31° até o 40° dia, 1,5 litros de sucedâneo, somente à tarde (para estimular a ingestão da ração), e no 41° dia de vida, passaram a receber somente a metade e foram desaleitados com quarenta e seis dias de idade.

A partir do 15° dia de idade os animais tinham à disposição ração composta de feno da parte aérea do milho (40%), milho grão moído (29,26%), farelo de soja (21,82%), melaço (4,84%), óleo de soja (0,91%), calcário calcítico (0,90%) e núcleo mineral (2,27%), apresentando composição bromatológica de acordo com a (Tabela 01). A ração completa foi balanceada de acordo com AFRC (1998) para suprir as exigências da categoria em estudo e para um ganho de 150 gramas/dia. ___________________________

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Tabela 01. Composição bromatológica (% MS) das rações completas farelada (RCF), peletizada (RCP) e extrusada (RCE)

Tratamentos Parâmetros

% RCF RCP RCE

PB 16,58 16,93 16,47 EE 4,09 3,56 2,12

EE * 8,92 9,13 8,57

FDN 34,54 27,78 32,03

FDA 19,89 20,33 18,39

Cinzas 7,03 7,27 7,24

EE* = determinação realizada mediante hidrólise ácida

O feno da parte aérea do milho foi obtido com o corte da planta, no ponto de ensilagem, com máquina segadora e picadora, sendo espalhado em local isento de umidade e seco ao sol durante três dias (cobrindo o mesmo com lona plástica durante a noite); então foi moído (3 mm), ensacado e armazenado até a sua utilização (quando foi homogeneizado em misturador horizontal aos outros ingredientes da ração).

A ração completa controle (farelada) foi apenas moída e misturada, sendo oferecida aos animais na forma farelada. A mesma ração completa foi extrusada em extrusora (marca EXTRUCENTER), com rosca simples, com injeção de vapor e capacidade de processamento de 250 kg/hora. Quanto à peletização, esta foi realizada em equipamento marca CALIBRÁS, com capacidade de processamento de 300 kg/hora.

A alimentação à vontade foi oferecida, diariamente, às 8 horas da manhã e foram calculadas sobras em torno de 10% do oferecido.

Os animais permaneceram alojados em baias individuais, com piso ripado, com comedouros individuais e bebedouros para cada dois animais, durante toda fase experimental.

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hidrólise ácida em produtos extrusados, foi realizada tal análise para os três tratamentos, segundo COMPÊNDIO Brasileiro de Alimentação Animal (1998).

Os parâmetros analisados durante o experimento foram: consumo de matéria seca (CMS), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e rendimento de carcaça (RC). Para tanto, os animais foram pesados ao nascer e; semanalmente, pela manhã, antes de ser fornecida a alimentação. O consumo de alimentos nos três tratamentos foi controlado diariamente, pesando-se a quantidade fornecida e a sobra, até o final do período experimental.

O índice de conversão alimentar foi obtido pela relação entre o consumo total de matéria seca pelo ganho de peso em cada unidade experimental.

No final do experimento, os animais foram submetidos ao jejum de sólidos por 24 horas e de água por 16 horas, determinando o peso em jejum e foram abatidos.

Após o abate, efetuou-se a evisceração e, em seguida, pesou-se a carcaça quente para determinação do rendimento de carcaça quente. Após resfriamento em câmara fria a 4°C, durante 24 horas, obteve-se o peso de carcaça fria, visando determinar o rendimento de carcaça comercial, que é a relação entre o peso de carcaça fria e o peso em jejum.

O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com três tratamentos e cinco repetições. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Tabela 02. Consumo de matéria seca (CMS), ganho de peso, conversão alimentar (CA) e rendimento de carcaças em animais que receberam rações completas farelada (RCF), peletizada (RCP) e extrusada (RCE)

Tratamentos Parâmetros

RCF RCP RCE CV (%) Peso inicial (g) 3400,0 a 3400,0 a 3600,0 a 10,18 Peso final (g) 9000,0 b 13200,0 a 10400,0 b 10,78 CMS aleitamento (g) 7500,0 b 10000,0 a 8000,0 b 9,50 CMS pós- desaleitamento (g) 8700,0 b 10500,0 a 8080,0 b 10,10 GP aleitamento (g) 3600,0 b 6000,0 a 4400,0 b 8,91 GP pós-desaleitamento (g) 2000,0 b 3800,0 a 2400,0 b 9,15

CA aleitamento (g/g) 2,0 a 1,7 a 1,8 a 11,20

CA pós - desaleitamento (g/g) 4,3 a 2,7 c 3,4 b 13,52

RC quente (%) 48,9 a 49,7 a 47,3 a 5,88

RC comercial (%) 46,6 a 46,9 a 44,3 a 5,23

a,b Médias com letras diferentes, na mesma linha, diferem significativamente pelo teste de Tukey (P<0,05).

Considerando o período de aleitamento e pós desaleitamento, ocorreram maiores consumo de MS (P<0,05) no tratamento RCP em relação aos demais, provavelmente devido a maior densidade desta ração. Assim, o processo de peletização promoveu um aumento médio de 26% no CMS em relação a RCF. Dado próximo ao obtido por BUCHMAN e HENKEN (1964), onde a peletização promoveu aumento de CMS em 28% para ovinos e menor em relação a GREENHALGH e REID (1973), que obtiveram 45% de aumento no CMS com o processo de peletização, testando feno, forragem e mistura de volumoso e concentrado in natura e peletizados, em ovinos.

Não houve diferenças (P>0,05) entre o CMS no RCE e RCF. Diferentemente, SHABI et al. (1999) encontraram maior ingestão de MS no milho extrusado em relação ao moído, fornecido para vacas Holstein.

O ganho de peso nos dois períodos estudados foi maior (P<0,05) para os animais que ingeriram RCP, em relação as demais rações, devido principalmente a maior ingestão da mesma. O que promoveu um aumento médio de 47% no peso final dos animais, em relação aos que receberam RCF.

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encontrado por TEH et al. (1984), onde os animais desmamados com seis semanas atingiram 9,9 kg de peso vivo à desmama e ganho diário de 126 g, ingerindo 55,2 kg de leite durante todo o aleitamento.

Após o desaleitamento, os ganhos diários médios foram de 133, 253 e 160 g respectivamente para RCF, RCP e RCE, próximos aos obtidos por HADJIPANAYIOTOU (1987), que estiveram entre 142 e 156 g, em cabritos recebendo dieta composta por alfafa e concentrado peletizados fornecidos à

vontade e aos de PALMA e GALINA (1995), que obtiveram valores entre 98-137 g/dia, trabalhando com cabritos alimentados com feno de alfafa e

concentrado (18% PB). No entanto, os dados obtidos no presente estudo, foram maiores do que os publicados por THAMSBORG (1994) que testou concentrado ou alfafa peletizada para cabritos e obteve ganho médio diários de 111g.

Os dados de conversão alimentar, calculados durante o período de aleitamento, apresentaram melhores resultados em relação aos obtidos no período pós-desaleitamento, uma vez que a eficiência de utilização da matéria seca do leite é superior à da dieta sólida.

No período de aleitamento, os dados de conversão alimentar foram em média de 1,8, valor semelhante ao obtido por PRADO et al. (1993) que trabalharam com cabritos 1/2 sangue Saanen e Anglo-nubianos filhos de cabras SRD, aos 56 dias de idade.

O fornecimento de ração peletizada e extrusada melhorou 38% e 20% a conversão alimentar, respectivamente, no período pós-desaleitamento.

A conversão alimentar do tratamento RCP, no período pós-desaleitamento foi de 2,7, semelhante ao obtido por YÁÑEZ et al. (2001a) avaliando cabritos Saanen, abatidos aos 76,4 dias de idade com 16,5 kg de peso vivo e alimentados com feno de parte aérea de milho.

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e YÁÑEZ et al. (2001b) de aproximadamente 43,7% de RC comercial, quando avaliaram cabritos Saanen, alimentados com feno de milho e concentrado a vontade e abatidos aos 21 kg .

Observou-se, também, que a perda média de peso durante o resfriamento representou 5,5% da carcaça quente. Valor maior que o obtido por RESENDE (1989), que foi em média 3,7%, avaliando o RC de cabritos com 5 kg de peso vivo, e também maiores que os obtidos por GIBB et al. (1993), com 1,1%, em animais British Saanen, abatidos com 28 kg de PV aos 5 meses de idade.

Conclusão

O melhor desempenho animal foi obtido com o processo de peletização, principalmente quanto ao ganho de peso total, consumo de matéria seca e conversão alimentar no período pós-desaleitamento.

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RESENDE, K. T. Métodos da estimativa da composição corporal e exigências

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Cuba, 2001a. 1 CD-ROM.

(37)

EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS NA DIGESTIBILIDADE APARENTE EM CABRITOS SAANEN

RESUMO - O trabalho foi conduzido na Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias - Unesp/Jaboticabal, S.P., com o objetivo de avaliar o efeito do processamento de rações na digestibilidade das frações MS, PB, EE, FDN, FDA e energia. Foram utilizados quinze cabritos Saanen, com peso médio inicial de nove quilos, distribuídos num delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos (ração completa farelada, peletizada e extrusada) e cinco repetições. A ração foi composta de 40% de volumoso e 60% de concentrado. Os animais foram alojados em gaiolas de metabolismo. Analisaram-se amostras de ração, e de fezes obtidas em intervalos de 24 horas. Foram adotados cinco dias de adaptação e cinco dias de colheita. Os resultados demonstraram que os coeficientes de digestibilidade da MS, PB, EE e energia não diferiram (P>0,05), entretanto, quanto a FDN e FDA, diferiram (P<0,05) entre os tratamentos. Concluindo que para ração completa, onde os ingredientes são volumosos e concentrados, a peletização e a extrusão, não afetaram os coeficientes de digestibilidade aparente das frações MS, PB, EE e energia do alimento, entretanto, os processamentos afetaram as frações FDN e FDA.

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CAPÍTULO 3 - EXTRUSÃO E PELETIZAÇÃO DE RAÇÃO COMPLETA: EFEITOS NA DIGESTIBILIDADE APARENTE EM CABRITOS SAANEN

INTRODUÇÃO

A avaliação dos alimentos para o arraçoamento animal tem evoluído consideravelmente, contudo, informações relativas a nutrição de cabritos ainda são escassas.

Na nutrição, a quantidade de alimento ingerido tem importância fundamental, visto ser um dos fatores determinantes da maior ou menor disponibilidade de nutrientes para os processos fisiológicos e desempenho do animal. O outro fator é a qualidade do alimento ingerido, que é determinada pelas suas características físicas e pela concentração de fatores nutritivos (energia e proteína).

Para a obtenção do potencial máximo dos animais, é importante conhecer o valor nutritivo dos alimentos, que está relacionado com a composição química, digestibilidade e ingestão; assim, a análise bromatológica é fundamental do ponto de vista da avaliação de alimentos.

Os efeitos da peletização em alimentos volumosos são: aumento da aceitabilidade pelo animal promovendo aumento de consumo e diminuição na digestibilidade (Minson, 1962 citado por GREENHALGH e REID, 1973).

O processo de extrusão é um dos mais eficientes em conservar a composição bromatológica e aumentar a digestibilidade da proteína e gordura da soja (HERKELMAN e CROMWELL, 1990). Nas extrusoras, utilizou-se altas

temperaturas (130 a 140°C), curto tempo de permanência dentro do equipamento

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Diante do exposto, o estudo de alternativas alimentares na dieta de caprinos e seus efeitos sobre a digestibilidade são importantes, assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do processamento de rações completas na sua digestibilidade em cabritos Saanen.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias -UNESP/Jaboticabal, SP.

Foram utilizados quinze cabritos inteiros da raça Saanen, com peso médio inicial de 9,00 kg após desaleitamento, os quais foram distribuídos nos seguintes tratamentos: ração completa farelada (RCF); ração completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE).

Os animais permaneceram alojados em gaiolas para estudo de metabolismo, com comedouros e bebedouros individuais.

A partir do 15° dia de vida os animais tinham à disposição uma ração composta de feno da parte aérea do milho (40,00%); milho grão moído (29,26%); farelo de soja (21,82%); melaço (4,84%); óleo de soja (0,91%); calcário calcítico (0,90%); e núcleo mineral (2,27%); apresentando composição bromatológica de acordo com a Tabela 03. A ração completa foi balanceada de acordo com AFRC (1998) para suprir as exigências da categoria em estudo e para um ganho de 150 gramas/dia.

Tabela 03. Composição bromatológica (% MS) das rações completas farelada (RCF), peletizada (RCP) e extrusada (RCE).

Tratamentos Parâmetros

% RCF RCP RCE

PB 16,58 16,93 16,47 EE 4,09 3,56 2,12

EE * 8,92 9,13 8,57

FDN 34,54 27,78 32,03

FDA 19,89 20,33 18,39

Cinzas 7,03 7,27 7,24

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O feno da parte aérea do milho foi obtido com o corte da planta no ponto de ensilagem com máquina segadora e picadora, sendo espalhado em local isento de umidade e seco ao sol durante três dias (cobrindo o mesmo com lona plástica durante à noite); em seguida, então foi moído (3 mm), ensacado e armazenado até a sua utilização (quando homogeneizado em misturador horizontal aos outros ingredientes da ração).

A ração completa controle (farelada) foi apenas moída e misturada, sendo oferecida aos animais na forma farelada. A mesma ração completa foi extrusada em extrusora (marca EXTRUCENTER) com rosca simples, com injeção de vapor e capacidade de processamento de 250 kg/hora. Quanto à peletização, esta foi realizada em equipamento marca CALIBRÁS com capacidade de processamento de 300 kg/hora.

A alimentação à vontade foi oferecida diariamente, às 8 horas da manhã e as sobras foram de 10% do oferecido.

Para avaliar as rações foram efetuadas análises de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra detergente neutro (FDN) e fibra detergente ácido (FDA) de acordo com SILVA (1998). Uma vez que a literatura cita a necessidade de efetuar análise de lipídeos por meio da utilização de hidrólise ácida em produtos extrusados, foi realizada tal análise para os três tratamentos, segundo COMPÊNDIO Brasileiro de Alimentação Animal (1998). A energia bruta (EB) foi determinada em bomba calorimétrica adiabática (modelo PARR 1281).

Foram adotados cinco dias de adaptação (pois os animais já estavam ingerindo as rações experimentais) e cinco dias de colheita total.

Durante o experimento foram analisados: total de matéria seca ingerida e total de fezes excretadas em intervalos de 24 horas. Para isso, a ração, as sobras e as fezes foram quantificadas diariamente no mesmo horário.

As fezes foram pré-secadas em estufa com ventilação forçada a 55°C. Em

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posteriores. Nas fezes, foram analisadas MS, PB, FDN, FDA, EE, EB e cinzas. A energia digestível (ED) foi determinada pelas diferença entre a energia bruta ingerida e a energia bruta excretada nas fezes.

Os coeficientes de digestibilidade foram calculados mediante a diferença entre a quantidade de nutrientes ingerida e a quantidade de nutrientes excretada nas fezes.

O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com três tratamentos e cinco repetições. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A peletização aumentou o consumo de MS em média 25% em relação a RCF, mas não afetou os coeficientes de digestibilidade da MS e energia (Tabela 04).

Tabela 04. Digestibilidade aparente da MS, PB, EE, FDN, FDA e energia de dietas com diferentes processamentos.

Tratamentos Coeficientes de digestibilidade (%)

RCF RCP RCE CV (%) MS 73,12 a 69,43 a 69,33 a 5,56 PB 67,12 a 71,89 a 69,05 a 11,31 EE 58,24 a 62,11 a 64,22 a 7,18 FDN 57,20 a 49,20 ab 47,60 b 9,77 FDA 48,10 a 35,70 b 42,70 ab 12,68

Energia 73,44 a 69,25 a 68,73 a 5,56

RCF = ração completa farelada, RCP = ração completa peletizada, RCE = ração completa extrusada

a,b Médias com letras diferentes, na mesma linha, diferem significativamente pelo teste de Tukey (P<0,05).

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peletização em 8,6% para ovinos e aos dados obtidos por SHABI et al. (1999), onde o fornecimento de dietas extrusadas para vacas Holstein, provocou aumento da digestibilidade da PB.

A extrusão e a peletização da ração completa, para cabritos, reduziram os valores de FDN em 16,8% e FDA em 25,8%, respectivamente, em relação a RCF. O processamento de dietas reduziu a digestibilidade da fibra, provavelmente, devido a formação de complexos amido-lignina que podem ocorrer tanto no processo de extrusão como no processo de peletização como descrito por RIAZ (2000).

Assim, os resultados referentes à digestibilidade da fibra, tanto da RCP como da RCE, foram similares aos encontrados por GREENHALGH e REID (1973), onde se constatou uma redução acentuada nos coeficientes de digestibilidade dessa fração e aos de HADJIPANAYIOTOU (1990), que verificou coeficientes de digestibilidade aparente da FDA e FDN, reduzidos em 4% para dietas submetidas a peletização de todos os ingredientes.

Quanto às demais frações analisadas, não houve diferenças (P<0,05), demonstrando que o processamento não afetou a digestibilidade dos nutrientes.

Conclusão

Para ração completa, onde os ingredientes são volumosos e concentrados, a peletização e a extrusão não afetaram significativamente os coeficientes de digestibilidade aparente das frações MS, PB, EE e energia, entretanto, os processamentos afetaram os coeficientes de digestibilidade das frações FDN e FDA dos alimentos.

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DAS CÂMARAS GÁSTRICAS DE CABRITOS SAANEN DE DIVERSAS IDADES, ALIMENTADOS COM

RAÇÃO COMPLETA FARELADA, PELETIZADA E EXTRUSADA

RESUMO - O trabalho foi realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias - Unesp/Jaboticabal, S.P., com o objetivo de avaliar o efeito do processamento de rações no desenvolvimento das câmaras gástricas de ruminantes. Para realização das análises morfológicas, foram utilizados caprinos Saanen recém-nascidos distribuídos num delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos (ração completa farelada, peletizada e extrusada) e quatro repetições. As rações começaram a ser oferecidas aos animais com quinze dias de idade e foram compostas de 40% volumoso e 60% de concentrado. Os animais foram abatidos com cinco, quinze, trinta, quarenta e cinco e sessenta dias de idade. Para realização das análises microscópicas, foram abatidos três animais de cada tratamento (e para análises macroscópicas, foram abatidos quatro animais de cada tratamento) e colhidas amostras da região dorsal, média e ventral do rúmen e retículo, onde observou-se que em animais que ingeriram ração completa peletizada e extrusada, o desenvolvimento ruminoreticular foi melhor em relação ao animais que foram alimentados com ração completa farelada e dentre os dois tratamentos testados, a peletização promoveu melhores resultados. Mediante as análises do desenvolvimento morfológico, pode-se concluir que, cabritos com trinta dias de idade já podem ser desaleitados.

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CAPÍTULO 4 - CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DAS CÂMARAS GÁSTRICAS DE CABRITOS SAANEN DE DIVERSAS IDADES, ALIMENTADOS COM RAÇÃO COMPLETA FARELADA, PELETIZADA E EXTRUSADA

Introdução

A nutrição abrange reações químicas e processos fisiológicos que transformam os alimentos em atividades e tecidos orgânicos. Ela engloba a ingestão e absorção de nutrientes diversos, seu transporte a todas a células do organismo e a remoção de produtos não utilizáveis (MAYNARD et al., 1984).

Morfologicamente, o estômago dos ruminantes é composto por quatro câmaras distintas: rúmen, retículo, omaso e abomaso. As três primeiras câmaras, coletivamente denominadas de pré-estômagos, são revestidas por epitélio pavimentoso estratificado, no qual a camada queratinizada superior forma um escudo protetor contra a ingesta áspera e fibrosa, enquanto as camadas mais profundas, metabolizam os AGVs. Este epitélio também se caracteriza por ser aglandular. O abomaso, parte glandular deste órgão, asssemelha-se ao estômago simples das demais espécies domésticas (FRANDSON, 1979; HABEL, 1981; DELLMANN e BROWN, 1982; CHURCH, 1993; BANKS, 1997).

O rúmen, no adulto, é a maior das quatro câmaras e caracteriza-se por subdividir-se em sacos dorsal e ventral, mediante espessamentos internos denominados pilares. Projeções caudais dorsal e ventral caracterizam os sacos cegos dorsal e ventral (FRANDSON, 1979).

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passa a ser de 9:1. HABEL (1981), encontrou em cabritos adultos 79, 2 e 19 pontos percentuais para os respectivos compartimentos e DYCE et al. (1997) 83, 4 e 13% em pequenos ruminantes.

HABEL (1981) verificou que o saco ventral do rúmen de cabritos é relativamente maior e estende-se mais para a direita do plano mediano do que nos bovinos; seu saco cego ventral estende-se mais caudalmente do que o saco dorsal. Para DYCE et al. (1997), menor tamanho do saco dorsal e a extensa projeção caudal do saco cego ventral dão ao rúmen de ovinos e caprinos um aspecto desproporcional, quando comparado com o rúmen bovino mais simétrico.

Internamente, estes sacos estão revestidos por papilas, cujo tamanho varia de acordo com a dieta (DYCE et al., 1997, CUNNINGHAM, 1999), idade e localização (DYCE et al., 1997). O maior número de papilas concentra-se na região ventral (VAN SOEST, 1994) e diminuem próximo aos pilares e são mais escassas no saco dorsal (NIKEL et al., 1979).

As papilas podem permanecer pouco desenvolvidas enquanto o animal permanece ingerindo leite, mas quando é incluída dieta sólida na sua alimentação, dando início à fermentação ruminal, as papilas aumentam de tamanho rapidamente (DELLMANN e BROWN, 1982; CUNNINGHAM, 1999).

O retículo possui uma mucosa com pregas (cristas), dando-lhe a aparência de um favo de mel (FRANDSON, 1979; NIKEL et al., 1979; DELLMANN e BROWN, 1982; CHURCH, 1993; BANKS, 1997). As pregas são de duas diferentes alturas, as mais altas separam a superfície da mucosa em compartimentos rasos que são divididos ainda em áreas menores por pregas mais curtas e a mucosa entre as pregas está coberta por papilas cônicas que se projetam para dentro do lume (DELLMANN e BROWN, 1982).

O omaso dos cabritos é bem menor do que o retículo (NIKEL et al., 1979; HABEL, 1981; CHANDRASEKAR, 1993) é oval e comprimido lateralmente (CHANDRASEKAR, 1993).

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objetivo do estudo foi analisar o efeito da extrusão e peletização sobre o desenvolvimento desses compartimentos em cabritos Saanen de cinco, quinze, trinta, quarenta e cinco e sessenta dias de idade.

Material e métodos

O trabalho foi realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias -Unesp/Jaboticabal, SP.

Foram utilizados caprinos inteiros da raça Saanen, os quais foram separados das mães, imediatamente após o parto e receberam colostro de vaca a vontade até o terceiro dia de vida; a partir disso, foi oferecido sucedâneo de leite (aquecido) à base de soro, em mamadeiras, duas vezes ao dia, perfazendo um total de um litro e meio por dia, até trinta dias de idade. Do trigésimo-primeiro ao quadragésimo dia, um litro e meio de sucedâneo somente à tarde e no quadragésimo primeiro dia de vida, passaram a receber somente a metade, foram desaleitados com quarenta e seis dias de idade.

A ração começou a ser oferecida aos animais a partir do décimo-quinto dia de idade e foi composta por: 40,00% de feno de parte aérea do milho (moído); 29,26% milho grão triturado; 21,82% farelo de soja; 4,84% melaço; 0,91% óleo de soja; 0,90% calcário e 2,27% núcleo mineral, sendo balanceada segundo AFRC (1998) para suprir as exigências da categoria em estudo e para um ganho de 150 gramas/dia.

Os animais foram distribuídos nos seguintes tratamentos: ração completa farelada (RCF), ração completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE).

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peletizada em equipamento marca CALIBRÁS, com capacidade de processamento de 300 kg/hora.

Para as avaliações macroscópicas, foram abatidos quarenta e dois cabritos com diferentes idades: cinco, quinze, trinta, quarenta e cinco e sessenta dias, sendo coletadas amostras de quatro animais de cada tratamento (sendo que para os animais de cinco e quinze dias, utilizados como parâmetro, foram abatidos seis animais) e para as avaliações microscópicas, foram abatidos trinta e três cabritos, sendo três animais por tratamento.

Em seqüência, as câmaras gástricas foram retiradas, esvaziadas do conteúdo interno e lavadas com água, pesando-se cada compartimento.

Para análise histológica, foram coletadas amostras das regiões dorsal, média e ventral do rúmen, que correspondem às regiões do saco dorsal, pilar ruminal e saco ventral, respectivamente e da região média do retículo.

O material foi fixado em solução de Bouin por 24 horas e lavado em álcool 70% para a retirada do fixador. A seguir, realizou-se a inclusão em Histosec (Merck) e, após este procedimento, o material foi seccionado em micrótomo automático (Micrótomo Leica RM 2115), com o auxílio de navalhas descartáveis,

obtendo secções histológicas de 3-5µm que foram corados em

Hematoxilina/Eosina (H.E.), Heindenhain-Scheleicher (H.S.) e reagidas em PAS (ácido periódico de Shiff). Para a documentação, realizou-se fotomicrografias em microscópio (Olympus BX50).

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Resultados e discussão

1. Aspectos Macroscópicos

Macroscopicamente, observou-se que o estômago do caprino foi constituído por quatro câmaras que variavam em tamanho, dependendo da idade. O rúmen se caracterizou por subdividir-se em sacos dorsal e ventral, mediante espessamentos internos denominados pilares; projeções caudais dorsais e ventrais distinguiam os sacos cegos, dorsal e ventral, desta câmara gástrica, tal qual descreveu FRANDSON (1979) sobre a morfologia do estômago dos ruminantes.

Na Figura 1, observa-se o rúmen e retículo de um caprino de quarenta e cinco dias de idade.

FIGURA 1. Fotografia do rúmen (Ru) e retículo (Re), abertos, de um caprino alimentado com ração completa extrusada, evidenciando o saco dorsal do rúmen (D), o saco ventral (V), os pilares ruminais (pi), parte do saco cego dorsal (SD) e o saco cego ventral (SV).

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ao descreverem que a capacidade deste compartimento em recém nascidos pode ultrapassar 60% da medida do adulto.

FIGURA 2. Representação gráfica do percentual de desenvolvimento do abomaso em relação ao estômago de cabritos em função da idade, que receberam ração completa farelada (RCF); ração completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE).

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Tratamentos CV % RCE RCP RCF

médias 64,52 a 61,75ab 59,20b 4,69 Idades

30 45 60

médias 53,63c 61,86b 69,92a 5,60

Tabela 05. Desenvolvimento do rúmen-retículo (%) em relação ao estômago, em caprinos alimentados com RCE (ração completa extrusada), RCP (ração completa peletizada) e RCF (ração completa farelada) em função das diferentes idades.

FIGURA 3. Desenvolvimento do rúmen em relação ao estômago de cabritos, em função da idade, alimentados com ração completa farelada (RCF); ração completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE).

Aos sessenta dias de idade, a relação abomaso/estômago foi de aproximadamente 25%, valor maior que o relatado por HABEL (1981).

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FIGURA 4. Análise de regressão entre a participação do rúmen-retículo no estômago de cabritos, em função da idade, alimentados com ração completa farelada (RCF); ração completa peletizada (RCP) e ração completa extrusada (RCE).

Segundo CHURCH (1993), em ovinos com dois meses de idade, o rúmen ocupa 72% do estômago, aumentando para 73% no animal adulto, portanto, considera-se que o rúmen apresenta tamanho de adulto com dois meses de idade. Observou-se no presente estudo que os animais que receberam ração completa processada, com trinta dias de idade, apresentavam 78% do peso ruminal de um animal com dois meses de idade, enquanto que, nos animais que receberam dieta controle, essa proporção foi de 72%. Assim, observou-se uma maior precocidade no desenvolvimento ruminal nos animais que ingeriram ração completa processada, sugerindo uma melhor eficiência dessas rações (P<0,05), quando comparadas à ração completa farelada.

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trigésimo dia de idade, embora, estas estruturas apresentavam-se mais desenvolvidas nos animais de quarenta e cinco dias (Fig. 5).

FIGURA 5. Fotografia do rúmen de um cabrito de trinta dias de idade onde já se observa a presença de papilas pouco definidas em sua mucosa (→)

Nesta idade, também observou-se coloração diferenciada na mucosa ruminal do tratamento peletizado que provocou maior escurecimento desta região. Tal fato provavelmente, seja sinônimo de desenvolvimento do rúmen, uma vez que, a composição da ração foi a mesma nos três tratamentos e no animal adulto, o rúmen possui coloração escura (Fig. 6).

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A presença de papilas em cabritos de trinta dias de idade sugere a importância da ingestão de alimento sólido precocemente para estimular o desenvolvimento das estruturas ruminais, como aludiram RAMOS et al. (2001).

No que se refere às outras câmaras gástricas, observaram-se as mesmas características morfológicas descritas por NICKEL (1979), HABEL (1981) e CHANDRASEKAR (1993); também, constatou-se a presença de um omaso oval, comprimido lateralmente, conforme os relatos de CHANDRASEKAR (1993) e assim como assinalaram estes mesmos autores, observou-se um omaso bem menor que o retículo (Fig 7).

FIGURA 7. Fotografia do retículo e do omaso de um caprino de trinta dias de idade, alimentado com ração completa peletizada, indicando o menor tamanho do omaso (B) em relação ao retículo (A).

2. Aspectos Microscópicos

Nos pré-estômagos de cabritos de cinco, quinze, trinta, quarenta e cinco e sessenta dias de idade, observou-se a presença de epitélio estratificado pavimentoso, característica esta semelhante às descrições de FRANDSON (1979), HABEL (1981), DELLMANN e BROWN (1982), BANKS (1997) e CUNNINGHAM (1999), para os ruminantes.

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2.1. Rúmen

Especificamente ao rúmen, constatou-se que seu epitélio está organizado mediante a ocorrência de projeções digitiformes, denominadas de papilas ruminais tal qual os relatos de HABEL (1981), CHURCH (1993), VAN SOEST (1994), CUNNIGHAM (1999).

2.1.1. Região Dorsal do Rúmen

Observou-se na região dorsal do rúmen dos animais de cinco dias de idade papilas ruminais direcionadas para a luz do órgão, pequenas, revestidas por epitélio estratificado pavimentoso com pouca queratina, no qual puderam ser identificados quatro estratos: basal, localizado sobre a lâmina basal (PAS +); espinhoso, granuloso e córneo, embora tenha sido difícil evidenciar o limite entre os estratos espinhoso e granuloso.

O estrato basal constituiu-se por uma única camada de células piramidais ou ovoidais que exibiam intensa afinidade tintorial ao H.S. e ao H.E. As células do estrato espinhoso apresentavam formato mais achatado, quando comparadas às células do estrato basal e menor afinidade ao H.S. e ao H.E. O estrato granuloso constituiu-se por um número de camadas variáveis, que continham células fusiformes com granulação basófila (H.E.) de querato-hialina.

A submucosa espessa estava constituída por tecido conjuntivo composto de fibras colágenas e elásticas e vasos sangüíneos de pequeno calibre. A camada muscular formava-se por duas camadas de tecido muscular liso: uma circular interna e outra longitudinal externa. Entre as fibras de tecido muscular liso observou-se a presença de muitos septos de tecido conjuntivo composto por fibras colágenas. Ainda neste tecido, foram encontrados alguns vasos sangüíneos e feixes nervosos. A camada serosa permaneceu evidente, emitindo septos de tecido conjuntivo para a camada muscular.

Referências

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