• Nenhum resultado encontrado

A máscara laríngea supreme™ pode ser uma opção para a intubação endotraqueal em cirurgia laparoscópica?.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "A máscara laríngea supreme™ pode ser uma opção para a intubação endotraqueal em cirurgia laparoscópica?."

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

OfficialPublicationoftheBrazilianSocietyofAnesthesiology

www.sba.com.br

ARTIGO

DIVERSO

A

máscara

laríngea

supreme

TM

pode

ser

uma

opc

¸ão

para

a

intubac

¸ão

endotraqueal

em

cirurgia

laparoscópica?

Meltem

Turkay

Aydogmus

,

Hacer

Sebnem

Yeltepe

Turk,

Sibel

Oba,

Oya

Unsal

e

Sıtkı

Nadir

Sınıkoglu

DepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,SisliEtfalTrainingandResearchHospital,Istambul,Turquia

Recebidoem16deoutubrode2012;aceitoem5dedezembrode2012

PALAVRAS-CHAVE

Cirurgia;

Videolaparoscópica; Equipamentos;

Máscaralaríngea;

Intubac¸ãotraqueal

Resumo

Justificativaeobjetivo:especialistasrecomendamaintubac¸ãotraquealparaomanejodasvias aéreasemprocedimentoscirúrgicoslaparoscópicos.Amáscaralaríngea(ML)podeserumaboa opc¸ãoàintubac¸ãoendotraqueal.Nestasériedecasos,onossoobjetivofoianalisarousoda máscaralaríngeaSupremeTM(MLS)napráticacirúrgicalaparoscópica.

Métodos: oestudofoi conduzidocom60pacientes,entre18e60anos, submetidosà cirur-gialaparoscópica.Osvaloresdesaturac¸ãoperiféricadeO2(SpO2)edióxidodecarbononofim

daexpirac¸ão(EtCO2)foramregistradosnosminutosum,15,30,45e60.Afrequênciacardíacae

apressãoarterialmédia(PAM)dospacientestambémforamregistradas.Consideramosotempo deinserc¸ãodaMLS;ataxadeaplicabilidadedasondagástrica;aocorrênciadenáusea,vômito, tosseedordegargantaumahoraapósacirurgia.

Resultados: amédiainicialdeEtCO2foimenordoqueaos15,30,45e60minutos(p<0,0001)e

amédiadeEtCO2aos15minutosfoimenordoquenosoutrostemposregistrados.Observamos

queafrequênciacardíacamédiainicialfoimaiordoqueassubsequentesàinserc¸ãodaMLSe asanterioreseposterioresàremoc¸ãodaMLS.Afrequênciacardíacamédiaapósainserc¸ãoda MLSfoiacentuadamentemenordoqueaanterioràremoc¸ãodaMLS(p=0,013).APAMapósa inserc¸ãodaMLSfoimenordoqueainicialetambémmenordoqueasanterioresàremoc¸ãoda MLS(p=0,0001).

Conclusão:aMLSpodeserumaopc¸ãoadequadaparaintubac¸ãoemprocedimentoscirúrgicos laparoscópicosemumgruposeletodepacientes.

©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

DOIdoartigooriginal:

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjane.2012.12.008

Autorparacorrespondência.

E-mail:meltem723@hotmail.com(M.T.Aydogmus).

Introduc

¸ão

Parapacientescomriscodeaspirac¸ão,aintubac¸ão endotra-quealaindaéaceita comopadrão-ouro.Nos últimosanos, entretanto,dispositivos alternativosdeventilac¸ãocomo a máscaralaríngea (ML) estão sendousados nessegrupo de pacientes, tanto em procedimentos de rotina quanto na

(2)

Amáscaralaríngeasupreme :umaopc¸ãoparaaintubac¸ãoendotraqueal? 67

presenc¸adeviasaéreasdifíceis.1Aintubac¸ãoendotraqueal

tambémé sugerida paraabrir asvias aéreas em procedi-mentos cirúrgicos laparoscópicos. Além disso, em alguns estudosprospectivoseretrospectivos,ousodaMLclássica érecomendadocomoumaalternativa.2

MLvemsendousadacomsucessodesde1981nomanejo de vias aéreas difíceis previstas e imprevistas.3,4 Após o

pri- meiro modelo clássico de ML, alguns pesquisadores desenvol-veram submodelos.5 AmáscaralaríngeaProSeal

(MLPS), aocontrário domodelo clássico, temumtubo de drenagem que possibilita a passagem de sonda gástrica. A máscara laríngea SupremeTM (MLS) foi desenhada para

combinarascaracte-rísticasdesejadasdaFast-Track(ILMA) eMLPS.OfatodeaMLSterumasondasemirrígidaeforma anatômica elíptica permite que ela seja inserida rapida-mente.Alémdisso,aMLSpossuiumtuboparaapassagem desondagástrica.Quandocolocadacomprecisão,fornece protec¸ãocontraregurgitac¸ãoeevitadistensãogástrica.2,6,7

Nesteestudo,oobjetivofoicompartilharnossas experiên-ciasrelacionadasaousodaMLSemcirurgialaparoscópica.

Métodos

Apósobteraaprovac¸ãodoComitêdeÉticalocal eo con-sentimento informado assinado pelos pacientes, conduzi-mos este estudo em um período de seis meses. Sessenta pacientescomestadoASAI,idadesentre18e40anose pro-gramados para cirurgia laparoscópica foramselecionados. Oscritérios de exclusãoforam pacientes comvias aéreas anormais,históriadeviasaéreasreativas,doenc¸as cardía-casedotratorespiratóriograves,refluxogastroesofágico, históriadehérniahiataleaqueles queserecuperaramde infecc¸õesdotratorespiratórionasúltimasseissemanas.Os participantesforamsubmetidosaumperíododejejumde 8 horas antes do estudo. A pré-medicac¸ão foi aplicada por via intravenosa padrão com o uso de midazolam (0,05mg.kg−1).Nasaladeoperac¸ão,o monitoramentofoi

feito com pressão arterial sistêmica não invasiva, car-dioscópio na derivac¸ão DII e oxímetro de pulso (SpO2).

Realizamos induc¸ão padrãocom 2mg.kg−1 de propofol, 1

␮g.kg−1defentanile0,5mg.kg−1derocurônio.AMLSlubrifi

cada (Laryngeal Mask Company Limited, Le Rocher, Vic-toria, Mahe, Seychelles), de número 3 ou 4, foi inserida poranestesiologista commais decincoanos de experiên-cia. Nenhuma manipulac¸ãoou outrodispositivo digital foi utilizado enquanto a MLS estava sendo inserida. O man-guito foiinfladoatéovolumemáximoe confirmadoque não havia nenhum vazamento de fl uxo de gás fresco. O tamanhodaMLSfoideterminado deacordocom osexoe pesodopaciente.Apósainserc¸ão,aventilac¸ãofoiavaliada observando-seaexpansãodotóraxeauscultando-seos pul-mõescomestetoscópio.OsvaloresdaSpO2nosminutosum,

15,30,45e60apósainserc¸ãodaMLSforamregistrados.Os valoresdedióxidodecarbonoaofinaldaexpirac¸ão(EtCO2)

foram monitorados durante toda a operac¸ão com capno-gramae registradosnosminutosum,15, 30,45e60após aaplicac¸ãodaMLS.Umtubogástricofoiinseridoemtodos ospacientes.Amanutenc¸ãodaanestesiafoifeitacomuma misturadesevofluranoa2%ear/O2a40%.Administramos

bolusadicionaisderocurônio(0,1mg.kg−1),quando

neces-sário.Nãousamosóxidonitroso.Aventilac¸ãodospacientes

foi controlada para obter 8mL.kg−1 de volume corrente,

12.min−1 de frequênciarespiratória e 1:2 defl uxo

inspi-ratório:expiratório.Mantivemos apressão domanguito da MLSabaixo de 60cm H2O, usando ummanômetro digital.

RegistramosafrequênciacardíacaeaPAMdospacientesno momentodachegadaaocentrocirúrgico,antesedurantea inserc¸ãoe após a remoc¸ão daMLS.Para analgesia, admi-nistramos aos pacientes no pré-operatório 30mg.kg−1 de

paracetamol por via intravenosa. Depois de os pacientes retomarem a respirac¸ão espontânea, eles foram descura-rizados com 0,01mg.kg−1 de atropina e 0,03mg.kg−1 de

neostigmina.Quandoa respirac¸ão foi normalizada, remo-vemos a MLS. Registramos o tempo de inserc¸ão da MLS. Registramostambémataxadeaplicabilidadedasonda gás-trica,aocorrênciadenáuseas,vômitos,aspirac¸ão,tossee seospacientessentiramdordegargantaumahoraapóso procedimento.

Análise

estatística

Usamososmétodosdescritivosdeestatística(média,desvio padrão,distribuic¸ãodefrequência)paraavaliar osdados. Aanálisedevariânciasimplesfoiusadaparamedidas repe-tidasdemúltiplosgruposeotestedecomparac¸õesmúltiplas deNewman-Keulsparacompararsubgrupos.Para significân-ciaestatística,consideramosp<0,05.

Resultados

A idade média dos pacientes incluídos no estudo era de 25,9±5,8 anos, peso médio de 60± 8kg, tempo médio de cirurgia de 53,17±12 minutos, e tempo de inserc¸ão da MLS de 11,93±1,67 segundos (tabela 1). A tabela 2 mostra a lista dos pro- cedimentos cirúrgicos. A tabela 3 mostraadistribuic¸ãodos pacientesdeacordocomosexo etamanhodaMLS.Houveocorrênciadenáuseasevômitos em 11,7% dos pacientes. O tubo gástrico não pode ser colocadoem6,7%dospacientes.Houveocorrênciadetosse edoresdegargantaem8,3%dospacientes(tabela4).

Não houve diferenc¸a estatisticamente significante nas médiasdosvaloresdeSpO2nosminutos1,15,30,45e60

(tabela5).

Tabela1 Idade,PesodosPacientes,TemposdeCirurgiae Inserc¸ãodeMáscaraLaríngea

Min Max Média±DP

Idade(anos) 18 37 25,9±5,8

Peso(kg) 45 77 60±8,73

Tempodecirurgia(min.) 35 90 53,17±12,11 Tempodeinserc¸ão(min.) 8 16 11,93±1,67

DP,desviopadrão.

Tabela2 ProcedimentosCirúrgicos

n %

(3)

Tabela3 NúmeroePorcentagemdePacientesdeAcordo comoGêneroeoTamanhodaMáscaraLaríngea

N %

Gênero

Masculino 29 48,3

Feminino 31 51,7

Máscaralaríngea/tamanho

3 28 46,7

4 32 53,3

Tabela4 NúmeroePorcentagemdePacientesdeAcordo comIncidênciadeNáuseaeVômito,Inserc¸ãodeSonda Gás-trica,DordeGargantaeTosse

N %

Náusea

Não 53 88,3

Sim 7 11,7

Vômito

Não 53 88,3

Sim 7 11,7

Sondagástrica/inserc¸ão

Não 4 6,7

Sim 56 93,3

Dordegarganta

Não 55 91,7

Sim 5 8,3

Tosse

Não 55 91,7

Sim 5 8,3

Houve diferenc¸a estatisticamente signifi cante nas

médiasdeEtCO2 nosminutos1,15, 30,45e 60(p<0.05,

Newman-Keuls). As médias de EtCO2 no primeiro minuto

foramsignifi-cativamentemenoresdoquenosminutos15,

30,45e 60(p<0.0001,Newman-Keuls)eestatisticamente

bemmenoresaos15minutosdoqueaos30,45e60minutos

(p<0.0001,Newman-Keuls).Nãohouvediferenc¸a

estatisti-camentesignificativaentreosoutrostempos(tabelas5e6).

Houve diferenc¸a significativa entre a média inicial de frequênciacardíacaeasmédiasapósainserc¸ãoeantesda remoc¸ãodaMLS.Amédiadafrequênciacardíacainicialfoi

Tabela5 ValoresdeSpO2eEtCO2nosTemposRegistrados

Minutos SpO2 EtCO2

1 98,47±1,35 33,4±4,05

15 98,82±0,98 35,02±4,55

30 98,83±1,06 36,58±5,03

45 98,62±0,97 36,48±4,59

60 98,7±0,87 36,62±4,41

P 0,396 0,0001a

SpO2,saturac¸ãoperiféricaO2;EtCO2,dióxidodecarbononofim

daexpirac¸ão.

ap<0,05(média±desviopadrão).

Tabela6 Diferenc¸aEstatísticaentreosValoresdeEtCO2

deAcordocomoTemposRegistrados

Testedecomparac¸ãomúltipladeNewman-Keuls valorp

Inicial/15minutos 0,001a

Inicial/30minutos 0,0001a

Inicial/45minutos 0,0001a

Inicial/60minutos 0,0001a

15/30minutos 0,003a

15/45minutos 0,001a

15/60minutos 0.0001a

30/45minutos 0,751

30/60minutos 0,919

45/60minutos 0,481

a p<0,05.

superior à médiadataxa de pulso após a inserc¸ão,antes eapósaremoc¸ãodaNLS;enquantoamédiadafrequência cardíacaapósainserc¸ãodaMLSfoiestatisticamentemuito menordoqueaanteriorasuaremoc¸ão.Nãohouvediferenc¸a estatisticamentesignificanteentreosoutrostempos (valo-resde‘‘p’’nastabelas7e8).

Umadiferenc¸aacentuadafoi observadana PAMinicial, após ainserc¸ão daMLSe antese depois deseremover a MLS(p=0.0001,Newman-Keuls).APAMapósainserc¸ãoda MLSfoiestatisticamentemuitomenordoqueaPAMinicial, antes daremoc¸ão e após a remoc¸ão da MLS (p=0,0001).

Tabela7 MédiadeFrequênciaCardíacaePressãoArterial MédiadosPacientes

FC PAM

Inicial 98,38±17 84,43±14,31 Apósinserc¸ãodeML 91,4±15,36 68,35±13,03 Antesdaremoc¸ãodeML 95,53±12,55 85,13±12,35 Apósremoc¸ãodeML 93,02±14,91 83,9±13,09

p 0,001a 0,0001a

FC,frequênciacardíaca;PAM,pressãoarterialmédia,ML, más-caralaríngea.

a p<0,05(Media

±DP).

Tabela 8 Diferenc¸a Estatística entre os Valores de FrequênciaCardíacaePressãoArterialMédiadeAcordocom osTemposRegistrados

Testedecomparac¸ãomúltipla deNewman-Keuls

FCvalorp PAMvalorp

Inicial/apósinserc¸ãodeML 0,0001a 0,0001a Inicial/antesdaremoc¸ãodeML 0,199 0,719

Inicial/apósremoc¸ãodeML 0,019a 0,776

Apósinserc¸ãodeML/antesda remoc¸ãodeML

0,013a 0,0001a

Apósinserc¸ãodeML/após remoc¸ãodeML

0,383 0,0001a

Antesdaremoc¸ãodeML/após emoc¸ãodeML

0,120 0,424

FC,frequênciacardíaca;PAM,pressãoarterialmédia,ML, más-caralaríngea.

(4)

Amáscaralaríngeasupreme :umaopc¸ãoparaaintubac¸ãoendotraqueal? 69

Nãohouvediferenc¸aestatisticamentesignificativaentreos outrostempos(tabelas7e8).

Nãofoipossívelfornecerventilac¸ãoadequadaemapenas umpaciente;porisso,optamospelaintubac¸ãotraqueal.

Discussão

A associac¸ão de hipoventilac¸ão, distensão gástrica e aspirac¸ãoaousodeML nãoémaisfrequenteemcirurgias laparoscópi- cas do que em intubac¸ões endotraqueais.8

Emsuarevisãodaliteratura,Viiraecol.9descobriramque

a incidência de aspi- rac¸ão e a frequênciade morbidade graveassociadasà MLsãomuitobaixas.Em cirurgia lapa-roscópica,oriscodeaspirac¸ãopodesermaior,dependendo da posic¸ão de Trendelenburg, da estimulac¸ão peritoneal duranteacirurgiaedoaumentodapressãointra-abdominal resultante da pressão sobre a parede abdominal.8 Alguns

autores relataram que, junto com o aumento dapressão intra-abdominal,apossibilidadederefluxogastroesofágico também aumenta em cirurgia lapa- roscópica.8 Contudo,

em laparoscopia ginecológica, estudos que investigam o riscoderefluxogastroesofágicocomousodeventilac¸ãode pressão positiva via tubo traqueal e ML não encontraram evidência de que o risco de refluxo gastroeso- fágico aumentoucomML.10,11

OusodeMLemcasosdeapendicectomiadeemergênciaé controverso.AMLPSpodesersuperioraoutrosdispositivos supraglóticosporque incluiumcanalgástrico. Adistensão gástricaobservadaemprocedimentoscirúrgicos laparoscó-picos que usam a MLPS nãoé maior do que a observada com tubo traqueal. O ponto mais importante a ser con-siderado quando se usa umaMLPS em apendicectomias é a experiência do profi ssional e a cuidadosa selec¸ão dos casos.Oriscodeaspirac¸ãoemapendicectomiassem fato-resderiscoadicionaisébastantebaixo.Com basenofato dequeaMLPSémenosinvasivadoqueaintubac¸ãoe ofe-recemelhorprotec¸ãodoqueaMLclássica,MLPSfoiusada em apendicectomiascommanejo segurodas viasaéreas.7

Nosso estudo foi planejado considerandoo fato deque a MLSémaisadequadaàestruturaanatômicadoqueaMLPS eocasionamenospressãodevazamentoorofaríngeo.7

Sele-cionamoscuidadosamenteospacientese,particularmente, nãoenvolvemosnoestudopacientescomdiagnósticos duvi-dosos.ApósinseriraMLS,noscertificamosdequetodosos pacientesrecebiamventilac¸ãoadequada.

Em colecistectomia laparoscópica, estudos sugerem a intubac¸ãoendotraqueal---umdosprocedimentosdecirurgia geralmaiscomumenteaplicados---paraomanejodasvias aé-reas.Noentanto,umestudoretrospectivoetrês pros-pectivosafirmamqueaMLclássicaéumaopc¸ãoadequada. AMLPS,porsuavez,étidacomomaiseficaz doqueaML clássica porque tem umtubo gástrico.12 Um estudo

rela-tou que não houvedistensão gástrica em colecistectomia laparoscópicacomousodeMLPSdevidamenteposicionada, o que fornece venti- lac¸ão com eficácia igual à do tubo endotraqueal.13 Carron e col.14 descreveram umpaciente

comfibrosepulmonargravesubmetidoauma colecistecto-mialaparoscópicaeletiva;osautoresgarantiramomanejo das vias aéreas com MLS e re- lataram que houve menos resistênciadasviasaéreas.

Em vários estudos com pacientes submetidos à cirur-gia la- paroscópica ginecológica os autores descobriram que a MLPS foi superior à ML clássica e à intubac¸ão endotraqueal.15,16Alémdisso,Leeecol.17compararamMLS

e MLPS em cirurgia laparoscópica ginecológica e desco-briramque,embora seusíndicesde complicac¸õestenham sidosemelhantes,houvemenospressãodevazamento oro-faríngea com o uso de MLS em comparac¸ão com MLPS. Em um estudo que comparou MLS e intubac¸ão endotra-queal, os pesquisadores descobriram que o controle das vias aéreas foi obtido com a mesma eficácia em cirur-giaslaparoscópicasginecológicas e que aMLSoca- sionou menosmorbidadelaringofaríngea.18 Em outro estudo,Yao

e col.19 relataram que em laparoscopia ginecológica MLS

garanteventilac¸ãocomamesmaseguranc¸aeeficáciaquea intubac¸ãoendotraqueal.Osautorestambémdeclaramque aMLScausamenosefeitoscolateraiserespostaaoestresse. Ademais,alémde prevenir odano ao tecidomole associ-adoà laringoscopia, evitar aintubac¸ão endotraqueal tem vanta- gens,como reduzir a resistênciadas vias aéreas e os riscos de intubac¸ão brônquica e esofágica.7 Em nosso

estudo,osvaloresdaPAMedosbatimentoscardíacosapós ainserc¸ãodaMLSforamconsideravelmenteinferioresaos valores iniciais. Não detectamos aumento da PAM e das taxasdepulsoapósasextubac¸ões.Relacionamosessefato àfalta derespostaaoestressehemodinâmicoassociado à MLS.

Em cirurgialaparoscópica, comoresultado doaumento dapressãointra-abdominal,ofechamentoprecocedasvias eoaumentodopicodepressãodasviasaéreaspodemser observados.Nessecaso,umaumentodeEtCO2pode

acon-tecersemvariac¸ãonaSpO2.8Nossosachadosconfirmaram

isso.Emboranãotenhahavidoumadiferenc¸aconsiderável entreosvalores da SpO2 em nossos pacientes, osvalores

deEtCO2foramacentuadamentemaiselevadosaos15,30,

45e 60minutosdoque osvalores iniciais.Além disso, os valoresdeEtCO2aos30,45e60minutosforamsignifi

cati-vamentesuperioresàquelesregistradosaos15minutos.Por essarazão,sugerimosqueosvaloresdeEtCO2sejam cuida-dosamentemonitoradosnospacientes.

Em seuprimeiro estudo, Eschertzhubere col.20

relata-ram uma taxa de sucesso de92% para inserc¸ão de sonda gástrica com MLS. Natalini e col.16 demonstraram que a

inserc¸ãodesondagástricanãogaranteadrenagemcompleta doconteúdodoestômagoequeem10%dospacientescom MLPSasondagástricaédobradasemsintomasdevazamento orofarín-geo.Nossoobjetivoerainserirumasonda nasogás-tricaemtodosospacientes.Porém,issonãofoipossívelem quatropacientes(6,7%).

Acirurgialaparoscópicaéumaltofatorderiscoassociado anáuseasevômitos.21Ospacientessubmetidosàanestesia

geral para colecistectomia laparoscópica apresentam alto riscodenáuseasevômitos,comincidênciadeaté75%.22Em

nossoestudo,astaxasdeocorrênciadenáuseasevômitos foramconsideravelmentemenores.Poressa razão,a más-caralaríngeaSupremeTMpodeserpreferívelparaessegrupo

depacientes.

Aocorrênciadedordegargantapós-intubac¸ãotraqueal écomum,comumaincidênciade30-70%.23Emnosso

(5)

Emconclusão,emboranossoestudotenhalimitac¸ãopor causadapequenaamostradepacientesheterogêneos, suge-rimosquea MLSpodeserumaboaopc¸ãoàintubac¸ão em gruposselecionadosdepacientesparaprocedimentos cirúr-gicos laparoscópicos feitos por profissionais experientes, quando devidamente colocada e com seu posicionamento estabilizado.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.Fabregat-LopezJ,Garcia-RojolB,CookTM.Acaseseriesofthe useoftheProSeallaryngealmaskairwayinemergencylower abdominalsurgery.Anaesthesia.2008;63:967---71.

2.LuPP,BrimacombeJ,YangC,ShyrM.ProSealversustheClassic laryngealmaskairwayforpositivepressureventilationduring laparoscopiccholecystectomy.BrJAnaesth.2002;88:824---7. 3.Singh M,BhartiR, KapoorD.Repairofdamaged supraglottic

airwaydevices:anovelmethod.ScandJTraumaResuscEmerg Med.2010;17(18):33.

4.SharmaV,VergheseC,McKennaPJ.Prospectiveauditontheuse oftheLMA-Supremeforairwaymanagementofadultpatients undergoingelectiveorthopaedicsurgeryinproneposition.BrJ Anaesth.2010;105:228---32.

5.AliA,CanturkS,TurkmenA,TurgutN,AltanA.Comparisonof thelaryngealmaskairwaySupremeandlaryngealmaskairway Classicinadults.EurJAnaesthesiol.2009;26:1010---4. 6.VergheseC,RamaswamyB.LMA-Supreme-anewsingle-useLMA

withgastricaccess:areportonitsclinicalefficacy.BrJAnaesth. 2008;101:405---10.

7.SeetE,RajeevS,FirozT,etal.Safetyandefficacyoflaryngeal mask airway Supremeversus laryngeal mask airway ProSeal: a randomized controlled trial. Eur J Anaesthesiol. 2010;27: 602---7.

8.OzdamarD,Güvenc¸BH,TokerK,SolakM,EkingenG. Compari-sonoftheeffectofLMAandETTonventilationandintragastric pressureinpediatriclaparoscopicprocedures.Minerva Aneste-siol.2010;76:592---9.

9.ViiraD,MylesPS.Theuseofthelaryngealmaskin gynaecolo-gicallaparoscopy.AnaesthIntensiveCare.2004;32:560---3. 10.HoBY,SkinnerHJ,MahajanRP.Gastro-oesophagealrefluxduring

day casegynaecologicallaparoscopy underpositive pressure ventilation:laryngealmaskvs.trachealintubation. Anaesthe-sia.1998;53:921---4.

11.SkinnerHJ,HoBY,MahajanRP.Gastro-oesophagealrefluxwith thelaryngealmaskduringday-casegynaecologicallaparoscopy. BrJAnaesth.1998;80:675---6.

12.LuPP,BrimacombeJ,Yang1C,ShyrM.ProSealversustheClassic laryngealmaskairwayforpositivepressureventilationduring laparoscopiccholecystectomy.BrJAnaesth.2002;88:824---7. 13.MaltbyJR,BeriaultMT,WatsonNC,LiepertD,FickGH.The

LMA-ProSealis aneffective alternativeto tracheal intubationfor laparoscopiccholecystectomy.CanadianJournalofAnesthesia. 2002;49:857---62.

14.CarronM,MarchetA,OriC.Supremelaryngealmaskairwayfor laparoscopiccholecystectomyinpatientwithseverepulmonary fibrosis.BrJAnaesth.2009;103:778---9.

15.Piper SN, Triem JG, Röhm KD, Maleck WH, Schöllhorn TA, BoldtJ.ProSeal-laryngealmaskversusendotrachealintubation inpatients undergoing gynaecologiclaparoscopy. Anasthesiol IntensivmedNotfallmedSchmerzther.2004;39:132---7. 16.Natalini G, Lanza G, Rosano A, Dell’Agnolo P, Bernardini A.

StandardlaryngealmaskairwayandLMA-ProSealduring lapa-roscopicsurgery.JClinAnesth.2003;15:428---32.

17.LeeAK, Tey JB,Lim Y, Sia AT. Comparison ofthe single-use LMAsupremewiththereusableProSeal LMAfor anaesthesia ingynaecologicallaparoscopicsurgery.AnaesthIntensiveCare. 2009;37:815---9.

18.Abdi W, Amathieu R, Adhoum A, et al. Sparing the larynx duringgynecologicallaparoscopy: arandomizedtrial compa-ringtheLMASupremeandtheETT.ActaAnaesthesiolScand. 2010;54:141---6.

19.Yao T, Yang XL, Zhang F, et al. The feasibility of Supreme laryngeal mask airway in gynecological laparoscopy surgery. ZhonghuaYiXueZaZhi.2010;90:2048---51.

20.EschertzhuberS,Brimacombe J, HohlriederM, KellerC.The laryngeal mask airway Supreme-a single use laryngeal mask airway with an oesophageal vent. A randomised, cross-over studywiththelaryngealmaskairwayProSealinparalysed, ana-esthetisedpatients.Anaesthesia.2009;64:79---83.

21.WangB,He KH,JiangMB,LiuC,MinS. Effectof prophylac-ticdexamethasoneonnauseaandvomitingafterlaparoscopic gynecologicaloperation:meta-analysis.MiddleEastJ Anesthe-siol.2011;21:397---402.

22.Ryu JH, Jeon YT, Hwang JW, et al. Intravenous, oral, and thecombination of intravenous and oralramosetron for the preventionofnauseaandvomitingafterlaparoscopic cholecys-tectomy: a randomized, double-blind, controlled trial. Clin Ther.2011;33:1162---72.

23.TurkstraTP,SmitheramAK,AlabdulhadiO,YoussefH,JonesPM. TheFlex-TipTMtrachealtubedoesnotreducetheincidenceof

Referências

Documentos relacionados

“Desse modo, o conceito de ideologia, tal como elaborado por Marx e Engels (1980), seria para desmistificar, desmascarar, denunciar, desvelar a sociedade ocidental”

Reconhecidas para obrigações presentes (legal ou construtiva) resultantes de eventos passados, em que seja possível estimar os valores de forma confiável e cuja liquidação

spécifiques concernant le vécu des parents d’enfants handicapés ou d’adultes avec un handicap lourd, notamment en ce qui concerne leurs conditions de vie et les obstacles

(2013 B) avaliaram a microbiota bucal de oito pacientes submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço através de pirosequenciamento e observaram alterações na

In the present work, five bee venom samples obtained from Apis mellifera iberiensis from the Northeast Portugal (two different apiaries) were chemically characterized

Os alunos têm aí configurado um espaço de diálogo, participação e aprendizagem (2010, p. Assim, a formação permanente para a docência na cultura digital envolve: a)

O presente relatório tem como objetivo dar a conhecer o contributo do Controlo de Gestão na empresa Sonae Arauco, SA – unidade industrial de Mangualde, onde foi

Through this analysis of young people’s relationships with celebrity culture, looking at audience positions rather than merely looking at fans, we sought to relate fandom with