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Cartografia da vulnerabilidade socioambiental: convergências e divergências a partir de algumas experiências em Portugal e no Brasil

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Academic year: 2017

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DOI: 10.7213/urbe.7783

"

ISSN 2175-3369

Licenciado sob uma Licença Creative Commons

Maria Isabel Castreghini Freitas[a], Lúcio Cunha[b]

experiências em Portugal e no Brasil

Cartography of the socio-environmental vulnerability: convergences

and differences from some experiences in Portugal and Brazil

[⁷] Engenheir⁷ c⁷rtógr⁷f⁷, professor⁷ do Dep⁷rt⁷mento de Pl⁷nej⁷mento Territori⁷l e Geoprocess⁷mento )GCE d⁷

Universid⁷de Est⁷du⁷l P⁷ulist⁷ Unesp , Rio Cl⁷ro, SP - Br⁷sil, e-m⁷il: ifreit⁷s@rc.unesp.br

[b] Geógr⁷fo, professor c⁷tedrático do Dep⁷rt⁷mento de Geogr⁷fi⁷ e Centro de Estudos de Geogr⁷fi⁷ e Orden⁷mento do

Território CEGOT d⁷ Universid⁷de de Coimbr⁷ UC , Coimbr⁷ - Portug⁷l, e-m⁷il: luciogeo@ci.uc.pt

Resumo

Com este estudo, busc⁷mos contextu⁷liz⁷r o tem⁷ vulnerabilidade socioambiental no cenário mundi⁷l,

des-t⁷c⁷ndo simil⁷rid⁷des e discrepânci⁷s n⁷s su⁷s concepções em Portug⁷l e no Br⁷sil. N⁷ liter⁷tur⁷ que tr⁷t⁷ de vulner⁷bilid⁷de já está cons⁷gr⁷d⁷ ⁷ contribuição d⁷s Geotecnologi⁷s e do seu potenci⁷l p⁷r⁷ ⁷ model⁷-gem de ⁷spectos físicos e socioeconômicos, p⁷r⁷ ⁷ prevenção, mitig⁷ção e enfrent⁷mento de m⁷nifest⁷ções de riscos, sej⁷m eles n⁷tur⁷is, tecnológicos ou mistos. Este ⁷rtigo tem como objetivo discutir os referenci⁷is metodológicos dos estudos de vulner⁷bilid⁷de, bem como os result⁷dos de ⁷plic⁷ção n⁷ model⁷gem de d⁷dos socioeconômicos e ⁷mbient⁷is no contexto d⁷ região Centro de Portug⁷l e do est⁷do de São P⁷ulo, Br⁷sil. A metodologi⁷ p⁷r⁷ ⁷ ⁷nálise d⁷ vulner⁷bilid⁷de dess⁷s regiões b⁷seou-se n⁷ ⁷v⁷li⁷ção qu⁷ntit⁷tiv⁷ d⁷ c⁷p⁷cid⁷de de resistênci⁷ e de resiliênci⁷ de popul⁷ções e de territórios. Os result⁷dos ⁷present⁷m-se coerentes com ⁷s re⁷lid⁷des socio⁷mbient⁷is d⁷s áre⁷s de estudo e refletem ⁷ complexid⁷de qu⁷ndo do enfrent⁷mento e recuper⁷ção de situ⁷ções de riscos p⁷r⁷ o c⁷so de popul⁷ções e territórios menos providos de condições econômic⁷s e de infr⁷estrutur⁷s urb⁷n⁷s, sej⁷ no Br⁷sil ou em Portug⁷l.

Palavras-chave: Vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l. C⁷rtogr⁷fi⁷. Metodologi⁷ qu⁷ntit⁷tiv⁷. Portug⁷l. Br⁷sil.

Abstract

(2)

results of application in the modelling of socioeconomic and environmental data in the context of the Region Centre of Portugal and the State of Sao Paulo, Brazil. The methodology for analysing the vulnerability of these regions was based on quantitative studies of the capacity of resistance and resilience of populations and ter-ritories. The results were consistent with the socio-environmental realities of the study areas and reϔlect the complexity of facing and recovery of risk situations in case of territories and populations under low economic conditions and urban infrastructure, whether in Brazil and Portugal.

Keywords: Socio-environmental vulnerability. Cartography. Quantitative methodology. Portugal. Brazil.

Vulnerabilidade socioambiental: conceitos fundamentais e principais diretrizes metodológicas

O ⁷umento progressivo d⁷ popul⁷ção urb⁷n⁷, o consequente ⁷umento dos diferentes tipos de riscos urb⁷nos n⁷tur⁷is, tecnológicos ou mistos e ⁷ dete-rior⁷ção dos ecossistem⁷s torn⁷m imprescindível o tr⁷ç⁷do de ⁷ções integr⁷d⁷s, envolvendo governo e p⁷rceiros loc⁷is, p⁷r⁷ definir polític⁷s que tr⁷nsfor-mem o conhecimento já consolid⁷do em ⁷ções con-cret⁷s, em l⁷rg⁷ esc⁷l⁷, que resultem em benefícios p⁷r⁷ tod⁷ ⁷ socied⁷de.

Nesse sentido, ⁷ United N⁷tions – )ntern⁷tion⁷l Str⁷tegy For Dis⁷ster Reduction UN-)SDR, dest⁷c⁷ ⁷lgum⁷s necessid⁷des urgentes que devem norte⁷r ⁷s polític⁷s dos p⁷íses no que concerne ⁷ riscos n⁷tur⁷is e tecnológicos:

- ⁷ h⁷rmoniz⁷ção urgente d⁷ redução de riscos de des⁷stres e ⁷ ⁷d⁷pt⁷ção às mud⁷nç⁷s cli-mátic⁷s no contexto d⁷ redução d⁷ pobrez⁷ e do desenvolvimento sustentável;

- ⁷ redução dos riscos p⁷r⁷ comunid⁷des lo-c⁷is, por meio de p⁷rceri⁷s col⁷bor⁷tiv⁷s b⁷-se⁷d⁷s no reconhecimento d⁷ dependênci⁷ mútu⁷ do governo centr⁷l e loc⁷l e dos ⁷tores d⁷ socied⁷de civil;

- ⁷ tr⁷nsform⁷ção de ⁷ções isol⁷d⁷s e de pro-jetos-piloto em implement⁷ções plen⁷s em segur⁷nç⁷, s⁷úde e educ⁷ção e pl⁷nos de ⁷ção concretos p⁷r⁷ escol⁷s e hospit⁷is seguros, p⁷r⁷ ⁷tendimento ⁷ eventos rel⁷cion⁷dos com des⁷stres;

- o ⁷umento d⁷ esc⁷l⁷ d⁷s ⁷ções e fin⁷nci⁷-mentos p⁷r⁷ o investimento n⁷ redução dos riscos;

- ⁷ constituição de um sistem⁷ de estr⁷tégi⁷s de suporte ⁷o governo e ⁷ org⁷niz⁷ções d⁷ so-cied⁷de civil, com c⁷p⁷cid⁷de region⁷l, p⁷r⁷ coorden⁷ção e suporte ⁷ eventos de risco.

T⁷is orient⁷ções têm como referênci⁷ o Qu⁷dro de Ações de (yogo (FA 1, que definiu ⁷ções

prio-ritári⁷s com vist⁷s à prevenção de riscos, conforme ⁷ UN-)SDR . Dentre est⁷s, merece dest⁷que ⁷ ⁷ção prioritári⁷ , que indic⁷ ⁷ urgênci⁷ de reduzir os riscos rel⁷cion⁷dos às mud⁷nç⁷s d⁷s condições socioeconômic⁷s e ⁷mbient⁷is, que são ⁷s b⁷ses p⁷r⁷ o m⁷pe⁷mento d⁷ vulner⁷bilid⁷de. Como ⁷s questões rel⁷cion⁷d⁷s com os riscos estão n⁷ p⁷ut⁷ de discussões dos princip⁷is org⁷nismos intern⁷-cion⁷is, fic⁷ difícil p⁷r⁷ os governos e os diferentes estr⁷tos de noss⁷ socied⁷de fic⁷rem ⁷lheios ⁷os problem⁷s rel⁷cion⁷dos com ⁷s m⁷nifest⁷ções de eventos perigosos.

O conceito de vulner⁷bilid⁷de é ⁷bsolut⁷mente indissociável do conceito de risco REBELO, . Dito de outr⁷ form⁷, p⁷r⁷ que se poss⁷ f⁷l⁷r de ris-co é necessário que h⁷j⁷ t⁷mbém vulnerabilidade, ou sej⁷, que os processos eventu⁷lmente perigosos sismos, inund⁷ções, incêndios, por exemplo ⁷fe-tem, diret⁷ ou indiret⁷mente, individu⁷l ou coleti-v⁷mente, o ser hum⁷no, n⁷ su⁷ s⁷úde, nos seus bens ou nos modos de funcion⁷mento d⁷s instituições em que se enqu⁷dr⁷m, n⁷ economi⁷, n⁷ socied⁷de e n⁷ cultur⁷. P⁷r⁷ ⁷lguns ⁷utores, o conceito de vulne-r⁷bilid⁷de deve estender-se t⁷mbém ⁷os elementos

(3)

consider⁷m vulner⁷bilid⁷de como o conjunto d⁷s c⁷r⁷cterístic⁷s de um⁷ pesso⁷ ou grupo, em termos de su⁷ c⁷p⁷cid⁷de de ⁷ntecip⁷r, enfrent⁷r, resistir e se recuper⁷r do imp⁷cto de um fenômeno perigo-so. Os ⁷utores consider⁷m que este conceito envol-ve um⁷ combin⁷ção de f⁷tores que determin⁷m o modo e o gr⁷u em que ⁷ vid⁷ e o sustento dos indiví-duos são coloc⁷dos em perigo por um evento iden-tificável d⁷ n⁷turez⁷ ou d⁷ socied⁷de.

N⁷ perspectiv⁷ de Cutter , ⁷ vulner⁷bili-d⁷de corresponde ⁷ um conceito complexo, sob o qu⁷l ⁷dvêm dimensões soci⁷is, econômic⁷s, polí-tic⁷s e cultur⁷is, cuj⁷ definição tem sido ⁷bord⁷d⁷ t⁷mbém em perspectiv⁷s epistemológic⁷s muito divers⁷s n⁷ ecologi⁷ polític⁷, ecologi⁷ hum⁷n⁷, ciên ci⁷s físic⁷s e ⁷nálise esp⁷ci⁷l. Em recente tr⁷-b⁷lho, Cutter se refere à necessid⁷de de um⁷ ⁷bord⁷gem integr⁷dor⁷ e interdisciplin⁷r p⁷r⁷ o estudo d⁷ vulner⁷bilid⁷de soci⁷l e/ou so-cio⁷mbient⁷l e ess⁷ necessid⁷de decorre, sobre-tudo, d⁷ complexid⁷de d⁷s inter⁷ções entre os sistem⁷s n⁷tur⁷is, soci⁷is, econômicos e cultur⁷is em jogo. A ⁷utor⁷ elege, t⁷mbém, como princípio fund⁷ment⁷l do que ch⁷m⁷ ⁷ ciênci⁷ d⁷ vulne-r⁷bilid⁷de , o requisito do conhecimento geoes-p⁷ci⁷l d⁷ investig⁷ção, com b⁷se nos loc⁷is [...] Todos os des⁷stres são loc⁷is e ⁷s respost⁷s t⁷m-bém o são CUTTER, , p. . É t⁷mbém ⁷ importânci⁷ d⁷ esc⁷l⁷ loc⁷l que coloc⁷ os ⁷glome-r⁷dos popul⁷cion⁷is e, em p⁷rticul⁷r, ⁷s cid⁷des, ⁷pes⁷r d⁷s su⁷s diferenci⁷ções e mesmo d⁷s su⁷s contr⁷dições intern⁷s, como objetos p⁷rticul⁷res do estudo d⁷s vulner⁷bilid⁷des.

Apes⁷r deste entendimento, o estudo d⁷ vulner⁷-bilid⁷de, consider⁷d⁷ como um produto d⁷ exposição ⁷os processos perigosos e dos f⁷tores de predisposi-ção ⁷ vulner⁷bilid⁷de soci⁷l, em sentido restrito , pode e tem sido re⁷liz⁷do em diferentes esc⁷l⁷s, que vão do n⁷cion⁷l ⁷o loc⁷l, p⁷ss⁷ndo pelo region⁷l. Em tod⁷s ⁷s esc⁷l⁷s, ⁷ c⁷rtogr⁷fi⁷ dos result⁷dos é fund⁷-ment⁷l, ⁷té p⁷r⁷ que se poss⁷ junt⁷r à c⁷rtogr⁷fi⁷ dos processos perigosos suscetibilid⁷de e perigosid⁷de p⁷r⁷ se ⁷tingir um⁷ verd⁷deir⁷ c⁷rtogr⁷fi⁷ de risco. mesológicos ou ⁷mbient⁷is águ⁷, ⁷r, florest⁷s, por

exemplo , ou sej⁷, ⁷ um conjunto de elementos que, ⁷pes⁷r de exteriores ⁷o ser hum⁷no, em muito con-tribuem p⁷r⁷ ⁷ su⁷ qu⁷lid⁷de de vid⁷.

O conceito de vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l, m⁷is utiliz⁷do no Br⁷sil do que em Portug⁷l, ⁷plic⁷--se ex⁷t⁷mente ⁷ est⁷ vulner⁷bilid⁷de de sentido muito ⁷mplo e que, n⁷ ⁷cepção de S. Cutter , p. , corresponde ⁷o potenci⁷l p⁷r⁷ ⁷ perd⁷ . Segundo ⁷ ⁷utor⁷, ⁷ vulner⁷bilid⁷de inclui t⁷nto os elementos de exposição ⁷o risco como os f⁷tores de propensão às circunstânci⁷s que ⁷ument⁷m ou reduzem ⁷s c⁷p⁷cid⁷des d⁷ popul⁷ção, d⁷s infr⁷es-trutur⁷s ou dos sistem⁷s físicos p⁷r⁷ responder e se recuper⁷r de ⁷me⁷ç⁷s ⁷mbient⁷is .

Cutter, Boruff e Shirley , tom⁷ndo por b⁷se ⁷s reflexões de diversos ⁷utores, consider⁷m que ⁷s pesquis⁷s em vulner⁷bilid⁷de podem ter três ⁷bord⁷gens fund⁷ment⁷is: ⁷ d⁷ identific⁷ção d⁷s condições que torn⁷m pesso⁷s e lug⁷res vulne-ráveis ⁷os eventos n⁷tur⁷is perigosos; ⁷quel⁷s que consider⁷m ⁷ vulner⁷bilid⁷de como condição so-ci⁷l, ou sej⁷, um⁷ medid⁷ d⁷ resistênci⁷ ou resiliên-ci⁷2 às c⁷tástrofes n⁷tur⁷is, e ⁷quel⁷s que integr⁷m

o potenci⁷l de exposição e ⁷ resiliênci⁷ soci⁷l num d⁷do loc⁷l ou região.

There ⁷re three m⁷in tenets in vulner⁷bility re-se⁷rch: the identific⁷tion conditions th⁷t m⁷ke people or pl⁷ces vulner⁷ble to extreme n⁷tur⁷l events, ⁷n exposure model Burton, K⁷tes, ⁷nd White, ; Anderson, ; the ⁷ssumption th⁷t vulner⁷bility is ⁷ soci⁷l condition, ⁷ me⁷su-re of societ⁷l me⁷su-resist⁷nce or me⁷su-resilience to h⁷z⁷rds

Bl⁷ikie et ⁷l., ; (ewitt, ; ⁷nd the inte-gr⁷tion of potenti⁷l exposures ⁷nd societ⁷l resi-lience with ⁷ specific focus on p⁷rticul⁷r pl⁷ces or regions K⁷sperson, K⁷sperson, ⁷nd Turner, ; Cutter, Mitchell, ⁷nd Scott, CUTTER; BORUFF; S()RLEY, , p. - .

N⁷ busc⁷ por um⁷ definição de vulner⁷bilid⁷de merecem dest⁷que Bl⁷ikie et ⁷l. , os qu⁷is

Conceito originário d⁷ Físic⁷ que diz respeito à propried⁷de de ⁷lguns m⁷teri⁷is em ⁷cumul⁷r energi⁷ qu⁷ndo submetidos ⁷ es-tresse sem que ocorr⁷ su⁷ ruptur⁷. No contexto desses estudos, conforme M⁷r⁷ndol⁷ Jr. e (og⁷n , p. - , se report⁷ ⁷ c⁷p⁷cid⁷de individu⁷l e dos sistem⁷s soci⁷is p⁷r⁷ ⁷bsorver os efeitos d⁷s flutu⁷ções ⁷mbient⁷is extrem⁷s .

Perigosidade é um termo ⁷dot⁷do em Portug⁷l p⁷r⁷ indic⁷r ⁷ possibilid⁷de ou prob⁷bilid⁷de de ⁷contecer um evento perigoso.

(4)

consider⁷ndo ⁷s dimensões soci⁷is, econômic⁷s, polític⁷s e cultur⁷is que, vi⁷ de regr⁷, f⁷zem p⁷rte dos princip⁷is objetos de estudo d⁷ Geogr⁷fi⁷.

Tendo em vist⁷ ⁷ ⁷v⁷li⁷ção d⁷ propensão ⁷o ris-co, ou sej⁷, ⁷ vulner⁷bilid⁷de soci⁷l, Cutter, Boruff e Shirley propõem um modelo de construção de um índice que ⁷greg⁷ ou sintetiz⁷ ⁷ inform⁷ção rele-v⁷nte sobre ⁷s c⁷r⁷cterístic⁷s que podem influenciá--l⁷ d⁷dos demográficos, como ⁷ id⁷de e sexo, ⁷ exis-tênci⁷ de popul⁷ção com necessid⁷des educ⁷tiv⁷s especi⁷is, o letr⁷mento, ⁷ cultur⁷, ⁷ economi⁷ . Tr⁷t⁷-se do SoV)™, que Tr⁷t⁷-se obtém ⁷pós ⁷náliTr⁷t⁷-se f⁷tori⁷l por componentes princip⁷is de um conjunto de v⁷riáveis censitári⁷s, n⁷ esc⁷l⁷ do município, tid⁷s como repre-sent⁷tiv⁷s d⁷s c⁷r⁷cterístic⁷s ⁷nteriormente referid⁷s. O modelo foi ⁷plic⁷do e re⁷plic⁷do nos EUA, us⁷ndo censos ⁷tu⁷is e ⁷ntigos, f⁷zendo uso de diferentes esc⁷l⁷s de ⁷nálise, como municípios, unid⁷des censi-tári⁷s, unid⁷des territori⁷is, sendo t⁷mbém ⁷d⁷pt⁷-do p⁷r⁷ p⁷íses como Norueg⁷ e Vietnã, entre outros. A ⁷utor⁷ ilustr⁷ os result⁷dos ⁷lc⁷nç⁷dos p⁷r⁷ os EUA, tom⁷ndo por b⁷se d⁷dos do censo de , no qu⁷l o nível m⁷is b⁷ixo de vulner⁷bilid⁷de soci⁷l ⁷p⁷rece n⁷ zon⁷ costeir⁷ orient⁷l, de W⁷shington D.C. ⁷té Nov⁷ York, incluindo Boston. O mesmo ⁷contece nos muni-cípios d⁷ cost⁷ d⁷ C⁷lifórni⁷, áre⁷s consider⁷d⁷s ric⁷s e sem níveis extremos de popul⁷ção envelhecid⁷ e/ou feminin⁷. Os níveis m⁷is ⁷ltos de vulner⁷bilid⁷de so-ci⁷l g⁷nh⁷m expressão, por exemplo, ⁷o longo do rio Mississipi, região tr⁷dicion⁷lmente pobre e com popu-l⁷ção predomin⁷ntemente ⁷fro-⁷meric⁷n⁷, com pou-c⁷ ofert⁷ de emprego e b⁷ixos níveis de escol⁷rid⁷de. A ⁷utor⁷ conclui o estudo ⁷firm⁷ndo que:

A ciênci⁷ d⁷ vulner⁷bilid⁷de fornece ⁷ b⁷se p⁷r⁷ ⁷ construção de métric⁷s p⁷r⁷ ⁷ vulner⁷bilid⁷de, que incluem o cálculo de índices p⁷r⁷ ⁷ medição d⁷ vulner⁷bilid⁷de soci⁷l, ⁷ssim como modelos geoesp⁷ci⁷is p⁷r⁷ ⁷ intersecção dos processos so-ci⁷is e físicos CUTTER, , p. .

Est⁷ metodologi⁷ foi seguid⁷ e utiliz⁷d⁷ t⁷mbém em Portug⁷l, no âmbito do projeto Vulner⁷bilid⁷de Soci⁷l, Estr⁷tégi⁷s de Pl⁷ne⁷mento: um⁷ ⁷bord⁷gem integr⁷d⁷ ,desenvolvido no Centro de Estudos Soci⁷is E, quer n⁷ c⁷rtogr⁷fi⁷ d⁷ perigosid⁷de, quer n⁷ d⁷

vul-ner⁷bilid⁷de, ⁷s geotecnologi⁷s e, p⁷rticul⁷rmente, os Sistem⁷s de )nform⁷ção Geográfic⁷ S)G são fund⁷-ment⁷is, não ⁷pen⁷s como import⁷ntes instrumentos de produção c⁷rtográfic⁷, m⁷s, sobretudo, por su⁷ c⁷-p⁷cid⁷de de cruz⁷mento d⁷ inform⁷ção e de model⁷-gem dos diferentes componentes do risco.

No âmbito d⁷ Geogr⁷fi⁷, muitos são os tr⁷b⁷lhos que vis⁷m à model⁷gem de fenômenos rel⁷tivos à socied⁷de e ⁷o ⁷mbiente por meio d⁷s geotecnolo-gi⁷s. De ⁷cordo com M⁷r⁷ndol⁷ Jr. e (og⁷n , os primeiros tr⁷b⁷lhos geográficos com ess⁷ ⁷bor-d⁷gem surgir⁷m nos ⁷nos de , p⁷ut⁷dos nos fe-nômenos n⁷tur⁷is que c⁷us⁷v⁷m d⁷nos e expunh⁷m ⁷s popul⁷ções ⁷o perigo.

Os n⁷tur⁷l h⁷z⁷rds , ou perigos n⁷tur⁷is, têm exigido gr⁷nde esforço e ⁷preensão por p⁷rte de pesquis⁷dores envolvidos com ⁷ções de pl⁷nej⁷-mento e gestão e com ⁷ rel⁷ção do homem com seu ⁷mbiente. [...] O prognóstico d⁷ prob⁷bilid⁷-de prob⁷bilid⁷-de ⁷queles fenômenos [riscos n⁷tur⁷is]4

ocor-rerem er⁷ fund⁷ment⁷l n⁷quele contexto. Nesse sentido, os geógr⁷fos desenvolver⁷m l⁷rg⁷mente o que ch⁷m⁷v⁷m de risk ⁷ssessment ⁷v⁷li⁷ção do risco : ⁷v⁷li⁷ção do risco de ocorrer um perigo [um ⁷cidente ou c⁷tástrofe]5 em determin⁷do

lo-c⁷l MARANDOLA Jr.; (OGAN, , p. .

Nesse contexto, começ⁷ ⁷ g⁷nh⁷r m⁷ior expressão esse tipo de pesquis⁷ envolvendo riscos n⁷tur⁷is, for-necendo subsídios p⁷r⁷ ⁷ introdução, no meio cientí-fico, do conceito de vulner⁷bilid⁷de. Segundo os ⁷u-tores, ⁷ vulner⁷bilid⁷de começ⁷ ⁷ surgir como idei⁷ subj⁷cente à noção de c⁷p⁷cid⁷de de respost⁷ de um ⁷mbiente ou um⁷ popul⁷ção ⁷os processos perigosos

MARANDOLA Jr.; (OGAN, , p. .

Já o uso de progr⁷m⁷s comput⁷cion⁷is est⁷tís-ticos independentes ou ⁷ssoci⁷dos ⁷ Sistem⁷s de )nform⁷ção Geográfic⁷ p⁷r⁷ estudos de vulner⁷bi-lid⁷de surge ⁷ p⁷rtir dos fin⁷is d⁷ déc⁷d⁷ de e n⁷ déc⁷d⁷ de , com dest⁷que p⁷r⁷ Bl⁷ikie et ⁷l. e p⁷r⁷ Cutter , que se dedic⁷r⁷m ⁷o estudo d⁷ vulner⁷bilid⁷de por meio d⁷ ⁷náli-se f⁷tori⁷l de diferentes v⁷riáveis e indic⁷dores,

Comentário nosso.

(5)

⁷ cultur⁷. [...] Se se pretende promover ⁷ mud⁷nç⁷, é m⁷is provável que el⁷ sej⁷ bem-sucedid⁷ se for comp⁷tível com ⁷ cultur⁷ predomin⁷nte, ⁷o p⁷s-so que se for contr⁷ el⁷ é provável que o procesp⁷s-so ⁷d⁷pt⁷tivo sej⁷ bloque⁷do por r⁷zões ⁷p⁷rente-mente ilógic⁷s ALEXANDER, , p. .

Pel⁷s b⁷ses conceitu⁷is ⁷qui ⁷present⁷d⁷s, ob-serv⁷mos que os c⁷minhos p⁷r⁷ ⁷ ⁷nálise d⁷ vul-ner⁷bilid⁷de p⁷ss⁷m por diferentes componentes qu⁷ntit⁷tivos e qu⁷lit⁷tivos, que se complement⁷m e que não podem ser desprez⁷dos. Conhecer o con-texto em que se insere o grupo soci⁷l envolvido, em termos socioeconômicos e ⁷mbient⁷is, é o ponto de p⁷rtid⁷ p⁷r⁷ os estudos de vulner⁷bilid⁷de, nos qu⁷is devem ser t⁷mbém incorpor⁷d⁷s ⁷ cultur⁷ e ⁷ percepção d⁷ socied⁷de envolvid⁷, p⁷r⁷ que sej⁷ possível ⁷lgum⁷ precisão no m⁷pe⁷mento d⁷ vulne-r⁷bilid⁷de e dos riscos. Só ⁷ssim será possível nos ⁷proxim⁷rmos do indic⁷do pel⁷s N⁷ções Unid⁷s p⁷r⁷ o enfrent⁷mento, com qu⁷lid⁷de, dos riscos de des⁷stres, no sentido de minimiz⁷r ⁷s perd⁷s e os d⁷nos à socied⁷de, à economi⁷ e ⁷o ⁷mbiente.

Cartografi a das vulnerabilidades

socioambientais em países lusófonos: principais infl uências e estudos para Brasil e Portugal

N⁷ perspectiv⁷ deste ⁷rtigo serão ⁷bord⁷dos estudos ⁷tu⁷is de vulner⁷bilid⁷de nos p⁷íses lusó-fonos, ⁷poi⁷dos, priorit⁷ri⁷mente, em tr⁷b⁷lhos de-senvolvidos no Br⁷sil e em Portug⁷l.

Adot⁷ndo os princípios metodológicos de Cutter , , e vis⁷ndo ⁷present⁷r um índice de vulner⁷bilid⁷de soci⁷l ⁷os processos n⁷tur⁷is e tec-nológicos perigosos p⁷r⁷ Portug⁷l, b⁷se⁷do n⁷ c⁷p⁷-cid⁷de de resistênci⁷ e de resiliênci⁷ de popul⁷ções e de território, ⁷present⁷mos os estudos de Mendes et ⁷l. e Cunh⁷ et ⁷l. , que re⁷liz⁷r⁷m um⁷ ⁷v⁷li⁷ção prévi⁷ d⁷ vulner⁷bilid⁷de soci⁷l p⁷r⁷ os concelhos6 de Portug⁷l e um⁷ ⁷v⁷li⁷ção n⁷ esc⁷l⁷

d⁷ freguesi⁷7 em sete concelhos d⁷ Região Centro

d⁷ Universid⁷de de Coimbr⁷, tendo permitido um⁷ síntese d⁷s princip⁷is c⁷r⁷cterístic⁷s, com um⁷ leitur⁷ em diferentes esc⁷l⁷s d⁷s condições de vulner⁷bilid⁷-de soci⁷l ⁷ processos perigosos CUN(A et ⁷l., ; CUN(A, LEAL, ; MENDES et ⁷l., , .

Muitos são os estudos que cuid⁷m d⁷ integr⁷ção de d⁷dos geoesp⁷ci⁷is com d⁷dos socioeconômicos, prin-cip⁷lmente d⁷dos qu⁷ntit⁷tivos, rel⁷tivos à economi⁷, à socied⁷de e à demogr⁷fi⁷, p⁷r⁷ ⁷ obtenção de resul-t⁷dos rel⁷tivos à ⁷v⁷li⁷ção d⁷ vulner⁷bilid⁷de. Nesses c⁷sos, deve-se ter em cont⁷ ⁷ complexid⁷de ou, por outro l⁷do, o c⁷ráter redutor que t⁷is d⁷dos qu⁷ntit⁷-tivos encerr⁷m, pois um des⁷fio const⁷nte dos pesqui-s⁷dores p⁷r⁷ g⁷r⁷ntir ⁷ pertinênci⁷ dos p⁷râmetros qu⁷ntit⁷tivos p⁷ss⁷ pel⁷ inclusão ou pelo cruz⁷mento destes com d⁷dos qu⁷lit⁷tivos, oriundos de consult⁷ às popul⁷ções e ⁷os ⁷tores d⁷s comunid⁷des envolvi-d⁷s, bem como de observ⁷ções de c⁷mpo.

A experiênci⁷ de Alex⁷nder ⁷trel⁷ ⁷ vul-ner⁷bilid⁷de ⁷ um⁷ di⁷létic⁷ entre os f⁷tores que ⁷ument⁷m os riscos e ⁷queles que os diminuem ch⁷m⁷dos de f⁷tores de ⁷tenu⁷ção , bem como ⁷ percepção d⁷ popul⁷ção e de ⁷gentes envolvidos.

Est⁷ di⁷létic⁷ é ⁷ind⁷ influenci⁷d⁷ pel⁷ percepção do risco, que t⁷nto pode ⁷ument⁷r como dimi-nuir ⁷ vulner⁷bilid⁷de, dependendo do seu nível de relevânci⁷ ou de ex⁷tidão. Por isso, em termos esquemáticos: Vulner⁷bilid⁷de tot⁷l ⁷os des⁷stres = Processos de ⁷mplific⁷ção do risco – Processos de ⁷tenu⁷ção do risco ± F⁷tores de percepção do risco ALEXANDER, , p. .

Por se tr⁷t⁷r de um tem⁷ tão complexo, ⁷ cultur⁷ é difícil de se medir e ⁷b⁷rc⁷ fenômenos diversos, tr⁷nsfor-m⁷ e é tr⁷nsfortr⁷nsfor-m⁷d⁷ de ⁷cordo com ⁷s diferentes esc⁷l⁷s territori⁷is e ⁷mbientes de convívio n⁷ socied⁷de.

[...] ⁷ cultur⁷ sofre um processo const⁷nte de me-t⁷morfose à medid⁷ que se ⁷d⁷pt⁷ às ⁷lter⁷ções de circunstânci⁷s do mundo moderno e ⁷o modo como somos c⁷p⁷zes de o interpret⁷r. Por conse-guinte, existem pouc⁷s form⁷s confiáveis de medir

Concelho: nomencl⁷tur⁷ ⁷dot⁷d⁷ em Portug⁷l p⁷r⁷ ⁷ subdivisão do território sob ⁷dministr⁷ção de um presidente d⁷ câm⁷r⁷ e d⁷s rest⁷ntes entid⁷des ⁷utárquic⁷s; divisão ⁷dministr⁷tiv⁷ imedi⁷t⁷mente inferior à c⁷tegori⁷ de distrito; município PORTO

ED)TORA, .

Freguesi⁷: nomencl⁷tur⁷ ⁷dot⁷d⁷ em Portug⁷l p⁷r⁷ ⁷ subdivisão de um concelho, que constitui ⁷ menor entid⁷de ⁷dministr⁷tiv⁷

(6)

p. , que entende o conceito de vulnerabilidade social ⁷ssoci⁷do ⁷o nível de resiliênci⁷ ou resistên-ci⁷ dos indivíduos e comunid⁷des qu⁷ndo expostos ⁷ processos ou eventos d⁷nosos , desdobr⁷-se em du⁷s componentes: ⁷ criticid⁷de e ⁷ c⁷p⁷cid⁷de de suporte. A primeir⁷ corresponde ⁷o conjunto de c⁷r⁷cterístic⁷s individu⁷is e comport⁷ment⁷is que podem contribuir p⁷r⁷ ⁷ ruptur⁷ do sistem⁷ MENDES et ⁷l., , p. , e ⁷ segund⁷ diz respei-to ⁷o conjunrespei-to de infr⁷estrutur⁷s terrirespei-tori⁷is que permite à comunid⁷de re⁷gir em c⁷so de des⁷stre

MENDES et ⁷l., , p. .

A ⁷nálise dos m⁷p⁷s ⁷present⁷dos p⁷r⁷ o conjunto do p⁷ís ⁷pont⁷, cl⁷r⁷mente, p⁷r⁷ v⁷lores de criticid⁷de e de c⁷p⁷cid⁷de de suporte que, generic⁷mente, são pouco correl⁷cionáveis entre si. Aind⁷ ⁷ssim, su⁷ lei-tur⁷ ress⁷lt⁷ cl⁷r⁷mente ⁷ importânci⁷ d⁷s princip⁷is regiões metropolit⁷n⁷s do p⁷ís Lisbo⁷ e Porto , que ⁷present⁷m v⁷lores de criticid⁷de m⁷is b⁷ixos e c⁷p⁷-cid⁷de de suporte m⁷is elev⁷d⁷, logo v⁷lores de vul-ner⁷bilid⁷de soci⁷l m⁷is b⁷ixos. No mesmo sentido, podem-se ler os v⁷lores dos concelhos que integr⁷m ⁷s princip⁷is cid⁷des médi⁷s do p⁷ís Br⁷g⁷, Coimbr⁷, S⁷nt⁷rém, Évor⁷, Bej⁷ e F⁷ro, por exemplo . No extre-mo oposto, ou sej⁷, os concelhos que, por terem níveis de criticid⁷de m⁷is elev⁷d⁷ e níveis de c⁷p⁷cid⁷de de suporte m⁷is b⁷ix⁷, ⁷pont⁷m p⁷r⁷ índices de m⁷is ele-v⁷d⁷ vulner⁷bilid⁷de soci⁷l, são em regr⁷ ⁷queles do interior m⁷is rur⁷l, p⁷rticul⁷rmente do norte do p⁷ís.

N⁷ ⁷nálise feit⁷ emníveldo concelho, ou sej⁷, com des⁷greg⁷ção nonível d⁷s freguesi⁷s, ress⁷lt⁷-se ⁷ Portugues⁷. A Figur⁷ ⁷present⁷ ⁷s rel⁷ções

en-tre risco e vulner⁷bilid⁷de soci⁷l, que são ⁷ b⁷se p⁷r⁷ o desenvolvimento d⁷ metodologi⁷ propost⁷ pelos ⁷utores.

Como se pode observ⁷r pel⁷ Figur⁷ , ⁷ perigo-sid⁷de ou prob⁷bilid⁷de de ocorrênci⁷ de eventos perigosos pode ser m⁷pe⁷d⁷ tendo em cont⁷ o f⁷tor tempo, por meio do ⁷comp⁷nh⁷mento dos eventos p⁷ss⁷dos e presentes, bem como d⁷ prob⁷bilid⁷de d⁷ su⁷ repetição no futuro e, t⁷mbém, consider⁷ndo o f⁷tor espaço, ou sej⁷, ⁷ suscetibilid⁷de do territó-rio p⁷r⁷ ⁷ su⁷ distribuição. O m⁷pe⁷mento d⁷ pe-rigosid⁷de pode ser feito por meio d⁷ produção de m⁷p⁷s temáticos que integrem ⁷ susceptibilid⁷de e ⁷ prob⁷bilid⁷de de ocorrênci⁷ de eventos perigosos, compost⁷ b⁷sic⁷mente por m⁷p⁷s físicos, incluindo ⁷ delimit⁷ção d⁷s áre⁷s de diferentes ⁷br⁷ngênci⁷s dos fenômenos em estudo, tendo em cont⁷ su⁷ geo-logi⁷, geomorfogeo-logi⁷, declivid⁷de, hidrogr⁷fi⁷, cli-m⁷, uso d⁷ terr⁷, dentre outros.

Já ⁷ vulner⁷bilid⁷de em sentido ⁷mplo decorre de estudos d⁷ vulner⁷bilid⁷de soci⁷l ou socio⁷m-bient⁷l que se ⁷poi⁷m em ⁷nálises e metodologi⁷s est⁷tístic⁷s de d⁷dos censitários e no estudo d⁷ dis-tribuição d⁷ popul⁷ção e dos bens m⁷teri⁷is expos-tos ⁷os evenexpos-tos perigosos. P⁷r⁷ que se efetive o m⁷-pe⁷mento e ⁷ ⁷nálise dos riscos, torn⁷-se necessári⁷ ⁷ combin⁷ção dos m⁷pe⁷mentos de perigosid⁷de e de vulner⁷bilid⁷de.

P⁷r⁷ ⁷lém de um⁷ ⁷nálise multiesc⁷l⁷r, o proje-to desenvolvido em Coimbr⁷ MENDES et ⁷l., ,

Figura 1 - Vulnerabilidade e risco

(7)

Um⁷ recente experiênci⁷ CUN(A et ⁷l., re⁷liz⁷d⁷ num pequeno município português

Torres Nov⁷s permitiu ⁷plic⁷r ess⁷ metodologi⁷ com sucesso e diferenci⁷r os tipos de riscos n⁷tur⁷is do esp⁷ço urb⁷no do Município, em regr⁷ com v⁷lo-res de vulner⁷bilid⁷de soci⁷l m⁷is b⁷ixos do que nos esp⁷ços rur⁷is, p⁷rticul⁷rmente os pequenos ⁷glo-mer⁷dos, nos qu⁷is o envelhecimento d⁷ popul⁷ção, ⁷ menor c⁷p⁷cid⁷de econômic⁷ e ⁷s más condições d⁷s edific⁷ções são responsáveis, entre outros f⁷to-res, por elev⁷dos v⁷lores de vulner⁷bilid⁷de soci⁷l.

Dentre os ⁷utores que têm se dedic⁷do ⁷ estudos de vulner⁷bilid⁷de no território br⁷sileiro, encon-tr⁷m-se G⁷rci⁷ e M⁷tos , que ⁷v⁷li⁷r⁷m ⁷s con-dições de vid⁷ d⁷s f⁷míli⁷s br⁷sileir⁷s e re⁷liz⁷r⁷m o m⁷pe⁷mento d⁷ su⁷ distribuição esp⁷ci⁷l, tendo como b⁷se os microd⁷dos do Censo Demográfico de . O estudo permitiu ⁷ construção de um indi-c⁷dor de vulner⁷bilid⁷de soci⁷l d⁷s f⁷míli⁷s, deno-min⁷do Índice de Vulner⁷bilid⁷de Municip⁷l )VM , que lev⁷ em consider⁷ção inform⁷ções sobre o gr⁷u de inserção educ⁷cion⁷l, o gr⁷u de inserção eco-nômic⁷ loc⁷l e o gr⁷u de inserção h⁷bit⁷cion⁷l. Os result⁷dos ⁷lc⁷nç⁷dos e ⁷s comp⁷r⁷ções efetu⁷d⁷s com o Índice de Desenvolvimento (um⁷no )D( mostr⁷r⁷m-se convincentes e v⁷lid⁷r⁷m o indic⁷dor ⁷dot⁷do, o qu⁷l se revelou robusto e c⁷p⁷z de ⁷pon-t⁷r diferenç⁷s intermunicip⁷is e intr⁷municip⁷is no toc⁷nte à vulner⁷bilid⁷de soci⁷l.

O estudo levou os ⁷utores ⁷ concluir que o ín-dice ⁷dot⁷do é sensível às condições de vid⁷ e de desenvolvimento d⁷s loc⁷lid⁷des e regiões, o que lhe confere ⁷ c⁷r⁷cterístic⁷ de indic⁷dor socioes-p⁷ci⁷l. As represent⁷ções c⁷rtográfic⁷s temátic⁷s for⁷m utiliz⁷d⁷s p⁷r⁷ ilustr⁷r ⁷ vulner⁷bilid⁷de soci⁷l em esc⁷l⁷ n⁷cion⁷l municípios do Br⁷sil e municip⁷l b⁷irros que compõem ⁷ Região Metropolit⁷n⁷ de Belo (orizonte – MG . Em nível n⁷cion⁷l, os result⁷dos ⁷lc⁷nç⁷dos pelos ⁷utores ⁷pont⁷m ⁷lt⁷ vulner⁷bilid⁷de em cerc⁷ de % dos municípios br⁷sileiros, com dest⁷que p⁷r⁷ municípios d⁷ Região Nordeste, bem como d⁷ Região Norte, embor⁷ ⁷p⁷reç⁷m t⁷mbém municí-pios com ⁷lt⁷ incidênci⁷ de popul⁷ção vulnerável em áre⁷s rur⁷is do nordeste do est⁷do de Min⁷s Ger⁷is, ⁷lém de outr⁷s no interior dos est⁷dos do P⁷r⁷ná e de S⁷nt⁷ C⁷t⁷rin⁷. Os ⁷utores dest⁷c⁷m, ⁷ind⁷, ⁷ existênci⁷ de áre⁷s rur⁷is pouco vulne-ráveis no eixo que lig⁷ São P⁷ulo ⁷ Br⁷síli⁷, bem enorme heterogeneid⁷de intern⁷ dos municípios.

A ⁷nálise foi feit⁷ p⁷r⁷ ⁷pen⁷s sete concelhos d⁷ região e, por exemplo, no c⁷so de Coimbr⁷, o m⁷p⁷ de criticid⁷de ress⁷lt⁷ ⁷ elev⁷d⁷ criticid⁷de d⁷s fre-guesi⁷s do Centro (istórico. O m⁷p⁷ d⁷ C⁷p⁷cid⁷de de Suporte, por su⁷ vez, ress⁷lt⁷ ⁷ b⁷ix⁷ c⁷p⁷cid⁷de d⁷s freguesi⁷s periurb⁷n⁷s e rur⁷is. )sso se tr⁷duz, no m⁷p⁷ fin⁷l, em v⁷lores de vulner⁷bilid⁷de soci⁷l que se dest⁷c⁷m, cl⁷r⁷mente, em v⁷lores m⁷is ele-v⁷dos em freguesi⁷s urb⁷n⁷s do Centro (istórico e d⁷ periferi⁷ e v⁷lores m⁷is b⁷ixos n⁷s freguesi⁷s urb⁷n⁷s m⁷is ric⁷s, com melhores infr⁷estrutur⁷s e de m⁷ior procur⁷ por p⁷rte d⁷ popul⁷ção.

P⁷r⁷ ⁷lém d⁷s questões de esc⁷l⁷, outr⁷ questão se coloc⁷ qu⁷ndo se p⁷ss⁷ d⁷ esc⁷l⁷ n⁷cion⁷l p⁷r⁷ ⁷ esc⁷l⁷ municip⁷l e tem ⁷ ver com o tipo de unid⁷des ⁷dministr⁷tiv⁷s ou c⁷rtográfic⁷s que podem ser uti-liz⁷d⁷s. Nos estudos em esc⁷l⁷ n⁷cion⁷l, ⁷ utiliz⁷ção dos concelhos como unid⁷des ⁷dministr⁷tiv⁷s de referênci⁷ p⁷rece não oferecer dúvid⁷s, já que es-tes correspondem ⁷ unid⁷des territori⁷is que, em-bor⁷ n⁷tur⁷lmente divers⁷s, ⁷present⁷m estrutur⁷s semelh⁷ntes e permitem comp⁷r⁷ções com lógic⁷s territori⁷is, econômic⁷s e sociocultur⁷is, logo de vulner⁷bilid⁷de CUN(A et ⁷l., ; no ent⁷nto, ⁷ descid⁷ emnível loc⁷l, ou sej⁷, no interior dos con-celhos, lev⁷nt⁷ outros tipos de problem⁷s.

(8)

de densid⁷de, p⁷r⁷ mostr⁷r ⁷ distribuição esp⁷-ci⁷l d⁷s áre⁷s de vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l. Dentre os result⁷dos ⁷present⁷dos por meio de re-present⁷ções c⁷rtográfic⁷s, estão ⁷queles indic⁷ndo ⁷s condições de s⁷ne⁷mento básico dos municípios do litor⁷l p⁷ulist⁷: ⁷dequ⁷d⁷s com respeito ⁷o ⁷ces-so à rede de águ⁷ e à colet⁷ de resíduos sólidos pre-domínio de m⁷is de % de ⁷tendimento de águ⁷ e colet⁷ de resíduos sólidos , m⁷s com problem⁷s re-l⁷cion⁷dos ⁷o esgoto predomínio de v⁷lores ⁷b⁷ixo de % de ⁷tendimento pel⁷ rede ger⁷l de esgotos . Qu⁷nto à escol⁷rid⁷de, os ⁷utores observ⁷r⁷m que ocorre m⁷ior proporção de pesso⁷s com ⁷ ⁷nos de escol⁷rid⁷de , % , em rel⁷ção ⁷o tot⁷l de pesso⁷s responsáveis pelos domicílios, no con-junto do litor⁷l p⁷ulist⁷. Qu⁷nto à rend⁷, com exce-ção do município de S⁷ntos, ⁷ m⁷ior p⁷rte dos mu-nicípios concentr⁷ pelo menos m⁷is do que % de pesso⁷s com rend⁷ igu⁷l ou inferior ⁷ dois s⁷lários mínimos. O m⁷p⁷ de distribuição d⁷ vulner⁷bilid⁷-de ⁷pont⁷ áre⁷s vulner⁷bilid⁷-de risco vulner⁷bilid⁷-de vulner⁷bilid⁷-desliz⁷mento, ⁷s qu⁷is estão ⁷ssoci⁷d⁷s ⁷ um perfil socioeconômico de b⁷ix⁷ rend⁷ e com b⁷ixo nível de escol⁷rid⁷de. No ent⁷nto, ⁷lgum⁷s dess⁷s áre⁷s são c⁷r⁷cteriz⁷d⁷s por um perfil de setores com médi⁷ ou ⁷lt⁷ rend⁷ e elev⁷do gr⁷u de escol⁷rid⁷de como, por exemplo, ⁷s loc⁷liz⁷d⁷s no município de )lh⁷bel⁷. Nesse sentido, ⁷dvertem os ⁷utores:

Assim, esses result⁷dos sugerem que um⁷ p⁷rcel⁷ signific⁷tiv⁷ d⁷ popul⁷ção residente nos municí-pios do litor⁷l p⁷ulist⁷, sej⁷ el⁷ de b⁷ix⁷, médi⁷ ou ⁷lt⁷ rend⁷, está em situ⁷ção de ⁷lt⁷ ou muito ⁷lt⁷ vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l, ⁷ind⁷ que com gr⁷us diferenci⁷dos de susceptibilid⁷de e expo-sição ⁷o risco ⁷mbient⁷l FONSECA ALVES et ⁷l.,

, p. .

T⁷l consider⁷ção ⁷pont⁷ p⁷r⁷ um⁷ questão fund⁷ment⁷l, qu⁷ndo se ⁷bord⁷m ⁷spectos ⁷sso-ci⁷dos à vulner⁷bilid⁷de e riscos socio⁷mbient⁷is n⁷ f⁷ix⁷ litorâne⁷: di⁷nte d⁷ complexid⁷de d⁷ urb⁷niz⁷ção d⁷s cid⁷des br⁷sileir⁷s, em especi⁷l n⁷ f⁷ix⁷ litorâne⁷, m⁷s não exclusiv⁷mente, cuj⁷s construções h⁷bit⁷cion⁷is e de ver⁷neio cheg⁷m muit⁷s vezes ⁷ntes d⁷ infr⁷estrutur⁷ básic⁷, é co-mum se encontr⁷rem residênci⁷s inst⁷l⁷d⁷s em áre⁷s muit⁷s vezes imprópri⁷s. Nesses c⁷sos, pre-domin⁷m inst⁷l⁷ções h⁷bit⁷cion⁷is em vertentes como n⁷ região norte do est⁷do do Rio Gr⁷nde do

Sul GARC)A; MATOS, .

Outro exemplo de pesquis⁷ br⁷sileir⁷, ⁷gor⁷ n⁷ esc⁷l⁷ loc⁷l/region⁷l, fez uso de geoprocess⁷men-to em estudo de vulner⁷bilid⁷de p⁷r⁷ ⁷ metrópole p⁷ulist⁷n⁷ e foi re⁷liz⁷do por Alves , sendo que nele ⁷ c⁷tegori⁷ vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbien-t⁷l foi estud⁷d⁷ por meio de indic⁷dores soci⁷is e ⁷mbient⁷is, n⁷ esc⁷l⁷ m⁷is des⁷greg⁷d⁷ possível, ou sej⁷, ⁷ dos setores censitários. Em su⁷ metodologi⁷ de tr⁷b⁷lho propôs um⁷ tipologi⁷ simples, em que os setores censitários do município de São P⁷ulo são cl⁷ssific⁷dos em qu⁷tro c⁷tegori⁷s de vulne-r⁷bilid⁷de, result⁷ntes d⁷ combin⁷ção d⁷s du⁷s di-mensões – risco ⁷mbient⁷l proximid⁷de dos cursos d’águ⁷ e degr⁷d⁷ção ⁷mbient⁷l b⁷ix⁷ cobertur⁷ de esgoto . O ⁷utor re⁷lizou ⁷ ⁷nálise utiliz⁷ndo ⁷ esc⁷l⁷ do município e outr⁷ m⁷is det⁷lh⁷d⁷, consi-der⁷ndo um setor d⁷ Zon⁷ Leste d⁷ cid⁷de de São P⁷ulo. Dentre os result⁷dos ⁷present⁷dos dest⁷c⁷--se o f⁷to de, dentro do grupo de ⁷lt⁷ vulner⁷bilid⁷-de, ⁷p⁷recerem diferenç⁷s signific⁷tiv⁷s n⁷s condi-ções socioeconômic⁷s e demográfic⁷s rel⁷cion⁷d⁷s às divers⁷s c⁷tegori⁷s de vulner⁷bilid⁷de socio⁷m-bient⁷l. Em ⁷lguns c⁷sos, ⁷ vulner⁷bilid⁷de soci⁷l é ⁷gr⁷v⁷d⁷ por situ⁷ções de risco e de degr⁷d⁷ção ⁷mbient⁷l, com condições socioeconômic⁷s signifi-c⁷tiv⁷mente piores, ⁷lém de m⁷ior concentr⁷ção de cri⁷nç⁷s e jovens, do que ⁷quel⁷s com menor gr⁷u de vulner⁷bilid⁷de ⁷mbient⁷l. O ⁷utor detectou, ⁷ind⁷, áre⁷s crític⁷s, n⁷s qu⁷is há forte concentr⁷-ção de problem⁷s e riscos soci⁷is e ⁷mbient⁷is, com m⁷iores níveis de popul⁷ção pobre e com priv⁷ção soci⁷l, tendo, port⁷nto, menor c⁷p⁷cid⁷de de re⁷ção às m⁷nifest⁷ções de risco.

(9)

⁷ m⁷ior ou menor resistênci⁷ e resiliênci⁷ d⁷s co-munid⁷des ⁷os des⁷stres n⁷tur⁷is.

Vulnerabilidade socioambiental de municípios selecionados no estado de São Paulo,

Brasil e na Região Centro de Portugal

P⁷r⁷ ⁷ re⁷liz⁷ção de um estudo de c⁷so em es-c⁷l⁷ region⁷l, consider⁷ndo ⁷s b⁷ses metodológi-c⁷s ⁷present⁷d⁷s ⁷nteriormente e su⁷ ⁷plic⁷ção às re⁷ lid⁷des do Br⁷sil e de Portug⁷l, selecion⁷mos concelhos n⁷ Região Centro de Portug⁷l e mu-nicípios loc⁷liz⁷dos no est⁷do de São P⁷ulo, Br⁷sil. A loc⁷liz⁷ção d⁷s áre⁷s de estudo é ⁷present⁷d⁷ n⁷s Figur⁷s e , respectiv⁷mente.

Os concelhos de Portug⁷l ocup⁷m um⁷ su-perfície territori⁷l de . km e ⁷brig⁷m um tot⁷l de . h⁷bit⁷ntes, com popul⁷ções v⁷ri⁷ndo de . h⁷bit⁷ntes Mir⁷ ⁷ . h⁷bit⁷ntes Coimbr⁷ , de ⁷cordo com o censo public⁷do pelo

)NE p⁷r⁷ .

No Br⁷sil, os municípios p⁷ulist⁷s em estudo compõem ⁷s regiões metropolit⁷n⁷s de São P⁷ulo e de S⁷ntos, e regiões ⁷dministr⁷tiv⁷s de Soroc⁷b⁷ e Registro. Ocup⁷m um⁷ superfície territori⁷l de . km e ⁷brig⁷m um tot⁷l de . . h⁷bit⁷ntes, com popul⁷ções v⁷ri⁷ndo de . h⁷bit⁷ntes Pedro de Toledo ⁷ . h⁷bit⁷ntes Soroc⁷b⁷ , de ⁷cordo com o censo public⁷do pelo )BGE .

Est⁷ pesquis⁷ correspondeu à p⁷rte princip⁷l d⁷ ⁷tivid⁷de de pós-doutor⁷do desenvolvid⁷ n⁷ Universid⁷de de Coimbr⁷, sob o tem⁷ Geotecnologias aplicadas na Análise da Vulnerabilidade Social e Ambiental: um estudo metodológico comparativo entre Portugal e Brasil FRE)TAS, , cujos re-sult⁷dos prelimin⁷res for⁷m divulg⁷dos em even-tos científicos em Portug⁷l e no Br⁷sil, como pode ser verific⁷do nos tr⁷b⁷lhos de R⁷mos et ⁷l. ; Freit⁷s e Cunh⁷ ⁷, b .

Por meio d⁷ ⁷nálise f⁷tori⁷l rel⁷tiv⁷ à criticid⁷de e c⁷p⁷cid⁷de de suporte, ⁷v⁷li⁷-se ⁷ vulner⁷bilid⁷-de socio⁷mbient⁷l d⁷s áre⁷s estud⁷d⁷s, com vist⁷s ⁷ observ⁷r o desempenho do modelo no contexto d⁷ re⁷lid⁷de de c⁷d⁷ um⁷ d⁷s regiões.

P⁷r⁷ ⁷ ⁷nálise d⁷ criticid⁷de, re⁷liz⁷mos um le-v⁷nt⁷mento dos d⁷dos censitários concernentes ⁷os ⁷spectos d⁷ vid⁷ d⁷ popul⁷ção, n⁷ busc⁷ de c⁷r⁷cterístic⁷s dos concelhos portugueses e dos com ⁷lt⁷ declivid⁷de, muit⁷s vezes sem

cobertu-r⁷ do solo, em áre⁷s com forte prob⁷bilid⁷de de inund⁷ção devido à dens⁷ dren⁷gem e à presenç⁷ de chuv⁷s torrenci⁷is em cert⁷s époc⁷s do ⁷no, coloc⁷ndo em risco seus mor⁷dores, independen-temente d⁷ cl⁷sse soci⁷l.

O estudo de Almeid⁷ propõe um⁷ Geo gr⁷fi⁷ dos riscos e d⁷s vulner⁷bilid⁷des, tendo como b⁷se um⁷ ⁷mpl⁷ discussão teóri-c⁷ sobre t⁷is conceitos, com ênf⁷se no ⁷mbien-te d⁷s cid⁷des. Além de discutir os conceitos de risco, perigosid⁷de e vulner⁷bilid⁷de n⁷ his-tóri⁷ recente – ⁷ p⁷rtir d⁷ déc⁷d⁷ de –, o ⁷utor ⁷present⁷ os result⁷dos de mensur⁷ção de vulner⁷bilid⁷des socio⁷mbient⁷is de rios ur-b⁷nos no Br⁷sil, com ⁷plic⁷ção n⁷ b⁷ci⁷ hidro-gráfic⁷ do rio M⁷r⁷ngu⁷pinho, loc⁷liz⁷do n⁷ Região Metropolit⁷n⁷ de Fort⁷lez⁷. Nesse c⁷so, o m⁷p⁷ de vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l resul-t⁷ d⁷ integr⁷ção de m⁷p⁷s deriv⁷dos do Índice de Vulner⁷bilid⁷de Soci⁷l )VS e do Índice de Vulner⁷bilid⁷de Físico-Esp⁷ci⁷l às )nund⁷ções )VF) . T⁷is índices permitir⁷m ⁷ identific⁷ção e loc⁷liz⁷ção dos esp⁷ços onde ocorre coincidênci⁷ de riscos e vulner⁷bilid⁷des – soci⁷is e ⁷mbien-t⁷is – result⁷ndo num Índice de Vulner⁷bilid⁷de Socio⁷mbient⁷l – )VSA p⁷r⁷ b⁷ci⁷ hidrográfic⁷ do rio M⁷r⁷ngu⁷pinho ALME)DA, , p. . Por meio desse estudo, o ⁷utor pôde observ⁷r ⁷ for-m⁷ção de grupos homogêneos de vulner⁷bilid⁷-de socio⁷mbient⁷l, ivulner⁷bilid⁷-dentific⁷ndo esp⁷ços em que ocorrem vulner⁷bilid⁷des soci⁷is e ⁷mbient⁷is.

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Figura 2 - Área de estudo referente aos 17 Concelhos da Região Centro de Portugal

(11)

Figura 3 - Área de estudo no estado de São Paulo, Brasil

(12)

Feitos os cálculos d⁷s componentes criticidade e capacidade de suporte, p⁷r⁷ Portug⁷l e Br⁷sil, foi pos-sível o cálculo d⁷ Vulner⁷bilid⁷de Socio⁷mbient⁷l, tendo em cont⁷ ⁷ expressão m⁷temátic⁷ :

VS = C × CS

Sendo: VS = Vulner⁷bilid⁷de Socio⁷mbient⁷l; C = Criticid⁷de; CS = C⁷p⁷cid⁷de de Suporte.

Com b⁷se nesses elementos, foi possível ⁷ el⁷bor⁷-ção de m⁷p⁷s temáticos e gráficos ilustr⁷tivos d⁷ vul-ner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l e de seus componentes.

Resultados do estudo das

vulnerabilidades no Brasil e em Portugal: convergências e divergências

Com b⁷se no procedimento descrito, foi possível ⁷ el⁷bor⁷ção de t⁷bel⁷s e m⁷p⁷s temáticos ilustr⁷tivos d⁷ vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l e dos seus compo-nentes p⁷r⁷ ⁷s áre⁷s de estudo em Portug⁷l e no Br⁷sil. No c⁷so de Portug⁷l, os princip⁷is f⁷tores rel⁷tivos à criticid⁷de correspondem ⁷os f⁷tores e . O f⁷tor , rel⁷cion⁷do com ⁷ economi⁷ e ⁷s condições de vid⁷ d⁷ popul⁷ção, explic⁷ % d⁷ v⁷riânci⁷ e dá indic⁷-tivo dos concelhos com m⁷ior ⁷cesso ⁷o crédito p⁷r⁷ h⁷bit⁷ção e ⁷o emprego; o f⁷tor , que diz respeito à popul⁷ção e ⁷o gr⁷u de proteção soci⁷l que ⁷ufere, res-ponde por % d⁷ v⁷riânci⁷ tot⁷l e dá dest⁷que p⁷r⁷ ⁷s b⁷ix⁷s condições de vid⁷ e b⁷ix⁷ n⁷t⁷lid⁷de. O f⁷tor % d⁷ v⁷riânci⁷ ⁷present⁷ o b⁷ixo poder de com-pr⁷ d⁷ popul⁷ção e o ⁷cesso às telecomunic⁷ções; já o f⁷tor % d⁷ v⁷riânci⁷ indic⁷ ⁷s tr⁷nsform⁷ções no meio rur⁷l enf⁷tiz⁷ndo ⁷s áre⁷s sem uso ⁷grícol⁷. Por fim, o f⁷tor % d⁷ v⁷riânci⁷ ⁷present⁷ v⁷riável rel⁷cion⁷d⁷ à ev⁷são escol⁷r.

Qu⁷nto à c⁷p⁷cid⁷de de suporte, observ⁷mos que ⁷s princip⁷is v⁷riáveis explic⁷tiv⁷s do f⁷tor , que concentr⁷m % d⁷ v⁷riânci⁷, estão rel⁷-cion⁷d⁷s com ⁷s condições econômic⁷s; ess⁷s v⁷-riáveis ⁷pont⁷m os conselhos com m⁷ior desen-volvimento de ⁷cordo com o número de empres⁷s e est⁷belecimentos b⁷ncários, bem como ⁷ pro-porção de f⁷míli⁷s em ⁷loj⁷mentos unif⁷mili⁷res e, em contr⁷ponto, os deficit d⁷s corpor⁷ções de bombeiros p⁷r⁷ o ⁷tendimento d⁷s dem⁷nd⁷s re-gion⁷is. Os f⁷tores , , e estão ⁷ssoci⁷dos, pre-domin⁷ntemente, às condições dos ⁷loj⁷mentos e municípios br⁷sileiros que dessem indic⁷tivos de

ruptur⁷ do sistem⁷, no c⁷so de eventos perigosos ⁷ssoci⁷dos ⁷ riscos n⁷tur⁷is ou tecnológicos.

No c⁷so de Portug⁷l for⁷m selecion⁷d⁷s, inici⁷l-mente, v⁷riáveis. D⁷ execução do modelo de ⁷nálise f⁷tori⁷l result⁷r⁷m v⁷riáveis explic⁷tiv⁷s, que for⁷m ⁷greg⁷d⁷s em cinco f⁷tores, os qu⁷is de-têm % d⁷ v⁷riânci⁷ ⁷cumul⁷d⁷, consider⁷ndo-se os concelhos em estudo. As comun⁷lid⁷des d⁷s v⁷riáveis for⁷m tod⁷s superiores ⁷ , .

De posse de t⁷is d⁷dos, export⁷mos p⁷r⁷ o ArcG)S os result⁷dos rel⁷tivos ⁷os cinco f⁷tores m⁷is signific⁷tivos p⁷r⁷ c⁷d⁷ concelho em estu-do, re⁷liz⁷ndo su⁷ esp⁷ci⁷liz⁷ção tendo como referênci⁷ os limites dos concelhos do Atl⁷s do Ambiente em form⁷to digit⁷l. A su⁷ represent⁷-ção temátic⁷ foi feit⁷ por meio d⁷ cl⁷ssific⁷represent⁷-ção de seus result⁷dos, ⁷plic⁷ndo, num⁷ primeir⁷ ⁷pro-xim⁷ção, o cl⁷ssific⁷dor N⁷tur⁷l Bre⁷ks Jenks , seguido de cl⁷ssific⁷ção m⁷nu⁷l.

No c⁷so br⁷sileiro, foi ⁷dot⁷do um procedimento simil⁷r, no qu⁷l for⁷m selecion⁷d⁷s, inici⁷lmente, v⁷riáveis que, ⁷pós redução pel⁷ ⁷nálise f⁷tori⁷l, re-sult⁷r⁷m em v⁷riáveis explic⁷tiv⁷s, ⁷greg⁷d⁷s em cinco f⁷tores que detêm % d⁷ v⁷riânci⁷ ⁷cumul⁷d⁷, consider⁷ndo os municípios em estudo. As comu-n⁷lid⁷des d⁷s v⁷riáveis for⁷m superiores ⁷ , .

Em procedimento ⁷nálogo, re⁷liz⁷mos o estudo d⁷ c⁷p⁷cid⁷de de suporte dos concelhos em estu-do, lev⁷nt⁷ndo os d⁷dos censitários que indic⁷ssem o nível de infr⁷estrutur⁷s territori⁷is que permitem ⁷ re⁷ção d⁷s comunid⁷des em c⁷so de des⁷stre ⁷s-soci⁷do ⁷ risco n⁷tur⁷l ou tecnológico.

D⁷ execução do modelo de ⁷nálise f⁷tori⁷l resul-t⁷r⁷m v⁷riáveis explic⁷tiv⁷s, dentre ⁷s qu⁷is foi possível selecion⁷r cinco f⁷tores, que detêm % d⁷ v⁷riânci⁷ ⁷cumul⁷d⁷, consider⁷ndo os conce-lhos em estudo no c⁷so português. As comun⁷lid⁷-des d⁷s v⁷riáveis for⁷m sempre superiores ⁷ , , o que ⁷pont⁷ p⁷r⁷ o seu contributo signific⁷tivo p⁷r⁷ ⁷ form⁷ção dos f⁷tores.

(13)

concentr⁷ % d⁷ v⁷riânci⁷, estão rel⁷cion⁷d⁷s com ⁷s tr⁷nsform⁷ções econômic⁷s e h⁷bit⁷cion⁷is do meio rur⁷l p⁷r⁷ o urb⁷no, d⁷ndo indic⁷ção d⁷ dimi-nuição dos investimentos econômicos rel⁷cion⁷dos com ⁷s ⁷tivid⁷des ⁷gropecuári⁷s, ⁷ssoci⁷dos ⁷o ⁷u-mento d⁷ t⁷x⁷ de urb⁷niz⁷ção d⁷s cid⁷des. O f⁷tor , que detém % d⁷ v⁷riânci⁷, ⁷present⁷ o ⁷umento de ⁷loj⁷mentos do tipo ⁷p⁷rt⁷mento e ⁷ infr⁷estru-tur⁷ em s⁷úde rel⁷cion⁷d⁷ à presenç⁷ de médicos e dentist⁷s com registro. Os f⁷tores , e dest⁷c⁷m v⁷riáveis ⁷ssoci⁷d⁷s ⁷o desenvolvimento region⁷l, à infr⁷estrutur⁷ e às condições dos ⁷loj⁷mentos; o f⁷tor % d⁷ v⁷riânci⁷ indic⁷ o Produto )nterno Bruto ⁷ssoci⁷do às indústri⁷s e serviços, e ⁷ presen-ç⁷ de domicílios com esp⁷ço suficiente, inclusive ⁷queles denomin⁷dos domicílios coletivos; o f⁷tor % corresponde à presenç⁷ de leitos hospit⁷l⁷res e à existênci⁷ de f⁷vel⁷s; e o f⁷tor % indic⁷ domi-cílios v⁷gos n⁷s áre⁷s urb⁷n⁷s.

N⁷ Figur⁷ , ⁷present⁷-se ⁷ represent⁷ção esp⁷-ci⁷l dos result⁷dos obtidos no que se refere à vul-ner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l dos municípios do est⁷do de São P⁷ulo.

Os result⁷dos indic⁷m como princip⁷is f⁷tores de vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l ⁷s condições rel⁷tiv⁷s ⁷o menor desenvolvimento econômico e às limit⁷d⁷s condições de infr⁷estrutur⁷s e desem-penho ⁷mbient⁷l em f⁷ce de situ⁷ções de risco. Os municípios com vulner⁷bilid⁷de elev⁷d⁷ ou muito elev⁷d⁷ ⁷p⁷recem no interior, n⁷ região serr⁷n⁷, de economi⁷ predomin⁷ntemente rur⁷l, ⁷ind⁷ que mi-tig⁷d⁷ pel⁷ su⁷ ⁷ssoci⁷ção ⁷o turismo rur⁷l, como )biún⁷, Embu-Gu⁷çu, Juquitib⁷ e Pied⁷de.

O estudo indicou como princip⁷is f⁷tores de vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l, no contexto por-tuguês, ⁷ contr⁷ção econômic⁷ de p⁷rte dos con-celhos, ⁷ b⁷ix⁷ n⁷t⁷lid⁷de, o envelhecimento d⁷ popul⁷ção e d⁷ infr⁷estrutur⁷ h⁷bit⁷cion⁷l; p⁷rte desses f⁷tores se ⁷ssoci⁷ ⁷o ⁷b⁷ndono do meio rur⁷l. No c⁷so br⁷sileiro, os princip⁷is f⁷tores de ⁷lt⁷ vulner⁷bilid⁷de estão rel⁷cion⁷dos à econo-mi⁷ e às infr⁷estrutur⁷s p⁷r⁷ o enfrent⁷mento de eventos perigosos. Ambos os result⁷dos dão indic⁷ções d⁷ preponderânci⁷ dos f⁷tores eco-nômicos e soci⁷is n⁷ diferenci⁷ção territori⁷l d⁷ vulner⁷bilid⁷de, distinguindo regiões com dife-rentes gr⁷us de vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l, ou sej⁷, com popul⁷ções e territórios m⁷is ou me-nos providos de condições p⁷r⁷ o enfrent⁷mento e dos edifícios; o f⁷tor % d⁷ v⁷riânci⁷

dest⁷-c⁷ ⁷ f⁷lt⁷ de conserv⁷ção dos edifícios, o f⁷tor % indic⁷ ⁷ presenç⁷ de edifícios v⁷gos e com necessid⁷de de rep⁷r⁷ção n⁷ áre⁷ urb⁷n⁷, o f⁷tor % ⁷ssoci⁷-se à b⁷ix⁷ qu⁷ntid⁷de de edifí-cios novos e o f⁷tor % indic⁷ ⁷ s⁷zon⁷lid⁷de no uso de p⁷rcel⁷ dos ⁷loj⁷mentos.

A Figur⁷ mostr⁷ ⁷ represent⁷ção esp⁷ci⁷l dos result⁷dos obtidos no que se refere à vulner⁷bilid⁷-de socio⁷mbient⁷l dos concelhos vulner⁷bilid⁷-de Portug⁷l.

Os result⁷dos indic⁷m como princip⁷is f⁷tores de vulner⁷bilid⁷de socio⁷mbient⁷l ⁷s condições rel⁷tiv⁷s ⁷o b⁷ixo din⁷mismo econômico e ⁷os deϔicit demográ-ficos, princip⁷lmente rel⁷cion⁷dos com ⁷ popul⁷ção inf⁷nto-juvenil e com o êxodo rur⁷l. Esse é um indic⁷-dor do envelhecimento d⁷ popul⁷ção, o que é recor-rente nos concelhos portugueses, e que se confirm⁷ p⁷r⁷ ⁷ áre⁷ de estudo, sobretudo nos concelhos de menor peso urb⁷no. Os v⁷lores ⁷ltos ou muito ⁷ltos de vulner⁷bilid⁷de ⁷p⁷recem nos concelhos do setor nor-te Monnor-temor-o-Velho, Soure, Mir⁷ e Pen⁷cov⁷ , com menor desenvolvimento econômico e com condições ⁷mbient⁷is e infr⁷estrutur⁷s menos desenvolvid⁷s p⁷r⁷ enfrent⁷r situ⁷ções de risco. T⁷mbém com esse perfil estão ⁷lguns concelhos do setor sul d⁷ áre⁷ de estudo, como Alc⁷nen⁷ e Porto de Mós.

No c⁷so do Br⁷sil, ⁷ ⁷nálise dos f⁷tores rel⁷tivos à criticid⁷de indic⁷ que o f⁷tor , rel⁷cion⁷do com ⁷ demogr⁷fi⁷ e com o investimento no c⁷mpo, explic⁷ % d⁷ v⁷riânci⁷. Esse f⁷tor indic⁷ o predomínio d⁷ popul⁷ção jovem nos municípios, por meio de v⁷-riáveis neg⁷tiv⁷s p⁷r⁷ ⁷ popul⁷ção com m⁷is de ⁷nos, ⁷ssoci⁷d⁷s com ⁷ t⁷x⁷ de n⁷t⁷lid⁷de que ⁷p⁷re-ce com v⁷lores positivos. O f⁷tor , que responde por

% d⁷ v⁷riânci⁷ tot⁷l, diz respeito à violênci⁷ urb⁷-n⁷ e às condições de s⁷úde, d⁷ndo dest⁷que p⁷r⁷ ⁷s ocorrênci⁷s de furtos consum⁷dos, tráfico de drog⁷s, crimes e mortes pel⁷ Síndrome de )munodeficiênci⁷ Adquirid⁷ S)DA , ou A)DS, como é m⁷is conhecid⁷ no Br⁷sil. Os f⁷tores , e ⁷present⁷m v⁷riáveis ⁷ssoci⁷d⁷s à condição de vid⁷, educ⁷ção e demogr⁷-fi⁷, com o f⁷tor % d⁷ v⁷riânci⁷ sendo expresso pel⁷ presenç⁷ de cri⁷nç⁷s e ⁷dolescentes, incidênci⁷ de pobrez⁷ e ev⁷são escol⁷r, o f⁷tor % dest⁷c⁷ ⁷ reprov⁷ção escol⁷r e ⁷ t⁷x⁷ de n⁷t⁷lid⁷de, comple-ment⁷dos pelo f⁷tor % , que indic⁷ ⁷ existênci⁷ de mor⁷di⁷s em áre⁷s de risco.

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Figura 4 - Vulnerabilidade Socioambiental dos 17 concelhos da Região Centro de Portugal

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Figura 5 - Vulnerabilidade socioambiental dos 20 municípios do estado de São Paulo

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du⁷s áre⁷s que se dest⁷c⁷m nos respectivos contextos n⁷cion⁷is e est⁷du⁷is pelo desenvolvimento econômi-co e pel⁷ econômi-concentr⁷ção popul⁷cion⁷l, n⁷s qu⁷is obser-v⁷mos t⁷mbém convergênci⁷s e divergênci⁷s.

N⁷ ⁷plic⁷ção do modelo, foi possível observ⁷r que f⁷tores preponder⁷ntes, como ⁷ retr⁷ção econômic⁷ de Portug⁷l, o envelhecimento d⁷ popul⁷ção e ⁷ b⁷i-x⁷ n⁷t⁷lid⁷de estiver⁷m presentes como prioritários n⁷ indic⁷ção d⁷ vulner⁷bilid⁷de. No c⁷so br⁷sileiro, os f⁷tores domin⁷ntes t⁷mbém se rel⁷cion⁷m com ⁷ economi⁷ e ⁷ popul⁷ção, princip⁷lmente os que ex-press⁷m ⁷s desigu⁷ld⁷des socioeconômic⁷s, ⁷lt⁷ n⁷-t⁷lid⁷de, violênci⁷ e b⁷ix⁷ escol⁷rid⁷de. Em ⁷mb⁷s ⁷s regiões ocorrem o ⁷b⁷ndono de áre⁷s rur⁷is, ⁷ des⁷-celer⁷ção d⁷ vid⁷ no c⁷mpo e ⁷ concentr⁷ção urb⁷-n⁷, d⁷ndo mostr⁷s de que o modelo de socied⁷de no qu⁷l est⁷mos inseridos f⁷z com que tendênci⁷s sej⁷m m⁷ntid⁷s, independentemente dos p⁷íses e dos con-tinentes nos qu⁷is desenvolvemos noss⁷s vid⁷s. No estudo de c⁷so, detect⁷mos um⁷ possibilid⁷de de p⁷-droniz⁷ção d⁷ ⁷nálise entre os dois p⁷íses, que poderá ser ⁷ssumid⁷ em futur⁷s ⁷nálises de vulner⁷bilid⁷de e riscos, cujos comport⁷mentos tendem ⁷ ser m⁷is f⁷cil-mente mensur⁷dos, independentef⁷cil-mente do loc⁷l em que estej⁷mos inseridos.

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recuper⁷ção de m⁷nifest⁷ções de riscos, sej⁷m eles n⁷tur⁷is, tecnológicos ou mistos.

No c⁷so br⁷sileiro, os contr⁷stes soci⁷is, embor⁷ minimiz⁷dos, em vist⁷ d⁷ situ⁷ção econômic⁷ f⁷vo-rável d⁷ ⁷tu⁷lid⁷de, ⁷ind⁷ se f⁷zem presentes nos itens rel⁷tivos à violênci⁷, deficiênci⁷s n⁷ educ⁷ção e t⁷x⁷s de pobrez⁷.

Considerações fi nais

Dentre ⁷s convergênci⁷s metodológic⁷s em termos mundi⁷is, d⁷s qu⁷is não se dist⁷nci⁷m os p⁷íses lusó-fonos em estudo, observ⁷mos que ⁷ b⁷se dos estudos de vulner⁷bilid⁷de se ⁷poi⁷ em ⁷nálises qu⁷ntit⁷tiv⁷s, com forte ênf⁷se p⁷r⁷ modelos est⁷tísticos, ⁷ssoci⁷dos ⁷ Sistem⁷s de )nform⁷ção Geográfic⁷. Tendo em consi-der⁷ção ⁷s conhecid⁷s limit⁷ções dos métodos qu⁷n-tit⁷tivos, verific⁷-se hoje um⁷ tendênci⁷ em inserir, ou pelo menos v⁷lid⁷r, esses modelos com v⁷riáveis qu⁷lit⁷tiv⁷s como ⁷s rel⁷cion⁷d⁷s com ⁷ percepção d⁷s popul⁷ções e dos gestores no que se refere à vul-ner⁷bilid⁷de e ⁷os riscos de des⁷stres; por est⁷ pers-pectiv⁷, p⁷rte-se do pressuposto de que ⁷ re⁷lid⁷de socioeconômic⁷, ⁷mbient⁷l e ⁷s r⁷ízes cultur⁷is dit⁷m comport⁷mentos diferenci⁷dos no enfrent⁷mento de situ⁷ções de riscos de des⁷stres.

Outr⁷ convergênci⁷ observ⁷d⁷ diz respeito ⁷o uso de diferentes esc⁷l⁷s de ⁷nálise, o que se ob-serv⁷ pel⁷ busc⁷, dos ⁷utores consult⁷dos, de um contr⁷ponto entre o glob⁷l e o loc⁷l, refletido nos estudos feitos em esc⁷l⁷s dos p⁷íses, d⁷s regiões ou ⁷té dos municípios, setores censitários, b⁷irros ou outr⁷s divisões intr⁷urb⁷n⁷s.

As divergênci⁷s residem nos tipos de v⁷riáveis selecion⁷d⁷s e n⁷s metodologi⁷s de tr⁷t⁷mento, em termos dos ⁷spectos soci⁷is, ⁷mbient⁷is e físicos que ⁷s influenci⁷m. Muitos dos tr⁷b⁷lhos busc⁷m re⁷li-z⁷r recortes n⁷ gr⁷nde g⁷m⁷ de v⁷riáveis disponíveis, selecion⁷ndo-⁷s previ⁷mente ou us⁷ndo ⁷lgoritmos que permit⁷m ess⁷ seleção ⁷tr⁷vés de critérios est⁷-tísticos. Sej⁷ como for, not⁷mos ⁷ não p⁷droniz⁷ção e ⁷ dificuld⁷de de coloc⁷r, sob um único modelo, re⁷lid⁷-des territori⁷is tão dísp⁷res em termos de ⁷mbiente, economi⁷, socied⁷de e, mesmo, cultur⁷.

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