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Indicadores sócio-econômicos, demográficos e estado nutricional de crianças e adolescentes residentes em um assentamento rural do Rio de Janeiro.

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Academic year: 2017

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Indicadores sócio-econômicos, demográficos

e est ado nut ricional de crianças e adolescent es

resident es em um assent ament o rural do Rio

de Janeiro

So c io e c o no mic and d e mo g rap hic ind ic ato rs

and nutritio nal status o f c hild re n in a rural land

se ttle me nt in Rio d e Jane iro

1 In stitu to de Nu trição, Un iversid ad e Fed eral d o Rio d e Jan eiro. Av. Brigad eiro Trom p ow sk y s/n , Cen tro d e Ciên cias d a Saú d e, Bloco J, 2oan d ar, Cid ad e Un iversitária, Rio d e Jan eiro, RJ 21941-590, Brasil. gvveiga@gbl.com .br 2 Facu ldade de Nu trição, Un iversid ad e Fed eral Flu m in en se.

Ru a São Pau lo 30, 4oan d ar, Valon gu in h o, N iterói, RJ 24015-110, Brasil. bu rlan d y@u ol.com .br

Gloria Valeria d a Veiga 1 Lu cien e Bu rlan d y 2

Abst ract Th is stu d y evalu ated socioecon om ic in d icators an d n u trition al statu s in 201 ch ild ren an d ad olescen ts in a ru ral lan d settlem en t in São José d a Boa Morte, Rio d e Jan eiro. Nu trition al d eficit w as d efin ed as a valu e below -2 z score for th e referen ce m ed ian from th e Nation al Cen ter for Health Statistics (N CHS) for w eigh tforage ( W /A) an d statu reforage (S/A) for ch ild ren u n -d er five years of age an -d w eigh t-for-statu re ( W /S) an -d S/A for ch il-d ren from 5.0 to 9.9 years. For ad olescen ts, th e stu d y u sed cu t-off p oin ts at th e 5th p ercen tile (th in ) an d 85th p ercen tile (over-w eigh t) from th e d istribu tion of bod y m ass in d ex (BM I) in th e Braz ilian p op u lation . Accord in g t o t h e st u d y, 53.8% of t h e h ou seh old s h a d 4 t o 6 m em b ers, 34.5% h a d ru d im en t a ry cessp ools, 31.2% h a d n o ru n n in g w a t er, 11.0% h a d n o ba t h room , 58.2% bu rn ed or bu ried t h eir ga rba ge, a n d 13.6% of t h e m ot h ers w ere illit era t e. N o ca se of n u t rit ion a l d eficit w a s fou n d in t h e 0- 4.9 year age brack et, an d in th e 5-9.9 year brack et th ere w ere on e u n d erw eigh t an d th ree overw eigh t ch ild ren . Th e a u t h ors con clu d ed t h a t t h e low p rev a len ce of n u t rit ion a l d eficit s in t h e st u d y grou p , d esp it e t h e ex p osu re t o risk fa ct ors, m a y be rela t ed t o t h e p resen ce of p rot ect iv e fa ct ors lik e access to h ealth services, an d th at th ere w as an im p ortan t rate of overw eigh t am on g ad oles-cen ts (13.3%).

Key words Ru ral Settlem en ts; Nu trition Assessm en t; Ch ild Health

Resumo Avaliou -se in d icad ores sócio-econ ôm icos e p erfil n u tricion al d e 201 crian ças e ad olescen tes d o assen tam en to ru ral d e São José d a Boa Morte, Rio d e Jan eiro. Con sid erou se d éficit n u -tricion al valores abaixo d e -2 escore z d a m ed ian a d a referên cia Nation al Cen ter for Health Sta-tistics (NCH S)p ara os ín d ices p eso p ara id ad e (P/I) e estatu ra p ara id ad e (E/I) p ara os m en ores d e 5 an os e p eso p ara estatu ra (P/E) e E/I en tre 5,0 a 9,9 an os. Para os ad olescen tes u tilizou -se os cortes in feriores ao p ercen til 5 (m agreza) e su p eriores ao p ercen til 85 (sobrep eso) d a d istribu ição d e ín d ice d e m assa corp oral (IM C) d a p op u lação brasileira. En con trou -se: 53,8% d os d om icílios com 4 a 6 m orad ores, 34,5% com fossa ru d im en tar, 31,2% sem águ a can aliz ad a, 11,0% sem ba-n h eiro, 58,2% qu eim avam ou eba-n terravam o lixo e 13,6% d as m ães eram aba-n alfabetas. A faixa d e 0 a 4,9 a n os n ã o a p resen t ou n en h u m t ip o d e d éficit n u t ricion a l e en t re 5 a 9,9 a n os a p en a s u m ap resen tou baixo p eso e três sobrep eso. Con clu iu -se qu e a baixa p revalên cia d e d éficits n u tricion ais tricion o gru p o estu d ad o, ap esar d a exp osição a fatores d e risco, p od e relaciotricion arse com a p resetricion -ça d e fa t ores d e p rot eçã o com o o a cesso a serv iços d e sa ú d e e qu e o sobrep eso em a d olescen t es (13,3%) foi relevan te.

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Int rodução

O estad o n u tricion al d e crian ças é con sid erad o u m in stru m en to im p o rta n te n a a feriçã o d a s con d ições d e sa ú d e e d e vid a d e u m a p op u la -ção. A an álise d e três estu d os sob re a situ ação n u tricion al d a p op u lação b rasileira, realizad os em 1974-1975, 1989 e 1996, in d ica qu e crian ças p erten cen tes a o estra to ru ra l a p resen ta m si-tu ação n u tricion al m ais d esfavorável d o qu e as d e estra to u rb a n o, em d eco rrên cia d e p io res con d ições d e vid a. Ap esar d a qu ed a im p ortan t e n a p re va lê n cia d a d e sn u t riçã o in fa n t il o b -servad a en tre os três estu d os (Mon teiro, 1995, 1997a, 1997b ), esta red u ção se d eu d e form a d iferen ciad a n o território n acion al, in ten sifican -d o-se a s -d esigu a l-d a -d es en tre a s regiões b ra si-leira s (Su l e Su d este versu sNorte e Nord este), en tre n íveis sócio-econ ôm icos (p ob res e ricos) e en tre estratos u rb an o e ru ral. Em 1989, o con -traste u rb an o-ru ral era d e b em m en or m agn i-tu d e d o q u e o region al. Em 1996, ob servou -se u m a m elh oria d o d iferen cial region al e agrava-m en to d o u rb an o-ru ral.

Mu it o p o u co se co n h e ce q u a n t o à s á re a s d e assen tam en to ru ral, d efin id o p elo In stitu to Na cio n a l d e Co lo n iza çã o e Re fo rm a Agrá ria (INCRA, 1996), co m o u m a u n id a d e e m p re sa -ria l a sso cia tiva , d e b a se fa m ilia r, a u tô n o m a e gerid a p elo s tra b a lh a d o res, q u e visa o d esen -volvim en to econ ôm ico e social d o con ju n to d e assen tad os. Su p ostam en te eles ap resen tariam características esp eciais q u e os d iferen ciariam d e ou tros gru p os sociais.

Os gru p o s p o p u la cio n a is resid en tes em áreas d e acam p am en tos, ocu p ações e assen ta-m en tos vêta-m crescen d o, esp ecialta-m en te n a ú lti-m a d éca d a (Ma fio letti, 1997). Elti-m 1996, h a via 1.123 assen tam en tos n o p aís, com 139.223 fa-m ílias efa-m 7.253.594 h ectares (Cofa-m issão Pasto-ra l d a TerPasto-ra , 1996). On d e os a ssen ta m en tos se im p la n ta ra m , gera ra m ren d a s m a io res p a ra seu s b en eficiá rios d o q u e a q u ela s gera d a s em a tivid a d es eq u iva len tes, em o u tra s fo rm a s d e exp lo ra çã o d a m esm a á rea (Gu a n ziro li, 1994; Mafioletti, 1997). As fam ílias assen tad as p are-cem estar, n o m ín im o, con segu in d o a sob revi-vên cia física em n íveis m ais elevad os d o qu e os m argin alizad os u rb an os (Pau lilo, 1994). Tod a-via, esta situ ação n ão é u n iform e p ara tod os os assen tam en tos n o p aís, já q u e se ob serva u m a gran d e variab ilid ad e n as con d ições sócioecon ôm icas esócioecon tre eles e esócioecon tre as fam ílias resid esócioecon -tes em u m m esm o assen tam en to, d ep en d en d o d a região on d e se localiza (Gu an ziroli, 1994).

O a ssen ta m en to d e Sã o Jo sé d a Bo a Mo rte fica localizad o n o Mu n icíp io d e Cach oeiras d e Macacu , n o Estad o d o Rio d e Jan eiro. Su a esp

ecificid a d e referese a o fa to d e q u e a d esa p ro -p riação d a área, feita -p elo govern o fed eral em 1964, fo i revertid a e so m en te em 1981, p o r p ressão d os trab alh ad ores, a área foi n ovam en -te d esap rop riad a. Atu alm en -te, o assen tam en to é su b d ivid o em oito gleb as, com , ap roxim ad a-m en te, 359 faa-m ílias assen tad as, con stitu in d o o m a io r d o Esta d o d o Rio d e Ja n eiro (Sa rto ra to, 1996).

O lo n go p ro cesso d a lu ta p ela terra , a sin -gu lar relação d estes p equ en os p rod u tores com o Estad o, o in ed itism o d a exp eriên cia, a origem d estes h om en s qu e p assaram d o cam p o p ara a cid a d e, reto rn a n d o a o ca m p o co m rela çõ es co m a terra d iferen tes d a s d e seu s a n tep a ssa -d os, faz com qu e esta p op u lação ap resen te ca-ra cterística s m u ito esp ecia is q u e a d iferen cia d o s d em a is gru p o s so cia is, a té m esm o d e p e-q u en os agricu ltores vizin h os, o e-q u e m otiva os p esq u isad ores a estu d ar os assen tam en tos p or d iferen tes ân gu los (Palm eira, 1994).

Da d a a esca ssez d e d a d o s so b re a s co n d içõ es d e vid a e sa ú d e d o s a ssen ta d o s, p a rticu larm en te n a região d o Rio d e Jan eiro, realizou -se o p re-sen te estu d o qu e teve p or ob jetivo d es-crever algu m as características sócio-econ ôm i-ca s, d em o grá fii-ca s e d e sa ú d e d a s fa m ília s e avaliar o estad o n u tricion al d as crian ças e ad o-lescen tes filh o s d e a gricu lto res resid en tes n a área d e assen tam en to ru ral d e São José d a Boa Morte, Rio d e Jan eiro.

M et odologia

A inserção do projet o numa pesquisa mult idisciplinar

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icio-n al d e 10% p ara su b stitu ições, p erfazeicio-n d o u m total d e 200 u n id ad es selecion ad as. Com b ase n este levan tam en to, foi con stru íd o u m cad as-tro b á sico d os resid en tes d e ca d a lote d o q u a l foi gerad a a casu ística trab alh ad a n este estu d o.

Casuíst ica

Fo i co m p o sta d e 273 cria n ça s, co n sistin d o o total d elas n a faixa etária d e 0 a 17,9 an os, resi-d en tes n as u n iresi-d aresi-d es resi-d om iciliares q u e fizeram p a rte d o p ro jeto in icia l, p a ra a s q u a is fo ra m a n a lisa d a s ca ra cterística s só cio -eco n ô m ica s, d em o grá fica s e d e sa ú d e d e su a s fa m ília s. A avaliação n u tricion al foi feita em 201 crian ças, visto q u e cin q ü en ta n ã o fo ra m en co n tra d a s p o r o ca siã o d o reto rn o a o a ssen ta m en to p a ra a va lia çã o n u tricio n a l, a p ó s três ten ta tiva s d e lo ca liza çã o, d o is n ã o q u isera m p a rticip a r d o estu d o, 18 ad olescen tes já h aviam u ltrap assa-d o o lim ite assa-d e iassa-d aassa-d e p ré assa-d efin iassa-d o, u m a aassa-d oles-cen te estava grávid a e u m era d eficien te físico, totalizan d o p erd a d e 26,4%.

Caract erização sócio-econômica, demográfica e de saúde das famílias

A p artir d os d ad os coletad os n a p rim eira etap a d o p ro jeto, rea liza d a n o p erío d o d e 7 a 11 d e o u tu b ro d e 1996, fo ra m o b tid a s in fo rm a çõ es p a ra ca d a u n id a d e d o m icilia r, referen tes a : p ercen tu al d e m u lh eres ch efes d e fam ília; n ível d e escolarid ad e d as m ães (segu n d o an os d e es-tu d o); u tilização d e serviços d e saú d e; n ú m ero d e m o ra d o res e co n d içõ es d e sa n ea m en to d o d om icílio (tip o d e escoad ou ro d o esgoto, p resen ça o u n ã o d e ca n a liza çã o d a á gu a , tra ta -m en to d ad o à águ a, existên cia ou n ão d e san i-tá rio e d estin o d a d o a o lixo ). Pa ra a s cria n ça s m en ores d e cin co an os foram tam b ém an alisa-d os, a p artir alisa-d e en trevistas com as m ães: p eso a o n a scer, tem p o d e a leita m en to m a tern o, con d ições d e vacin ação e freq ü ên cia d e d oen -ças in fecto-p arasitárias, d ad a su a com p rovad a rela çã o co m o esta d o n u tricio n a l d e cria n ça s (Mo n teiro & Iu n es, 1993; So u za , 1992; Victo ra et al., 1988). Na an álise d as freq ü ên cias d estas va riá veis, q u a n d o era p erm itid a m a is d e u m a resp osta , os p ercen tu a is fora m ca lcu la d os so-b re o to ta l d e resp o sta s e n ã o so so-b re o n ú m ero d e crian ças, sen d o in clu íd a, em cad a an álise, a categoria “sem resp osta”.

Avaliação nut ricional

Da d o s so b re o esta d o n u tricio n a l fo ra m co le-t a d o s en le-tre o u le-tu b ro d e 1997 a d ezem b ro d e 1998, p elo s p esq u isa d o res a u to res e d o is b o

l-sistas d e In iciação Cien tífica d o Con selh o Na-cion al d e Desen volvim en to Cien tífico e Tecn o-ló gico (CNPq ), a p ó s p ro cessa m en to e a n á lise d o b an co d e d ad os origin al q u e p erm itiu loca-liza r a s fa m ília s q u e tin h a m cria n ça s n a fa ixa e t á ria d o e st u d o. As d ificu ld a d e s d e lo co m o çã o d en tro d o a ssen ta m en to e d e a cesso e lo -calização d os d om icílios, b em com o a falta d e in fra -estru tu ra p a ra p erm a n ên cia em ca m p o, fizera m com q u e os p esq u isa d ores visita ssem o Assen tam en to localizad o a u m a d istân cia d e, ap roxim ad am en te, 80km d a cid ad e d e Niterói on de residiam (in do e voltan do n o m esm o d ia), p o r vá rio s d ia s e m eses, visto q u e a ca d a visit a só era p o ssível a va lia r cerca d e 5 a 8 cria n -ças, o qu e exp lica o lon go p eríod o d e coleta d e d ad os.

A a va lia çã o n u tricio n a l fo i feita co m b a se n as m ed id as an trop om étricas d e p eso e estatu -ra , co n fo rm e m eto d o lo gia d e Lo h m a n et a l. (1988), com plem en tadas com avaliação de com -p o siçã o co r-p o ra l e m a tu ra çã o sexu a l -p a ra o s a d olescen tes, q u e serã o a p resen ta d os em p u -b licação p osterior. Utilizou -se -b alan ça d e p la-taform a eletrôn ica, com variação d e 200g, p ara as crian ças m aiores d e d ois an os e b alan ça ele-trôn ica p ed iátrica, com variação d e 10g p ara as m en o res d e d o is a n o s. A esta tu ra (m a io res d e d o is a n o s) fo i o b tid a co m u m a fita m étrica fi-xad a em régu a d e m ad eira, em p ared e sem ro-d a p é e o a u xílio ro-d e u m esq u a ro-d ro ro-d e m a ro-d eira , esta n d o a cria n ça em p o siçã o o rto stá tica (em p é, co m o s ca lca n h a res u n id o s e em a p n éia resp iratória). O com p rim en to (m en ores d e d ois an os) foi ob tid o com u m an trop ôm etro d e m a-deira (in fan tôm etro), estan do as crian ças deita-d as. Os deita-d ois in stru m en tos ap resen taram varia-ção d e 0,1cm e as m ed id as foram tom ad as d u as vezes, tiran d o-se a m éd ia d as d u as m ed id as.

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refe-ren cia l N ation al Cen ter for Health Statistic– NCHS (OMS, 1983) p ara d esign ar d éficits p ôn d eroesta tu ra is e > 2 d esviosp a d rã o p a ra d e -sign a r so b rep eso. Pa ra o s a d o lescen tes (igu al ou acim a d e 10 an os, segu n d o OMS, 1977) além d e E/ I u tilizo u -se o ín d ice d e m a ssa co rp o ra l (IMC = Peso em kg/ Estatu ra2em m ) sen do con

-sid erad os com b aixo p eso e com sob rep eso os qu e ap resen taram valores d e IMC in feriores ao p ercen til 5 e su p eriores ao p ercen til 85, resp ec-tivam en te (WHO, 1995), em relação à cu rva d e p ercen tis d e u m a a m o stra p ro b a b ilística d e crian ças e ad olescen tes b rasileiros, d istrib u íd a p o r gên ero e fa ixa etá ria , co m b a se em d a d o s d a Pesqu isa Nacion al sob re Saú d e e Nu trição – PNSN, realizad a em 1989 (An jos et al., 1998). A escolh a d e u m a cu rva d e p ercen tis d e IMC n a-cio n a l se d eu p ela p ró p ria reco m en d a çã o d a WHO (1995) d e qu e a referên cia am erican a p a-ra va lo res d e IMC d eve ser u sa d a co m ca u tela em virtu d e d a elevad a p revalên cia d e ob esid a-d e n aq u ela p op u lação. A an álise a-d os a-d aa-d os foi feita p elo p rogram a Ep i In fo, versão 6.0 (Dean et al. 1994), sen d o ap resen tad as as freqü ên cias d e estad o n u tricion al p or faixa etária.

Result ados

Foram en con trad as 273 crian ças n a faixa etária d e estu d o, 51,3% d o gên ero fem in in o e 48,7% d o m a scu lin o, esta n d o 19,0%, 26,4% e 54,6% n a s fa ixa s etá ria s d e 0 a 4,9, 5 a 9,9 e 10 a 17,9 an os, resp ectivam en te. Verificou -se qu e: 53,8% d os d om icílios tin h am 4 a 6 m orad ores e 28,2% 7 a 9. Ap en as 2,9% d as fam ílias eram ch efiad as p or m u lh eres; 13,6% d as m ães eram an alfab e-ta s, 6,2% sa b ia m a p en a s escrever o n o m e e 42,1% tin ham de 1 a 3 an os de estudo (Tabela 1).

Qu a n to à s co n d içõ es d e sa n ea m en to d o s d o m icílio s, verifico u -se q u e 34,5% esco a va m esgo to a tra vés d e fo ssa ru d im en ta r, 31,2% e 11,0% n ão tin h am águ a can alizad a e b an h eiro, resp ectivam en te; em 58,2% o lixo era q u eim a-d o o u en terra a-d o n o lo te, em 19,7% era jo ga a-d o em terren o b a ld io e em 39,6% a á gu a in gerid a n ão era filtrad a (Tab ela 2).

Qu an to ao acesso d os m orad ores aos serviços p ú b licos d e saú d e, 26,6% referiram au sên -cia d e casos d e d oen ça n os ú ltim os três m eses e 47,8% referira m a lgu m tip o d e a ten d im en to m éd ico, seja em p o sto d e sa ú d e o u em h o sp i-tal, e ap en as 8,3% u tilizaram algu m tip o d e re-cu rso caseiro (Tab ela 3).

En tre as crian ças avaliad as q u an to ao esta-d o n u tricion al: 54,2% eram esta-d o gên ero fem in i-n o e 45,8 % d o m ascu lii-n o, estai-n d o 32 (15,9%), 64 (31,9%) e 105 (52,2 %) n as faixas etárias d e 0

a 4,9, 5 a 9,9 e 10 a 17,9 an os, resp ectivam en te, n o m om en to d a avaliação an trop om étrica (Ta-b ela 4). Oito crian ças (4,0%) ap resen taram d éficit estatu ral, sen d o q u e sete eram ad olescen -tes, corresp on d en d o a 6,7% d o total d e ad oles-cen tes. A p reva lên cia d e so b rep eso (7,9%) fo i m aior d o q u e d e b aixo p eso (2,9%) p ara o total d e crian ças avaliad as, sen d o q u e, en tre as m e-n ores de cie-n co ae-n os, e-n ee-n hum a destas alterações foi en con trad a. A m aior p rop orção d e sob rep e-so fo i en co n tra d a n o s a d o lescen tes (13,3%), sen d o m a io r n a s m en in a s (14,5%) d o q u e n o s m en in os (11,6%).

A an álise d os in d icad ores d e saú d e, esp ecí-ficos p a ra a s cria n ça s m en ores d e cin co a n os, m ostra qu e 78,3% n asceram com p eso ad equ a-d o (su p erior a 2.500g); 82,6% receb eram a vaci-n a çã o tríp lice, 95,6% a BCG e 95,6% a Sa b ivaci-n . Qu a n to à m o rb id a d e n o s ú ltim o s três m eses, 87,0% d as m ães referiram a ocorrên cia d e grip e n as crian ças, 52,2% d e feb re, 39,1% d e d iarréia e 13,0% d e d o en ça s d o p u lm ã o. Nesta s situ a -çõ es d e d o en ça s, 69,5% d a s m ã es rela ta ra m a p ro cu ra d e ser viço s d e sa ú d e e 39,1% u tiliza -ram algu m tip o d e cu id ad o caseiro.

Discussão

Um a a n á lise p relim in a r d a s co n d içõ es só cio -eco n ô m ica s, d em o grá fica s e d e sa ú d e d essa s fam ílias con figu ra u m con texto d e vu ln erab ili-d aili-d e social, visto q u e u m con tin gen te exp res-sivo vive em d om icílios com 7 a 9 m orad ores e têm m ã es a n a lfa b eta s o u co m b a ixo n ível d e escolarid ad e. Esse q u ad ro con stitu i, n u m p ri-m eiro p lan o an alítico, u ri-m alerta eri-m terri-m os d e risco n u tricion al, con sid eran d o q u e ou tros es-tu d os já associaram u m risco m aior à d esn u tri-ção a crian ças cu jas m ães têm baixa escolaridad e ou qu e resiescolaridad em em escolaridad om icílios com alta con -cen tração de m oradores (Ward & Alm eida, 1977 ap u dSou za, 1992). A p recaried ad e d as con d i-ções d e san eam en to, p or su a vez, p oten cializa os riscos d e d oen ças in fecto-p arasitárias.

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es-tu d o s n a cio n a is o n d e o s d éficits d e esta es-tu ra , em crian ças m en ores d e cin co an os p erten cen -te s a o e stra to ru ra l, fo ra m d e 22,7% (1989) e 19% (1996) (Mon teiro, 1997a).

Com p aran d o os valores d o p resen te estu d o co m o p erfil n u tricio n a l d e cria n ça s d e 7 a 10 an os, avaliad as p ela Pesqu isa sob re Pad rões d e Vid a (PPV) rea liza d a p ela Fu n d a çã o In stitu to Brasileiro d e Geografia e Estatística (IBGE) n as regiõ es Su d este e No rd este en tre m a rço d e 1996 e m arço d e 1997, d estaca-se ain d a m ais a p ecu liarid ad e d a situ ação en con trad a em São José d a Boa Morte. Do total d e crian ças avalia-d as p ela PPV, 13,2% ap resen tavam avalia-d esn u trição p or d éficit d e estatu ra, com m aior p revalên cia n o Nord este ru ral (22,0%) e m en or n o Su d este ru ra l (8,5%) (Bu rla n d y & An jo s, 1999). Co m o en tã o exp lica r o p erfil tã o d istin to e fa vo rá vel d a s cria n ça s resid en tes n o a ssen ta m en to d e São José d a Boa Morte?

Cab e, in icialm en te, d estacar q u e os m en o-res p ercen tu a is d e d éficit esta tu ra l, co n fo rm e in d ica a PPV, fo ra m en co n tra d o s n o Su d este ru ral o q u e d iferen cia, em algu m asp ecto, esta regiã o. Po r o u tro la d o, a s in fo rm a çõ es so b re acesso d os m orad ores d o assen tam en to d e São Jo sé d a Bo a Mo rte a o s ser viço s p ú b lico s d e saú d e su gerem qu e, p ossivelm en te, a assistên -cia à saú d e con trib u a p ara con trab alan çar esse p ro cesso já q u e, q u a se a m eta d e d a s fa m ília s co m cria n ça s e a d o lescen tes referira m a lgu m tip o d e aten d im en to m éd ico, em p osto d e saú -d e ou h osp ital em caso -d e -d oen ça n os ú ltim os três m eses. Esp ecifica m en te p a ra a s cria n ça s m en ores d e cin co an os este con tin gen te foi d e, ap roxim ad am en te, 2/ 3. Os d ad os d e vacin ação tam b ém in d icam u m acesso p ositivo aos servi-ço s, co n sid era n d o q u e a gra n d e m a io ria d a s crian ças já h avia receb id o a vacin ação tríp lice, BCG e Sab in . Ap esar d a p recaried ad e d e d isp o-n ib ilid a d e d e p ro fissio o-n a is o-n o ú o-n ico p o sto d e sa ú d e d o a ssen ta m en to, segu n d o rela to d o s m o ra d o res, a p roxim id a d e co m cen tro s u rb a -n os am p lia as ch a-n ces d e acesso a serviços d e saú d e.

Ain d a p ara as crian ças d e 0 a 5 an os, ou tros in d icad ores revelam con d ição favorável: o ele-va d o p ercen tu a l d e p eso a d eq u a d o a o n a scer (78,3%), d e aleitam en to m atern o exclu sivo até os três p rim eiros m eses (69,5%) e d e d esm am e p o sterio r a o p rim eiro a n o d e id a d e (43%). Os d a d o s d o estu d o n a cio n a l rea liza d o em 1996, in d icaram qu e ap roxim ad am en te, 60% d as cri-an ças m en ores d e d ois m eses se alim en tavam exclu sivam en te d e leite m atern o (MS, 1996).

Em o u tro p la n o d eve-se co n sid era r q u e, ap esar d o qu ad ro p recário d e acesso a serviços d e san eam en to geral, a com p aração d as con d

i-ções d este assen tam en to com os d em ais situ a-d os n o Estaa-d o a-d o Rio a-d e Jan eiro in a-d ica u m ce-n ário favorável, p rovavelm ece-n te p elo fato d e ser u m d o s m a is a n tigo s d o esta d o. Essa situ a çã o p ositiva se in ten sifica se con sid erarm os qu e as con d ições gerais d os assen tam en tos d o Estad o d o Rio d e Jan eiro são m ais favoráveis qu e a m é-d ia n acion al p elo sign ificativo grau é-d e u rb an i-za çã o e, p rin cip a lm en te, p o r su a lo ca lii-za çã o geográfica p róxim a a cen tros u rb an os. O cen so dos assen tam en tos rurais, realizado p elo INCRA en tre n ovem b ro d e 1996 e fevereiro d e 1997, in -d ica q u e os assen tam en tos -d este esta-d o ap re-sen tam , em m éd ia, 76,0% d as casas em alven a-ria, 57,8% d e águ a can alizad a, 64,5% d e d om i-cílios com fossa , 72,9% com cistern a s e 57,8% com b an h eiros (Med eiros, 1999).

A p roxim id a d e co m cen tro s u rb a n o s p o d e favorecer o acesso a b en s e serviços com o, p or exem p lo, lu z elétrica (q u e n o caso d o assen ta-m en to estu d a d o in existe a p en a s eta-m u ta-m a gleb a), escolas (três situ ad as n o in terior d o assen -ta m en to) e p ostos d e sa ú d e, com o já referid o. Alia-se a isso o lon go p rocesso d e con solid ação d estas fam ílias n o local.

Tab e la 1

Distrib uiç ão d e c rianç as e ad o le sc e nte s mo rad o re s no asse ntame nto rural d e

São Jo sé d a Bo a Mo rte – Rio d e Jane iro . Se g und o ind ic ad o re s só c io -e c o nô mic o s

e d e mo g ráfic o s d e suas famílias, 1996.

Indicadores sócio-econômicos n %

N úmero de moradores no domicílio

01-03 9 3,3

04-06 147 53,8

07-09 77 28,2

> 09 40 14,7

Tot al 273 100,0

M ãe chefe de família

Sim 8 2,9

Não 253 92,7

Se m re sp o sta 12 4,4

Tot al 273 100,0

Escolaridade das mães

Analfab e to 37 13,6

Sab e e sc re ve r o no me 17 6,2

01 a 03 ano s d e e stud o 115 42,1

04 a 07 ano s d e e stud o 74 27,1

08 a 10 ano s d e e stud o 4 1,5

> d e 10 ano s d e e stud o 0 0,0

Se m re sp o sta 26 9,5

(6)

Desta form a, se p or u m lad o os in d icad ores só cio e co n ô m ico s a p o n t a m p a ra u m a sit u a -ção d esfavorável, os in d icad ores d e saú d e e d e acesso a serviços d e assistên cia à saú d e cam i-n h am i-n a coi-n tram ão d esta tei-n d êi-n cia, p od ei-n d o rep ercu tir p ositivam en te n o p erfil n u tricion al d as crian ças avaliad as. Sem d ú vid a a localiza-ção d o assen tam en to favorece a u tilizalocaliza-ção d es-ses serviços, crian d o u m a certa p ecu liarid ad e em relação a ou tras áreas.

Algu n s p rob lem a s m etod ológicos d o estu -d o p o -d eria m ta m b ém ser a p o n ta -d o s co m o p o ssib ilid a d es p a ra exp lica r a su p o sta in co e-rên cia en tre o s resu lta d o s o b tid o s, referen tes a o s in d ica d o res só cio -eco n ô m ico s e a b a ixa p revalên cia d e d éficits n u tricion ais en con tra-d a . Ta is p ro b lem a s se referem à tra-d efa sa gem tem p oral en tre o p eríodo de coleta de dados só-cio-econ ôm icos e a avaliação an trop om étrica, o lon go p eríod o p ara esta avaliação e as p erd as em d eco rrên cia d a n ã o lo ca liza çã o d a s cria n -ças n o m om en to d a avaliação. Qu an to à d efasagem tem p oral é p rovável qu e n ão ten h a com -p rom etid o a an álise, u m a vez qu e o estu d o n ão se p rop õe a estab elecer relações cau sais en tre os d iferen tes fatores, m as su gere p ossíveis ex-p licações ex-p ara o ex-p erfil n u tricion al en con trad o, a p artir d e d iferen tes in form ações d isp on íveis sob re a p op u la çã o estu d a d a , p a rticu la rm en te sócio-econ ôm icas e d em ográficas, qu e são in é-d itas. Por ou tro laé-d o, a oferta é-d e serviços p ú b li-cos com o san eam en to, águ a p otável, coleta d e lixo e aten ção à saú d e, n ão sofreu q u alq u er al-tera çã o d u ra n te o s d o is a n o s em q u e o s p es-qu isad ores acom p an h aram , sem an alm en te, as co n d içõ es gera is d e vid a n o a ssen ta m en to. Qu a n to a o n ú m ero sign ifica tivo d e cria n ça s q u e n ão foram en con trad as p or ocasião d a cleta d e in form ações an trop om étricas, isto p o-d e ser exp licao-d o p ela exp ressiva m ob ilio-d ao-d e esp acial d as fam ílias resid en tes n o assen tam en -to. Este fa to se a cen tu a n o p erío d o d a a d o les-cên cia d evid o à b u sca d e n ovas op ortu n id ad es d e estu d o ou trab alh o fora d o assen tam en to, o qu e exp lica qu e en tre as 72 p essoas n ão avalia-das an tropom etricam en te, a m aior parte (69,0%) era m a d o lescen tes. É im p o rta n te a n a lisa r se existiram d iferen ças en tre os avaliad os e os n ão a va lia d o s, q u a n to a o s fa to res d e risco p a ra o esta d o n u tricio n a l, q u e p u d essem in terferir n as p revalên cias en con trad as. Com p aran d o as características d os d ois gru p os (avaliad os e n ão avaliad os an trop om etricam en te) com b ase n os d a d os coleta d os n a p rim eira eta p a d o estu d o, n ão foram verificad as d iscrep ân cias qu an to ao n ú m ero d e m o ra d o res n o d o m icílio (53,2% e 55,5% com 4 a 6 m orad ores), qu an to a fam ílias ch efiad as p or m u lh eres (2,5 e 4,2%), qu an to ao Tab e la 2

Distrib uiç ão d as c rianç as e ad o le sc e nte s mo rad o re s no asse ntame nto rural d e

São Jo sé d a Bo a Mo rte – Rio d e Jane iro . Se g und o a c o b e rtura d e se rviç o s d e

sane ame nto , 1996.

Condições de saneament o n %

Tipo de escoadouro

Fo ssa sé p tic a não lig ad a à re d e c o le to ra 54 19,0

Fo ssa rud ime ntar 98 34,5

Vala 28 9,9

Dire to p ara o rio 28 9,9

O utra fo rma 21 7,3

Se m re sp o sta 55 19,4

Tot al 284* 100,0

Canalização da água

Do mic ílio c o m ág ua c analizad a 153 56,0

Do mic ílio se m ág ua c analizad a 85 31,2

Se m re sp o sta 35 12,8

Tot al 273 100,0

Tipo de sanit ário

Sanitário no d o mic ílio 23 8,4

Sanitário no lo te 185 67,8

Ausê nc ia d e sanitário 30 11,0

Se m re sp o sta 35 12,8

Tot al 273 100,0

Dest ino dado ao lixo

Co le tad o d ire tame nte –

Co le tad o ind ire tame nte –

Q ue imad o o u e nte rrad o no lo te 181 58,2

Jo g ad o e m te rre no b ald io 61 19,7

Jo g ad o e m rio o u lag o 6 1,9

O utro 28 9,0

Se m re sp o sta 35 11,2

Tot al 311* 100,0

Trat ament o dado à água

Filtra a ág ua 124 45,4

Não filtra a ág ua 108 39,6

Se m re sp o sta 41 15,0

Tot al 273 100,0

(7)

n ú m ero d e m ã es a n a lfa b eta s (13,9 e 12,5%), q u an to aos d om icílios q u e escoavam o esgoto em fo ssa ru d im en ta r (32,8 e 39,2%) o u va la (10,0 e 9,5%), q u e n ão tin h am águ a can alizad a (31,3 e 30,5%) ou ban heiro (10,9 e 11,1%), qu an -to à p rop orção qu e qu eim ava ou en terrava o li-xo e/ ou jogava em terren o b ald io (78,3 e 76,4%) e q u a n to a o a cesso a a ten d im en to s m éd ico s em caso d e d oen ça (49,1 e 42,4%). Em relação à d istrib u ição p or sexo verificou -se, en tre os qu e n ão foram avaliad os, u m a m aior p rop orção d e m en in os (45,8 e 56,9%) e m aior m éd ia d e id ad e (9,2 ± 4,4 e 11,8 ± 5,3). Um p ossível viés d ecor-ren te d a red u ção d a am ostra in icial, seria a re-d u ção re-d o gru p o p op u lacion al com ire-d are-d e in fe-rior a d ois an os, visto q u e m u itos já teriam u ltra p a ssa d o esta id a d e n o m o m en to d a a va lia -çã o a n tro p o m étrica . Um a vez q u e tra ta -se d e u m a fa ixa d e vu ln era b ilid a d e a d esn u triçã o, é p ossível su p or q u e a n ão id en tificação d e d éficit p o n d era is, o u ep isó d io s a gu d o s d e d esn u -trição, estivesse correlacion ad a a estas p erd as. No en ta n to, este fa to p a rece n ã o m o d ifica r a s co n clu sõ es m a is gera is d o estu d o, p a rticu la r-m en te n o q u e se refere à a u sên cia d e d éficits estatu rais q u e p u d esse refletir u m com p rom e-tim en to n u tricion al d e lon go p razo. Dessa for-m a, ain d a q u e as crian ças p u d essefor-m ter ap re-sen tad o com p rom etim en to p on d eral ou ep isó-d io s a gu isó-d o s isó-d e isó-d esn u triçã o n a fa ixa isó-d e 0 a 2 a n o s, o s p o ssíveis fa to res d e risco n ã o se p erp etu a ra m a erp o n to d e o ca sio n a r u m co m erp ro -m eti-m en to estatu ral d e lon go p razo. Alé-m d is-so, estu d os d e âm b ito n acion al vêm in d ican d o d eclín io d e d esn u triçã o em cria n ça s n a fa ixa etária d e 0 a 5 an os (Mon teiro, 1997a) estan d o em con son ân cia com os d ad os en con trad os.

Os resu ltad os d este estu d o reforçam q u e o a cesso à terra e o s b en efício s o riu n d o s d a re-form a agrária, in terferem d e re-form a su b stan cial n a q u a lid a d e d e vid a d a s fa m ília s e d e su a s crian ças. Maffioletti (1997) ao estu d ar áreas d e reform a agrária d o estad o d o Paran á, verificou q u e a p reva lên cia d e d esn u triçã o crô n ica em crian ças m en ores d e cin co an os, filh os d e trab alh ad ores ru rais resid en tes em acam p am en -tos (sem acesso ao u so d a terra p ara p lan tio) e em á rea s d e o cu p a çã o (a in d a n ã o a ssen ta d o s p elo INCRA), fo i sign ifica tiva m en te su p erio r (17,9% e 20,8%, resp ectivam en te) à ob servad a em crian ças resid en tes em assen tam en tos, se-jam in dividu ais (12,3%), sese-jam coletivos (7,2%), sen d o estes valores b em in feriores aos en con -trad os em áreas ru rais em estu d os n acion ais.

Por fim , d estaca-se ain d a n este estu d o q u e a alteração n u tricion al d e m aior relevân cia foi o so b rep eso (7,9%), p a rticu la rm en te en tre o s ad olescen tes (13,3%), sem elh an te ao ob

serva-d o n a PPV (9,6%) (Bu rlan serva-d y & An jos, 1999). Isto vem d e en con tro às m u d an ças n o p erfil n u tri-cion al, observadas n a p op u lação brasileira, qu e a p o n ta m p a ra o a u m en to n a p reva lên cia d e ob esid ad e e ou tras d oen ças crôn ico d egen era-tiva s a ela a sso cia d a s n a vid a a d u lta , sen d o a ad olescên cia u m a fase crítica p ara esta tran siçã o (Mo n teiro, 1995). Dia n te d a s p ecu lia rid a -d es -d a a va lia çã o n u tricio n a l -d e a -d o lescen tes, que exigem in form ações sobre com p osição cor-p oral e d ad os d e m atu ração sexu al, esta an áli-se áli-será ap rofu n d ad a em p u b licação p osterior.

Tab e la 4

Pre valê nc ia d e d é fic it e statural, d é fic it p o nd e ral e so b re p e so e m c rianç as

e ad o le sc e nte s d o asse ntame nto rural d e São Jo sé d a Bo a Mo rte – Rio d e Jane iro ,

p o r faixa e tária, 1997/ 1998.

Faixa Et ária Déficit est at ural Déficit ponderal Sobrepeso

(em anos) n % n % n %

0-4,9 (n = 32) 0 0,0 0 0,0 0 0,0

5,0-9,9 (n = 64) 1 1,6 1 1,5 2 3,1

10,0-17,9 (n = 105) 7 6,7 5 4,8 14 13,3

Tot al(n = 201) 8 4,0 6 2,9 16 7,9 Tab e la 3

Distrib uiç ão d as c rianç as e ad o le sc e nte s mo rad o re s no asse ntame nto rural

d e São Jo sé d a Bo a Mo rte – Rio d e Jane iro , se g und o o p ro c e d ime nto e m c aso

d e d o e nç a na família, 1996.

Procediment o n %

Po sto d e saúd e / ag e nte d e saúd e 21 6,6

Po sto d e saúd e / mé d ic o 55 17,0

Mé d ic o fo ra d o asse ntame nto 44 13,6

Ho sp ital 34 10,6

Curand e iro 0 0,0

Trato u e m c asa 27 8,3

O utro 21 6,5

Ning ué m fic o u d o e nte 86 26,6

Se m re sp o sta 35 10,8

Tot al 323* 100,0

(8)

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Referências

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