• Nenhum resultado encontrado

Correção cirúrgica da persistência do canal arterial em crianças de baixo peso e neonatos.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Correção cirúrgica da persistência do canal arterial em crianças de baixo peso e neonatos."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

RevBr •• CIrC~r<1iO" . . ~1_ 11{l): 16a-H

Correção cirúrgica da persistência do

canal arterial em crianças de baixo

peso e neonatos

Ciro Denevitz de Castro HERDY*, Fued Michel ABíLlO*, Nelson VIEIRA*, Sérgio Blanes BRANCAGLlON*, Leonardo Silveira de CASTRO*, Júlio César Peclatde OLlVEIRA*,

CarlOS Alberto M. PINTO*, João B. THOMAZ*, Sérgio L. de AZEVEDO*

1 RBCCV44205·3Q6 1 HardyC o C.AbllloF '-A. VlelraN. Brancagllon B. Castro L S.OlivelraJ C p. PintoCA M. TllomazJ B. Azevedo SL-CorreçAocirúrgicadapersist'nciadocanalartarialemcrlançasd.bal~opeso.neonllt<». Rev

Bras Clr Cardiovascl996; 11 (3):166-74.

RESUMO: A persistência do canal arterial ocorre com freqiJência em ooonatos prematuros, provocando um grava quadro de disfunção cordiopulmonar. O tratamento envolve duas abordagens. sando uma cl/nica e outrecifl)rglca. Aoperaçlo para a ligadura do canal arterial é prll ticadadasd e l938.0enfoqu eclfnico preconiza a uSo da indometacina. com o intuito de promover a oclusAo do cenal arterial. O presente trabalho tem~robjeti v oavaliarosresu ltadosobtid05com o tratamantocifÚrgico da persistência do canal arterial. atrav~s de torecotomla e lI~dura em 14 pacientes. Incluindo crianças d, bai~o puo, neonatas prematuros com quadro clinicoln.\ével. A principal Indlcaçloc lrúrglca. nestes c asos.fol a prennça de inluficilncia resp lra t6~a agudaalnsuflcUlnclacardlaca. Atécn l caempregadafol atrlplaligadu radocanal arterial .No s t4 casos nlo obtivemos nenhum tipo de complicaçlo e sem mortalidade. A presença de uma Unidade de TratamentolntinsivoNoonatal(U.T.I)noHo.pitalloõooextremovaloroopreparodospacientesanaev,,;lIÇao no perfodode pó.·operat6rio. E.te trabalho comprovaa eflciclado métodoclrúrglco empregado. com baixas taxas de morbldade e mortalidad e ea impo rtlnciada U.T.I neonatal no acompanhamento d<>!l paciente.

DESCRITORES: Persistência do conduto arlerioso, cirurgia. pramatc.os noonat05. Prematuros ooooat05, insuficllnclarespiratória,cirurgia.Prematurcsneonatos,insulici ênciacard faca,cirurgia

INTRODUÇÃO

Existe na atualidade um extenso debate sobre a escolha do tipo ideal de tratamento para a per-sistência do canal arterial (P C Aj. principalm ente em crianças debaixo peso e neonatos prematuros, o que vem motivando diferentes pesquisas neste selar (1-3). Galeno (131·201 De), citado por SIEGAL (4),

em 1962 , em seus relatos sobre a circulação fetal,

já havia observado a presllnça de um canal que comunicava a aorta à artéria pulmonar.

Em 1855, SKODA (~) e LANGER (e), em 1857, descreveram pela primeira vez a lIistol09ia e o mecanismo fisiol6gico do fechamento da P C A, ap6s o nascimento.

GAYBRIEL el aI. (7). em 1938. realizaram o primeiro fechamento cirúrgico da P C A, em uma paciente portadora de endocardite, por~m, sem eleilo. No ano seguinle, GROSS & HUBBARD (S) repetiram a mesma operação, com sucesso.

Em 1976, EDWARDS ai aI. (9) e FRIEDMAN et

T'.b<o[hor . . llz.do ""Hoo.pIIOIUooers<ll!rklMti'>nioP&dro.Un iv . rsid .d. F&d~raIFloJminen ••. Nit.,ói.FlJ.B,aoil

AprftOont.<lO 'o 23' Congr ••• o Nac.,..,al de Cirurgia CardJaoa. Roc llo,PE ,20023C1flmo rço.1996

• 00 HOi pitalunivof$ita,ioAnt6nioPO<!,o

(2)

HerdyCDC,Abilio,FM,VielrIl.N,Br:,m:agIIOnB,CastroLS,O~veiraJCP,PlntoCAM,T~JB,AzevedOSL_CorrBÇll.ocll'llrglca

da persistência do canal a,(enalem crianças de baixo peso li nliooatot _ Rev StlIS CirCtlrdiovasa 1996; II (3): 168-74

aI. (10) iniciaram o uso da indometaci na, um inibidor da prostagtandina sintetasa, para obter o facha-mento da P C A

MEIER et aI. (11), em 1969, realizaram vários trabalhos sob,e o tratamento cirúrgico da P CA, em neonatos prematuros, indicando o seu fechamento nos casos de sindrome da angústia resp iratória associadeainsuficiénciacardiaca.

A inc idé ncia da PCAnospacientesprematuros 6inversamenteproporcionalaopesoeàidadegesta· clonai (12,13). Em pacientes com menos de looog, a incidência desta lesão ocorre entre 70% e 80%. A P C A é responsável por 12% das cardiopatias congênitas. com predominância no sexo feminino na proporçâo de 2:1 113).

WAY at aI. (14), em 1979, relataram alteraçOes eletrocardiográlicas sugestivas de isquemia suDen· docárdica em prematuros portadores de P C A e sindrome da angúst ia respiratória

Na atualidade, tanto a ecocardiografia como O Doppler têm importância fundamental no diagnósti· co deste tipo de má-formaçlío.

Não existe unanimi dade de opiniOes quanto ao método ideal para o fechamento da P C A e a melhore do estado funcional dos pulmões Diversas são as opçOes. desde o tratamento cllnico conser-vador, passando pelo uso de inibidores da prostaglandinasintetase,atéalntervensãocirúrgi-ca (15, 16). Em 1987, PA LDE R et aI. (11), analisando 183 neonatos prematuros portadores de P C A, observaram falha no tratamento com a indometaci na em-42% dos casos sendo que, destes, 84%neces-aitaram da ligadura cirúrgica. A indicação cirú'gica está baseada nos efeitos COlaterais provocados pelo uso da indometacina, tais como hemorragiagastrin-testinal e disfunçAo renal transitória (10 .18)

CALDERA & BADOUAL P91, em 1981 , propuse-ram o uso associado da vitamina Eeindometacina para o fechamento da P C A. HEYMANN et aI. (201, em 1990, usaram a dexametasona associada ao

Existo uma 9rande controvérsi8 quanto ao tra-tamento cirúrgico. Alguns autores advogam a inte r-venção cirúrgica somente nos casos sintomáticos, enquanto outros afirmam que a conduta de fecha-mento cirurgico profilático reduz a morbidade em relação ao tratamento farmacológico e clínico. BRANDT et aI. 1211 realizaram um estudo multicen-trico,verifieandoqueosresultadoscirúrgicosnao sofreram influência de idade, peso ao nascimento, doença pulmonar prévia ou uso de indometacina. A mortalidade durante o ato cirúrgico é mrníma e as complicações não são frequentes, citando-se: sangramento, pneumotórax, reabertura do canal

ar-terial, paralisia diafragmática, parelisia do nervo lar{ngeo recorrente e ligadura inadvertida da artéria pulmonarosquerda (21·231

A mortalidade de crianças prematuras portado-res de P C Ae não submetidas a intervençlío cirur_ gica chega, em alguns locais, ii cifra de 100%. Porém, mesmo sendo submetidas ao procedimento cirúrgico, existe a necessidade de uma unidade de tratamento intensivo neonatal para o preparo pré· operatório e, fundamentalmente, para o acompa-nhamento noperiodo de pós-operatório. Em nossa Intituição, antes da Inauguração da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatat (U_T.I. neonalal), a mortalidade era de quase 100%. O presente traba-lho vem mostrar que o IratamentocirúrgicodaP C A através da toracotomia e tripla-ligadura é eficaz e de baixa morbidade e mortalidade, desde que o hospital disponha de uma U.T.I neonatal para pré, perepós-operatóriodeslespacientesequeaequi-pe seja altamente qualifieada.

CAsuíSTICA E MÉTODOS

(3)

apresen-Herdy C C C, Abllio F M, Vlel.a N, B.encaQlIon B, Casl.o L S, Ollvel.aJ C p, Pinttl C A M, TI\omII~ J B, ~ev&do S L ,Cor'8Ç~OCi.u.gIca da persistência do canal e'lerial em cnanças d, bllixo peso e neon8105, RI/v Bnu c" Card'OVI/K 1896; 11 (3)_ 168·74.

GRÁFICO!

PRINCIPAiS ANOMJI.LlAS ASSOCIADAS A P C A

lavam lesões associadas 11 P C A (Gráfico 1). O peso dos pacienles foi avaliado ao nasCimento e no momentocirurgico(Tabela2).Ousodeindometacina não loi preconizado na maioria dos pacientes, não havendo,porlanto, um protocolo quanto a indicaçAo deindometacina nestacasuistica. A indicação cin,ir· gica loi principaTmente baseada nos quadros de insu· ficiência respiratória, presenTe em 84,5%,enquanto a pneumonia associada à insuficiência respiratória contribuiu com 15,5% dos casos.

Todoa os pacientes foram operados seguindo rotinacirurgica estabelecida pela equipe de cirurgia cardiovascular do Hospila l Antõnio Pedro_ Asa le de operação e os campos operatórios loram previa· mente aquecidos para evitar a perda de calor por parle dos pacien tes. Os pacientes eram transferi · dos da isolelepara uma mesa de operaçlio especial com sistema de aquecimento l otoelétrico. A monito· rização não invasiva coosistia na presença em sala de monitor cardiaco. oximetrodepulso, termômetro

TABELA2 PESO EM GRAMAS OOS PACIENTES

PESO PESO

AO NASCIMENTO NA CIRURGIA

,

""'"

,,,,,

~

"""

'"""

""'"

,,,,,

·

,

"""

"""

"""

"""

·

,

~~~

=

·

,

TI~

1100

'"""

'"

"'"

~

"

,,~

"

000

2::

"

,,,,,

"

'"""

"'"

retal, sonda vesical com saco coletor em ci.cu~o

l echadoe monitorização da pressão arterial. O este-toscópio loi lixado no precórdio do pacienle para a ausculta dos batimentos cardiacos e da evoluçlio do sopro presente durante a operaçlio e paraava-liação do desaparecimento, logo após o lechamento da P C A. O cal elerismo venoso, principalmente em vela safena magna, e a sonda nasogástrica loram também utilizados de rotina (Figura t).

Após a induçlio anestésica, o paciente loi co-locado em decubito lateral direito, com coxim sob o tórax, com o braço esquerdo sobre a cabeça e li xado com fitas adesivas. A anti-sepsia da face látero-posterior do tronco e membros inferiores foi estabelecida como rotina.

A indução anestésicatoileita por via endovenosa, com Fentanil na dose de 10 micro-golas kg, seguido, quando necessário, da intuslio de Curare (Dibesilato de Atracurium). na dose de 0,08 a 0,1 mg/kg,

A via de acesso à cavidade torácica definida como rotina pela equipe cirurgica loi alravés de toracotomia lateral esquerda, com exlensão aproxi-mada de 6 cm, no 4' espaço intercoslal. Os mus-culosgrande dorsal e redondo maior loram seccio-nadosparcialmenle. A abertura da cavidade torácica loi auxiliada por um afastador delicado do tipo "Finochetto·, posto entre as costelas. O pulmlio loi alastadodelicadamente com um alastador maleável envolvido em compressa umida, para exposição do hilo pu lmonar e o canal arlerial. A pleura mediastinal 10i aberta anteriormente sobre a aorta,numaexten· são de 2,5 cm, junto à inserção do canal arterial, lendo a sua borda medial alaslada alravés de lios de seda 2-D, como reparo

O canal arterial era dissecado, evitando·se le-são de estruluras vasculares e do nervo larfngeo recorren te, isolado e reparado com fila cardlaca previamenle umedecida. A lécnica utilizada de ro-tina para o lechamenlo do canal arterial foi a l

rip!a-r :

~,~

.

(4)

ligadura. Esta técnica consiste na ligadura daexlre· midade aórtica e pl,llmonar do canal arterial com lios de Ettlibond 2-0 e, associado a i$lo, confecçioe fechamento em bolsa na e~tremidade aórtica com fiO de ProteneS-O . o controle cirúrgico imedialo do fectlamento elicaz do canal arterial foi realizado por meiodaaI,lSCl,lltacardiaca,evidenciando_seodesa _ parecimento do sopro e do frémito . Após a revisão da hemostaaia, foi realizada a slntese por planos com fio de VicryI3·0, e a pele lectlada com sutura intradérmica com Nylon 6-0.

ToclosospacientesloramencamintladosaU.T .1 neonatal, em berço aquecido, e permaneceram com a monitorização cardiaca e a o~imetria de pulso no perfodode pós-operat6rio(Figuras2e3) . Toda a rotina de e~ames laboratoriais era novamente soli-citada no per/odo de pós-operatório imediato, inClu-indogasometria arterial e radiografia de tórax. Todo este cuidado loi fundamental para o râpidodesma-me destes pacientes das próteses ventilatória s. Após o ato cirúrgico, os pacientes loram mantidos com um dreno de tóra~ , localizado na cavidade pleural esquerda, com um sistema de drenagem em selo d'água . Este dreno loi retirado no má~;mo após 24 horas, desde que nloexistisse drenagem Importan-te. Os pacientes receberam alia em média com tO dias de pós·operatório (Tabela 3), salvo os prema· turos , que permaneciam no setorde pedialria para ganho ponderai , O perlOdO de intubação no pós· operat6rio oscilou entre um a dois dias (Tabela 4)

COMENTÁRIOS

Alualmente, o conceito sobre a persistência do canal arterial passou a s er mais comple~o . Aceita· sequeolectlamenlodocanalocorreemdl,laslases distintas: uma. onde o fectlamento é funcional e se

TABELA 3

TEMPO M!OIO OE INTERN"'Ç';' O HOSPIT,.,L,.,R NO PÓS·

OPERATÓRIO

,

;

.

,

:

:

"

"

"

"

"

inici a logo após o nascimento l ' O, ' 3) ,e uma segunda fase, em que ocorre olectlamento anatômico, com· pletando·se esta lase, no primeiro mês de vida , resultando o ligamento arterioso.

Napersistênciadocanalarterialocorreumtliper· flu~o pulmonar. levando os pacientes prematuros a t>mcerto grau dedlstunção ca.diaca, que, soman· do·se ao quadro cllnico de insuficiênciarespirat6ria, agrava ainda mais o quadro clínico. A lalência car-díacapiora a funçio pulmonar, tornanclo-se, desta forma, importante colator na decisão do momento cirúrgico. Nos casos relatados, lodos os pacientes

TABELA 4

TEMPO OE INTU8Jl.Ç';'O ORO·TR~QUE"'L ( OI~S)

TEMPO NO TEMPO NO

PRE.-CPERAT. PÓS-OPERAT.

,

.

,

,

,

.

.

,

,

"

,

"

"

"

~

"

~

,

"

"

,

,

(5)

Hardy C o C, Abnlo F M, Vi eira N, Brancaglion B, Castro L S, Oliveira J CP, Pinto C A M, Thoma~J B, Azevlldo S L, CorreçAo clrurglca da perSistênc ia 00 canal artanal em crianças de baixo peso a neonat05, R.v Bras C"CardlovascI996: 11 (3):168,74 possuram quadro de dlsfunçAo pulmonar associado

a diversos graus de disfunção ventritular. Estes dados foram criteriosamente avaliados mediante a comparação dos achados rad iográficos e ecocar-diográficos (Figura 4),

As complicações neurológicas são bastante fre-qOentes, principa lmente pelo tato do sistema circ:u-latório encefálico ser de baixa resistência; a conse-quente diminuição do lIu~o sanguineo durante a diástole, devido ao desvio aOrlo ' pulmonar provoca, do pela P C A, origina uma redução da oferta de ox igênio, ocasionando, porlanto, quadros de isque-mia cerebral

Na casuística apresentada, nlio tivemos nenhum caso com complicações neurológicas ou gastrintas-tinais, tomo a anterocolite necrotizante, quadro que se agrava 6m pr6sença de síndrome da angústia respiratória; alguns relatos apontam a indometacina como fator coadjuvante para o aumento da incidên-cia deste tipo de complicação,

Todos os pacientes foram previamente avalia' dos peta setor de neonatologia do hospital, O tra, tamento ctínico inicial foi estabelecido segundo a literatura mundial, ou seja, atravês da restrição hidrica, aumento da Fi02, e uso de diurêticos como substãncias vasoativas, com o objetivo de diminuir a sobrecarga de volume. Além desta latina, o uso da indometacina foi tentado em alguns casos, en-tretanto não se estipulou um protocolo desta subs-tância, dificultando, portanto, a avaliação de sua eficáCia. Acredita-se que o resultado não sat isfatório obtido com s indometaCina é devido a rápida recu-peração da produção de prostaglandinas, lovando, então. ao rela~amento da musculatura do canal

o tratamento cirúrgico estipulado para estes pacientes teve uma modificação da técnica original, pois. além da ligadura proximal e distal, foi fa ita uma sutura em bolsa na extremidade aórtica com fio de Prolene 5-0. Esta técnica mostrou-se bastan-te eficaz, visto que não hou ve nenhum caso de reaberlura do tanal.

Apesar de alguns autores advogarem o acosso ao canal arlerial por via exlrapleural, nós preferimos a via transpleural, o que não motivou qualquer tipo de complicação como o pneumotórax. Achamos que essa complicação está mais relacionada ao manu-seio incorreto do dreno torácico.

A conduta quanto à indicação cirúrgica na P C A é controversa , LIma vez que o canal pode fechar-se espontaneamente com O crescimento. Entretan-to, sabe ·se que o fechamento precoce da P C A, princ ipalmente em prematuros, diminui a necess ida-de ida-de ventilação mecânica e reduz as complica-ções , como displasia broncopulmonar, enterocol ite

necrotizante e intolerância às alimentações entérlcas. O tratamento com a indometaclna mostra-se. se-gundo a literatura, tão eficaz quanto a cirurgia , prin-cipalmente nos neonatos de baixo peso ao nasci-mento (menos do 1000g) (1()' 131, embora tom um fndice de insucesso de 42% (121

A reabertura do canal anelial após a operação não ocorre com frequencia. Alguns autores relatam a sua experiênCia com clipes metálicos como sendo também oficaz; entretanto este tipo de técnica está sujeita a algumas limitações.

Um dos falores principais para os bons resul· tados cirúrgicos é a disposição de uma inlra-estru' tura capaz de fornecer o suporte adequado aos pacientes, tanto no pré. quanto no pós-operatório. Nesta ponto. a U.T.I neonatal do Hospital AntOnio Pedro mostrou-se extremamente eficaz , dotada de equipamentos e pessoal treinado. A U.T.I neonatal prec isa dispor de ventiladores mecãnitoS de última geração para faCilitar o rápida desmame das próteses venlilat órias no pós-operatório (Figura 5).

A evo lução pré·operatÓria é de fundamental importância para o bom resultado da operação . Nos

r ,

Er.'~

! .

\

(6)

--HerdyCDC,.AbnioFM,VieiraN,Brancalll~B,CastroLs,OtivelraJCP.PintoCAM,ThomazJB,AzevedoSL-Correçlocirurlltca

da persIst6ncta do canal artenal em cnarlÇ&s de baixo peso e neonatoa. Rtlv8rtls Cir Cilrdiovasc 1996; II (3): 15e.H

casos aqui apresentados, todos os pacientes pas-saram por uma cmeriosa avaliação clinica,labora-torial e de imagem. Nas radiografias de tórax, os principais achados foram a congestão pulmonar e o aumento da área cardíaca. O exame ecoca,dio· gráfico foi realizado em todos os pacientes, forne-cendo importantes dados, como as dimensões do canalarterialeepresençademal-Iormaçõesasso_ ciadas.

No exame eletrocerdiográlico, podemos obser-var alterações da onda T (inversão de T) e desvio do eixo para a direita. Estas alterações, entretanto , são inespeclticas, podendo ocorrerem crianças de baixo peso ou neonatos prematuros sem P C A.

Não houve mortelidade na presente série. Atribuimos esse 6timo resultado, principalmente ao acompanhamento rigoroso por parte da equipe da U.T.1. neonatal. As complicações também não fo-ram relevantes, estando relacionadas apenas ao maio. tempo de permanência das próteses ventilat6rias em 2 pacientes.

Apesar do advento da toracoscopia para trata-mento da P C A. este tipo de técnica mostra um elevado grau de dificuldade em crianças de baixo peso e, principalmente, nos neonatos prematuros em condições cllnicas precárias_ Em nossa expe·

riênCia, portanto, a toracotomia a céu aberto, apesar do elevado grau de agressão, mostra·se eficaz e com vantagens de acesso nos casos de complica-ções como a rotura do canal antes de sua ligadura.

CONCLUSÕES

A U.T.1. neonalal, associada a uma eq uipe al-tamente especializada e treinada, édefundamenial importância para o sucesso destes pacientes, prin-cipalmente no preparo pré, per e pós·operatório.

O tratamento cirúrgico, associado à instalação de uma U.T.1. neonalal no Hospital Universitário Antônio Pedro, mudou O prognóstico de 100% de mortalidade anteriormente pera 0% nos pacientes enviados para o tratamento cirúrgico.

Não obtivemos complicaçi'.ies operatórias. O acesso transpleural não apresentou dificuida-de técnica, mesmo nos pacientes dificuida-de bai~o peso. Atripla·ligadura mostrou ser uma técnica elicaz para o fechamento da P C A, não sendo constatado nenhum caso de reabertura do canal. Todos os pacientes obtiveram melhora do quadro clínico de ins uficiência respiralória e cardíaca.

I

R8CCV44205-306I HerdyC D C, AbllloF M, VieiraN. 8rancaglion B. C1l5troLS, Oliveira JC p, Pinto C A M. ThomazJ 8,Al8-Vedo S L _ Surglcal treatment 01 palant duclus arteriosus in low-weiQht child and neonates. Rev Bras C/r

Cardiovascl996;11 (3): 168·74

(7)

REFERtNCIAS BIBUOGRÁFICAS

t BarSI R J & Gorsony W M . lhe pharmacologicaJ

Ireatm enlofpalenlductuSar19riosu ~ . Drug!.1989 38 :249·66

2 Cleveland AJ. Nelson A J. Emmanouilldes G C· Surgical monagamontofpatenlcuclusar1arlosuslnlnfan.cy.

Are" Surg t969: 99; 516·20

3 Edmunds Jr . L H . Oparalion or Indomathacln lor prematura duclUS. Ann Thorae Surg 1978: 26: 586·9 4 Slagal R E _ Galen's experience anel obsarvallon on pulmonary blood II .... anel rospiration. Am J Cardiol 1962;10:738·45

5 S~oÓII J. Prolol,,'1 de. SfK:lions-aitsung Iur Physlologio ood Palhologio. WbiZGI! Aarua 1855: 1: 720·2

6 LangerC - Zuranatom is dar totalan Krelslauef organe ZGes WienArtz91657; 13; 328·38 7 Graybrlel A. Strieder J W. Boyer W H . An altempt 10

:;~te;~~:~~~a

P:~~~;r~~~~:~~i~~

:;",a

~::~n~

1938;15:621-4

8 Grosa FI E & Hllbbard J P - Surgicalllgation 01 a patent ductusartariosus:raportollirstsuccesafulease Jama1939; 112:729-31.

9 Ed .. ard. O K. Wayna M 0, North .. ay W H • l .. olve

yea~. e~perlenee .. llh bronchollu lmonary dysptasle. Padlalri9s 1977; 59 : 839·46.

10 Friedman W F. Hirsch lau M J. Printz M p , Pitlick P L-Pharmaeotogic clo"ure ofduetus ar1eriosus ln pre· matura infant •. N Eng! J Mea 1976; 295: 526-9 11 Me ler M A.Jasblk W. Coutinho J H atai . - Manuseio do

canal a.,erlal patante no prematuro com slnelrome da

angUs~a rnpiratória: ligadura ou indometacina? R6V

Bns Ci,c",raiovlIsc 1989; 4: 9·20.

1~ CessadyG.CrouseOT. KirklinJ Wetal.-Atandomlz&d controledtrialofveryearlyprophylaticlill"tionof duetusarterlosusln babi .... oowelghad l00090r le" at bh,h, N EnglJ M-a 1989; 320, 1511

13 Macruz R & Snilco .. aky A, &d •. Cardiolog;spediiJlrlca SloPaulo:Sarvler.1983.

14 Way A L. Pierce Y R. Wolfe A A ot aI. - ST daprossion

sugll"S~nllsubendoreadiBlischsmlainnllOMteswith

respiratory diSlras. syndrome and patenl ductus a rtarlosus. J. Psdialrle7e; 95: 609-11. 15 Audd p, Montanaz P. Silverman M • Indomothacin

treatmentlorpatentductusarterlOSllsin very·lo,,-birth-.. eightlnlanls:do<.r~e~indtrtal. ArctrOisChi/d

1963;58:267-70.

16 Garsony W M, Pecham G J. ElIlson A C, Miettinen

°

S. Nadas AS- Effecls ofindomelhacin ln pramalUr. infama wlth patem ductus arteriosus: r .. u1ts of a

~:::.eollaboraijVe$llKlY. J Pediatr 1983: 102;

17 Palder S B, Sch .. artz M Z. Tyson K R T. Ma" C C-Managemenlofpatemductusar1orloslls:

acompa-risionofop"ative~ersllspharmacologicaltre.tment

JPedilllrSurfJ 1987: 22: 1171-4 18 SharpeGL·PharmacologyOfpr08taglandinsynthalase

inhibilor~. ln: ProceeainIP 01 lha 75th Ross Confer-ancaonPediarncR9search.PalmB<lach: 1977 19 Caldera A & Badoual J - Vitamine E 8t lermetur. du

~:~~'t~~erlel du prématuré. Are" Fr Pediat' t981;

20 HeymaME.OhI&SonA,$hGfVlSl1AT.HeilbutM.Coceant

:i;~~o:x~~~:::;:~~~~ae~:~~~::~

~::~~~

698-700.

21 BrandtB , MarvlnWJetal.-Llgetlonolpatentduclus

arlerio ~us in premalure inlanta. Ann TllOflle Surp 1961;32:167·72.

22 C<>SW

°

0, Gorton M E. Sehnelder R Fetal. - Surglcal closureolpatentdlletllSar1erlosllsinthenaonatal ea", uni!. Ann ThoraeSurgl989: 41: 3116·9. 23 Hoffman M. Greve H. KO<1man - Operativa v"sehlub

d .. pu,.isV,rendenductllSar1e,iosu.wiklainan

Referências

Documentos relacionados

O Plano de Ação Educacional (PAE) que iremos mostrar tem como objetivo contribuir para uma melhor utilização dos resultados das avaliações externas do SPAECE, por parte do núcleo

De acordo com o Plano de Ação 2012 da SEDUC/AM, essa política é voltada para o fortalecimento da gestão da Secretaria e se encontra dentro do pilar da Rede Escolar,

- Identificar os fatores dificultadores da Certificação ISO 9001:2008 na Escola Estadual Eduardo Ribeiro, a partir da percepção de funcionários administrativos,

da equipe gestora com os PDT e os professores dos cursos técnicos. Planejamento da área Linguagens e Códigos. Planejamento da área Ciências Humanas. Planejamento da área

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

Sou aluno do curso de Mestrado Profissional do Programa de Pós-graduação Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública PPGP - CAED - UFJF e desenvolvo

De fato, na escola estudada, o projeto foi desenvolvido nos moldes da presença policial na escola quando necessária e palestras para os alunos durante o bimestre,

Além desta verificação, via SIAPE, o servidor assina Termo de Responsabilidade e Compromisso (anexo do formulário de requerimento) constando que não é custeado