ReI'. Bras. Cir. Cardiovasc._ 1(2):9-14.1986.
Análise da estimulação cardíaca artificial
atrioventricular universal (DOO) em
comparação
à
ventricular (VVI): estudo
multicêntrico
Roberto V. ARDITO·. Osvaldo T. GRECO' , Domingo M, BAAILE· , Paulo R. BROFMAN·· . Ricardo ElOY· ... Rubens MINILLO· .. · , Dirceu O. FAElU Jr.····. Aldo PESARINI··· .. , Rubens T . BARROS···. José Carlos S. ANDRADE···
RBCCV
ARDITO. R.
v.:
GRECO, O. T.: BRAILE. D. M.; BROFMAN. P. A.: ElOY. A.; MJNJllO. R.: FAElllJr ..
O. O. ; PESARINI. A. ; BARROS. R. T.; ANDRADE . J. C . S. - Análise da estimulação cardlaca artificial atrioventrlcular universal (DOO) em comparaçao a ventricular (VVI): estudo mulllcêntrlco. RBv. Bras. Gir. Gardiovasc .. 1(2) :9-14, 1986.
RESUMO : Esle trabalho analisa. em nosso melo. através das avaliações radiológica. cicloergométrica, eoocardiográfica e lambém na eletrocardiografia dinAmica (Holter). o desempenho da estimulação DOO em relação a VVI . Para isso. loi elaborado um estuclo. do QUal participaram 7 grandes Centros Que implantam marca passo no Brasil. No material estudado. nao se notou diferença significativa entre a estimulação DOO e a estimulaçêo VVI no paciente. Também nAo houve diferença Quando se conslcleraram os pacientes chagáslcos e não chagásioos .
oESCR ITORES: estimulação cardJaca . artiticial: estimulação cardiaca. técnicas ; marcapassos cardlacos.
INTRODUçAO
A estimulação fisiológica, em que átrio e ventr f· culo são acoplados e ajustados em um intervalo PR, consiste, atualmente, no mais avançado modo de estimulação card(aca artificial.
Foi concebido há mais de 20 anos, porém. somente com o avanço tecnológico, tomou-se pos-sfvel este modo de estimulação.
Este trabalho consiste em analisar, em nosso meio, através das avaliaçOes radiológica, cicloergo·
Trabalho r .. IIIIOO no InslitlJlC) de Moléstias Cardlovuculares. sao JoH do Alo Prl'O . SP. Bfesll: no HospI1 II E~lnQlWic:o oe Curt''''I. PR , Br .. U; no HoepIIII Slntl Izabel . Sa/vldof. DA. Bras~ : no HoapIt.aI SI ... MlrlI de GlJarullol . SP. BrasH: nl SInta Casa de Mise<lcóróle de t.t.rfliII. SP.
Brasil I ,.. EICOIe Plulista de MedicIne. SAo Plulo , SP. BtuiI.
~edo ao 13! Congresso N.eIonaI oe CirUrgia Cardleca, St\o Pl uIo. Sp, • I 5 oe IbrII. 1986 .
• Do IflSlkulO de MoIHtla. C.rdlovascuLares oe SIlo JoH do Rio Preto. •• Do Hotpllll EVlng6Iic:o de CIJrtt!be..
_ •• Do Hoiphll Slnla IzlIbeI de Salvldor . ... - Do HoIpItII SleIIa Mlrta de GUlrulhos .
... o.
Senil Cua. de MINrioOrdIa de ClJ!llbL... o.
SlnIIeu.
de MINrioOrdIa de Uarfh.... o.
EIooIe. Plullsta. di Mldlc~ .End..eoo parI MPIIIU:S : AobIIIo 1/. ArdilO. RIJI CI,,'-'" O·Águe. 3030. sao josê do Alo Preto. SP, 8tasil.
ARDllO. R.
v.;
GRECO, O. T.: BRAllE. O. M: BROFMAN. P. R.; ELOV, R.; MIN ILlO. R. : FAELU Jr .• O. O.: PESAAINI . A.: BARROS, R. T.: ANDRADE , J. C. S. -Análise da estimulação cardlaca artificiai alrk)venlricular universal (DOO) em comparaçAo à ventricular (VVI): estudo mul ticênlfico. Rs ... Bras, GaniioYasc .. 1(2):9-14, 1986.métrica. ecocardiog ráfica e, também, na eletrocar· diografia dinâmica (Holter), o desempenho da
esti-mulação fisiológica (DOO) em relação
à
ventrjcularde demanda (WI).
Para tal , foi elaborado um protocolo comum, do
qual participaram 7 grandes Centros que implantam
marcapasso em nosso pars.
MATER IAL
Dos pacientes operados', foram selecionados
os
38
que tiveram o estudo completo da avaliaçãonos 6 diferentes Serviços, onde fo ram implantados
marcapassos de dupla câmara (DOO) modelo Sym-bios (7005-7006), de maneira convencional.
Dos 38 pacientes, 23 são homens e 15 são
m ulheres, com idade de 12 a 77 anos de variação,
com idade média de 54 anos (Gráfico 1
l.
,
lD
9
7
5
•
2
o
.
,.:
,
-n
IiAAf ICO I
HlSTOOlIM ESTOOO ... Tl COm Il CO
38 PAC IVfTtS
-
,-
r-10.0 !l.0 !O.O ((l.0 50.0 60.0 70.0 aI .O
~ .5
9.7
13.2
,.,
I-
0.0Os
pacientes chagásicos consistiam 50%, oommédia etária de 48 anos, e os não chagásicos,
52 anos (Quadro 1, Gráficos 2 e 3) .
O indica cardiotorácico (ICT) ficou entre 0,4
a 0,57, sendo 68,4% com ICT de O,SO a 0,54 (Qua-dro 2).
As
indicações foram de : doença do nó sinusal,20 pacientes (52%); BAV total 11 pacientes (29%);
BAV ~ tipo II, 6 pacientes (1 6%) e slndrome
bradi-taqui, 1 paciente (3%) (Quadro 3) .
5
5
•
3
2
o
QUADRO 1 ESTUDO MUL nctNTRICO
DOO
x
VV ITOTAL DOS PACIENTES - 38
Ô·23
tt -
15MéDIA OE IDADE - 51 ANOS VA RIAÇAO: 12 • 77
CHAGÂSICOS - 19 M - 48 ANOS N CH AGÁSICQS - 19 M - 52 ANOS
QUADRO 2 INDICE CARDlo-TORÁCICO DISTRIBUI ÇAo DA FREOOtNCIA
INTER VALO FREOulNCIA
'"
" A CUMULADA0,400 • 0,449 0,450 - 0,499 0,500 . 0,549 0 ,550 - 0 ,600
-5 26 6
GAAr! CO 2 H!STOOW'A
2.6 13,2
".'
15,8EST\lIC ... CIlENTRl to 19 PAC I OO'tS
r-n r-nr-n
2.6 15,8 84.2 100,0
-10.0 20.0 30.0 ~.O 50.0 60.0 70.0 aI.O
,
".8
27.'
I
8.'
9.2
0.0
AROITO. R.
v.;
GRECO, O. T . BRAILE . O. M: BROFMAN, PR : ELOV. R : MINILLO. R , FAELll Jr., O, O.: PESARINI, A.: BARROS, R. T_: AN DR ADE , J C. S. - Análise da estimulação cardlaca arlltiCial atriovenlricular universal IODO) em comparação á ventricular (VVI) eSluOO mulliC"éntnco, ReI'. Bras. Cdrdiovasc., 112)'9· I 4, 1986H' P"':::.
,
5
•
l
2
1
n
O
10.0 10.0
I'õRl.rJCO 1
HISTCOWA
lST\.U) foU.lIctH"UCO
19 PACIEIfT[S
r-
r-lO.O ".0 SO.O ".0 10.0
''''''
~,=QUADRO 3 ESTUDO MUL TICÉNTRICO
000 X VVI
INDICAÇÃO 38 PACIENTES
CHAG. N CHAG.
DOENÇA DO NÓ $INU$AL 10 10
BAV ~ T. II 2 4
BA VT 7 4
SINO. BRAOITAQUI O
~1.6
23 .1
~ . ,
1.9
0.0 ".0
TOTAL
20 (52%) 6 ( 16%) 11 (29%) 1 ( 3%)
MÉTODO E ESTUDO
Foi, primeiramente, elaborado um protooolo, para que os Serviços pudessem implantar e estudar os pacientes com este tipo de marcapasso e que todos tivessem os mesmos critérios no implante, na seleção dos pacientes e, também, na avaliação dos estudos clfnicos, radiológicos, cicloergométri-cos, ecocardiográfico e na eletrocardiografia dinâ-mica, onde foi observado o desempenho na estimu-lação DOO em reestimu-lação
à
VVI.Todos os pacientes foram colocados, em pe-rlodos intercalados de 2 meses, em DOO e VVI e realizados os exames de avaliação, segundo es-quema abaixo' ,
A avaliação clínica consistiu na observação de uma lista dos principais sinais e sintomas , bem como a medicação que o paciente recebia nos dois modos de estimulaçâo, classificando-se em dife-rente s crasses funcionais.
A cicloergometria consistiu na avaliação da quantidade de trabalho executado nos diferentes modos de estimulação. Na ecocardiografia bidi-mensional, deu-se a atenção
à
fração de ejeção do VE medida no módulo M em repouso.Na eletrocardiografia dinâmica (Holler), foram observados a quantidade de extrassísloles ventricu-lares e o desempenho do MP
em
000 e VVI.Na avaliação geral, foram dadas notas de
+
1, O e -, no desempenho do marcapasso em 000 x VVI. Por exemplo : seum
determinado paciente tivesse um melhor desempenho do teste ergomé-trico em DOO em relaçãoà
VVI, ele receberia nota+
1.Se
não tivesse sido observada diferençasigni-* -
ESQUEMA 00 TEMPO DA OBSERVAÇÃO-IMPLANTE
..
_ALTA 000 24 HORAS
150 DIAS
$APM _ DOO
ECG RX CUNICA
3() DIAS
SAPM
-000 ECG RX CUNICA
180 DIAS
SAPM
-DDD - VVI CLlNICA HOLTER ECO ERGO
60 DIAS
SAPM
-DDD - WI CLiNICA HOLTER ECO ERGO
210 DIAS
SAMP
-VVI ECG RX CUNICA
90DIAS '20 DIAS
$AMP
-
SAPMVVI VVI _ ODD
ECG CLlNICA
RX HOLTER
CUNICA ECO
ERGO
240 DIAS 270 DI AS
SAPM
-
SAPMVVI _ DDD .. FIM ESTUDO
CLlNICA DOO
HQLTER
*
PROGRAMAÇAO +ECO ADEQUADA
ERGO
ARD ITO , R. V. : GRECO, Q . T. : BR AllE . D. M : BRO FMAN , P . R.: ElOV, R.; MINlllO. R.: FAEl U Jr., D. O.: PE SAR lN I. A.: BARROS. R. T.: AND RADE, J. C . S. - Análise da estimulação card iaca art.licial atrioventricula r universal (DOO) em comparação à ventricul ar (VVI): estudo mul ticêntrico. Rev. Bras. Catdiov8SC., 1 (2 ):9 · 14. 1986.
ficativa, a nota seria O. E se o marcapasso em estimulação Wl fosse melhor que a estimulação DOO, e~ecutando maior quantidade e trabalho, re-ceberia nota -1 .
Os resultados obtidos nos diferentes testes de avaliação da estimulação DOO em relação
à
VVI foram classificados de acordo com a pontuação obtida em : +4e + 3 (ótimo) ; + 2 (bom) ; + 1 (regu· lar) ; O (indiferente) ; -1 (mau). (Tabelas 1 e 2).PONTUAÇÃO ERGO
ECO HOLTER
CLlNICA
TABelA 1 ESTUDO MUl TICtNTRICD
DDDX VVI
+1
o
12 2 1
I.
267 26
22 14
TABELA 2 ESTUDO MUl T1CtNTRICO
DOO X VVl
CHAGÂS/CO NÃo CHAGÁS/CO
PONTUAÇÃO +1
o
-1 +1ER GO 6 I . 3 6
ECO 5 13 I 5
HOLTER 4 13 3 5
ClIN1CA 9 9 13
RESULTADOS
-1
5 2 5 2
o
-113
•
13•
13 35
Conforme as Tabelas 3 e 4, ~emo s observar que tivemos 58% dos pacientes com resultado sa-tisfatório, composto com pontos dos desempenhos "ótimo", " bom" e "regular", contra 34% de resulta-dos indiferentes em que a estimulação DOO e VVI não apresentou diferença, e ainda 3 pacientes (8%) em que a estimulação WI foi superior à estimu-lação DOO.
Outro fato obtido com análise das pontuações foi que não houve diferença significativa nodesem-penho dos pacientes chagásicos e não chagásicos, tanto na estimulação DOO como na VVI (Tabela 5) .
Não houve nenhum óbito no grupo estudado, no período observado.
"
ÓTIMO + 4 +3
BOM
+2 REGULAR
+1
INDIFERENTE
•
MAUS- , ·2
TABELA 3 ESTUDO MUl TICtNTRICO
DOO X VVI
RESULTADOS
PONT. PON T.
CHA GAS. N CHAGAS.
3 2
4 5
3 5
7 6
2
TABelA 4
ESTUDO MUL TICtNTRICO DOO X VVI
RESULTADOS SATISFATÓ RIOS
IN DI FERENTE S MA U
22 13
3
P "'0,2 (N S)
TABELA 5 ESTUDO MUlTlC~NTRICO
DOO X VVI
PON'
TOTAL 5 ( 13%)
9 (24%) 8 (2 1%1
13 (34%)
3 ( B%)
58% 34%
6%
RESUL TA DOS: CHAGAS " '9 NÃO CHAGAS " 19 SATISFATÓRIO
INDIFERENTE
MAU
COMENTÁRIOS
I.
7
2 P - 0,5 (NS)
12
6
A estimulação DOO constituiu-se no modo mais avançado de estimulação artificial e repre· senta o justo progresso que a estimulação VVI teve, em relação
à
VOO, 15 anos atrás.Entretanto, muitas criticas podem ser mencio-nadas , como o alto c usto e a pouca longevidade da bateria 2. 1. '. além da necessidade de 2
AROITO , R. V.: GRECO, O. T.: BRA ILE. D. M; BROFMAN. P. R. ; ELOY. R.: MINILLO. R.: FAELLI Jr" D. O.: PESARINI . A .;
BARROS. R. T.: ANDRADE. J. C. S - Análise da es ~mula ção cardíaca arlilic!al alriovenlriCular universal (000) em compataçâo
à ventrictJlar (VV I): eSlude multicéntrico. Rev Bras. C8rdiottasc .. 1(2)"9- 14. 1986.
Revendo a literatura, os autores tentam de-monstrar que a estimulação DOO
é
superiorà
VVI; no entanto, esta demonstração não tem sido con-vincente.Em estudos ergométricos onde se comparou a capacidade funcional, além do consumo de oxigé-nio, não houve diferença signifICativa da estimu-lação 000 em reestimu-lação
à
VVI , mas uma melhor adaptação durante o exerdcio em 0003.Com relação a estudos de termodiluição para determinar o débito cardfaco, os pacientes com Ice grave melhoraram com a estimulação VVI , quando comparados com os de VE normal 5.
As pesquisas de ALT et alti" (Munique) 1 com-provam que o aumento significante de tolerância
ao exercício depende mais do aumento da freqüên-cia no exercício do que do sincronismo átrioven-tricular.
No material estudado , não houve diferença sig-nificativa entre a estimulação DOO 8 a estimulação
VVI no paciente. Também não houve diferença quando se consideraram os pacientes chagásicos e não chagásicos.
CONCLUSÃO
No material estudado, não foi constatada dife-rença significativa entre a esti mulação 000 e a estimulação VVI, nos pacientes ; além disso, tam-bém não houve diferença, quando se consideraram os pacientes chagásicos e não chagásicos.
RBCCV
AROITO, R. v.: GRECO. O. T.: BAAILE. O. M.: BROFMAN. P. R. : ELOY. A .: MINILLO. R. : FAELU Jr., O. o.; PESARINI, A.: BARROS , R. T.; ANDRADE . J . C. $ . - Comparative analysis of unive rsal atrio-ventrlcular (000) vs ventricular (VVI) artificiai cardiac stlmultion: a multicenter sludy. Rev. 8ras. Cir. GatrPovasc. 1 (2):9-14. 1986.
AB$TRACT : This paper documenls. Ihroogh radiological. stress lest. echocardiography anel Hoher monl· Iof. lhe effect of 000 anel WI stimulation. SeVerl Cenlers with larga e)(perience in pacemakers contributed cases . We didn', nolice significant dillerences between 000 anel VVI stimulalion in lhe patienls sludied and ln Chagas 01' non·Cha9as disease.
OESCRIPTOR5: cardiac stlmulatlon. artllicial : cardiac Slimulallon. technlques : pacemakers. cardiac.
REFER~NCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALT , E.: KAIEG. J .; VOLK ER, R. - Long lerm results in 127 patients wilh phySlological pacemakers (phPM).
PACE, I :A-35. 1985.
2 OOOlNOT. B - Dual chamber paclng modes in catdia c padng. ln: Proceedings of lhe XII WOfti Sy mposium
0fI eerdiac Pacing . Viena , maio 1983. p. 449. 3 GOOIN,J. F.: POTIRON·JOSSE. M.: LE MAREC, H.; LOU·
VET, $ .; L·HÉNAFF. H. W. - ())cygen uptake during Slress testlng ind DOO versus VVI pacing. PACE.
8 :A-34 , 1985.
4 GRECO. O. T.; ARD ITO. R. V.: LORGA, A. M.: RleElRO. R. A.: BELUNI, A. J .: BILAQUI, A.; NICOLAU, J . C.: JACOB. J . L. B.; AYOUB. J. C. A.: ANGELONI. M. A.: LIMA, E. R. : ANSELMO. E. F.: FEOOZZI, N. M.; 8RAILE, D. M. - O marcapassoCél1diaco artificial deve ser multiprogramável?: estudo em 931 pacier1tes. AIl1. Bras. CarOlOl" 45 (Supl. 1)' 105. 1985. (Resumo)
5 KOURKOULAKOS. C.: GIALAFOS. J .: PARA5KEVA5, P.; T5AKIRI5 , M.; KREMA5TINOS. O.; TOUTOUZA5, P. - Assessment oIlett ventricular (LV) function in ventri-cular anel A-V pac/ng using systolic time inlervals anel Ihermodllution technlque. PACE. I : A-34, 1985.
6 PINTO, G. H. C.: LaR GA. A. M.: AYOUB , J. A. C.: CURY. M. V. A. R. : GRECO. O. T.: NICOLAU, J. C.: JACOB. J . L. B.: AROnO, R. V.: GARZON. S. A. C.: BELLINI. A. J.: RIBEIRO. R. A.: BILAQUI, A.: BRAILE. O. M. - Marca pa sso atrial lransesofá9ico eficáci a dia9nós, tica e lerapêuliCa . AIl1. Bras. Cardiol" 4S (Supl. 1): 107. 1985. (Resumo)
7 POTVIN. E. A.: GOlOMAN. B. 5 .: DUNCAN, J. A.: TONG . C. P.; SCHOICHET. M.; CAMERON. O. A. - Mornidity
and mortality during lollow-up 01 pallents wllh dual chamber pacemakers. PACE. I : A-36, 1985. 8 YAMAGATA. 5 .: MATSUMUAA. K.: OHYAG I, K. ; IKEDA.
ARDlTO, R. V.; GRECQ, O. T.: BRAILE, D. M: BR QFMAN. P. R. ; ELQV, R.; MINILLO, R. ; FAELLI Jr., D. O.; PESARINI . A.; BARROS, R. T.; ANDRADE, J . C. S. - Análise da estimulação cardlaca artificial atrioventriclllar universal (DOO) em comparaçAo a ventricular (WI ): estuclo multlcêntrico. RBY. Bras, Catrliovasc., 1(2):9-14, t986.
DlacuHlo
DR. PAULO GAUCH
$Ao PIlUJo, SP
Desejo agradecer à Comissão Organizadora do 1 ~ Congresso Nacional de Cirurgia Cardfaca a indicação do meu nome como comentador oficial deste trabalho. Os resultados obtidos neste estudo multicêntrico não diferem do que pensamos em rela-ção às vantagens ou benefícios de estimularela-ção DOO em relação
à
WI . Baseados na apresentação do Dr. Ardito, observamos que 37% dos pacientes se beneficiaram com a estimulação DOO, em com-paração à WI. No entanto, 63% não obtiveram beneflcios significativos com o tipo de estimulação de dupla câmara. A nossa metaé
individualizar os pacientes que realmente se beneficiam com a estimulação DOO, classificando-os conforme a etiologia, o tipo de distúrbio da condução que indu-ziu ao implante do marcapasso, a pr'esença, ou nAo, de insuficiência cardlaca, arritmias, etc. Inú-meros trabalhos, na literatura, demonstram que o implante de marcapasso WI devolve qualidade e quantidade de vida à grande maioria de pacientes que recebem este tipo consagrado de estimulação. No entanto, o fato de um implante de marcapasso WI devolver ao paciente a expectativa de vida de uma população normal, não afasta a possibilidade de permanência ou persistência de sintomas. Estes sintomas podem persistir pela própria patologia de base, ou serem originados pela perda do sincro-nismo átrioventricular e os fenómenos decorrentes (Slide). Observamos, neste diapositivo, que os pa-cientes com bloqueio da condução átrioventricular, mesmo após o implante de marcapasso WI , pos-suem uma porcentagem maior de sintomas decor-rentes da miocardiopatia associada , enquanto que o grupo de pacientes com disfunção sinusal apre-sentam uma porcentagem significativa de sintomas relacionados com a sfndrome do marcapasso(Sli-de) . Portanto, no grupo de pacientes rom bloqueio ·
plante de marcapasso DOO se justificaria para me-da condução átrioventricular, a indicação de im-Ihorar a capacidade física em pacientes jovens; nos bloqueios A-V aSsociados
à
insuficiência coronária , obtendo-se a queda do consumo de oxigênio do miocárdio e nos bloqueios A-V associados e ano-malias congénitas e afecções valvares, procuran-do-se obter melhor condição hemodinãmica no ter-ritório pulmonar (Slide). Já as indicações nas dis-funçOes sinusais são mais amplas, devendo-se, obrigatoriamente, indicar o DOO como modo de estimulação em pacientes portadores de sfndrome do marcapasso; na doença intrrnseca do nó sinusal associada a distúrbios da condução A-V e presença de condução retrógrada , e na forma cárdio-inibitória da hipersensibilidade do seio carotídeo pelo alto risco de bloqueios da condução A- V e alta incidên-cia de condução retrógrada assoincidên-ciada (Slide). Can-clurmos nosso comentário salientando que a esti-mulação DOO pode trazer beneffcios para grupos selecionados de pacientes, devendo-se, por outro lado, evitar-se o seu uso indiscriminado, visto que os beneffcios da estimulação VVI satisfazem a maioria dos pacientes.DR. AR DITO
(Ence"ando)