• Nenhum resultado encontrado

A determinação da capacidade de troca de cátions do solo e de argilas por meio da troca isotópica com cálcio radioativo.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "A determinação da capacidade de troca de cátions do solo e de argilas por meio da troca isotópica com cálcio radioativo."

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

A determinação da capacidade de troca de cátions

do solo e de argilas por meio da troca

isotópica com cálcio radioativo

1

.

R. A. C A T A N I2

, J. T. P E R E Z3

(2)

RESUMO

O presente trabalho descreve a determinação da capaci-dade de troca de cátions (CTC) do solo e de argilas, através da troca isotópica com cálcio radioativo, 2 0Ca

4 5 .

Foi determinada a CTC de oito amostras de solo e de quatro de argilas, tendo sido feitas 5 pesagens de cada amos-tra de cada um dos materiais, a fim de se avaliar a precisão do método.

O cálculo da CTC foi feito mediante a expressão:

IMAGEMAQUI

a1 = atividade específica do cálcio da solução de equilíbrio antes de entrar em contato com o solo.

a2 = atividade específica do cálcio da solução de equilíbrio após o contato com o solo.

c = número de e.mg de cálcio da solução de equi-líbrio e calculado para 100g de solo.

X = capacidade de troca de cations em e.mg por 100g de solo.

1. INTRODUÇÃO

A capacidade de troca de cations (CTC) do solo e de ar-gilas constitui uma característica de muita importância. No caso de solos, o valor da capacidade de troca de cátions refle-te, dentro de certos limites, a quantidade e a natureza do material coloidal. Para as argilas, o valor de CTC associado a outras características físico-químicas da mesma, contri-bui para a sua identificação.

A maioria dos métodos usados para a determinação da capacidade de troca de cátions de solos e de argilas, se fun-damenta na saturação do material com determinados cá-tions (NH4+, K+, Ca+

2

, etc.) em condições apropriadas e' posterior extração, seguida da determinação do cátion adsor-vido, por método químico ou físico-químico (GRIM, 1953; PAIVA NETTO & NASCIMENTO, 1955; JACKSON, 1958; CATANI, 1963).

(3)

diferentes, um para saturar o material e outro para extrair o primeiro, além das restrições conhecidas a que estão sujei-tos (MARSHALL, 1964), há ainda, no caso de argilas, a ex-trema morosidade de determinação.

O uso do cálcio radioativo (2oCa 4 5

) no estudo da ciné-tica da troca de cátions (BORLAND & REITEMEIER, 1950) e na determinação da capacidade de troca de cátions do solo (BLUME & SMITH, 1954; ABDEL SALAM & HAS-HISH, 1958) tem permitido a obtenção de dados precisos e sem os inconvenientes dos métodos clássicos.

O presente trabalho tem por objetivo a determinação da capacidade de troca de cátions do solo e de argilas, ba-seada na troca isotópica com cálcio radioativo, 2oCa

4 5, após a saturação do material com cálcio comum, 2oCa

4 0 .

2. MATERIAL E MÉTODO

O material constituiu-se de oito amostras de solos e quatro de argilas.

(4)

2.2 Métodos

Determinação da capacidade de troca de cátions dos solos.

a) Foram transferidos 5,00g de terra fina seca ao ar pa-ra tubo de percolação de 30 cm de altupa-ra e 2,5 cm de diâ-metro, já preparado para receber o solo. Adatou-se o tu-bo percolador ao frasco de filtração à vácuo.

b) Cincoenta ml de solução normal de acetato de cál-cio, com pH = 7,0, foram passados através do solo, usando-se vácuo.

c) O excesso de acetato de cálcio foi lavado com 5 porções de 20 ml de solução hidroalcoólica a 80% de ál-cool, sob vácuo.

(5)

d) Transferiu-se o solo do tubo percolador para um frasco de Erlenmeyer de 300 ml.

e) Adicionaram-se 50 ml de solução contendo 100 ppm de cálcio comum (2oCa

4 0

), na forma de nitrato, e cálcio radioativo (2 0Ca

4 5

), de maneira a se obter uma ati-vidade específica equivalente a 5.000-10.000 contagens por minuto e por miligrama de cálcio.

f) O frasco de Erlenmeyer foi tapado e agitado te 15 minuto se, em seguida deixou-se em repouso duran-te 2 horas.

g) Transferiu-se o líquido da suspensão do frasco de Erlenmeyer para tubo de centrífuga de 100 ml e centrifu-gou-se durante 5 minutos a 300 rpm.

h) Retirou-se uma alíquota de 2 ml da solução (fil-trando-se se necessário, para separar o material sobrena-dante) e transferiu-se para copo de 250 ml.

i) Adicionaram-se 5 ml de solução contendo 1 mg de cálcio comum (2 0Ca

4 0

) por ml, e 100 ml de água destilada. Aqueceu-se a 80-90°C, precipitou-se o cálcio com 10 ml de solução saturada e quente de oxalato de amônio, e dei-xou-se o precipitado em repouso durante meia hora a 60-65°C.

j) Filtrou-se o precipitado através de um disco de pa-pel Whatman n.° 1, adatado ao funil especial.

k) Retirou-se o disco de papel de filtro do funil, con-tendo o precipitado, deixou-se secar em estufa a 60-65°C durante 15 minutos.

1) Levou-se o papel de filtro com o precipitado, con-tendo cálcio comum e o cálcio radioativo, ao contador e procedeu-se a 5 contagens de 5 minutos para cada deter-minação.

m) Retirou-se outra alíquota de 20 ml da solução ob-tida após a centrifugação, conforme descreveu-se no item

g, e transferiu-se para frasco de Erlenmeyer de 300 ml.

n) Adicionaram-se 80 ml de água destilada, 1 ml de solução de NaOH a 20%, 4 gotas de trietanolamina, 2 ml de solução de KCN a 5% e 10 gotas de solução de calcon a 0,5% em álcool metílico, homogeneizando-se após a adi-ção de cada reativo.

(6)

p) Calculou-se a atividade específica a2 do cálcio na so-lução após ter estado em contato com o solo.

q) Calculou-se a atividade específica a! do cálcio na so-lução descrita no item e a partir de 2 ml da mesma e

proce-dendo-se conforme os itens i, j , k, ... até o.

r) Finalmente, calculou-se a capacidade de troca da ca-tions do solo, mediante a expressão:

a i

X = c — c

ax = atividade específica do cálcio na solução, an-tes de entrar em contato com o solo.

a2 = atividade específica do cálcio na solução após o contato com o solo, isto é, após a troca iso-tópica ter atingido o equilíbrio.

c = número de e.mg de cálcio existente na solu-ção de equilíbrio antes de entrar em contato com o solo e calculado para 100 g de solo. X = capacidade de troca de cations do solo,

expres-sa em e.mg por 100 g de solo.

Determinação da capacidade de troca de cátions de ar-gilas.

a) Foram pesados l,00g de argila e 2,0g de areia pura (quartzo), transferindo-os para um tubo de centrífuga de 100 ml.

b) Adicionaram-se 50 ml de solução normal de acetato de cálcio com pH = 7,0 e a suspensão foi agitada durante 15 minutos.

c) Deixou-se em repouso durante 2 horas e centrifugou-se a 3.000 rpm durante 5 minutos.

d) Eliminou-se o líquido da parte superior e lavou-se o material sólido com 5 porções de 15 ml de solução hidroalco-ólica com 80 % de álcool. O líquido de cada lavagem foi ex-traído após a centrifugação da suspensão.

e) Adicionaram-se 50 ml de solução contendo 100 ppm de cálcio comum (2 0Ca

4 ( )

), na forma de nitrato, e cálcio radioa-tivo GoCa4 5

).

f) O tubo foi agitado durante 15 minutos e deixou-se em repouso durante 3 horas.

(7)

sobrena-dante para uma plaqueta de alumínio deixou-se secar e pro-ceedu-se a contagem durante 5 minutos no aparelho.

h) Retirou-se outra alíquota de 20 ml da solução sobre-nadante transferiu-se para um frasco de Erlenmeyer de 300 ml, e daqui por diante, procedeu-se conforme n, p e q

descri-tos na determinação da CTC do solo.

i) Calculou-se a capacidade de troca de cátions da argi-la mediante a expressão:

a i

X = c — c a2

aa = atividade específica do cálcio na solução, antes de entrar em contato com a argila.

a2 = atividade específica do cálcio na solução, após o contatot com a argila, isto é, após a troca iso-tópica ter atingido o equilíbrio,

c = número de e.mg de cálcio existente na solução de equilíbrio, antes de entrar em contato com a argila calculado para lOOg de argila. X = capacidade de troca de cátions da argila

ex-pressa em e.mg por lOOg de argila.

3. RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÃO

(8)

Os dados do quadro 3 representam a média obtida através de 5 determinações (5 pesagens paar cada amos-tra), desvio padrão da média e o coeficiente de variação. Comparando-os com obtidos por outras técnicas (GLORIA, CATÂNI & MATUO, 1965 *) verifica-se que as diferenças acusadas podem ser consideradas normais, levando-se em conta as variações dos métodos e técnicas.

Os resultados obtidos na determinação da capacidade de troca nas 4 amostras de argilas, encontram-se no qua-dro 4.

Os dados do quadro 4 representam a média de 5 detetr-minações (5 pesagens diferentes para cada amostra), o desvio padrão da média e o coeficiente da variação.

Ainda que o coeficiente de variação tenha atinjido o va-lor de 4,4% na argila 202 (caoünita), os dados obtidos podem ser considerados satisfatórios quanto á precisão, quando se le-va em conta as fontes de le-variação que ocorrem na determina-ção da capacidade de troca de cátions de argilas.

Uma das grandes vantagens do método de determinação da capacidade de troca de argilas, através da troca isotópica, conforme é descrito no presente trabalho, é que a saturação da argila e a avaliação se processr-m com o mesmo íon cál-cio, isto é, não ocorrem os inconvenientes próprios da existên-cia de íons diferentes (impedimento stérico). Além disso, o método é relativamente simples, rápido e exige uma pequena quantidade de material.

(9)

3. CONCLUSÕES

Os dados obtidos permitem tirar as seguintes conclu-sões:

a) A determinação de CTC de solos por meio da troca isotópica com cálcio radioativo, constitui um método que apresenta uma precisão satisfatória, pois, a amplitude do coeficiente de variação foi de 0,6 a 2,5% nas oito amostras.

b) No caso de argilas, a determinação da CTC, pelo mé-todo baseado na troca isotópica além da precisão oferece ainda como vantagem sobre os métodos clássicos, a rapidez da execução.

4. SUMMARY

This paper describes the determination of cation ex-change capacity of soils and clays, by the isotopic exchan-ge method with radioactive calcium.

A sample of 5 grams was used for soils and a 1 gram sample for clays.

(10)

The method afforded a good precision and it is very ra-pid, especially for clays.

5. BIBLIOGRAFIA CITADA

A B D E L SALAM, M. A. & H A S H I S H , S., 1958 — T h e u s e of Ca-45 for t h e d e t e r m i n a t i o n of e x c h a n g e a b l e c a l c i u m i n soils c o n -t a i n i n g a p p r e c i a b l e a m o u n -t of c a l c i u m c a r b o n a -t e a n d g y p s u m — P r o c . o n S e c o n d U N O Conf. o n t h e P e a c e f u l Uses of A t o m i c E n e r g y . Vol. 27: 172-175.

B L U M E , J . M. & S M I T H , D., 1954 — D e t e r m i n a t i o n of e x c h a n g e a b l e c a l c i u m a n d c a t i o n - e x c h a n g e c a p a c i t y b y e q u i l i b r a t i o n w i t h Ca-45. — Soil Sci. 77: 9-17.

CATANI, R. A., 1963 — P r i m e i r o Ciclo d e S e m i n á r i o s s ô b r e C i ê n c i a do Solo. p p 59 ( M i m e o g r a f a d o do C e n t r o d e E s t u d o s d e Solos T r o p i c a i s E S A L Q ) .

G R I M , R. E., 1953 — Clay M i n e r a l o g y 384 p p . — M c G r a w - H i l l BOOK C O . N e w Y o r k .

J A C K S O N . M. L., 1958 — Soil C h e m i c a l A n a l y s i s . 498 p p . P r e n t i c e -H a l l , I n c . Englewood-Cliffs, N. J.

M A R S H A L L , C. E., 1964 — T h e P h y s i c a l C h e m i s t r y a n d M i n e r a -logy of Soils. 388 p p . J o h n Wiley & S o n s , I n c . N e w Y o r k . PAIVA N E T O , J . E. & N A S C I M E N T O , A. C., 1955 — C o n t r i b u i ç ã o a o

Referências

Documentos relacionados

Esta realidade exige uma abordagem baseada mais numa engenharia de segu- rança do que na regulamentação prescritiva existente para estes CUA [7], pelo que as medidas de segurança

No código abaixo, foi atribuída a string “power” à variável do tipo string my_probe, que será usada como sonda para busca na string atribuída à variável my_string.. O

A Sementinha dormia muito descansada com as suas filhas. Ela aguardava a sua longa viagem pelo mundo. Sempre quisera viajar como um bando de andorinhas. No

No Estado do Pará as seguintes potencialidades são observadas a partir do processo de descentralização da gestão florestal: i desenvolvimento da política florestal estadual; ii

The focus of this thesis was to determine the best standard conditions to perform a laboratory-scale dynamic test able to achieve satisfactory results of the

En combinant le moment fléchissant (repris par les hourdis) et l’effort tranchant (repris par les âmes), il a aussi observé une très faible interaction. En 2008,

​ — these walls are solidly put together”; and here, through the mere frenzy of bravado, I rapped heavily with a cane which I held in my hand, upon that very portion of

Dentre as principais conclusões tiradas deste trabalho, destacam-se: a seqüência de mobilidade obtida para os metais pesados estudados: Mn2+>Zn2+>Cd2+>Cu2+>Pb2+>Cr3+; apesar dos