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Perfil de citocinas, hormônios e fatores de crescimento em fluido folicular e soro de pacientes submetidas à estimulação ovariana controlada para ciclos de fertilização in vitro

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Academic year: 2017

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(1)

 

 

 

Perfil

 

de

 

citocinas,

 

hormônios

 

e

 

fatores

 

de

 

crescimento

 

em

 

fluido

 

folicular

 

e

 

soro

 

de

 

pacientes

 

submetidas

 

à

 

estimulação

 

ovariana

 

controlada

 

em

 

ciclos

 

de

 

fertilização

 

in

 

vitro

 

 

 

Tese apresentada a Universidade Federal de São Paulo – 

Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de 

Doutor em Ciências pelo programa de Pós‐Graduação 

em Ginecologia 

 

 

 

 

 

São Paulo  2010 

(2)

ii 

 

 

 

Perfil

 

de

 

citocinas,

 

hormônios

 

e

 

fatores

 

de

 

crescimento

 

em

 

fluido

 

folicular

 

e

 

soro

 

de

 

pacientes

 

submetidas

 

à

 

estimulação

 

ovariana

 

controlada

 

para

 

ciclos

 

de

 

fertilização

 

in

 

vitro

 

 

 

Tese apresentada a Universidade Federal de São Paulo – 

Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de 

Doutor em Ciências pelo programa de Pós‐Graduação 

em Ginecologia  

Orientador: Prof. Dr. Ismael Dale Cotrim G. da Silva 

Co‐orientador: Dr. Edson Borges Jr.   

 

 

São Paulo  2010 

(3)

iii 

LABORATÓRIO

 

DE

 

GINECOLOGIA

 

MOLECULAR

 

 

 

 

 

Chefe

 

do

 

Departamento:

 

Prof.

 

Dr.

 

Afonso

 

Celso

 

Pinto

 

Nazário

 

Coordenador

 

do

 

Curso

 

de

 

Pós

Graduação:

Prof.

 

Dr.

 

Manoel

 

João

 

Batista

 

Castello

 

Girão

 

(4)

iv 

 

Perfil

 

de

 

citocinas,

 

hormônios

 

e

 

fatores

 

de

 

crescimento

 

em

 

fluido

 

folicular

 

e

 

soro

 

de

 

pacientes

 

submetidas

 

à

 

estimulação

 

ovariana

 

controlada

 

para

 

ciclos

 

de

 

fertilização

 

in

 

vitro

 

 

BANCA

 

EXAMINADORA

 

 

Presidente

 

da

 

Banca:

 

Prof.

 

Dr.

 

Ismael

 

Dale

 

Cotrim

 

Guerreiro

 

da

 

Silva

 

Co

orientador:

 

Prof.

 

Dr.

 

Edson

 

Borges

 

Jr.

 

Titulares

 

Prof.

 

Dr.

 

Edson

 

Guimarães

 

Lo

 

Turco

 

Prof.

 

Dr.

 

Mario

 

Cavagna

 

Prof.

 

Dr.

 

Péricles

 

Assad

 

Hassun

 

Filho

 

Prof.

 

Dr.

 

Tsutomu

 

Aoki

 

Suplentes

 

Prof.

 

Dr.

 

Eduardo

 

Leme

 

Alves

 

da

 

Motta

  

Profa.

 

Dra.

 

Regina

 

Affonso

 

(5)

v   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ao meu marido, Josemar, que esteve ao meu lado em todos os momentos, tornado minha vida muito mais simples e feliz, viabilizando a concretização deste trabalho.

Aos meus pais que me deram a educação e formação necessárias para que eu chegasse até aqui.

A minha irmã, Fernanda, que faz parte da minha vida constantemente.

(6)

vi 

Ao Prof. Dr. Ismael Dale Cotrim Guerreiro da Silva, coordenador do Laboratório de Ginecologia 

Molecular‐Departamento de Ginecologia da UNIFESP, e orientador deste trabalho, por ter acreditado 

nesta proposta, e pela orientação dada sempre com muita paciência, seriedade e discernimento. 

Ao Dr. Edson Borges Jr., diretor clínico do Fertility – Centro de Reprodução Assistida, e co‐orientador 

deste trabalho, pela permissão dada para que fossem coletadas amostras de pacientes atendidas na 

clínica, e pela colaboração e orientação imprescindíveis para a concretização deste estudo. 

Ao Dr. Assumpto Iaconelli Jr., diretor clínico do Fertility – Centro de Reprodução Assistida, pela 

permissão dada para que fossem coletadas amostras de pacientes atendidas na clínica, possibilitando 

a realização deste estudo. 

À Daniela Paes de Almeida F. Braga, coordenadora científica do Fertility – Centro de Reprodução 

Humana Assistida, pela indispensável colaboração na aquisição das amostras biológicas e dados 

clínicos utilizados neste estudo, assim como na discussão e interpretação dos resultados. 

À equipe de embriologistas  e médicos  do Fertility  –  Centro  de  Reprodução  Assistida, pela 

colaboração na coleta das amostras das participantes deste estudo. 

À Margarete Meira, secretária do Fertility – Centro de Reprodução Assistida, pela responsabilidade 

na obtenção dos termos de consentimentos assinados pelas participantes deste estudo. 

À Vanessa Bruno Marques, secretária da Associação Instituto Sapientiae – Centro de Estudos e 

Pesquisa em Reprodução Humana Assistida, pela colaboração na organização das fichas clínicas das 

(7)

vii 

análises de citometria de fluxo, e auxílio na interpretação dos dados.  

A Dra. Milena Brunialti, supervisora do Laboratório de Imunologia do Departamento de Doenças 

Infecciosas e Parasitárias da UNIFESP, por toda a dedicação e paciência em me auxiliar nas análises 

de citometria de fluxo. 

Ao  João Paulo Kleine, colega do Laboratório de Ginecologia Molecular do  Departamento de 

Ginecologia da UNIFESP, pela colaboração nas dosagens de proteínas das amostras incluídas no 

estudo. 

Às Dra. Giovana Gonçalves Vidotti e Dra. Cristina Valetta Carvalho, colegas do Laboratório de 

Ginecologia Molecular do Departamento de Ginecologia da UNIFESP, pela colaboração na revisão 

final deste trabalho. 

Ao Dr. Gianfranco Zampieri, coordenador do Laboratório de Bioquímica do Salomão e Zoppi  ‐

Medicina Diagnóstica, pela colaboração nas análises bioquímicas das amostras incluídas neste 

estudo. 

À Patricia Udiloff Malcervelli, biomédica do Laboratório de Bioquímica do Salomão e Zoppi  ‐

Medicina Diagnóstica, pelas análises bioquímicas das amostras incluídas neste estudo. 

Aos  colegas  do Laboratório de  Ginecologia Molecular do  Departamento  de  Ginecologia  da 

UNIFESP, pela colaboração, amizade e incentivo constante.  

À Profa. Gianni M. S. dos Santos, professora do Setor de estatística aplicada da UNIFESP, pela 

assessoria estatística dada a este trabalho. 

(8)

viii 

Às mulheres participantes deste estudo, pela colaboração e boa vontade, pois sem elas seria 

impossível a realização deste trabalho. 

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa de estudos a 

mim concedida durante o desenvolvimento deste trabalho (Proc. nº 579224/2008‐2). 

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo apoio financeiro 

concedido ao Projeto (Proc. Nº  2007/58467‐0), possibilitando o desenvolvimento deste estudo. 

 

 

 

 

 

(9)

ix 

Dedicatória ... v 

Agradecimentos ... vi 

Sumário ... ix 

Lista de Figuras ... x 

Lista Tabelas ... xi 

Lista de abreviaturas e símbolos ... xii 

Resumo ... xiii 

1.  APRESENTAÇÃO ... 1 

2.  REVISÃO DA LITERATURA ... 4 

2.1  Desenvolvimento folicular inicial ... 6 

2.2  Ciclo reprodutivo feminino ... 7 

2.3  Ação hormonal no ciclo reprodutivo ... 10 

2.4  Citocinas e fatores de crescimento no ciclo reprodutivo feminino ... 15 

3.  OBJETIVOS ... 22 

3.1  Objetivos específicos ... 23 

4.  MÉTODOS ... 24 

4.1  Local do estudo ... 25 

4.2  Ética em pesquisa ... 25 

4.3  Pacientes ... 26 

4.4  Coleta e armazenamento de material e dados clínicos ... 27 

4.5  Casuística ... 28 

4.6  Ciclo de ICSI e resultados avaliados ... 28 

4.6.1  Protocolos de bloqueio hipofisário e estímulo ovariano controlado ... 29 

4.6.2  Coleta e classificação oocitária ... 30 

4.6.3  Fertilização e desenvolvimento embrionário ... 31 

4.6.4  Resultados clínicos ... 32 

4.7  Métodos Laboratoriais ... 32 

4.7.1  Dosagem de citocinas e VEGF por citometria de fluxo ... 33 

4.7.2  Dosagens hormonais ... 33 

4.7.3  Quantificação de proteínas totais ... 34 

4.8  Análise estatística ... 34 

5.  RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 37 

5.1  Características gerais das pacientes e dos ciclos de ICSI ... 38 

5.2  Caracterização das amostras incluídas no estudo ... 39 

5.3  Correlação entre citocinas, VEGF, e hormônios em amostras de FF e soro ... 45 

5.4  Bonetti TCS, Salomao R, Brunialti M, Braga DPAF, Borges Jr. E, Silva IDCG. Cytokine and hormonal profile in serum  samples of patients undergoing controlled ovarian stimulation: interleukin‐1β predicts ongoing pregnancy. Human  Reproduction, Vol.25, No.8 pp. 2101–2106, 2010 ... 50 

5.5  Bonetti TCS, Klaine JP, Salomao R, Brunialti M, Braga DPAF, Borges Jr. E, Silva IDCG. The intrafollicular interleukin‐ 12 is associated with pituitary blockage protocols and predicts fertilization failure of corresponding oocyte. Human  Reproduction. Under review. ... 56 

6.  CONCLUSÕES ... 75 

7.  REFERÊNCIAS... 77 

Abstract ... 95 

Anexo 1 ... 96 

Anexo 2 ... 98   

(10)

x   

Figura 1: Esquemas representativos dos protocolos de bloqueio hipofisário com antagonista do GnRH (1A) e 

com agonista do GnRH (1B), e estimulação ovariana controlada utilizando FSH‐r. ... 29 

Figura 2: Comparação das dosagens dos fatores presentes do FF das pacientes que tiveram o FF proveniente do 

maior folículo coletado isoladamente (FF‐isolado) e FF proveniente do pool de dois a quatro folículos de maiores 

diâmetros (FF‐pool). Os grupos foram comparados por teste t de Student e estão representados os valores de 

média, erro padrão da média e número de amostras avaliadas em cada subgrupo. ... 41 

Figura 3: Comparação das dosagens dos fatores presentes do FF das pacientes que estavam realizando o 

primeiro ciclos de ICSI ou tinham ciclo anterior em intervalo maior que 60 dias (ciclo 1º/>60 dias), e de pacientes 

que haviam realizado um ciclo de ICSI anterior em período inferior 60 dias (ciclo <60 dias) ... 42 

Figura 4: Comparação das dosagens dos fatores presentes do FF das pacientes que receberam protocolos de 

bloqueio hipofisário com agonista do GnRH, ou antagonista do GnRH. ... 43 

Figura 5: Organograma da análise dos resultados de acordo com as fases do tratamento e perfis das pacientes

 ... 44 

Figura 6: Análise de correlação entre as concentrações séricas e intrafoliculares para o FSH e AMH. ... 45 

Figura 7: Gráficos representativos nos níveis séricos de citocinas, hormônios e VEGF. Os valores numéricos 

apresentados correspondem a média ± erro padrão da média. ... 48 

 

(11)

xi   

Tabela 1. Características gerais das pacientes, e resultados laboratoriais e clínicos dos ciclos de ICSI. ... 39 

Tabela 2. Correlação entre as concentrações dos fatores mensurados no soro e Fluido Folicular. ... 45 

Tabela 3. Inter‐relação entre os fatores presentes no Fluido Folicular ... 47 

Tabela 4. Inter‐relação entre os fatores presentes no soro ... 49 

(12)

xii   

AMH  Hormônio anti‐mülleriano, do inglês anti‐müllerian hormone  BMP  Proteína morfogenética óssea, do inglês bone morphogenetic protein CBA  Análise por citometria por partículas, do inglês cytometric bead array E2  Estradiol 

EOC  Estimulação ovariana controlada EPC  Erro padrão do coeficiente  EPM  Erro padrão da média  FIV  Fertilização in vitro  FF  Fluido folicular 

FSH  Hormônio folículo estimulante, do inglês follicular stimulating hormone FSH‐r  Hormônio folículo estimulante recombinante

GDF‐9  Fator de crescimento e diferenciação‐9, do inglês growth differentiation factor‐9  GnRH  Hormônio liberador de gonadotrofinas, do inglês gonadotrophin release hormone  hCG  Gonadotrofina coriônica humana, do inglês human chorionic gonadotrophin  IC  Intervalo de confiança 

ICSI  Injeção intracitoplasmática de espermatozóides, do inglês intracytoplasmic sperm injection IFN‐γ   Interferon‐γ

IL  Interleucina

LH,  do inglês luteinizing hormone

LIF  Fator inibidor de leucemia, do inglês Leukaemia inhibitory factor MI  Metafase I 

MII  Metafase II  Nº  Número 

OR  Razação de chances, do inglês Odds ratio PI  Prófase I 

PN  Prónucleo  P4  Progesterona

RNA  Ácido ribonucléico, do inglês ribonucleic ácid TE  Transferência embrionária 

TCLE  Termo de consentimento livre e esclarecido

TGF β  Fator de crescimento transformador β, do inglês transforming growth factor β  TNF  Fator de necrose tumoral, do inglês Tumor necrosis factor

VEGF  Fator de crescimento vasculo‐endotelial, do inglês vascular endhotelial growth factor 

χ2  Qui‐quadrado

 

(13)

xiii 

Introdução: Os fatores envolvidos no desenvolvimento e maturação folicular, assim como no  desenvolvimento embrionário podem ser determinantes das causas da infertilidadeA qualidade do  oócito e grau de maturação são diretamente dependentes do microambiente folicular, e afetam as 

etapas subsequentes desde a fertilização até o desenvolvimento embrionário. A avaliação dos 

componentes do fluido folicular (FF), e sua relação com os resultados dos ciclos de fertilização in vitro 

(FIV) podem elucidar fatores envolvidos nas falhas e sucessos deste processo.  

Materiais e Métodos: Este estudo avaliou 132 amostras de FF e soro de pacientes submetidas a  ciclos de injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI), as quais foram analisadas para as 

concentrações de IL‐8, IL‐1β, IL‐6, IL‐10, TNF, IL‐12p70, LIF, VEGF, FSH, estradiol, progesterona, 

inibina‐B e hormônio anti‐mülleriano (AMH). Estes fatores foram correlacionados com a resposta ao 

estímulo ovariano controlado (EOC), resultados laboratoriais e clínicos dos ciclos de ICSI. As análises 

foram realizadas por método de regressão linear ou logística múltipla, e ajustados para as variáveis 

intervenientes.  

Resultados: Observamos que a presença de IL‐1β sérica teve um efeito positivo nas taxas de  implantação e aumentou 15 vezes as chances de gestação. Já as concentrações intrafoliculares de 

citocinas foram correlacionadas com a qualidade dos oócitos e embriões correspondentes as 

amostras de FF. A presença de IL‐12 intrafolicular foi preditiva da falha de fertilização, enquanto as 

concentrações de IL‐8 e LIF afetaram negativamente a qualidade embrionária.  

Conclusões: Desta forma, os resultados obtidos neste estudo permitem concluir que a composição  do FF em pacientes submetidas ao EOC afeta a qualidade de oócitos e embriões e subseqüentes 

resultados clínicos dos ciclos de ICSI. Outros estudos são necessários para complementar os achados 

aqui apresentados e, elucidar os complexos mecanismos associados ao ambiente folicular e o 

(14)

 

1.

APRESENTAÇÃO

 

(15)

 

 

 

Este estudo iniciou‐se a partir de uma parceria entre o Laboratório de Ginecologia 

Molecular e Proteômica, do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo 

(UNIFESP), e o Fertility – Centro de Fertilização Assistida, tendo como orientador e co‐orientador os 

respectivos coordenadores, Prof. Dr. Ismael Dale Cotrim Guerreiro da Silva e Dr. Edson Borges Jr. As 

pacientes que fizeram parte deste estudo foram aquelas que realizaram tratamento de fertilização in 

vitro (FIV) no Fertility, e as análises das amostras foram realizadas com a colaboração do Laboratório 

de Imunologia e Doenças Infecciosas do Departamento de Medicina da UNIFESP e Salomão & Zoppi 

Medicina Diagnóstica. 

O sistema reprodutivo feminino envolve processos autócrinos e parácrinos entre 

hormônios, citocinas, fatores de crescimento, entre outros, que resulta no desenvolvimento de um 

folículo dominante e ovulação a cada ciclo reprodutivo. Por outro lado, ao estimulo ovariano 

controlado (EOC), utilizada em tratamentos de FIV para casais inférteis, estimula o desenvolvimento 

de múltiplos folículos e oócitos a fim de aumentar as chances de fertilização e gestação. Ao mesmo 

tempo,  este  procedimento  resulta  em  níveis  hormonais  suprafiosiológicos,  que  por  sua  vez 

influenciam os microambientes folicular, ovariano e endometrial. Este estudo teve como objetivo 

avaliar alguns fatores intrafoliculares, e sua associação com o desenvolvimento folicular, oocitário e 

os resultados de ciclos de FIV.  

Para tanto, amostras de fluido folicular (FF) e soro coletadas no momento da 

punção folicular de pacientes submetidas a ciclos de FIV foram avaliadas para as concentrações de 

Hormônio  Folículo  Estimulante  (FSH,  do  inglês  follicle  Stimulation  Hormone),  Estradiol  (E2), 

(16)

Interleucina‐6 (IL‐6), Interleucina‐8 (IL‐8), Interleucina‐10 (IL‐10), Interleucina‐12 (IL‐12), e Fator de 

Necrose Tumoral (TNF, do inglês tumor necrosis factor). Os valores mensurados nas amostras de soro 

e FF foram correlacionadas entre si e com os resultados referentes a resposta a EOC, resultados 

laboratoriais e clínicos dos ciclos de FIV. 

O desenvolvimento deste estudo foi realizado com apoio da Fundação de Amparo 

a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP ‐ Auxilio a Pesquisa Regular, Proc. Nº 2007/58467‐0) e do 

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ – bolsa de doutorado, Proc. 

Nº  579224/2008‐2).  De  acordo  com  as  recomendações  do  Conselho  de  Pós‐Graduação  da 

Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP‐EPM) e da Comissão 

Especial do Programa de Pós‐Graduação em Saúde da Mulher do Departamento de Ginecologia da 

UNIFESP‐EPM apresentamos dois trabalhos científicos como “resultados” e “discussão" desta tese, 

um publicado na revista Human Reproduction e outro submetido e sob revisão na revista  Fertility 

and Sterility, conforme descrito a seguir: 

 

1. Bonetti TCS, Salomao R, Brunialti M, Braga DPAF, Borges Jr. E, Silva IDCG. Cytokine and hormonal 

profile in serum samples of patients undergoing controlled ovarian stimulation: interleukin‐1b 

predicts ongoing pregnancy. Human Reproduction, Vol.25, No.8 pp. 2101–2106, 2010 

 

2. Bonetti TCS, Klaine JP, Salomao R, Brunialti M, Braga DPAF, Iaconelli Jr. A, Borges Jr. E, Silva IDCG. 

The intrafollicular interleukin‐12 is associated with pituitary blockage protocols and predicts 

fertilization failure of corresponding oocyte. Human Reproduction. Under review

(17)

 

2.

REVISÃO

 

DA

 

LITERATURA

  

(18)

 

 

 

 

O sucesso  reprodutivo  requer que o gameta feminino, o oócito,  adquira a 

capacidade de ser fertilizado. Este processo acontece no folículo ovariano, e a cada ciclo reprodutivo 

feminino apenas um  folículo  adquire  a capacidade de  ovular. O  desenvolvimento  folicular  é 

coordenado por uma complexa rede de fatores autócrinos, parácrinos e endócrinos. O oócito rege a 

organização  e desenvolvimento  folicular  durante o  ciclo reprodutivo  feminino, controlando  a 

proliferação e diferenciação das células da granulosa, que se toram responsivas a gonadotrofinas e 

em conseqüência produzem fatores protéicos e esteróides. Por outro lado, as gonadotrofinas agem 

nas células foliculares, células da granulosa e da teca, e nas células somáticas ovarianas, que por sua 

vez respondem produzindo outros fatores que colaboram no desenvolvimento e maturação oocitária 

(Duggavathi and Murphy 2009).  

Os fatores de sinalização entre o oócito e as células da granulosa que o rodeiam 

são essenciais para induzir e regular o desenvolvimento e diferenciação folicular desde o estágio de 

folículo primordial até a fase madura, em que o oócito se torna competente para sofrer fertilização e 

subsequentemente a embriogênese. Tais fatores, estimulam a diferenciação das células da teca e 

também sua resposta à gonadotrofinas, e a expansão das células do cumulus, que culmina na ruptura 

da parede folicular, a ovulação propriamente dita. Em contrapartida, as células da granulosa são 

indispensáveis ao crescimento, diferenciação, maturação nuclear e citoplasmática e, atividades 

transcricionais do oócito (van den Hurk and Zhao 2005).  

Assim, o sistema reprodutivo feminino representa uma complexa rede de inter‐

(19)

cascatas de sinalização sinérgicas e antagonistas que são altamente sensíveis. O desequilíbrio de um 

único componente deste processo pode resultar em falha reprodutiva (Weghofer and Gleicher 2009) 

 

 

2.1 Desenvolvimento folicular inicial 

O desenvolvimento folicular se inicia durante a vida fetal, com a transformação de 

células germinativas primordiais em oócitos envoltos por uma estrutura denominada folículo. Ao 

nascimento, o córtex ovariano contém aproximadamente 500 mil folículos primordiais, na puberdade 

este número já está reduzido para 300 a 400 mil, e menos de 1% destes chegam à fase madura e 

ovulação. Os folículos primordiais irão se desenvolver em folículos primários, pré‐antrais, antrais e 

finalmente  darão  origem  aos  folículos  pré‐ovulatórios,  através  de  uma  série  de  processos 

coordenados por hormônios e fatores intra‐ovarianos locais (revisado por Vegetti and Alagna 2006). 

A transição de folículos primordiais em folículos primários é um processo contínuo 

regulado por um equilíbrio entre fatores estimulatórios e inibitórios, independentes da ação de 

gonadotrofinas.  Apesar de evidências da expressão de receptores para FSH (revisado por Vegetti and 

Alagna 2006), os folículos primordiais se desenvolvem pela ação autócrina e parácrina de citocinas e 

fatores de crescimento, e vem acompanhada pela proliferação das células da granulosa e da teca 

(Meduri et al. 2002).  

Fatores candidatos a regular este processo são os membros da família do fator de 

crescimento transformador (TGFβ, do inglês transforming growth factor β), como o AMH que 

bloqueia o desenvolvimento folicular (Durlinger et al. 2002b), enquanto fatores como as proteínas 

(20)

diferenciação‐9 (GDF‐9, do inglês growth differentiation factor‐9), LIF e activinas parecem estimular o 

desenvolvimento dos folículos (Matzuk et al. 2002). 

O oócito entra em crescimento, as células da granulosa se tornam proliferativas 

formando uma camada multilaminar e, a partir de células do estroma ovariano originam‐se as células 

da teca ao seu redor.   Paralelo a isso, é nesta fase que o folículo pré‐antral acumula proteínas 

essenciais para que o oócito se torne competente nas fases subseqüentes do desenvolvimento, ou 

seja, reassumir a maturação nuclear e citoplasmática capacitando‐o a fertilização e desenvolvimento 

embrionário inicial (Schultz and Wassarman 1977). Para tanto, ocorre uma complexa reorganização 

citoplasmática, com um importante aumento na síntese de ácido ribonucléico (RNA, do inglês 

ribonucleic acid) e proteínas, no número de ribossomos, mitocôndrias e outras organelas, e a 

formação da zona pelúcida  (Picton et al. 1998). 

 

 

2.2 Ciclo reprodutivo feminino 

Os  folículos  pré‐antrais  são  os  candidatos  a  serem  selecionados  ao 

desenvolvimento até o estágio pré‐ovulatório, que é dependente da ação das gonadotrofinas. A 

partir da menarca, a cada ciclo reprodutivo, uma coorte de folículos pré‐antrais respondem ao 

estímulo do FSH, a chamada fase de recrutamento folicular, desenvolvendo‐se até a fase de folículos 

antrais. Entretanto, na ausência de estímulo gonadotrófico apropriado, os folículos pré‐antrais 

entram em atresia (McGee and Hsueh 2000; Zeleznik 2004). Este processo continua durante a vida 

fértil da mulher até que o pool de folículos primordiais, ou seja, a reserva ovariana esteja esgotada e 

como consequência não haja mais folículos em desenvolvimento, caracterizando a menopausa 

(21)

Uma vez que o folículo atinja um determinado diâmetro, as células da granulosa 

passam a secretar glicoproteínas formando uma cavidade, e caracterizando o folículo antral. Ainda, 

as células da granulosa se separam em dois subtipos, aquelas que rodeiam e tem contato direto com 

o oócito passam a ser chamadas de células do cumulus, e as células que limitam a parede interna do 

folículo são as células da granulosa murais. Nesta fase, as células da granulosa se tornam acopladas 

uma a outra e a comunicação com o oócito passa a ser feita através das junções comunicantes (gap 

junctions), que facilitam a comunicação bidirecional e permitem a transferência de nutrientes, 

precursores metabólicos e moléculas estimulatórias e inibitórias, promovendo o desenvolvimento 

tanto do oócito quanto das células da granulosa (Telfer and McLaughlin 2007). 

O recrutamento e seleção folicular, chamado também de fase folicular do ciclo 

reprodutivo, acontecem a partir da puberdade, e tem como principal parâmetro o clássico eixo 

hipotálamo‐hipofise‐gonadal. O aumento dos níveis de FSH é direcionado pela ação do hormônio 

liberador de gonadotrofinas (GnRH, do inglês gonadotrophin release hormone) sintetizado pelo 

hipotálamo e liberado de forma pulsátil. O GnRH age na hipófise estimulando a síntese de ambas as 

gonadotrofinas, FSH e LH (hormônio luteinizante, LH, do inglês luteinizing hormone), sendo que o 

determinante para a síntese de FSH ou LH pela hipófise é o padrão de secreção do GnRH (Williams 

and Erickson 2008).  

A estimulação cíclica das gonadotrofinas permite que uma coorte de folículos seja 

recrutada e continue o desenvolvimento até que um atinja  a dominância. O  FSH  é o fator 

determinante para o recrutamento folicular, e sua ligação aos receptores de FSH presentes nas 

células da granulosa estimula a síntese de E2 por intermédio da expressão da P450 aromatase. Já o 

LH se liga nos receptores de LH presentes nas células da teca levando a síntese e secreção de 

androstenediona, que por sua vez é o substrato para a ação da P450 aromatase nas células da 

granulosa. Este é o mecanismo envolvido no tradicional conceito “duas células‐duas gonadotrofinas” 

(22)

Com o desenvolvimento do folículo dominante, o FSH estimula a expressão de 

receptores de LH nas células da granulosa, tornando‐as competente para também responderem ao 

estimulo do LH. Embora não se saiba ao certo o mecanismo pelo qual apenas um folículo atinja a 

dominância, é provável que este seja mais sensível ao FSH do que os demais devido à maior 

expressão de receptores de FSH e LH nas células da granulosa, ou maior produção de fatores de 

crescimento locais aumentando a resposta ao FSH (McGee and Hsueh 2000).  

Os estrógenos produzidos em grandes quantidades pelas células da granulosa do 

folículo dominante, juntamente com as inibinas, regulam a produção de FSH pela hipófise. Como 

resultado, os folículos menores e menos responsivos ao FSH são privados do estimulo e sofrem 

atresia (McGee and Hsueh 2000). Outros fatores produzidos pelas células do folículo dominante são 

capazes de sensibilizar as células da granulosa de forma que o próprio folículo dominante continue a 

se desenvolver, mesmo sob menores concentrações de FSH. Nesta fase, a inibina age nas células da 

teca estimulando a produção de andrógenos, enquanto a activina aumenta a ação do FSH na 

aromatização dos andrógenos nas células da granulosa (Hillier 2001).  

A fase final do desenvolvimento folicular depende do estímulo de um pico na 

concentração do LH e modificações importantes acontecem na expressão gênica das células da 

granulosa, que estimulam a maturação meiótica final do oócito e culmina com a ovulação, ou seja, 

liberação de oócito maduro com capacidade de ser fertilizado (Solc et al. 2010). Para que o pico de 

LH aconteça, o E2 produzido pelas células da granulosa eleva a amplitude dos pulsos do GnRH que, 

ao mesmo tempo, inibe a secreção do FSH e estimula o pico de LH (Matzuk et al. 2002).  

O pico de LH e subsequente ovulação na fase intermediária do ciclo reprodutivo 

caracteriza o fim da fase folicular e início a fase lútea. O corpo lúteo é formado a partir de células 

remanescentes do folículo ovulado, que sofrem remodelação e neovascularização, e tem como 

principal  função  manter  o  endométrio  receptivo,  caso  ocorra  a  concepção.  A  fase  lútea  é 

(23)

crescimento, prostaglandinas e inibinas, que irão manter o corpo lúteo. Na ausência de concepção 

acontece a luteólise (Messinis et al. 2009). 

Por outro lado, na ocorrência da concepção, a gonadotrofina coriônica humana 

(hCG, do inglês human chorionic gonadotropin) resgata o corpo lúteo e, o embrião formado 

representa uma unidade funcional ativa na qual uma programação molecular própria, e produção de 

fatores de crescimento regulam seu desenvolvimento e diferenciação (Paria and Dey 1990). Esta 

etapa requer a ativação do genoma embrionário, e culmina na formação do blastocisto (Artley et al. 

1992). Uma vez ativado o genoma embrionário, o embrião se desenvolve rapidamente até formar o 

blastocisto, que por sua vez, sai da zona pelúcida e ganha a competência de implantar‐se, o chamado 

blastocisto expandido. A coordenação e interação dos fatores endócrinos, celulares e moleculares do 

embrião e do endométrio produzem o ambiente favorável e o estado receptivo para a implantação. 

No entanto, as sequências precisas dos acontecimentos e detalhes das interações moleculares ainda 

não estão bem esclarecidos (Paria et al. 2001; Dey et al. 2004; Banerjee and Fazleabas 2010; 

Dimitriadis et al. 2010).  

 

 

2.3 Ação hormonal no ciclo reprodutivo 

Como já citado anteriormente, o estradiol é derivado de precursores andrógenos, 

que pela ação da P450 aromatase são sintetizados nas células da granulosa pelo estimulo do FSH. Um 

estudo recente avaliando a relação entre esteróides intrafoliculares e resultados de ciclos de injeção 

intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI, do inglês intracytoplasmic sperm injection) observou 

que oócitos que degeneraram ou apresentaram falha de fertilização se correlacionam com menores 

(24)

intrafoliculares de FSH estão associados positivamente, enquanto os níveis de E2 e P4 foram 

inversamente relacionados a captação de oócitos em ciclos de FIV (Rosen et al. 2009) 

Em pacientes submetidas a ciclos de FIV com bloqueio hipofisário e estimulação 

ovariana controlada, as concentrações de FSH devem ser interpretadas com cautela, pois se assume 

que a produção endógena hipofisária de FSH está suprimida, e dessa forma, os níveis séricos de FSH 

refletem a concentração da gonadotrofina exógena administrada (Mendoza et al. 1999). Já a 

concentração intrafolicular de FSH representa a quantidade da gonadotrofina exógena que é capaz 

de atingir o folículo transpondo os mecanismos de regulação folicular de entrada e saída de 

substancias (Mason et al. 1994). 

O pico de LH, mimetizado pelo hCG em ciclos EOC (LH/hCG), faz com que as 

células da teca parem de sintetizar andrógenos, e ocorra a perda da atividade da aromatase nas 

células da granulosa, fazendo com que produzam P4 ao invés de E2, iniciando a luteinização (Fortune 

2001). Assim, os autores sugerem que altas concentrações de E2 possam ser indícios de uma 

resposta inadequada das células da granulosa ao hCG. Por outro lado, também acreditam que a 

produção aumentada de P4 pode ser um indicador de excesso de hCG prejudicando a captação de 

oócitos (Rosen et al. 2009). 

Os níveis séricos de P4 também tem sido relacionados a resultados dos ciclos de 

FIV. Uma metanálise mostrou que níveis séricos aumentados de progesterona não se correlacionam 

com resultados clínicos de ciclos de FIV (Venetis et al. 2007). Entretanto, um estudo recente 

avaliando mais de 4000 ciclos de FIV sugere que os níveis séricos de progesterona no final do EOC 

está relacionado a menores taxas de gestação clínica (Bosch et al. 2010). A concentração aumentada 

de progesterona em pacientes submetidas a EOC pode ser atribuída ao elevado número de folículos 

(25)

Outros  hormônios  ovarianos,  como  a  inibina  e  AMH,  também  tem  sido 

relacionados aos resultados dos ciclos de FIV. A inibina é um membro da família do fator de 

crescimento  transformador‐β  (TGF‐β, do  inglês  transforming  growth  factor‐β),  que  na  forma 

dimérica, composta pelas subunidades α e β, é biologicamente ativa. A subunidade β ainda tem duas 

isoformas, A e B; portanto o complexo αβA é chamado de inibina‐A e o complexo αβB chamado de 

inibina‐B. Juntamente com a activina, a inibina regula a função das células de Leydig e Sertoli, e 

síntese de DNA nas células germinativas nos testículos, e a função das células da teca e granulosa nos 

ovários (Kumanov et al. 2005).  

A inibina‐A é produzida pelas células da granulosa de folículos dominantes e corpo 

lúteo, enquanto a inibina‐B é predominantemente produzida pela granulosa de folículos pré‐antrais e 

antrais pequenos em resposta ao FSH, e declinam na fase folicular tardia, agindo como um 

modulador da síntese de FSH (Roberts et al. 1993; Muttukrishna et al. 1994; de Kretser et al. 2002). 

Por ser produzida pelas células da granulosa, a inibina pode servir como um marcador protéico da 

função destas células (Magoffin and Jakimiuk 1997). 

Com o declínio da reserva ovariana, os níveis séricos de inibina‐B diminuem, 

enquanto os níveis de FSH aumentam. Assim, paralelamente a concentração sérica de FSH, a inibina‐

B também é considerada um marcador de reserva ovariana e de baixa resposta em ciclos de 

reprodução assistida (Burger 1993; Laven and Fauser 2004; Munz et al. 2004). Também foi observada 

uma correlação dos níveis séricos de inibina‐B com resposta ao EOC, considerando número de 

folículos  10 mm (Luisi et al. 2003). 

A relação da concentração intrafolicular de inibina‐B e qualidade oocitária ainda é 

controversa. Franchimont e cols. sugeriram que os níveis de inibina intrafoliculares podem ser 

utilizados como parâmetro para maturação oocitária, já que estão positivamente relacionados ao 

sucesso da fertilização (Franchimont et al. 1990), enquanto Lau e cols. e Wen e cols. não observaram 

(26)

lado, as concentrações intrafoliculares de inibina‐A e B em mulheres submetidas a ciclos de FIV 

foram positivamente associadas à presença (Wen et al. 2006) e número de oócitos recuperados, taxa 

de fertilização, e sucesso de gestação (Ocal et al. 2004). 

Em estudo avaliando FF coletado individualmente não evidenciaram relação dos 

níveis de inibina‐B com qualidade oocitária (Lau et al. 1999). Já a expressão de mRNA da porção α da 

inibina pelas células da granulosa era maior em  folículos que continham oócitos maduros, de melhor 

qualidade e que fertilizaram, e eram menores em folículos cujos oócitos resultaram em embriões de 

melhor qualidade, mostrado que a inibina é necessária para a maturação do oócito, mas o excesso 

pode ser prejudicial ao desenvolvimento do embrião; entretanto as mesmas observações não foram 

possíveis quando avaliaram as concentrações de inibina‐A ou ‐B no fluido folicular (Fujiwara et al. 

2000). 

O AMH também é um membro da família do TGF‐β,  e conhecido principalmente 

por sua ação na diferenciação sexual masculina. Entretanto, em mulheres o AMH é expresso pelas 

células da granulosa a partir do estágio de folículo primário e está envolvido na foliculogênese (Visser 

and Themmen 2005). Estudos em animais mostraram que camundongos knockout para o gene do 

AMH apresentam depleção precoce do pool de folículos primordiais comparado a animais selvagens, 

indicando  uma  ação  inibitória  do  AMH  produzido  pelos  folículos  em  desenvolvimento  no 

recrutamento folicular inicial (Durlinger et al. 1999). Além disso, estudos em animais e in vitro 

sugerem que o AMH afeta a sensibilidade dos folículos em desenvolvimento ao FSH, sendo que os 

folículos são mais sensíveis ao FSH na ausência de AMH (Durlinger et al. 2001; Durlinger et al. 2002a; 

Durlinger et al. 2002b) 

Em humanos, a expressão do AMH pelas células da granulosa são maiores em 

folículos pré‐antrais e antrais com menos de 5 mm de diâmetro, com uma redução gradativa da 

expressão conforme progride o desenvolvimento do folículo, ou seja, o AMH é produzidos pela 

(27)

para dominância. Estes dados sugerem que, também em humanos, o AMH pode ter a função de 

inibir o recrutamento dos folículos primordiais e agir na seleção folicular. Ainda, os menores níveis de 

AMH em mulheres após os 35 anos, quando apresentam uma depleção folicular acelerada, reforçam 

esta hipótese (Weenen et al. 2004; Visser and Themmen 2005). 

O AMH tem sido considerado um excelente marcador da reserva ovariana (Visser 

et al. 2006), pelo fato do tamanho da coorte de folículos recrutados ciclicamente ser diretamente 

proporcional ao pool de folículos primordiais remanescentes, ou seja, à reserva ovariana (Scheffer et 

al. 1999). Os níveis séricos de AMH decrescerem com o passar dos anos conforme a coorte de 

folículos primordiais diminui  (van Rooij et al. 2002). Este fato foi confirmado pela dosagem sérica de 

AMH na fase folicular precoce do ciclo reprodutivo, onde as concentrações de AMH declinam 

significantemente a cada 3 anos, sendo mais sensível que o FSH e inibina‐B que não se modificam 

neste intervalo mais curto (de Vet et al. 2002).  

A forte correlação da contagem de folículos pré‐antrais com a concentração sérica 

de AMH, enquanto as correlações com FSH, inibina‐B e estradiol não foram tão evidentes (Fanchin et 

al. 2003), e a estabilidade das dosagens de AMH entre ciclos (Fanchin et al. 2005), reforçam a 

utilização da concentração do AMH na fase folicular inicial do ciclo reprodutivo como marcador de 

reserva ovariana. 

Em ciclos de FIV com EOC, a concentração sérica de AMH no início do tratamento 

também tem se mostrado um marcador preditivo de resposta ao tratamento (van Rooij et al. 2002; 

Fleming et al. 2006; Nelson et al. 2007). Wunder e cols. observaram a associação positiva do número 

de oócitos recuperados e concentrações de AMH no FF e soro mensurados no dia da punção 

folicular, sendo que a associação com os níveis séricos de AMH eram mais fortes do que com os 

níveis intrafoliculares (Wunder et al. 2008). Além disso, sabe‐se que os níveis de AMH diminuem 

gradualmente com o desenvolvimento de múltiplos folículos, provavelmente refletindo a diminuição 

(28)

observaram a relação do AMH com taxa de fertilização (Lekamge et al. 2007; Majumder et al. 2010) e 

qualidade oocitária (Ebner et al. 2006).  

 

 

2.4 Citocinas e fatores de crescimento no ciclo reprodutivo feminino  

Apesar dos clássicos sistemas hipotálamo‐hipófise gonadal e duas células‐duas 

gonadotrofinas serem o eixo para o entendimento da foliculogênese, o crescimento e diferenciação 

folicular são processos complexos, envolvendo além das gonadotrofinas, hormônios e esteróides, 

diversos outros fatores tais como fatores de crescimento, citocinas, enzimas, proteoglicanos, e 

lipoproteínas (van den Hurk and Zhao 2005). 

As  citocinas  constituem  potentes  moduladores  da  resposta  imunológica  e, 

portanto parecem estar envolvidas no sucesso e na falha reprodutiva. Tradicionalmente são divididas 

em dois subtipos, Th1 e Th2, dependendo do tipo celular que as produzem e do efeito que exercem. 

As primeiras (Th1) incluem principalmente o interferon‐γ (IFN‐γ), interleucina‐2 (IL‐2) e fator de 

necrose tumoral (TNF‐β, do inglês tumor necrosis factor), tendo sua principal ação na imunidade 

celular. Já as do tipo Th2 são IL‐4, IL‐5, IL‐6 e IL‐10 envolvidas na imunidade mediada por anticorpos 

(Laird et al. 2006).  

Diversos fatores envolvidos na ovulação são clássicos mediadores da reação 

inflamatória, entre eles as citocinas produzidas pelas próprias células foliculares ou pelos leucócitos 

infiltrados no folículo pré‐ovulatório, que por sua vez estão envolvidas em diferentes processos na 

fisiologia reprodutiva. Entre estas citocinas estão IL‐1, IL‐2, IL‐6, IL‐8, IL‐10, TNF (Bukulmez and Arici 

(29)

Sabe‐se que o sucesso da gestação está relacionado à predominância de citocinas 

do tipo Th2 sobre o tipo Th1 (Wegmann et al. 1993; Vince and Johnson 1996). A expressão de 

citocinas e seus receptores no útero e embrião na gestação inicial confirmam tais hipóteses e sua 

função na implantação (Carson et al. 2000; Laird et al. 2006). No entanto, a perda da expressão 

destas moléculas pode ser compensada por outras, o que dificulta a análise e entendimento do 

processo (Stewart et al. 1992).  

Evidências crescentes mostram que citocinas podem modular a função ovariana 

também em nível local. Durante o ciclo reprodutivo e início da gestação importantes mudanças são 

observadas no número e perfil de leucócitos presentes no útero e ovários em resposta a estímulos 

quimioatrativos. Tais leucócitos, por sua vez, migram para locais específicos e secretam fatores 

parácrinos  que  agem  direta  ou  indiretamente  no  controle  dos  eventos  reprodutivos,  como 

esteroidogênese, ovulação, função do corpo lúteo, proliferação endometrial, decidualização e parto 

(Garcia‐Velasco and Arici 1999). Por outro lado, as citocinas agem também de forma sistêmica, 

influenciando a função das glândulas adrenais, e modulando a esteroidogênese (Bornstein et al. 

2004).  

As quimiocinas, apesar de serem membros da família das citocinas, tem sua 

característica  específica  como  potentes  quimioatrativos.  A  IL‐8,  principal  representante  das 

quimiocinas‐α, é um potente quimioatrativo de neutrófilos e fator angiogênico, e pode estar 

envolvida no desenvolvimento folicular, atresia, ovulação, esteroidogênese e função do corpo lúteo, 

além de ações no endométrio (Garcia‐Velasco and Arici 1999). Sabe‐se que a IL‐8 é produzida pelas 

células da granulosa e leucócitos intrafoliculares (Polec et al. 2009), e apresenta um padrão de 

expressão cíclico durante o ciclo reprodutivo como resultado de uma regulação, direta ou indireta, 

dos hormônios esteróides (Arici et al. 1998). 

O pico do LH/hCG inicia a maturação final do folículo e concomitantemente 

(30)

granulosa. Imediatamente antes da ovulação, acontece uma infiltração de granulócitos na área ao 

redor do folículo (Brannstrom et al. 1994; Chang et al. 1998), e a IL‐8, por suas características 

quimioatrativas de neutrófilos, é provavelmente um dos responsáveis por este evento (Arici et al. 

1996) 

A rápida vascularização do corpo lúteo é guiada por fatores presentes no FF 

(Frederick et al. 1984) e as propriedades angiogênicas da IL‐8 associado ao aumento dos níveis na 

fase lútea do ciclo reprodutivo, faz da IL‐8 um dos candidatos a regulação deste processo. Assim, 

acredita‐se na hipótese que a migração dos leucócitos seja regulada por hormônios através da 

modulação da IL‐8, ou seja, a produção de IL‐8 é estimulada pelo LH/hCG, que exerce a função de 

atrair os neutrófilos para a região ao redor do folículo, que por sua vez atuam na ruptura folicular. A 

IL‐8 age ainda como fator angiogênico, contribuindo para a neovascularização do folículo, necessária 

para a formação do corpo lúteo. Por fim, com o aumento dos níveis de P4, a produção de IL‐8 é 

suprimida (Arici et al. 1996). 

A IL‐12 é uma citocina composta por duas subunidades, p35 e p40, que quando 

co‐expressas na mesma célula formam o heterodímero p70 biologicamente ativo (Watford et al. 

2003). Produzida principalmente por fagócitos (macrófagos, monócitos e neutrófilos), a IL‐12 tem 

função regulatória na resposta imune adaptativa, e é o principal indutor de resposta tipo Th‐1, que 

juntamente com TNF‐α e células natural killer estimulam a atividade citotóxica (Trinchieri and Scott 

1995; Lamont and Adorini 1996).  

Visujic e cols relataram a presença de maiores concentrações de IL‐12p40 em FF 

de folículos que continham oócitos e sugeriram seu envolvimento com a maturação folicular (Vujisic 

et al. 2006). Por outro lado, Coskun e cols. encontraram menores concentrações de IL‐12 em folículos 

pré‐ovulatórios comparado a folículos imaturos (Coskun et al. 1998). Outro estudo avaliando a 

presença de IL‐12 no FF mostrou que pacientes apresentando Síndrome dos ovários policísticos (SOP) 

(31)

andrógenos, mas não observaram qualquer relação com os resultados dos ciclos de FIV (Gallinelli et 

al. 2003). 

A família da IL‐1 é um grupo de citocinas polipeptídicas (IL‐1‐α, IL‐1‐β e receptor 

antagonista de IL‐1) conhecidas principalmente por seu efeito inflamatório. A IL‐1 e seus receptores 

estão presentes tanto no endométrio (Simon et al. 1996), quanto no oócito e embrião (Tabibzadeh 

and Sun 1992). Estudos mostram que a interação IL‐1‐β embrionária com receptor endometrial inicia 

uma cascata de eventos, induzindo a produção de integrinas e promovendo a implantação (Simon et 

al. 1997; Sunder and Lenton 2000).  

A IL‐10 é um importante indutor da resposta imune Th‐2, compatível com o 

sucesso da gestação (Mosmann and Sad 1996). Wu e cols. demonstraram que altas concentrações de 

IL‐10 após a implantação são importantes na manutenção da gestação (Wu et al. 2001). Já o TNF é 

uma citocina que atua com mediadora de uma série de eventos durante a gestação dependendo da 

idade gestacional (Hunt et al. 1996). Alguns autores afirmam que o TNF faz parte do grupo de 

citocinas indutoras de uma resposta do tipo Th1 e está associada à falha de FIV e aborto espontâneo 

(Hill 1995), e que a supressão do TNF no início da gestação parece contribuir para o desenvolvimento 

normal da mesma (Daher et al. 1999). Por outro lado, Gharesi‐Fard e cols. demonstraram que a 

redução nos níveis de TNF‐α após tratamento com linfócitos em pacientes com aborto de repetição, 

favoreceu  o  sucesso  da  gestação  (Gharesi‐Fard  et  al.  2008).  Além  disso,  Boomsma  e  cols, 

recentemente demonstraram que a presença de TNF‐α na secreção endometrial tem uma associação 

positiva com a gestação clínica (Boomsma et al. 2009).  

Outro grupo de citocinas inclui LIF, IL‐6 e IL‐11, com estruturas semelhantes, que 

utilizam o mesmo receptor, promovendo assim ações similares (Laird et al. 2006). Estudos em 

animais sugerem a importância do LIF na implantação, já que a transferência de blastocistos em 

camundongos knockout para o gene LIF não resulta em implantação (Stewart et al. 1992). Em 

(32)

diferentes grupos celulares e em diferentes momentos, sugerindo que suas funções na implantação 

possam ser distintas apesar de pertencerem à mesma família (Robb et al. 2002). 

Estudos a respeito da expressão de LIF no endométrio em casos de infertilidade 

ainda são  controversos (Laird  et  al. 1997;  Sherwin  et  al. 2002),  inclusive em  ciclos  de  FIV 

(Hambartsoumian 1998; Ledee‐Bataille et al. 2004). Estudos mostraram que a co‐cultura de embriões 

com células endometriais produtoras de LIF, melhora a qualidade e desenvolvimento embrionário 

(Spandorfer et al. 2001). Entretanto, a utilização clínica de LIF‐recombinante em reprodução assistida 

está sendo desenvolvida, mas o impacto desta intervenção ainda não foi estabelecido (Hoozemans et 

al. 2004).  

Oócitos e embriões expressam receptor para LIF (Chen et al. 1999; Sharkey et al. 

1999).  A  concentração  de  LIF  em  fluido  folicular  é  regulada  de  acordo  com  o  estágio  de 

desenvolvimento do folículo e é responsiva ao LH/hCG (Arici et al. 1997). Estudo em animais 

mostram a ação de LIF juntamente com ligante kit como um importante fator de sobrevivência de 

células primordiais embrionárias (Morita et al. 1999). Outros estudos in vitro demonstram que LIF é 

produzido por células da granulosa em cultura (Coskun et al. 1998) e células ovarianas em cultura 

suplementadas com LIF aumentou a taxa  de transição de folículos primordiais  para folículos 

primários (Nilsson et al. 2002). 

Já a IL‐6 não tem uma função direta na regulação da ovulação, mas estudos in 

vitro e em animais mostram seu envolvimento na modulação da ação das gonadotrofinas, agindo 

possivelmente na diminuição da capacidade de ligação do FSH ao seu receptor (Machelon et al. 

1994a; Machelon et al. 1994b; Breard et al. 1998), e na regulação da produção de esteróides 

ovarianos (Van der Hoek et al. 1998). 

Paralelamente, o crescimento folicular também induz a produção de altos níveis 

de fatores de crescimento autócrinos e parácrinos, que são acompanhados pelo aumento da 

(33)

daquele folículo (McGee and Hsueh 2000). A partir da fase antral, os folículos adquirem uma rede 

capilar na camada da teca que permite o suprimento de gonadotrofinas, fatores de crescimento, 

oxigênio, precursores esteróides e outros fatores necessários ao desenvolvimento do folículo. O 

processo de neovascularização folicular é disparado pelo pico de LH que estimula a produção do 

VEGF, um potente mitógeno para células endoteliais e um fator chave na regulação da angiogênese 

(Garrido et al. 1993; Ferrara and Davis‐Smyth 1997; Smith 2000), assim como da angiopoetina 1 e 2 

que são particularmente importantes na estabilização dos vasos sanguíneos (Fraser and Duncan 

2005). 

A  concentração  do  VEGF  é  diretamente  proporcional  ao  desenvolvimento 

folicular, relacionando‐se, portanto com o tamanho dos folículos (Christenson and Stouffer 1997; 

Barboni et al. 2000; Berisha et al. 2000; Gutman et al. 2008). A maior vascularização de um folículo 

individualmente resulta na obtenção de maiores quantidades de gonadotrofinas, e assim parece 

desempenhar também uma função na seleção e maturação do folículo dominante pré‐ovulatório 

(Fraser and Duncan 2005; Kaczmarek et al. 2005).   

O sistema VEGF ‐ receptor de VEGF em reprodução humana assistida não é claro, 

no entanto Dorn e cols. mostraram que concentrações séricas de VEGF mais elevadas no dia da 

punção folicular foram preditivas de gestação, mas o tratamento com FSH‐recombinante (FSH‐r

reduz tais concentrações (Dorn et al. 2003). Outros estudos em pacientes submetidas a técnicas de 

FIV mostraram que a maior vascularização peri‐folicular proporciona maior aporte de oxigênio ao 

oócito, o que resulta em maior potencial de desenvolvimento e implantação (Van Blerkom 1998; Kim 

et al. 2004). Por outro lado, Barrosos e cols observaram uma correlação negativa da concentração 

intrafolicular  de  VEGF  com  a  morfologia  embrionária  (Barroso  et  al.  1999).  Outros  autores 

demonstraram que maiores concentrações de VEGF intrafoliculares estavam relacionadas a menores 

taxas de gestação, concordantes com idade avançada e menor reserva ovariana das pacientes 

(34)

Assim sendo, o conhecimento dos fatores que regulam o desenvolvimento do 

oócito e das células foliculares que o rodeiam é essencial para entender as circunstancias fisiológicas 

necessárias para o sucesso do ciclo reprodutivo feminino, subseqüente fertilização e da fase inicial da 

embriogênese. Da mesma forma, as alterações na foliculogênese e falhas dos ciclos de FIV podem ser 

elucidadas a partir do entendimento da inter‐relação dos fatores envolvidos neste processo, sob as 

condições suprafisiológicas impostas no EOC. Com isso, nos focamos em avaliar amostras de FF de 

mulheres submetidas ao EOC, buscando esclarecer possíveis relações entre a composição do FF e os 

(35)

 

3.

OBJETIVOS

 

(36)

 

 

 

 

O objetivo deste estudo foi avaliar a concentração intrafolicular e sérica de 

citocinas (IL‐8, IL‐6, IL‐1, IL‐10, IL‐12, TNF e LIF), hormônios (FSH, E2, P4, AMH, inibina‐β) e fator de 

crescimento (VEGF) em pacientes submetidas ao EOC para ciclos de ICSI, e correlacionar os perfis 

encontrados com os resultados do tratamento. 

 

 

3.1 Objetivos específicos 

ƒ Avaliar relação entre os fatores mensurados no soro com os resultados clínicos dos ciclos 

de ICSI 

ƒ Avaliar a relação entre os fatores mensurados no fluido folicular com as características 

dos oócitos e embriões correspondentes 

(37)

 

4.

MÉTODOS

 

(38)

 

 

 

 

4.1 Local do estudo 

O  presente  estudo  foi  desenvolvido  junto  ao  Laboratório  de  Ginecologia 

Molecular e Proteômica, do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo – 

Escola Paulista de Medicina, São Paulo  ‐ SP; em parceria com o Fertility – Centro de Fertilização 

Assistida, São Paulo – SP, no período de 2007 à  2010. 

 

 

4.2 Ética em pesquisa  

Este estudo, e o respectivo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), 

foram analisados e aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São 

Paulo / Escola Paulista de Medicina, protocolo 1699/06 (Anexo 1). 

Pacientes que procuraram o Fertility – Centro de Fertilização Assistida, para 

realização de tratamento  de  infertilidade  por técnicas de reprodução humana assistida, para 

obtenção de gestação foram designadas como sujeitos do estudo. Todas as pacientes inférteis que 

realizaram tratamento no Fertility – Centro de Fertilização Assistida, obrigatoriamente, assinaram o 

(39)

realizados, como estabelecido pelas normas éticas para utilização das técnicas de reprodução 

assistida (CFM 1992; CNS 1996).  

Durante  a  consulta  médica,  previamente  ao  início  do  tratamento,  foram 

esclarecidos às pacientes os termos deste estudo, e oferecida a possibilidade de participação 

voluntária. Um segundo TCLE específico a este estudo (Anexo 2) foi lido e assinado voluntariamente 

pelas pacientes que concordaram em participar.  

Vale ressaltar que para participação neste estudo, não foi realizado qualquer 

procedimento adicional ao tratamento proposto, já que o material utilizado foi aquele remanescente 

dos procedimentos, que seria descartado. Apenas uma coleta de sangue periférico foi realizada. 

 

 

4.3 Pacientes 

As pacientes incluídas no estudo deveriam satisfazer os seguintes critérios de 

inclusão e exclusão: 

Critérios de inclusão:  

ƒ Casais inférteis que  procuraram o Fertility  – Centro de Fertilização Assistida  para 

realização de tratamento de infertilidade para obtenção de gestação 

ƒ Realizar técnica de reprodução humana assistida de alta complexidade (ICSI) 

ƒ Presença de ambos os ovários 

ƒ Apresentar ciclos menstruais regulares 

(40)

ƒ Índice de massa corporal menor que 35, calculado de acordo com a seguinte fórmula: 

peso (kg) / altura (m)2 

ƒ Dosagens séricas hormonais basais dentro dos limites de normalidade, a saber: E2   70 

pg/mL e FSH   14 mU/mL 

ƒ Ter voluntariamente fornecido o termo de consentimento livre e esclarecido  

Critérios de exclusão:  

ƒ Doença sistêmica clinicamente significativa;  

ƒ Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), hepatite C ou B;  

ƒ Endometriose graus III ou IV;  

ƒ Hidrossalpinge uni‐ ou bilateral; 

ƒ Sangramento ginecológico anormal, não diagnosticado;  

ƒ Alergia  ou  hipersensibilidade  a  gonadotrofinas  humanas  ou  quaisquer  outros 

medicamentos utilizados no tratamento;  

ƒ Conhecido abuso de qualquer substância no período do tratamento.  

 

 

4.4 Coleta e armazenamento de material e dados clínicos  

Amostras de soro e FF foram coletados no dia da punção folicular. Durante o 

procedimento de punção folicular, o maior folículo da coorte, ou um pool de dois a quatro folículos 

com maiores diâmetros foram inicialmente aspirados, e após a recuperação dos oócitos, o FF 

Referências

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